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HIDROGEOLOGIA César de Oliveira

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compilação de assuntos da hidrogeologia

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HIDROGEOLOGIACsar de Oliveira

Sumrio

1. Hidrogeologia42. Contaminantes Naturais42.1. Hidroqumica42.2. Controle de Qualidade CETESB62.3. Contaminao de guas Subterrneas112.4. Arsnio182.5. Cromo203. Metodologia de Remediao204. Simulao Numrica20

1. Hidrogeologia

2. Contaminantes Naturais2.1. HidroqumicaDo ponto de vista hidrogeolgico, a qualidade da gua subterrnea to importante quanto o aspecto quantitativo. Os processos e fatores que interferem na evoluo das guas subterrneas podem ser externos, ou mesmo intrnsecos ao aqufero. A princpio, a gua subterrnea tende a aumentar concentraes de substncias dissolvidas medida que se mover lentamente nos diferentes aquferos. No entanto, muitos outros fatores interferem, como o clima, composio da gua de recarga, tempo de contato gua/meio fsico, litologias atravessadas, alm da contaminao causada pelo homem.As anlises de gua mais realizadas em estudos hidroqumicos so: fsico-qumicas, bacteriolgicas, microbiolgicas, radioativas e ambientais.Em geral, a rotina das anlises de gua para os diversos usos incluem a determinao dos constituintes maiores e menores (com exceo do estrncio), as propriedades fsicas, cor, turbidez, odor, sabor, temperatura, pH, potencial redox, acidez, CE (condutividade eltrica), e ainda, STD (slidos totais dissolvidos), dureza, alcalinidade, DBO (demanda bioqumica de oxignio), DQO (demanda qumica de oxignio), OD (oxignio dissolvido), COT (carbnico orgnico total), TPH (hidrocarbonetos totais de petrleo), BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno e xileno total), VOC (carbono orgnico voltil), PCB (bifenis policlorinados), fenois, metais (Cd, Pb, Ni, Cu, Co, Mo, Cr entre outros) e os semimetais ou metaloides txicos (As, Se, B, CN/cianeto, entre outros).Assim como a escolha apropriada de frascos de coleta e armazenamento, a utilizao adequada de tcnicas de preservao pode retardar as alteraes qumicas e biolgicas que ocorrem aps a retirada da amostra do ambiente. O tempo entre a coleta de uma amostra e sua anlise depende do parmetro a ser determinado, da caracterstica da amostra e das condies de acondicionamento e armazenamento. Alguns parmetros como T, pH, CE, TSD e OD devem ser medidos no local, utilizando-se de medidores portteis. Para os demais parmetros o ideal que sejam refrigeradas a 4C, pois o armazenamento de amostras no escuro e as baixas temperaturas previne a ao de microrganismos. O uso de preservantes qumicos deve ser usado somente quando no h interferncias nas anlises. A acidificao da amostra com cido ntrico, at pH < 2 (1,0 mL HNO3 para 1L de gua) utilizada para prevenir a precipitao, oxidao ou adsoro de ons metlicos (Fe2+, Mg2+).Para determinao de compostos nitrogenados e de fsforo dissolvido, a acidificao pode interferir nas determinaes analticas desses compostos, por isso utilizado somente congelamento da amostra, imediatamente aps a filtragem.Para preservao de amostras so utilizados mtodos para retardar a ao biolgica, retardar a hidrlise (reao de quebra de uma molcula devido presena de gua) de compostos qumicos e reduzir a volatibilidade dos constituintes. A preservao deve ser efetuada de acordo com o conjunto de anlises a serem realizadas.

AMOSTRAGEM: cf. Manual de Procedimentos de amostragem e anlise fsico-qumica de gua.

Preservao e armazenamento de amostras de gua contendo orgnicos Para determinao do etanol, dos monoaromticos e dos HTP volteis utiliza-se frascos de 50 mL, com tampa de teflon, contendo conservantes HCl para manter o pH abaixo de 2; A coleta deve ser realizada lentamente para evitar borbulhamento da amostra e os frascos devem ser preenchidos totalmente. Devem ser analisadas em at 7 dias aps a coleta; Para determinao dos HPA e HTP so utilizados frascos mbar de 250 mL contendo conservante Na2S2O3 / tiossulfato de sdio 0,008%; Todas as amostras devem ser mantidas sob refrigerao a 4C at a anlise.

Constituintes dissolvidos na gua subterrnea de acordo com sua abundncia relativa Os constituintes da gua, denominados maiores so citados quando esto presentes com teores superiores a 5 mgL-1, menores, quando os teores ficam entre 5 e 0,01 mgL-1 e os traos (elementos-trao), quando os teores so inferiores a 0,01 mgL-1; Os resultados das anlises fsico-qumicas, geralmente so expressos em: miligramas por litro (mgL-1)/relao peso-volume, isto , o peso do elemento ou composto dissolvido em 1L de soluo; partes por milho (ppm)/relao peso-a-peso e micrograma por litro (g L-1)/10.10-6 g.Associaes InicasEm uma anlise hidroqumica, a concentrao total dos ctions deve ser aproximadamente igual concentrao dos nions. O desvio percentual desta igualdade determinado pelo coeficiente de erro da anlise.

2.2. Controle de Qualidade CETESBCOMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SO PAULO. Deciso de Diretoria - 211/2009/T/L, de 27-8-2009.Dispe sobre o estabelecimento de critrios referentes ao Artigo 2, alnea b, da Resoluo SMA 37 de 30 de Agosto de 2006.A Diretoria Plena da CETESB - Companhia Ambiental do Estado de So Paulo, considerando o contido no Relatrio Diretoria n 001/2009/T/L, de 13 de agosto de 2009, que acolhe, decide: I - No existindo laboratrios acreditados paradeterminado(s) ensaio(s), no territrio nacional, sero aceitos resultados analticos de laboratrios acreditados pelo INMETRO para outro(s) ensaio(s), desde que seja utilizada a mesma tcnica analtica do(s) ensaio(s) de interesse, e que o interessado apresente Declarao de Responsabilidade onde destaque:a) a inexistncia de laboratrios acreditados no(s) ensaio(s) de interesse; eb) cite o(s) ensaio(s) acreditado(s), referenciando a(s) tcnica(s) analtica(s) equivalente(s) utilizada(s) para atendimento deste artigo.

Exemplos: O Instituto Agronmico de Campinas (IAC) tem trs laboratrios acreditados pelo Inmetro na norma NBR ISSO/IEC 17025:2005 so os nicos laboratrios pblicos no Brasil com essa acreditao. Esto acreditados os laboratrios de Fsica do Solo, de Fertilidade do Solo e de Fertilizantes e Resduos. Instituto Adolfo Lutz acreditado pelo Inmetro como provedor de ensaio de proficincia para determinao de chumbo em sangue tem como objetivo principal a melhoria da qualidade analtica dos resultados dos laboratrios atuantes na rea de Sade do Trabalhador e Sade Ambiental.

Propriedades Fsicas Turbidez: a dificuldade da gua para transmitir a luz, provocada pelos slidos em suspenso (silte, argila, matria orgnica, etc.). Slidos em Suspenso: Corresponde a carga slida em suspenso(silte, argila, matria orgnica) depois de seca e pesada, sendo medida em termos de mg/L. Demanda Qumica de Oxignio (DQO); Demanda Bioqumica de Oxignio (DBO); Resduo Slido (RS); Condutividade Eltrica (CE): a medida da facilidade de uma gua conduzir a corrente eltrica, estando ligada como teor de sais dissolvidos sob a forma de ons. A condutividade aumenta com a elevao de temperatura, por isso necessrio anotar a temperatura de referncia da gua mostrada. Dureza: Em geral usa-se o teor de clcio e magnsio de uma gua, expresso em teores de carbonato de clcio para definir a dureza. As gua duras so incrustantes e produzem grandes consumos de sabo, alm de dificultar o cozimento dos alimentos. Alcalinidade: definida como a capacidade de uma gua neutralizar cidos, sendo uma consequncia direta da presena e/ou ausncia de carbonatos e bicarbonatos. pH: a medida da concentrao hidrogeninica da gua ou soluo, sendo controlado pelas reaes qumicas e pelo equilbrio entre os ons presentes. Sua variao de 1 a 14, sendo neutro com valor 7 e cidos com valores inferiores a 7. Resduo Seco (RS): o peso dos sais resultantes da evaporao de um litro de gua, aps filtragem para a remoo de materiais em suspenso. Slidos Totais Dissolvidos (STD): o peso total dos constituintes minerais presentes na gua, por unidade de volume.

Norma de qualidade de gua para consumo humanoPORTARIA N. 1469, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2000

Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilncia da qualidade da gua para consumo humano e seu padro de potabilidade, e d outras providncias.

Art. 4 Para os fins a que se destina esta Norma, so adotadas as seguintes definies:

I. gua potvel gua para consumo humano cujos parmetros microbiolgicos, fsicos, qumicos e radioativos atendam ao padro de potabilidade e que no oferea riscos sade;

II. sistema de abastecimento de gua para consumo humano instalao composta por conjunto de obras civis, materiais e equipamentos, destinada produo e distribuio canalizada de gua potvel para populaes, sob a responsabilidade do poder pblico, mesmo que administrada em regime de concesso ou permisso;

III. soluo alternativa de abastecimento de gua para consumo humano toda modalidade de abastecimento coletivo de gua distinta do sistema de abastecimento de gua, incluindo, entre outras, fonte, poo comunitrio, distribuio por veculo transportador, instalaes condominiais horizontal e vertical;

IV. controle da qualidade da gua para consumo humano conjunto de atividades, exercidas de forma contnua pelo(s) responsvel(is) pela operao de sistema ou soluo alternativa de abastecimento de gua, desti-nadas a verificar se a gua fornecida populao potvel, assegurando a manuteno desta condio;

V. vigilncia da qualidade da gua para consumo humano conjunto de aes adotadas continuamente pela autoridade de sade pblica para verificar se a gua consumida pela populao atende esta Norma e para avaliar os riscos que os sistemas e as solues alternativas de abastecimento de gua representam para a sade humana;

VI. coliformes totais (bactrias do grupo coliforme) - bacilos gram-negativos, aerbios ou anaerbios facultativos, no formadores de esporos, oxidase-negativos, capazes de desenvolver na presena de sais biliares ou agentes tensoativos que fermentam a lactose com produo de cido, gs e aldedo a 35,0 0,5 o C em 24-48 horas, e que podem apresentar atividade da enzima -galactosidase. A maioria das bactrias do grupo coliforme pertence aos gneros Escherichia, Citrobacter, Klebsiella e Enterobacter, embora vrios outros gneros e espcies pertenam ao grupo;

VII. coliformes termotolerantes - subgrupo das bactrias do grupo coliforme que fermentam a lactose a 44,5 0,2 o C em 24 horas; tendo como principal representante a Escherichia coli, de origem exclusivamente fecal;

VIII. Escherichia Coli - bactria do grupo coliforme que fermenta a lactose e manitol, com produo de cido e gs a 44,5 0,2 o C em 24 horas, produz indol a partir do triptofano, oxidase negativa, no hidroliza a uria e apresenta atividade das enzimas galactosidase e glucoronidase, sendo considerada o mais especfico indicador de contaminao fecal recente e de eventual presena de organismos patognicos;

IX. contagem de bactrias heterotrficas - determinao da densidade de bactrias que so capazes de produ-zir unidades formadoras de colnias (UFC), na presena de compostos orgnicos contidos em meio de cultura apropriada, sob condies pr-estabelecidas de incubao: 35,0, 0,5 o C por 48 horas;

X. cianobactrias - microorganismos procariticos autotrficos, tambm denominados como cianofceas (algas azuis), capazes de ocorrer em qualquer manancial superficial especialmente naqueles com elevados nveis de nutrientes (nitrognio e fsforo), podendo produzir toxinas com efeitos adversos sade; e

XI. cianotoxinas - toxinas produzidas por cianobactrias que apresentam efeitos adversos sade por ingesto oral, incluindo:

a) microcistinas - hepatotoxinas heptapeptdicas cclicas produzidas por cianobactrias, com efeito potente de inibio de protenas fosfatases dos tipos 1 e 2A e promotoras de tumores; b) cilindrospermopsina - alcalide guanidnico cclico produzido por cianobactrias, inibidor de sntese protica, predominantemente hepatotxico, apresentando tambm efeitos citotxicos nos rins, bao, corao e outros rgos; e c) saxitoxinas - grupo de alcalides carbamatos neurotxicos produzido por cianobactrias, no sulfatados (saxitoxinas) ou sulfatados (goniautoxinas e C-toxinas) e derivados decarbamil, apresentando efeitos de inibi-o da conduo nervosa por bloqueio dos canais de sdio.

Instrues gerais para desinfeco de poos tubularesAntes de solicitar anlise de potabilidade de gua subterrnea deve-se: Retirar toda gua do poo (esgotamento do poo ou purga), necessrio para limpeza e renovao da gua contida no poo, pode ser realizado com um dia de antecedncia ou na hora da amostragem; Limpar e esfregar as paredes internas e o fundo do poo, quando possvel; Deixar entrar gua nova no poo. Aps a estabilizao do nvel dgua, adicionar 5 L de gua sanitria para cada metro cbico de gua do poo. Na desinfeco do poo o alvejante ou gua sanitria pode ser substituda por hipocloro de sdio a 10% (hipocloro de sdio um composto qumico de frmula NaClO). O pH mximo do produto puro dever ser de 13,5 e, do produto diludo a 1% (p/p) de 11,5. Neste caso, ao invs de 5L de gua de gua sanitria deve-se utilizar meio litro de hipocloro de sdio 10% para cada metro cbico de gua. No consumir a gua do poo nesta fase. Esperar duas horas e esvaziar o poo totalmente. Posteriormente a isso, efetuar a coleta de gua do poo. Em caso de coleta de anlise microbiolgica, devem ser empregados frascos previamente preparados e fornecidos pelo laboratrio. efetuada em atendimento de programas de verificao de potabilidade (Port. n 518, de 25/03/2004 MS), da balneabilidade (Res. n 274, de 29/11/2000), ou para a investigao de surtos de doena de veiculao hdrica.

2.3. Contaminao de guas SubterrneasH grande quantidade de atividades antrpicas, mas somente algumas so geralmente responsveis pela maioria dos casos importantes de contaminao de aquferos.A quantidade de substncias potencialmente contaminante no tem uma relao direta com sua ocorrncia das guas subterrneas.A presena das substncias nos aquferos controlada pela sua mobilidade e persistncia em solos e aquferos.Como classificar cargas contaminantes

Fonte PoluidoraTipo de ContaminaoFrequncia de Ocorrncia (%)

CarvoHidrocarbonetos aromticos (BTEX), fenis, cianetos.28

Aterros Sanitrios e ChorumeVariveis: s vezes amnio, hidrocarboneto clorado, metais pesados, tolueno, pesticidades industriais e domsticos, etc.21

MetalrgicasHidrocarboneto clorado, metais pesados.12

Estocagem e Manipulao de HidrocarbonetosHidrocarbonetos aromticos (BTEX), chumbo.8

Plantas QumicasVasta gama de hidrocarbonetos halognicos e aromticos, fenis, tolueno, etc.7

Industrias de TintaHidrocarbonetos aromticos (BTEX) e clorados.5

rea ContaminadaDe acordo com a definio da CETESB, uma rea contaminada seria a rea contaminada seria a rea, o local ou o terreno onde h comprovadamente poluio ou contaminao causada pela introduo de quaisquer substncias ou resduos que nela tenham sido depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados de forma planejada, acidental ou at mesmo natural. A preocupao com os problemas relacionados ocorrncia de reas contaminadas s tem incio a partir do final da dcada de 70 com casos de grande repercusso como o Love Canal, nos EUA.Relegado a um plano secundrio at pouco tempo atrs pelo poder pblico no Brasil, o problema tambm s ganhou destaque depois de alguns casos se tornarem conhecidos publicamente. A mudana do perfil da cidade de So Paulo nas ltimas dcadas com grande potencial de contaminao, que vm recebendo novos usos, sem a realizao de uma investigao adequadas das condies do solo e das guas subterrneas, com consequncias ao ambiente, sade e paisagem urbana.Caso: Love CanalEsse caso, cujo histrico remonta ao final do sculo XIX, com o incio das escavaes de um canal para desvio de uma parte do fluxo do rio Niagara, para gerao de energia eltrica. Com o abandono da obra, o local passou a ser utilizado como aterro de resduos industriais de 1942 a 1953. Em 1955 foi vendida Comisso Escolar de Niagara Falls, que construiu uma escola na rea. Aps a consolidao de um bairro ao seu redor, somente em 1976 o assunto veio a pblico com a publicao de uma reportagem em jornal local sobre o depsito de resduos e queixas de moradores sobre problemas de sade. Do fechamento da escola retirada de inmeras famlias do local, sucedeu-se uma interminvel batalha judicial que culminou em 1994, com um acordo com a empresa Oxychem, sucessora da antiga proprietria da rea, que foi obrigada a arcar com os custos futuros da remediao e do monitoramento, mediante o pagamento de uma indenizao de 98 milhes de dlares ao estado de Nova York.

Gerenciamento de reas contaminadasO meio mais diretamente afetado pela contaminao o solo, mas tambm pode atingir as guas subterrneas. A metodologia utilizada pela CETESB no gerenciamento de reas contaminadas, constante no manual editado por essa instituio, fundamenta-se numa progresso da anlise, por meio de etapas sucessivas, na qual as informaes de uma etapa serviro de base para a execuo da fase posterior. Dessa forma, adota-se a classificao das reas nas seguintes categorias: Potencialmente contaminadas locais que abrigam ou j abrigaram atividades com potencial poluidor; Suspeitas de contaminao locais onde foram observados indcios de contaminao; Contaminadas locais comprovadamente contaminados por resduos ou substncias ali depositados.A legislao estadual ainda divide as reas enquadradas na terceira categoria em trs classes distintas: rea contaminada sob Investigao (AI); rea contaminada (AC); rea remediada para uso declarado (AR).Esta classificao, de acordo com a Lei Estadual 13.577/2009 deve ser adotada para efeito de elaborao do Cadastro de reas Contaminadas, sendo que mesmo aquelas consideradas remediadas devero constar deste instrumento, visto que numa eventual mudana de uso, as condies do terreno devero ser reavaliadas.

Nos EUA, a primeira lei federal sobre a matria foi aprovada em 1980 com o Comprehensive Environmental Response Compensation and Liability Act / Lei de Responsabilidade 146, que estabeleceu critrios para a declarao da contaminao, investigao e remediao, alm das obrigaes do responsvel pelo dano. Esta lei institui o Superfund, o fundo nacional para identificao, caracterizao e remediao de reas contaminadas com maior risco, considerados prioritrios, segundo o National Priorities List NPL, que utiliza uma metodologia para a pontuao e a classificao dos locais denominada Hazard Ranking System HRS. O Superfund tem recursos provenientes de taxas sobre o petrleo, sobre determinados produtos qumicos e de um imposto cobrado de algumas empresas (environmental tax income). A responsabilidade objetiva, nesse caso, determina que a reparao do dano independe da existncia de culpa, o que possibilitaria a condenao do proprietrio atual, mesmo no sendo o causador da contaminao, embora preservando o seu direito de ser ressarcido pelo verdadeiro responsvel, por meio de ao cvel.

USA National Priority List (1985): Substncias mais comuns detectadas em aquferosCompostoN de casoCompostoN de caso

Tricloroetileno33Cromo15

Plomo301.1.1.triCl-etano14

Tolueno28Zinco e derivados14

Benzeno26Etilbenzeno13

Bifenis poliaromticos22Xileno13

Clorofrmio20Cl-metila12

Tetracloreto Carbono16Trans-1.2-diCl-etileno11

Fenois15Mercrio10

Arsnico15Cobre e derivados9

Cdmio15Cianeto9

A maioria dos estados americanos estabelecem padres/normas de limpeza para hidrocarbonetos totais de petrleo (TPH, tipicamente 10-1000 ppm) e pode ter normas adicionais para BTEX ou outros compostos.

Uma pequena quantidade de substncias muito txicas e persistentes capaz de gerar uma pluma de contaminao muito grande, particularmente em aquferos com alta velocidade de fluxo.

Fontes potenciais de origem industrial

Fontes potenciais de origem industrial

1- Ferro e Ao12 Manufatura Farmacutica

2 Produtos Metlicos13 Tratamento Qumica para Borracha e Madeira

3 Produtos Mecnicos14 Indstria de Polpa de Celulose

4 Manufatura de Metais no ferrosos15 Sabo e Detergente

5 Indstria no metlica16 Indstria Txtil

6 Indstria de Refino de Petrleo17 Indstria de Tingimento e Finalizao de Couro

7 Indstrias de Materiais Plsticos e Sintticos18 Agroindstria

8 Processamento de Borracha19 Manufatura de Pesticida

9 Manufatura de Produtos Qumicos Orgnicos20 Indstria de Fertilizante

10 - Manufatura de Produtos Qumicos Inorgnicos21 Planta Qumica

11 Tintas22 Eletrnica e Eltrica

2.4. ArsnioA maioria dos pesticidas agrcolas so constitudos por compostos orgnicos que, alm da toxicidade inerente, pode apresentar em sua composio qumica elementos metlicos. Nas culturas a aplicao de macronutrientes como o hidrognio, fsforo e potssio uma prtica usual e bastante difundida entre os agricultores. No entanto, o fornecimento de macronutrientes pode acarretar tambm a adio indireta de metais e semimetais ao solo. Esses produtos podem ser fontes geradoras de cargas contaminantes e o fator de risco acha-se associado mobilidade de metais e metaloides at aquferos, comprometendo a qualidade das guas. Os nions arsenato (H2AsO4-) e fosfato (HPO42-) comportam-se de forma semelhante nas reaes qumicas do solo, no entanto, apesar de apresentarem estruturalmente similaridade geomtrica, o quimismo do arsnio torna-se mais atuante e mvel diante de condies redutoras e de alta concentrao de fsforo.Em ambientes aquosos, o arsnio pode ser encontrado em suas formas trivalentes As(III) e pentavalente As(V). Em condies anaerbicas ou redutoras, predominam as espcies de arsenato (H2AsO3, H2AsO3-, H2AsO32-) enquanto as espcies de arsenato (H2AsO4, H2AsO4-, H2AsO42-) prevalecem em ambientes aerbicos e oxidantes. Sob condies oxidantes, na faixa de pH entre 2 e 7, a espcie dominante o H2AsO4- e em valores de pH maiores que 7 a espcie dominante o H2AsO42-. As espcies H2AsO4 e H2AsO43- esto presentes em condies extremamente cidas e alcalinas, respectivamente. Em condies redutoras, a espcie neutra H2AsO3 predomina at o pH em torno de 9,2 e as espcies aninicas H2AsO3-, H2AsO32- e H2AsO33 iro predominar em valores de pH maiores que 9,2. Dentre as principais fontes de contaminao ambiental antropognica por arsnio, encontram-se os efluentes das indstrias de minerao e metalurgia. As tcnicas convencionais de remoo de arsnio de efluentes industriais podem ser divididas em duas categorias: as que envolvem precipitao qumica e pelo uso de adsorventes.O arsnio um elemento extremamente txico (Mahimairaja et al., 2005), cujas disponibilidade e toxicidade dependem da forma qumica em que se encontra no meio (Sadiq, 1997). Existe uma similaridade entre a qumica do arsnio e do fsforo, formando nos solos oxinions (arseniato e fosfato) no estado de oxidao+5 (Quazi et al., 2005). As formas oxianinicas de arsnio nos solos ricos em xidos de ferro, esto envolvidas na adsoro especfica desse elemento (Waychunas et al., 1993; Bhattacharya et al., 2007) e competem com os fosfatos (Wasay et al., 2000). A remoo do arsnio por dessoro com solues de fosfato tem sido usada para lavagem deste elemento em solos contaminados (Codling & Dao, 2007). Nesta tcnica, necessrio que, posteriormente, se trate o efluente gerado sendo que a remoo do arsnio de efluentes contaminados tem sido realizada por coagulao, sedimentao e filtrao (Nguyen et al., 2006). Os produtos FeCl3 (Tokunaga et al., 1997; Jang et al., 2007) e Al2(SO4)3 (Silva, 2005) tm sido utilizados para remoo do arsnio por coagulao de efluentes lquidos.

A mobilidade do arsnio, bem como sua acumulao ocorre devido a diversos tipos de mecanismos que envolvem reaes qumicas como oxidoreduo, precipitao-dissoluo, soro-dessoro e metilao. As diferentes formas do arsnio so verificadas, principalmente, como As3+ em seu estado reduzido e mais solvel; neste caso tambm considerado espcime mais txico. J As5+, o estado de maior grau de oxidao normalmente menos mvel.

2.5. CromoA contaminao ambiental por elementos traos tem sido bastante discutida no meio cientfico. O cromo um elemento polivalente apresentando vrias valncias, sendo que seu grau de oxidao pode variar em +1, +2, +3, +4, +5 e +6, por isso seu estado depende de vrios parmetros como pH, potencial redox, atividade microbial, natureza dos reagentes, entre outros. As concentraes do cromo em guas subterrneas esto tipicamente no intervalo de 1 a 10 gL-1. A concentrao do metal em guas subterrneas geralmente baixa e menor que 1 gL-1. No estado de So Paulo, de acordo com a CETESB, na regio do aqufero Bauru existem concentraes elevadas de cromo com at 0,14 mgL-1 quase trs vezes o limite mximo preconizado pelo Ministrio da Sade, que de 0,05 mgL-1.O cromo reconhecido como elemento-trao essencial para o homem, embora, possua grau de oxidao de Cr1+ a Cr6+, com sua forma trivalente Cr(III) sendo a mais encontrada, a toxicidade do cromo limita-se sua forma hexavalente Cr(VI). Em ambientes redutores de baixo Eh e pH predominam as espcies de Cr(III) como ctions Cr3+, CrOH2+, Cr(OH)2, Cr(OH)3 e nions Cr(OH)4-. Sob condies oxidantes de Eh e pH elevado, as espcies de Cr(VI) predominam como nions

3. Metodologia de Remediao

4. Simulao Numrica