gazeta rural nº 263

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Director: José Luís Araújo | N.º 263 | 31 de Janeiro de 2016 | Preço 2,00 Euros | www.gazetarural.com

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O Carnaval está em destaque na Gazeta Rural nº 263. Em época de folia, há também a Feira das Tradições, em Pinhel; a Expo-Estrela, em Manteigas; a Feira do Queijo, em Seia, e a Feira do Fumeiro, em Vinhais, entre outras. No fim-de-semana seguinte, Penalva do Castelo comemora 25 anos da Feira do Pastor e do Queijo, este ano durante dois dias. No mundo do Vinho destaque para a apresentação do ‘Psique’, o primeiro vinho da Amora Brava, no Dia dos Namorados, mas também a Adega de Cantanhede, a Quinta da Lapa e o Vinho Callum. Falamos também do Colóquio Nacional do Milho, em Ponta Delgada; das Festas da Amendoeira em Flor, em Foz Côa; a Serra do Marão, o pistácio no Alentejo, o Museu do Queijo, em Seia, e pode também ler o roteiro das Feiras do Queijo. Tudo para ler nesta edição. Boa Leitura

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Director : José Luís Araújo | N.º 263 | 31 de Janeiro de 2016 | Preço 2,00 Euros | www.gazetarural .com

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Sumário04 Nelas e Canas de Senhorim preparam Carnaval “mais português”06 Centro Interpretativo da Máscara Ibérica foi inaugurado em Lazarim08 Penalva do Castelo comemora 25 anos da Feira do Pastor e do Queijo09 Granito Cinza de Pinhel em destaque na Feira das Tradições10 Mil diabos à solta fecham as Festas de Inverno em Vinhais11 Feira de Vinhais vai homenagear a fonte da qualidade do fumeiro12 Porco reina na Semana Gastronómica de Arraiolos14 Seia quer produzir o maior queijo de ovelha do mundo15 Expo Estrela quer divulgar potencialidades e produtos autóctones de Manteigas16 Enoturismo está muito desorganizado em Portugal18 Amora Brava apresenta novo vinho a 14 de Fevereiro20 Vidigueira homenageia o vinho e o cante alentejano

22 Adega de Cantanhede fechou 2015 com negócios acima dos cinco milhões23 Vinho Callum no caminho da excelência24 Quinta da Lapa assinala 500 anos de Santa Teresa d`Ávila com vinho topo de gama25 CVR Tejo promove VII Concurso de Vinhos Engarrafados26 Ponta Delgada recebe VIII Colóquio Nacional do Milho27 Serra do Marão une seis municípios em projectos de reflorestação e turismo29 Alentejo aposta no Pistácio para criar emprego e fixar pessoas31 Organização da fileira e comercialização são preocupações dos produtores de mirtilo34 Museu do Queijo vai nascer em Seia para divulgar o sector36 Cooperativa do Medronho estabelece parcerias com municípios da região Centro37 Sernancelhe recebe III Festival de Sopas e Encontro de Ranchos38 UA revela que a indústria da cortiça ajuda a atenuar alterações climáticas

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Com quatro associações envolvidas

Nelas e Canas de Senhorim preparam Carnaval “mais português”

Bairro da Igreja: “Será um dos carnavais mais bonitos dos últimos 10 anos”

A Associação do Bairro da Igreja conta com mais de 300 figurantes, com Paulo Santa Maria a ‘esconder’ o tema, afir-mando apenas que “vai ser bastante agradável e um factor surpresa”, pois “o público vai conhece-lo no dia do cortejo”.

Nesta associação cerca de 35 pessoas dão corpo àquilo que vai ser o desfile. “Temos um grupo, com cerca de 15 pes-soas, que trata da construção dos carros alegóricos, o outro, com cerca de 20 pessoas, que trata das indumentárias”, refere aquele responsável.

Nessa associação, como noutras, as dificuldades são as mesmas. “Está cada vez mais difícil encontrar gente disponí-vel para, de forma graciosa, colaborar na preparação do Car-naval. Não é um problema só nosso, pois penso que as outras associações têm as mesmas dificuldades”, refere Paula Santa Maria, que lamenta “ver as pessoas abandonarem aquilo que ajudaram a criar”. Quanto a expectativas, “se o tempo não for traiçoeiro, penso que será um dos carnavais mais bonitos dos últimos 10 anos”.

Pelo concelho de Nelas está tudo a posto para o melhor Carnaval dos últimos anos e o “mais português”. Esse parece ser o mote das quatro associações envolvidas na organização do mesmo. Ao todo são espera-dos cerca de milhar e meio de figurantes, - espalhados pelas Associações Cimo do Povo e Bairro da Igreja, de Nelas, e Paço e Rossio, de Canas de Senhorim, - e muitos milhares de visitantes.

Cimo do Povo: “Temos um Carnaval mais à portuguesa”

O Cimo do Povo apresentará um Carnaval “mais à portu-guesa”, terá “ tema livre” e “vai ser como nos últimos anos”, diz André João, referindo que “cada equipa de trabalho faz o seu carro e depois adaptaremos os figurantes em função de cada carro”, mas, tal como em anos anteriores, “queremos surpre-ender com o carro da Rainha”, que “é o nosso ex-libris”.

Este ano, acrescenta aquele responsável associativo, “te-mos um carnaval mais à portuguesa e o nosso desfile fechará com o carro de sátira”. A escolha do tema para este carro “não foi fácil, pois não houve polémicas”. Por isso, “optámos por fa-zer uma sátira mais do povo, uma coisa mais específica. Surgiu essa ideia e vamos ver se as pessoas a irão entender”.

Também na Associação Cimo do Povo as dificuldades são as mesmas. “Cada vez há menos pessoas, menos disponibilidade e paciência”, Ainda assim, “cerca de 30 pessoas” trabalha na preparação do corso. Para André João, “em Nelas já não há o bairrismo de antigamente”, mas ainda assim “contamos com 400 a 500 figurantes”.

Carnaval 2016 em NelasDe 7 a 9 de Fevereiro, o Município de Nelas celebra mais um Carnaval! Durante este período

as ruas enchem-se de muita alegria e folia, graças ao empenho e dedicação das Associações do Bairro da Igreja e Cimo do Povo, de Nelas, e Paço e Rossio, de Canas de Senhorim.

Como presidente da Câmara, é como imensa satisfação que acompanho este movimento Associativo do Concelho que, mais uma vez, num espírito de união e disputa saudável pro-movem a cultura regional, trazendo a Nelas milhares de visitantes, potenciando o turismo e o comércio local.

A autarquia apoia mais uma vez esta iniciativa que se tem consagrado cada vez mais, no pa-norama nacional, como um evento a não perder, que reúne, num património imaterial distinto, a tradição vivida de uma forma única por todos os munícipes.

A Câmara apoia as associações para o Carnaval e as marchas populares com 50.000 euros (a dividir pelas 4), para além de outras ajudas, contando com o dinamismo, empenhamento e criatividade dos Bairros para fazerem em Nelas e em Canas dos melhores carnavais do país , aumentando a atractividade turística do município.

José Borges da Silva(Presidente da Câmara de Nelas)

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Associação do Rossio: “Venham a Canas de Senhorim ver e participar no melhor Carnaval

do país”

O Carnaval do Rossio “terá a qualidade a que já nos habi-tuou, com diversão, sátira, cor e muita alegria”, diz Celeste Borges. “O tema é livre e esta é uma das muitas características que o torna único e diferente de todos os carnavais do país”. “Pensamos que o resultado final será muito bom e convidamos todas as pessoas a deslocarem-se a Canas de Senhorim para ver e participar”, refere a responsável do Rossio.

Apesar de em cada ano ser mais complicado arranjar equi-pas para trabalhar, “até porque o Carnaval é um serviço comu-nitário não remunerado, a UCRR mantém o mesmo número de equipas de trabalho e o mesmo entusiasmo”, diz Celeste Bor-ges, sublinhando que “começam a aparecer alguns jovens com muita garra e novas ideias”. Nesta edição do Carnaval a asso-ciação conta com cerca de 60 pessoas a trabalhar nos carros alegóricos e espera mais de 700 figurantes.

Segundo Celeste Borges, “as pessoas estão a participar de forma activa na realização e concretização do Carnaval, man-tendo viva a tradição”. Por isso, se o S. Pedro ajudar espera-se “um carnaval cheio de sol, alegria e cor, em que todo o trabalho feito se traduza nos três dias mais divertidos do ano para to-dos, com muita folia e animação”. Em nota de desafio, aquela responsável pede que todos “saiam à rua e ajudem a transfor-mar a nossa marcha em brilho e vida”.

Associação do Paço: “Carnaval de Canas é o mais genuíno”

“O Carnaval de Canas é o mais genuíno. Isto não dá para ex-plicar, pois só quem entra nas nossas marchas é que entende e percebe”, diz Nuno Pereira, da Associação do Paço, de Canas de Senhorim. “É um carnaval aberto a toda a gente, sem um tema específico, com 400 anos de tradição, com dois bairros, e o Paço é, naturalmente, sempre melhor”, acrescenta.

No Paço “há pessoas a trabalhar graciosamente na constru-ção dos carros, por amor à camisola”, diz Nuno Pereira, referin-do que “enquanto associação, apoiamos naquilo que podemos para termos um Carnaval de qualidade e para promover Ca-nas”. A Associação do Paço espera “mais de 500 figurantes”, diz aquele responsável, referindo que “quem quiser entrar nas marchas basta aparecer devidamente mascarado”.

O Paço conta com voluntários para a preparação do Carna-val. “Não temos tido dificuldades, poisas as pessoas têm sido incansáveis e colaboram naquilo que podem”, refere Nuno Pe-reira, que, contudo, teme o futuro. “Não sabemos se como será daqui a 10 anos. Tem que aparecer gente nova, para termos o Carnaval assegurado. Acredito que a tradição não vai morrer”, sustenta.

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O primeiro centro interpretativo ligado ao ritual da máscara na Península Ibérica custou cerca de 1,2 milhões de euros e foi inaugurado em Lazarim, uma vila do concelho de Lamego com fortes tradições em carnaval rural.

De acordo com o presidente da Câmara de Lamego, Francis-co Lopes, o Centro Interpretativo da Máscara Ibérica “vai ser um espaço essencialmente expositivo, com máscaras ligadas às tradições do Entrudo, não apenas ligadas ao de Lazarim ou de Portugal, mas de todos os sítios da Península Ibérica onde esta tradição é importante”. “Contará também com um espaço onde os artesãos, que fazem as máscaras, vão poder trabalhar e expor aquelas que são uma das peças mais ricas do país e com valor económico importante. Será um espaço de promo-ção e divulgação deste viver e sentir de Lazarim, uma vila do concelho de Lamego com grande tipicidade e tradições muito interessantes que estão preservadas”, acrescentou.

O equipamento resulta de uma reconstrução e ampliação de uma casa que um dia pertenceu ao Barão de Lazarim, cujo investimento rondou os 1,2 milhões de euros. “Tem a particu-laridade de ter uma pequena unidade de alojamento com três quartos, que vai servir para acolher pessoas que queiram es-tudar as tradições carnavalescas do Entrudo de Lazarim e da máscara, ou que venham fazer exposições. No futuro, pode vir a ser uma pequena unidade turística, que ajude a sustentar um conjunto de actividades económicas que queremos ver na-quele espaço”, revelou.

O Centro Interpretativo da Máscara Ibérica está também preparado para disponibilizar, no futuro, os serviços de uma fototeca, mediateca e biblioteca, dedicados aos rituais da máscara e a outras temas relacionados com esta. Fazem ainda parte deste espaço cultural, um auditório, um bar e uma sala vocacionada para serviços educativos.

Com este investimento, Francisco Lopes espera reforçar a tradição do Entrudo de Lazarim e dar estímulo às pessoas que, ano após ano, trabalham na sua realização. “Gostava que essa dinâmica se pudesse prolongar ao longo do ano e que o Entru-do de Lazarim não se esgote no dia de Carnaval. Espero que, ao longo do ano, possa continuar a suscitar interesse dos visitan-tes e continuar a trazer gente a Lazarim e ao Douro”, concluiu.

No concelho de Lamego

Centro Interpretativo da Máscara Ibérica foi inaugurado em Lazarim

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O Centro Logístico, em Pinhel, recebe de 5 a 7 de Fevereiro a edição 2016 da Feira das Tradições e Actividades Económi-cas do Concelho, evento que este ano dá destaque ao ‘Granito Cinza de Pinhel’, uma das riquezas do concelho. O evento conta com exposições, tasquinhas, salão de vinhos, tradições e mui-ta animação, com destaque para os Xutos e Pontapés, que não actuavam em Pinhel desde 1998, bem como Mastiksoul e Sons do Minho.

Na apresentação do certame, o presidente da Câmara de Pi-nhel afirmou que os aspectos essenciais da Feira das Tradições para a atracção de visitantes “são os nossos produtos regionais” e “dar a conhecer cada uma das localidades do concelho”. “Essa é a nossa maior riqueza”, afirmou Rui Ventura.

O autarca referiu como um dado relevante para o sucesso do certame o “empenho de todos os que estão envolvidos na or-ganização da Feira, nomeadamente os pinhelenses e, em par-ticular, os presidentes das Juntas de Freguesia, porque fazem um esforço enorme para estarem presentes e para trazerem o melhor que cada uma delas tem”. “Como temos todo o concelho envolvido neste evento, o resultado só pode ser muito positivo”, sublinhou.

Rui Ventura mostrou-se também bastante satisfeito com a adesão ao evento dos empresários ligados à extracção e trans-formação de granito. “Vamos ter uma curiosidade muito inte-ressante no início da Feira, porque os nossos empresários estão empenhados em embelezar aquele local. Até na área comercial conseguimos dar um passo significativo e importante para o fu-turo”, destacou o autarca, que vê neste evento uma forma de relevar um sector que dá emprego a cerca de 250 pessoas.

“Esta é uma forma de homenagear quem trabalha nesta in-dústria de forma muito séria e dura e que cria riqueza. Temos que dar sinais aos empresários de que estamos com eles e a visita que fizemos a alguns é uma forma de reconhecer a sua contri-

buição para o desenvolvimento do nosso concelho”, afirmou o autarca, sublinhando o facto de haver empresários que têm a necessidade de aumentar a produção, “o que é um sinal posi-tivo”.

Integrado no programa da Feira das Tradições, terá lugar um seminário sobre o granito, “com profissionais a falar de empre-endedorismo”, naquilo que Rui Ventura define como “num espa-ço de reflexão” sobre o sector e para os empresários.

Um das notas relevantes é a necessidade de interacção das escolas com os empresários. “Aprendi que é de pequenino que se torce o pepino e por isso lancei um desafio a alguns empre-sários, que têm condições para o fazer, de receberem alunos das escolas e mostrar-lhe como se trabalha o granito. Deste modo, os jovens podem ganhar o gosto para no futuro trabalharem neste sector”, sustenta o autarca, lembrando que o concelho “tem 30 empresas na área da extracção e transformação de granito e é bom que os nossos jovens saibam disso e de onde vem a pedra com que foi construída a casa onde vivem. Este é um trabalho que tem que ser feito pelas escolas em parceria com os nossos empresários”.

Em 2015 a Feira das Tradições recebeu cerca de 40 mil visitan-tes, número que Rui Ventura quer ultrapassar. “Sou ambicioso e espero ultrapassar essa fasquia. A expectativa é sempre gran-de e, obviamente, os Xutos e Pontapés são cabeças de cartaz e acredito que atrairão muita gente a um espaço interior e muito agradável”.

O Centro Logístico vai receber mais uma empresa e por isso a necessidade de criar um novo espaço para a Feira. Rui Ventura reconhece que o certame vai ter que mudar de local, mas não se compromete. Certo é que em 2017 “vamos ter que alterar o fi-gurino da Feira” e, nesse sentido, “vamos trabalhar para criar um novo espaço, mas não posso dizer quando. Seguramente será o mais rápido possível”, referiu o autarca.

No Centro Logístico de Pinhel, de 5 a 7 de Fevereiro

Granito Cinza de Pinhel em destaque na Feira das Tradições

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Penalva do Castelo vai comemorar os 25 anos da Feira do Pastor e do Queijo, que este ano decorrerá no fim-de-semana de 13 e 14 de Fevereiro. O queijo e os produtos locais de qualidade, como o vinho do Dão, o azeite e a Maçã Bravo de Esmolfe vão estar em destaque num certame que tem como atracções, no plano de animação, Augusto Canário e Amigos e o programa Somos Portugal, da TVI.

Em entrevista à Gazeta Rural, o presidente da Câ-mara de Penalva do Castelo faz uma retrospectiva dos 25 anos, bem como a evolução da produção ao longo de duas décadas e meia. Francisco Carvalho adiantou que o primeiro dia da Feira será dedicado aos produtos da terra, enquanto o queijo ‘reinará’ durante o fim-de-semana.

O autarca mostrou-se também satisfeito com o regresso do Carnaval a Penalva, com um cortejo à moda antiga, na tarde do dia 7 de Fevereiro.

Gazeta Rural (GR): A Feira do Pastor e do Queijo vai comemorar 25 anos. Que balanço faz?

Francisco Carvalho (FC): Estes 25 anos poderão ser di-vididos em três etapas. A primeira, durante cerca de uma dé-cada, começou por ser um concurso, com atribuição de três prémios aos melhores queijos, com o ex-presidente Gabriel Costa a transformá-la numa feira do queijo. Já no mandato do Dr. Leonídio Monteiro passou a denominar-se Feira/Festa do Pastor e do Queijo. Deixou de haver o concurso e passou-se para um figurino de exposição e venda de queijo.

Há três anos, após tomarmos posse, decidimos dar-lhe uma nova dinâmica, pois o anterior figurino, entendo eu, estava es-gotado. Assim, transferimos a feira de sexta-feira para sábado e o ano passado para o domingo. Este ano, comemorando os 25 anos, vamos ter dois dias, durante o fim-de-semana. Tal como o ano passado, os expositores de queijo estarão dentro de uma tenda, com os stands com uma roupagem diferente, mais moderna e atractiva.

Entendemos que esta data deve ser assinalada, promovendo ainda mais os produtos endógenos do nosso concelho. A Fei-ra serve para divulgar o queijo, mas temos que olhar também para os outros produtos, como o vinho do Dão de Penalva, a maçã Bravo de Esmolfe, mas também o azeite, que, na minha opinião, já será a terceira riqueza do concelho. Queremos que os produtores de azeite também estejam presentes, bem como produtores de hortícolas, que estão a produzir em estufa.

GR: O primeiro dia da Feira é dedicado aos produtos da terra?

FC: Sim, no sábado vamos apostar nos produtos da terra e com muita animação. Neste aspecto, entendemos que deverí-amos ter um artista de cariz nacional, daí a aposta em Augusto Canários e Amigos, que actuarão entre as 15 e as 18 horas, de modo a que os visitantes tenham mais esse atractivo para vi-rem a Penalva.

A Festa do Queijo, diria assim, fica guardada para domingo, com a presença das entidades oficiais, com a prova oficial do queijo, marcada para o final da manhã. Porém, no sábado, ha-verá também exposição, prova e venda de queijo.

No domingo, teremos a presença da TVI, como o programa Somos Portugal. No primeiro ano tivemos a RTP, mas mudá-mos de canal, porque a feira passou para o domingo. O ano passado, com feira do domingo e com a TVI, tivemos mais de 10 mil visitantes. Este ano esperamos ultrapassar esta fasquia, pois estamos a promover melhor a nossa feira. No sábado, com o Augusto Canário, esperamos mais de seis mil pessoas. Diria que está tudo pronto para, de forma condigna, comemorarmos

Nos dias 13 e 14 de Fevereiro

Penalva do Castelo comemora 25 anos da Feira do Pastor e do Queijo

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os 25 anos e esperamos que seja a melhor Feira de sempre.

GR: Como olha a evolução do sector no concelho, ao longo destes 25 anos?

FC: Em termos de qualidade, penso que nunca se produziu tão bom queijo. Temos a noção que o público é mais exigente. Isso nota-se, por exemplo, no número de espanhóis (perto de uma centena por dia) que por via do acordo entre a Casa da Ín-sua e um grupo espanhol, estão diariamente em Penalva. Aliás, a lotação da Casa da Ínsua está esgotada até Abril. A autarquia só tem que aproveitar esta ‘dádiva’ e daí que estejamos a me-lhorar os nossos eventos, para que os turistas que nos visitam levem uma imagem diferente do nosso concelho. Queremos dar-lhes comodidades que lhes permitam por cá ficar o mais tempo possível e a partir daqui visitarem os concelhos vizinhos. Aliás, isso já se nota no sector da restauração e no comércio local. Há até alguns empresários que pensam em ampliar ou remodelar os espaços em virtude da presença dos turistas es-panhóis, porque os que nos visitam são pessoas de uma ex-tracto social elevado e com a vida feita.

É neste âmbito que os nossos produtores estão empenhados em melhorar cada vez mais a qualidade do queijo, pois já per-ceberam que há um mercado que não se importa de pagar bem por um bom produto.

GR: Há mais gente no sector?FC: Não há mais queijarias. Há um produtor que o entrega

o leite a queijarias fora do concelho e estou a fazer diligências no sentido de passar a entregá-lo a produtores de queijo de Penalva. Há mais leite, que pode potenciar maior produção de queijo.

Carnaval à Moda Antiga em Penalva do Castelo

GR: Penalva vai recuperar uma velha tradição, que é o Carnaval?

FC: Os munícipes e as associações muitas vezes puxam pelo presidente. Numa viagem que fiz com o pároco da Vila, este desafiou-se a promover o Carnaval em Penalva, onde já teve muita tradição. Reuni as associações locais e a paróquia e lan-cei-lhes esse desafio, pois o município não tem condições para organizar o carnaval, e houve um entusiasmo geral.

Pretendemos fazer um carnaval sem grandes custos, sem carros alegóricos ou crítica política, mas sim, envolvendo a pa-róquia e as associações, fazendo um carnaval à moda antiga, privilegiando o desfile das pessoas.

Convidei todos os presidentes de junta de Freguesia a envol-verem-se neste projecto e a resposta foi positiva. Neste mo-mento contamos com a participação de cerca de três dezenas de associações locais, para que ao início da tarde do dia 7 de Fevereiro saia um corso carnavalesco à moda antiga.

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Em apenas três anos, Vinhais, no Nordeste Transmontano, fez de uma antiga tradição uma nova atracção, soltando mil diabos que vão invadir novamente as ruas da vila transmontana, no sá-bado a seguir ao Carnaval.

A indumentária é garantida pela Câmara Municipal, que man-dou confeccionar mil fatos de flanela vermelha para o cortejo que sairá a 13 de Fevereiro no ritual e que fecha as festas de In-verno no Nordeste Transmontano.

Trata-se de um ritual associado à purificação e à mudança para a estação clara, como explicou hoje o vereador da Cultu-ra da Câmara de Vinhais, Roberto Afonso, que está a conquistar curiosos para participar e assistir.

Por um euro é possível vestir a pele do diabo, alugando um fato até o stock esgotar e participar nesta encenação “única” na região, segundo os responsáveis, associada à quarta-feira de cinzas. Nesse dia, era tradição saírem à rua a morte e o diabo que vão continuar a marcar presença na data numa festa que foi prolongada até ao sábado seguinte com os Mil Diabos à Solta.

O desfile começa depois da missa de imposição e cinzas e, ao

No sábado, dia 13 de Fevereiro a seguir ao Carnaval

Mil diabos à solta fecham as Festas de Inverno em Vinhais

longo do trajecto, serão recriados alguns quadros cénicos com a participação de cerca de 50 atores profissionais, que “ajudarão a quem esteja a ver e não conheça a tradição, a perceber o que é isto, porque é que naquele dia a morte anda na rua acompa-nhada de um exército de diabos e porque é que dão cinturadas às pessoas”.

Reza a tradição que as cinturadas servem para purificar neste ritual que será seguido de uma ceia dos diabos, acompanhado pelos gaiteiros de Vinhais e terminará com um concerto do gru-po de música tradicional mirandesa Galandum Galundaina.

A acompanhar os mil diabos à solta estará uma representa-ção gigante da morte construída pelos alunos do Agrupamento de Escolas de Vinhais, que, como disse o director, Ruy Correia, estão sempre disponíveis para ser parceiros na promoção das tradições locais.

Do espectáculo, que inclui também fogo-de-artifício, faz par-te também o ritual de destapar a cara da morte com uma garan-tia dos defensores desta tradição: “quem para o rosto da morte olhar, por mais um ano há de passar”.

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A Feira do Fumeiro de Vinhais, no distrito de Bragança, reser-va este ano uma homenagem ao porco que distingue o único fumeiro regional com todos os enchidos certificados, na pri-meira “Bísaro Pig Parade”.

Inspirada nas demonstrações de outras paragens com ou-tros animais, o evento será a surpresa do certame que leva já 36 anos e que, no fim e semana de Carnaval, entre 4 e 7 de Fe-vereiro, espera por cerca de 50 mil visitantes e tem para vender 40 toneladas de enchidos naquela que se reclama “Capital do Fumeiro”, no extremo do Nordeste Transmontano.

O programa foi apresentado em Vinhais, com a directora da feira, Carla Alves, a explicar que 20 artistas plásticos trans-montanos aceitaram o desafio de colorir outras tantas figuras de porcos em fibra de vidro, que serão a atracção desta feira do fumeiro e viajarão depois para exposição em concelhos vi-zinhos.

As 20 figuras vão ser mostradas no último dia no recinto na feira e no dia anterior, sábado, junto a outra novidade do con-celho, o novo Centro Interpretativo do Porco e do Fumeiro, um espaço museológico que será inaugurado nessa data num an-tigo solar que a Câmara de Vinhas recuperou para transformar num local de culto dos símbolos da estratégia económica do concelho.

No mesmo local passará a funcionar a sede da Associação Nacional de Criadores da Raça Bísara, que há 20 anos iniciou o processo de uma fileira que vai da criação dos animais de raça autóctone protegida em pocilgas certificadas, às cozinhas re-gionais, unidades industriais, aos enchidos com protecção co-munitário de Indicação Geográfica Protegida (IGP).

O salpicão é o rei do fumeiro de Vinhais, a 40 euros o quilo, mas os responsáveis estão apostados em valorizar outros pro-

De 4 a 7 de Fevereiro, com a primeira “Bísaro Pig Parade”

Feira de Vinhais vai homenagear a fonte da qualidade do fumeiro

dutos como o presunto e convidaram para esta feira um enten-dido para ajudar os produtores a encontrar técnicas de melhor colocar e vender o presunto no mercado.

O fumeiro faz parte da gastronomia local que tem pratos que se estão a perder-se e que o município quer recuperar com um concurso que pela primeira vez desafia a apresentar “sabores quase perdidos, sabores quase esquecidos” para iniciar um re-ceituário vinhaense.

Os produtores de fumeiro serão 70 entre os 500 exposito-res da feira que teve de recusar cerca de centena e meia de pedidos de participação, segundo a organização. A prioridade é dada aos expositores da região e no que toca ao fumeiro “a bandeira desta feira é a garantia de qualidade”, com os produ-tores a serem submetidos aos rigores de um regulamento.

Nesta feira há espaço para o tradicional com destaque tam-bém para os produtos gourmet, o artesanato e a restauração, e para outros negócios em volta do pavilhão principal do Par-que de Exposições de Vinhais.

Espectáculos musicais, exposições, concursos, colóquios, também fazem parte do programa daquela que é considerada pela organização “a grande festa do concelho de Vinhais” que chama os filhos da terra que se encontram fora, tal como épo-cas festivas como o Natal.

A capacidade hoteleira de Vinhais está esgotada e a procura estende-se também aos concelhos vizinhos de Bragança, Mi-randela e Macedo de Cavaleiros, segundo ainda a organização.

“São quatro dias marcantes”, como considerou o vice-presi-dente da Câmara de Vinhais, Luís Fernandes, sublinhando que o impacto do fumeiro é sentido ao longo de todo o ano como “motor de desenvolvimento económico do concelho”.

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O XIV Festival do Azeite e Fumeiro regressa a Proença-a--Velha no fim-de-semana de 6 e 7 de Fevereiro, dedicado à promoção dos melhores produtos da região, música e gastro-nomia.

O certame, que terá lugar no Núcleo Museológico do Azeite – Lagares de Proença-a-Velha, conta com dezenas de expo-sitores de produtos regionais, tasquinhas, animação infantil, arruadas, workshops, live cooking, demonstração da produção de enchido tradicional e o 8º Passeio de BTT “Rota do Azeite”.

Durante as tardes de sábado e domingo, a animação musical está a cargo de grupos do concelho de Idanha-a-Nova, agora com o título de Cidade Criativa da Música da UNESCO.

De destacar ainda a Grande Noite de Fados, no sábado, que conta com as vozes de António Pinto Bastos, Rita Inácio e Luís Caeiro, enquanto no domingo atua o conceituado artista Au-gusto Canário.

Outro dos atractivos deste festival é a gastronomia de ex-celência, naquele que foi eleito “o concelho mais saboroso de Portugal”, no duelo de sabores promovido pela RTP.

O Festival do Azeite e Fumeiro é organizado pelo Município de Idanha-a-Nova e pela Junta de Freguesia de Proença-a--Velha.

Em Proença-a-Velha, a 6 e 7 de Fevereiro

Festival do Azeite e Fumeiro com música e gastronomia

Em Arraiolos, o porco reina durante as “Semanas do Porco”, que começam a 6 de Fevereiro e prologam-se até dia 21 do mesmo mês. Ao todo são 18 restaurantes locais que dão a de-gustar os mais variados pratos de porco.

Às iguarias de porco apresentadas pelos restaurantes, como a típica Carne de Porco à Alentejana, Carne de Porco com Mi-gas, Lombo de Porco Assado ou Costeletas de Porco, juntam--se ainda os vinhos, os doces conventuais, os queijos e o mel, tudo produzido localmente.

Os restaurantes participantes da freguesia de Arraiolos são: Restaurante “A Horta”, Café Restaurante “O Alentejano”, “O Pelourinho”, o Restaurante “A Moagem”, “O Cantinho do Gio-vanni”, o Restaurante Típico “O Alpendre”, Café Snack Bar “O Gingão”, Restaurante tradicional “Veredas e Colinas”, Pousada “Nossa Senhora da Assunção”, “A Paragem” – Vinhos & Petis-cos, “Tasquinha do Chola”.

Na Freguesia de Sabugueiro Café “O Camponês”. S. Pedro da Gafanhoeira: Restaurante “O Parque”. S. Gregório: Café “O Telheiro” e em Vimieiro: Restaurante “Antiga Moagem”, “Novo Dia”, “Planície Dourada” e “Flor do Alentejo”.

A iniciativa é promovida pela Câmara de Arraiolos que du-rante todo o mês de Fevereiro pretende proporcionar aos visi-tantes que gostam de boa gastronomia a melhor gastronomia da cozinha alentejana com produtos arraiolenses.

De 6 a 21 de Fevereiro em 18 restaurantes locais

Porco reina na Semana Gastronómica de Arraiolos

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Dinamizar a economia local e atrair visitantes é o objecti-vo da XXIII Expo Estrela que decorrerá em Manteigas de 6 a 9 de Fevereiro, numa iniciativa da Câmara Municipal. O evento, com um investimento de cerca de 65 mil euros, terá os DAMA e Jorge Palma como cabeças de cartaz, sendo que este último vai actuar acompanhado por uma das bandas de música do concelho.

A Expor Estrela tem lugar no edifício da Praça Municipal de Manteigas e conta com 58 expositores das mais diferentes áreas, desde artesanato, comércio, indústria, serviços, gas-tronomia, associativismo, produtos locais, como o burel, mas também outras potencialidades do concelho, nomeadamente o seu património natural.

O certame ocorre na época do Carnaval, numa altura em que a região da Serra da estrela recebe muitos milhares de visitan-tes, com exposições, provas de queijo, muita animação e um desfile de Carnaval, entre outras iniciativas.

A grande novidade desta edição é a colocação de uma pista de gelo, que ficará instalada no terraço da Praça Municipal, e que será mais um polo de atracção ao evento. “Achamos que vai ser uma forma de o turista ‘visitar’ o frio directamente na Serra da Estrela”, afirmou o presidente da Câmara de Mantei-gas, referindo que o espaço terá uma cobertura transparente, estará iluminado durante a noite e terá música ambiente.

Para José Manuel Biscaia, com este evento, a autarquia pre-

De 6 e 9 de Fevereiro

Expo Estrela quer divulgar potencialidades e produtos autóctones de Manteigas

tende “fidelizar a atractividade de quem nos visita, de modo a que o Carnaval de Manteigas seja simultaneamente da Serra da Estrela, divulgue o concelho, mas também que se facilitem mercados e a vendas de produtos ligados às origens, nomea-damente os nossos produtos autóctones, e provocar anima-ção e dinamismo no nosso concelho”.

Manteigas quer, com a sua comemoração do Carnaval, “fa-zer da Serra um conjunto, pois não queremos que os concelhos de Seia, Gouveia e Celorico estejam fora da rota do Carnaval da Serra”, referiu o autarca.

Segundo José Manuel Biscaia, “a Serra da Estrela, que deixou ser uma região de turismo autónoma e está agora integrada na Turismo do Centro, tem condições para ter a sua marca, de ca-riz nacional e internacional e este é o nosso contributo”. Para o edil, Manteigas “pretende ser uma parte visível do carnaval da Serra da Estrela ou outras manifestações, como as Feiras do Queijo, que acontecem na região”.

No plano da animação do evento, estão agendados espec-táculos com Jorge Palma (dia 7), D.A.M.A. (dia 8) e a banda Boa União – Música Velha de Manteigas (dia 6). “Temos um pro-grama atractivo”, afirmou o autarca, que destacou o facto de Jorge Palma ir actuar acompanhado por uma das bandas de música de Manteigas, “o que demonstra que os nossos músicos estão a um nível que lhes permite actuar com um dos grandes nomes da música portuguesa”, realçou José Manuel Biscaia.

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Produzir o maior queijo de ovelha do mundo foi o desafio lançado pelo presidente da Câmara de Seia aos produtores do concelho, que irá ocorrer no dia 8, segunda-feira de Carnaval, durante a XXXVIII edição da Feira do Queijo, este ano alargada para quatro dias, de 6 a 9 de Fevereiro.

“O desafio que lancei, às unidades do concelho, é a produ-ção do maior queijo de ovelha, naquele que é mais um atrac-tivo do programa da feira”, afirmou o presidente da Câmara de Seia. “É um desafio grande para todos e, se tudo correr bem, iremos reafirmar a capacitação e a importância deste sector para economia do nosso concelho”, afirma Filipe Camelo, que se mostra “expectante e confiante” sobre o resultado final.

O certame, organizado pela Câmara de Seia, terá lugar no Mercado Municipal e área envolvente e procura promover o queijo, mas também os produtos endógenos do concelho.

Outras das novidades da edição deste ano foi a extensão do certame para quatro dias.

“Achámos que era conveniente”, justifica o autarca, pois “percebemos que há visitantes que demandam esta região, com um leque variado de eventos na sua agenda”, nomeada-mente

“o património natural da Serra da Estrela, mas também o património construído, como a rede de museus, mas também o que acontece, em paralelo, nos concelhos que connosco fazem fronteira e que acabam por gerar uma atractividade acrescida”.

Num breve olhar para o sector, Filipe Camelo sublinha a im-portância do mesmo para o concelho, que produz queijo Serra da Estrela DOP, queijo artesanal, mas também de produção industrial. “Temos 64 produtores, que estão associados e re-ferenciados, sendo alguns produtores de leite”. Na feira, para além de produtores artesanais, estarão presentes cerca de 30

Durante a Feira do Queijo, de 6 a 9 de Fevereiro

Seia quer produzir o maior queijo de ovelha do mundoqueijarias, sete unidades certificadas e cinco fábricas. O edil refere o aspecto económico do sector no concelho, existindo empresas com volumes de facturação anual perto dos 10 mi-lhões de euros.

Para o autarca de Seia “há diferentes formas de ver o sec-tor, começando por olhar para os pastores e vida que lhe está associada, muito dura, durante sete dias por semana, em que aquilo que é a realidade do trabalho, não é complacente com a destes profissionais”.

Filipe Camelo lembra o envelhecimento de quem trabalha no sector. “Este era um legado que passava de pais para filhos, em que a mulher do pastor era a queijeira, uma realidade que vai desaparecendo pelas razões que referi, mas também pelo ren-dimento associado e as regalias sociais”. Por isso, refere o au-tarca, “tem havido uma debanda que nos causa preocupação e que tem a ver com o despovoamento e o envelhecimento da população”. É que, acrescenta, “são os mais velhos que ainda vão acreditando no sector, mas o risco está nas gerações mais novas”.

Por outro lado, Filipe Camelo aponta a legislação aplicada à produção deste produto “como um factor que, do ponto de vista da persistência e resiliência de quem a ele está ligado, não tem ajudado a que este sector tenha evoluído”. “Conhecemos as condições em que a vida do pastor é desenvolvida, às vezes em áreas distantes das comunidades, muitas vezes sem elec-tricidade e outras condições básicas, geram complicações que os levam alguma desistir desta actividade”, refere o edil.

Filipe Camelo realçou, de uma forma geral, “a importância do queijo para a economia do concelho, que se associa a outros produtos como o vinho, o mel, o pão, o azeite, as frutas e o ca-brito que começam a entrar no mercado da certificação e que geram complementaridades e valor acrescentado”.

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O enoturismo, em Portugal, está “muito desorganizado”, sobretudo no funcionamento da maioria das rotas do vinho, afirmou o secretário-geral da Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV). “Infelizmente, nós estamos muito desorganizados na vertente do enoturismo, porque as rotas de vinhos que estavam instituídas eram 18 e não fun-cionam”, frisou José Arruda.

O secretário-geral da AMPV frisou que em muitas regiões do país “não existem associações de rotas” e o trabalho é feito pelos produtores. “Quem gere são as comissões viti-vinícolas. De facto, há aqui uma falha grande”, considerou, acrescentando: “Entendemos que o trabalho não pode ser feito só na vertente dos produtores do vinho. Eles são fun-damentais, são importantíssimos, mas o que nós defende-mos é que uma rota deve ser a promoção dos territórios e para isso é necessário ter a restauração, os turismos locais e os museus”.

O dirigente insistiu, a propósito, no interesse de pôr aque-les “parceiros a trabalhar em rede”. Na reunião promovida pela AMPV em Marco de Canavezes, com seis autarquias da região, presidida pelo autarca anfitrião, Manuel Morei-ra, participaram representantes dos municípios de Marco de Canaveses, Viana do Castelo, Barcelos, Ponte de Lima, Arcos de Valdevez e Melgaço.

A associação, que representa 57 municípios, fez um péri-

Alerta da Associação de Municípios Portugueses do Vinho

Enoturismo “está muito desorganizado” plo por várias regiões do país para apresentar o plano de ac-tividades para 2016, que vai terminar na Madeira e nos Aço-res. Questionado sobre o que está a ser feito para resolver as dificuldades que identificou no sector do enoturismo, José Arruda apontou o trabalho realizado com o Turismo de Por-tugal. “Estamos na fase de lançar o site e também no sentido de termos um público bem definido e delineado, incluindo a forma de apresentar, divulgar e vender o produto. Queremos trazer dinheiro para as economias locais”, exclamou.

Sobre a região dos vinhos verdes, onde o problema também existe, disse esperar na próxima assembleia da Associação das Rotas do Vinhos contar com a participação da comissão vitivinícola. “Queremos desafiar a trabalhar em conjunto este tema. Não faz sentido trabalhar cada um por seu lado, cada um com a sua quintinha”, observou, insistindo que “ao traba-lho que já é feito pelos produtores, gostaríamos de acrescen-tar o trabalho que os municípios já fazem, que é a promoção dos territórios. É nesse sentido que esperamos evoluir”.

O dirigente apontou como exemplo do que se pretende fazer a recente candidatura conjunta de Monção e Melgaço à Cidade Europeia do Vinho. “Eles não venceram essa can-didatura, mas fizeram um trabalho muito interessante, que foi juntar todos os parceiros à volta da candidatura, como o turismo, o mundo rural e os museus, defendendo uma estra-tégia de promoção”, declarou.

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Um vinho do Dão especial e único,

com cor, cheiro,

sabor e corpo,

eternamente jovem e apaixonado.

by Carlos Silva, AB Winemaker

[email protected]

amor é no Museu Nacional Grão Vasco

Apresentação do vinho:

14 de fevereiro 2016 · 18h

produtor apoios

Rolhas de excelência com design personalizado.

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O Museu Grão Vasco será o palco da apresentação de ‘Psi-que’ o primeiro vinho da empresa Amora Brava, com a assina-tura do enólogo Carlos Silva.

O projecto de Susana de Melo Abreu, ancorado por Carlos Silva, pretende ser inovador em todas as vertentes. “Eu e o Carlos crescemos entre vinhas e lagares”, afirmou a mentora à Gazeta Rural, mas “faltava o nosso vinho” e esse chama-se Psique e “só podia ser um vinho especial”.

Gazeta Rural (GR): Como nasceu a ideia de produzir vinho e como foi definido o perfil?

Susana de Melo Abreu (SMA): A produção de vinho de qualidade será de facto a principal área de trabalho da Amora Brava. Eu e o Carlos crescemos entre vinhas e lagares, ele no Dão, no Tourigo, e eu nos Vinhos Verdes, em Arcos de Valdevez.

Na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) tornamo-nos colegas e depois amigos. Hoje vivemos “no meio do vinho” e de toda a cultura enogastronómica. Faltava o nos-so vinho. A ideia de o fazer, muitas vezes sugerida por familia-res e amigos, sempre esteve presente. Estávamos a aguardar a altura certa, a explorar ideias e formas de o fazer bem. Chegou o momento. O Psique é apresentado este mês de Fevereiro. É a nossa primeira criação e só podia ser um vinho especial, di-ferente do que já existe. Numa viagem a Paris, deparamo-nos

Amora Brava apresenta novo vinho a 14 de Fevereiro, no Museu Grão Vasco

“Psique é a a nossa primeira criação e só podia ser um vinho especial”

com a estátua de Cúpido e Psique, de Antonio Canova, no Mu-seu do Louvre. Pensei de imediato: “Psique será o D.O.P. tinto mais romântico do Dão!”. É de facto um vinho com cor, cheiro, sabor e corpo, eternamente jovem e apaixonado.

GR: Disse que Psique é alma, ego, mente, vida e pra-zer. De todos estes adjectivos, em qual é que mais o enquadra e porquê?

SMA: Não são só adjectivos, são também sinónimos da pa-lavra. É a nossa alma! Somos pessoas com muito gosto pelo que fazemos. Esforçamo-nos por fazer cada vez melhor. De-dicamos corpo e alma aos nossos projectos. A partir de agora, Psique tem o nosso rosto.

GR: Há um conjunto de pormenores que o diferenciam, desde o rótulo, à rolha, até a escolha da garrafa. O que a levou a esta aposta?

SMA: Em primeiro lugar, não consigo trabalhar de outra maneira. Não foi por acaso que frequentei cursos de desenho, nomeadamente na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP) e concluí o primeiro ano do curso de arqui-tectura da Universidade Católica Portuguesa (UCP) em Viseu.

O Carlos produziu o vinho e eu fui provando e dando a minha opinião. Logo na realização do logótipo, tive necessidade de

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procurar um designer com quem me identificasse, diferente e de reconhecido valor. Queria trabalhar as minhas ideias com uma pessoa que tivesse a mesma linguagem. Encontrei-a na minha terra-mãe, o Porto. Sem um bom design não consegui-mos conquistar pessoas.

A imagem leva-nos ao impulso de experimentar e voltar a comprar. O conhecimento também, mas atinge um público-al-vo menor. Uma boa imagem, limpa e diferente, transmite a boa estrutura de uma empresa. Para uma empresa que está a co-meçar a sua actividade é uma ferramenta cara, mas essencial.

O mesmo acontece com a cápsula e com a garrafa. Esta última foi escolhida pensando na forma da flecha do Cúpido, também representada na cápsula. Trata-se de uma borgonha invulgar, cujo vidro tem a tonalidade certa que combina com o tudo o resto.

A rolha, por sua vez, escondida no gargalo da garrafa vai ser a “amora no topo do bolo”. Foi descoberta na International Enological and Bottling Equipment Exhibition (SIMEI), em Mi-lão, e será a Amora Brava a representá-la em Portugal. Psique é o primeiro vinho com a melhor rolha sintética do mercado, presente nas principais marcas mundiais em vinhos de topo. A única com design personalizado.

GR: O lançamento vai ser no Dia dos Namorados. Porquê?

SMA: É um dia muito especial para todos. O dia em que es-peramos saborear um bom vinho em boa companhia, à espera de mais surpresas. A Amora Brava foi ter com o Museu Nacional Grão Vasco (MNGV) e o “Amor é no Museu” com Psique, dia 14 de Fevereiro às 18 horas. Uma surpresa para Viseu, para quem quiser estar connosco.

GR: A aposta da empresa é na criação e comercia-lização, nomeadamente no estrangeiro, dos melhores vinhos do Dão. Tendo em conta a quantidade de empre-sas e rótulos em que é que a Amora Brava pretende diferenciar-se?

SMA: Portugal e o Dão em particular têm cada vez mais empresas de excelência, mas ainda há muito por fazer em viti-vinicultura e enoturismo. As empresas devem ter qualidade em todas as suas valências. É o que a Amora Brava pretende.

Não podemos ter um bom vinho e um mau design ou vice--versa. Não podemos ficar com um produto excelente em casa, porque não o sabemos comercializar. Não podemos receber as pessoas na nossa adega e não ter copos apropriados para

“Psique” visto pelo criadorPsique é, como já tinha referido, um vinho que expressa a minha paixão pela enologia. É um

D.O.C. Dão autêntico e firme, vinificado com Touriga Nacional e Alfrocheiro, castas tintas que melhor exprimem a região. É um vinho vivo, de cor rubi profunda, muito elegante e com mine-ralidade. Possui aroma delicado e complexo, com notas de amora brava, violeta, bergamota e especiarias, aliadas às fragrâncias dos bosques que nos rodeiam. Encontra-se ainda madeira muito discreta e bem integrada. É um vinho cheio, aveludado, com taninos de óptima qualida-de, agradável acidez e sabor persistente. Pode ser guardado, melhorando ao longo da sua vida. Neste São Valentim sugiro que o prove com chocolate.

Carlos Silva (Enólogo)

a degustação dos vinhos, etc. Temos que investir em pessoas com valor. Aprender com empresas já bem implementadas e dispostas a ensinar. Dar oportunidade a quem pode fazer cres-cer uma região.

GR: Depois deste vinho tinto, qual o próximo lança-mento?

SMA: Ainda não posso revelar as nossas ideias futuras. Só posso dizer que serão tão ou mais especiais que esta.

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A Câmara Municipal de Vidigueira vai organizar, entre 24 e 27 de Março, a segunda edição do evento “Vidigueira Branco – Feira do Vinho e do Cante” que pretende promover os vinhos da sub-região vitivinícola de Vidigueira, o azeite, o cante alen-tejano e a gastronomia tradicional.

Contribuir para o fortalecimento da atractividade turística do concelho; promover a excelência produtiva do território no domínio da produção vitivinícola; divulgar os vinhos da sub--região vitivinícola, em especial os brancos e a casta Antão Vaz; dignificar o cante alentejano como factor de promoção da cultura alentejana e promover as tradições da gastronomia mediterrânica e das migas em particular, são os principais ob-jectivos a alcançar com a realização do “Vidigueira Branco”.

A excelência dos produtos do concelho e o potencial de afir-mação e reconhecimento que os sectores do vinho e do azeite já alcançaram pode ser estendido a outros domínios produti-vos. É nesse sentido que este evento integra também uma Rota do Azeite e do Vinho, uma Mostra de Pão e Doçaria Tradicional e um Festival Gastronómico de Migas. Do programa irá fazer parte exposição e venda de produtos agroalimentares, ateliês de pão, showcooking, provas de vinho e espectáculos musicais e de animação.

De 24 e 27 de Março

Vidigueira homenageia o vinho e o cante alentejano

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A Adega de Cantanhede anunciou o fecho de 2015 com um vo-lume de negócios acima dos cinco milhões de euros, tendo entra-do no top 100 dos melhores produtores de vinhos mundiais.

Em nota de imprensa, a Adega de Cantanhede afirma que “o percurso percorrido pelos seus vinhos e o reconhecimento internacional que vem alcançando” resultou na inclusão no Top 100 dos Melhores Produtores de Vinhos a nível Mundial em 2015, ranking da responsabilidade de uma associação que congrega a nível mundial jornalistas e escritores do sector vi-tivinícola (WAWWJ).

A Adega de Cantanhede é uma das sete sociedades vitivi-nícolas nacionais a integrarem aquela lista, na 95.ª posição, liderada pela também portuguesa Sogrape. Outro ranking da WAWWJ coloca Portugal, em 2015, no sexto lugar entre 62 países produtores de vinhos (atrás dos EUA, que lidera, Fran-ça, Espanha, Itália e Austrália), com um total de 2.032 prémios em 22 concursos e dois vinhos do ano entre os 100 melhores.

Assumindo-se como o maior produtor de vinhos da região da Bairrada e líder de mercado nas vendas de vinhos Deno-

No top 100 dos melhores produtores de vinhos mundiais

Adega de Cantanhede fechou 2015 com negócios acima de cinco milhões

minação de Origem Controlada (DOC) Bairrada e Indicação Geográfica Beira Atlântico, a sociedade de Cantanhede sus-tenta que 2015 foi um ano de reforço na promoção dos vinhos da Bairrada, quer a nível nacional quer internacional, “não só pela presença dos seus vinhos nos principais canais de dis-tribuição nacionais, mas também além-fronteiras, em mais de 20 países, com destaque para mercados como o Canadá, EUA, Brasil, Japão, China, Alemanha, Finlândia, Suíça e Fran-ça, entre outros”.

Lembra ainda que a colaboração dada ao projecto Baga Bairrada, uma nova categoria de espumantes cujo primeiro produto foi lançado em Julho de 2015, ano em que os vinhos e espumantes da Bairrada alcançaram 60 prémios em Portugal e no estrangeiro, “somando desde 2010 mais de 250 prémios acumulados”.

“A esta qualidade não é alheio o trabalho desenvolvido pelo enólogo Osvaldo Amado, sob a batuta do qual tem sido dirigida a enologia da Adega de Cantanhede desde 2011”, adiantam.

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O Vinho Callum foi apresentado num jantar que juntou os mentores do projecto, produtores locais e convidados, como Adelina Martins, Directora Regional da Agricultura, João Car-valho, presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior, o enólogo Pedro Teixeira, o historiador Leonel Azeve-do e o presidente da Câmara de Oleiros, Fernando Jorge.

Neste jantar, o principal objectivo foi juntar os 54 produtores que venderam as uvas, no sentido de provarem o vinho que daí surgiu. Domingos Tiodósio e Sérgio Nunes são dois jovens que procuram dinamizar a casta Callum e conseguir um vinho de qualidade com uma identidade única. Perante os convidados, afirmaram que os próximos desafios passam pela certificação, pela constituição de marca e eventualmente a criação da As-sociação do Vinho Callum. O agradecimento ficou feito espe-cialmente aos produtores e também ao presidente da Câmara de Oleiros que os desafiou a abraçar esta ideia.

Fernando Jorge apelou à plantação de videiras, que pode ser inclusive uma mais-valia para os produtores. O autarca gos-tava de ver Oleiros como um polo de desenvolvimento não só do cabrito estonado mas também do Callum através de jovens como Domingos e Sérgio que apostaram no concelho. “Acre-dito que o vinho Callum pode ser um projecto de sucesso e uma fonte de riqueza”, finaliza.

Para Adelina Martins “é este tipo de mais-valias que tornam o território mais atractivo”, enquanto João Carvalho enalteceu que o Vinho Callum “já percorreu um grande caminho, tendo em conta que este é um trabalho que leva muitos anos”. Co-nhecedor de uma vasta quantidade de vinhos verdes, o pre-sidente da Comissão Vitivinícola considera que “no aroma é o melhor!” e que este “é um vinho verde de alta qualidade”. Ter-minou dizendo que é importante que “um dia, sem ler o rótulo, se consiga dizer que é de Oleiros”.

O enólogo Pedro Teixeira, envolvido no projecto desde o iní-cio, afirma que este foi um vinho conseguido através do pro-cesso de vinificação tradicional. Com notas citrinas e florais, acidez equilibrada e persistente. Terminou dizendo que este vinho “é um diamante em bruto com potencial para exportar”.

Tendo como certo que este é um vinho que não pode com-petir em termos de quantidade, a finalidade é que se faça em qualidade, o que pode até estimular a economia local. A apre-ciação geral foi a de um vinho “muito bem conseguido e que tem potencial para revitalizar a produção do mesmo”.

De relembrar que “Callum”, é o nome de uma casta de uvas característica de Oleiros, que dá origem a um vinho branco/verde de baixo teor alcoólico e de sabor intenso. Estas videiras resistiram à filoxera, a grande praga que invadiu a Europa no século XIX e por isso o Callum é considerado um vinho histó-rico.

Jantar em Oleiros juntou entidades e produtores locais

Vinho Callum “pode ser um projecto de sucesso e uma fonte de riqueza”

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Produtor de vinhos no concelho da Azambuja

Quinta da Lapa assinala 500 anos de Santa Teresa d`Ávila com um vinho topo de gama

A Quinta da Lapa, produtor de vinhos no concelho da Azambu-ja, acaba de lançar o Homenagem a Santa Teresa d’Ávila Reserva 2013, um novo vinho que surge no ano em que se celebram os 500 anos do seu nascimento.

Produzido a partir de uvas seleccionadas das castas Syrah, Touriga Nacional, Merlot e Cabernet Sauvignon, a Homenagem a Santa Teresa d’Ávila tem notas de madeira, taninos firmes e uma equilibrada acidez. Foram produzidas cerca de 5000 garrafas e o rótulo ilustra o poema de Santa Teresa patente no registo inau-gural da casa.

Uma localização extraordinária

A Quinta da Lapa foi fundada em 1733, numa localização única, nas melhores terras escolhidas, entre as férteis colinas a leste da serra de Montejunto numa zona que faz hoje parte da região vi-tivinícola do Tejo, uma das denominações mais dinâmicas e pro-missoras do panorama vinícola português.

D. Lourenço de Almeida, o seu fundador e impulsionador, era um homem da nobreza cheio de poder e influência - membro do Conselho de Estado, anteriormente governador dos estados de Pernambuco e Minas Gerais no auge do garimpo de ouro que tan-ta riqueza arrecadou para a Coroa Portuguesa. Com a sua visão empreendedora projectou fornecer a então próspera e animada cidade de Lisboa com vinhos de grande qualidade. Para tal, edifi-cou no topo de uma elevação na sua vasta propriedade, uma casa nobre com a sua capela, dependências agrícolas e uma adega.

Um terroir único

O seu “terroir” único confere aos vinhos Quinta da Lapa uma personalidade que os diferencia pela sua grande frescura e po-tencial de envelhecimento. Em 1989, com a actual família pro-prietária, a Quinta foi totalmente remodelada e modernizada com uma nova adega, as vinhas replantadas com castas tradicionais autóctones como as tintas Castelão, Aragonês, Trincadeira e Touriga Nacional ou as brancas Arinto e a rara Tamarez. Foram também seleccionadas as melhores castas internacionais como a Syrah, Cabernet Sauvignon ou o Merlot.

Anos mais tarde, restaurou a casa datada de 1756, adaptando--a para receber hóspedes num ambiente confortável e luxuoso, preservando a traça antiga e a riqueza patrimonial, nomeada-mente a capela e o rico painel de azulejos alusivo a N.S. da Con-ceição da Lapa.

Como corolário de todo este aturado trabalho, os vinhos da Quinta da Lapa vêm ganhando destaque e reconhecimento nos últimos anos conquistando prémios nacionais e internacionais. Em 2010, no Concurso Nacional de Vinhos Engarrafados, o Quinta da Lapa Reserva 2008, foi considerado o melhor vinho do con-curso, e galardoado com uma medalha Prestígio.

A empresa exporta vinhos para, entre outros mercados, os Es-tados Unidos, Angola, Alemanha, Bélgica, República Checa, Letó-nia, China, Taiwan e Japão. A produção anual ronda aproximada-mente 200 000 garrafas.

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Nos dias 10 e 11 de Fevereiro irá decorrer o VII Concurso de Vinhos Engarrafados do Tejo (C.V.E.T.), concurso organizado pela Comissão Vitivinícola Regional do Tejo, como já vem sen-do hábito desde 2010.

Este ano o concurso terá lugar no Museu Rural e do Vinho do Cartaxo, já que a CVR Tejo conta mais uma vez com o apoio da Câmara Municipal do Cartaxo, tendo também como parceiro a Confraria Enófila de Nossa Senhora do Tejo.

Tendo como principal objectivo promover os Vinhos do Tejo no seu todo, o C.V.E.T. também foi pensado para estimular a produção de vinhos de qualidade, dar a conhecer aos con-sumidores os melhores vinhos produzidos na região, assim como para desenvolver acções promocionais de destaque, em Portugal e no estrangeiro, dos vinhos com as melhores ava-liações. Esta sétima edição conta com dois jurados especiais, os sommeliers Tomasz kolecki-Majewicz, da Polónia, e Sebas-tian Bordthäuser, da Alemanha, ambos Embaixadores Vinhos do Tejo nos respectivos mercados. Na Gala Vinhos do Tejo, a realizar-se dia 5 de Março, serão anunciados os resultados do concurso.

A realização do VII Concurso de Vinhos Engarrafados do Tejo é mais uma prova do compromisso e do empenho da CVR Tejo em levar os seus vinhos e produtores mais longe, valorizando--os, conferindo-lhes potencial e promovendo acções que contribuam para a sua expansão.

A 10 e 11 de Fevereiro

CVR Tejo promove VII Concurso de Vinhos Engarrafados

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A Associação Nacional dos Pro-dutores de Milho e Sorgo (Anpro-mis) organiza a 18 de Fevereiro, o VIII Colóquio Nacional do Milho, em cola-

boração com o Governo Regional do Açores e a Associação Agrícola de São Miguel, no Hotel Açores Atlântico, em Ponta Delgada.

Especialistas nacionais e internacionais vão analisar e deba-ter temas de extrema importância para a economia nacional e regional, como os Mercados Mundiais do Leite e do Milho Grão e os Desafios Técnicos da Produção de Milho Silagem em Por-tugal.

O Colóquio Nacional do Milho, que se realiza pela primeira vez na Região Autónoma dos Açores, reúne anualmente várias centenas de participantes, entre agricultores, entidades ofi-ciais e especialistas do sector.

“A escolha dos Açores para a realização do VIII Colóquio Nacional do Milho constitui uma aposta da ANPROMIS, dado ser uma região onde a área de milho tem crescido nos últimos anos, desempenhando um papel fundamental como base da alimentação do efectivo leiteiro local. Por outro lado, tendo em conta os desafios que as Fileiras nacional e regional do milho e do leite enfrentam, neste período de grandes incertezas, julga-mos que é fundamental existir uma união de esforços de todos os agentes envolvidos, com vista ao reforço da competitivida-de da nossa actividade enquanto produtores”, afirma Luís Vas-concellos e Souza, presidente da Anpromis.

No entender do Secretário Regional de Agricultura e Am-biente, Luís Neto Viveiros, “em boa hora decidiu a Anpromis realizar nos Açores o Colóquio Nacional do Milho. Nesta opor-tunidade, relevo a importância da cultura do milho para o au-to-abastecimento das explorações agro-pecuárias açorianas, constituindo-se como um factor redutor da dependência do exterior e dos custos de produção, e que potencia a capacida-de produtiva, particularmente no âmbito da produção leiteira. Recordo que os Açores asseguram cerca de 30% da produção nacional de leite em apenas pouco mais de 2% do seu terri-tório. É pois naturalmente e com todo o interesse e empenho que o Governo dos Açores se associa a esta iniciativa, fazendo desde já votos de boas vindas e de um profícuo trabalho”.

Também Jorge Rita, presidente da Associação Agrícola de São Miguel e da Federação Agrícola dos Açores, considera que este Colóquio “será um grande evento para os agricultores dos Açores, pela oportunidade que terão de debater temas de interesse com pessoas e entidades do sector do milho a nível nacional e internacional, o que certamente ajudará a potenciar a fileira açoriana do milho, que nos últimos anos registou um crescimento substancial”.

No dia 18 de Fevereiro, em Ponta Delgada

Açores recebe VIII Colóquio Nacional do Milho

Milho é catalisador da economia açoriana

O Colóquio fará uma análise da situação actual e das pers-pectivas futuras do Mercado Mundial do Leite, cerca de um ano após o fim do regime das quotas leiteiras, medida comunitá-ria que tornou a situação dos produtores portugueses parti-cularmente vulnerável. Só na Região Autónoma dos Açores, estima-se que os produtores de leite tenham perdido cerca de 30 milhões de euros, em 2015, por via do fim das quotas e con-sequente desvalorização dos preços do leite.

Neste contexto, o Governo Regional dos Açores anunciou um pacote de medidas no valor global de cerca de 5 milhões de euros destinados a apoiar os agricultores açorianos, que in-clui um plano de reestruturação do sector leiteiro, com apoios à saída da actividade dos produtores de leite, incentivando o rejuvenescimento e emparcelamento do sector, bem como a comparticipação dos custos financeiros do endividamento contraído pelos agricultores açorianos junto da banca, e, ain-da, o reforço do prémio à vaca leiteira em 2015, que passa a ser de 190 euros em todas as ilhas, numa medida extensiva a 2016.

“Sabendo que por si só esta medida não resolve o problema de sector leiteiro, é, no entanto, uma ajuda interessante que beneficiará cerca de 80% dos agricultores dos Açores”, con-sidera Jorge Rita, sublinhando a urgência de uma estratégia de promoção do leite de origem nacional e regional, tanto em Portugal como nos mercados externos. O aumento das expor-tações de leite é um desígnio para os agricultores da região que “deve ser trabalhado de forma persistente e consisten-te no sentido de conquistar novos mercados que valorizem a excelência do nosso leite e derivados”, conclui o responsável associativo.

Na campanha de 2015 cultivou-se no Arquipélago dos Aço-res mais de 11 mil hectares de milho para silagem, indicador bem demonstrativo da importância que a cultura tem na Re-gião, constituindo-se como um importante catalisador da sua economia. O sector do leite representa 75% do valor da agri-cultura açoriana.

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Vila Nova de Foz Côa vai realizar, de 26 de Fevereiro a 13 de Março, a trigésima quinta edição da Festa da Amendoeira em Flor e dos Patrimónios Mundiais. Desde a primeira edição, que a sua concretização tem vindo a ser assegurada pelo asso-ciativismo local e pelo município de Foz Côa. Para a capital da Amendoeira em Flor, esta iniciativa é encarada como um dos pontos altos da vida sociocultural desta região.

O concelho de Vila Nova de Foz Côa, nesta altura do ano, veste-se com um manto branco e rosa, como que antecipando a primavera. As gentes de Foz côa preparam-se para receber milhares de turistas, provocando, naturalmente, o contacto com os valores etnográficos e culturais desta região, com a sua história e com a narração de uma tradição das vontades das gentes durienses.

Numa programação equilibrada e diversificada, conjuga-se a espectacularidade musical, local e nacional, com as feiras, exposições, visitas às quintas e museu do Côa, torneios des-

Fe 26 de Fevereiro a 13 de Março,

Vila Nova de Foz Côa promove Festa da Amendoeira em Flor

e dos Patrimónios Mundiaisportivos, montarias, passeios pedestres e de cicloturismo, free style motards e animações de rua.

Acredita-se e aposta-se na valorização do tecido empre-sarial e, por isso mesmo, em parceria com a Associação Co-mercial e Industrial de Vila Nova de Foz Côa, irá decorrer no pavilhão de exposições e feiras, entre 26 e 28 de Fevereiro, a EXPOCÔA.

No último domingo, a 13 de Março, decorrerá o tradicional desfile etnográfico. Esta pérola do certame provoca ano após ano rios de nostalgia, pois evoca a memória dos nossos ante-passados.

Emblematicamente, as gravuras do Vale do Côa e as paisa-gens do Alto Douro Vinhateiro são neste território caso único. Estas festividades permitem ao município de Foz Côa afirmar--se definitivamente como capital a Amendoeira em Flor e o in-vestimento realizado consolida o rótulo “Foz Côa: um concelho dois patrimónios mundiais”.

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A serra do Marão vai unir os seis municípios que a rodeiam em projectos de protecção contra incêndios, reflorestação e dinamização do turismo da natureza com vista ao desenvolvi-mento comum dos concelhos.

“O que se pretende é desenvolver um projecto conjunto para a serra do Marão, na sua totalidade, de maneira a que todas as intervenções sejam complementares e não concorrenciais”, afirmou o presidente da Câmara de Santa Marta de Penaguião, Luís Machado, que lidera o processo.

Os autarcas de Santa Marta de Penaguião, Vila Real, Peso da Régua e Mesão Frio, todos do distrito de Vila Real, e Baião e Amarante, distrito do Porto, subiram ao alto da serra do Marão onde assinaram um protocolo que os vai unir.

Luís Machado sublinhou que um dos “primeiros objectivos” é a protecção da floresta contra incêndios e a reflorestação da serra. Depois, continuou, a ideia é ainda “explorar todos os produtos endógenos da serra, a dinamização do turismo de natureza, tendo em conta as potencialidades nessa área, nomeadamente a paisagem, trilhos, gastronomia e a biodi-versidade”. “Fazermos uma intervenção conjunta de maneira a termos o maior sucesso e a criar riqueza para todos, nomea-damente os que vivem nas aldeias serranas”, frisou.

Luís Machado salientou que este protocolo tem como ob-jectivo ajudar a fixar as pessoas, nomeadamente os mais jo-vens, que já vivem nestes territórios e criar condições para que

Autarcas subiram ao alto da serra onde assinaram o protocolo

Serra do Marão une seis municípios em projectos de reflorestação e turismo

outros também se instalem lá. E esta é, na sua opinião, uma serra de oportunidades e potencialidades. Com 1415 metros de altitude, o Marão é a sexta maior elevação de Portugal Conti-nental. Possui ainda uma grande mancha florestal e, na zona cimeira, está instalada uma capela onde todos os anos se faz uma festa em honra da Senhora da Serra.

O autarca elencou como potencialidades a plantação de pi-nheiro e a exploração de resina, ainda a produção de castanha ou a apicultura, a pastorícia, a gastronomia e o alojamento lo-cal, e o turismo da natureza que já atrai muitos à serra para ca-minhadas, corridas e até observação de aves. “Tudo isto pode ser um potencial para as aldeias serranas e os concelhos”, sa-lientou.

Todos os municípios possuem ligação ao alto da serra atra-vés de estradões de terra batida, mas existe apenas uma es-trada alcatroada que se encontra em más condições, cheia de buracos, é íngreme e estreita e tem dividido os autarcas sobre as responsabilidades na sua requalificação. “Estou convicto e aliás já foi tema de discussão nas reuniões preparatórias e é pacífico. Cada município vai assumir a responsabilidade na sua área territorial. Nós, Vila Real e Amarante, em conjunto, vamos requalificar aquele espaço para que o acesso à zona alta da serra seja mais fácil e seguro”, garantiu o presidente de Santa Marta de Penaguião.

Fonte: Lusa

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O mês de Fevereiro vai levar as sessões de divulgação do ne-gócio do Pistácio ao Alentejo profundo. Os concelhos de Mou-ra, dia 8, e de Barrancos, dia 9, foram escolhidos para começar a divulgar um investimento que pretende travar a desertifica-ção do interior do país, dinamizar a economia local e regional, criar riqueza e emprego.

Recentemente entrou em actividade a Fruystach, um novo projecto empresarial, iniciativa da consultora agrícola, líder de mercado, Espaço Visual – Consultores de Engenharia Agronó-mica.

A ideia é privilegiar as zonas do interior de Portugal, mais deprimidas e onde o clima é mais adequado à cultura do pis-tácio (frio no Inverno e muito quente no Verão), para produzir e exportar este fruto, contribuindo para gerar mais riqueza na região.

A Espaço Visual é uma empresa que já potenciou outros ne-gócios no país na área agrícola dos pequenos frutos – mirtilo, morango, framboesa, amora e kiwi -, e que aposta agora em toda faixa interior de Portugal, desde Bragança a Beja, para promover a produção em larga escala de pistácio.

José Martino, CEO da Espaço Visual, quer arrancar já com

Moura e Barrancos com sessões públicas de divulgação

Alentejo aposta no Pistácio para criar emprego e fixar pessoas

as primeiras plantações, com a perspectiva de chegar em dois anos a mais de 3.000 hectares de uma cultura praticamente inexistentes em Portugal. Trata-se de um negócio altamente rentável, que implica um baixo investimento e baixos custos de produção. Para o efeito foi constituída a primeira organização de produtores de pistácio, em Portugal, que, além da comer-cialização e distribuição, dará assistência técnica aos associa-dos.

José Martino garante que o escoamento da produção está assegurado para a União Europeia, onde a procura supera em muito a oferta. Na perspectiva do CEO da Espaço Visual, para suprir as necessidades dos mercados da União Europeia será necessário plantar mais 120 mil hectares.

Os frutos secos estão na moda, pelos benefícios para a saú-de, pelo que José Martino defende que o pistácio é uma opor-tunidade única para dar dinâmica económica a regiões depri-midas.

Nas contas deste especialista, o pistácio pode gerar, em ple-na produção, um rendimento superior a 10 mil euros por hecta-re. Para José Martino, não há muitas actividades na agricultura que se aproximem desta cultura em regadio.

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Mais uma vez, a qualidade do azeite valpacense foi reconhe-cida. O Azeite Rosmaninho Premium está entre os 20 melhores azeites do mundo, após conquistar mais um honroso segun-do lugar no ranking (95 pontos) e primeiro lugar na catego-ria qualidade-preço a constar no Livro FLOS OLEI 2016, uma publicação italiana que concentra os melhores dos melhores.

O Município de Valpaços congratula-se por mais esta con-quista e continua a sua aposta na promoção dos produtos de excelência do concelho. De destacar o papel da Cooperati-va dos Olivicultores de Valpaços, a mais medalhada do país, que consegue sensibilizar os seus mais de 2500 sócios para o cumprimento das regras estabelecidas, e alcançar mais de duas dezenas de prémios, ano após ano, nos mais prestigiados concursos nacionais e internacionais.

O Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra – Prémio Ovibeja já atingiu o topo do “The World’s Best Olive Oils”, um ranking criado pelo alemão Heiko Schmidt, considerado um guru de renome mundial em matéria de azeite.

O Prémio Ovibeja obteve o primeiro lugar, ex aequo, com o prestigiado “Mário Solinas”, organizado pelo Conselho Oleíco-la Internacional (COI), entre 16 concursos internacionais de vá-rios países, como Espanha, Itália, Chile, Japão, Estados Unidos, Suíça e China.

Este concurso cumpre as normas recomendadas pelo COI onde se destacam os requisitos para apresentação e selecção das amostras de azeite, a classificação através de uma análise química e análise organoléptica efectuada por um painel de provadores. Faz ainda parte das regras que os azeites virgem extra sejam provenientes de um lote homogéneo de um míni-mo de 3.000 litros.

Já na sexta edição, o Concurso passará a designar-se Pré-mio CA Ovibeja tendo o Crédito Agrícola como patrocinador exclusivo. As inscrições e recepção de amostras de azeite es-tão abertas até 26 de Fevereiro. Os azeites seleccionados – os melhores do mundo – vão ser provados, em primeira mão, pelos visitantes da XXXIII Ovibeja que se realiza de 21 a 25 de Abril. A organização do Concurso pertence à ACOS – Associa-ção de Agricultores do Sul em parceria com a Casa do Azeite.

Produzido pela Cooperativa dos Olivicultores de Valpaços

Azeite Rosmaninho Premium está entre

os 20 melhores azeites do mundo

Passará a designar-se Prémio CA Ovibeja

Concurso de Azeites Prémio Ovibeja

atingiu o primeiro lugar no “The World’s Best Olive Oils”

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A Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira foi pequena para receber os participantes do V Encontro Nacional de Produtores de Mirtilo, com mais de duas centenas a marcarem presença, num dia em que foram abordados vários temas

Encontro decorreu em Santa Maria da Feira

Organização da fileira e comercialização são preocupações dos produtores de mirtilo

que nesta altura preocupam os produtores. O interesse foi tal, que a organização teve que recusar inscrições, porque a lotação do local do encontro foi rapidamente preen-chida.

Foram dois dias de conhecimento e troca de experiências entre produtores, técnicos e outros agentes ligados a esta fileira, num encontro com testemunhos de produtores, nomeadamente a organização da fileira e a comercialização, mas também questões de interesse geral sobre a cultura do mirtilo, nomeadamente a rega e fertirrega, fertili-zação, pragas e doença.

Entre os vários oradores convidados, destaque para o espanhol Juan Carlos Gar-cia, cuja apresentação foi uma das que mais interesse despertou, que partilhou a sua experiência cooperativa com produtores da região de Huelva. O Encontro terminou com a visita a três pomares de mirtilos nas zonas de Romariz (Santa Maria da Feira) e Avanca (Estarreja).

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Uma antiga casa de pastores, em Manteigas, foi transfor-mada numa unidade de turismo rural. A Serra Vale – House & Nature abriu no passado mês de Novembro e é uma iniciativa do casal Miguel e Elsa Serra, num projecto multidisciplinar, as-sente em quatro vertentes: Casa de Campo; Sabores e Saberes; Arte e Chá e Trilhos e Fotografia.

A casa possui duas suítes e dois quartos, decorados num estilo moderno e acolhedor, com temas alusivos às quatro es-tações do ano na Serra da Estrela, - Cântaros (Inverno); La-goa da Paixão (Verão); Faias de S. Lourenço (Outono) e Vale Glaciar do Zêzere (Primavera), - bem como textos nas paredes que enquadram cada um dos temas.

No salão de entrada os visitantes podem apreciar o arte-sanato local, como artigos de lã e burel, e os produtos locais, como mel e compotas, bem com espaço para exposições, onde os artistas podem expor as suas obras. Actualmente no espaço há uma exposição de fotografias de Miguel Serra.

A ocupação da nova unidade de Turismo em Espaço Rural tem sido boa, já com a lotação esgotada para o período de Carnaval e já com reservas para os meses de Maio a Agosto. Os hóspedes podem apreciar uma fantástica paisagem, realizar passeios pela região, bem como deliciar-se com a gastronomia local, com destaque para as Feijocas de Manteigas.

Serra Vale – House & NatureQuinta de Santo António – ManteigasTelef.: 275 982 825 | 965 611 163WWW.serravale.pt | [email protected]

Serra Vale – House & Nature: Turismo

Rural em Manteigas

Descobrir

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Um grupo de produtores de pequenos frutos uniu-se e fundou a “Bagas de Portugal, C.R.L.”, uma cooperativa agrícola de responsabilidade limitada que pretende vir dar resposta a várias necessidades sentidas no desenvolvimen-to da sua actividade, nomeadamente a comercialização do fruto.

Com cerca de 40 sócios fundadores, a Bagas de Portugal tem sede em Sever do Vouga mas abrange todo o território nacional. Além de pretender dar resposta à questão do escoamento do fruto, sem dúvida uma das razões principais que esteve na origem do nascimento desta cooperativa, a coo-perativa conta ainda encontrar soluções para outras áreas de interesse dos produtores, nomeadamente a conservação, armazenagem, transformação, promoção, produção, importação, exportação e qualidade do fruto e seus derivados, em especial dos pequenos frutos, como por exemplo a amora, framboesa, physalis, groselha, baga de sabugueiro, medronho, mirtilo, aran-do-vermelho e goji, entre outros.

Segundo os seus estatutos, a Bagas de Portugal também se irá dedicar à prestação de serviços necessários ao desenvolvimento da actividade dos seus cooperadores; à programação da produção e a adaptação desta à pro-cura; à promoção da concentração da oferta e a colocação no mercado da

“Bagas de Portugal, C.R.L.” tem sede em Sever do Vouga

Produtores de pequenos frutos formam cooperativa

produção dos cooperadores; ao desenvolvimento e apoio à investigação; à promoção de práticas de cultivo e técnicas de produção e de gestão dos re-síduos respeitadores do ambiente; e à organização de acções de formação, workshops, seminários, conferências e outros eventos formativos.

Os órgãos sociais já estão eleitos e em funções, tendo sido designado o produtor Paulo Lúcio para presidente da direcção. A Bagas de Portugal pode ser consultada na Internet em www.bagasdepor-tugal.pt/ onde os interessados em fazer parte da cooperativa podem encontrar um formulário de adesão.

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A cidade de Seia vai ter um museu dedicado ao queijo, que surge por iniciativa de um empresário local, que pretende con-tribuir para o aumento da oferta turística da região da Serra da Estrela.

O promotor do projecto, Ricardo Ramos, adiantou que o Museu do Queijo de Seia envolve um investimento de cerca de 500 mil euros e deverá abrir este ano. O museu abordará “diversas áreas” relacionadas com o queijo e com o território da Serra da Estrela, e será um “museu vivo”, segundo o res-ponsável. Ricardo Ramos adiantou que o espaço museológico mostrará aspectos relacionados com o passado, mas também permitirá que os visitantes acompanhem “todo o ciclo relacio-nado com o queijo” na actualidade.

O novo espaço, que vai ocupar um piso do edifício do ‘Mer-cado do Queijo’, situado próximo do Museu do Pão, terá a de-signação de Museu do Queijo de Seia, mas também aborda-rá outros aspectos da região da Serra da Estrela. “Podemos encontrar áreas relacionadas com a fauna, com a flora, com a geografia, com as gentes, com a comunidade, com as tra-dições e, depois, temos como área principal a pastorícia e o queijo Serra da Estrela”, adiantou. Na vertente da pastorícia, disse que serão abordados aspectos como as fardas dos pas-tores, a transumância, as histórias, as lendas e os lugares.

O museu, com uma área total de 600 metros quadrados, terá uma exposição permanente sobre o queijo e a Serra da Estre-la, uma sala para exposições temporárias, uma cozinha beirã e uma queijaria tradicional que estará aberta aos visitantes.

Por iniciativa de um empresário local

Museu do Queijo vai nascer em Seia para divulgar o sector

No futuro complexo estarão expostos utensílios relaciona-dos com a produção do queijo e a pastorícia (trajes dos pasto-res, campainhas usadas pelas ovelhas, ‘chavelhas’ em madeira que identificavam o rebanho de cada proprietário, etc.). A tí-tulo de exemplo, Ricardo Ramos indicou que uma das paredes ficará decorada com os desenhos que eram próprios de cada pastor da região.

O museu também vai ter elementos multimédia que propor-cionarão ao visitante um autêntico ambiente serrano. “Vão existir sons dos pastores a assobiarem para o rebanho, o berrar das ovelhas, os cabritos a irem ao encontro das mães, o cão a ladrar, o chover, o nevar, os pássaros, a fauna, vai haver um contexto Serra da Estrela a partir do momento em que entra-mos para o museu. E, a partir desse momento, vamos abordar várias temáticas dentro do museu, para além do queijo”, refe-riu.

Ricardo Ramos diz que é sua intenção criar um “museu vivo” com possibilidade de as pessoas acompanharem, no terreno, as várias actividades pastoris e associadas ao queijo. Pode ser “interessante” para os turistas, por proporcionar “uma aborda-gem mais cultural” de um produto [queijo da Serra da Estrela] que encontra nas prateleiras das lojas da região, frisa.

“Valorizar o produto, demonstrar como se faz, as particula-ridades, a origem, a confecção e as possibilidades de consumo do queijo” são ideias que estão na origem do projecto que vem juntar-se aos museus do Pão e do Brinquedo, que já estão em funcionamento na cidade de Seia.

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ÚLTIMA HORA

O queijo de ovelha produzido na região da Serra da Estrela vai estar em destaque num ciclo anual de feiras que começa no sábado em Celorico da Beira, no distrito da Guarda. As tradicio-nais feiras do queijo continuam a ser realizadas anualmente por várias Câmaras Municipais da região para homenagearem os pastores e as queijeiras e para promoverem um produto genuíno que tem um grande peso nas economias locais.

O concelho de Celorico da Beira, considerado a “Capital do Queijo Serra da Estrela” inicia, no sábado, o ciclo anual de even-tos de promoção do queijo, com um programa que se prolonga até ao dia 7 de Fevereiro.

A feira do queijo é oportunidade para divulgar “o que de me-lhor” o concelho possui, com especial enfoque para a promoção do queijo Serra da Estrela, da pastorícia, dos saberes e sabores, passando “pelo riquíssimo e vasto património cultural e históri-co”, segundo a autarquia.

De 6 a 9 de Fevereiro o queijo é “rei” na XXXVIII edição da Feira do Queijo de Seia. O Mercado Municipal e o espaço en-volvente irão divulgar o “melhor que se produz no concelho no sector agro-alimentar, onde o queijo Serra da Estrela é rei, com-plementado com mostras de artesanato da região”. No mesmo fim-de-semana, de 4 a 9 de Fevereiro, o vizinho concelho de Gouveia organiza o evento “Carnaval da Serra 2016”, que tem no programa a tradicional Feira do Queijo, no dia 7, no Mercado Municipal.

Ciclo inicia-se em Celorico da Beira

Roteiro das feiras do queijo Serra da Estrela

A Câmara de Manteigas também aproveita a quadra do Car-naval para organizar a Expo Estrela, de 06 a 09 de Fevereiro, que inclui, no dia de Carnaval, uma prova de queijo Serra da Estrela. Ainda em Fevereiro, o queijo terá uma feira em Penalva do Cas-telo, no distrito de Viseu, nos dias 13 e 14. O município promove a XXV Feira do Pastor e do Queijo com um programa que inclui prova de queijo, mercado rural, feira de artesanato, exposição e animação, entre outras iniciativas. Em Março, serão realizados eventos em Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra e em Aguiar da Beira e Fornos de Algodres, no distrito da Guarda.

Oliveira do Hospital organiza a XXV edição da Festa do Queijo Serra da Estrela entre 5 e 6 de Março, com um programa que insere provas de queijo e enchido, exposição animal, tosquias e fabrico de queijo ao vivo.

No dia 06 de Março, a Câmara de Aguiar da Beira realiza na localidade de Mosteiro, a III Festa do Pastor e do Queijo, certame que tem como principal atractivo uma exposição e um concurso pecuário. O ciclo de 2016 das feiras do queijo da Serra da Estrela termina em Fornos de Algodres, nos dias 12 e 13 de Março, com um certame que, segundo a autarquia, “é uma imagem de marca do município e da região”.

A região demarcada de produção do queijo Serra da Estrela abrange 18 municípios, como Fornos de Algodres, Celorico da Beira, Guarda, Gouveia, Manteigas, Seia, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo, Mangualde e Covilhã.

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36 www.gazetarural.comF I C H A T É C N I C A

Ano XI - N.º 263Director José Luís Araújo (CP n.º 7515), [email protected] | Editor Classe Média C. S. Unipessoal, Lda.Redacção Luís Pacheco | Departamento Comercial Filipe Figueiredo e Fernando FerreiraOpinião Miguel Galante | Apoio Administrativo Jorge Araújo Redacção Praça D. João I Lt 362, Loja 11, Fracção AH - 3510-076 Viseu | Telefones 232436400 / 968044320E-mail: [email protected] | Web: www.gazetarural.comICS - Inscrição nº 124546Propriedade Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal, Limitada | Administração José Luís AraújoSede Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuCapital Social 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04Execução Gráfica NovelGráfica | Telf. 232 411 299 | E-mail: [email protected] | Rua Cap. Salomão 121-123, 3510-106 ViseuTiragem média Mensal Versão Digital: 80000 exemplares | Versão Impressa: 2000 exemplaresNota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

A Cooperativa Portuguesa do Medronho (CPM) assinou par-cerias estratégicas com quatro municípios da região Centro que visam o estabelecimento de linhas de orientação no âmbito da fileira do medronheiro.

“A cooperativa quer ser a entidade que representa os produ-tores de medronho a nível nacional. Com a assinatura destas parcerias, queremos também aumentar o número de coope-rantes e definir as linhas de orientação para a fileira do medro-nheiro”, adiantou o presidente da Cooperativa Portuguesa do Medronho, Carlos Fonseca.

Neste âmbito, a CPM estabeleceu parcerias estratégicas com os municípios do Fundão, Proença-a-Nova e Vila de Rei, (distri-to de Castelo Branco) e com o município de Pampilhosa da Serra (distrito de Coimbra).

A cooperação envolve ainda a Agência para o Desenvolvi-mento Turístico das Aldeias do Xito (ADXTUR), entidade res-ponsável pela Rede das Aldeias do Xisto, que inclui 27 aldeias distribuídas pelo interior da região Centro. “Precisamos que o poder político e os municípios mostrem interesse para este fe-nómeno do medronho. Até aqui tínhamos muitos municípios a investir em pinhal e eucaliptal, mas perceberam que pode haver aqui uma alternativa ao nível de culturas”, sustentou o respon-sável da CPM.

As parcerias estratégicas têm ainda como objectivo a realiza-ção de acções de sensibilização e divulgação, workshops, visi-tas de campo, a concretização de projectos de investigação, de instalação de projectos-piloto e de demonstração no âmbito do quadro do Portugal 2020 e do Horizonte 2020.

Carlos Fonseca explicou que as parcerias com os municípios “vão permitir à CPM “chegar com maior facilidade aos poten-ciais produtores de medronho”. “O medronheiro é uma espécie que tem benefícios directos económicos e no âmbito ambiental. São importantes também na prevenção dos incêndios flores-tais”, disse.

Adiantou ainda que, tendo em linha de conta os ganhos eco-nómicos e ambientais desta espécie, “tudo leva a crer que se está perante uma solução válida para os territórios de baixa densidade”.

Com Fundão, Proença-a-Nova e Vila de Rei e Pampilhosa da Serra

Cooperativa do Medronho estabelece parcerias com municípios da região Centro

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O Município de Sernancelhe vai realizar, nos dias 19, 20 e 21 de Fevereiro no Expo Salão, a terceira edição do Festival das Sopas e Encontro de Ranchos. Aliando a vertente gastronó-mica à etnografia, a autarquia dá assim continuidade a um evento que conheceu, em apenas duas iniciativas, um impacto muito positivo, tendo mobilizado mais de uma dezena de asso-ciações concelhias e recebido a visita de milhares de pessoas.

Tendo como objectivo dar a conhecer o concelho de Ser-nancelhe como território de excepcionalidade gastronómica e cultural, o Festival de Sopas assume-se como um contributo para a revitalização da sopa e a sua reentrada na ementa dos portugueses. Para isso aposta nos saberes e nos sabores de antigamente, recupera as receitas e as técnicas de confec-ção diferenciadoras das aldeias do Concelho e associa-lhes os produtos da terra, na sua maioria biológicos e colhidos nas hortas e quintais ao redor dos núcleos das freguesias.

A caminho da terceira edição, tem sido possível igualmente inventariar as receitas tradicionais para garantir a sua perpe-tuação, processo determinante para que o Concelho disponha, dentro de alguns anos, de perto de uma centena de sopas que explicam o seu passado. Por outro lado, a organização associa ao certame a vertente cénica e musical de base tradicional, de cujos ranchos folclóricos são os maiores embaixadores, pro-porcionando aos visitantes um encontro com uma dezena de ranchos do Norte e Centro de Portugal.

Durante três dias, o Festival das Sopas, que terá entrada li-vre e uma dezena e meia de sopas em prova, contará com uma exposição etnográfica das artes e dos ofícios de antigamente, onde não faltarão as antigas cozinhas da aldeia, as tabernas e os espaços agrícolas típicos dos meios rurais.

O Parque Urbano da freguesia de Touro acolhe no próximo dia 13 de Março a quinta edição da Feira do Fumeiro do Demo, numa iniciativa do Município de Vila Nova de Paiva, em parceria com a Junta de Freguesia de Touro.

As tradições gastronómicas e os sabores e saberes genuínos das Terras do Demo reflectem-se na qualidade e no “saber fa-zer” dos nossos produtos típicos, dos quais se destaca o fumeiro tradicional. A Feira do Fumeiro do Demo tem funcionado como um meio de divulgação do concelho e das suas gentes, incenti-vando a economia local, dando a conhecer a nossa gastronomia e promovendo os produtos de qualidade que reúnem as poten-cialidades e a riqueza do nosso meio rural.

Neste certame, o fumeiro tradicional é o cartão-de-visita do concelho, ao qual se alia também o artesanato, os restauran-tes e tasquinhas gastronómicas, a prova de fumeiro, o porco no espeto e a animação tradicional com o Grupo de Pauliteiros de Palaçoulo.

Augusto Canário e Amigos são os artistas convidados que prometem animar o evento. Para completar o cartaz de anima-ção referência para a actuação do grupo musical Brincó Baile.

Nos dias 19, 20 e 21 de Fevereiro

Sernancelhe recebe III Festival de Sopas e Encontro de Ranchos

Num território de fortes tradições, reconhecidas manifesta-ções culturais, personalidades célebres das artes e das letras nacionais, e onde produtos como a castanha e o granito são cartões-de-visita, Sernancelhe pretende reafirmar as suas po-tencialidades gastronómicas, assentes ainda em forte tradição popular, que urge ser preservada e divulgada.

Tirando proveito do espaço do Expo Salão, e com a colabo-ração de associações, juntas de freguesia, restaurantes locais, contando com o contributo da Escola Profissional de Ser-nancelhe e com os alunos e formadores do curso de Cozinha e Restaurante/Bar, o Município de Sernancelhe pretende que aquele fim-de-semana continue a ganhar espaço no calendá-rio nacional de eventos.

A 13 de Março, no Parque Urbano da freguesia de Touro

Vila Nova de Paiva prepara V Feira do Fumeiro do Demo

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Usar produtos de cortiça, para além de estar na moda e de servir a economia nacional, contribui para remover da atmos-fera gases com efeito de estufa. O resultado do estudo coor-denado pela Universidade de Aveiro (UA), o primeiro no país a quantificar a pegada de carbono do sector da cortiça, não deixa dúvidas quanto aos poderes ecológicos do sobreiro e do ecos-sistema que o envolve: por cada tonelada de cortiça produzida, o montado sequestra mais de 73 toneladas de dióxido de car-bono, o equivalente às emissões daquele gás libertadas para percorrer cerca de 450 mil quilómetros de automóvel.

Na Herdade da Machuqueira do Grou, em Coruche, o Instituto Superior de Agronomia, parceiro neste estudo, registou ao lon-go dos últimos sete anos a quantidade de dióxido de carbono retirada da atmosfera por um ecossistema de montado (sobrei-ros, solo e toda a restante vegetação característica dos monta-dos) com uma média de 177 árvores por hectare. No âmbito do estudo, foi também avaliada a quantidade de gases com efeito de estufa emitida pelo sector nacional da cortiça, desde a flo-resta até ao destino final dos produtos feitos à base de cortiça, incluindo o respectivo processamento industrial. O saldo é ex-tremamente positivo para o meio ambiente.

Estudo avalia a pegada de carbono do sector em Portugal

UA revela que a indústria da cortiça ajuda a atenuar alterações climáticas

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