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GEOGRAFIA DO DESPERDÍCIO: CALCULO DA PEGADA ECOLÓGICA DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NAS CIDADES DE MANAUS E PARINTINS- AM Orivane de Souza e SOUZA; Ana Carla Matos de SOUZA; Greycianne da Cruz LEITE 1 . RESUMO Pegada ecológica termo proposto inicialmente pelos especialistas William Rees e Mathis Wackernagel em 1996, pulicado em um livro “Our Ecological Footprint”, criado para nos ajudar a perceber o quanto de recursos da Natureza utilizamos para sustentar nosso estilo de vida. Com a aplicação desse indicador de Sustentabilidade Pegada Ecológica (PE), é possível medir o grau de pressão exercida pelos padrões de consumo, em diferentes escalas, como uma cidade, representado a quantidade de áreas produtiva naturais em hectares, necessários para sustentar o estilo de vida urbano e para a absorção dos resíduos gerados. Que é um dos mais graves problemas ambientais. Estes resíduos apresentam gradientes crescentes, devido ao auto consumo, causando grandes impactos ao ecossistema, devido ao crescimento demográfico da cidade, e do auto consumo. Causado maior pressão ecológica sobre o ecossistema sobretudo, da Amazônia. Principalmente na sua capital, Manaus e a cidade de Parintins, que é um dos exemplos na Amazônia, com um histórico significativo do crescimento demográfico da população urbana nos últimos 20 anos na Capital em (1990 1.006.585, 2000 1.396.768 ,2010 1.792.881), representando 52% da população estadual. Constitui-se como a cidade mais populosa da Região Norte. Em seguida a cidade de Parintins, com uma população total na zona urbana em (1990 41.591, 2000 58.125, 2010 69.890). Assim, são cidades em evolução demográfica e territorial. Com o crescimento demográfico destas cidades, os impactos ecológicos também crescem e as mudanças ligadas ao alto consumo dos indivíduos, por melhores condições de vida, vêm gerando 1 UEA Centro de Estudos Superiores de Parintins, Graduandas do curso de licenciatura em Geografia. Email: ([email protected]; [email protected]; [email protected])

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GEOGRAFIA DO DESPERDÍCIO: CALCULO DA PEGADA ECOLÓGICA DE

RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NAS CIDADES DE MANAUS E PARINTINS-

AM

Orivane de Souza e SOUZA;

Ana Carla Matos de SOUZA;

Greycianne da Cruz LEITE1.

RESUMO

Pegada ecológica termo proposto inicialmente pelos especialistas William Rees e

Mathis Wackernagel em 1996, pulicado em um livro “Our Ecological Footprint”, criado

para nos ajudar a perceber o quanto de recursos da Natureza utilizamos para sustentar

nosso estilo de vida. Com a aplicação desse indicador de Sustentabilidade Pegada

Ecológica (PE), é possível medir o grau de pressão exercida pelos padrões de consumo,

em diferentes escalas, como uma cidade, representado a quantidade de áreas produtiva

naturais em hectares, necessários para sustentar o estilo de vida urbano e para a

absorção dos resíduos gerados. Que é um dos mais graves problemas ambientais. Estes

resíduos apresentam gradientes crescentes, devido ao auto consumo, causando grandes

impactos ao ecossistema, devido ao crescimento demográfico da cidade, e do auto

consumo. Causado maior pressão ecológica sobre o ecossistema sobretudo, da

Amazônia. Principalmente na sua capital, Manaus e a cidade de Parintins, que é um dos

exemplos na Amazônia, com um histórico significativo do crescimento demográfico da

população urbana nos últimos 20 anos na Capital em (1990 – 1.006.585, 2000 –

1.396.768 ,2010 – 1.792.881), representando 52% da população estadual. Constitui-se

como a cidade mais populosa da Região Norte. Em seguida a cidade de Parintins, com

uma população total na zona urbana em (1990 – 41.591, 2000 –58.125, 2010 – 69.890).

Assim, são cidades em evolução demográfica e territorial. Com o crescimento

demográfico destas cidades, os impactos ecológicos também crescem e as mudanças

ligadas ao alto consumo dos indivíduos, por melhores condições de vida, vêm gerando

1 UEA – Centro de Estudos Superiores de Parintins, Graduandas do curso de licenciatura em Geografia.

Email: ([email protected]; [email protected]; [email protected])

resíduos bem diferentes daqueles produzidos pelas cidades a vinte anos atrás. Devido

ao aumento do consumo de: embalagem descartáveis, produtos de beleza, de

eletrodomésticos entre outros, são responsáveis por alteração nas características dos

resíduos e consequente ônus ambiental. Necessitam ter um acompanhamento,

principalmente no que tange a produção de resíduos Sólidos que é um dos mais graves

problemas ambientais, pois envolve nosso lugar de moradia diretamente. Nenhuma

pessoa quer estar próxima a grandes lixões a céu aberto. Porém, não deixamos de ser

excessivamente consumistas. Neste sentido esta pesquisa tem como objetivo quantificar

e calcular a Pegada Ecológica da produção de resíduos sólidos em Manaus e Parintins.

Assim, para cada sistema urbano obteve-se o quantitativo de RS produzido em tonelada

em ordem decrescente Manaus (2002; 2014) e Parintins (2012; 2014) por ano de acordo

com Secretaria Municipal de Limpeza e Serviços Públicos (SEMULSP) e Secretaria

Municipal de Obras e Serviço Público (SEMOSP) 504.000 t (2002); 966.923 t (2014);

23.040 t (2012) 28. 800 (2014). Posteriormente, com esses dados obteve-se o cálculo da

PE que ao final é apresentado em Global Hectare (GHA). Seu resultado total per capita

demonstram a pressão do consumo e produção de resíduos sólidos da população na

capital de Manaus e para a cidade de Parintins. Comparando através do tempo e lugar.

Pois este, indicador se presta a comparações de tempo e lugar. Portanto espera-se que a

partir dessa sistematização, possam contribui para o acompanhamento dos impactos

ecológicos no Amazonas e também auxiliar os municípios na tomada de decisões de

políticas públicas, para construir estratégias e subsidiar ações preventivas que amenizem

os impactos ecológicos.

Palavras-chave: Pegada Ecológica; Resíduos Sólidos; Amazonas.

INTRODUÇÃO

Neste trabalho nosso estudo concentra-se em fazer a mensuração da Produção

de Resíduos Sólido através do indicador de Sustentabilidade Pegada Ecológica (PE), em

inglês Ecological Footprint method (EFM), criada por Ress e Wackernagel (1996),

pulicado em um livro “Our Ecological Footprint”, para nos ajudar a perceber o quanto

de recursos da Natureza utilizamos para sustentar nosso estilo de vida. Então nos

questionamos o que é Pegada Ecológica? Entende-se por Pegada Ecológica como o

espaço do meio Ambiente, que utilizamos para manter nosso estilo de vida. Ao

retiramos os recursos da natureza, casamos impactos em nosso Planeta.

Desse modo a PE quantificar o impacto desproporcional de centros urbanos,

representando a quantidade de áreas necessária para absorção de Gases de Efeito Estufa

(GEE) destes resíduos em GHA (Global em hectares). Assim, aplicação desse indicador

de sustentabilidade tem como pressuposto medir o grau de pressão exercida pelos

padrões de consumo em diferentes escalas, como uma cidade, responsável por grandes

impactos aos ecossistemas, sobretudo no que tange a produção de resíduos sólidos (RS).

Que é um dos mais graves problemas ambientais, por apresentarem gradientes

crescentes em decorrência da expansão da população, o aumento do consumo, causado

maior pressão ecológica sobre o ecossistema por esses Resíduos sobretudo.

O objetivo principal desta pesquisa foi demonstrar, quantificar e calcular a

pressão ecológica ou pegada ecológica da produção de resíduos sólidos em Manaus e

Parintins. Para isso se fez necessário, obter-se o quantitativo de RS para cada sistema

urbano, e por seguinte foi aplicado o método da Pegada Ecológica, necessária para

sistematização e acompanhamento dos impactos ecológicos da Zona Urbana de Manaus

e Parintins no estado do Amazonas. Posteriormente, com esses dados obteve-se o

cálculo da PE que ao final é apresentado em Global Hectare (GHA).

A partir dessa sistematização, espera-se que possam contribui para o

acompanhamento dos impactos ecológicos no Amazonas e também auxiliar os

municípios na tomada de decisões de políticas públicas, para construir estratégias e

subsidiar ações preventivas que amenizem os impactos ecológicos.

O trabalho está organizado da seguinte forma: metodologia, que trilharam os

objetivos proposto em todo o trabalho, para obtenção dos resultados. Por seguinte o

cálculo da pegada ecológica da produção de resíduos sólidos na Cidade de Manaus

e Parintins, por fim a considerações Finais.

METODOLOGIA

Está Pesquisa classifica-se como quantitativa, visto que utilizamos um

indicador de sustentabilidade, buscando dados que os representem para posteriormente

analisar os resultados obtidos, e por fim realizar a mensuração da sustentabilidade.

A técnica da pesquisa utilizada para a coleta dos dados, foi a partir de fontes

secundárias ou levantamento bibliográfico, que abrange toda bibliografia já tornada

pública em relação ao tema de estudo, monografias, tese, etc., (LAKATOS e

MARCONI, 2001). Portanto ressalta-se que não foi necessário, trabalhos de campo da

bolsista a estas cidades escolhidas, pois os dados encontrados, estavam presentes em

monografias (TCC, Dissertações e Teses), e disponibilizados pela SEMULSP2, no que

tange a geração de resíduos sólidos, institucionais (IBGE) dados da População.

O Método utilizado foi o da pegada ecológica propostos por Wackernagel e

Rees (1996). Definida pela WWF, (2013, p, 8) como uma “metodologia de

contabilidade ambiental que permite avaliar a demanda humana por recursos naturais

renováveis, com a capacidade regenerativa do planeta”. “Criado para nos ajudar a

perceber o quanto de recursos da Natureza utilizamos para sustentar nosso estilo de

vida” (WWF, 2007, p. 7) Desse modo a PE quantificar o impacto desproporcional de

centros urbanos, representando a quantidade de áreas necessária para absorção de Gases

de Efeito Estufa (GEE) destes resíduos em GHA (Global em hectares) e a

biocapacidade de carga que o planeta pode suporta.

2 Secretaria Municipal de Limpeza Pública - Semulsp é o órgão responsável pela gestão dos serviços de

Resíduos Sólidos e Limpeza Pública no Município de Manaus. Disponível em:

http://semulsp.manaus.am.gov.br/coleta-seletiva. Acesso dia: 27/10/2015.

Assim, o método representa a apropriação de uma determinada população

sobre a capacidade de carga total do sistema. Conforme pode ser observado na

ilustração a seguir (figura 1).

Figura 1: A dinâmica do Sistema Urbano e a sua dependência dos recursos naturais.

Fonte: adaptada aparte da literatura (2015).

Dessa forma, quanto maior o consumo de recursos e a geração de resíduos,

maior o tamanho da pegada para sustentar sistema. Isto é, maior a demanda por áreas de

terra para garantir a manutenção das atividades. Entretanto a definição de hectares ou

áreas necessárias para atender uma pessoa ou sistema populacional urbano, implica

considerar não apenas o número de indivíduos presentes, mas a dinâmica existente em

determinado sistema. (ANDRADE, 2006)

De acordo com as pesquisas, a capacidade de carga3, no nosso planeta é 51

bilhões de hectares, destes, somente 11,2 bilhões são áreas bioprodutivas. As terras

bioprodutivas estão divididas em 2,3 de áreas marítimas (recursos pesqueiros) e 8,8

bilhões de áreas de terras e estão distribuídos em duas: terrenos e consumo. (WWF,

2007) Conforme demonstra a figura 2 (A e B).

3 Conceito de capacidade de carga, também chamado de Biocapacidade, isto é, a quantidade de recursos

que o planeta pode oferecer como também a sua capacidade de absorver os resíduos gerados.

Figura 2: (A)Categoria Terrenos (B) Categoria de Consumo da Pegada Ecológica.

Fonte: Fig. A: Parente, (2007, p. 135); fig. B: Barros, (2014)

Na categoria de terrenos está subdivida em terra produtiva (pasto, cultivo,

floresta), mar produtivo, áreas de energia fóssil e área construída (urbanizada) e

biodiversidade. Na categoria de consumo, estão incluídos área construída, produtos

florestais, pesca, produtos animais, combustíveis fósseis e a produção de cultivos. Essas

categorias representam áreas em hectares que somadas resultam na pegada ecológica

total (PEREIRA, 2008, p. 44; BARROS, 2014, p. 30).

Como neste trabalho iremos calcular a área necessária para absorção de

resíduos sólidos urbano, utilizaremos o espaço ecológico do território de energia que

tem um fator de equivalência4 de 1,37 para transformação do resultado em global

hectare (GHA). É o espaço ecológico necessário para absorção de Gases de Efeito

Estufa (GEE), destes resíduos, para evita a concentração na atmosfera e o aquecimento

global. (Parente, 2007, p. 134). Para se efetuar o cálculo da Pegada Ecológica de

resíduos sólidos, exige obediência nas seguintes etapas metodológicas de acordo com os

passos utilizados no trabalho Andrade (2006, p. 137). Logo abaixo:

Figura 3: Etapas do cálculo da Pegada Ecológica

4 O Fator de Equivalência (Equivalence Factor): representa a produtividade média mundial de um

determinado espaço ecológico bioprodutivo, representado em Global Hectare (gha).

Fonte: adaptada por Orivane Souza, 2016. A partir dos passos de Andrade (2006)

CALCULO DA PEGADA ECOLÓGICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NAS

CIDADES DE PARINTINS E MANAUS.

A cidade de Manaus e Parintins localizam-se as margens dos rios, Negro e

Amazonas, respectivamente. A Capital Manaus está a uma distância aproximada de

1700 km até a foz do Rio Amazonas, no Oceano Atlântico, e possui uma área territorial

de 11.401, 058 Km 2. O Município de Parintins está localizado a leste do Estado do

Amazonas a 369 km da capital Manaus em linha reta e 420 km por via fluvial e possui

uma área territorial de 5.952,30 km 2 (IBGE, 2010), equivalentes a 595.230 hectares, a

maior parte ambiente de várzea. A área urbana se estende por 396 hectares (Santos et al.

2013).

Quanto a população, apresenta um histórico significativo do crescimento

demográfico da população urbana nos últimos 20 anos na Capital em (1990 –

1.006.585, 2000 –1.396.768 ,2010 – 1.792.881), representando 52% da população

estadual. Constitui-se como a cidade mais populosa da Região Norte. Em seguida a

cidade de Parintins, com uma população total na zona urbana em (1990 – 41.591, 2000

–58.125, 2010 – 69.890). Assim, são cidades em evolução demográfica e territorial.

Logo, os impactos ecológicos também crescem e sobretudo no que tange a produção de

resíduos sólidos (RS). Que é um dos mais graves problemas ambientais, por

apresentarem gradientes crescentes em decorrência da expansão da população, ligadas

ao alto consumo dos indivíduos, por melhores condições de vida, gerando resíduos bem

diferentes daqueles produzidos pelas cidades a vinte anos atrás e consequente ônus

ambiental.

E não teve o acompanhamento da produção desse Resíduos, e muito menos da

mensuração desses impactos. Necessitam ter um acompanhamento, pois envolve nosso

lugar de moradia diretamente. Nenhuma pessoa quer estar próxima a grandes lixões a

céu aberto. Porém, não deixamos de ser excessivamente consumistas. A Produção de

resíduos gerados, nestes centros urbanos por dia, mês e ano é demonstra-se na (tabela

1).

Tabela 1: Geração de Resíduos em Manaus, Parintins, por dia, mês e ano.

Cidade Manaus (2002, 2014) Parintins (2011, 2013)

Coleta Dia Mês Ano Coleta Dia Mês Ano

2002 1.400 42.000 504.000 2012 65 1.950 23.040

2014 2.654, 5 79.635 966.923 2014 80 2.400 28.800

Fonte: Organizada pela autora com base nos dados coletados.

No decorrer deste ano de 2014, a SEMULSP, recolheu 966.923 toneladas de

resíduos sólidos da cidade de Manaus, um aumento de 2,4 % em relação ao ano de

2013. A média diária de 2014 chegou a 2.654,5 toneladas. Por dia, cada manauara

produziu em média 1,315 quilos de resíduos. Desse total de lixo produzido, 65,4% é

proveniente da modalidade de coleta domiciliar, com média de 1.738,2 toneladas por

dia. A coleta tirou das residências manauaras, em 2014, um total de 634.450,6

toneladas de lixo, incremento de 28.912 a mais de toneladas de resíduos sólidos em

relação a 2013 (acréscimo de 4,8%). Esta modalidade foi incrementada, com a

renovação em 50% da frota com 28 novos caminhões compactadores e uma vassoura

mecânica atuando no Centro de Manaus. Cada manauara produziu a taxa média diária

de 860 gramas de lixo doméstico.

De acordo com as pesquisas a geração de lixo em Parintins, onde obtiveram

dados do artigo e na dissertação de (CARDOSO FILHO 2014) junto a Secretaria

Municipal de Obras e Serviço Público (SEMOSP), que demonstrou uma produção

diária de lixo 65 a 75 toneladas por dia de resíduos sólidos (2012) e 80 toneladas (2014)

na cidade de Parintins. Observou-se que a maior parte dos resíduos gerados é

domiciliar, resíduos sólidos de limpeza pública, resíduos de serviços de saúde, resíduos

da construção civil e outros. Sendo que nos períodos de festividades na cidade, como: o

Festival Folclórico de Parintins ocorrido anualmente no último final de semana do mês

de junho, período de carnaval e no período de festas de fim de ano, verifica-se que a

geração de resíduos sólidos no município cresce vertiginosamente e atinge acima de 75

toneladas/dia, o que evidencia a elevação do consumo com a produção de resíduos na

cidade.

O resíduo sólido urbano produzido tem como destinação final a lixeira pública

da cidade, localizada em uma área urbana, situada à Av. Massaranduba, fronteiriço com

os bairros: Distrito Industrial, Paschoal Allágio, Dejard Vieira e está ao lado do Centro

de Estudos Superiores de Parintins – UEA, há mais de 20 anos (CARDOSO FILHO,

2014). A área ocupa uma superfície de 300 x 350 m, correspondente a 10,5 hectare, ao

lado da Universidade do Estado do Amazonas – UEA, em uma área residencial.

E não teve o acompanhamento da produção desse Resíduos, e muito menos da

mensuração desses impactos. São raros trabalhos de mensuração desses impactos

ecológicos, sobretudo na produção de resíduos sólidos nos centros urbanos do

Amazonas. Esse tipo de pesquisa faz-se necessárias para demonstrar, quantificar e

calcular a pressão ecológica ou pegada ecológica da produção de resíduos sólidos no

estado do Amazonas. Nesse sentido, faz-se a seguir o cálculo da pressão ecológica ou

pegada ecológica que ao final é apresentado em Global Hectare (GHA) da produção de

resíduos sólidos em Manaus e Parintins. Por meio de dados quantitativo de RS de cada

sistema urbano e da aplicação do indicador de sustentabilidade Pegada Ecológica,

necessária para sistematização e acompanhamento dos impactos ecológicos da Zona

Urbana de Manaus e Parintins no estado do Amazonas. O cálculo da pegada ecológica

da geração de resíduos sólidos por: dia, mês e ano da cidade de Manaus referente ao ano

de 2002 e 2014 e Parintins 2012 e 2014 pode ser verificado nas tabelas a seguir:

Pegada Ecológica: Resíduos Sólidos Dia Mês Ano

1- População (IBGE, 2000) 1.396.768 1.396.768 1.396.768

2- Geração resíduos em t/dia (DEMULP, 2002) 1.400 42.000 504.000

3- Geração RSU em Kg 1.400.000 42.000.000 504.000.000

Tabela 2: Calculo da PE: Resíduos Sólidos em Manaus, 2002

Fonte: organizado pelas autoras, 2016

Tabela 3: Calculo da PE: resíduos sólidos em Manaus, 2014

Fonte: organizado pelas autoras, 2016.

Tabela 4: Cálculo da pegada ecológica da produção em Parintins, 2012.

Fonte: organizado pelas autoras, 2016.

4- Emissão CO2 em Kg 466.666,66 14.000.000 168.000.000

5- Emissão de CO2 (t) 466,66 14.000 168.000

6- PE (ha) população Emissão CO2 466,66 14.000 168.000

7- PE (ha) Per capita Emissão CO2 0,000334 0.01002 0,1202

8- PE (ha) população CO2 e CH4 933.32 28.000 336.000

PE (ha) Per capita (CO2 e CH4 ) 0,000668 0.02004 0,2405

9- PE (gha) população (CO2 e CH4 ) 1.278,6484 20.437,95 460.320

PE (gha) per capita (CO2 e CH4 ) 0,000915 0,0146 0,3295

Pegada Ecológica: Resíduos Sólidos Dia Mês Ano

1- População (IBGE 2010) 1.792.881 1.792.881 1.792.881

2- Geração resíduos em t (SEMULSP, 2014) 2.654,5 79.635 966.923

3- Geração RSU em Kg 2.654.500 79.635.000 966.923.000

4- Emissão CO2 em Kg 884.833,33 26.545.000 322.307.666,7

5- Emissão de CO2 (t) 884,833 26.545 322.307,66

6- PE (ha) população Emissão CO2 884,833 26.545 322.307,66

7- PE (ha) Per capita Emissão CO2 0,000493 0,0148 0,1797

8- PE (ha) população CO2 e CH4 1.769,66 53.090 644.615,32

PE (ha) Per capita (CO2 e CH4 ) 0,000987 0,0296 0,359

9- PE (gha) população (CO2 e CH4 ) 3.539,32 72.733,3 470.522,13

PE (gha) per capita (CO2 e CH4 ) 0,000197 0,0405 0,2624

Pegada Ecológica: Resíduos Sólidos Dia Mês Ano

1- População (IBGE, 2010) 69.890 69.890 69.890

2- Geração resíduos em t (CARDOSO FILHO, 2012) 65 1950 23.400

3- Geração RSU em Kg 65.000 1.950.000 23.400.000

4- Emissão CO2 em Kg 21.666,66 650.000 7.800.000

5- Emissão de CO2 (t) 21,666 650 7.800

6- PE (ha) população Emissão CO2 21,666 650 7.800

7- PE (ha) Per capita Emissão CO2 0,000310 0,00930 0,1116

8- PE (ha) população CO2 e CH4 43,333 1.300 15.600

PE (ha) Per capita (CO2 e CH4) 0,000620 0,0186 0,2232

9- PE (gha) população (CO2 e CH4) 59,364 1.781 21.372

PE (gha) per capita (CO2 e CH4) 0,000849 0,0254 0,3057

Pegada Ecológica: Resíduos Sólidos Dia Mês Ano

1- População (IBGE, 2010) 69.890 69.890 69.890

2- Geração resíduos em t (CARDOSO FILHO, 2014) 80 2.400 28.800

3- Geração RSU em Kg 80.000 2.400.000 28.800.000

4- Emissão CO2 em Kg 26.666,66 800.000 9.600.000

Tabela 5: Cálculo da pegada ecológica da produção em Parintins, 2014.

Fonte: organizado pelas autoras, 2016.

O resultado final apresentado em Global Hectare (gha) é a pegada ecológica.

Seus resultados per capita e total demonstram a pressão do consumo e produção de

resíduos sólidos da população na capital de Manaus e para a cidade de Parintins. Após a

obtenção dos resultados, este indicador PE, permite a comparações de tempo e lugar.

Entretanto, faz-se a segui somente a comparação através do tempo destas. Destacamos

que, quanto maior o consumo de recursos e a geração de resíduos, maior o tamanho da

pegada para sustentar sistema. Isto é, maior a demanda por áreas de terra para garantir a

manutenção das atividades.

Nesse contexto a Pegada ecológica, neste trabalho demonstra a quantidade da

emissão CO2+CH4 na Atmosfera e calcula área territorial necessário para absorção de

Gases de Efeito Estufa (GEE), destes resíduos, para evita a concentração na atmosfera e

o aquecimento Global, através do fator de equivalência 1,37 do espaço ecológico do

território de energia. Transformando em GHA.

Segundo o IBGE (2000) a área urbana de Manaus estende-se por 37.700

hectares e tinha uma população de 1.396.768 habitantes com uma área per capita de

0,0269 de hectares. Em Parintins a área urbana corresponde a 0,066% (396 ha) do total,

com uma população de 69.890 do total municipal com área per capita (hectare)

disponibilidade de 0,00566 hectares por habitante (SANTOS, 2013). Nesse sentido,

mesmo com o aumento da produção de resíduos sólidos, os resultado obtidos em Gha

para absorção deste, não ultrapassam os hectares disponíveis para cada habitante por

dia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

5- Emissão de CO2 (t) 26,66 800 9.600

6- PE (ha) população Emissão CO2 26,66 800 9.600

7- PE (ha) Per capita Emissão CO2 0,0003815 0,0114 0,137

8- PE (ha) população CO2 e CH4 53,32 1.600 19.200

PE (ha) Per capita (CO2 e CH4) 0,000763 0,0228 0,2747

9- PE (gha) população (CO2 e CH4) 73,048 2.192 26.304

PE (gha) per capita (CO2 e CH4) 0,001045 0,0313 0,3763

Com o crescimento demográfico das cidades, os impactos ecológicos também

crescem. Principalmente pelas mudanças de paradigmas ao longo dos anos, em que a

sociedade vai estabelecendo outras formas de vida, e por seguinte, surge novas

necessidades, ligadas ao alto consumo dos indivíduos, e a produção. Alterando as

características dos resíduos, consequentemente aumentando a pressão ecológica sobre

os ecossistemas, sobretudo amazônico. E necessitam ter um acompanhamento. É nesse

sentido, essa pesquisa buscou fazer a mensuração dos impactos ecológicos, da produção

de resíduos sólidos nos centros urbanos de Parintins. Que causam grandes impactos aos

ecossistemas.

Como bem sabemos, as questões, referente a produção de resíduos, depende

tanto das políticas públicas como das ações comunitárias como o todo, até mesmo

porque todos são responsáveis pela produção e geração deste, afetando nosso lugar de

moradia diretamente, entretanto nenhuma pessoa quer estar próxima a grandes lixões a

céu aberto. Entretanto, não deixamos de ser excessivamente consumistas, resultando na

formação de lixeiras em lugares não apropriados, havendo controvérsias em relação ao

espaço urbano com animais e a população.

O cálculo da pegada ecológica dos resíduos sólidos urbanos, realizado em dois

maiores centros urbanos, do Amazonas: Manaus (2000 e 2014) e Parintins (2012 e

2013), representa um impacto negativo sofridos pelo ecossistema. Os referidos impactos

estão relacionados a contaminação dos solos, lençol freático, diversas tipos de doenças,

principalmente, a concentração da emissão de CO2 (dióxido de carbono) e CH4

(metano) na atmosfera e contribuindo com aquecimento Global. São raros os trabalhos

de mensuração desses impactos ecológicos, sobretudo na produção de resíduos sólidos

nos centros urbanos do Amazonas. E pode ser realizado em outros centros Urbanos da

Amazônia, necessárias para demonstrar, quantificar e calcular a pressão ecológica ou

pegada ecológica da produção de resíduos sólidos no estado do Amazonas.

Contribuindo na tomada de melhores decisões por meio das políticas públicas, para

construir estratégias e panoramas futuros.

REFERENCIAS

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Florianópolis: uma aplicação do método de pegada ecológica. Dissertação (Mestrado

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