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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2012
Título: VALORIZANDO A HORA DO RECREIO: Resgate Histórico dos Brinquedos e Brincadeiras
Autor INÊZ BECHER RIBAS
Disciplina/Área (ingresso no PDE)
HISTÓRIA
Escola de Implementação do Projeto e sua localização
COLÉGIO ESTADUAL DE VILA PALMIRA
Município da escola SÃO JOÃO DO TRIUNFO
Núcleo Regional de Educação
PONTA GROSSA
Professor Orientador
MARCO AURÉLIO MONTEIRO PEREIRA
Instituição de Ensino Superior
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
Relação Interdisciplinar
ARTE
Resumo
Os alunos do sexto ano do Colégio Estadual de Vila Palmira vão construir brinquedos, cantar cantigas de rodas para a interação, socialização e percepção de como trabalhar em grupo em uma sociedade onde impera o individualismo. Através da pesquisa da história dos brinquedos e brincadeiras transformarão a hora do recreio em um espaço de aprendizagem valorizando a construção de brinquedos. Com a pesquisa histórica pretende-se imbuir nos alunos sentimentos de valorização do patrimônio cultural que perpassa gerações. Utilizando a técnica da história oral entrevistarão alunos, funcionários e professores que atuaram na escola contextualizando a história com a hora do recreio. Levantarão dados em documentos que estão arquivados na escola. Com isto pretende-se dos alunos o resgate das brincadeiras antigas e atuais, a retomada do companheirismo e a diminuição da violência decorrentes do mundo atual.
Palavras-chave
História – memória – aprendizagem
Formato do Material Didático
CADERNO PEDAGÓGICO
Público Alvo
SEXTO ANO
1 APRESENTAÇÃO
A sociedade é fundada em valores interativos que permeiam e sustentam
seu organismo. A sociedade atual, altamente tecnológica, conjuga seus membros
ao individualismo, onde as pessoas cada vez mais perdem a característica e
porque não dizer a própria capacidade de trabalhar em grupo. Brincar, construir
brinquedos, cantar cantigas de roda permite a sociabilização infanto-juvenil, o que
se traduz em observação e tolerância com as diferenças, além da própria
capacitação inter-relacional.
Observando a hora do recreio constatou-se que atualmente os alunos não
se interessam mais em brincar. Meninos e meninas têm seguido cada vez mais
comportamentos ditados pela mídia, que enaltece e estimula comportamentos
sexuais. Há a premente necessidade de se buscar fontes que despertem o
interesse dos alunos para a interação e consequente sociabilização dos mesmos.
O resgate de formas antigas de brincadeiras e brinquedos já conhecidos pode
ajudar nessa tarefa. Desta forma, surge a questão: como transformar a hora do
recreio em um espaço de aprendizagem com brinquedos e brincadeiras do
passado?
O público alvo será os alunos do sexto ano do Colégio Estadual de Vila
Palmira. Confeccionando seus brinquedos os alunos vão demonstrar habilidades
e valorizar os brinquedos. Os objetivos pertinentes à questão será a inserção de
um recreio promovedor da paz e da integração mediante a retomada de
brinquedos e brincadeiras do passado.
Diante do que se constatou apresentamos esta proposta de Caderno
Pedagógico que constará de quatro unidades.
Unidade I: Apresentação do projeto para os alunos do sexto ano, a
importância da pesquisa histórica através da história oral e do manuseio dos
documentos antigos, a produção de um questionário parte integrante do projeto
para levantamentos de dados aberto para sugestões dos alunos.
Unidade II: A sistematização dos dados coletados por intermédio da
História Oral e dos documentos existentes no Colégio Estadual de Vila Palmira no
passado Grupo Escolar Antonio Kosloswski.
Unidade III: Confeccionar brinquedos com o auxílio da professora da
disciplina de Arte. Brinquedos que distraíam as crianças no recreio. Colocar as
normas que regiam as brincadeiras.
Unidade IV: Nas cantigas de rodas, incluir os alunos em atividades que
gerem a paz no ambiente escolar. Motivar os alunos para divulgar os brinquedos
e brincadeiras na hora do recreio.
Existe a necessidade de buscar fontes que despertem o interesse dos
alunos para a interação. O resgate de formas antigas de brincadeiras e
brinquedos já conhecidos pode ajudar nessa tarefa.
2 MATERIAL DIDÁTICO
2.1 UNIDADE I – História Oral e Pesquisa em Documentos
Através da leitura e explicação os alunos irão verificar as etapas do
processo da História Oral e o uso adequado dos documentos para a pesquisa
Histórica.
O ensino de História deve propiciar para o aluno a importância da
construção do conhecimento inserindo-o como agente construtor do
conhecimento. Diante desta percepção a formação do aluno pesquisador condiz
com a apropriação de levantamentos de dados para efetivar a aquisição e a
formação intelectual condizente com as diferentes linguagens do saber na
conjuntura do mundo atual.
Em todos os momentos conseguimos recuperar algo daquilo que já passou.
O relato de pessoas que viveram em diferentes épocas ganha dimensão nas
mãos do historiador, ganha proporções e revivendo na memória traz para o
momento presente lembranças inesquecíveis. A história oral é uma metodologia
de pesquisa que realiza entrevistas com pessoas que são testemunhas de fatos
do passado contribuindo para a construção do conhecimento. Utilizada para
compor a história local é uma ferramenta indispensável na atualidade.
“A história oral foi instituída em 1948 como uma técnica moderna de
documentação histórica, quando Allan Nevins, historiador da Universidade de
Colúmbia, começou a gravar as memórias de personalidades importantes da
história norte-americana.” (Oral History Association – EUA; citado por THOMPSON,1992:89)
Pela História Oral entendemos a relação com entrevistas nas mais
diferentes temáticas. Lança vida para dentro da história estimulando professores
e alunos a se tornarem cúmplices na arte da aprendizagem. Ajuda os idosos a
conquistar um pouco do espaço em um mundo marcado pelo desprezo da
sabedoria dos velhos. Faz um contato dos alunos com a sapiência deles
resgatando um pouco de sua dignidade.
Conscientizar os alunos que não existe neutralidade desde a escolha dos
entrevistados até a opção pelo instrumento de coleta de dados estamos fazendo
opções. Não emitir pareceres sem o aprofundamento das questões. Com
gentileza marcar a entrevista com antecedência. Nunca se atrasar, pois as
pessoas precisam ser respeitadas no seu espaço e tempo. Levar cosigo as
questões, mas ter o cuidado de não interromper o pensamento do entrevistado.
Reservar um tempo adequado e ter a sensibilidade de perceber que está
incomodando. Fazer as anotações pertinentes e ler para a pessoa aquilo que
escreveu para não ocorrer em equívoco. (Não havendo a possibilidade de levar
um gravador). Solicitar fotos para que a lembrança esteja mais condizente com a
realidade daquilo que esta sendo o objeto de estudo. Não se esquecer de colocar
o nome do entrevistado o endereço, idade, profissão, religião, data da entrevista,
etc. Caso necessite de um retorno possuem as informações pertinentes.
A partir do século XIX o documento torna-se um recurso indispensável
fundamental do fato histórico. Documento este que relatava a história dos grandes
personagens comprovando as narrativas como verdades absolutas. Com a
difusão de pedagogias inovadoras desloca-se o aluno como centro do processo
ensino aprendizagem. Assim o professor é orientador do aluno. O documento
passa a ser um instrumento didático tirando o aluno de sua passividade. Diante
disto o aluno do sexto ano vai averiguar nos diversos livros do arquivo da escola o
momento do recreio e registrar para considerações futuras.
Figura 1- livros arquivo do Colégio
Fonte: arquivo pessoal
Atividades:
Construa com os seus colegas o questionário das entrevistas.
Analise os documentos.
2.2 Unidade II: Os Documentos a Partir de Uma Análise
Agora vocês vão entrevistar as pessoas. Após este processo vamos extrair
aquilo que nos interessa das entrevistas e retirar dos documentos o que vai dar
subsídios para o desenvolvimento do projeto.
2 .3 UNIDADE III - Vamos Brincar!
Brincando descobrimos a cada dia um mundo novo, cheio de emoção e
diversão. Retornando ao passado com brincadeiras vocês se divertirão e os
adultos vão lembrar-se dos momentos felizes da infância. Selecionar brinquedos
antigos não é uma tarefa fácil. Contudo os mais lembrados destacaremos.
2.3.1 BOLINHAS DE GUDE
Com este verso chamar a atenção dos alunos para a brincadeira. Depois
vamos aplicar a brincadeira na hora do recreio.
"Teco, teco, teco, teco, teco, na bola de gude, era o meu viver. Quando
criança no meio da garotada com a sacola do lado, só jogava pra valer". Escrito
por Pereira da Costa e Milton Villela na voz de Gal Costa, este chorinho conta a
história de uma menina que gostava de jogar bolinha de gude demonstrando que
é uma brincadeira de ambos os sexos.
Conhecido no Brasil como búrica, bulica, buraca bolita, firo e outros nomes
sua origem remonta a antiguidade. Desde o Egito antigo as crianças brincavam
com bolinhas de gude. Os povos primitivos brincavam com pedras redondas
encontradas nas margens dos rios. Arqueólogos encontraram no túmulo de uma
criança do Egito há mais de três mil anos atrás bolinhas de gude feitas com
pedras semipreciosas. As crianças gregas jogavam com avelãs, castanhas e
azeitonas. Na Roma antiga o imperador César Augusto saia a passeio para se
divertir vendo as crianças jogar. Na Ilha de Creta, as bolinhas eram de pedras de
jade e ágata. No século XVI o jogo era bastante popular, demonstrado nesta tela
do pintor Pedro Brueghel.
FIGURA 2- QUADRO DO PINTOR PEDRO BRUEGHEL
Fonte: http://static.hsw.com.br/gif/bola-de-gude-historia.jpg
As bolinhas de gude chegaram ao Brasil pelos colonizadores portugueses
como bolinhas de vidro coloridas. O nome vem de gode que se referia a
pequenas pedras arredondadas. As bolinhas de vidro eram também usadas pelos
ingleses e depois importada pelos colonizadores para os Estados Unidos.
FIGURA 3 CAPA DA REVISTA LIFE
Fonte:http://static.hsw.com.br/gif/bola-de-gude-historia.jpg
A brincadeira foi tema de reportagem da Capa da Revista Life de 10/05/1937
Como brincar –
Cada jogador trás a sua coleção de bolinhas de gude que podem diminuir
ou aumentar dependendo do desempenho e da sorte que obtiver no jogo.
FIGURAS 4 E 5 BOLINHAS DE GUDE
Fonte:iStockphoto/Peter Hansen Fonte: iStockphoto/Ron Bailey
Número de jogadores mínimo dois.
Modo de Jogar –
Três covinhas –
São feitos três buracos no chão chamados de caçapa distantes um metro
mais ou menos (ninguém vai pegar um metro e medir) entre eles. A dupla que
inicia a jogada arremessa a bola na direção do primeiro buraco. Não entrando
tentará novamente. Na sequência lança na segunda e terceiras caçapas. Quem
chegar primeiro ao último buraco ganhará o jogo e o prêmio é as bolas de gude
dos demais participantes.
Oca
Faz um circulo de mais ou menos três metros de diâmetro fazendo um
buraco no meio. Todos os jogadores jogam a bolinha em direção ao buraco. A
meta é acertar a caçapa.
Box
Com quatro buracos no chão em forma de “L” o jogador deve atirar a sua
bolinha em direção ao primeiro buraco. O objetivo é percorrer todos e acertar.
Sempre que errar passa a vez para o próximo e volta a jogar da onde parou. Vale
atrapalhar o outro também acertando a bolinha do adversário e afastá-lo do jogo.
Quando conseguir percorrer todo o L, ganha o direito de acertar a bolinha dos
outros que quando acerta passa a ser sua.
Triângulo
Esta modalidade realiza-se sem buraco no chão. Faz um triângulo na terra
e coloque três bolinhas de cada jogador dentro. No Brasil as crianças desenham
círculo. Os jogadores têm o objetivo de matar as bolinhas dos adversários. Para
isso, jogam uma bola contra a do adversário tentando tirá-la dentro do espaço
usando uma das suas para acertar a do outro e fazer com que ela saia do espaço
do desenho do triângulo ou do círculo. Se a bola dele ficar dentro ele perde a vez,
ganha quem conquistar o maior número de bolas.
Mata-mata
Esta modalidade é simples. Também sem buraco no chão. O jogo começa
com uma bolinha maior colocada no chão. O primeiro jogador tenta acertá-la, o
segundo mira a bolinha do primeiro e assim por diante. Somente acaba quando
os jogadores quiserem.
Atividades:
Os alunos vão fabricar as bolinhas de argila.
Colocaremos a disposição dos alunos na hora do recreio bolinhas de gude
antigas e atuais.
Aplicaremos as diversas modalidades do jogo
2.3.2 PETECA
De origem indígena a peteca era muito praticada nas tribos. O nome
peteca é de origem tupi ( pe’teka) bater com a mão. Quando realizavam rituais as
petecas estavam presente. O brinquedo era confeccionado com palhas de milho e
penas de aves. Tipicamente brasileira, ficou conhecida no mundo durante as
Olimpíadas de 1920, na Bélgica. Levada para distrair os atletas despertou o
interesse dos estrangeiros. Jogar peteca desenvolve a coordenação motora e
noção de espaço.
Figura 6 – índios jogando peteca
img.socioambiental.org
Em 1940 o jogo de peteca foi pela primeira vez competido em Minas
gerais. Em 1970 já era disputado por pessoas de todas as idades. Em 1985 foi
oficializada como esporte. João Perrenoud Teixeira de Souza criou suas regras.
Como Jogar:
A partida tem três sets de vinte minutos cada com dois jogadores ou em
equipe, uma rede e uma peteca. Um inicia com o saque postado na linha de
fundo. Segura com a mão batendo nela com a outra para jogá-la por cima da rede
ao campo do adversário. Marca-se um ponto quando a peteca cai no chão, ou
quando rebate na rede ou fora dos limites da quadra.
FIGURA - 7
Fonte:portalsaofrancisco.com.br
Atividade
Vamos construir uma peteca!
Primeiramente vamos construir uma peteca com as lembranças da minha
infância. Vamos precisar de caixa de fósforos, palhas de milho e penas de
galinha. Colocamos um peso dentro da caixa pode ser arroz, feijão, areia etc.
Tragam aquilo que vocês conseguirem em casa. Depois vamos colocando as
palhas entrelaçadas. Quando estiver com um tamanho razoável amarramos e
cortamos as palhas excedentes em seguida colocamos as penas. Em seguida
vamos brincar.
Figura 8 peteca de palha de milho
blogdaebi.blogspot.com
Agora vamos construir uma utilizando material industrializado. Vamos
precisar de E.V.A, papéis coloridos, cola quente, barbante.
Risque e corte os E.V.A conforme o molde.
Figura 9 - molde de peteca
Obs. : Em uma das bases redondas deve fazer um furo. Risque e corte os
moldes. Enrole o risco numero 1 e introduza na base redonda com furo no meio,
cole com cola quente os recortes do E.V.A na base na parte de dentro. Cole esta
superfície redonda à outra pela borda (Somente até a metade). Coloque mais ou
menos duas colheres de areia em um balão e amarre-o. Introduza o balão na
base redonda e, então, feche-a por inteiro. Cole o risco número três em volta da
parte de cima da peteca fazendo o acabamento. Decore com papes coloridos e
E.V.A
Figura 10 ,11, recortando a peteca
Figuras – 12,13,14,15,16,17,18 e 19 Confeccionando a Peteca
Fonte:Imagens Aline Busch
2.3.3 AMARELINHA
“O amor é isso mesmo… um quebra-cabeça que se monta no escuro. Amarelinha que se pula sem chão. Uma fortaleza que se constrói sem muros. Copo de veneno em formato de coração.” Annd Yauk
Figura 20 – Jogando Amarelinha
Fonte:brincadeirakids.blogspot.com
Amarelinha não tem o significado relacionado a cor. Vem do francês
marelle. No Rio de Janeiro é conhecido como academia marelinha, na Bahia e no
Pará é pular macaco ou macaca, em Minas Gerais é pular maré, Rio Grande do
Norte é avião e no Rio Grande Do Sul é sapata.
Existem algumas versões para o surgimento da brincadeira. Nas
conquistas romanas eles calçavam as estradas que levavam aos seus novos
territórios. Como existiam muitas crianças e para distraí-las faziam desenhos.
Assim as crianças brincavam com um pedaço de cerâmica. Do tempo do Império
Romano vem também esta história. O campo de treinamento tinha mais de cem
metros. Os soldados corriam para ganhar maior desempenho com os pés. As
crianças tal como as de hoje gostam de imitar os adultos fizeram adaptações para
brincar. Reduziram o tamanho e colocaram numerações nos quadrados.
Outra possível origem vem da Idade Média. Naquele tempo as pessoas
jogavam as contribuições para a Igreja nas escadarias. Quem chegava a Igreja
tinha que pular as moedas para não pisar. A conotação religiosa também esta
presente entre o inferno e o céu: a eterna luta do bem contra o mal.
Figura 21 - desenho do jogo de amarelinha
Fonte: historiabrincadeira.no.comunidades.net
Como brincar!
Desenhe um digrama com o giz sobre a calçada numerada de um a dez.
Na parte superior faça uma meia lua e escreva a palavra “Céu”. Na inferior poderá
fazer outra meia lua e escrever a palavra “Inferno”. O inicio da brincadeira é
começar pelo “inferno”. Atire a pedrinha na casa que não poderá ser pisada
começando pelo número um. Pisa com um pé só nas casas simples e nas duplas
com os dois. Não cometendo erros coloca a pedrinha na casa seguinte. Caso
coloque a mão no chão, pise fora dos limites passa a vez para o seguinte.
Quando chegar sua vez retorna da onde parou. Vence quem completar o
diagrama primeiro, ou seja, chegar ao céu por primeiro. Podem ser feitos outras
formas de desenho com caracol, retângulos menores. Para crianças menores
podem ser feitos circuitos menores ou permitir que pulem com os dois pés em
todas as casas.
Figura-22 Modelo em Círculo Figura 23 - Várias maneiras de jogar amarelinha
Fonte: historiabrincadeira.no.comunidades.net Fonte: dyacor.com.br
2.3.4 CINCO MARIAS
“São somente cinco marias Ou talvez cinco pedrinhas
Pequenas redondas, lindinhas Uma brincadeira de muita alegria”
Joelson Soares
Figura – 24 peças do jogo de cinco marias
Fonte:peda-gogia.blogspot.com
O jogo das cinco marias é muito antigo. Já existia a quatro mil anos a. C.
Da Grécia antiga veio o nome. Quando queriam consultar os deuses ou
determinar sua sorte os homens jogavam osssinhos de carneiro e olhavam
como caíam. Cada lado tinha um nome e um valor. A resposta dos deuses era
interpretada a partir da soma desses números. O lado mais liso valia um ponto
(kyon), o menos liso seis pontos (coos), o côncavo três pontos (yption), e o
convexo quatro pontos (pranes).
A nobreza antiga jogava com pepitas de ouro, marfim e pedras preciosas.
Depois foram substituídos por pedrinhas até chegar aos saquinhos com areias
ou arroz. Este jogo também se chama cinco pedrinhas, pipoquinha, cinco
pedras, cinco saquinhos.
Como se joga!
Muitas formas existem para jogar. Pode ser jogado em dupla ou em equipe.
Todas exigem habilidade e velocidade dos participantes. A lógica é pegar as
peças de um a cinco, atirando uma para cima e pegando as da mesa. Na
primeira jogada a participante pega uma a uma, na segunda duas e assim por
diante. Outra jeito de jogar uma bolinha de tênis e enquanto estiver no ar
recolher uma a uma as marias do chão o mais rápido possível.
Atividades:
Construa regras novas para o Jogo.
Confeccionando cinco marias
Figura 25 – Cinco marias
Material necessário:
Pano, arroz ou areia.
Como fazer:
Costurar cinco saquinhos de pano e deixar um lado aberto. Encher os saquinhos
com arroz ou areia e fechar. Confeccionar um saco maior para guardar as cinco
marias. Usar a criatividade para decorar as cinco marias.
2.3.5 BILBOQUÊ
Figura 26-jogando bilboquê na corte francesa Figura 27- um bilboquê
Fonte:http://2.bp.blogspot.com/_WifJzCWAizE/StOHQYGb5BAAACvI/XQbqoBUTxkw/s400/Bilboquet. Fonte:zhurnal.lib.ru jpg
Surgiu na França e se tornou o brinquedo favorito do rei Henrique III(1551-
1589). No reinado de Luis XIV, foi moda no palácio. Era confeccionado com um
pedaço de madeira, tipo bastão, uma bola de madeira, com um furo no meio e um
pedaço de barbante. Muitas pessoas conhecem como biblioquê. A palavra vem
do francês bilboquet que tem relação com a palavra bille significando pequeno
bastão. É conhecido também pelo nome “emboca-bola”.
4.5.1 ATIVIDADE:
Usando a criatividade os alunos deverão construir seu brinquedo.
Algumas sugestões através de imagens que posteriormente se tornarão
slides:
Figura- 28 Figura 29
Fonte:https://rrupta.files.wordpress.com/2012/06/bilboque-de-garrafa-pet.jpg
http://3.bp.blogspot.com/_VkTW8EX0yOc/SxMlfJlJ9UI/AAAAAAAAAAM/_NmgtORrCXs/s1600/Imag067.jpg
Figura 30 Figura 31
Fonte:http://t2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcR9tymEo_Z0W0iwe16GnZpeg3DptTfFGvzu2LrAtGr2LXkmPHYVs
A http://www.google.com.br/imgres?q=Bilboqu%C3%AA&num=10&um=1&hl=pt-
Figura 32
Fonte:http://www.escolaespacoeducar.com.br/wp-content/uploads/2010/12/DSC08844.jpg; Figura 33
http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQGMos-pDxyPoAd0k4LYRTtcpKqms2Uu9ATG0daUhrlxokMt28bz
2.3.6 BONECA
A origem das bonecas é desconhecida talvez as primeiras fossem feitas
pelo homo sapiens na África e Ásia para rituais. Existe no museu de História
Natural de Viena uma pequena estatueta de formas arredondadas datada de
vinte e cinco mil anos a C. Algumas eram feitas de barro, com formas de
gestantes lembrando a fertilidade. Outras eram construídas por artesão. Nos
túmulos de algumas crianças egípcias bonecas feitas de madeira com cabelos
feitos de cordões de argila. Como esta gravura.
Figura – 34 Boneca egipcia
Fonte: Chris e Melaine Rice
Na Grécia e em Roma eram chamadas de moças pequenas.
Movimentavam os braços e as pernas, os cabelos eram feitos de argila, bolinhas
de madeira e algumas vezes de cabelo humano. As moças gregas levavam suas
bonecas até a época do casamento colocando-a em oferenda para a deusa
Afrodite do amor e da fecundidade
No século V as bonecas serviam como modelos para os estilistas. Com
vestidos magníficos eram levadas para a corte para os nobres escolherem as
roupas.
A primeira fábrica surgiu na Alemanha em 1413. Grandes transformações
ocorreram desta época para os dias atuais. Em 1958, Ruth Handler percebeu que
sua filha gostava de brincar com bonecas de papel porque podia trocar as roupas
dela. Teve a ideia de fazer uma boneca com jeito de adulta. Deu o nome dela de
Barbie, apelido de sua filha Bárbara. Chegou as lojas vestindo um maiô listrado
em branco e preto. Foi apresentada ao público em 1959 na Feira Internacional de
Nova Iorque e já no primeiro ano foram vendidas mais de 350 mil bonecas. Já
foram vendidas mais de um bilhão de bonecas. Diz-se que a cada dez segundo
vende-se
uma Barbie.
Figura 35 - Bonecas Barbie
Fonte:http://www.i9artigos.com.br/wp-content/uploads/2012/06/barbie-ao-longo-dos-anos1.jpg
Até 1937 as bonecas no Brasil eram importadas da Europa, feitas de
porcelana. A partir daí a indústria de brinquedos Estrela começou a produzir
bonecas. Em 1962 a Estrela fabricou a boneca Susi. Ganhou guarda roupa que
tinha tudo o que as mulheres usavam inclusive anáguas. Com vinte e três anos
parou de ser fabricada retornando em 1997 com novas versões. Atualmente esta
sendo produzida de outra etnia Susi Olodum, negra.
Figura 36 , boneca Susi Figura 37
Fonte:http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQnF3kkXRKtHw2lrfSXAFQMPd85AKDlz
Figura 38- Suzi Negra
http://1.bp.blogspot.com/-nZrl4vuKWok/To49ae3ibBI/AAAAAAAARDs/3btxSXY0Ckk/s1600/Susi.jpg
Na atualidade existem bonecas de todos os tipos com características de
jovem, crianças, bebê, que falam, choram, andam comem e inclusive fazem
necessidades fisiológicas. Entretanto para as famílias sem condições financeiras
usa-se a imaginação. Popularmente conhecida no Brasil é a bruxinha de pano.
Feita em casa em condições precárias da época da Colônia utilizada pelas
crianças de pouco poder aquisitivo. Hoje faz parte do folclore indicando através da
roupa qual região pertence. Conseguiu resistir e ainda hoje encanta o sonho das
meninas. No mundo do faz de conta todas as crianças assumem papéis de
adultos. Usam a imaginação determinam as regras e criam situações imaginárias
ampliando se mundo. Foi utilizada por Monteiro Lobato em suas histórias: a
boneca Emilia.
Figura – 39 Bonecas de pano
Fonte:http://1.bp.blogspot.com/_bz5VsufrFZU/SdK76au7G9I/AAAAAAAAI2s/QyoaXwjwkMQ/s400/Bonecas-Tam-
M-Com-Bracos-de-Corda-4.gif
Atividade
Vamos fazer bonecas!
Boneca de pano e arame:
Material: pano, arame ou fio de nylon, lã para o cabelo. Recortar círculos do
tamanho que desejar fazer a boneca. Alinhavar ao redor do círculo e puxar a linha
até conseguir arrematar no centro. Fazer quantos achar necessário para o
tamanho da boneca. Para montar as pernas enfiar um fio de nylon ou um arame
fino pelo centro dos círculos, no tamanho necessário para as duas pernas.
Arrematar as extremidades e fazer os pés. Da mesma forma faça os braços. O
corpo é feito num fio separado. Quando pronto arrematar as extremidades,
pegando as pernas e os pés. , o fio deve sobrar para passar pelo centro da
cabeça. Enfeitar a cabeça com olhos, nariz, boca e cabelo.
Boneca de pano
Materiais utilizados: Tecido de algodão nas cores listrado, branco e pele, retalho
de feltro na cor marrom, cola quente, máquina de costura, agulha e linha para
costura, enchimento, um metro de elástico, quatro laços de cetim, linha numero
dez, tinta relevo Squizz Glitter nas cores branco e preto, caneta para tecido
vermelha, batom vermelho, tesoura, alfinetes, lã na cor bege e molde.
Figura 40 molde
Figuras - 41 passos para a confecção da boneca do 1 ao 24
Figura 42 – Boneca pronta
Fonte: http://comofas.com/wp-content/uploads/2011/04/bonequinhaa.jpg
2.3. 7 PÉ DE LATA
Figura 43 – Pé de lata
Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-i4kjlW3g7yk/T1mGKeZr2SI/AAAAAAAAVEo/IBmoFMdg2Kk/s400/pede+lata.PNG
As crianças sonham em ficar do tamanho dos adultos. Esta brincadeira
além de ser interessante o investimento é muito pouco. Empregada na Idade
Média nas apresentações dos circos. No Brasil também se transformou na perna
de pau. Desenvolve o equilíbrio e a coordenação motora.
4.7.1 ATIVIDADE
Vamos usar a criatividade e fazer pé de lata. Aqui vai um exemplo.
Material necessário – duas latas vazias do mesmo tamanho (Nescau, leite etc.).
E.V.A nas cores vermelha e azul, dois metros de corda fina, cola quente. Recorte
dois pedaços de E.V.A nas cores vermelha e azul e forre as latas. (Dica pode usar
as cores do time que você torce) Faça um furo com um prego no meio da tampa
ou nas laterais da lata e amarre a cordinha. Na parte da frente desenhe um rosto
de palhaço. Estique a cordinha ponha os pés e ande. Depois de praticar bastante
podem apostar corrida.
Figura 44 – Ilustração pé de lata
Fonte: http://4.bp.blogspot.com/_XPX6XMqWwkU/TBD6WCM5FuI/AAAAAAAAADo/MQ-GVZUV9l4/s320/munani-pe-de-lata-176x252.gif
2.3.8 PIÃO Figura 32 - pião
http://www.google.com.br/imgres?
De origem incerta o pião remonta há aproximadamente quatro mil anos
a.C. Foi encontrado algo semelhante as margens do Rio Eufrates, na Babilônia
decorados e de argila. Nas escavações de Pompéia. Cinco séculos antes de
Cristo um poeta grego fazia menção em um poema como jogo infantil popular.
Pião ou pinhão como é chamado em algumas regiões do Brasil remonta à Grécia
e Roma. Veio para o Brasil com os portugueses. O pião é um objeto cônico,
quase sempre de madeira com uma ponta de metal.Geralmente é feito de
madeira em forma de pera.
Como brincar!
Peque um metro de barbante enrole-o no pião, a começar pela ponta fina, e ,
depois solte no chão segurando a outra ponta. O pião se desenrolará e ficará
rodando por alguns minutos. Outra maneira: participam dois ou mais jogadores
que desenham um círculo no chão onde o pião deve ser lançado e ficar rodando
sem sair dos limites da linha. Se sair fora, perde. Existe outra modalidade em que
o jogador deve lançar o pião contra outro que está rodando com o objetivo de
afasta-lo ou, em casos menos comum de partir o pião do adversário vencendo o
jogo e inutilizando o brinquedo do outro.
Atividade
Sugestão para fazer um pião: Pegar um pedaço de madeira e com a ajuda de
uma faca fazer a modelagem do pião. Furar a pona e colocar o prego. Com o
pirógrafo (instrumento que faz desenhos em madeira) faça desenhos circulares.
Deixe na cor da madeira ou pinte da cor que quiser.
2.4 UNIDADE IV: CANTIGAS DE RODAS
Vamos pesquisar cantigas de roda com os nossos familiares. Agora
ouviremos as cantigas de roda, depois vocês receberão a letra impressa e na
sequência vamos brincar no pátio da escola.
2.4.1 CIRANDA CIRANDINHA
Ciranda, cirandinha,
Vamos todos cirandar! Vamos dar a meia volta, Volta e meia vamos dar.
O Anel que tu me destes Era vidro e se quebrou;
O amor que tu me tinhas Era pouco e se acabou,
Por isso d. ( nome da pessoa)
Entre dentro desta roda, Diga um verso bem bonito,
Diga adeus e vá se embora.
2.4.2 O PINHÃO O pinhão
Entrou na roda Ô Pinhão
Roda Pinhão Bambeia Pinhão
Amostra tua figura
Ô Pinhão Roda Pinhão
Bambeia Pinhão
Arrasta a saia no chão
Ô Pinhão Roda Pinhão
Bambeia Pinhão
Entregue o Chapéu a Outra Ô Pinhão
Roda Pinhão Bambeia Pinhão.
2.4.3 Se Esta Rua Fosse Minha
Se essa rua
Se essa rua fosse minha Eu mandava
Eu mandava ladrilhar Com pedrinhas
Com pedrinhas de brilhante Para o meu
Para o meu amor passar
Nessa rua Nessa rua tem um bosque
Que se chama Que se chama solidão
Dentro dele Dentro dele mora um anjo
Que roubou Que roubou meu coração
Se eu roubei
Se eu roubei teu coração Tu roubaste
Tu roubaste o meu também Se eu roubei
Se eu roubei teu coração Foi porque
Só porque te quero bem
2.4.4 Alecrim
Alecrim, alecrim dourado Que nasceu no campo
Sem ser semeado
Foi meu amor Quem me disse assim
Que a flor do campo é o Alecrim.
2.4.5 O Cravo Brigou Com A Rosa
O cravo brigou com a rosa Debaixo de uma sacada
O cravo saiu ferido
E a rosa despedaçada
O cravo ficou doente A rosa foi visitar
O cravo teve um desmaio A rosa pôs-se a chorar.
2.4.6 Escravos de Jó
Escravos de Jó Jogaram Caxangá
Bota, tire,
Do Zabelê-ê-já
Guerreiros com guerreiros Zique, Zique, Zique, Zá
2.4.7 Terezinha de Jesus
Terezinha de Jesus deu uma queda
Foi ao chão Acudiram três cavalheiros Todos de chapéu na mão
O primeiro foi seu pai O segundo seu irmão O terceiro foi aquele
Que a Tereza deu a mão
Terezinha levantou-se Levantou-se lá do chão
E sorrindo disse ao noivo Eu te dou meu coração
Dá laranja quero um gomo Do limão quero um pedaço
Da morena mais bonita Quero um beijo e um abraço
2.4.8 Peixe Vivo
Como pode o peixe vivo Viver fora da água fria
Como pode o peixe vivo Viver fora da água fria
Como poderei viver Como poderei viver
Sem a tua, sem a tua Sem a tua companhia Sem a tua, sem a tua Sem a tua companhia
Os pastores desta aldeia Já me fazem zombaria
Os pastores desta aldeia Já me fazem zombaria
Por me verem assim chorando Por me verem assim chorando
Sem a tua, sem a tua Sem a tua companhia Sem a tua, sem a tua Sem a tua companhia
2.4.9 Pirulito Que Bate Bate
Pirulito que bate bate Pirulito que já bateu
Quem gosta de mim é ela Quem gosta dela sou eu
Pirulito que bate bate Pirulito que já bateu
A menina que eu gostava Não gostava como eu
3 ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
Disponibilizado esse material terá grande utilidade para a equipe técnica
pedagógica de a escola pensar em um recreio monitorado. Será útil para a
integração dos alunos e a busca da descoberta. O ato de brincar esta implícito
também na fabricação do brinquedo. A conquista da escola em tempo integral vai
conduzir os alunos para aptidões artísticas. Nesse sentido este material poderá
proporcionar subsídios para confeccionar brinquedos e colocá-los em exposição e
lazer dos alunos.
Para explicar as etapas será feito slides utilizando a televisão e o DVD com
entrada para pen drive (no nosso colégio não tem TV pen drive). No arquivo do
Colégio, vão pesquisar nos livros de atas o momento do recreio registrado. Irão
fazer entrevistas utilizando a técnica da história oral com alunos, professores e
funcionários que atuam na escola.
Feito a análise comparativa confeccionarão brinquedos juntamente com o
professor de Artes. A professora disponibilizará material para a confecção dos
brinquedos tais como; E.V.A, cola quente, tecido, tesoura, enfim todo o material
necessário para a realização do trabalho.Na sequência será realizada uma
exposição de brinquedos construídos pelos alunos, brinquedos antigos e atuais.
Com as cantigas de roda os alunos vão ouvir e fazer coreografia inventada
por eles. Finalizada esta etapa os alunos juntamente com a professora colocarão
os brinquedos a disposição dos demais alunos da escola na hora do recreio como
instrumento para a socialização e a diminuição da violência da hora do recreio.
4 REFERÊNCIAS:
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