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Gesner OliveiraFundação Getúlio VargasInstituto Tendências de Direito e EconomiaSão Paulo, 26 de julho de 2005
Cenários para a Economia Brasileira
Sumário
1. A economia está imune à crise
política?
2. A economia está parando?
3. Cenários de médio e longo prazo
Principais pontos
1. Blindagem da economia é relativa, mas guinada da
política macro é improvável.
2. Cenário para 2006 ficou mais instável
3. Crise política acentua incertezas para o investimento
Cenários para a economia brasileira
1. A economia está imune à crise política?
Panorama eleitoral incerto
Índices de popularidade permanecem
elevados
Candidatura Lula ainda é competitiva
Mas efeitos dos escândalos começam a
aparecer
Popularidade do presidente em queda, mas patamar se mantém elevado
Fonte: Datafolha
Avaliação do governo Lula
0
10
20
30
40
50
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
%
Regular Ótimo / Bom Ruim / Péssimo Não sabe
abr/03jul/05
Avaliação do governo Lula
0
10
20
30
40
50
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
%
Regular Ótimo / Bom Ruim / Péssimo Não sabe
abr/03jul/05
Imagem de Lula é afetada, mas lentamente
Fonte: IBOPE
15
20
25
30
35
40
45
Dez/04 Mar/04 Jun/04
Regular
Ótimo / Bom
Ruim / Péssimo
Eleição Severino Cavalcanti
Declarações Roberto Jefferson
Mas Lula ainda é o favorito nas eleições de 2006…
41
7
15
0
10
20
30
40
50
%
Lula Aécio Neves Garotinho
Fonte: IBOPE
40
14 14
0
10
20
30
40
Lula Alckmin Garotinho
%
3829
9
0
10
20
30
40
%
Lula Serra Garotinho
Até agora, popularidade de Lula tem resistido à crise...
Fonte: Pesquisa CNT/Sensus
%
10
15
20
25
30
35
40
45
50
mai/04 jun/04 ago/04 set/04 dez/04 fev/05 abr/05 mai/05 jul/05
Avaliação Positiva Avaliação Regular Avaliação Negativa
A aprovação do desempenho pessoal do presidente também resiste...
%
Fonte: Pesquisa CNT/Sensus
0
10
20
30
40
50
60
70
mai/04 jun/04 ago/04 set/04 dez/04 fev/05 abr/05 mai/05 jul/05
Aprova Desaprova NS/NR
Quatro cenários para o presidente
Cenário 1: Lula não chega ao final do mandato (impeachment ou renúncia)
Cenário 2: Lula chega ao final do mandato mas não é candidato à reeleição
Cenário 3: Lula disputa o segundo mandato e é vitorioso nas urnas
Cenário 4: Lula disputa o segundo mandato mas não é reeleito
Cenários Eleitorais para 2006
PT: diminui a probabilidade de uma candidatura Lula.PSDB: Candidato ainda indefinido. Possibilidades são: Serra, Alckmin, FHC e Aécio Neves.PMDB: Garotinho é o favorito, mas há alternativas como Nelson Jobim.PFL: César Maia: força independente ou chapa com o PSDB?Outros candidatos (Heloísa Helena, etc)
Características dos anos eleitorais
Ano Inflação (IPCA %)
Crescimento do PIB (%)
Balança comercial (US$
bilhões)
Prêmio de risco (pontos base)
1989 1.973 3,16 16,1 --1994 916 5,85 10,5 8451998 1,7 0,13 -6,6 8262002 12,0 1,93 13,1 13612006 5,0* 3,5* 29,9* 450**
Fontes: IBGE, BCB e JP Morgan
* Projeções Focus **Projeção TCI
Crise política diminui ritmo de reformas...
2005 2006Reforma Política 60% 40% 10%Reforma Tributária 90% 50% 30%Reforma Sindical 60% 20% 10%Agências Reguladoras 80% 30% 15%Autonomia do BC 50% 15% 10%
Reformas InstitucionaisProbabilidade de Aprovação
Depois da criseInício do ano
“Agenda positiva” está parada
Reforma Tributária
Parcerias Público-Privadas (PPP’s)
Lei Geral das Microempresas
Reforma da lei de defesa da concorrência
Reforma Ministerial: governo fica menos petista
Ministérios
Casa Civil José Dirceu (PT) Dilma Rousseff (PT)
Trabalho Ricardo Berzoini (PT) Luiz Marinho (CUT)
Educação Tarso Genro (PT) Fernado Haddad (PT)
Comunicações Hélio Costa (PMBD) Eunício Oliveira (PMBD)
Minas e Energia Dilma Rousseff (PT) Silas Rondeau (PMDB)
Saúde Humberto Costa (PT) Saraiva Felipe (PMDB)
Coordenação Política Aldo Rebelo (PCdB) Jaques Wagner (PT)
Secom* Luiz Gushiken (PT)
* Secom será subordinada à Secretaria Geral da Presidência
Saldo Final: redução do número de petistas no governo
Petistas
Petistas = 7
= 4
Saldo = -3
PMDBistas = 3
PMDBistas = 2
Saldo = 1
PCdB = -1 PP = 1
Ministérios dirigidos por técnicos são minoria
Titular PastaLuiz Fernando Furlan Desenvolvimento, Indústria e ComércioRoberto Rodrigues Agricultura
Márcio Thomaz Bastos JustiçaCelso Amorim Relações Exteriores
Jorge Armando Félix Segurança InstitucionalÁlvaro Ribeiro Costa Advocacia Geral da União
Total = 6 ministérios (18,2%)
Ministros sem Filiação Partidária
Partidos aliados
Titular Pasta PartidoHélio Costa Comunicações PMDB
Saraiva Felipe Saúde PMDBSilas Rondeau Minas e Energia PMDBJosé Alencar Defesa PL
Alfredo Nascimento Transportes PLCiro Gomes Integração Nacional PSB
Sérgio Rezende Ciência e Tecnologia PSBWalfrido Mares Guia Turismo PTB
Agnelo Queiroz Esportes PC do BMárcio Fortes Cidades PPGilberto Gil Cultura PV
Ministros dos Partidos Aliados
Total = 11 ministérios (34,4%)
Ministérios do PT
Titular Pasta PartidoAntônio Palocci Fazenda PTDilma Roussef Casa Civil PTPaulo Bernardo Planejamento PT
Nelson Machado Previdência PTJacques Wagner Relações Institucionais PT
Luiz Dulci Secretaria Geral da Presidência PTTarso Genro Educação PTLuiz Marinho Trabalho PTWaldir Pires Controladoria Geral da União PT
Miguel Rosseto Desenvolvimento Agrário PTPatrus Ananias Desenvolvimento Social e Combate à Fome PT
Marina Silva Meio Ambiente PTNilcéia Freire Política para as Mulheres PT
Matilde Ribeiro Políticas de Promoção da Igualdade Racial PTJosé Fritsch Aquicultura e Pesca PT
Ministros do Partido dos Trabalhadores
Total = 15 ministros (46,9%)
Possíveis Riscos da Crise Política
Cenário Ações Popularidade do presidente
Agenda de Reformas
Impacto sobre a Economia
Mudança na condução econômica
Virada Política
Reforma ministerial
abrangente e punição dos responsáveis
Estabilização ou pequeno aumento
Retomada das reformas
Positivo Improvável; maior
austeridade fiscal
Desgaste Crescente
Reforma restrita e apuração
parcial das denúncias
Queda suave Paralisia Incerteza para investimentos
Improvável; manutenção das metas
macro
Crise Institucional
Inação Forte queda Radicalização e mudança da
agenda
Instabilidade nos mercados e elevação no
prêmio de risco
Provável; menor
austeridade fiscal e
monetária
Cenários para a economia brasileira
2. A economia está parando?
Sinais de reaceleração da economia...
Crescimento da produção industrial
PIB deve acelerar no 2o trimestre
Queda na taxa de desemprego
Crescimento da produção industrial
Fonte: IBGE
Produção física industrial (com ajuste sazonal)
92
96
100
104
108
112
116
dez/02 jun/03 jan/04 ago/04 fev/05
Indústria Geral
Crescimento da produção industrial não foi concentrado
Índice de difusão (PIM - 28 atividades)
20%30%40%50%60%70%80%90%
100%
Feb
-02
May
-02
Aug
-02
Nov
-02
Feb
-03
May
-03
Aug
-03
Nov
-03
Feb
-04
May
-04
Aug
-04
Nov
-04
Feb
-05
May
-05
PIB da Indústria deve crescer...
Fonte: IBGE e Tendências
1,9 2,1
1,40,8
2,6
0,9
-1,2
3,2
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0%
2003-III 2003-IV 2004-I 2004-II 2004-III 2004-IV 2005-I 2005-II
PIB Indústria (crescimento trimestral dessazonalizado)
Agropecuária mostrará desaceleração
Fonte: IBGE e Tendências
-3,1
6,0
2,5
0,5
-1,8
2,02,7
0,6
-4,0
-2,0
0,0
2,0
4,0
6,0
%
2003-III 2003-IV 2004-I 2004-II 2004-III 2004-IV 2005-I 2005-II
PIB Agropecuária (crescimento trimestral dessazonalizado)
Mas serviços devem crescer...
Fonte: IBGE e Tendências
PIB deve acelerar no segundo trimestre e desacelerar
Fonte: IBGE e Tendências
Queda da inflação abre espaço para a redução da taxa de juros
Fonte: Pesquisa Focus BCB
Expectativas de mercado - IPCA
5,50
5,605,70
5,805,90
6,00
6,106,20
6,306,40
6,50
29/12/04 17/02/05 08/04/05 28/05/05 17/07/05
%a.a.
5,55%
Os índices mostram a queda da inflação...
0%
Fonte: FIPE
Variações Quadrimestrais do IPC-FIPE
-0,4
0
0,4
0,8
1,2
Taxa de desemprego em queda
Fonte: IBGE
Taxa de desemprego
9,0
10,0
11,0
12,0
13,0
14,0
fev/2002 out/2002 jun/2003 mar/2004 nov/2004 jul/2005
9,4%
Mesmo assim, verifica-se queda na previsão de crescimento do PIB
Fonte: Pesquisa Focus BCB
2,80
3,00
3,20
3,40
3,60
3,80
4,00
08/01/05 28/01/05 17/02/05 09/03/05 29/03/05 18/04/05 08/05/05 28/05/05 17/06/05 07/07/05 27/07/05
PIB (%)
Há sinais de pessimismo...
Em julho: piores avaliações sobre a situação presente em dois anos. Previsões menos favoráveis para os próximos meses. Tendência de desaceleração do ritmo de atividades aprofundou-se no
segundo trimestre de 2005 Acúmulo de estoque: 19% com estoque excessivos e 1% com estoques
insuficientes.
Situação Atual dos Negócios
Boa Fraca Saldo
16% 33% -17 pp
Nível de demanda global
Forte Fraca Saldo
8% 29% -21pp
Fonte: Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação - FGV
Maior saldo desde jul/03
Menor saldo desde jul/03
Queda nos índices de confiança...
Fonte: Fecomércio e CNI
Índices de Confiança
105
110
115
120
125
130
135
140
145
150
jan/04 abr/04 jul/04 out/04 jan/05 abr/05
ICC
45
50
55
60
65
70
ICEI
Índice de Confiança do Consumidor Índice de Confiança do Empresário Industrial
Cenários pós-valorização do yuan
Política necessária para estabilizar mercados
mundiais diminuindo déficit norte-
americano.
Valorização ainda é pequena.
Exportações e importações dificilmente serão
afetadas no curto prazo.
Cenários para a economia brasileira
3. Cenários de médio e longo prazo
Crescimento do comércio internacional
Fonte: BC e Tendências
Balanço de pagamentos 2004 2005 2006
Balança Comercial (US$ bi) 33,7 36,8 34,5
Exportações (US$ bi) 96,7 111,9 120,6
Importações (US$ bi) 63,1 75,1 86,1
Conta Corrente (US$ bi) 11,8 10,1 5,8
Conta Corrente (% PIB) 1,9% 1,4% 0,8%
Estabilidade para PIB e Investimento
Fonte: BC e Tendências
PIB 2004 2005 2006
PIB nominal (US$ bilhões) 585,0 697,6 754,0
População (milhões) 181,6 184,2 186,8
PIB per capita (US$) 3.222 3.787 4.037
Crescimento real (%) 4,9% 3,2% 3,1%
Agropecuária 5,3% 4,2% 4,1%
Indústria 6,2% 3,5% 3,4%
Serviços 3,3% 2,6% 2,7%
FBCF (% do PIB) 19,6% 20,6% 21,6%
Inflação em 2006 sob controle
Fonte: BC e Tendências
Preços 2004 2005 2006
IPCA (IBGE - %) 7,6% 5,8% 5,2%
IGP-M (FGV - %) 12,4% 4,8% 6,9%
IPA-M (FGV - %) 15,1% 4,0% 7,8%
IPC-M (FGV - %) 6,2% 6,4% 5,2%
Cenários de longo prazo
Fonte: BC e Tendências
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2014
Superávit Primário 4,58% 4,25% 4,25% 4,00% 3,50% 3,00% 2,00%
Juros Nominais 16,2% 19,1% 16,5% 14,0% 13,0% 12,8% 12,5%
População 181,6 184,2 186,8 189,3 191,9 194,4 206,2
Crescimento Ec. Mundial 5,1% 4,3% 4,4% 3,2% 3,2% 3,2% 3,2%
Juros Nominais Americanos 1,4% 3,2% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0%
Prêmio de Risco 539 433 450 438 425 413 400
Prod. Total dos Fatores 1,45% 1,45% 1,45% 1,45% 1,45% 1,45% 1,45%
Projeções: câmbio, risco e Selic
câmbio risco selic
jan/06 2,56 450 17,75%
fev/06 2,58 450 17,50%
mar/06 2,59 450 17,25%
abr/06 2,60 450 17,00%
mai/06 2,61 450 16,75%
jun/06 2,63 450 16,50%
jul/06 2,64 450 16,25%
ago/06 2,65 450 16,00%
set/06 2,66 450 15,75%
out/06 2,68 450 15,50%
nov/06 2,69 450 15,25%
dez/06 2,70 450 15,00%
média 2006 2,63 450 16,50%
Fonte: BC e Tendências
câmbio risco selic
jan/05 2,69 421 18,25%
fev/05 2,60 404 18,75%
mar/05 2,71 421 19,25%
abr/05 2,58 454 19,50%
mai/05 2,45 433 19,75%
jun/05 2,41 421 19,75%
jul/05 2,40 430 19,75%
ago/05 2,41 430 19,75%
set/05 2,42 440 19,50%
out/05 2,45 440 19,00%
nov/05 2,50 450 18,50%
dez/05 2,55 450 18,00%
média 2005 2,51 433 19,14%
Projeção: taxa Selic
Fonte: BC e Tendências
13,00%
15,00%
17,00%
19,00%
21,00%
23,00%
25,00%
27,00%
29,00%
dez/
02
mar/0
3
jun/0
3
out/0
3
jan/0
4
abr/0
4
ago/
04
nov/
04
fev/
05
mai/05
set/0
5
dez/
05
mar/0
6jul
/06
out/0
6
jan/0
7
Retomando os Principais Pontos...
Blindagem da economia é relativa, mas guinada
da política macro é improvável
Cenário para 2006 ficou mais instável
Crise política acentua incertezas para o
investimento