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Goiânia, _____ de _____________________ de 2017. Aluno (a): __________________________________________________ Série: 1º Ano Turma:_____ Lista de Recuperação Final / Disciplina: Redação Professor (a): Thiago www.unosales.com.br Fone: (62) 3202-4007 / 11ª avenida esq. com 5ª avenida Setor Leste Vila Nova. Questão 01) Examine a tira do cartunista argentino Quino. (Quino. A pequena filosofia da Mafalda, 2015. Adaptado.) Pelo conteúdo de sua redação, depreende-se que o personagem Manuel Goreiro (o “Manolito”), além de estudar, exerce outra atividade. Transcreva o trecho em que esta outra atividade se mostra mais evidente. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- TEXTO: 1 - Comum à questão: 2 A praga dos selfies De uma coisa tenho certeza. A foto pelo celular vale apenas pelo momento. Não será feito um álbum de fotografias, como no passado, onde víamos as imagens, lembrávamos da família, de férias, de alegrias. As imagens ficarão esquecidas em um imenso arquivo. Talvez uma ou outra, mais especial, seja revivida. Todas as outras, que ideia. Só valem pelo prazer de fazer o selfie. Mostrar a alguns amigos. Mas o significado original da foto de família ou com amigos, que seria preservar o momento, está perdido. Vale pelo instante, como até grandes amores são hoje em dia. É o sorriso, o clique, e obrigado. A conquista: uma foto com alguém conhecido. W. Carrasco, “A praga dos selfies”. Época, 26.09.2016. Questão 02)

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Page 1: Goiânia, de de 2017. Aluno (a): Série: 1º Ano Turma ... · ... ao sentimento de opressão da sociedade inteira ... 4 Robespierres − referência a um dos líderes da Revolução

Goiânia, _____ de _____________________ de 2017.

Aluno (a): __________________________________________________ Série: 1º Ano Turma:_____

Lista de Recuperação Final / Disciplina: Redação Professor (a): Thiago

www.unosales.com.br – Fone: (62) 3202-4007 / 11ª avenida esq. com 5ª avenida – Setor Leste Vila Nova.

Questão 01) Examine a tira do cartunista argentino Quino.

(Quino. A pequena filosofia da Mafalda, 2015. Adaptado.)

Pelo conteúdo de sua redação, depreende-se que o personagem Manuel Goreiro (o “Manolito”), além de estudar, exerce outra atividade. Transcreva o trecho em que esta outra atividade se mostra mais evidente. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ TEXTO: 1 - Comum à questão: 2

A praga dos selfies De uma coisa tenho certeza. A foto pelo celular vale apenas pelo momento. Não será feito um álbum de fotografias, como no passado, onde víamos as imagens, lembrávamos da família, de férias, de alegrias. As imagens ficarão esquecidas em um imenso arquivo. Talvez uma ou outra, mais especial, seja revivida. Todas as outras, que ideia. Só valem pelo prazer de fazer o selfie. Mostrar a alguns amigos. Mas o significado original da foto de família ou com amigos, que seria preservar o momento, está perdido. Vale pelo instante, como até grandes amores são hoje em dia. É o sorriso, o clique, e obrigado. A conquista: uma foto com alguém conhecido.

W. Carrasco, “A praga dos selfies”. Época, 26.09.2016. Questão 02)

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Reescreva a frase “Todas as outras, que ideia.”, substituindo os dois sinais de pontuação nela empregados por outros, de tal maneira que fique mais evidente a entonação que ela tem no contexto. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ TEXTO: 2 - Comum à questão: 3 Examine a seguinte citação: É menor pecado elogiar um mau livro, sem lê-lo, do que depois de o haver lido. Por isso, agradeço imediatamente depois de receber o volume.

Carlos Drummond de Andrade, Passeios na ilha. Questão 03) Levando em conta o contexto, reescreva o trecho “sem lê-lo”, substituindo “sem” por “sem que”. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ TEXTO: 3 - Comum à questão: 4 1 Um sujeito entrou no bonde, deu-me um grande safanão, atirando-me o jornal ao colo, e 2 não se desculpou. Esse incidente fez-me voltar de novo aos meus pensamentos amargos, 3 ao ódio já sopitado1, ao sentimento de opressão da sociedade inteira... Até hoje não me 4 esqueci desse episódio insignificante que veio reacender na minha alma o desejo feroz de 5 reivindicação. Senti-me humilhado, esmagado, enfraquecido por uma vida de estudo, servir 6 de joguete, de irrisão2 a esses poderosos todos por aí. Hoje que sou um tanto letrado sei que 7 Stendhal3 dissera que são esses momentos que fazem os Robespierres4. O nome não veio à 8 memória, mas foi isso que eu desejei chegar ser um dia. 9 Escrevendo estas linhas, com que saudades me não recordo desse heroico anseio dos meus 10 dezoito anos esmagados e pisados! Hoje! ... É noite. Descanso a pena. No interior da casa, minha 11 mulher acalenta meu filho único. A sua cantiga chega-me aos ouvidos cheia de um grande acento 12 de resignação. Levanto-me e vou à varanda. A lua, no crescente, banha-me com meiguice, a 13 mim e a minha humilde casa roceira. Por momentos deixo-me ficar sem pensamentos, envolto 14 na fria luz da lua, e embalado pela ingênua cantilena de minha mulher. Correm alguns instantes; 15 ela cessa de cantar e o brilho do luar é empanado por uma nuvem passageira. Volto às minhas 16 reminiscências: vejo o bonde, a gente que o enchia, os sofrimentos que me agitavam, a rua 17 transitada...

LIMA BARRETO Recordações do escrivão Isaías Caminha (1917). São Paulo: Ática, 1995.

1 sopitado − acalmado 2 irrisão − zombaria 3 Stendhal − escritor francês da primeira metade do século XIX 4 Robespierres − referência a um dos líderes da Revolução Francesa Questão 04) Ao longo do texto, há passagens que indicam que o narrador se encontra em um tempo distanciado daquele dos acontecimentos que relembra, explicitando um confronto entre passado e presente. Transcreva do segundo parágrafo uma dessas passagens. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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TEXTO: 4 - Comum à questão: 5 1 Um estudo sobre contestações do povo dirigidas ao governo na primeira década do século XX, 2 registradas em uma coluna de jornal, revela a atitude do cidadão em momentos não críticos, em 3 seu cotidiano de habitante da cidade do Rio de Janeiro. A conclusão do estudo é que quase 4 só pessoas de algum modo relacionadas com a burocracia do Estado se queixavam, quer os 5 próprios funcionários e operários, quer as vítimas dos funcionários, especialmente da polícia e 6 dos fiscais. Reclamavam funcionários, artesãos, pequenos comerciantes, uma ou outra prostituta. 7 Mas as queixas não revelavam oposição ao Estado. O conteúdo das reclamações girava em 8 torno de problemas elementares, como segurança individual, limpeza pública, transporte, 9 arruamento. Permanece, no entanto, o fato de que entre as reivindicações não se colocava a 10 de participação nas decisões, a de ser ouvido ou representado. O Estado aparece como algo a 11 que se recorre, como algo necessário e útil, mas que permanece fora do controle, externo ao 12 cidadão. Ele não é visto como produto de concerto político, pelo menos não de um concerto 13 em que se inclua a população. É uma visão antes de súdito que de cidadão, de quem se coloca 14 como objeto da ação do Estado e não de quem se julga no direito de a influenciar. 15 Como explicar esse comportamento político da população do Rio de Janeiro? De um lado, a 16 indiferença pela participação, a ausência de visão do governo como responsabilidade coletiva, 17 de visão da política como esfera pública de ação, como campo em que os cidadãos se podem 18 reconhecer como coletividade, sem excluir a aceitação do papel do Estado e certa noção dos 19 limites deste papel e de alguns direitos do cidadão. De outro, o contraste de um comportamento 20 participativo em outras esferas de ação, como a religião, a assistência mútua e as grandes festas 21 em que a população parecia reconhecer-se como comunidade. 22 Seria a cidade a responsável pelo fenômeno? Neste caso, como caracterizá-la, como distingui-la 23 de outras? Entramos aqui na vasta e rica literatura sobre o fenômeno urbano, em particular sobre 24 a cultura urbana.

JOSÉ MURILO DE CARVALHO Adaptado de Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi.

São Paulo: Companhia das Letras, 1987. Questão 05) o contraste de um comportamento participativo em outras esferas de ação, como a religião, a assistência mútua e as grandes festas em que a população parecia reconhecer-se como comunidade. (Ref. 19-21) Nesse fragmento, o autor emprega duas vezes a palavra como, estabelecendo relações coesivas distintas em cada uma de suas ocorrências. Aponte o tipo de relação estabelecida, respectivamente, em cada emprego ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ TEXTO: 5 - Comum à questão: 6

O DISCURSO 1 Natividade é que não teve distrações de espécie alguma. Toda ela estava nos filhos, e agora 2 especialmente na carta e no discurso. Começou por não dar resposta às efusões1 políticas de 3 Paulo; foi um dos conselhos do conselheiro. Quando o filho tornou pelas férias tinha esquecido 4 a carta que escrevera. 5 O discurso é que ele não esqueceu, mas quem é que esquece os discursos que faz? Se são bons, 6 a memória os grava em bronze; se ruins, deixam tal ou qual amargor que dura muito. O melhor 7 dos remédios, no segundo caso, é supô-los excelentes, e, se a razão não aceita esta imaginação, 8 consultar pessoas que a aceitem, e crer nelas. A opinião é um velho óleo incorruptível. 9 Paulo tinha talento. O discurso naquele dia podia pecar aqui ou ali por alguma ênfase, e uma ou 10 outra ideia vulgar e exausta. Tinha talento Paulo. Em suma, o discurso era bom. Santos achou-o 11 excelente, leu-o aos amigos e resolveu transcrevê-lo nos jornais. Natividade não se opôs, mas 12 entendia que algumas palavras deviam ser cortadas. 13 – Cortadas, por quê? perguntou Santos, e ficou esperando a resposta. 14 – Pois você não vê, Agostinho; estas palavras têm sentido republicano, explicou ela relendo a 15 frase que a afligira.

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16 Santos ouvia-as ler, leu-as para si, e não deixou de lhe achar razão. Entretanto, não havia de as 17 suprimir. 18 – Pois não se transcreve o discurso. 19 – Ah! isso não! O discurso é magnífico, e não há de morrer em S. Paulo; é preciso que a Corte o 20 leia, e as províncias também, e até não se me daria fazê-lo traduzir em francês. Em francês, pode 21 ser que fique ainda melhor. 22 – Mas, Agostinho, isto pode fazer mal à carreira do rapaz; o imperador pode ser que não goste... 23 Pedro, que assistia desde alguns instantes ao debate, interveio docemente para dizer que os 24 receios da mãe não tinham base; era bom pôr a frase toda, e, a rigor, não diferia muito do que 25 os liberais diziam em 1848. 26 – Um monarquista liberal pode muito bem assinar esse trecho, concluiu ele depois de reler as 27 palavras do irmão. 28 – Justamente! assentiu2 o pai. 29 Natividade, que em tudo via a inimizade dos gêmeos, suspeitou que o intuito de Pedro fosse 30 justamente comprometer Paulo. Olhou para ele a ver se lhe descobria essa intenção torcida, mas 31 a cara do filho tinha então o aspecto do entusiasmo. Pedro lia trechos do discurso, acentuando 32 as belezas, repetindo as frases mais novas, cantando as mais redondas, revolvendo-as na boca, 33 tudo com tão boa sombra que a mãe perdeu a suspeita, e a impressão do discurso foi resolvida. 34 Também se tirou uma edição em folheto, e o pai mandou encadernar ricamente sete exemplares, 35 que levou aos ministros, e um ainda mais rico para a Regente.

MACHADO DE ASSIS Esaú e Jacó. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997.

1 efusão − manifestação expansiva de sentimentos 2 assentir − concordar Questão 06) O melhor dos remédios, no segundo caso, é supô-los excelentes, e, se a razão não aceita esta imaginação, consultar pessoas que a aceitem, e crer nelas. (Refs. 6-8) Reescreva o trecho acima, substituindo a conjunção e por outra conjunção coordenativa, mantendo o mesmo sentido e a mesma estrutura do período original. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Questão 07) Leia os trechos abaixo: 1) Apanhou as malas e se dispôs a subir as íngremes ladeiras que o conduziriam ao povoado. 2) Apanhou as malas e se dispôs a subir as íngremes ladeiras que o conduziam ao povoado. Explique a diferença de sentido entre as duas construções. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Questão 08) Na frase “Assim como a gripe, a pneumonia pneumocócica pode ser prevenida através da vacinação”, se fosse omitida a expressão “como a gripe”, o sentido original estaria mantido? Por quê? ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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TEXTO: 6 - Comum à questão: 9

PORQUE LER OS CLÁSSICOS? Questão 09) Há, no texto em questão, um desvio gramatical. Identifique-o e reescreva o enunciado de forma correta. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Questão 10) Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que têm honrado a humanidade. Reescreva esse trecho, fazendo as modificações necessárias, de acordo com as seguintes instruções: • substitua “vós” por “vocês”; ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

TEXTO: 1 - Comum à questão: 11 Leia a charge.

(Velati, Folha de S.Paulo, 17.06.2014)

Questão 11) Reescreva o título, preenchendo as lacunas, atendo-se aos sentidos presentes na charge:

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Antes que se _____________ alianças, é preciso que o casal faça uma _____________ em relação ______________ finanças pessoais. TEXTO: 2 - Comum à questão: 12 Leia o soneto de Mário Quintana. Quando eu morrer e no frescor de lua Da casa nova me quedar a sós, Deixai-me em paz na minha quieta rua... Nada mais quero com nenhum de vós! Quero é ficar com alguns poemas tortos Que andei tentando endireitar em vão... Que lindo a Eternidade, amigos mortos, Para as torturas lentas da Expressão!... Eu levarei comigo as madrugadas, Pôr de sóis, algum luar, asas de bando, Mais o rir das primeiras namoradas... E um dia a morte há de fitar com espanto Os fios de vida que eu urdi, cantando, Na orla negra do seu negro manto...

(Mário Quintana, Poesias) Questão 12) Reescreva os versos, conforme as instruções em parênteses, e justifique as alterações realizadas. a) Quando eu morrer e no frescor de lua / Da casa nova me quedar a sós. (Substitua o verbo quedar-se por manter-se, fazendo as adaptações que forem necessárias.) b) Quero é ficar com alguns poemas tortos / Que andei tentando endireitar em vão... (Substitua o verbo ficar por dedicar-se, fazendo as adaptações que forem necessárias.) Questão 13) Pinta-te qual mulher pública e coloca todas as tuas jóias, e aviva o verniz de tuas unhas e canta a tua última canção pecaminosa, pois em verdade é tarde para a prece; e que estremeça o teu corpo fino e cheio de máculas, desde o Edifício Olinda até a sede dos Marimbás porque eis que sobre ele vai a minha fúria, e o destruirá. Canta a tua última canção, Copacabana!

(BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. 11. ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 1993. p. 82). Reescreva o texto acima, substituindo as formas verbais e pronominais correspondentes a “tu” pelas formas verbais e pronominais correspondentes a “você”. TEXTO: 3 - Comum à questão: 14 Considere o trecho de uma crônica do escritor Eça de Queirós (1845-1900) e uma tira da cartunista Ciça (Cecília Whitaker Alves Pinto). XXIV O Parlamento vive na idade de ouro. Vive nas idades inocentes em que se colocam as lendas do Paraíso – quando o mal ainda não existia, quando Caim era um bom rapaz, quando os tigres passeavam docemente par a par com os cordeiros, quando ninguém tinha tido o cavalheirismo de inventar a palavra calúnia! – e a palavra mente! não atraía a bofetada!

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Senão vejam! Todos os dias aqueles ilustres deputados se dizem uns aos outros: É falso! É mentira! E não se esbofeteiam, não se enviam duas balas! Piedosa inocência! Cordura1 evangélica! É um Parlamento educado por S. Francisco de Sales! O ilustre deputado mente! Ah, minto? Pois bem, apelo... Cuidam que apela para o espalmado da sua mão direita ou para a elasticidade da sua bengala? – Não, meus caros senhores, apela – para o País! Quanta elevação cristã num diploma de deputado! Quando um homem leva em pleno peito, diante de duzentas pessoas que ouvem e de mil que leem, este rude encontrão: É falso! – e diz com uma terna brandura: Pois bem, apelo para o País! – este homem é um santo! Não entrará decerto nunca no Jockey-Club, donde a mansidão é excluída, mas entrará no reino do Céu, onde a humildade é glorificada. É uma escola de humildade este Parlamento! Nunca em parte nenhuma, como ali, o insulto foi recebido com tão curvada paciência, o desmentido acolhido com tão sentida resignação! Sublime curso de caridade cristã. E veremos os tempos em que um senhor deputado, esbofeteado em pleno e claro Chiado2, dirá modestamente ao agressor, mostrando o seu diploma: –“Sou deputado da Nação Portuguesa! Apelo para o País! Pode continuar a bater!”

(Uma campanha alegre. Agosto, 1871.) 1 cordura: sensatez, prudência. 2 Chiado: um bairro tradicional de Lisboa e importante área cultural em meados do século XIX.

(Ciça. Pagando o pato, 2006.)

Questão 14) A sentença cristã “Oferece a outra face” pode ser entendida em um aspecto físico e em um aspecto moral. Transcreva a frase do último parágrafo da crônica em que um político alude a essa sentença, aponte qual aspecto quer realmente ressaltar e com que intenção o faz. TEXTO: 4 - Comum à questão: 15 A tarefa de desenvolver as capacidades intelectuais e morais do sujeito universal, como condição de aprimoramento da personalidade do indivíduo, juntamente com a inserção social e a reprodução dos conteúdos culturais da tradição, formam o esteio da intencionalidade educativa moderna. A escola deve assumir o compromisso com o desenvolvimento das estruturas mentais do sujeito para que ele seja capaz de operar em níveis de abstração elevada. Essa é uma condição necessária para que os processos de tomada de consciência superem a racionalidade instrumental e habilitem o sujeito frente às possibilidades da competência comunicativa. Cabe à escola favorecer uma aprendizagem crítica do conhecimento científico, promover a discursividade dos alunos e a discussão pública das formas de racionalidade subjacentes aos processos escolares. [...] A construção de uma razão que se descentra é condição necessária para que o sujeito reconheça outras razões e seja capaz de agir com competência no discurso argumentativo, fundamental para a racionalidade comunicativa que opera nas bases de um pensamento refletido, tornando conscientes os seus esquemas de ação.

Texto adaptado de LIMA, João Francisco Lopes de. A reconstrução da tarefa educativa: uma alternativa para a crise e a

desesperança. Porto Alegre: Editora Mediação, 2003, p. 103. Questão 15) Reescreva o trecho a seguir sem a palavra que. Faça as modificações necessárias. “Essa é uma condição necessária para que os processos de tomada de consciência superem a racionalidade instrumental e habilitem o sujeito frente às possibilidades da competência comunicativa” (texto) TEXTO: 5 - Comum à questão: 16

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1 Podemos primeiramente distinguir dois grandes sentidos da palavra liberdade. 2 Quando tratamos das relações entre “democracia e liberdade”, ou quando nos perguntamos se em tal país se 3 é livre, ou quando invocamos as liberdades políticas, as liberdades fundamentais, ou ainda quando dizemos de um 4 homem que ele é livre (por oposição a um escravo ou a um preso), referimo-nos ao que se pode chamar liberdade 5 de direito, isto é, em linhas gerais, a ausência de coerções externas – as interdições e as obrigações – nascidas do 6 Estado, da coletividade ou da sociedade. [...] 7 Há um segundo sentido, que se pode chamar liberdade de fato, por oposição à de direito: não se trata mais de 8 perguntar “é permitido fazer (dizer, pensar)?”, mas “é possível fazer (pensar querer...)?”. Não nos referimos mais à 9 ausência de coerções extrínsecas (as leis civis, as obrigações sociais, as regras coletivas, as interdições...), mas intrínsecas 10 – aquelas que concernem ao próprio sujeito. [...] 11 Com efeito, não basta, por exemplo, que eu viva num país onde há liberdade de viajar ao exterior para poder 12 fazê-lo, mesmo se eu quiser. Posso ser impedido por minha situação social ou simplesmente por meus recursos financeiros: 13 passamos aqui do problema formal da liberdade política (a questão do regime) ao problema da justiça econômica 14 (o sistema social), e desta não depende mais apenas a questão da liberdade “formal” (temos o direito de fazer?), 15 e sim a questão da liberdade “material” (temos o meio de fazer?). Pode haver também outros obstáculos para exercer 16 um direito política e juridicamente reconhecido; posso, por exemplo, ser deficiente físico, estar doente etc. Seja como 17 for, a característica mais geral dessa liberdade como “capacidade de fazer o que se quer” é ser gradual – ao contrário 18 da precedente que existe ou não existe – e proporcional aos meios de que dispõe o sujeito – de qualquer ordem que 19 sejam: meios econômicos, físicos, culturais etc. Quanto maiores os meios (riqueza, cultura, saúde, força etc.), mais se 20 pode fazer o que se quer, e portanto se é mais, nesse sentido.

Texto adaptado de WOLFF, Francis. A invenção materialista da liberdade. In: NOVAES, Adauto (org.). O avesso da liberdade.

São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 16-17 Questão 16) Sem que haja alteração de sentido, reescreva cada trecho abaixo, observando o início proposto a seguir e fazendo as modificações necessárias. i. Não basta que eu viva num país onde há liberdade de viajar ao exterior para poder fazê-lo, mesmo se eu quiser. Não bastava____________________________________________________ ii. Posso ser impedido de viajar ao exterior por minha situação social. Minha situação social_____________________________________________ TEXTO: 6 - Comum à questão: 17 1 Numa versão apócrifa da Odisseia, Lion Feuchtwanger propôs que os marinheiros enfeitiçados por Circe e transformados 2 em porcos gostaram de sua nova condição e resistiram desesperadamente aos esforços de Ulisses para 3 quebrar o encanto e trazê-los de volta à forma humana. Quando informados por Ulisses de que ele tinha encontrado 4 as ervas mágicas capazes de desfazer a maldição e de que logo seriam humanos novamente, fugiram numa velocidade 5 que seu zeloso salvador não pôde acompanhar. Ulisses conseguiu afinal prender um dos suínos; esfregada com 6 a erva maravilhosa, a pele eriçada deu lugar a Elpenoros – um marinheiro, como insiste Feuchtwanger, em todos os 7 sentidos mediano e comum, exatamente “como todos os outros, sem se destacar por sua força ou por sua esperteza”. 8 O “libertado” Elpenoros não ficou nada grato por sua liberdade, e furiosamente atacou seu “libertador”: 9 Então voltaste, ó tratante, ó intrometido? Queres novamente nos aborrecer e importunar, queres 10 novamente expor nossos corpos ao perigo e forçar nossos corações sempre a novas decisões? Eu 11 estava tão feliz, eu podia chafurdar na lama e aquecer-me ao sol, eu podia comer e beber, grunhir e 12 guinchar, e estava livre de meditações e dúvidas: ‘O que devo fazer, isto ou aquilo?’ Por que vieste? 13 Para jogar-me outra vez na vida odiosa que eu levava antes?

Texto adaptado de BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Trad. Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001. p.25.

Questão 17) Reescreva a frase a seguir, substituindo gostar por conformar-se e esforços por batalha. Os marinheiros transformados em porcos gostaram de sua nova condição e resistiram desesperadamente aos esforços de Ulisses para quebrar o encanto de Circe. TEXTO: 7 - Comum à questão: 18

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A busca da felicidade

1 Felicidade é um truque. Um truque da natureza concebido ao longo de milhões de anos com uma só finalidade: 2 enganar você. A lógica é a seguinte: quando fazemos algo que aumenta nossas chances de sobreviver ou de procriar, 3 nos sentimos muito bem. Tão bem que vamos querer repetir a experiência muitas e muitas vezes. E essa nossa perseguição 4 incessante de coisas que nos deixem felizes acaba aumentando as chances de transmitirmos nossos genes. 5 “As leis que governam a felicidade não foram desenhadas para nosso bem-estar psicológico, mas para aumentar as 6 chances de sobrevivência dos nossos genes a longo prazo”, escreveu o escritor e psicólogo americano Robert Wright, 7 num artigo para a revista americana Time. 8 A busca da felicidade é o combustível que move a humanidade — é ela que nos força a estudar, trabalhar, ter fé, 9 construir casas, realizar coisas, juntar dinheiro, gastar dinheiro, fazer amigos, brigar, casar, separar, ter filhos e depois 10 protegê-los. Ela nos convence de que cada uma dessas conquistas é a coisa mais importante do mundo e nos dá 11 disposição para lutar por elas. Mas tudo isso é ilusão. A cada vitória surge uma nova necessidade. Felicidade é uma 12 cenoura pendurada numa vara de pescar amarrada no nosso corpo. Às vezes, com muito esforço, conseguimos dar 13 uma mordidinha. Mas a cenoura continua lá adiante, apetitosa, nos empurrando para a frente. Felicidade é um truque.

Extraído de AXT, Barbara. A busca da felicidade. Revista Superinteressante – n.212, abril de 2005.

http://super.abril.com.br/cultura/busca-felicidade-464107.shtml. Acesso em 26/07/2013.

Questão 18) Sem que haja alteração de sentido, reescreva o trecho abaixo, transcrito do texto, observando o início proposto a seguir e fazendo as modificações necessárias. “E essa nossa perseguição incessante de coisas que nos deixem felizes acaba aumentando as chances de transmitirmos nossos genes.” E perseguimos__________________________________________________________ TEXTO: 8 - Comum à questão: 19 1 — Macabéa! Tenho grandes notícias para lhe dar! Preste atenção, minha flor, porque é da maior importância o 2 que vou lhe dizer. É coisa muito séria e muito alegre: sua vida vai mudar completamente! E digo mais: vai mudar a 3 partir do momento em que você sair da minha casa! Você vai se sentir outra! Fique sabendo, minha florzinha, que até 4 o seu namorado vai voltar e propor casamento, ele está arrependido! E seu chefe vai lhe avisar que pensou melhor e 5 não vai mais lhe despedir! 6 Macabéa nunca tinha tido coragem de ter esperança. 7 Mas agora ouvia a madama como se ouvisse uma trombeta vinda dos céus – enquanto suportava uma forte taquicardia. 8 Madama tinha razão: Jesus enfim prestava atenção nela. Seus olhos estavam arregalados por uma súbita 9 voracidade pelo futuro (explosão). E eu também estou com esperança enfim. 10 — E tem mais! Um dinheiro grande vai lhe entrar pela porta adentro em horas da noite trazido por um homem 11 estrangeiro. Você conhece algum estrangeiro? 12— Não senhora, disse Macabéa já desanimando. 13 — Pois vai conhecer. Ele é alourado e tem olhos azuis ou verdes ou castanhos ou pretos. E se não fosse porque 14 você gosta de seu ex-namorado, esse gringo ia namorar você. Não! Não! Não! Agora estou vendo outra coisa (explosão) 15 e apesar de não ver muito claro estou também ouvindo a voz de meu guia: esse estrangeiro parece se chamar 16 Hans, e é ele quem vai se casar com você! Ele tem muito dinheiro, todos os gringos são ricos. Se não me engano, e 17 nunca me engano, ele vai lhe dar muito amor e você, minha enjeitadinha, você vai se vestir com veludo e cetim e até 18 casaco de pele vai ganhar! 19 Macabéa começou (explosão) a tremelicar toda por causa do lado penoso que há na excessiva felicidade. Só lhe 20 ocorreu dizer: 21 — Mas casaco de pele não se precisa no calor do Rio... 22 — Pois vai ter só para se enfeitar. Faz tempo que não boto cartas tão boas. E sou sempre sincera: por exemplo, 23 acabei de ter a franqueza de dizer para aquela moça que saiu daqui que ela ia ser atropelada, ela até chorou muito, 24 viu os olhos avermelhados dela? E agora vou lhe dar um feitiço que você deve guardar dentro deste sutiã que quase 25 não tem seio, coitada, bem em contacto com sua pele. Você não tem busto mas vai engordar e vai ganhar corpo. Enquanto 26 você não engordar, ponha dentro do sutiã chumaços de algodão para fingir que tem. Olha, minha

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queridinha, 27 esse feitiço também sou obrigada por Jesus a lhe cobrar porque todo o dinheiro que eu recebo das cartas eu dou para 28 um asilo de crianças. Mas se não puder, não pague, só venha me pagar quando tudo acontecer. 29 — Não, eu lhe pago, a senhora acertou tudo, a senhora é... 30 Estava meio bêbada, não sabia o que pensava, parecia que lhe tinham dado um forte cascudo na cabeça de ralos 31 cabelos, sentia-se tão desorientada como se lhe tivesse acontecido uma infelicidade. 32 Sobretudo estava conhecendo pela primeira vez o que os outros chamavam de paixão: estava apaixonada por 33 Hans. 34 — E que é que eu faço para ter mais cabelo?, ousou perguntar porque já se sentia outra. 35 — Você está querendo demais. Mas está bem: lave a cabeça com sabão Aristolino, não use sabão amarelo em 36 pedra. Esse conselho eu não cobro.

LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 2006. p.95-97.

Questão 20) a) Reescreva o período abaixo no futuro, substituindo a conjunção “quando” pela conjunção “se”. Quando fazemos algo que aumenta nossas chances de sobreviver, nos sentimos muito bem. b) Na linguagem oral informal, por vezes há um relaxamento da norma culta. Determine qual, dentre os trechos abaixo, transcritos do texto, apresenta um desvio da norma culta e explique em que consiste o desvio. i. “Preste atenção, minha flor, porque é da maior importância o que vou lhe dizer.” ii. “E seu chefe vai lhe avisar que pensou melhor e não vai mais lhe despedir!” Questão 21) Fragmento “O último véu! escreveria Lião, ela fica sublime quando escreve, começou o romance dizendo que em dezembro a cidade cheira a pêssego. Imagine, pêssego. Dezembro é tempo de pêssego, está certo, às vezes a gente encontra as carroças de frutas nas esquinas com o cheiro de pomar em redor mas concluir daí que a cidade inteira fica perfumada, já é sublimar demais.”

(TELLES, Lygia Fagundes. As meninas. 7. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1975, p. 3). No fragmento, substituindo-se “a cidade inteira” por “toda cidade”, o sentido se manteria? Justifique a sua resposta.