gazeta rural nº 270

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1 www.gazetarural.com Director: José Luís Araújo | N.º 270 | 15 de Maio de 2016 | Preço 2,00 Euros | www.gazetarural.com Boticas promove Festa Castreja FICOR mostra sector da cortiça UDACA - 50 ANOS ao serviço do Dão

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Gazeta Rural nº 270 Os 50 anos da UDACA estão em destaque na edição de 15 de Maio da Gazeta Rural, bem como a Festa Castreja, em Boticas, e a FICOR, em Coruche. Referência também para a Feira das Tradições e dos Produtos da Terra, em Mangualde; Expomortágua, em Mortágua; o FESTAME, na Mealhada, que decorre de 7 a 12 de Junho; a inauguração do Parque de Ciência e Tecnologia, em Vila Real, ou o “Dão Primores”, que revela as novidades da colheita de 2015. Nesta edição, pode ainda ler este e outros temas que marcam a actualidade do mundo rural.

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Director : José Luís Araújo | N.º 270 | 15 de Maio de 2016 | Preço 2,00 Euros | www.gazetarural .com

Boticas promoveFesta Castreja

FICOR mostrasector da cortiça

UDACA - 50 ANOSao serviço do Dão

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Sumário04 Magia Céltica à solta na Festa Castreja de Boticas

06 Mangualde apresenta I Feira das Tradições e dos Produtos da Terra

07 Expo-Miranda mostra actividades económicas do concelho com cartaz de luxo

08 Ródão apresenta artistas da Feira dos Sabores do Tejo

09 Expomortágua “é a maior feira da floresta da região Centro”

10 Autarca de Coruche com expectativas elevadas para a FICOR 2016

12 Observatório do Sobreiro e da Cortiça é uma referência para a fileira

13 “Há Festa na Mealhada” com cartaz de luxo

14 Ministro da Economia inaugura Parque de Ciência e Tecnologia

16 Aldeia Histórica de Marialva recebe Mercado Medieval

17 Vinícola Castelar comemora 70 anos e lança nova aguardente

18 Dão Primores revela as novidades da colheita de 2015

20 Douro Boys anunciam segunda edição da Feira do Douro

22 Soito Wines inaugurou nova adega e aposta em vinhos de qualidade

25 Vinhos da Região de Lisboa aumentam exportações

26 “Quem iniciou o projecto UDACA tinha uma visão estratégica global para o sector cooperativo”, diz Fernando Figueiredo

28 Rally Vinho do Dão promete

emoção e muito espectáculo

30 Festa do Caçador de Alijó “superou as expectativas”

32 Resinagem de regresso à actividade na Serra da Lousã

33 CAULE é um “exemplo” no controlo da doença do nemátodo

36 Estoril recebe I Colóquio Nacional de Horticultura Social e Terapêutica

37 Edição 2016 do Wine in Azores está em marcha

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Boticas vai celebrar, no fim-de-semana de 28 e 29 de Maio, a cultura

castreja, num evento em que a temática Céltica

vai estar em destaque. A Céltica será um momento único para conhecer uma sociedade milenar, repleta

de mistérios, mas com um espírito guerreiro que alimentou lendas e factos

históricos. Entre recriações histó-ricas, animação de rua,

gastronomia, oficinas de artes ancestrais e música, a Céltica – Festa Castreja

proporciona um atracti-vo cartaz de actividades

para viver um inesquecível fim-de-semana em família

ou com amigos.

Dias 28 e 29 de Maio, em Carvalhelhos

Magia Céltica à solta na Festa Castreja

de BoticasUm dos pontos fortes da Céltica é

a participação da comunidade local como figurantes nas recriações históri-cas, a primeira das quais, a Batalha dos Guerreiros, que decorre às 16 horas do dia 28. A ideia é recriar a vivência quo-tidiana com personagens característi-cas de uma época, vestidas a rigor, num espectáculo que pode conter acções de arqueologia experimental, designada-mente como se faria o fogo, uma deter-minada peça de vestuário ou até mesmo a guerra. Tudo com a participação da população de Boticas, lado a lado com os recriadores.

Antes, e desde as primeiras horas da manhã, a animação de rua tomará con-ta de Carvalhelhos, com “O Viajante no Tempo”, o “Almoço Gastronómico” ou as múltiplas oficinas. A do Ferreiro, por exemplo, vai explicar e demonstrar a arte de trabalhar o ferro na forja para o fabrico de variados objectos agrícolas, militares e do quotidiano. “À Volta do Barro” é uma oportunidade única para se perceber o ciclo criativo das peças produzidas em barro, desde a recolha da matéria-prima até à sua comercializa-ção. Os participantes poderão participar no processo e produzir uma peça numa roda de oleiro manual.

O Jantar Gastronómico e as demons-trações sobre a arte de trabalhar o fer-ro são os outros grandes destaques do primeiro dia, que termina com uma per-formance com fogo e o concerto dos “Strella do Dia”, considerados um dos grupos musicais de referência a nível in-ternacional e conhecidos por utilizarem instrumentos de antanho, como a gaita--de-foles, a tarota, a gralla, o corno, o timbalão ou os crótalos.

No domingo, dia 29, prosseguem as recriações históricas, com os Jogos de Guerra, complementadas com mui-ta animação de rua e diversas oficinas.

Desde logo os Instrumentos Musicais Singelos, que tem como objectivo divul-gar o património imaterial relacionado com a confecção de instrumentos musi-cais que faziam parte de um quotidiano intimamente ligado à natureza. Desta forma, os participantes poderão apren-der a produzir gaitas de palha ou asso-bios feitos com paus, ervas, bugalhos ou sementes. O “Cesteiro” é outra das oficinas propostas que promete grande adesão e tem como objectivo dar a co-nhecer as técnicas de entrelaçamento do vime e os instrumentos que são uti-lizados neste ofício.

A Festa Castreja Céltica, que decorre em Carvalhelhos, será, assim, um mo-mento de comunhão com a comunidade local, com um programa diversificado e uma forte ligação à natureza, exaltando ainda a bravura e o culto dos guerreiros. Aliás, o conceito que inspira o logótipo do evento insere-se nessa lógica, com a representação de uma estátua que seria colocada em locais estratégicos para as comunidades e que representaria chefes ou heróis divinizados. Seria um símbolo de poder, garante da ordem e identidade do grupo. A estátua do guerreiro prove-niente do Castro do Lesenho (Séc.I d.C.) é uma das mais bonitas e completas en-contradas em território nacional, estan-do actualmente no Museu Nacional de Arqueologia.

Entre 28 a 29 de Maio, Boticas pro-porciona a experiência única de conviver com guerreiros, sacerdotes, artesãos, músicos, entre tantas outras persona-gens. O misticismo da cultura celta, a gastronomia local, as recriações históri-cas, os mercados com produtos de exce-lência, produzidos nas serras do Barroso, as oficinas temáticas e acima de tudo as tradições milenares podem ser sentidas e vividas num espaço indescritível, em contacto com a natureza.

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Gazeta Rural (GR): O que vai ser esta Festa Castreja?

Fernando Queiroga (FQ): Vão ser dois dias de festa, num evento que pre-tende divulgar o concelho de Boticas. Vamos promover as tradições, usos e costumes deste povo, porque temos as nossas raízes nos castrejos e porque nos identificamos com essa cultura.

Obviamente que uma das nossas apos-tas é potenciar a gastronomia do con-celho, que pretendemos seja promovida neste evento. Queremos que as pessoas venham à festa e que aproveitem para desfrutar e visitar o concelho de Boti-cas, os seus percursos pedestres, os seus equipamentos, bem como degustar a nossa excelente gastronomia.

GR: Este é um evento que chama a comunidade a participar?

FQ: Um dos nossos objectivos princi-pais deste evento foi envolver a comuni-dade e que esta se identificasse nele. Esse primeiro objectivo foi conseguido.

Web: www.ruralturismo.net | E-mail: [email protected]./Fax: 276 415 486

5460-304 Boticas – Trás-os-Montes

A Festa Castreja, em Boticas, é um evento que pretende “promo-ver o concelho”, mas também “as

suas tradições, usos e costumes”, refere o presidente da Câmara de

Boticas. Fernando Queiroga diz que “vão ser dois dias de festa”, aproveitada para divulgar o ri-

quíssimo património do concelho, que tem o maior número de Cas-

tros. A autarquia está a fazer “um investimento significativo” na recuperação do castro do Lese-nho, sendo que a Festa Castreja terá por palco Carvalhelhos, cujo

castro está mais bem preservado. Diz o presidente da Câmara de Boticas

Com a Festa Castreja “pretendemos promover o concelho e as nossas tradições”

Desde que lançámos o repto e tivemos as primeiras reuniões, com as associa-ções do concelho e com alguma comu-nidade local, em que explicámos a ideia e o que pretendíamos, todos se associaram de imediato e tem havido reuniões para que tudo saia na perfeição. O objectivo que pretendíamos está cumprido.

GR: O evento vai ter lugar na al-deia de Carvalhelhos. Porquê esta escolha?

FQ: A escolha de Carvalhelhos foi natu-ral, porque é um dos grandes símbolos da cultura castreja que temos em Boticas, entre outros, mas é o que está mais bem preser-vado. Obviamente que a grande simbologia da cultura castreja é o guerreiro galaico--castrejo, que apareceu no Castro do Lese-nho, que não está tão bem preservado, mas que esperamos venha a estar em breve com o investimento que ali estamos a fazer.

Podíamos, eventualmente, ser tenta-dos a realizar este evento num espaço mais urbano, mas achamos que é nesse

sítio, onde esses povos viveram, que deve ser realizada esta festa e por isso é que este evento vai ser mais brilhante.

GR: Num território de baixa den-sidade, é fundamental a aposta neste tipo de iniciativas para atrair gente?

FQ: Esse é um dos grandes problemas destes territórios de baixa densidade, como disse, mas que têm um elevado po-tencial. Nós acreditamos neste território, no povo do nosso concelho e aproveita-mos todas as oportunidades para o pro-mover e atrair gente a esta região.

Não é só viver com quem cá está. Es-tamos com grande expectativa que haja gente que regresse, porque as condições de vida cada vez são melhores e as opor-tunidades de negócio são cada vez maio-res nestes territórios. Vamos aproveitan-do estes eventos para divulgar e dizer a quem de cá saiu, por vicissitudes diversas, ou quem pensa por cá instalar-se, que agora está muito melhor.

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A Câmara de Mangualde apresenta nos dias 21 e 22 de Maio, entre as 10 e as 20 horas, no centro da cidade, a primeira edi-ção da “Feira das Tradições e dos Produtos da Terra”. Este evento vai recriar, no Largo Dr. Couto e no Largo do Rossio, o Mangualde antigo dos anos de 1930, 1940 e 1950.

São vários os momentos e actividades a assinalar, como um baile popular, a actuação de ranchos folclóricos, bandas filar-mónicas, carrossel tradicional, tabernas, ourivesaria, vende-doras de praça, retrosaria, fotógrafo à la minute, doçaria, me-dicina popular, ardinas, alfaiataria, produtos regionais, jogos tradicionais, teatro, simulacro dos Bombeiros Voluntários de Mangualde, bordados, lanifícios, dentista/barbearia, drogaria, sapateiros, olaria e cerâmica, antiguidades, pintores, etc.

A Feira das Tradições e dos Produtos da Terra é organizada pela Câmara de Mangualde com o apoio da Cidade Excelência Associação – Turismo de Mangualde e da COAPE. Na aber-tura do evento realizar-se-á uma Conferência subordinada

Nos dias 21 e 22 de Maio, no centro da cidade

Mangualde apresenta I Feira das Tradições e dos Produtos da Terra

ao tema “Quotidianos Rurais: alguns aspectos (1850-1950)”, apresentada por Irene Maria de Montezuma Carvalho Mendes Vaquinhas, especialista em História Contemporânea e da Vida Privada em Portugal, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, no dia 21 de Maio, pelas 11 horas, no auditório da Câmara de Mangualde.

Fim-de-semana gastronómico

No dia 21 de Maio, a partir das 20 horas, tem lugar a primeira edição do “Festival do Borrego”, organizado pela COAPE, no Mercado Municipal de Mangualde. Com este evento pretende--se valorizar a fileira e promover a pastorícia, bem como de-gustar o borrego de maneiras diferentes, o queijo DOP e ou-tros produtos da terra. Nos dias 21 e 22 de Maio realiza-se o “Fim-de-semana gastronómico do cabrito” nos restaurantes aderentes.

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Diego Miranda, David Carreira, Amor Electro, ÁTOA, Paulo Sousa, Ús Sai de Gatas e One Vision são os principais nomes que compõem o cartaz da XXVI edição da Expo-Miranda, que decorre de 1 a 5 de Junho, em Miranda do Corvo.

A Expo Miranda é um certame que pretende mostrar as acti-vidades económicas, industriais, agrícolas, culturais e artesa-nais, bem como o dinamismo das instituições de solidariedade social, das colectividades desportivas, recreativas, culturais e humanitárias do concelho e da região.

O programa começa a 1 de Junho, dia de inauguração da Ex-po-Miranda, no dia em que se comemora o Feriado Municipal.

Em Miranda do Corvo de 1 a 5 de Junho

Expo-Miranda mostra actividades económicas do concelho e apresenta

um cartaz de luxo

O recinto de Festas do Vale do Homem vai receber mais uma edição da Feira Gastronómica de Múceres, que vai decorrer de 27 a 29 de Maio. O certame é promovido pelo Clube Despor-tivo e Recreativo daquela localidade e conta com o apoio da Câmara de Tondela, Junta de Castelões e da Federação das As-sociações Juvenis do Distrito de Viseu (FAJUVIS).

Devido ao sucesso das primeiras edições, a organização de-cidiu este ano alargar o evento para os três dias. “Valorizar a cultura, as tradições e costumes locais e a própria aldeia” são os grandes objectivos da iniciativa. Esta edição será também especial uma vez que as comemorações dos 40 anos do Clu-be Desportivo e Recreativo de Múceres terão o seu ponto alto logo no primeiro dia do certame. De novidades, ainda no dia inaugural, a destacar a primeira edição do Festival das Sopas, que dará a provar aos visitantes nove caldos diferentes.

Para além das sopas, quem passar pelas nove tasquinhas que estarão presentes no certame poderão degustar outras tantas refeições. Os pratos serão confeccionados por habitan-tes da terra e instituições do concelho tondelense.

Para acompanhar o melhor da gastronomia local, a organi-zação preparou um vasto programa cultural e recreativo, que inclui a actuação de ranchos folclóricos, de grupos de música

De 27 a 29 de Maio, no concelho de Tondela

Feira Gastronómica de Múceres alargada a três dias

No palco principal, para os fãs dos Queen, a banda tributo One Vision irá interpretar vários temas do lendário grupo de Freddie Mercury.

A 2 de Junho, actua o grupo mirandense Ús Sai de Gatasm que regressa ao palco da Expo-Miranda; os ÁTOA, banda no-meada para dois Globos de Ouro (Melhor Grupo na categoria de música; Revelação do Ano), irão fazer as honras de abertura na sexta-feira, 3 de Junho, interpretando vários temas do seu álbum de estreia “Idade dos Inquietos”. O dia encerra com o DJ nacional Diego Miranda, que actualmente ocupa o 58º lu-gar no Top 100 da DJ MAG, revista mais conceituada de música electrónica, sendo mesmo o melhor a nível nacional.

No sábado, 4 de Junho, subirá ao palco o cantor miranden-se Paulo Sousa, um dos finalistas do programa da SIC “Ídolos” em 2015, naquele que será um dos primeiros concertos após o lançamento do seu novo single “Todos os Dias”. Os Amor Elec-tro, banda de Mariza Liz, jurada do “The Voice Portugal”, são os cabeças de cartaz desse dia. Em digressão pelo país com o disco “(R)evolução”, irão promover o seu novo single “Juntos Somos Mais Fortes”.

A Expo-Miranda encerrará com chave de ouro pela mão de David Carreira, no dia 5 de Junho. Em franca ascensão no pa-norama musical português, o jovem português traz a Miranda do Corvo temas como “Primeira Dama” do seu mais recente álbum “3”.

tradicional, bailes, zumba e uma caminhada guiada com seis quilómetros por vários trilhos da aldeia. Artesanato e outros produtos locais são outros dos destaques da programação.

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O Município de Oleiros, numa parceria com o Agrupamento de Escolas Padre António de Andrade, leva a efeito, de 3 a 5 de Junho, o Mercado Medieval, o qual terá lugar no Centro Histó-rico da Vila de Oleiros. No último dia, o evento irá associar-se à realização dos Quintais nas Praças do Pinhal, na Praça da República, local onde antigamente se reuniam os mercadores.

Recorde-se que depois da realização de duas Feiras Qui-nhentistas (em 2011 e 2013), em que o destaque ia para o Re-nascimento (séc. XVI), numa alusão aos 500 anos do Foral Manuelino de Oleiros e à figura do Padre António de Andrade, o município promove este ano um Mercado Medieval, realçando a Idade Média ou Era Medieval, período que vai do séc. V ao séc. XV. Dentro deste período, destacam-se alguns elementos do património oleirense e dá-se enfoque ao séc. XIV e à figu-ra do Santo Condestável, D. Nuno Álvares Pereira, originário desta região.

De 3 a 5 de Junho, no Centro Histórico da Vila

Oleiros promove Mercado Medieval

e recebe “Os Quintais”

O Centro de Exposições de Arcos de Valdevez recebe de 20 a 22 de Maio a XVII edição da Expovez - Feira do Alto Minho, evento organizado numa parceria entre a Câmara de Arcos de Valdevez, a Associação Comercial e Industrial de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca (ACIAB), Cooperativa Agrícola de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca, a In.Cubo e a Associação Regional de Desenvolvimento do Alto Lima (ARDAL).

Este evento terá como objectivo promover a região, mos-trando a dinâmica que o tecido empresarial possui, assim como a sua importância no contexto económico e sociocultural, reu-nindo no mesmo espaço cerca de 150 expositores, dedicados à promoção e valorização comércio e serviços, à indústria, com maior ênfase nos três Parques Empresariais do Município, à agricultura, ao artesanato, gastronomia e produtos locais.

Segundo a autarquia “é fundamental para as empresas e produtores locais capitalizar esta oportunidade no sentido de promoverem os seus negócios, produtos ou serviços e estabe-lecerem possíveis parcerias”.

A Expovez é uma aposta da região na promoção das suas empresas, dos seus produtos e serviços, com vista ao desen-volvimento, fazendo do Alto Minho um território cada vez me-lhor para viver, investir e visitar. A primeira edição deste certa-me realizou-se em 1990, há 26 anos.

Arcos de Valdevez, de 20 a 22 de Maio

Centro de Exposições recebe a

XVII Expovez - Feira do Alto Minho

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Mortágua vai receber de 27 a 29 de Maio um certame que já se tornou numa referência nacional no sector florestal. A Expomortágua vai para a sua tercei-ra edição e é, segundo o presidente da Câmara de Mortágua, “a maior feira da floresta da região Centro”. Júlio Norte espera contar com o ministro da Agricul-tura, Capoulas Santos, na inauguração do certame, que este ano contará com cerca de 200 expositores, um aumento exponencial em relação a 2015.

Nas duas anteriores edições realça--se o sucesso no crescimento quer do número de expositores quer do número de visitantes, tendo ambos duplicado. A edição 2015 foi visitada por cerca de 40 000 pessoas e o número de expo-sitores superou os 120, destacando-se a afluência de empresas nacionais de equipamentos/maquinaria pesada para a indústria da floresta e os expositores locais em outras áreas da indústria, do comércio e serviços.

A mostra de produtos artesanais cons-tituiu, também, um forte complemento para o seu sucesso e uma clara manifes-tação de criatividade. A aposta no asso-ciativismo local foi uma mais-valia com a integração de tasquinhas e a promoção da gastronomia local. A componente de estudo, investigação e discussão de no-vas ideias acerca do desenvolvimento

Diz o presidente da Câmara de Mortágua

Expomortágua “é a maior feira da floresta da região Centro”

florestal, estará em destaque no Fórum Florestal, um evento com sucesso, reco-nhecido pelos agentes da fileira florestal nacional.

À Gazeta Rural, o presidente da Câma-ra de Mortágua diz que o sucesso deste certame se deve, para além do espa-ço expositivo, ao facto de nele de fazer negócio. Júlio Norte realça a “dimensão que o certame está a atingir” e o “im-pacto que o mesmo está a ter no sector e na região”. Segundo o edil, nesta edição o espaço das tasquinhas, com a gastro-nomia local, estará aberto para além do horário do espaço de exposição. É que, diz Júlio Norte, “é à volta da mesa, com um bom prato de lampantana, que mui-tas vezes se fazem bons negócios e esse é também um objectivo que preten-demos com este evento, pois em anos anteriores a Expo foi um bom espaço de discussão e de negócios”.

O aumento de expositores é um dos factos destacados pelo autarca de Mor-tágua e que aponta para mais uma edi-ção de sucesso. “Acho que, nesta altura e a não ser que haja algum cataclismo, esta é a maior feira da floresta da região Centro, porque as outras, como todo o respeito que me merecem, já estarão a uma distância significativa da nossa e este ano demos um grande salto quali-tativo”, refere o edil. É que, acrescenta,

“quem veio a Mortágua nos primeiros anos e viu que o investimento teve retor-no, no ano seguinte volta e trás um ami-go. Se não houve retorno, naturalmente que as pessoas não viriam”, sustenta o autarca.

Mortágua é um concelho florestal, com a maior mancha florestal de euca-liptos por metro quadrado. Júlio Norte lembra que o concelho tem um territó-rio com 85% de floresta, 80% dos quais de eucalipto, daí a sua importância para as gentes do concelho. “A floresta é uma mais-valia, até porque o negócio em torno deste sector no concelho é o mais importante, quase todo para exporta-ção, que sai directamente dos nossos proprietários florestais. Temos empresas a facturar mais de 100 milhões de euros noutras áreas, mas muitos dos seus tra-balhadores tem na floresta um comple-mento ao seu rendimento”. Aliás, refere o edil, “cada habitante do concelho é, directa ou indirectamente, um produtor florestal e o êxito desta feita e tudo o que envolve a floresta tem muito a ver com a nossa cultura, pois quando nascemos já estamos no meio da floresta e é para ela que vivemos”.

Júlio Norte destacou ainda a anima-ção da Expo, com concerto nas noites de sexta e sábado, bem como a presença na TVI no domingo.

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Gazeta Rural (GR): Que expecta-tiva tem para a FICOR deste ano?

Francisco Silvestre de Oliveira (FSO): São bastante elevadas, tendo em conta que este sector está pujante. Olhando para os relatórios e os dados económicos a fileira da cortiça, esta tem estado em crescendo, com um bom nível de exportações e com uma contribuição significativa para o PIB nacional.

O sector está em crescendo, mas é necessário que encontremos formas de garantir o futuro, criando melhores con-dições para a produção. A nossa aposta é para que os produtos tenham grande qualidade, não só nas áreas de inovação, mas especialmente para o produto final, que é a rolha de cortiça.

A nossa aposta é para que essa ajuda que possamos dar nos painéis científicos e de inovação para a floresta produzam efeitos nos produtores florestais, porque sabemos que um sobreiro tem um ciclo de vida muito longo, mas com ciclos de

Certame vai decorrer de 25 a 29 de Maio

Autarca de Coruche com “expectativas elevadas”

para a FICOR 2016De 25 a 29 de Maio, Coru-

che recebe a FICOR, o maior certame ligado ao Montado.

Na antevisão do evento, o autarca local tem “elevadas expectativas” para a edição deste ano, num sector que

está “em crescendo”. Francisco Silvestre de Oli-

veira, à Gazeta Rural, refere a importância do sector do montado para o concelho,

mas destaca as “excelentes condições” que Coruche ofere-

ce no sector primário. O edil quer atrair novas indústrias

ao concelho e, para tal, está a criar um novo parque empre-

sarial com 47 hectares.

produção muito distantes, entre 35 a 40 anos, e para se tirar nova cortiça mais oito anos. É necessário, e temos uma das maiores áreas florestais do país, que tenhamos condições para garantir que continuamos com esta disponibilidade de matéria-prima.

O objectivo é que a maior parte, se-não a totalidade, dos nossos montados sejam certificados. Essa certificação as-senta numa série de procedimentos, no-meadamente as boas práticas florestais, nas componentes da exploração flores-tal ou agrícola, associadas a outras acti-vidades, como a pastorícia, a criação de gado e outras.

Há um grande incentivo a que os pro-dutores florestais renovem os seus mon-tados e essa renovação é necessária. Para termos cortiça daqui a 40 anos é preciso que isso se faça agora. Não obstante sabermos que o sobreiro tem uma grande capacidade de resiliência, nomeadamente na resistência ao fogo,

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é necessário que haja essa atenção por parte dos empresários para que criem condições para termos disponibilidade de matéria-prima, pois alguma que é transformada, por exemplo, nas fábricas de Coruche é importada de Espanha, de Marrocos ou de Itália. Temos, por isso, um défice de matéria-prima e, espe-cialmente, de qualidade. Nesta Feira os temas que vamos abordar vão muito no sentido da sustentabilidade dos mon-tados para o futuro e garantir matéria--prima de qualidade.

GR: A gastronomia também está associada à FICOR, com os sabo-res do montado. Contudo, o conce-lho recebeu recentemente o Festi-val Sabores do Toiro Bravo?

FSO: É um festival sui generis, direc-cionado para o toiro bravo. A ideia foi recuperar alguma tradição gastronómi-ca nos municípios que têm actividade taurina, onde esta identidade está muito enraizada. A realização do Festival tem a ver com a altura em que é feita a selecção das rezes que têm qualidade para serem progenitoras de gado bravo. As que não

revelam essas condições entram no co-mércio da carne. Há um aproveitamento deste gado, que não tem condições para ir para a arena, para ser ‘lidado’ no prato, num festival que envolve os restaurantes do concelho e decorre junto à praça de toiros. É um festival que, mais uma vez, trouxe muita gente a Coruche.

GR: Para além da floresta, as-sociada ao montado, como está o sector primário do concelho?

FSO: Costumo dizer que temos tudo para ter sucesso, porque temos poten-cialidades enormes associadas ao sec-tor primário. Para além de uma vasta área florestal, que é um excelente contri-buto para a nossa economia, nomeada-mente em termos de empregabilidade, temos uma grande área de regadio, que tem uma obra que é estruturante para esta região, que é o canal do Sorraia, que irriga os nossos campos, mas também de outros concelhos. Temos um poten-cial muito grande associado à área de regadio, que não passa só pelas culturas tradicionais, como o tomate, o arroz ou o milho, mas também para outro tipo de

culturas, como as hortícolas, morangos, framboesa, entre outras.

Há uma série de outras actividades agrícolas que vão surgindo, fazendo concorrência às tradicionais. A cultura do arroz é, ainda, a que maior área ocu-pa, pois temos três unidades industriais de produção de arroz, com marcas de referência no mercado.

Diria que o sector primário tem um peso muito grande na economia do nosso concelho. Temos este potencial e esta riqueza, daí a nossa aposta em trazer até nós mais industrias para esta área, porque temos condições para tal. Esse é o enfoque que queremos dar com a criação de um parque empre-sarial com 47 hectares, cuja obra deve iniciar-se ainda este ano, para darmos esse salto, que é representativo não só para o nosso concelho, tendo em con-ta os postos de trabalho que vai criar, mas muito representativo para a região. Devemos ter uma perspectiva regional e Coruche tem todas as condições para ser um líder regional naquilo que tem a ver com o sector primário e as áreas a ele associadas.

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Gazeta Rural (GR): O que repre-senta o Observatório do Sobreiro e da Cortiça para a fileira?

Susana Cruz (SC): O Observatório é já uma referência para toda a fileira da cortiça. Não é por acaso que acolhe a sede do Centro de Competências do Sobreiro e da Cortiça. Diria que é casa mãe onde o conselho geral do Centro de Competências se reúne e onde são de-senvolvidas inúmeras iniciativas.

É, sobretudo, uma plataforma funda-mental para todos os parceiros da filei-ra, desde a Associação de Produtores Florestais, à FILCORK, ao Centro Tec-nológico da Cortiça, que tem ali a sua delegação Sul, com recursos humanos e equipamentos laboratoriais para dar as-sistências às empresas do Sul do país, via Observatório. Para além de um trabalho estreito com as Universidades, acolhe-mos regularmente inúmeras iniciativas das instituições de investigação.

Do ponto de vista do trabalho com a comunidade educativa, tem sido muito importante, pois criámos um programa para as crianças do concelho e não só. Até ao início de Junho vamos receber cerca de 400 crianças de Sines, que vêm conhecer o Observatório e a realidade

Sedeado em Coruche

Observatório do Sobreiro e da Cortiça é uma “referência” para a fileira

Sedeado em Coruche, o Observatório do Sobreiro e da Cortiça tem vindo a tornar-se, cada vez mais, numa referência para toda a fileira. Para Susa-na Cruz, o Observatório é, sobretudo, “uma plata-forma fundamental para todos os parceiros da fileira” e onde “são desen-volvidas inúmeras inicia-tivas”. Aquela responsá-vel destaca a importância do Observatório para a comunidade educativa, mas também para as em-presas, investigadores e criadores.

do que é o sobreiro e a cortiça. Temos uma experiência interessante, que é “Ser Cientista da Cortiça”, mas vamos também ao montado recolher plantas, observar os animais que por lá andam, entre outras actividades.

Procuramos criar uma boa dinâmica no Observatório, que tem já um número de visitantes bastante significativo, no-meadamente estrangeiros. Por exemplo, este ano já recebemos dois grupos vin-dos dos Estados Unidos.

Em meados de Maio vamos inaugurar uma exposição sobre a cortiça e as no-vas aplicações na arquitectura. Este é um projecto que resulta de duas edições do workshop internacional, promovido pelas Faculdades de Arquitectura e por uma Universidade do Canadá, do qual somos também parceiros.

GR: Como é que o cidadão comum reage ao perceber que a cortiça não serve apenas para fazer rolhas, mas que pode ser aplicada numa multiplicidade de produtos?

SC: As pessoas ficam admiradas e, ao mesmo tempo, entusiasmadas como é possível fazer tanta coisa com a cortiça. Isso está patente no Observatório, onde

temos uma exposição das novas aplica-ções da cortiça, desde o vestuário a uma prancha de surf.

Normalmente conhecem a rolha e quando entram no Observatório per-cebem a multiplicidade de utilizações e aplicações da cortiça, o que as deixa fascinadas. Aliás, sentimos que cada vez mais designers e criadores estão a pegar na cortiça para mostrar novos objectos e produtos. Sentimos que isto está a evoluir positivamente. O cidadão comum reage muito bem a este produto.

GR: O que vai fazer o Observató-rio, durante a FICOR, para mostrar todas essas potencialidades?

SC: Para além da exposição que já re-feri, estamos a trabalhar, com todas as empresas e com um apoio muito forte da APCOR, na criação do Espaço Inovação, que tivemos a primeira vez o ano passa-do. No piso superior da Central de Camio-nagem, onde vai decorrer a FICOR, vamos ter um espaço dedicado às novas aplica-ções e inovações na cortiça, que preten-demos reforçar todos os anos, desde o mobiliário, aos lavatórios ou mesmo ba-nheiras. Uma multiplicidade de produtos feitos com cortiça, que vai surpreender.

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Áurea, UHF, Herman José, Lucky Du-ckies, David Antunes e Midnight Band e Crassh são os artistas que vão animar as noites da Festame - Feira do Município da Mealhada, que se realiza de 7 a 12 de Junho. Uma festa que se demarca das demais por ser completamente gratuita.

A segunda edição da Festame aposta numa grande diversidade de cartaz, com propostas para as camadas mais jovens, mas também com artistas de longas car-reiras e que são de culto de um público mais maduro, como o caso dos UHF ou de Herman José.

Também no estilo de música, a tónica é a diversidade: dos inusitados Crassh, banda que faz música a partir de latas de tinta, canos e outros materiais, aos Lucky Duckies, que trazem o jazz, swing, blues e rock dos anos 50, aos mega sucessos de Áurea e David Antunes & Midnight Band, compositor que se tornou conhecido no programa “5 para a meia-noite”, da RTP.

FESTAME decorre de 7 a 12 de Junho

“Há Festa na Mealhada” com cartaz de luxoA música electrónica também está

presente, pelas mãos de um conjunto de dj’s que vão animar o final da noite de espectáculos. Este ano há, de resto, uma área de mostra de novos talentos de dj, vocacionada para as camadas mais jovens que procuram o seu espaço no mundo da música electrónica.

A FESTAME mantém a área das tasqui-nhas e do artesanato, que estão na gé-nese do evento, uma vez que começou por ser uma feira de artesanato e gas-tronomia, mas terá também expositores de comércio, indústria e agricultura. Com as inscrições encerradas, estão inscritas 180 empresas e entidades, sendo que existem apenas 100 espaços de exposi-ção.

Do programa fazem parte ainda dois eventos lúdico-desportivos, como a prova “3 milhas da Mealhada” que, além da caminhada de lazer, assume, este ano, uma vertente competitiva, com

uma prova de atletismo organização pelo Centro Desportivo da Pedrulha, e o encontro de bicicletas antigas, um verdadeiro desfile das velhinhas “pas-teleiras”.

O orçamento do certame ronda os 145 mil euros e mantém-se o cunho de ser gracioso. Não há entradas pagas, nem os expositores pagam qualquer verba para participar. “Queremos ser diferentes das outras feiras da região. Podíamos convidar nomes ainda mais fortes, para todas as noites, e fechar a feira às pessoas, cobrando bilhete. Não é esta a nossa opção. E fazemo-lo as-sim porque podemos. Porque a nossa preocupação não é com o dinheiro, é com as pessoas”, afirmou Rui Marquei-ro, presidente da Câmara da Mealhada, durante a apresentação do certame. Justificou ainda que este formato per-mite que todos os munícipes tenham acesso a grupos do panorama nacional.

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No próximo dia 20 de Maio, em Vila Real

Ministro da Economia inaugura Parque de Ciência e Tecnologia

O Regia-Douro Park - Parque de Ci-ência e Tecnologia vai ser inaugurado pelo Ministro da Economia, Manuel Cal-deira Cabral, a 20 de Maio, numa ceri-mónia onde marcam também presença o presidente do Município de Vila Real, Rui Santos, o Reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, António Fontainhas Fernandes, e o presidente da CCDR-N, Emídio Gomes, assim como inúmeros convidados. No final decorre-rá uma mostra de vinhos de enólogos e produtores formados na UTAD.

O Régia Douro Park é promovido pelo Município de Vila Real, pela Uni-versidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e pela Portuspark, e quer constituir-se como um pilar de desen-volvimento económico integrado com forte aposta na UTAD e na Região. O Parque de Ciência e Tecnologia envol-veu um investimento de cerca de 9,5 milhões de euros financiados em 85% pelo Programa Operacional do Norte e o restante pelos diferentes associados, sendo que o investimento do Município

de Vila Real representa actualmente mais de 99% e ultrapassa os 1,5 mi-lhões de euros.

A infraestrutura já se encontra em funcionamento com cerca de 80% de ocupação e está direccionada para as áreas agroalimentar, agroindustrial, enologia, viticultura, economia verde, valorização ambiental e tecnologias agroambientais, tem várias valências de suporte dirigidas a empreendedo-res, empresas e investigadores nacio-nais e internacionais.

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InfoWine Forum espera cerca de meio milhar de participantes

A inauguração do Régia Douro Park fica também marcada pela realização do V infowine.forum, no Teatro de Vila Real, nos dias 19 e 20 de Maio que pretende reunir empresas, produtores, investiga-dores, jornalistas de vinho, enólogos e enófilos. São esperados cerca de 500 participantes.

O programa conta com diversos espe-cialistas, entres eles Laurent Dulau, es-pecialista em vinhos e director geral da Sturia, uma das líderes mundiais na pro-dução de caviar; Mário Santos, docente e investigador da UTAD na área da eco-logia aplicada e que nos propõe novas formas de construir uma vinha; Vicente Ferreira reputado investigador na área da química analítica na Universidade de Zaragoza e ainda Pedro Abrunhosa, que marca presença neste evento para falar da experiência emoção/ vinhos.

O infowine.forum é um congresso de carácter técnico-científico, nas áreas da Viticultura, Enologia e Mercados. Tem como objectivo valorizar a investigação, pública e privada, salientando a sua fun-ção como motor de inovação e abertura ao serviço do sector vitivinícola.

“O objectivo deste congresso é a transferência de conhecimento em tudo

Um Centro de Conhecimento

O Regia-Douro Park está, assim, a tor-nar-se num centro de conhecimento que coloca ao serviço da região. O director geral do Parque de Ciência e Tecnologia diz que “o objectivo principal é o apoio ao desenvolvimento económico das em-presas e indústrias da região, apostando em mão de obra qualificada e muito es-pecializada, tendo por base a formação recebida na UTAD”. Nuno Pinto Augusto diz que importa “apoiar e dotar as em-presas de competências e conhecimen-tos, ajudando-as a produzir produtos com mais valor acrescentado, baseados na inovação e na investigação”.

Este responsável sublinha o facto de o Parque albergar o Centro de Excelência do Vinho e da Vinha, numa região onde o sector do vinho é “a principal industrial da região, que produz alguns dos melhores vinhos do mundo”. Nuno Pinto Augusto refere o aparecimento de novos empre-endedores na região, nomeadamente no vinho, com “uma nova visão”, numa “industrial que está na moda, que se tem

traduzido em resultados económicos e fi-nanceiros importantes para a região, com as empresas a diversificar a sua actividade, produzindo outros produtos como azeite, mas também conservas e compotas”.

O director geral do Regia-Douro Park

lembra também a importância da “in-dústria da castanha” na região, mas também a fruticultura no Douro Sul, “com empresas a produzir derivados da maçã”, mas também projectos “na área da produção de carne e enchidos”.

que tenha a ver a inovação no sector vi-tivinícola”, referiu a responsável da Vini-deas, empresa que organiza esta inicia-tiva. Leonor Santos justifica a realização deste fórum de dois em dois anos porque “não existe inovação suficiente para se fazer este congresso todos os anos e, desta forma, transmitirmos tudo o que há de novo”. Todavia, acrescenta, “há no-vas descobertas nas áreas dos aromas, têm-se identificado novas moléculas no vinho e há também o desenvolvimento

de novos produtos”. A responsável da Vinideas tem “boas perspectivas” para um fórum dirigido a portugueses que se interessam por estas temáticas.

Com largos anos de experiência no sector, Leonor Santos diz que “houve uma evolução fantástica no vinho e na sua qualidade”, reconhecendo, contudo, que “em termos de investimento na in-vestigação já houve fases melhores, mas penso que estamos a entrar numa nova fase nessa área”.

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Gazeta Rural (GR): O que será o Mercado Medieval de Marialva?

Anselmo Antunes de Sousa (AAS): É um evento que queremos seja uma re-ferência do concelho, porque sabemos a importância que estas actividades têm para a atracção de visitantes à Meda. Vai ser realizada em Marialva, uma Aldeia Histórica, e penso que é um cenário idí-lico para a realização deste tido de acti-vidades. Durante três dias vamos repro-duzir a época medieval, com artesãos de todo o país.

GR: Este tipo de evento são fun-damentais para atrair gente ao con-celho, mas também uma mostra de produtos locais?

AAS: Sim. São bastante importantes para trazer gente a estas regiões, que de outro modo não viriam. Temos um património edificado riquíssimo, exce-lentes paisagens, mas também produtos endógenos do melhor que há neste país, como o vinho, o azeite, a amêndoa e o mel.

De 20 a 22 de Maio, no concelho da Meda

Aldeia Histórica de Marialva recebe Mercado Medieval

De 20 a 22 de Maio a Al-deia Histórica de Marialva, no concelho da Meda, regressa à época medieval. Num cenário idílico, artesão de todo o país

vão recriar outros tempos, com a presença taberneiros,

artesãos e mercadores. Neste Mercado, os visitantes podem

encontrar produtos do con-celho, como vinhos, azeites,

amêndoa e mel, mas também os mais variados tipos de ar-tesanato nas ruas do centro

histórico de Marialva.O presidente da Câmara da

Meda pretende que este even-to “seja uma referência do

concelho”, para além de que “é importante” para atracção de

gente ao território. Anselmo Antunes de Sousa destaca a presença dos produtos endó-

genos de qualidade do con-celho, numa altura em que o

sector primário tem crescido e com gente jovem.

Este evento é uma forma de mostrar-mos o que temos de bom.

GR: Como está o sector primário do concelho?

AAS: Tem mexido bastante. Felizmen-te, temos bastantes jovens que se têm dedicado à agricultura, com uma menta-lidade nova e, principalmente, conheci-mento e isso é bastante importante. Há jovens dedicados ao vinho, que criaram pequenas empresas, com néctares de excelente qualidade, medalhados em grandes concursos, e que já exportam.

Também no azeite temos gente nova. Há bem pouco tempo apareceu um jo-vem que apostou na produção de azeite em modo biológico, de grande qualidade e que tem tido grande sucesso. É com grande agrado que vemos o desenvol-vimento deste sector e a ter uma im-portância cada vez maior para a nossa economia.

Temos um concelho onde a pastorícia tem também grande importância, num

sector que estamos a apoiar e que ne-cessita de se desenvolver cada vez mais. A maior parte dos pastores vende o leite, embora já se perspective a criação de algumas queijarias.

GR: O concelho tem, também uma grande mancha de castanheiros. Como está este sector, tendo em conta as preocupações com algu-mas pragas?

AAS: Temos algumas zonas em que o castanheiro é abundante. A vespa tem afectado alguns soutos, mas os nossos técnicos têm feitos várias acções de sensibilização junto dos proprietários para que esse problema seja minimizado, pois causa grandes prejuízos.

Vamos também tentar certificar algu-ma castanha, porque entendemos que isso será muito importante. Na freguesia de Ranhados há uma grande mancha de castanheiros que produzem castanha de excelente qualidade e a sua produção têm aumentado.

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O Solar do Vinho do Dão, em Viseu, volta a ser palco do desfile das colheitas de 2015 da região. É já no dia 23 de Maio que os vinhos do último ano serão pre-miados e provados, em primeira mão. O “Dão Primores – Declaração de Vindima 2015’ é uma iniciativa da Comissão Vi-tivinícola Regional do Dão (CVR Dão) e é uma mostra de vinhos com prova livre das amostras de vinhos da colheita de 2015.

No próximo dia 23 de Maio, no Solar do Dão

“Dão Primores” revela as novidades da colheita de 2015Cada produtor pode apresentar até

cinco vinhos e estarão em prova mais de 150 amostras da colheita de 2015, en-tre vinhos brancos, tintos e rosados. O evento terá início às 9,30 horas e, para a conferência inaugural, conta com a presença do convidado espanhol José Luis Murcia, presidente da Associação Espanhola de Jornalistas e Escritores de Vinho, que irá falar sobre o impor-tante papel dos Conselhos Reguladores das Regiões Vitivinícolas de Espanha na promoção externa do vinho nacional e como se poderá adaptar esse modelo de sucesso a Portugal.

Após esta palestra inicial, Arlindo Cunha, presidente da CVR Dão, procla-mará a Declaração de Vindima 2015, se-guindo-se as intervenções dos especia-listas em viticultura e enologia. Este ano, os convidados serão António Teixeira (viticultor) e Nuno Cancela de Abreu (enólogo) que apresentarão, respecti-vamente, o ano vitícola e o perfil geral da colheita no ano de 2015.

Pelas 10,45 horas serão entregues os prémios do 54º Concurso ‘Os Melho-res Vinhos do Dão no Produtor – Dão Primores colheita 2015’. Este concurso destina-se a avaliar e premiar os vinhos de 49 produtores que apresentaram a concurso 204 amostras da última vindi-ma na região. As provas deste concurso decorreram nos dias anteriores, com um painel de 10 jurados. Foram considera-das as categorias de vinhos brancos, tin-

tos, rosados e monovarietais na colheita de 2015.

Os vinhos mais votados a concurso conquistarão os diplomas de ouro, de prata e menção honrosa. Os cinco vi-nhos diploma de ouro com maior pontu-ação disputarão ainda uma finalíssima, candidatando-se à atribuição do galar-dão ‘O Grande Vinho do Dão’.

Pelas 11,30 horas terá início a prova li-vre das amostras de vinhos da colheita de 2015 presentes no evento destinada à crítica, aos jornalistas, aos profissionais do sector, aos responsáveis pela distri-buição e aos principais clientes convida-dos pelos produtores.

Com o objectivo de reconhecer e di-vulgar a qualidade dos vinhos produ-zidos no seu território, o Concurso “Os Melhores Vinhos do Dão no Produtor – Dão Primores” é um evento que se re-aliza anualmente desde 2010 em Viseu sob a responsabilidade da Comissão Vi-tivinícola Regional do Dão. O concurso é aberto a todos os produtores de vinho da região do Dão e a ele podem ser ad-mitidos quer os vitivinicultores individu-ais, quer os vinificadores, quer as adegas cooperativas. São condições necessá-rias para a inscrição dos concorrentes a apresentação de vinhos da colheita anterior e, dentro do devido prazo, da declaração de colheita e produção. Só serão admitidos a concurso os vinhos elaborados a partir de castas referidas no encepamento regional.

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A Região Demarcada do Dão arrecadou 18 medalhas em mais uma edição de um dos mais prestigiados concursos mun-diais de vinho. O “Concours Mondial de Bruxelles celebrou este ano a 22ª edição e contou com mais de 8.750 vinhos em pro-va, provenientes de todo o mundo.

O júri foi composto por 320 provadores, de 54 nacionalida-des e de diferentes áreas profissionais, tais como enólogos, sommeliers, importadores, jornalistas e críticos de vinhos. É actualmente uma das principais referências no que diz res-peito às competições internacionais de vinhos. Este ano, das 18 medalhas obtidas, a Região Demarcada dos Vinhos do Dão obteve sete medalhas de ouro e onze medalhas de prata.

Medalhas de ouro:- Adega da Corga Reserva, Tinto, 2011- D. Fuas Reserva, Tinto, 2013- Pingo Doce Vinho Dão Reserva, Tinto, 2014- Quinta da Gandara Touriga Nacional Reserva, Tinto, 2012- Quinta da ponte Pedrinha Reserva, Tinto, 2011- Quinta de Lemos Alfrocheiro, Tinto, 2010- Quinta de Lemos Dona Georgina, Tinto, 2010

Medalhas de prara: - Borges Dão Reserva, Branco, 2014- Casa da Passarella A Descoberta Colheita 2012- Casa da Passarella O Enólogo Encruzado 2014- Casa São Matias, Tinto, 2012- Proeza, 2014- Quinta da Ponte Pedrinha, Tinto, 2012- Quinta da Ponte Pedrinha Touriga Nacional, Tinto, 2012- Quinta de Lemos Dona Paulette, Branco, 2013- Quinta de Lemos Dona Santana, Tinto, 2010- Quinta de Lemos Touriga Nacional 2010- Titular Encruzado - Malvasia Fina 2014

Foram sete medalhas de ouro e onze medalhas de prata

Região do Dão recebeu 18 prémios

no “Concours Mondial de Bruxelles”

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Nem só de grandes vinhos é feito o Douro. Conhecer a re-gião, no seu todo, é o propósito da Feira do Douro 2016, que se realiza no fim-de-semana de 25 e 26 de Junho na Quinta de Nápoles (Niepoort).

Após o sucesso da primeira edição, que contou com mais de 600 participantes, o grupo de produtores Douro Boys (Quinta do Vallado, Quinta do Crasto, Niepoort, Quinta Vale D. Maria e Quinta do Vale Meão) volta a juntar-se para uma mostra do melhor da região.

Durante dois dias, o Douro dá lugar a um mercado enogas-tronómico aberto ao público, onde é possível conhecer, provar e comprar alguns dos melhores produtos da região. O evento é dirigido a todos os apaixonados pelo vinho e gastronomia, que terão aqui uma oportunidade única de contactarem direc-tamente com os produtores e provarem, com os próprios, os vinhos dos Douro Boys.

A 25 e 26 de Junho, na Quinta de Nápoles

Douro Boys anunciam segunda edição

da Feira do Douro

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Um espumante “Terras do Demo”, “Olho-de-perdiz”, rosé, colheita de 2014, produzido pela Cooperativa Agrícola do Távora, em Moimenta da Beira, foi dis-tinguido com uma medalha de ouro na edição de 2016 do Concurso Mundial de Bruxelas, uma competição itinerante que este ano se realizou na cidade de Plovdiv, na Bulgária.

No certame foram avaliados mais de 8.750 vinhos, de 51 países, examinados por um painel que incluiu cerca de 300 provadores de 54 países diferentes. Já em Fevereiro de 2015, o mesmo espumante tinha também conquistado uma

medalha de ouro no “Sakura Japan Women’s Wine Awards”, o maior concurso de vinhos do Japão.

O espumante, duplamente premiado, é feito a partir da casta Touriga Nacional (100%), maturação pelo método tradicional e, garante o produtor, tem a mesma

coloração do olho-de-perdiz. O aroma é intenso, primoroso e floral. E o paladar fresco e muito frutado, com prolongado no final. Bebe-se em qualquer circunstân-

cia, especialmente como aperitivo, com entradas e cocktails diversos, carnes bran-cas, saladas, peixes, frutos do mar, etc.

CONVENTO SÃO FRANCISCO • COIMBRA

29 a 31 maio 2016

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3º FORUM TURISMO INTERNO

No Concurso Mundial de Bruxelas

Espumante “Terras do Demo”

conquista medalha de ouro

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Gazeta Rural (GR): Como nasceu a Soito Wines?

Sandra Soares (SS): Este projecto nasceu a partir da altura em que a família decidiu comprar a quinta para cá viver. Assim, decidimos rentabilizá-la e realizar o sonho de produzir vinhos de qualidade. Inicialmente queríamos apenas rentabi-lizar o investimento, mas depois pensá-mos em fazer algo de novo, aproveitan-do as potencialidades da quinta.

Para o efeito rodeámo-nos das pesso-as que entendemos mais competentes e que nos ajudariam a levar o projecto por diante. Avançámos com a construção da Adega, cujo projecto é do arquitecto José Perdigão, pessoa também ligada ao sector, bem como da Wines & Wines, na pessoa do Engº Carlos Silva, que nos dá todo o apoio. Temos feito um grande investimento, porque queremos apostar em vinhos de qualidade e elevar cada vez mais o Dão.

Sedeada em Tibalde, no concelho de Mangualde

Soito Wines inaugurou nova adega e aposta em vinhos

de elevada qualidade

A Soito Wines inaugurou a nova adega em Tibalde, no concelho de Mangualde, num projecto do arquitecto José

Perdigão. A empresa, de cariz familiar, está apostada em

ser uma referência na Região Demarcada do Dão. Os vi-

nhos têm a chancela enológi-ca da Wines & Wines, tendo

Carlos Silva como enólogo residente.

Os mais de 13 hectares de vinha que a empresa possui

têm as castas nobres do Dão, a maior parte de Touriga

Nacional, mas também Al-frocheiro, Jaen e Tinta Roriz, nos tintos, e Encruzado nos brancos. Em conversa com

a Gazeta Rural, o casal José Carlos e Sandra Soares, ele de Mões, Castro Daire, e ela de Braga, garantiu que o ob-jectivo é produzir vinhos do Dão de qualidade superior.

GR: O que vos levou a investir nesta quinta?

José Carlos Soares (JCS): O primeiro objectivo foi unir a família. Os meus sogros viviam em Braga e nós em Viseu. Quando surgiu a oportunidade de comprarmos esta quinta não hesitámos, cumprindo aquele objectivo.

A quinta tinha seis hectares de vinha e percebemos que não valia a pena vender as uvas, porque isso não seria rentável. Além disso, o meu sogro está na área de comercialização de vinhos, com uma empresa de distribuição em Angola, e já exportávamos vinhos de outros produ-tores. Foi, diria, juntar o útil ao agradá-vel. Temos vinhas com grande potencial e decidimos produzir um vinho à nossa medida, de que nos orgulharemos um dia.

Entretanto, adquirimos uma outra vinha (Cabeço da Roda) com cerca de

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seis hectares em Mourilhe e temos nesta altura cerca de 13,5 hectares de vinhas. Chegámos rapidamente à conclusão de que para produzirmos um vinho de qua-lidade, de um patamar elevado, como pretendíamos, teriamos que ter condi-ções, pelo que avançámos para a cons-trução da adega, num projecto de raiz.

GR: Até onde pretendem levar o projecto?

JCS: O nosso primeiro objectivo é fazer um vinho de excelente qua-lidade e, pelas críticas que os nos-sos vinhos têm recebido, penso que

“O empenho e a forma como o produtor se dedica ao projecto faz toda a diferença”, diz Carlos Silva, enólogo da Soito Wines

Gazeta Rural (GR): No que di-fere este projecto de outros que acompanha?

Carlos Silva (CS): É uma boa per-gunta. Os projectos não diferem pe-las castas, pela região ou por terem uma boa adega. A grande variável é o produtor, o empenho e a forma como se dedica ao projecto. Isto faz toda a diferença.

Um produtor que goste de fazer o vinho, de levar por diante o projecto vinho, que vive inteiramente dele e acha tudo isto uma paixão tem me-lhores resultados relativamente a outros que olham para o vinho numa perspectiva de negócio imediato. É um pouco o que se passa neste pro-jecto.

Antes de fazerem o vinho, tudo foi pensado, com tempo e com todas as particularidades e paixão. Foi tudo muito sentido, com sentimento, e pouco preocupados com os resulta-dos imediatos, desde as vinhas, até à forma como foi pensada e construída a adega.

GR: Quando um enólogo sente o produtor empenhado e a saber o que quer, é um grande desafio fazer um vinho de acordo com a expectativa gerada?

CS: O ideal é que o produtor tenha a ambição de fazer bons produtos e tenha uma elevada atitude mental para perceber todas as pessoas, des-de aquelas que trabalham na sua em-presa e no mercado, entendendo-as e compreende-las bem, percebendo o que o enólogo lhe pode trazer e al-terar, bem como entender o mercado.

Um produtor de ideias fixas e mente

estamos a conseguir. Aliás, há bem pouco tempo os nossos vinhos foram seleccionados para representar Por-tugal num cruzeiro de luxo. Tudo isto foi possível no seguimento da nossa presença na Prowein. Foi um primeiro passo que reputamos de muito im-portante.

Entretanto, enviamos o nosso vinho de 2013 para um dos melhores som-meliers do mundo que lhe atribuiu 93 pontos, o que nos deixou muito satis-feitos. A partir disto, o objectivo é me-lhorar cada vez mais a qualidade dos nossos vinhos. Aliás, temos grandes

expectativas para a colheita de 2015. GR: Pensam aumentar a área

de produção?SS: Não. A nossa aposta é continu-

ar a fazer vinhos de qualidade. Depois do primeiro vinho tinto, apresentámos agora os vinhos do segundo ano de produção, o tinto 2014 e o branco e o rosé de 2015. Estamos a considerar o lançamento de um vinho de topo, Quinta do Soito, da colheita de 2015, se o nosso enólogo entender que tem qualidade para tal. Neste sentido, já temos muito em que pensar e traba-lhar. No futuro veremos.

fechada não será a melhor solução. Te-mos que saber o que vamos fazer e ter esta latitude para entender o mercado, as pessoas, a natureza, a biodiversidade, a tipicidade, as tendências, etc. Tudo isto faz parte de um projecto de vinhos.

GR: O que destacaria nos vinhos da Soito Wines?

CS: São criações muito recentes e vamos ver a sua evolução. Para já tem recebido críticas muito positivas. Foram feitos dois tintos, um de 2013 e outro de 2014, um branco e um rosé de 2015. Bre-vemente vai ser lançado um Reserva de

2014.Destacaria acima de tudo o res-

peito pelas castas, a aposta Dão, no mais forte patamar. Podemos dizer que é mais um produto Dão, mas algo diferente, com o terroir de Terras de Azurara bem vincado, com as castas bem expressas. É um Dão que vai dig-nificar muito a região e o país, pois tem muito carácter. Não quero dizer que é mais um projecto do Dão. Nada disso. Marca bem o Dão e vai deixar Mangualde bem visto no mapa na-cional. É um bom projecto para este concelho do Dão.

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Estreia-se este ano o ‘Concurso de Azeite Virgem de Trás-os-Montes e Alto Douro’ (CAVTAD), uma iniciativa que decorrerá por ocasião da quinta edição do ‘Festival do Vinho do Douro Supe-rior’ (FVDS). O concurso acontece nos dias 19 e 20 de Maio, na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bra-gança, e os vencedores são anunciados no domingo, dia 22 de Maio, pelas 17 horas, durante o certame que decorre no ExpoCôa - Pavilhão de Exposições e Feiras de Vila Nova de Foz Côa.

José Gouveia, professor catedráti-co do Instituto Superior de Agronomia e grande especialista em azeites, é o presidente do júri do CAVTAD, acompa-nhado pela dupla de directores técnicos Francisco Pavão (da Associação dos Produtores em Protecção Integrada de

A 22 de Maio, no Festival do Vinho do Douro Superior, em Foz Côa

Vencedores do I Concurso de Azeite Virgem de Trás-os-Montes e Alto Douro conhecidos em Foz Côa

Trás-os-Montes e Alto Douro - APPI-TAD) e José Alberto Pereira (da Escola Superior Agrária do Instituto Politécni-co de Bragança). Nesta primeira edição, o júri integra profissionais de referência na área da análise sensorial de azeites virgem, garantindo aos produtores da região uma oportunidade de excepção para mostrar o dinamismo e o potencial da sua actividade.

‘Frutado Maduro’, ‘Frutado Verde’ e ‘Frutado Verde Intenso’ são as três ca-tegorias de azeite a concurso, às quais serão atribuídas medalhas de ouro, prata, bronze e menções honrosas, ha-vendo ainda lugar para duas distinções especiais para os melhores ‘Azeite de Cooperativa’ e ‘Azeite de Quinta’.

Desde a primeira edição, o ‘Festival do Vinho do Douro Superior’ tem dado destaque ao azeite, tendo contado com provas comentadas. A adesão e interesse suscitado em edições ante-riores por concursos semelhantes, mas com vinho em vez de azeite, esteve na base da ideia de se criar um ‘Concurso de Azeite Virgem de Trás-os-Montes e Alto Douro’, que premiasse e desse a conhecer o que de melhor se produz na região.

V Festival do Vinho do Douro Superior

Este concurso de azeites realiza-se no âmbito do V Festival do Vinho do Douro Superior, que decorre em Vila Nova de Foz Côa de 20 a 22 de Maio, pelo quinto ano consecutivo. Organizado pelo Muni-cípio de Foz Côa, este Festival em muito tem contribuído para afirmar a cidade como “Capital do Douro Superior” e di-vulgar esta sub-região como terra de di-namismo e qualidade e onde têm origem algumas das mais prestigiadas marcas de vinho do Douro.

O certame é de entrada livre e com mais de 70 produtores de vinho que vão marcar presença no ExpoCôa - Pavilhão de Exposições e Feiras, dando a provar os seus vinhos aos visitantes.

O programa do evento faz parte um colóquio para profissionais do sector do vinho, subordinado ao tema ‘Douro Superior: Fronteiras da Liberdade’ que, apresentado e moderado pelo crítico Luís Antunes, da Revista de Vinhos, contará com grandes nomes do vinho, da gastro-nomia e do jornalismo português, como Mateus Nicolau de Almeida, Luís Sotto-mayor e Mário Zambujal, entre outros.

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Os Vinhos de Lisboa aumentaram as suas exportações em 2015, apesar de Angola ter deixado de ser o principal mercado devido à crise e ter baixado de 20% para 2,5% o peso que tinha nas suas vendas ao estrangeiro. Vasco Avil-lez, presidente da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) de Lisboa, disse que de 2014 para 2015 as exportações “aumen-taram 35% em volume e 50% em valor”, com o preço médio por garrafa a subir de 2,70 para 3 euros.

Em 2014, esta região vitivinícola ex-portou 18 milhões de garrafas e factu-rou 48 milhões de euros no estrangeiro, enquanto em 2015 os números apontam para 24 milhões de garrafas vendidas e um volume de negócios de 72 milhões de euros.

Os resultados são, para Vasco Avil-lez, o reflexo da “vitalidade do sector. Ao aperceberem-se da crise em alguns países, devido à descida dos preços do petróleo, muitos operadores começa-ram a explorar outros mercados”, nome-adamente Estados Unidos da América e China, países para onde as vendas subi-ram em 2015. “As diversas medalhas de prata, ouro e bronze que temos recebido têm imenso efeito nas vendas”, acres-centou o presidente da CVR, que tem

Angola deixou de ser primeiro mercado

Vinhos da Região de Lisboa aumentam exportações

sede em Torres Vedras, o concelho que mais vinho produz nesta região.

Devido à crise que atravessa, Angola deixou de ser o principal mercado, que era até 2014, e os 20% do peso que ti-nha nas suas exportações baixaram para apenas 2,5%. Em 2014, foram exporta-das para Angola 1,2 milhões de garrafas, enquanto em 2015 apenas se vende-ram 600 mil garrafas para aquele país. “Como os angolanos não conseguem enviar divisas, alguns produtores, mal começaram a acumular dívidas, can-celaram encomendas, enquanto outros continuam a enviar vinho, mas não rece-bem dinheiro e estão com dívidas enor-mes”, justificou.

O dirigente deu como exemplo o caso de uma adega cooperativa que está em “situação financeira difícil” com dívidas na ordem dos cinco milhões de euros por parte de Angola, enquanto outra, que optou por cancelar as encomendas com aquele país, não conseguiu escoar 28 milhões de litros de vinho.

A região vitivinícola de Lisboa expor-ta cerca de 75% da sua produção, sendo os principais mercados atuais Estados Unidos da América, Noruega, Suécia, Finlândia, Canadá, Brasil e China.

O ano de 2015 foi também “o melhor

ano vitivinícola dos últimos 20 não só em quantidade, como também em qua-lidade”. Em 2014, a região produziu 83 milhões de litros, enquanto em 2015 fo-ram 120 milhões, ou seja cerca de 25% do total da produção nacional, ficando logo atrás do Douro e do Alentejo. Des-ses, 35% correspondem a vinhos certi-ficados que, por sua vez, aumentaram 20% com a produção de mais 32 milhões de garrafas, mais seis milhões do que em 2014. Essa tendência de crescimento dos vinhos certificados manteve-se no primeiro trimestre deste ano, com a CVR a emitir mais 13% de selos de certificação por comparação com igual período de 2015 (8,5 milhões de garrafas certifica-das, mais um milhão que em 2015).

A região dos vinhos de Lisboa é a maior região a exportar vinhos certi-ficados e a segunda maior do país em área, com cerca de 26 mil hectares de vinha. É também a única a produzir vinhos leves. Possui oito vinhos com Denominação de Origem (Alenquer, Ar-ruda, Torres Vedras, Óbidos, Encostas D’Aire, Bucelas, Carcavelos, Colares), dois vinhos regionais de Lisboa (sendo um deles o único leve do país) e uma aguardente (Lourinhã) com Denomina-ção de Origem.

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Gazeta Rural (GR): A UDACA co-memora 50 anos. Que balanço faz deste meio século?

Fernando Figueiredo (FF): O balan-ço que posso fazer, e o que conheço mais de perto, tem a ver com a última década. Sou presidente desde 2007 e conheço a UDACA, por ser também, presidente da Adega de Silgueiros, mas a nível da ges-tão apenas nos últimos nove anos.

O projecto inicial foi fantástico. As pessoas que iniciaram o projecto UDA-CA tinham uma visão estratégica global para o sector cooperativo, criaram uma empresa com dimensão, que hoje está bem à vista, não só em termos de capa-cidade de armazenagem, mas também a nível comercial e de marketing.

Era um projecto interessante, porque

Diz Fernando Figueiredo, presidente da União das Adegas Cooperativas do Dão

“Quem iniciou o projecto UDACA tinha uma visão

estratégica global para o sector cooperativo”

A União das Adegas Coope-rativas do Dão (UDACA) está

a comemorar meio século, em que muita coisa mudou. Porém, passados 50 anos, esta estrutura do Dão está

a tentar recuperar essa ideia inicial para que sejam atingi-dos os objetivos para que foi

criada. O actual presidente da

UDACA, à Gazeta Rural, diz que “quem iniciou o projecto tinha uma visão estratégica global para o sector ”. Fer-nando Figueiredo diz que à

falta de consenso para a fusão das adegas associa-das, a aposta no mercado internacional foi uma parte da solução. Hoje, cerca de

70% do volume de negócios da UDACA é proveniente da

exportação.

para além de prestar serviços às ade-gas cooperativas, nomeadamente nas áreas de viticultura e enologia, visava o marketing e a comercialização dos vinhos das associadas. De facto, e do que conheço, à medida que o tempo foi passando, com a entrada de Portugal na União Europeia, com as ajudas comu-nitárias e com alguma ‘fome’ de poder, as pessoas que dirigiram o sector coo-perativo na nossa região foram criando os seus próprios projetos e não houve a liderança suficiente na UDACA para im-pedir que a ideia inicial sofresse os des-vios que sofreu.

GR: Porque é que isso aconteceu, no seu entender?

FF: Talvez porque a UDACA não deu

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a resposta que as pessoas esperavam e cada adega foi criando as suas estrutu-ras, criando marcas próprias, infraestru-turas diversas e linhas de engarrafamen-to, por exemplo, quando a ideia era que estes serviços fossem prestados pela própria UDACA. Isso foi evoluindo até que, a determinada altura, chegou-se à conclusão que os concorrentes regio-nais do sector cooperativo eram as pró-prias adegas cooperativas que tinham estratégias próprias e não tinham uma visão de conjunto.

Já comigo na direcção da UDACA fez--se uma tentativa de fusão de todas as adegas cooperativas do Dão, podendo por exemplo a UDACA utilizar marcas das associadas que tinham mais noto-riedade no mercado. Esse estudo fez--se, mas tendo em conta que a situação económica e financeira das adegas não era equiparável, pois havia discrepân-cias muito grandes entre elas, nomea-damente pela sua dimensão, situação económica e financeira ou até na forma de pagamento aos seus associados, en-tre outras situações. Haveria adegas que iam perder muito e outras que iriam ga-nhar muito, também. Por isso, e também pela dificuldade em sentar as pessoas à mesa para que definissem concreta-mente as perdas e os ganhos e se ten-tasse chegar a um consenso - temos que pensar que do outro lado estão os associados, que teriam sempre uma pa-lavra a dizer no processo de fusão, - esse projecto caiu por terra.

Como o projecto não pode voltar para trás, pelos erros cometidos que referi, quando esta direcção entrou e tomou conta dos destinos da UDACA, como a fusão tinha sido colocada de parte, ten-tou-se o mercado internacional, onde as adegas cooperativas não tinham estru-tura para estar lá. Esta foi a grande vira-gem. Hoje, cerca de 70% dos negócios da UDACA são feitos no mercado interna-cional e as coisas têm corrido muito bem. Por outro lado, as margens dos produtos neste mercado sendo bastante melhores que no mercado nacional, onde a con-corrência é enorme, permitiu, de forma sustentada, a recuperação económica da empresa.

A concorrência no mercado interno é, como se disse, enorme sendo tremen-damente complicado competir em preço com outras regiões como, por exemplo, o Alentejo e o Tejo que têm produções enormes com custos de exploração por hectare de vinha muito mais baixos se compararmos com o Dão, a Beira Interior e outras No nosso caso, para estarmos

no mercado nacional ou esmagamos as margens ou estamos ‘tramados’. Esta foi uma das razões porque nos virámos para o mercado internacional, onde estamos muito bem.

Basta dizer que de 2007 a 2014 cres-cemos cerca 57%, sendo que em 2007 o volume de negócios da UDACA, em pro-porção, era 70% no mercado nacional e 30% na exportação, uma situação que hoje se inverteu completamente, como já atrás referimos.

GR: Hoje, o mercado está diferente?FF: Sim, bastante diferente, porque a

chamada moderna distribuição veio dar uma “grande volta” ao mercado. Quem está atento a estas coisas verifica que há campanhas muito agressivas na grande distribuição que normalmente são pagas pelos fornecedores dos produtos, neste caso os operadores ligados ao vinho.

Houve de facto uma grande alteração porque o mercado é bem mais agressivo, havendo também cada vez mais cuidado por parte do consumidor que hoje sabe o que está a comprar, isto é, se tem ou não qualidade e se estará ou não a ser “enganado”. Aliás, estou convicto de que o consumidor de vinho vai ser cada vez mais exigente e, acima de tudo, vai esco-lher um vinho que conhece, porque sabe que não será enganado. É este o cami-nho que temos que seguir.

GR: O projecto futuro da UDACA passa pelo reforço da aposta no mercado internacional?

FF: A UDACA vai ter que estar atenta aos mercados dos países que têm po-tencial de crescimento. Não vou referi--los, porque o segredo é a alma do ne-gócio, mas estamos neste momento com grandes negócios em países onde não estávamos há pouco tempo e que estão com um nível de crescimento eco-nómico bastante interessante.

Em contrapartida, há outros onde estávamos muito bem e hoje temos al-gumas dificuldades, nomeadamente An-gola e Brasil. Estes dois ‘problemas’ con-seguimos ultrapassá-los apostando em novos mercados e potenciando outros. A grande estratégia que temos é concorrer com os melhores vinhos nos concursos desses mercados, apostando em revis-tas da especialidade, fazendo com que os líderes de opinião falem dos nossos vinhos e que estes apareçam como refe-rência para que o mercado os conheça e os compre. Muito recentemente um dos nossos vinhos foi premiado numa revis-ta de prestígio nos Estados Unidos e, é

natural, que venha a ser um êxito muito grande, dado que é uma das nossas re-ferências.

GR: Como antevê o futuro do sector cooperativo do Dão?

FF: Eu acredito no sector coopera-tivo! Se pensarmos bem, são empresas cuja missão é “pagar” muito bem a quem produz, dado que as Cooperativas não visam o lucro ou a remuneração do ca-pital investido. O seu objetivo é acima de tudo a economia social, pela distribuição do resultado total da exploração anual, depois de liquidados os custos respeti-vos. São empresas que, bem geridas, têm essa vantagem competitiva em relação aquelas que “compram as uvas” aos vi-ticultores para a sua produção própria.

É necessário, no entanto, que quem produz não tenha a mentalidade de pen-sar que as adegas cooperativas têm que receber tudo o que lhes querem entregar, independentemente da qualidade das uvas. Por parte das Adegas Cooperati-vas tem que haver uma selecção muito criteriosa das castas e da qualidade das uvas que recebem, pagando pela quali-dade real recebida (castas e qualidade da vindima).

No entanto, é um facto que hoje todo o setor cooperativo produz vinhos de alta qualidade e a imagem que duran-te muitos anos se fez passar - se calhar porque interessava que assim fosse para certas estratégias de mercado, - hoje não corresponde. Basta estarmos aten-tos à quantidade de prémios que se vão ganhando nacional e internacionalmen-te em concursos vários e em Revistas da Especialidade, por esse mundo fora.

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Gazeta Rural (GR): Que expectati-va tem para o Rally?

José Borges da Silva (JBS): Tem que ser a expectativa mais elevada face à quantidade de participantes e à quali-dade evidenciada no rali de Outubro do ano passado. Temos feito uma campa-nha promocional que tem tido um gran-de acolhimento em todas as provas do Campeonato Nacional de Ralis PAC e dos Campeonatos Regionais, para além de que os troços têm excelente qualidade para um rali em terra.

Este ano teremos uma Super-Especial no primeiro dia e vamos tentar melhorar ainda mais o que de bom se fez na edição anterior, nomeadamente colocar banca-das na Super-Especial, com elementos de diversão maiores, novidades que serão, diria, uma surpresa para os espectadores que assistirem ao rali. Vamos aumentar as zonas de espectáculo e, para isso, na Zona Industrial de Nelas uma empresa ali instalada cedeu-nos um terreno para fa-zermos uma zona de saltos, que são sem-pre espectaculares.

Estamos a organizar um evento que corresponde aquilo que sentimos no nos-so concelho. O município de Nelas aquilo que realiza, - relativamente aos sectores industrial, agrícola ou, neste caso agrí-cola e enoturístico, como o Dão e a sua centralidade, - já não cabe no nosso ter-ritório. Já só nos chega a região e o país. Quando organizamos um Rali do Vinho do Dão, ou o Grande Prémio de Ciclismo do

Nos dias 27 e 28 de Maio, no concelho de Nelas

Rally Vinho do Dão promete emoção

e muito espectáculoNos dias 27 e 28 de Maio, o concelho de Nelas recebe

a velocidade e adrenalina do Rally Vinho do Dão, uma ini-

ciativa do Município de Nelas organizada pelo Clube Au-

tomóvel do Centro. A prova agrega dois campeonatos,

pois será a terceira Prova do Campeonato Nacional de Ra-lis FPAK e a primeira Prova do Campeonato Regional do

Centro.O presidente da Câmara de

Nelas tem a “expectativa mais elevada” para a prova, tendo em conta o êxito da anterior edição realizada em Outubro de 2015. José Borges da Sil-va diz que haverá surpresas, emoção e muito espectáculo. O autarca acredita que este

evento, como outros, “promove o território” o “desenvolvi-

mento económico”, bem como “a criação de emprego”. Isso,

sublinha, só se consegue “tor-nando o território atractivo”.

Dão, com Viseu, Mangualde e Penalva do Castelo, ou a Feira do Vinho do Dão já não cabemos num ‘fato pequeno’ de 125 km2.

GR: Este é um bom meio de pro-moção de Nelas e uma aposta do município?

JBS: As ferramentas que os muni-cípios têm para concretizar o que para nós é prioritário, e há dois anos e meio que agimos em função desse objectivo, que é o desenvolvimento económico e a criação de emprego. Para isso temos que tornar o território atractivo.

GR: E como se torna um território atractivo?

JBS: Naturalmente através dos meca-nismos, sejam culturais, desportivos ou de outra natureza, que promovam o territó-rio e que criem oportunidades às pessoas de o visitarem. É isso que estamos a fazer, atraindo gente ao concelho, que desfru-te das nossas excelentes paisagens, das quintas, da nossa gastronomia em que o vinho do Dão é rei, bem como e mais importante, as gentes deste concelho que sabem bem receber. Com tudo isto promovemos o território e fazemos jus à atractividade que durante décadas Nelas tem e que se revela nas 750 camas que temos no sector hoteleiro do concelho. A vocação do concelho de Nelas é criar desenvolvimento económico e emprego, porque só isso trás bem-estar às nossas populações.

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Resende, um concelho do norte do distrito de Viseu, conseguiu colocar o seu nome no mapa de Portugal graças à cereja, um produto que é visto como “um dom de Deus”. Para o presidente da Câmara de Resende, o seu concelho ganhou visibilidade a partir do momento em que começou a realizar-se o Festival da Cereja, corria o ano de 2002, pela mão do seu antecessor António Borges.

“Há quase 20 anos que se percebeu que a cereja é o ex-líbris de Resende, pois trata-se de um produto agrícola com particularidades únicas. Tem um ‘sota-que’ diferente, com consistência e algu-ma doçura, e com a vantagem de apa-recer três semanas antes que qualquer outra cereja”, descreve Garcez Trindade.

Primeiro, começou-se com a festa da cerejeira em flor, que decorria em Mar-ço, quando a encosta norte do Monte-muro ganha um outro colorido, mas foi o Festival da Cereja que “deu a conhe-cer este dom de Deus ao país”. “Falar de cereja é falar de Resende. Nos últimos anos, reparo que toda a gente associa o concelho à cereja, que é uma marca com reputação, pois até aparece alguma ce-

Festa decorre a 28 e 29 de Maio

Cereja colocou Resende no mapa de Portugal reja, que não é bem de Resende, a ser vendida nas estradas, aproveitando esta designação para vender mais”, sustenta.

O I Festival da Cereja foi realizado no dia 19 de Maio de 2002 e contou com a mobilização de produtores e da popula-ção na realização do evento que marcou um novo ciclo promocional do concelho e do seu produto de excelência. “Com este primeiro festival pretendeu-se dar a conhecer este produto ao país e incenti-var os produtores a venderem o seu pro-duto por um preço estabelecido. Depois, incorporaram-se algumas actividades recreativas, culturais e um cortejo te-mático que ajudam a completar a festa”, lembra o autarca.

O Festival da Cereja foi evoluindo, mas “sempre com a marca do sucesso asso-ciada”, sendo vendidas, nesse fim-de-se-mana do evento, cerca de 100 toneladas de cereja. “Temos aproveitado todas as acções de marketing levadas a cabo pela Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa para conseguir levar o nosso pro-duto ao país e até fora de portas. Embora tenha outras potencialidades, a verdade é que a grande actividade de Resende é a

cereja e, quanto mais cereja houver, mais se vende”, refere Garcez Trindade.

Com o desenvolvimento económico e social de Resende muito ligado à produ-ção de cereja, o autarca acredita que o futuro do concelho passa por desenvol-ver um processo de aumento da produ-ção, para o qual já criaram um gabinete de desenvolvimento rural. “Não há ex-cedentes, pois toda a cereja produzida é vendida e temos de apostar numa maior produção, com qualidade. Os produtores têm de entender que agora temos ou-tros meios para a promoção da cereja e os planos de marketing prevêem a sua internacionalização”, admite.

De Resende sai um quarto da produ-ção nacional de cereja, que para já não é suficiente para chegar à indústria trans-formadora. “Já temos alguns produtores a iniciar uma indústria, ainda artesanal, de transformação da cereja, mas só quando tivermos maior produção é que atingiremos esse objectivo. Se houver produção em escala, penso que passa-remos a ter pessoas a investir nessa área da indústria da transformação”, consi-dera o autarca.

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Durante dois dias Alijó foi a capital na-cional da caça. Cerca de duas centenas de caçadores marcaram presença na Alicaça, evento que se pretende seja “um momento de convívio e troca de experi-ência entre os amantes da caça”.

Esta edição “superou as nossas expec-tativas”, afirmou o vice-presidente da Câmara de Alijó, entidade que organiza o evento. José Rodrigues Paredes destacou a “elevada participação de caçadores”, na sua maioria do concelho, mas também vindos de outras regiões do país e mesmo da vizinha Espanha, muitos acompanha-

Alicaça contou com cerca de duas centenas de caçadores

Festa do Caçador de Alijó “superou as expectativas”

dos das suas famílias. O evento “é, sem dúvida, uma boa pro-

moção para a caça no nosso concelho e é, sobretudo, um momento de convívio dos nossos caçadores, residentes e não residentes”, destacou o vice-presidente da Câmara de Alijó, lembrando a impor-tância económica do sector da caça para o concelho, pois “os caçadores vão levar o nome e os produtos de Alijó pelo país”.

A Festa do Caçador contou com várias actividades que despertaram grande in-teresse entre os participantes, para além de uma mostra de produtos locais.

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Quatro mil pinheiros de um baldio da Serra da Lousã vão ser resinados, ao abri-go de um contrato de exploração assina-do em Penela, o que assinala o regresso à região desta actividade tradicional.

O contrato de compra e venda cele-brado nos Paços do Concelho de Penela, distrito de Coimbra, vai permitir a extrac-ção de resina, numa área de 12 hectares dos Baldios de Vila Nova, no município vizinho de Miranda do Corvo.

Em cada safra, a empresa United Re-sins pagará 30 cêntimos por cada bica instalada ao conselho directivo dos compartes dos baldios de Vila Nova. Abandonado em muitas zonas do país nas últimas décadas, devido aos incên-dios, ao êxodo rural e à falta de competi-tividade do sector no mercado mundial, o trabalho de resinagem pode “criar ri-queza e emprego nos territórios”, disse o autarca Luís Matias.

O presidente da Câmara de Penela fa-lava na apresentação pública do plano de exploração de resinagem, que reco-meça de imediato na Serra da Lousã no âmbito do contrato, assinado na presen-ça, também, do seu homólogo de Miran-

Com quatro mil pinheiros de um baldio

Resinagem de regresso à actividade na Serra da Lousã

da do Corvo, Miguel Baptista. Luís Matias recordou que o processo para retomar a extracção de resina, designadamente nas propriedades comunitárias, foi en-cetada há cerca de três anos com uma primeira reunião na Secretaria de Estado das Florestas.

“O processo foi tortuoso e não foi tão simples e célebre como desejávamo”, disse, lamentando que o país “viva refém de tecnocracia” e acusando ainda o Ins-tituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) de “algum preconceito e impreparação” que atrasaram o início da resinagem, como era desejo da au-tarquia e dos compartes vizinhos de Vila Nova. Desde logo, “o projecto permite criar emprego e aumentar o rendimento dos produtores», além de «diminuir o ris-co de incêndio”, ao assegurar a perma-nência de pessoas nas zonas florestais, salientou.

Os baldios de Vila Nova, que totalizam mil hectares de terrenos, dos quais quase 100 poderão ser objecto de resinagem, desvincularam-se recentemente do Es-tado, tendo os compartes abandonado o sistema de co-gestão com o ICNF, que

no passado era imposto por lei. “O Esta-do não tem sido um parceiro à altura das exigências. Temos um potencial de cres-cimento muito grande da resinagem nos próximos anos”, disse o presidente do conselho directivo dos Baldios, António Ventura.

O mesmo responsável confirmou que, da parte do ICNF, “havia bloqueios e en-traves em relação ao processo de resi-nagem” nos baldios. “Este é um projecto que tem a venda garantida”, afirmou, por sua vez, António Mendes Ferreira, admi-nistrador da United Resins.

Hilário Costa, em representação da Associação de Destiladores e Explora-dores de Resina, com sede em Leiria, re-alçou que, contrariamente à Administra-ção Central, as câmaras municipais “têm sido o principal apoio para se continuar a resinagem” de pinheiros em Portugal.

Filho de um antigo resineiro, o presi-dente da Câmara de Miranda do Corvo, Miguel Baptista, frisou que a região “tem um enorme potencial” nesta fileira. “Esta é uma actividade com futuro. É muito gratificante ver que a resinagem está de volta à Serra da Lousã”, acrescentou.

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A CAULE - Associação Florestal da Beira Serra recebeu a visita de mais uma comitiva internacional aos trabalhos que tem estado a desenvolver de controlo e erradicação da doença do nemátodo da madeira do pinheiro na região da Beira Serra e concelhos limítrofes.

A visita, organizada pela Federação Nacional de Associações de Proprietá-rios Florestais (FNAPF), juntou represen-tantes de diferentes entidades da região de Bordéus, em França e teve como ob-jectivo mostrar a “realidade no terreno” aos técnicos e especialistas franceses, que além da legislação da União Euro-peia, admitiram desconhecer a dimensão deste problema e as formas de o travar.

“Estamos a preparar um Plano de Emergência para França, e temos que ver como é que realmente as coisas funcio-

Mais uma comitiva internacional visitou trabalhos na região da Beira Serra

CAULE é um “exemplo a nível nacional” no controlo da doença do nemátodo

nam no terreno em concreto”, afirmou um dos membros da comitiva, Stéphane La-tour, lembrando que esta doença repre-senta uma das grandes ameaças à flores-ta do seu país, em concreto à floresta de pinho que representa mais de um milhão de héctares só na Aquitania. Uma visita que Vasco Campos, presidente da CAU-LE, entende como um “reconhecimento” ao trabalho e à experiência da associa-ção que lidera, nesta matéria. “Ninguém tenha dúvidas que nós somos o maior exemplo a nível nacional na luta contra esta doença” e a prova disso, faz notar “ é que sempre que existem visitas interna-cionais a Portugal, é aqui que o ICNF os traz”. Considerando que este é dos “pou-cos sítios” do país onde há trabalho “re-conhecido” e “experiência ligada a esta doença”, o engenheiro florestal faz saber,

todavia, que o problema do nemátodo do pinheiro está longe de estar controlado. “Podemos dizer que a doença está con-trolada nos nossos territórios a 70, 80%, fora da nossa região, no litoral do distrito de Coimbra, Viseu, Leiria, a progressão é galopante e sem qualquer tipo de inter-venção”, garante, adiantando já ter feito chegar as suas preocupações aos res-ponsáveis políticos do sector.

Acreditando que a CAULE é vista, cada vez mais, como uma entidade de refe-rência no combate a esta doença, Vas-co Campos transmitiu aos franceses “a nossa experiência técnica, baseada no trabalho e conhecimento do terreno”, uma experiência que o leva a comparar esta doença ao fogo, pelo que “deve ser atacada à nascença para não ganhar di-mensão”, conclui.

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Há três anos atrás, neste espaço de opinião, questionava o futuro para o programa de Sapadores Florestais. É já no dia 21 de Maio que se celebra mais um “Dia Nacional do Sapador Florestal” e parece que o texto que recuperei do blog “o trilho da floresta”, onde guardo os textos que têm sido publicados na Ga-zeta Rural, mantem-se bastante actual.

Efectivamente, como defendi nessa altura, o programa de Sapadores Flo-restais constitui um dos alicerces do Sistema de Defesa da Floresta Contra Incêndios, nomeadamente em matéria de prevenção estrutural. E essa é uma constatação que tive a oportunidade de confirmar num conjunto de estudos de caso que realizei para um estudo maior de avaliação do programa de sapadores florestais.

Nesse conjunto de entrevistas, dos Baldios do Alto Minho ao coração da Serra Algarvia, encontrei dois grandes denominadores comuns: (1) a relevância local da actividade desenvolvida pelas equipas de sapadores florestais tanto na prevenção dos incêndios como na vigi-lância e primeira intervenção em fogos nascente e no apoio ao combate aos in-cêndios florestais e (2) as preocupações com o futuro (leia-se sustentabilidade financeira) do programa de sapadores florestais, por parte das entidades ges-toras das equipas entrevistadas.

O decreto-lei que estabeleceu o regu-lamento jurídico da criação e funciona-mento das equipas de Sapadores Flores-tais foi publicado há mais de 15 anos. Foi em 21 de Maio de 1999, que a publicação desse diploma estabelecia o marco ini-cial do programa nacional de sapadores florestais, dando assim cumprimento a uma das acções prioritárias inscritas na Lei de Bases da Política Florestal, que em Agosto deste ano celebra 20 anos de existência. Um marco que ficou con-sagrado com a comemoração do “Dia Nacional do Sapador Florestal”.

As equipas de sapadores florestais, constituídas por profissionais especia-lizados, formados e qualificados para a realização de actividades de silvicultu-ra preventiva e com capacidade de in-tervenção rápida em focos de incêndio nascentes, têm desempenhado ao longo destes anos uma acção importante na protecção dos recursos florestais.

Em defesa dos Sapadores Florestais

OPINIÃO

Pese embora a grande maioria das equipas de sapadores tenham as as-sociações florestais como entidade gestora, também existe um conjunto significativo de equipas integradas em autarquias e nos órgãos de administra-ção de baldios, traduzindo-se numa re-alidade bastante diversificada de casos que retratam a multiplicidade dos agen-tes florestais em Portugal.

Tal como escrevi na altura, comprovei no terreno que os impactos do programa de sapadores florestais vão muito para além da intervenção na floresta. São centenas de mulheres e de homens que têm na floresta o seu posto de trabalho e que contribuem, de uma forma insubs-tituível, para a sensibilização e informa-ção das populações e dos proprietários florestais sobre as boas práticas de silvi-cultura e de protecção da floresta.

No entanto, este programa do Ministé-rio da Agricultura está a deparar-se com muitas dificuldades na sua continuidade, determinadas, sobretudo, pelas dificul-dades de financiamento. Recentemente, a bancada do Bloco de Esquerda no Par-lamento questionou o Governo sobre os atrasos por parte do ICNF no pagamento às entidades gestoras das compartici-pações relativas ao final de 2015, aler-tando para casos de “asfixia financeira”, sem conseguirem pagar salários, nem assegurar os materiais e combustíveis necessários à boa execução das tarefas que lhes estão acometidas.

É certo que a Ministra Cristas proce-deu a um investimento significativo no reequipamento das equipas de Sapa-dores Florestais. Todavia, como se veio a verificar, pese embora a relevância e necessidade desse investimento, na prá-tica serviu, sobretudo, para dar suporte a um conjunto de cerimónias com fins eleitoralistas, sem que nada de estrutu-

ral fosse, efectivamente, implementado pelo anterior Governo relativamente a este programa.

Face ao exposto, julgo que a questão que coloquei em Maio de 2013 mantem toda a actualidade: Que futuro para as equipas de sapadores florestais? Sem um debate aprofundado do programa de sapadores florestais com as entidades gestoras e sem uma revisão profunda do modelo de funcionamento e de finan-ciamento do programa, receio que no médio prazo se torne insustentável a sua continuidade.

Apesar do reconhecimento local do papel insubstituível dos Sapadores Flo-restais nas comunidades rurais, apesar da reconhecida importância que estes profissionais detêm na protecção dos recursos florestais, a falta de um rumo e, sobretudo, de determinação política para a estruturação do programa de Sa-padores Florestais pode deitar por terra todo o investimento já realizado.

Ainda, assim, creio que há uma luz ao fundo do túnel. Hoje, tal como em 1999, quando nasceu o programa de Sapadores Florestais, Capoulas Santos tem a Tutela das Florestas no Governo. É um político experiente, conhecedor da realidade do país real e da valia dos sapadores florestais para a protecção da floresta. Além disso, “rever e melho-rar o Programa de Sapadores Florestais” constitui uma das linhas programáticas do actual Governo. Aguardemos, pois, pelos desenvolvimentos deste dossier a partir do Terreiro do Paço.

O estudo foi realizado pelo IESE (Ins-tituto de Estudos Sociais e Económicos) para o ICNF em 2014/15.

Miguel Galante(Eng.º. Florestal)

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“Os melhores vinhos de Portugal” foram apresentados no terraço do Bussaco Pala-ce Hotel, pela ViniPortugal ao sector. No total 29 vinhos nacionais foram destacados com Grande Ouro e foram premiados 333 vinhos. Na cerimónia marcaram presença os prestigiados especialistas internacionais Jancis Robinson e Julia Harding, os americanos Joshua Greene e Evan Goldstein, o brasileiro Dirceu Junior e a alemã Caro Maurer, assim como todo o júri que durante vários dias seleccionou os melhores vinhos entre os 1350 apresentados na edição 2016 do Concurso Vinhos de Portugal.

Nos vinhos tranquilos o Quinta do Portal Grande Reserva 2011 “DOP” Douro Vinhos Tintos foi distinguido como o “Melhor Vinho do Ano do Concurso Vinhos de Portugal”. A distinção de “Melhor Vinho Tinto Varietal” foi atribuída a Messias Clássico Garrafeira, 2010 “DOP” Bairrada Tinto, enquanto o galardão de “Melhor Vinho Branco Varietal” foi entregue a Quinta de Linhares Azal, 2015 “DOP”.

Destacou-se como “Melhor Vinho do Lote Tinto” o vinho Quinta do Portal Grande Reserva, 2011”DOP” Douro Tinto, e como “Melhor Vinho Branco de Lote” o vinho Val-legre DOC Douro Reserva Branco, 2014 “DOP” Douro, de Vallegre, Vinhos do Porto S.A.

Na categoria de vinhos licoroso, o Vinho do Porto Tawny de 1967 da Messias foi eleito “Melhor Vinho licoroso com data” e o Vinho do Porto Tawny 40 anos da Kokpe, da So-gevinus, foi classificado como “Melhor Vinho Licoroso com Idade”.

O Douro conquistou 14 das 24 medalhas de Grande Ouro nos vinhos tranquilos e qua-tro Grandes Ouros na categoria dos Licorosos. Foram também premiadas com Grande Ouro nos vinhos tranquilos as regiões vitivinícolas do Alentejo, Bairrada, Dão, Lisboa, Península de Setúbal, Tejo e Vinho Verde.

Destaques do concurso. Vinhos tranquilosMelhor Vinho do ano: Quinta do Portal Grande Reserva, 2011 “DOP” Douro tinto, da

Sociedade Quinta do Portal SA,Melhor Vinho Tinto Varietal: Messias Clássico Garrafeira, 2010 “DOP” Bairrada Tinto,

da Soc. Agr. e Comercial dos Vinhos Messias SAMelhor Vinho Branco Varietal: Quinta de Linhares Azal, 2015 “DOP”, Vinho Verde

Branco, Agri-Roncão Vinícola, LdaMelhor Vinho do Lote Tinto: Quinta do Portal Grande Reserva, 2011”DOP” Douro Tin-

to, Sociedade Quinta do Portal SA Melhor Vinho Branco de Lote: Vallegre DOC Douro Reserva Branco, 2014 “DOP” Dou-

ro, de Vallegre, Vinhos do Porto S.A. . Vinhos Licorosos Melhor Vinho Licoroso com data: Messias, Vinho do Porto Tawny de 1967, “DOP”, da

Soc. Agr. e Comercial dos Vinhos Messias SAMelhor Vinho Licoroso com Idade: Kokpe 40 anos Tawny, da Sogevinus

Vencedores foram revelados no terraço do Bussaco Palace Hotel

Douro e Porto destacaram-se nos Grandes Vencedores do Concurso Vinhos de Portugal

Quinta do Portal Grande Reserva 2011 DOP Douro Tinto considerado o “Melhor Vinho do Ano” do Concurso Vinhos de Portugal. Foram atribuídas 29 medalhas Gran-de Ouro e no total foram pre-miados 333 vinhos nacionais.

Medalhas Grande OuroVINHA DO CONTADOR, 2013 GLOBAL WINES SA, DOP Dão TITULAR ENCRUZADO, 2014 CAMINHOS CRUZA-DOS, LDA, DOP Dão VARANDAS, 2015 ADEGA COOPERATIVA DE ALMEIRIM,CRL, DOP do Tejo D.GRAÇA RESERVA, 2011 VINILOURENÇO, DOP Douro QUINTA DO GRIFO GRANDE RESERVA, 2011 ROZÈS, S.A., DOP Douro DUORUM RESERVA VINHAS VELHAS, 2012 DUO-RUM VINHOS SA, DOP Douro PASSAGEM RESERVA, 2013 QUINTA DA ROSA VI-NHOS SA, DOP Douro MURÇAS RESERVA, 2011 ESPORÃO SA, DOP Douro H.O. GRANDE ESCOLHA, 2012 CASA AGRÍCOLA HORTA OSÓRIO, S.A., DOP Douro QUINTA DA REDE GRANDE RESERVA, 2013 QUINTA DA REDE SOC. AGRICOLA LDA, DOP Douro RESERVA DOURO, 2009 QUINTA DO INFANTADO, VINHOS DO PRODUTOR, LDA, DOP Douro FERNÃO DE MAGALHÃES - Branco, 2015 ADEGA COOPERATIVA DE SABROSA, DOP Douro QUINTA DA REDE RESERVA BRANCO, 2015 QUINTA DA REDE SOC. AGRICOLA LDA, DOP Douro H.O. RESERVA TINTO, 2012 CASA AGRÍCOLA HOR-TA OSÓRIO, S.A., DOP Douro VALLEGRE DOC DOURO RESERVA ESP, 2014 VAL-LEGRE, VINHOS DO PORTO S.A., DOP Douro ALVARINHO, 2015 SOCIEDADE DOS VINHOS BOR-GES, S.A., DOP Vinho Verde ALVARINHO DEU LA DEU, 2015 ADEGA COOPE-RATIVA REGIONAL DE MONÇÃO, CRL, DOP Vinho Verde NUNES BARATA RESERVA, 2012 NUNES BARATA VINHOS, IGP Alentejano CORTES DE CIMA, 2014 CORTES DE CIMA, SA, IGP Alentejano QUINTA DO ESPÍRITO SANTO RESERVA, 2012 CASA SANTOS LIMA, IGP Lisboa CASA ERMELINDA FREITAS - ALICANTE BOUS-CHET RESERVA 2013 CASA ERMELINDA FREITAS - VINHOS LDA, IGP Península de Setúbal BURMESTER PORTO COLHEITA, 1952 SOGEVINUS, DOP Licoroso Porto KOPKE PORTO COLHEITA, 1984 SOGEVINUS, DOP Licoroso Porto

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36 www.gazetarural.comF I C H A T É C N I C A

Ano XII | N.º 270 | Periodicidade: QuinzenalDirector: José Luís Araújo (CP n.º 7515) | [email protected] | 968044320Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda | Redacção: Luís Pacheco | Opinião: Miguel GalanteDepartamento Comercial: Coordenação Filipe Figueiredo Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: [email protected] | Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada | Administração José Luís Araújo | Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuCapital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04Execução Gráfica: Novelgráfica | Tel. 232 411 299 | E-mail: [email protected] | Rua Cap. Salomão 121, 3510-106 ViseuTiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares | Versão Impressa: 2000 exemplaresNota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

A Associação Portuguesa de Horticultura (APH) está a organizar o I Coló-quio Nacional de Horticultura Social e Terapêutica, que decorrerá nos dias

20 e 21 de Outubro, na Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril, em parce-ria com a CERCICA e a Câmara de Cascais.

A Horticultura Social e Terapêutica (HST) enquadra-se em programas de horticultura urbana, de educação ambiental e de apoio a pessoas ido-sas, com deficiência ou dependência, em instituições de saúde, de reabi-

litação psicossocial e de inclusão social. Estes programas são promovidos por instituições particula-

res de solidariedade social, câmaras municipais, associações, estabelecimentos prisionais, instituições de ensino superior e outras e têm por objectivo contribuir para o bem-estar e melhoria da qualidade de vida das pessoas, nomeadamente

da sua saúde física, mental e emocional. Oferece, ainda, opor-tunidades para a socialização, participação ativa e exercício

físico, estímulo dos sentidos, da concentração e da criativi-dade.

A HST relaciona-se com a Agricultura Social, que pode assumir uma forma de diversificação das fontes de rendimen-

to das empresas agrícolas que, prestando um serviço social à comunidade, continuam sujeitas às leis do mercado. A Agricul-

tura Social tem sido também praticada em explorações agrícolas sem fins lucrativos, que exercem uma actividade de produção e

troca de bens e serviços de utilidade social e de interesse geral.O I Colóquio Nacional de Horticultura Social e Terapêutica, envolvendo

técnicos, investigadores, movimentos sociais, empresas, pessoas e comunida-des, será uma partilha de experiências e dos processos de inovação em que estão envolvi-

dos, que procuram responder aos atuais desafios sociais, ambientais e económicos.

Estão abertas as inscrições para os expositores interessados em participar nas Festas do Concelho de Seia, certame que vai decorrer na zona envolvente ao edifício da Câmara de Seia, de 12 a 15 de Agosto. As inscrições para a participação estão abertas até ao dia 8 de Julho.

O evento é organizado pela Câmara de Seia, em parceria com a Associação Empresarial da Serra da Estrela e Associação de Artesãos da Serra da Estrela, e contempla vários espaços ex-

Iniciativa da Associação Portuguesa de Horticultura decorre a 20 e 21 de Outubro

Estoril recebe I Colóquio Nacional de Horticultura Social e Terapêutica

De 12 a 25 de Agosto

Seia prepara Festas do Concelho 2016positivos para empresas de diferentes ramos de actividade, numa mostra de serviços e produtos, artesanato e tasquinhas, complementada com animação diária.

Do programa musical já estão confirmados os espectáculos com GNR (dia 12), David Fonseca (dia 13), Amor Electro (dia 14), e Sociedade Musical Estrela da Beira (de Santa Marinha) com a Banda de Vale de Cambra, no dia da Padroeira da cidade, a 15 de agosto.

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A edição 2016 do “Wine in Azores” já tem data marcada. Terá lugar na Ilha de S. Miguel, de 21 a 23 de Outubro. É um festival de vinhos, com uma forte componente gastronómica, em que o conceito “business & pleasure” demonstra a grande pre-ocupação da organização do evento com a parte comercial e promocional dos produtos presentes na feira.

O evento decorrerá, no primeiro dia, das 16 às 22 horas (zona de provas) e entre as 15 e as 21 horas (zona de provas) nos restantes dias. Após o termo da área de provas, a zona da restauração, Gin Tasting e venda de vinhos continuará a funcio-nar até às 24 horas.

O “Wine in Azores” é o maior e melhor evento empresarial dos Açores, estando colocado entre os maiores e melhores eventos da especialidade em Portugal. É, na sua essência, uma feira de promoção de vinhos onde os produtores mais carismá-ticos de Portugal dão os seus produtos à prova.

Para os expositores, a organização reserva um acolhimento VIP. “Tratamos com a maior amizade, simpatia, entregamos os stands completos para que só tenham de trazer o vinho, substituímos os frapés e as cuspideiras, sempre que necessário, e durante o evento terão a oportunidade de provar inúmeras iguarias”, revela a organização.

Os expositores têm preços especiais de viagens, hotéis e rent-a-car. Poderão visitar os inúmeros lugares turísticos nas horas livres e até partir à aventura em passeios de veleiro, iate, observar as baleias e golfinhos (whale watching), praticar pesca desportiva, caça submarina, assim como também wind surf ou canoagem. Os Açores são para ver e essencialmente para degustar com prazer!

Macedo de Cavaleiros recebe de 20 e 22 de Maio a Feira de Agricultura de Trás-os-Montes. São três dias dedicados inteira-mente a um sector intimamente ligado às gentes transmontanas.

A Câmara de Macedo de Cavaleiros promove a iniciativa, apoiada numa parceria alargada com associações de produto-res de toda a região. O evento é o resultado da evolução natural imprimida com a Mostra Agrícola realizada nos dois anos ante-riores. O evento associa a Apiocasião, evento anual da fileira do Mel de Macedo de Cavaleiros, que é também a Capital Nacional da Apicultura. Juntam-se as freguesias do concelho, comercian-tes, associações e instituições de toda a região, que lhe conferem a abrangência de Trás-os-Montes, numa homenagem ao sector e aos produtores.

A iniciativa congrega a realização de concursos da Churra da Terra Quente, Churra Badana,

Churra Galega Bragançana, Cabra Serrana e de Bovinos de Raça Mirandesa, dos seminários temáticos, curso de Análise Sen-sorial de Mel, provas Cegas de Mel, concentração e gincana de tractores.

Decorre até 29 de Maio, em Marvão, a VII Quinzena Gastro-nómica do Bacalhau, com o objectivo de promover este con-celho do nordeste alentejano enquanto destino gastronómi-co de eleição, promover os seus produtos endógenos e atrair mais visitantes.

O intuito é que, durante quinze dias, os treze restaurantes aderentes apresentem, nas suas ementas, pratos genuínos da nossa gastronomia, em que o bacalhau seja o ingrediente principal.

Bacalhau assado na brasa com legumes e azeite da torra, bacalhau dourado com juliana de alface, lombo de bacalhau assado com batata e pimentos, bacalhau ao bechamel de amêijoas, cataplana de bacalhau com gambas, açorda de ba-calhau à alentejana, bacalhau com natas, sopa de batata com bacalhau, arroz de línguas de bacalhau, ou tiborna de baca-lhau, são alguns dos pratos que se poderão degustar, ao longo desta Quinzena Gastronómica.

Na Ilha de S. Miguel, de 21 a 23 de Outubro

Edição 2016 do “Wine in Azores”está em marcha

De 20 e 22 de Maio

Macedo de Cavaleiros promove Feira de Agricultura

de Trás-os-Montes

Até 29 de Maio, nos restaurantes aderentes

Marvão promove VII Quinzena Gastronómica

do Bacalhau

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O Alentejo tem “um peso cada vez mais determinante” na produção de azeite em Portugal e foi a região respon-sável por 76% das 100 mil toneladas que terão sido produzidas no país na última campanha olivícola. A região “produziu 76 mil toneladas de azeite, o que repre-senta 76% do volume de 100 mil tonela-das que se estima terem sido produzidas em Portugal” na campanha olivícola de 2015/2016, adiantou Henrique Hercula-no, do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (CEPAAL).

Tendo em conta que uma tonelada de azeite virgem extra indiferenciado pode valer cerca de três mil euros, a produção do Alentejo na campanha de 2015/2016

Das cerca de 100 mil toneladas

Alentejo produziu 76% do azeite português

na última campanhapoderá representar “um volume de ne-gócios estimado em 228 milhões de euros, considerando apenas a venda de azeite a granel e excluindo o valor acrescentado pelo embalamento e pela marca e toda a economia adjacente li-gada a factores de produção e serviços”, admitiu. Segundo aquele responsável, o Alentejo tem “um peso cada vez mais determinante na produção de azeite em Portugal” e é “a região mais importante em termos de volume”, porque “é a que mais azeite produz e a que tem a maior área de olival plantado, o olival mais moderno e a maior proporção de olival intensivo e superintensivo, o que leva a maiores produções”.

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