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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA IMPLEMENTAÇÃO DAS FICHAS DE RESGATE VEICULAR NA FROTA AUTOMOBILÍSTICA BRASILEIRA São Caetano do Sul 2012

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Page 1: Implementação das Fichas de Resgate Veicular na Frota ... - … · Figura 18 - FOTOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS MODELOS ..... 35 Figura 19 - DIFERENÇAS ENTRE LEGENDAS ... Anexo B -

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA

IMPLEMENTAÇÃO DAS FICHAS DE RESGATE VEICULAR NA FROTA

AUTOMOBILÍSTICA BRASILEIRA

São Caetano do Sul

2012

Page 2: Implementação das Fichas de Resgate Veicular na Frota ... - … · Figura 18 - FOTOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS MODELOS ..... 35 Figura 19 - DIFERENÇAS ENTRE LEGENDAS ... Anexo B -

MARCUS VINICIUS PEREIRA LIMA

IMPLEMENTAÇÃO DAS FICHAS DE RESGATE VEICULAR NA FROTA

AUTOMOBILÍSTICA BRASILEIRA

Monografia apresentada ao curso de pós-graduação

em Engenharia Automotiva, da escola de Engenharia

Mauá do Centro Universitário do Instituto Mauá de

Tecnologia para obtenção do título de Especialista.

Orientador: Prof. MSc Marcelo Bertocchi

São Caetano do Sul

2012

Page 3: Implementação das Fichas de Resgate Veicular na Frota ... - … · Figura 18 - FOTOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS MODELOS ..... 35 Figura 19 - DIFERENÇAS ENTRE LEGENDAS ... Anexo B -

Lima, Marcus Vinicius Pereira. Implementação das fichas de resgate veicular na frota automobilística

brasileira / Marcus Vinicius Pereira Lima. São Caetano do Sul, SP: CEUN-CECEA, 2012.

43 p.

Monografia — Pós-graduação em engenharia automotiva. Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia, São Caetano do Sul, SP, 2012.

Orientador: Prof. Marcelo Bertocchi

1. Salvamento veicular 2. Desencarceramento 3. Ficha de resgate I. Lima, Marcus Vinicius Pereira. II. Instituto Mauá de Tecnologia. Centro Universitário. Centro de Educação Continuada. III. Título.

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RESUMO

Os procedimentos de resgate nos casos de acidentes de automóveis em que as vítimas são

encarceradas pelas ferragens tem se mostrado cada vez mais complicados e demorados.

Estudos europeus apontaram que o aumento do emprego de aços de alta resistência, e veículos

que contam com itens de segurança explosivos ou pirotécnicos, como os airbags e pré-

tensionadores de cinto de segurança, e ainda os desconhecidos pelos bombeiros, veículos

elétricos tem apresentado tempo de desencarceramento maior que sessenta minutos. Esta

monografia objetivou verificar se a implementação das fichas de resgate, criadas na Alemanha

para auxílio dos bombeiros, poderia reduzir o tempo de socorro às vítimas. As fichas foram

emitidas após diversas reuniões entre os bombeiros e as montadoras. O modelo alemão foi

tropicalizado e adequado à necessidade brasileira. Os resultados foram coletados por meio de

entrevista com o responsável pelo projeto do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do

Estado de São Paulo. As análises apontaram que ainda não foram executados ensaios de

verificação da redução do tempo, mas que acidentes de trabalho de socorristas serão evitados.

As fichas brasileiras ainda apresentam problemas de preenchimento e falta de padronização.

A criação de uma plataforma eletrônica para elaboração das fichas foi recomendada. Está em

andamento a adequação dos procedimentos de pré-ocorrência à implementação das fichas,

assim como a criação de legislações sobre a criação, atualização e manutenção das mesmas no

interior dos automóveis da frota brasileira.

Palavras-chave: Salvamento veicular. Desencarceramento. Ficha de resgate.

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ABSTRACT

The rescue procedures in cases of car accidents in which victims are imprisoned has proved

increasingly complicated and time consuming. European studies showed that the increased

use of high strength steels, and vehicles equipped with explosive or pyrophoric safety items,

such as airbags and pre-tensioning seat belts, and still unknown by firefighters, the electric

vehicles have shown time extrication of greater than sixty minutes. This thesis aimed to assess

whether the implementation of rescue sheets, created in Germany to aid firefighters, could

reduce the time rescue victims in Brazil. The sheets were issued after several meetings

between the firefighters and the automakers. The German model was tropicalized appropriate

to the need. The results were collected through interviews with the head of the project from

the Fire Department of the Military Police of São Paulo. Analyzes showed that has not yet

been run extrication reducing time verification tests, but that rescuers accidents are avoided.

The Brazilian rescue sheets still have filling problems and lack of standardization. The

creation of an electronic platform for the rescue sheets preparation was recommended. The

adequacy of procedures for pre-event is ongoing to the sheets implementation, as well as the

creation of laws on creating, updating and maintaining them within the Brazilian automobile

fleet.

Keywords: Vehicular rescue. Extrication. Rescue sheet.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - MELHORIA NA CARROCERIA REFLETIDA NO CRASH TEST .................... 10

Figura 2 - EVOLUÇÃO DA SEÇÃO TRANSVERSAL DO PILAR B .................................. 12

Figura 3 - COMPOSIÇÃO DA CARROCERIA DE UM VEÍCULO MODERNO ................ 14

Figura 4 - PEÇAS DA CARROCERIA EM HSS. ................................................................... 15

Figura 5 - USO DAS FICHAS DE RESGATE NA EUROPA ................................................ 18

Figura 6 - DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO CONTRA AIRBAG ............................................ 21

Figura 7 - TESOURA HIDRÁULICA APÓS TENTATIVA DE CORTE SOBRE PSBT ..... 21

Figura 8 - BATERIA DE VEÍCULO ELÉTRICO ................................................................... 22

Figura 9 - AUTOMÓVEL ILUMINADO PELO E-LIGHT® ................................................. 23

Figura 10 - ASSENTO EQUIPADO COM E-RESCUE® ....................................................... 24

Figura 11 - COMPARAÇÃO DO TEMPO DE RESGATE COM O P.A.S. ........................... 24

Figura 12 - SIMULAÇÃO DE DESENCARCERAMENTO FEITA NA ESB. ...................... 26

Figura 13 - VEÍCULO IRRECONHECÍVEL APÓS COLISÃO ............................................. 28

Figura 14 - FICHA COM REFORÇOS QUE NÃO SÃO DE INTERESSE DE

SALVAMENTO E SEM PROPORÇÃO ENTRE AS VISTAS ....................................... 31

Figura 15 - EXEMPLO DE FICHA QUE NÃO MOSTRA ITENS NAS 2 VISTAS ............. 32

Figura 16 - FICHA COM DETALHES EXCESSIVOS DE DESIGN ..................................... 33

Figura 17 - FICHA FORA DO PADRÃO DE 2 VISTAS E NÃO ESTÁ EM CROQUI ........ 34

Figura 18 - FOTOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS MODELOS ............................................... 35

Figura 19 - DIFERENÇAS ENTRE LEGENDAS ................................................................... 36

Figura 20 - FICHA DE VEÍCULO ELÉTRICO ...................................................................... 37

Gráfico 1 - FATALIDADES EM ACIDENTES DE TRÂNSITO 1988-2008 ........................ 11

Gráfico 2 - DURAÇÃO DO RESGATE EM FUNÇÃO DO ANO DE FABRICAÇÃO DO

VEÍCULO ......................................................................................................................... 11

Gráfico 3 - PROPORÇÃO MÉDIA DE MATERIAIS DE VEÍCULO 1975 .......................... 13

Gráfico 4 - PROPORÇÃO MÉDIA DE MATERIAIS DE VEÍCULO 2007 .......................... 13

Gráfico 5 - IDENTIFICAÇÃO DE VEÍCULO NO LOCAL PELAS EQUIPES DE

RESGATE ......................................................................................................................... 17

Gráfico 6 - PROBLEMAS DE RESGATE NO LOCAL DO ACIDENTE ............................. 17

Gráfico 7 - TEMPO DE DESCARGA DOS CAPACITORES EM CIRCUITO DE AIRBAGS

........................................................................................................................................... 20

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - EQUIPAMENTOS LISTADOS NA FICHA DE RESGATE ................................ 16

Tabela 2 - EQUIPAMENTOS ADICIONADOS NA FICHA PADRÃO NACIONAL .......... 29

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

HSS High strength steel – Aço de alta resistência

PSBT Pyrotechnical seat belt pre-tensioners - pré-tensionador de cinto de

segurança pirotécnico

PAS Post Accident Safety, Segurança Pós-Acidente

ADAC Allgemeiner Deutscher Automobil-Club, Clube Geral Alemão de

Automóveis.

CBPMESP Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 10

1.1 EVOLUÇÕES DAS CARROCERIAS VEICULARES ...................................................... 12

1.2 AS FICHAS DE RESGATE VEICULAR ......................................................................... 15

1.3 OS RISCOS DO SALVAMENTO VEICULAR ................................................................. 19

1.3.1 Airbags ....................................................................................................................... 19

1.3.1 Pré-tensionadores de cintos de segurança ................................................................. 21

1.3.2 Veículos elétricos ........................................................................................................ 22

1.4 NOVAS TECNOLOGIAS DE DESENCARCERAMENTO ............................................... 22

1.4.1 E-Light® ...................................................................................................................... 22

1.4.2 E-Rescue® ................................................................................................................. 23

2 OBJETIVOS E HIPÓTESES ............................................................................................. 25

3 DESENVOLVIMENTO ...................................................................................................... 26

3.1 DIFICULDADES ENCONTRADAS ................................................................................ 27

3.2 DIFERENÇAS ENTRE O PADRÃO NACIONAL E O ALEMÃO ..................................... 28

4 MÉTODO .......................................................................................................................... 30

4.1 – SUJEITOS .................................................................................................................. 30

4.2 – MATERIAIS ................................................................................................................ 30

4.3 – PROCEDIMENTOS .................................................................................................... 30

5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ........................................................................... 31

5.1 ANÁLISE DO COMPÊNDIO .......................................................................................... 31

5.2 AÇÕES IMPLEMENTADAS ........................................................................................... 37

5.3 AÇÕES EM ANDAMENTO ............................................................................................ 38

5.4 AÇÃO POLÍTICA ........................................................................................................... 38

6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................................................................... 39

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 40

Anexo A - EXEMPLO DE FICHA DE RESGATE PADRÃO ADAC ....................................... 42

Anexo B - EXEMPLO DE FICHA DE RESGATE PADRÃO NACIONAL ............................... 43

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10

1 INTRODUÇÃO

As equipes de resgate tem gasto cada vez mais um precioso tempo para executar o

desencarceramento das vítimas de colisões de automóveis. Tecnologias empregadas nos

automóveis, como HSS (aço de alta resistência) e reforços de carroceria tem dificultado a

remoção dos tetos dos carros, ou ainda, no caso de veículos equipados com geradores de gás

para airbags de cortina, há o risco de acidentes para a equipe de resgate. (FIA

FOUNDATION, 2010)

Figura 1 - MELHORIA NA CARROCERIA REFLETIDA NO CRASH TEST

FONTE: FIA Foundation (2010, p.3).

Somente nos Estados Unidos, conforme Gráfico 1, a redução do número de fatalidades em

acidentes de trânsito foi devida também a carrocerias reforçadas, airbags, e pré-tensionadores

de cintos de segurança. (FIA FOUNDATION, 2010)

Modelo 1987 Modelo 2007

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11

Gráfico 1 - FATALIDADES EM ACIDENTES DE TRÂNSITO 1988-2008

9862

4477

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

10000

Núm

ero

de f

atal

idad

es

1988 2008

Ano

FONTE: FIA Foundation (2010, p.3).

Em contrapartida, o tempo1 de resgate das vítimas tem aumentado, conforme apresentado no

Gráfico 2. Quanto mais novo é o automóvel, maior a proporção de resgates que demoram

mais de uma hora.

Gráfico 2 - DURAÇÃO DO RESGATE EM FUNÇÃO DO ANO DE FABRICAÇÃO DO

VEÍCULO

FONTE: ADAC (2010, p.6)

1 A duração do resgate é o tempo decorrido entre o acidente e o transporte dos feridos.

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12

A engenharia automotiva visa atualmente à função, custo, manufaturabilidade,

montabilidade, confiabilidade, segurança, reciclabilidade, facilidade de manutenção, uso e

reuso. No entanto, um novo foco deve ser adicionado à lista: o ponto de vista do usuário.

(ERRICO, 2006)

Os avanços tecnológicos na área da segurança, especialmente no quesito geometria da

carroceria, resultaram na necessidade da modernização das técnicas e ferramentas de resgate

veicular. (MORRIS, 2006)

1.1 EVOLUÇÕES DAS CARROCERIAS VEICULARES

Na Figura 2 pode-se observar um exemplo da evolução da geometria da carroceria.

Figura 2 - EVOLUÇÃO DA SEÇÃO TRANSVERSAL DO PILAR B

FONTE: Morris (2006, p.15)

O pilar B modelo 2002 claramente apresenta maior resistência mecânica que o modelo 1996.

Em caso de uma colisão a célula de sobrevivência modelo 2002 deveria manter-se íntegra de

forma melhor que o modelo 1996. Mas em contrapartida, um ocupante é mais facilmente

removido da célula de sobrevivência no carro equipado com o pilar modelo 1996.

Além da geometria, a qualidade do aço empregado nas carrocerias foi modernizada. A

tendência de aumento da utilização de HSS (high strength steel, aço de alta resistência) nos

veículos é verificada comparando o Gráfico 3 com o Gráfico 4.

Pilares

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Gráfico 3 - PROPORÇÃO MÉDIA DE MATERIAIS DE VEÍCULO 1975

4%

56%

2%

15%

2%5%

16%Aço de alta resistência

Aço de média resistência

Outros aços

Ferro

Alumínio

Plástico

Outros materiais

FONTE: Grant; Merrifield (2011, p.40).

Gráfico 4 - PROPORÇÃO MÉDIA DE MATERIAIS DE VEÍCULO 2007

12%

43%

2%7%

8%

8%

20%Aço de alta resistência

Aço de média resistência

Outros aços

Ferro

Alumínio

Plástico

Outros materiais

FONTE: Grant; Merrifield (2011, p.40).

A utilização de HSS possibilita aos fabricantes a redução da espessura das chapas utilizadas

na carroceria, com uma sequencia de vantagens, a redução da massa, do consumo de

combustível e de emissão de poluentes. Estes aços são empregados nas estruturas de teto,

portas e em 25% dos painéis. (GRANT; MERRIFIELD, 2011)

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Figura 3 - COMPOSIÇÃO DA CARROCERIA DE UM VEÍCULO MODERNO

FONTE: Grant; Merrifield (2011, p.42).

No modelo apresentado na Figura 4 a carroceria é composta de aproximadamente 80% de

HSS. Esta composição visa à manutenção da célula de sobrevivência após colisões dianteiras,

traseiras ou laterais. (GENERAL MOTORS, 2012)

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Figura 4 - PEÇAS DA CARROCERIA EM HSS.

FONTE: General Motors – Service Technical College (2012, p.24).

1.2 AS FICHAS DE RESGATE VEICULAR

As fichas desenvolvidas pela ADAC (Allgemeiner Deutscher Automobil-Club, Clube Geral

Alemão de Automóveis), contêm as informações necessárias para a equipe de resgate realizar

o salvamento em menor tempo. O Anexo A é um exemplo de ficha de resgate, nela consta:

• Dados para identificação do veículo:

o Nome comercial do modelo;

o Ano de fabricação;

o Fabricante;

o Fotos do carro de frente e de trás;

• Desenhos esquemáticos em planta e vista lateral, contendo os símbolos dos

equipamentos de interesse da equipe de resgate;

• Legenda dos equipamentos conforme Tabela 1.

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16

Tabela 1 - EQUIPAMENTOS LISTADOS NA FICHA DE RESGATE

Símbolo Equipamento Interesse da equipe de salvamento

Airbag Risco de explosões durante o salvamento

Reforço de

carroceria

Pode atrasar o procedimento nos casos em que

a equipe tentar cortar aços de alta resistência

Unidade de

comando

Possibilita o desligamento das funções de

PSBT e airbag

Gerador de gás de

airbag de cortina

Risco de explosão durante o procedimento,

podendo quebrar as ferramentas ou causar

ferimentos aos bombeiros ou vítimas.

Proteção contra

capotamento

Se acionada durante o procedimento, pode

causar ferimentos à equipe.

Bateria Possibilita desabilitar o circuito elétrico do

carro

Pré-tensionador do

cinto de segurança

Risco de acionamento durante o salvamento,

ou se for do tipo pirotécnico, pode explodir e

quebrar a ferramenta.

Amortecedor a gás Se atingido por uma tesoura hidráulica, pode

explodir e quebrar a ferramenta.

Tanque de

combustível

Prevenção de incêndio no veículo

Fonte: ADAC, 2010

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17

A proposta inicial da ADAC é que as fichas sejam disponibilizadas pelos fabricantes, e que o

proprietário deixe a ficha correspondente ao seu veículo no para-sol do lado do motorista.

Esta proposta visa dirimir as dúvidas da equipe de resgate de descobrir qual o modelo do

carro envolvido na colisão. No Gráfico 5 temos o índice de acerto das equipes de resgate em

descobrir o ano, o modelo e o fabricante do carro. (FIA FOUNDATION, 2010)

Gráfico 5 - IDENTIFICAÇÃO DE VEÍCULO NO LOCAL PELAS EQUIPES DE

RESGATE

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Fabricante Modelo Ano defabricação

Categoria

Per

cent

ual [

%]

Não identificado no local

Identificação incorreta

Identificação correta no local

FONTE: FIA Foundation (2010, p.3).

A ADAC (2010) acredita que, somente na Europa, anualmente 2500 mortes por acidentes de

trânsito poderiam ser evitadas, se o uso das fichas fosse generalizado. No Gráfico 6, são

mostrados os problemas que as equipes de resgate enfrentam no local do acidente.

Gráfico 6 - PROBLEMAS DE RESGATE NO LOCAL DO ACIDENTE

FONTE: ADAC (2010, p.6).

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18

Muitos clubes de carros europeus aderiram à ADAC e disponibilizam as fichas de resgate em

seus países. As cores no mapa da Figura 5 significam:

• Branco: Países em que as fichas estão em processo de discussão;

• Laranja: Países onde as fichas estão disponíveis em livretos ou mídia digital;

• Verde: Países que utilizam adesivos no parabrisa, livretos, website próprio, posters,

etc.

Figura 5 - USO DAS FICHAS DE RESGATE NA EUROPA

FONTE: FIA Foundation (2012).

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19

Estudos de acidentes mostraram que atrás do para-sol do motorista é o local mais acessível e

menos afetado. Além destes estudos foram realizados 30 crash tests1 para a determinação do

local mais adequado para guardar a ficha de resgate. O para-sol do motorista foi o escolhido

somente após a última tentativa. (ADAC, 2010)

1.3 OS RISCOS DO SALVAMENTO VEICULAR

1.3.1 Airbags

A explosão de um airbag durante o desencarceramento é um risco tanto para a equipe de

resgate quanto para o(s) ocupante(s). Em 2005, durante um salvamento nos Estados Unidos, o

airbag inflou-se, dois bombeiros foram feridos após serem lançados para fora do automóvel.

Eles sofreram traumas no peito e cabeça, e suas condições de ficaram piores que a da vítima.

(ERRICO, 2006)

O desligamento do sistema elétrico do carro não desabilita a explosão, pode haver capacitores

no circuito que se mantem carregados ou ainda, nos casos de circuitos ativados

mecanicamente, se o sensor de colisão for tocado com força suficiente, o airbag pode ser

deflagrado. Os capacitores existem para garantir que haja a explosão mesmo se a bateria ou

alternador forem destruídos. O Gráfico 7 abaixo mostra o tempo médio e máximo de

descarga dos capacitores, que é o tempo a ser aguardado pela equipe de resgate antes de

iniciar os procedimentos. (ERRICO, 2006)

1Teste de impacto de veículos contra barreiras ou outros veículos. Avalia a segurança automotiva.

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20

Gráfico 7 - TEMPO DE DESCARGA DOS CAPACITORES EM CIRCUITO DE

AIRBAGS

0

5

10

15

20

25

30

35

1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Ano de fabricação

Tem

po d

e de

scar

ga [

min

]

Tempo médio Tempo máximo

FONTE: Errico (2006, p.5).

Mas segundo Errico (2006), mesmo após desligar o sistema elétrico e aguardar o tempo de

descarga dos capacitores, o sistema ainda pode ser acionado pela eletricidade estática. Cargas

estáticas podem ser geradas durante o procedimento:

• No uso das ferramentas de desencarceramento;

• Cortando os cintos de segurança;

• Ou com o atrito das roupas contra os assentos.

Para que as equipes de resgate não tenham que aguardar este descarregamento dos

capacitores, foram desenvolvidos dispositivos de proteção contra a explosão durante o

salvamento, como o da Figura 6. Somente para quando o veículo é equipado com airbag para

o motorista.

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21

Figura 6 - DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO CONTRA AIRBAG

FONTE: Weber Rescue Systems (2012).

1.3.1 Pré-tensionadores de cintos de segurança

O sistema de pré-tensionamento pode utilizar um dispositivo pirotécnico, sistema denominado

PSBT (pré-tensionador de cinto de segurança pirotécnico), que em alguns veículos é alojado

na coluna B. Se durante o procedimento de remoção do teto este dispositivo for atingido por

alguma ferramenta, pode ocorrer a quebra da ferramenta, ferimentos no bombeiro ou vítima.

(ERRICO, 2006). Na Figura 7 é mostrada uma tesoura hidráulica destruída.

Figura 7 - TESOURA HIDRÁULICA APÓS TENTATIVA DE CORTE SOBRE PSBT

FONTE: FIA Foundation (2010, p.5).

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1.3.2 Veículos elétricos

Os veículos convencionais utilizam tensão de circuito elétrico de 12 V, mas veículos híbridos

ou elétricos possuem circuitos da ordem de 300 V. (POPULAR MECHANICS, 2010).

Figura 8 - BATERIA DE VEÍCULO ELÉTRICO

FONTE: Popular Mechanics (2010).

Segundo Errico (2006), as operações de resgate em veículos elétricos são mais complexas,

pelas razões abaixo:

• Incêndios em células de combustível não podem ser apagados com extintores comuns;

• Risco de eletrocussão grave;

• Reconhecimento pela equipe se o veículo está ligado ou desligado é mais difícil;

• Fumaças ou líquidos tóxicos podem emanar de baterias danificadas ou incendiadas.

1.4 NOVAS TECNOLOGIAS DE DESENCARCERAMENTO

1.4.1 E-Light®

Trata-se de um sistema de iluminação do automóvel em caso de acidente.

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Figura 9 - AUTOMÓVEL ILUMINADO PELO E-LIGHT®

FONTE: UOL (2012).

Segundo Ingeciber (2012) e Next Automotive Safety (2012), o sistema pode ser atuado

automaticamente pelo sinal de airbag deflagrado, ou manualmente pelo usuário. O líquido é

fosforescente e possibilita à equipe de resgate encontrar o veículo em locais sem iluminação.

A radiação dura de 8 a 12 horas. Esta iluminação ainda ajuda a:

• Ganhar o tempo de sinalização e iluminação da área do acidente;

• Evita o risco de incêndio no local do acidente, pelo uso de luz elétrica.

• Reconhecer o modelo do veículo;

• Saber se os ocupantes já deixaram o carro;

• Recolher os fragmentos do veículo da via;

• Saber contra o que o veículo colidiu;

• Evitar acidentes secundários e engavetamentos.

1.4.2 E-Rescue®

Os bancos dos automóveis podem se tornar as macas de transporte para o hospital.

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Figura 10 - ASSENTO EQUIPADO COM E-RESCUE®

Fonte: Next Automotive Safety (2012)

O procedimento de desencarceramento, no método convencional possibilita a agravamento de

lesões de coluna vertebral, pela movimentação necessária a passagem dos equipamentos de

imobilização. Este recurso pode ser incorporado aos assentos dos veículos para que a

imobilização seja feita diretamente ao assento. E a vítima é removida ao hospital atada ao

assento, como mostrado na Figura 10. (NEXT AUTOMOTIVE SAFETY, 2012)

Estas tecnologias diminuem o tempo de resgate de forma significativa. A Next Automotive

Safety (2012) nomeia o conjunto das tecnologias E-light®, E-Call® e E-Rescue® como

P.A.S. (Post Accident Safety, Segurança Pós-Acidente). O E-Call® é um sistema de aviso às

equipes de resgate de forma automática ou manual pelo usuário. Diminui o tempo de chegada

e ainda pode informar qual se o tipo de colisão é frontal, lateral, traseira, capotamento, etc.

Figura 11 - COMPARAÇÃO DO TEMPO DE RESGATE COM O P.A.S.

Fonte: Next Automotive Safety (2012)

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2 OBJETIVOS E HIPÓTESES

Este trabalho pretende demonstrar a redução do tempo de resgate de vítimas de trânsito com a

implementação das fichas inseridas no veículo.

Esta redução visa aumentar as chances de sobrevivência de vítimas de acidentes de trânsito. A

redução é verificada na agilidade que a equipe de resgate consegue executar o

desencarceramento da vítima mais rapidamente, deixando-a sob cuidados médicos o quanto

antes.

A FIA Foundation (2010) e a ADAC (2010) são as entidades mais avançadas nesta discussão.

Disponibilizando em seus sítios na rede mundial de computadores as fichas de quase a

totalidade dos veículos comercializados da Europa.

Segundo Schultze (2011), no Brasil, o Comitê Técnico de Segurança Veicular e o Comitê

Técnico de Segurança de Testes, ambos da SAE BRASIL estão apoiando a iniciativa da

Escola Superior dos Bombeiros, de implementar as fichas nos veículos brasileiros.

Segundo a FIA Foundation (2010), Com a consulta às fichas de resgate, o tempo de

desencarceramento pode ser reduzido quase à metade, e o tempo total de resgate reduzido em

30%.

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3 DESENVOLVIMENTO

Os primeiros trabalhos no Brasil para criar um banco de dados de equipamentos de segurança

veiculares datam de 2005. Desde 2006 a fabricante Takata apresenta palestras sobre airbags e

pré-tensionadores de cinto de segurança. A necessidade das fichas veiculares foi tomando

maiores proporções à medida que estas palestras foram introduzidas nos eventos de

salvamentos feitos pelos bombeiros em 2008. (GAMBINI - TAKATA, 2012)

Em 2011, o Corpo de Bombeiros faz uma apresentação para ANFAVEA (Associação

Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e SAE Brasil (Sociedade dos

Engenheiros Automotivos, Society of Automobile Engineers). Ainda nesse ano, uma reunião

com representantes das montadoras exibiu técnicas de desencarceramento e acionamento de

airbags. Alguns meses depois, em outra reunião com os mesmos participantes, foram

definidos os objetivos para criação das fichas dos veículos brasileiros. (GAMBINI -

TAKATA, 2012)

No início de 2012, houve novo encontro sobre a implementação das fichas veiculares.

Ocasião em que mais montadores aderiram ao projeto e disponibilizaram suas fichas aos

bombeiros. Nesse encontro o grupo realizou uma simulação de desencarceramento recebendo

instruções dos bombeiros, conforme Figura 12. (CORPO DE BOMBEIROS, 2012a).

Figura 12 - SIMULAÇÃO DE DESENCARCERAMENTO FEITA NA ESB.

Fonte: Takata (2012)

O autor.

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Tendo em mãos uma quantidade substancial de fichas veiculares, foi organizado o Seminário

Nacional de Salvamento Veicular, nos moldes do evento alemão Rescue Days, que são

demonstradas as técnicas de salvamento veicular nas mais diversas situações de resgate,

(CORPO DE BOMBEIROS, 2012a):

• Colisão lateral contra obstáculo fixo;

• Tombamento de ônibus sobre vítima;

• Veículo leve colidindo contra traseira de veículo pesado;

• Tombamento de veículo leve;

• Veículos submersos;

• Salvamento noturno e sob chuva forte;

• Informações sobre caminhões e ônibus;

• E técnicas de desencarceramento diversas.

Na oportunidade deste seminário, foi lançado o Compêndio Nacional de Fichas de Resgate

Veicular, conforme Anexo B e apresentadas palestras sobre a sua importância. (CORPO DE

BOMBEIROS, 2012a).

Anteriormente a esta iniciativa, que envolve as montadoras de veículos, o Corpo de

Bombeiros utilizavam carros de desmanches para realizar os treinamentos dos novos

socorristas. Mais recentemente, os fabricantes disponibilizam veículos para estes

procedimentos.

3.1 DIFICULDADES ENCONTRADAS

O trabalho de elaboração das fichas não é suficiente para mudar a realidade dos bombeiros.

As fichas deveriam estar disponíveis em todos os veículos circulantes na frota brasileira, uma

vez que como demonstrado no Gráfico 5 e ilustrado na Figura 13, a identificação do veículo

pode se tornar complicada após o acidente. Levando-se em consideração que os logotipos de

identificação externos podem ter sido destruídos, e os internos estarem nas regiões de abertura

de airbags.

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Figura 13 - VEÍCULO IRRECONHECÍVEL APÓS COLISÃO

Fonte: Interesting Emails (2012)

A inserção das fichas pelos fabricantes geraria um custo pela impressão, atualização dos

dados nela contidos e pela mão-de-obra de colocação e verificação no automóvel. Exceto

pelos custos de atualizações, o restante poderia ser repassado aos concessionários ou mesmo

aos proprietários. Sendo que para o último caso, dependeria de um forte programa de

conscientização nacional.

Observa-se então a necessidade de iniciar uma vontade política para a inclusão das fichas nos

veículos, assim podendo:

• Exigir de todas as empresas que comercializam carros no país a ficha do produto

comercializado, seja fisicamente nos veículos ou disponibilizado na internet;

• Exigir dos condutores a manutenção da presença das fichas em seus carros, como um

equipamento de segurança, seguindo a obrigatoriedade dos extintores, por exemplo;

• Exigir dos condutores a atualização das fichas em caso de modificação dos sistemas

identificados, por exemplo, instalação de cilindro de gás GNV (Gás Natural Veicular);

• Decidir de quem seria a responsabilidade por incluir a ficha pela primeira vez no

veículo: fabricante, concessionário ou proprietário.

3.2 DIFERENÇAS ENTRE O PADRÃO NACIONAL E O ALEMÃO

Alguns equipamentos foram adicionados na legenda do padrão nacional, conforme Tabela 2:

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Tabela 2 - EQUIPAMENTOS ADICIONADOS NA FICHA PADRÃO NACIONAL

Símbolo Equipamento Interesse da equipe de salvamento

Reservatório de

gás

Risco de explosões durante o salvamento

Válvula de

segurança

Risco de explosões durante o salvamento em

veículos que contenham reservatórios de gás.

Caixa de fusíveis Possibilita o desligamento de circuitos

elétricos do carro

Cabo de alta tensão Evita eletrocussão das vítimas e socorristas

Desconexão de alta

tensão

Evita eletrocussão das vítimas e socorristas

Fonte: Corpo de Bombeiros (2012b).

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4 MÉTODO

4.1 – SUJEITOS

Para observação dos resultados da implementação das fichas de resgate, foi entrevistado o

Tenente Daniel Lima Gonçalves, responsável pela análise dos dados de acidentes de trabalho

do CBPMESP (Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo). Além das

responsabilidades de escritório, também serve aos bombeiros em resgates terrestres e

veiculares periodicamente. O mesmo esteve na Alemanha participando do Rescue Days e

pôde tomar conhecimento das fichas de resgate e procedimentos de desencarceramento.

4.2 – MATERIAIS

A entrevista teve como roteiro os tópicos deste trabalho, até a seção anterior.

O Compêndio de Fichas de Resgate Veicular foi analisado quanto às diferenças entre as fichas

de cada fabricante.

4.3 – PROCEDIMENTOS

A entrevista foi direcionada à análise dos resultados da implementação das fichas de resgate

veicular, e também da verificação do compêndio, confrontando também as diferenças entre as

fichas emitidas pelos fabricantes. As etapas posteriores à criação do compêndio foram

discutidas.

Não houve experimento que verificasse a redução do tempo de desencarceramento. Isto foi

tomado como verdadeiro dado o histórico positivo da ADAC, os ensaios acompanhados

durante o Rescue Days, na Alemanha, e o Seminário Nacional de Salvamento Veicular.

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5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

A elaboração do compêndio teve como resultados várias ações, algumas implantadas e outras

em andamento.

5.1 ANÁLISE DO COMPÊNDIO

No lançamento do compêndio, nove montadoras residentes no país forneceram as fichas dos

veículos comercializados a partir do ano de 2012.

Há diferenças entre as fichas de cada montadora, de modo que o entendimento pelo socorrista

possa ser prejudicado. Por exemplo, há fichas, como na Figura 14, em que os reforços

mostrados não são de interesse de salvamento, fora de proporção entre as vistas, ou ainda,

como mostrado na Figura 15, falta a identificação dos equipamentos nas duas vistas do

desenho do carro.

Figura 14 - FICHA COM REFORÇOS QUE NÃO SÃO DE INTERESSE DE

SALVAMENTO E SEM PROPORÇÃO ENTRE AS VISTAS

Fonte: Corpo de Bombeiros (2012b).

Reforços não interessantes.

Vista superior

está menor.

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Figura 15 - EXEMPLO DE FICHA QUE NÃO MOSTRA ITENS NAS 2 VISTAS

Fonte: Corpo de Bombeiros (2012b).

Há fichas com detalhes demais do design do carro que dificultam sua interpretação, como na

Figura 16. Outro exemplo de ficha fora do padrão está na Figura 17, que não mostra as vistas

solicitadas, e nem no formato esquemático, mas como foto.

Na seção superior de identificação do modelo, também há divergências, sendo que há fichas

com duas fotos em perspectiva, dianteira e traseira, e há fichas com uma só foto, em

perspectiva, em outros casos a lateral, conforme a Figura 18. As duas vistas em perspectiva

são importantes, porque em muitos casos é possível fazer a identificação do modelo pelo lado

não atingido na colisão.

NÃO SÃO MOSTRADOS

NAS DUAS VISTAS.

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Figura 16 - FICHA COM DETALHES EXCESSIVOS DE DESIGN

Fonte: Corpo de Bombeiros (2012b).

Diferenças entre legendas também foram encontradas, conforme Figura 19, o que pode

dificultar o entendimento da ficha pelo socorrista.

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Figura 17 - FICHA FORA DO PADRÃO DE 2 VISTAS E NÃO ESTÁ EM CROQUI

Fonte: Corpo de Bombeiros (2012b).

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Figura 18 - FOTOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS MODELOS

Fonte: Corpo de Bombeiros (2012b).

2 VISTAS EM PERSPECTIVA, DIANTEIRA E TRASEIRA.

1 VISTA LATERAL 1 VISTA EM PERSPECTIVA

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Figura 19 - DIFERENÇAS ENTRE LEGENDAS

Fonte: Corpo de Bombeiros (2012b).

Ainda é necessário adicionar mais equipamentos de interesse das equipes de resgate, por

exemplo, o trajeto da linha de combustível. Nos salvamentos sempre se deseja evitar o corte

da tubulação de combustível, e se isto for inevitável, pelo menos haverá o combate imediato a

um possível incêndio. Somente nos veículos elétricos e híbridos é identificado o trajeto do

cabeamento de alta tensão, mostrado na Figura 20.

LEGENDA COMPLETA

LEGENDA INCOMPLETA

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Figura 20 - FICHA DE VEÍCULO ELÉTRICO

Fonte: Corpo de Bombeiros (2012b).

Todos os bombeiros do Estado de São Paulo passam por atualização dos procedimentos

anualmente, na Escola Superior de Bombeiros, na cidade de Franco da Rocha. Esta semana de

atualização disseminará também os conhecimentos sobre as fichas de resgate veicular. Outra

metodologia de atualização são boletins emitidos pela central.

5.2 AÇÕES IMPLEMENTADAS

A grade curricular do curso de salvamento veicular e terrestre, da formação de bombeiros do

Estado de São Paulo, recebeu a inclusão da análise do compêndio. Esta inclusão visa à

diminuição do risco de acidente de trabalho, uma vez que a modernização da frota brasileira

traz veículos equipados com mais itens de segurança e aços de alta resistência. A primeira

demonstração da utilização das fichas se deu no Seminário Nacional de Salvamento Veicular.

CABEAMENTO DE

ALTA TENSÃO

CABEAMENTO DE

ALTA TENSÃO

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O compêndio foi distribuído para todos os postos do CBPMESP, e este deveria ser consultado

no deslocamento a cada ocorrência.

5.3 AÇÕES EM ANDAMENTO

A primeira edição do compêndio tem 117 páginas, com informações de 9 montadoras de

veículos. Contando com a aceitação da ideia pelos fabricantes e importadores de automóveis,

este número de páginas deve subir substancialmente, de modo que a consulta em um

compêndio impresso fique complicada. Prevendo este problema, O CBPMESP tem planejada

a implantação da consulta das fichas de forma eletrônica nos tablets que equipam as viaturas.

O protocolo de atendimento a ocorrências segue constante aprimoramento, e deverá ser

atualizado com o questionamento dos modelos dos carros envolvidos e lançamento destas

informações nas telas dos tablets, após a pré-ocorrência.

5.4 AÇÃO POLÍTICA

É objeto de estudo pelo representante dos bombeiros na Secretaria Nacional de Segurança

Pública, um projeto de obrigatoriedade das fichas de resgate, desde o mecanismo de criação,

até a atualização e manutenção da presença delas no veículo pelos proprietários.

Somente a criação de uma lei teria o poder coercitivo sobre os fabricantes e proprietários dos

veículos. Esta substituiria a atual sistemática informal de criação e atualização das fichas,

tornando-se obrigação legal por parte dos fabricantes, e nos casos em que o proprietário altera

as condições originais do automóvel, por exemplo, instalando cilindros de GNV (Gás Natural

Veicular).

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6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

As hipóteses do estudo não puderam ser confirmadas por meio de experimentos, ou seja, não

foram realizados testes de desencarceramento comparando equipes que não dispunham de

fichas com equipes que dispunham. Mas a viabilidade da implementação vai além dos

benefícios para as vítimas de acidentes de automóveis. CBPMESP teve a preocupação de se

antecipar ao início da obrigatoriedade dos airbags em todos os veículos comercializados no

país. Como apresentado, veículos que dispões de airbags também podem ser equipados com

pré-tensionadores de cinto de segurança, e o procedimento de resgate nestes veículos deve ser

mais cauteloso.

Não há registros no Brasil de acidente de trabalho de bombeiros em que o motivo do acidente

seja um equipamento de segurança do carro, mas há relatos de demora em corte de colunas

reforçadas com HSS. Para estes casos a consulta ao compêndio pode ser a diferença entre a

vida e a morte do encarcerado. A divulgação do compêndio para todos os postos certamente

reduzirá a possibilidade de acidentes de socorristas.

A manutenção do compêndio ao longo dos anos, com informações atualizadas sobre as

modificações dos carros, e os novos modelos deverá depender da evolução dos estudos das

partes políticas já envolvidas.

Um sistema totalmente autônomo de notificação de acidente, enviando as informações

pertinentes aos bombeiros ainda não é um objeto de estudo pelos bombeiros. O projeto atual

visa que num futuro próximo as fichas sejam disponibilizadas eletronicamente nas viaturas,

desse modo a consulta não seria prejudicada em ocorrências sob chuva ou à noite.

O CBPMESP precisa definir estruturas rígidas de critérios dos equipamentos a serem

mostrados nas fichas de resgate, a fim de tornar o documento simples de ser entendido. Uma

plataforma eletrônica poderia ser criada e disponibilizada aos fabricantes e importadores,

onde o formulário seria criado da mesma forma para todos, e poderia contar com uma lista de

checagem para eventuais falhas de preenchimento.

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REFERÊNCIAS

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SCHULTZE, Oliver. Em busca da eficiência. Engenharia Automotiva E Aeroespacial, São Paulo, n. 48, p.64-65, out. 2011. Trimestral.

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FIA FOUNDATION. Rescue sheet: The idea of the rescue sheet takes hold. Disponível em: <http://www.rescuesheet.info/seite_7.html>. Acesso em: 16 set. 2012.

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Anexo A - EXEMPLO DE FICHA DE RESGATE PADRÃO ADAC

Fonte: GENERAL MOTORS (2011)

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Anexo B - EXEMPLO DE FICHA DE RESGATE PADRÃO NACIONAL

Fonte: Corpo de Bombeiros, (2012b)