inquÉrito laboratorial para avaliaÇÃo da capacidade de detecÇÃo de patÓgenos das doenÇas...
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INQUÉRITO LABORATORIAL PARA AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE DETECÇÃO
DE PATÓGENOS DAS DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS
ELIANE MARTINS LANCEROTTO
MÔNICA TILLI REIS PESSOA CONDE
WILSON MANSHO
Coordenação: Almério de Castro Gomes - FSP/USP
Margarida M. M. B. Almeida - FSP/USP
José Cássio de Moraes - CVE/SES-SP
Maria Bernadete P. Eduardo - CVE/SES-SP
Curso de Especialização em Epidemiologia Aplicada às Doenças Transmitidas por Alimentos - FSP/USP e CVE/SES-SP
INQUÉRITO LABORATORIAL 1.Introdução e Justificativa
No mundo todo, o processo de urbanização e transição demográfica associado a um acelerado processo de industrialização e desenvolvimento tecnológico,vem gerando mudanças na estrutura alimentar e no perfil de doenças da população.
( WHO , 1997 )
INQUÉRITO LABORATORIAL 1. Introdução e Justificativa
Nova preocupação com segurança alimentar e com as doenças emergentes e reemergentes transmitidas por alimentos
Sistema de vigilância epidemiológica apresentando subnotificações que dificultam o dimensionamento do problema no Brasil
INQUÉRITO LABORATORIAL 1. Introdução e Justificativa
Desconhecimento dos profissionais de saúde sobre a importância da notificação e solicitação de exames
Papel do laboratório como elo entre as doenças da população, os profissionais de saúde e a vigilância epidemiológica na pirâmide de detecção de doenças
INQUÉRITO LABORATORIAL 1. Introdução e Justificativa
O laboratório é de vital importância para esclarecimento e determinação da fonte e patógeno responsáveis pelos surtos
Em termos de efetividade do laboratório nada é mais importante do que a seleção, coleta, transporte , armazenagem e uso de correta técnica de análise das amostras
INQUÉRITO LABORATORIAL 1. Introdução e Justificativa
Dificuldades enfrentadas em relação a tecnologias ainda não disponíveis no Brasil para todos os laboratórios, visando confirmação e ligação de casos esporádicos fazendo parte de um mesmo surto
INQUÉRITO LABORATORIAL 1. Introdução e Justificativa
AS INDICAÇÕES DE EXAMESAS INDICAÇÕES DE EXAMES Falta de preocupação nas solicitações
médicas em especificar a suspeita clínica e epidemiológica para direcionar o laboratório na pesquisa de determinados agentes
INQUÉRITO LABORATORIAL 1. Introdução e Justificativa
Os requisitos para a coleta:
a)Parasitas: recomendado o uso do preservante para manter a integridade dos parasitas
b)Bactérias: fezes frescas em meio de transporte ou somente em frasco seco
c) Vírus : frasco seco
INQUÉRITO LABORATORIAL 1. Introdução e Justificativa
Os requisitos para a armazenagem:
a) Bactérias: quando no meio de transporte estocagem a 4oC
b) Vírus : podem ser transportadas e armazenadas a uma temperatura de 4oC e se houver necessidade podem ser congeladas
INQUÉRITO LABORATORIAL 1. Introdução e Justificativa
Técnicas laboratoriais para bactérias:
Salmonella : meios mais seletivos seriam : SS, XLD e Hektoen. Para surtos seriam verde brilhante e sulfato de bismuto.
Quando a amostra não apresentar boas características usa-se caldo de enriquecimento ( selenito ou GN)
INQUÉRITO LABORATORIAL 1. Introdução e Justificativa
Ténicas laboratoriais para bactérias:
Shigella: os meios são XLD, SS. O meio TSI ( triple sugar iron ) é mais específico
Yersinia : ágar Mac Conkey dando-se um tempo adicional de 24 horas a temperatura ambiente ou CIN (Cefsulodin-igarsan-novobiocin )
INQUÉRITO LABORATORIAL 1. Introdução e Justificativa
Técnicas laboratoriais para bactérias :
Campylobacter : ágar - sangue - Campy em microaerofilia, ágar Mac Conkey,azul-eosina-metileno ainda meio de seletividade moderados : Hektoen e XLD.
E.coli O157H7: Mac Conkey Sorbitol
INQUÉRITO LABORATORIAL 1. Introdução e Justificativa
Técnicas laboratoriais para bactérias:
Vibrio: isolamento primário ágar- Mac
Conkey ou Mac Conkey Sorbitol ou TCBS (mais seletivo)
INQUÉRITO LABORATORIAL 1. Introdução e Justificativa
Técnicas laboratoriais para vírus:
Rotavírus: Métodos como prova imunológica enzimática e aglutinação por látex. Ainda ME, PCR, PAGE e outros
INQUÉRITO LABORATORIAL 1. Introdução e Justificativa
Técnicas laboratoriais para parasitas
Direta ou Wet Mount
Concentração
Coloração
INQUÉRITO LABORATORIAL 1. Introdução e Justificativa
OS CRITÉRIOS DE RECUSAOS CRITÉRIOS DE RECUSA - não rotuladas, sem identificação - tempo e transporte inadequados - recipiente inadequado - amostra não adequada em relação ao
exame pedido - amostras duplicadas
INQUÉRITO LABORATORIAL 1. Introdução e Justificativa
O ESTUDO DE REFERÊNCIAO ESTUDO DE REFERÊNCIA Estudo do CDC, de 1997, onde foram
pesquisados 230 laboratórios: 100% realizavam testes rotineiramente para
Salmonella, Shigella e Campylobacter 50% realizavam testes rotineiros para E.coli
O157:H7 30% para Yersinia 19% para Vibrio
INQUÉRITO LABORATORIAL 2. Objetivos da Investigação
2.1.Geral conhecer as tendências da freqüência de
isolamento dos patógenos através de um estudo nos laboratórios de análises clínicas que processam fezes
2.2. Específicos verificar a rotina de detecção de patógenos conhecer os tipos de testes e técnicas
laboratoriais
INQUÉRITO LABORATORIAL 3. Material e Métodos
3.1. Tipo de Estudo Estudo descritivo de laboratórios clínicos
que processam fezes para detecção de bactérias, vírus e parasitas
INQUÉRITO LABORATORIAL 3. Material e Métodos
3.2. População de Estudo De um universo de 2400 laboratórios do Estado
de São Paulo Foram selecionados 800 - total de laboratórios
em São Paulo, Marília e Botucatu 376 Laboratórios processavam fezes Botucatu : 4 Marília : 8 São Paulo (Capital) : 77 laboratórios na áreas de
vigilância sentinela
INQUÉRITO LABORATORIAL 3. Material e Métodos
3.2. População de Estudo Foram estudados 37 laboratórios em 3
cidades do Estado de São Paulo : São Paulo (capital), Botucatu e Marília.
Áreas geográficas correspondentes às áreas de implantação da Vigilância Ativa das DTA do CVE/SES-SP
Período do estudo - Julho a Setembro de 2000
INQUÉRITO LABORATORIAL 3. Material e Métodos
3.2. População de Estudo Em São Paulo foram estudados 100% dos
laboratórios públicos ( 2 ) e ligados a universidades ( 2 ), grandes redes de laboratórios privados ( 3 ) e uma amostra dos demais privados ( 18 ) nas áreas de vigilância calculada pelo EPI-INFO programa Csample
Nas cidades de Botucatu e Marília foram estudados 100% dos laboratórios ( 4 e 8 respectivamente)
INQUÉRITO LABORATORIAL 3. Material e Métodos
3.3. Fonte de Informação dos dados coletados
Cadastro de laboratórios do CREMESP Cadastro de Laboratórios das Vigilâncias
Sanitárias das DIR XIV-Marília e DIR XI-Botucatu
Questionário aplicado aos técnicos de laboratório
INQUÉRITO LABORATORIAL3. Material e Métodos
3.4. Tipo de Análise Desenvolvida3.4.1. Tratamento dos dados
Os dados obtidos através do questionário foram analisados e tratados estatisticamente pelo programa Csample.
Tabelas e gráficos foram elaborados para construir o perfil destes laboratórios
INQUÉRITO LABORATORIAL3. Material e Métodos
3.4. Tipo de Análise Desenvolvida
3.4.2. Questionário - perguntas e variáveis
Questionário elaborado com base em estudos do CDC/Atlanta/USA, adaptado e validado para nossa realidade através de entrevistas com técnicos de referência de laboratórios padrão, contendo 62 perguntas.
INQUÉRITO LABORATORIAL3. Material e Métodos
Exemplos de perguntas - “A E.coli O157:H7 faz parte da sua rotina de
exames de fezes ? [ ] Sim [ ] Não”
“Em quantas amostras fecais foram feitas culturas para Shigella em seu laboratório no ano de 1999?
____________”
INQUÉRITO LABORATORIAL3. Material e Métodos
Exemplos de perguntas - “Quando é feita a análise para E.coli O157: H7 qual o
meio de cultura/ágar que seu laboratório usa rotineiramente:
a) ágar Mac Conkey Sorbitolb) ágar Mac Conkey Sorbitol CTc) ágar Mac Conkey d) ágar Raibowe) caldo de enriquecimentof) outros , descreva_________________”
INQUÉRITO LABORATORIAL4. Resultados
Serão apresentados a seguir os resultados de nossa pesquisa através de análise de gráficos construídos com todos os dados obtidos nos questionários
INQUÉRITO LABORATORIAL4. Resultados
Distribuição dos Laboratórios por cidade e categorias.
56%
11%
19%
3%
3%8%São Paulo Privados
São Paulo Públicos e Ligados asUniversidadesMarília Privados
Marília Públicos e LigadosLigados as UniversidadesBotucatu Privados
Botucatu Públicos e Ligados asUniversidades
INQUÉRITO LABORATORIAL4. Resultados
Distribuição dos Laboratórios de São Paulo por categorias.
84%
16%
São Paulo Privados
São Paulo Públicos e Ligados asUniversidades
INQUÉRITO LABORATORIAL4. Resultados
Distribuição dos Laboratórios de Marília por categorias.
87%
13%
Marília Privados
Marília Públicos e LigadosLigados as Universidades
INQUÉRITO LABORATORIAL4. Resultados
Distribuição dos Laboratórios de Botucatu por categorias.
75%
25%
Botucatu Privados
Botucatu Públicos e Ligadosas Universidades
Percentual médio de laboratórios que recebem amostras para pesquisa de
bactérias nas cidades de São Paulo, Marília e Botucatu.
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%S
alm
on
ella
Sh
ige
lla
Ca
mp
ylo
ba
cte
r
E.c
oli
O1
57
H7
Vib
rio
Ye
rsin
ia
Bacterias
Percentual de recebimento de amostras para exames de bactérias em cada cidade no ano de
1999.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
Botucatu Marilia São Paulo 1* São Paulo**
Salmonella
Shigella
Campylobacter
E.coli O 157 H7
Vibrio
Yersinia
*São Paulo1-amostra de laboratórios privados **São Paulo-Laboratórios Públicos, grandes privados e universitários
Percentual de laboratórios que realizam rotineiramente exames para bactérias.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Botucatu Marilia São Paulo 1* São Paulo**
Salmonella
Shigella
Campylobacter
E.coli O 157 H7
Vibrio
Yersinia
*São Paulo1-amostra de laboratórios privados **São Paulo-Laboratórios Públicos, grandes privados e universitários
Porcentagem média de laboratórios que realizam exames de bactérias no próprio laboratório ou
envia para outros laboratórios
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%S
alm
onella
Shig
ella
Cam
pyl
obact
er
E.C
oli
O157 H
7
Vib
rio
Yers
inia
Em outros lab.
No proprio lab.
Porcentagem de laboratórios que utilizam meios de cultura para identificação de E.coli O 157 H7.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Botucatu Marilia São Paulo 1* São Paulo**
Ágar MacConkeySorbitol (SMAC e CT)
SMAC+CT+OUTROS
OUTROS
*São Paulo1-amostra de laboratórios privados
**São Paulo-Laboratórios Públicos, grandes privados e universitários
Porcentagem de Laboratórios que utilizam meios de cultura para identificação de Vibrio.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
BOTUCATU MARILIA SÃO PAULO 1 * SÃO PAULO **
TCBS
TCBS eOUTROS
OUTROS
*São Paulo1-amostra de laboratórios privados
**São Paulo-Laboratórios Públicos, grandes privados e universitários
Porcentagem média de recebimento de exames para parasitas
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
Criptosporidium Isospora Ciclospora Microsporidium
PARASITAS
Porcentagem de realização de exames de parasitas nos laboratórios das cidades.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Botucatu Marilia São Paulo 1* São Paulo**
Criptosporidium
Isospora
Ciclospora
Microsporidium
*São Paulo1-amostra de laboratórios privados **São Paulo-Laboratórios Públicos, grandes privados e universitários
Porcentagem média de laboratórios que testam vírus em relação as cidades
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Botucatu Marilia São Paulo 1* São Paulo**
*São Paulo1-amostra de laboratórios privados **São Paulo-Laboratórios Públicos, grandes privados e universitários
INQUÉRITO LABORATORIAL5. Conclusões
Salmonela e Shigella são as bactérias mais implicadas nos surtos esclarecidos provavelmente por serem as mais pesquisadas, e por fazerem parte da rotina da maioria dos laboratórios.
Campylobacter e Yersinia não são bactérias que fazem parte da rotina dos laboratórios sendo estas bactérias implicadas raramente em surtos por este motivo, pois não são bactérias pesquisadas rotineiramente
INQUÉRITO LABORATORIAL5. Conclusões
Vibrio cholerae - somente é pesquisado em São Paulo quando há uma suspeita clínica ou quando o médico solicita especificamente não fazendo parte da rotina de nenhum laboratório pesquisado.
Vírus - em São Paulo a grande maioria pesquisa somente o Rotavírus , sendo que somente um laboratório em São Paulo pesquisa Norwalk, Norwalk-like e Adenovírus.
INQUÉRITO LABORATORIAL5. Conclusões
Em relação aos parasitas os mais pesquisados são o Cryptosporidium e o Isospora mesmo assim na sua grande maioria quando é solicitado , portanto ficando restrito ao pedido, talvez seja outro motivo para tantos surtos sem respostas.
O Microsporidium e a Ciclospora são mais raramente pesquisados
Casos notificados de Janeiro a Agosto/2000 - CVE
INQUÉRITO LABORATORIAL
7.Simulando - Salmonella
228 casos
Casos estimados-40%da população
Casos atendidos- 32.7%solicitam exames
Casos do laboratório-90.9% são rotina251 casos
768 casos
1920 casos
Agradecimentos
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo
Instituto Adolfo Lutz
Agradecimentos
Todos os laboratórios que participaram da nossa pesquisa
Agradecimentos especiais aos técnicos do Instituto Adolfo Lutz que colaboraram com sugestões para o questionário
“ OBSTÁCULOS E PROBLEMAS SÃO PARTE DA NOSSA VIDA.
O SUCESSO ACONTECE QUANDO VEMOS OS NOSSOS PROBLEMAS COMO FONTE
POTENCIAL DE DESPERTAR OPORTUNIDADES DE SE PRATICAR A PACIÊNCIA , APRENDER, E TER A CORAGEM DE MUDAR O QUE PRECISA
SER MUDADO”