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Seminário Maior de Ensino Teológico Análise do Novo Testamento-I MT - ATOS spou>dason sea>uton do>kimon para>sthsai tou~ qeou~ ejrgath>n ajnepai>scunton, ojrqotomou~nta to<n lo>gon th~v ajlhqei>av. Instituto Bíblico Ebenézer – Unidade Bangu

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Seminário Maior de Ensino Teológico Análise do Novo Testamento-I

MT - ATOS

spou>dason sea>uton do>kimon para>sthsai tou~~ qeou~~ ejrgath>n ajnepai>scunton, ojrqotomou~~nta to<n lo>gon th~~v ajlhqei>av.

Instituto Bíblico Ebenézer –

Unidade Bangu

Instituto Bíblico Ebenézer – Unidade Bangu Profº Francisco Castelo Branco

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EVANGELHOS SINÓPTICOS

PROLEGÔMENOS:

A priori, os evangelhos sinópticos são: Mateus, Marcos e Lucas, porém João

não faz parte desse grupo denominado “Evangelhos Sinópticos”,mesmo sendo um evangelho. Discutiremos isso um pouco mais a frente.

Henrietta1 em seu livro nos faz uma pergunta: Por que quatro evangelhos? Respondendo a essa pergunta, ela diz: “Uma ou duas pessoas não nos

teriam dado um retrato completo da vida de Cristo. Há quatro ofícios distintos de Cristo apresentados nos evangelhos. Ele é apresentado como: Rei em Mateus, Servo em Marcos, Filho do homem em Lucas e Filho de Deus em João. É verdade que os quatro evangelhos têm muita coisa em comum. Todos eles tratam do ministério terreno de Jesus, sua morte e ressurreição, seus ensinos e milagres, porém cada evangelho tem suas diferenças”. Nesse mesmo pensamento, no que se refere a pergunta acima, Myer Pearlman2, faz como Henrietta, só que uma forma mais abrangente algumas perguntas interessantes, e ao mesmo tempo responde.

Por que há 4 evangelhos? Por que não são 2, 3 ou somente um? Isto pode ser explicado facilmente, pelo fato de ter havido, nos tempos apostólicos, 4 representantes do povo.

Cada um dos evangelistas escreveu para uma dessas classes, adaptando

ao seu caráter, as suas necessidades e aos seus ideais. JUDEUS: Mateus = sabendo que os judeus estavam ansiosamente esperando a

vinda do messias, prometido no velho testamento, apresenta Jesus como o Messias. ROMANOS: Marcos escreveu aos romanos, um povo cujo ideal era o poder e

serviço; ele escreveu Cristo, como o conquistador poderoso. GREGOS: Lucas escreveu para os gregos, cujo ideal era o homem perfeito, fez

com que o seu livro focalizasse a pessoa de Cristo como a expressão desse ideal. IGREJA: João tinha em mente as necessidades dos cristãos e assim apresenta

as verdades mais profundas do evangelho, entre as quais, mencionamos os ensinos acerca da divindade de Cristo e do Espírito Santo. O referido princípio de adaptação foi mencionado por Paulo em I Cor 9:19-21, e foi ilustrado em seu ministério entre os judeus e gentios.

Um evangelho só não teria sido suficiente para apresentar os vários aspectos da

personalidade de Cristo. Cada um dos evangelistas o vê sob um aspecto diferente: Marcos Vê / apresenta-o como conquistador e servo. Mateus Vê / apresenta-o como o Rei. Lucas Vê / apresenta-o como filho do homem. João Vê / apresenta-o como filho de Deus. Em suma, cada um dos evangelistas escreveu para uma dessas classes,

adaptando ao seu caráter, as suas necessidades e aos seus idéias.

1 MEARS, Henrietta C, Estudo Panorâmico da Bíblia, Vida, 1992. 576p. p.307. 2 PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia livro por livro. Vida. São Paulo: 2006. p.233-234. Myer Pearlman foi um judeu que se converteu a Cristo, onde sua vida foi de apenas 44 anos, com apenas 14 anos aprendeu sozinho a língua francesa.

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PROBLEMA SINÓPTICO. A priori, antes de estudarmos sobre os evangelhos precisamos antes, entender

o termo, ou como é colocado acima, entendermos, o problema sinóptico. Os primeiros três evangelhos: Mateus, Marcos e Lucas, são conhecidos como

evangelhos sinópticos. Os 3 primeiros evangelhos foram pela 1ª vez chamados “evangelhos sinóticos”

por J.J. Griesbach, um estudioso da Bíblia de nacionalidade alemã, no final do século XVIII. Segundo Carson3, Griesbach definiu o termo sinótico da seguinte maneira: “O Adjetivo” Sinótico” vem do grego Sýnopsis “su>nopsiv”, que significa “Ver em Conjunto”.

O termo Sinóptico e definido segundo o dicionário4 etimológico prosódico da

seguinte maneira: Sinopse = Síntese Do latim = Sýnopsis, que significa: com igual forma. Em grego = Syn, que significa: Junto. Opsis, que significa: Vista, no sentido de – Vista de conjunto. Sinóptico = Adjetivo à sinopse, resumo, sumário. Grego = Syn + óptico. O termo Sinóptico deriva de duas palavras gregas: A Preposição su>n = Junto,

ao Mesmo Tempo + o Adjetivo Ópticos = Visão (Que diz respeito à Vista, à Visão e também à Luz e seus Fenômenos).

Portanto, é união da preposição sýn + o adjetivo Ópticos, formando assim o termo Sinóptico que Literalmente significa: Com a Mesma Visão/ Mesma ótica/ Ver Junto, Visão conjunta.

O problema sinóptico é definido pela grande quantidade de material em comum existente entre os três primeiros Evangelhos: Entre 94 e 95% do Evangelho de Mc. é reproduzido em Mt. e Lc. Dos 661 versículos encontrados em Mc., todos, exceto 30, são encontrados em

Mt. e Lc. Isso pode ser visto através do seguinte quadro, quadro esse que foi citado por

Broadus5 em seu livro, citando B.F.Westcott, onde em 1875 deu essa informação numa base percentual:

PECULIARIDADES COINCIDÊNCIAS

MARCOS 7% 93%

MATEUS 42% 58% LUCAS 59% 41% JOÃO 92% 8%

Esse quadro mostra a relação e coincidências entre os quatro Evangelhos,

usando Marcos como unidade básica. A leitura do quadro acima deve ser a seguinte: 93% de Mc. é encontrado em Mt. ou em Lc, mas somente 58% de Mt. e 41% de Lc é encontrado em Mc. e apenas 8% de João é comum a Mc. O quadro não expressa a relação entre Mt. e Lc. ou Jo. e Lc.

Quando todo o material comum aos três Evangelhos é extraído, há cerca de 250 versículos que são partilhados entre Mt. e Lc. e não são encontrados em Mc. e isto deixa 300 versículos em Mt. dos 1.068 e 580 em Lc. dos 1.151 que não são comum com Mc. ou Jo. Daí o problema sinóptico ser "a tarefa do estudante do NT explicar as semelhanças e divergências nos três Evangelhos".

3 CARSON. D.A. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova. 1997. p. 19. 4 Grande Dicionário etimológico prosódico da língua portuguesa .Bueno Silveira.Saraiva.1964. São Paulo. p. 3768. 5 HALE, Broadus David. Introdução ao Estudo do Novo Testamento. São Paulo: Hagnos. 2001. p. 54.

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Para resolver o problema sinóptico desenvolveu-se três métodos: CRÍTICA DA FONTE, CRÍTICA DA FORMA e o da CRÍTICA DA REDAÇÃO

1.0 CRÍTICA DA FONTE

A base para esse método é o que expõe Lucas no prefácio de seu Evangelho

(Lc. 1;1-4), asseverando que utilizou fontes orais e escritas no preparo do Evangelho de Lucas.

Nos primeiros dias da pregação do evangelho, não havia um NT escrito e o ensino foi passado oralmente pelos apóstolos. Após a morte dos apóstolos, houve a necessidade de se escrever seus ensinos e isso passou a ser conhecido como TRADIÇÃO ORAL do evangelho. Essa tradição explicaria parte do material comum encontrado nos Evangelhos sinópticos.

Os pais da Igreja criam que os Evangelhos surgiram independentes um do outro. Porém, por volta do quarto século, ficou reconhecido que os Evangelhos eram , de algum modo, interdependentes. Pensou-se, ainda, que Mateus fora escrito primeiro e que Marcos e Lucas estavam relacionados com ele. Entretanto essa teoria durou até 1835, quando foi provada a primazia de Marcos. A prova da primazia de Marcos pode ser assim resumida:

a) Mateus reproduz 90% do assunto de Marcos e Lucas faz o mesmo com 58%

desse assunto; b) Numa seção média que ocorre nos três Evangelhos, a maioria das palavras

reais usadas por Marcos é reproduzida por Mat. e Lc. c) A ordem relativa de incidentes e seções em Marcos e, em geral, apoiada tanto

por Mat. como por Lc. Onde um deles abandona Mc. o outro é geralmente apoia-o; d) Expressões encontradas em Mc. que poderiam causar ofensa são omitidas ou

atenuadas em Mt. e Lc.; em Mc. há rudeza de estilo e gramática, bem como a preservação de palavras aramaicas;

e) A maneira como o material de Mc e o que não de Mc é distribuído em Mt. e Lc., respectivamente, dá a entender que cada um tinha diante de si o material de Mc.;

f) Ao se comparar Mateus e Marcos em material comum a cada, vê-se que Mateus apresenta, invariavelmente, a narrativa mais curta; daí, Mateus reduziu Mc. e não o inverso.

Assim Marcos passou a ser a fonte primitiva de Mat. e Luc, mas havia, ainda,

material comum a Mat. e Luc e que não se encontrava em Mc., daí criou-se a TEORIA DE DOIS DOCUMENTOS, chamando a segunda fonte de "Q" (quelle=fonte). Exemplo desse material comum a Mt. e Lc. pode ser: Mat. 3:7-12 com Lc. 3:7-9,16; Mat. 4:2-11 com Lc. 4:2-13; Mat. 5:3-6,11,12,39-42,45-58 com Lc. 6:20-23,27-30,32-36, etc. Esses versículos são os cerca de 250 que não se encontram em Marcos e são chamados por alguns estudiosos de LOGIA (referência de Papias).

No que se refere fonte Quelle “Q” Tenney sabiamente coloca que “Muitas teorias têm sido apresentadas para explicação destes casos. Uma muito favorita entre os eruditos modernos é a “Hipótese dos dois documentos”, que sustenta que o evangelho de Marcos e uma coleção perdida de sentenças de Jesus chamada “Q” do alemão “Quelle”, que significa “fonte”, foram as principais fontes de que Mateus e Lucas compuseram as suas obras...A despeito de muitos eruditos de reputação e até também de alguns conservadores terem adotado esta teoria, não a podemos aceitar como um fato. O “Q” nunca foi identificado com qualquer documento existente, e ainda que não seja inconcebível que tal manuscrito possa ter desaparecido depois de ter sido extensamente copiado, não há boa prova objetiva da sua existência”6

A teoria dos dois documentos (Mc. e Q) deixou ainda, muitas questões sem

resposta: dos 1.068 versículos de Mateus, cerca de 500 viriam de Mc. e 250 de Q, restam 300 versículos inexplicados. De igual modo, em Lucas ficam inexplicados 580

6 TENNEY, Merrill C..O Novo Testamento: Sua origem e Análise. São Paulo:Vida Nova. 1995. p.208-209.

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versículos. Daí surgiu uma nova tentativa de explicação: A TEORIA DE DOCUMENTOS MÚLTIPLOS.

Assim desenvolveu-se a idéia de que pelo menos quatro fontes foram usadas no preparo dos Evangelhos:

a) Marcos, como a fonte primária e comum a Mt. e Lc.; b) Q, material que não é de Mc. mas é comum a Mt. e Lc.; c) M, material peculiar a Mt.; d) L, material peculiar a Lucas. Daí chegou-se à seguinte conclusão: É quase universalmente aceito que Mc. é o mais antigo dos Evangelhos

Sinópticos; Mt. e Lc. fizeram uso de Marcos; Mt. e Lc. utilizaram uma segunda fonte comum, a "Q"; Mt. e Lc. utilizaram outras fontes peculiares a cada um; A Crítica da Fonte não é uma tarefa concluída.

O gráfico abaixo demonstra as diversas fontes citadas na TEORIA DOS

DOCUMENTOS MÚLTIPLOS, gráfico esse, retirado do livro ‘Introdução ao Estudo do Novo Testamento” de Hale Broadus7:

2.0 CRÍTICA DA FORMA A crítica da forma é um método de estudo que lida com o estágio pré-

literário da tradição dos Evangelhos, quando o material foi transmitido oralmente. A palavra "FORMGESCHICHTE", utilizada por Eduard Norden em 1913, significa "história das formas". Essa escola pode ser significativa por causa da Ênfase colocada sobre a comunidade primitiva em que a tradição foi formada.

2.1.1- A crítica à Crítica da Forma pode ser elaborada da seguinte forma:

a) Classifica os Evangelhos como subliteratura por não atentar para seus princípios seletivos, propósito e clímax.

b) subestima o interesse histórico e biográfico dos cristãos primitivos. c) Negligencia o fato de que Jesus preparara um grupo para transmitir as

tradições que esses cristãos primitivos classificaram numa categoria diferente da das palavras dele.

d) Falha em reconhecer a influência helenística no meio palestino, que explica certas tradições.

e) Erra ao citar material extra-bíblico e exemplos paralelos de tradições transmitidas.

f) Coloca a tradição e a história partindo do simples para o complexo. g) Tira conclusões impróprias de supostas analogias. h) Deprecia a educação da igreja primitiva.

7HALE, Broadus David. Introdução ao Estudo do Novo Testamento. São Paulo: Hagnos. 2001. p. 60.

MARCOS

MATEUS

LUCAS

M L

Q

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3.0 CRÍTICA DA REDAÇÃO É a tentativa de se discernir a ênfase teológica de cada um dos Evangelhos

como um autor criativo focalizando a atenção sobre os aspectos especiais de sua obra inteira.

Os resultados aceitos entre os críticos da forma que são básicos ao trabalho da crítica da redação são como segue:

a) Os Evangelhos consistem de coletâneas de material cuja seleção final e disposição devemos aos próprios evangelistas.

b) O material vigente nos Evangelhos tem uma história de uso na igreja, uma história de transmissão oral.

c) As menores unidades de tradição, a história individual, o diálogo, o dito, etc, têm formas delineadas, que podem ser definidas e estudadas.

As técnicas usadas na Crítica da Redação são bem interessantes e iluminadoras, Deve-se ter em mente que o propósito desta disciplina é encontrar a teologia distintiva e o propósito de cada autor. A fim de aplicar o método indutivo a este processo e tentar dar-lhe tanto objetividade quanto possível, o processo inicia-se com as unidades de tradição, conforme elas foram identificadas pela Crítica da Forma. Duas perguntas ecoam-se no ar, então vamos entender para que possamos

responder, são elas: Qual a ordem dos evangelhos na Bíblia? Qual é a ordem dos evangelhos numa ordem cronológica?

Tasker8 falando sobre a ordem canônica, após uma longa discussão, chega a concluir dizendo que: “Nossa própria tentativa de conclusão é de que o evangelho de Mateus não é, de fato, o primeiro dos quatro evangelhos canônicos, embora ele contenha material originalmente registrado em aramaico pelo apóstolo Mateus antes que qualquer dos outros tenha sido escrito”. Logo, estudaremos os evangelhos não na ordem da Bíblia, mas sim, numa ordem cronológica.

8 TASKER, R. V. G., Mateus – Introdução e Comentário. São Paulo: 2005. Vida Nova. 229p. p.13.

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eujagge>lion to< kata< Ma>rkon –

EUANGUÉLION TÒ KATÀ MARKON – EVANGELHO SEGUNDO MARCOS

PROLEGÔMENOS: A priori, vejamos o que os escritores falam sobre o evangelho de Marcos:

Segundo o comentário de William Barclay9 “Marcos é o mais antigo dos evangelhos, e, portanto é a primeira vida de Jesus que chega até nós, Marcos é certamente a “biografia” de Jesus mais antiga que há chegado até nós”. Crabtree10 diz que “o Evangelho de Marcos é universalmente reconhecido como o mais antigo dos sinóticos, entre os investigadores criteriosos”.

eujagge>lion = euanguélion = Boas novas euj = bom + a]ggelov ( ánguelos ) = Mensageiro de Boas Novas / Mensageiro

de uma Boa Notícia. Em Suma Precisamos analisar o contexto para saber qual é a Boa nova, Boa Mensagem.

AUTORIA: Ë um documento anônimo Atribuído a João Marcos (tradição cristã do séc. II)

DATA: 65 d.C, pelas seguintes razões: Perseguição ao cristão romanos a partir de 64 dC. Guerra entre Judéia e Roma 64 a 70 dC. No que se refere a data e a autoria Konings coloca que “O primeiro evangelho

surgiu em redor de 65 d.C. progressivamente, Roma tinha-se se tornado centro do cristianismo... Um discípulo de Paulo e Pedro, chamado João Marcos (At 12.12, 25; 13.1315.39, escreveu o primeiro evangelho.”11 (KONINGS, 1975:12). Depois de entendermos o problema sinóptico estudado acima, vimos que o primeiro evangelho a ser escrito foi o de Marcos. É um evangelho conciso, direto, sem rodeios e abstrações. Segundo Robertson este é o “evangelho mais breve dos quatros”12 (ROBERTSON, 2003:75)

DESTINATÁRIO: Os seguintes fatos indicam como este evangelho é particularmente aos

Romanos: 1- O estilo resumido do evangelho, a descrição viva de cenas animadas e

movimentadas revelam-no como peculiarmente adaptado a um povo tão ativo e energético como eram os Romanos. A característica principal deste livro é a repetição constante das palavras “logo”, “imediatamente” e “em seguida”, proporcionando a idéia de atividade e prontidão militar, ou como disse o mestre do Novo Testamento e escritor mundialmente conhecido Merrill C. Tenney13·: “Marcos é o Evangelho da ação”.

Em suma a palavra distintiva deste livro é EUTHYS “eujqu>v”, ou “EUTHEOS” eujqe>wv a qual aparece com mais freqüência neste evangelho compacto (42 vezes), mais do que no restante do Novo Testamento.

2- O dinheiro é mencionado em moeda Romana. 3- Emprega-se a divisão do tempo dos Romanos. 4- Explicam-se os costumes hebreus (7:3-4). Isto demonstra pelo menos, que o

livro foi escrito para os gentios. 5- Praticamente não há referências às profecias do velho testamento depois do

capitulo 1. Os Romanos que não estivessem familiarizados com essas escrituras, mui provavelmente não as teriam compreendido.

9 BARCLAY, William, El Nuevo Testamento, comentado por. Buenos Aires: La Aurora. p.11. 10 CRABTREE, A.R, Introdução ao Novo Testamento. Rio de Janeiro: 1960. Casa Publicadora Batista. 3ª ed.p.8. 11 KONINGS, Johan. Encontro Com o Quarto Evangelho. Petrópolis: Vozes. 1975 12 ROBERTSON, A.T. COMENTARIO. ESPANHA: Clie. 2003. p.75 13 TENNEY, Merrill C..O Novo Testamento: Sua origem e Análise. São Paulo:Vida Nova. 1995. p.174.

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MARCOS: Nacionalidade – Judeu / Romano Cidade natal – Jerusalém Ocupação – Missionário Relacionamento – Discípulo de Pedro

No que tange a pessoa de Marcos Hayes em seu livro coloca que ele era “o filho mimado duma viúva rica” 14.

FAMÍLIA: Maria, Mãe de Marcos: Atos 12:12. Tudo indica que Pedro ia a essa casa com freqüência, porquanto a serva

reconheceu sua voz ao portão (At 12:13-36). Pedro poderia ser a Pessoa que o levou a Cristo – I Pe 5:13. Segundo Tasker15

“Pedro é a principal fonte de informação do evangelista”. Nesse mesmo ponto Black em seu livro coloca que “... a fonte suprema do evangelho de Marcos foi a pregação oral de Pedro”16

Barnabé, Tio: Colossenses 4:10. (Estava em companhia de Paulo) Barnabé, Proprietários de terra: Atos 4:36. Barnabé e Paulo Levaram Marcos quando regressaram de Jerusalém para

Antioquia (At 12:25) e Também quando partiram em sua 1ª Viagem Missionária (AT 13:5). Quando Barnabé quis levar Marcos na 2ª viagem, a recusa de Paulo provocou entre eles certo desacordo. O resultado foi que Barnabé levou Marcos para Chipre, e Paulo levou Silas para Síria e Cilícia (At 15:36-41).

Paulo escreveu que Marcos estava com ele durante sua 1ª prisão Romana (Cl 4:10; Filemom 24).

12 Anos depois, teria havido ali uma reconciliação. De fato no final de sua vida Paulo referiu-se a Marcos, Dizendo: “ele me é útil para o Ministério” (2 Tm 4:11).

* Tem-se sugerido que Marcos referiu-se a si mesmo em seu relato de “um certo Jovem” no Getsêmani (Mc 14:51-52), visto que todos os discípulos haviam abandonado a Jesus (14:50), este pequeno incidente pode muito bem ter sido um relato de 1ª mão.

PECULIARIDADES: Apresenta muitos latinismos, ou seja, palavras em latim, tais como:

Legion, Modius, Speculator, Sextaris e etc...; e ainda mais, das 12 (doze) vezes que aparecem a palavra evangelho nos 4 (quatro) evangelhos, 8 (oito) delas estão nesse evangelho.

CONTEÚDO LITERÁRIO: Conservando na mente o fato de que Marcos está descrevendo Cristo como o

Conquistador Poderoso e Servo, percorremos todo o evangelho para ver a realização deste pensamento.

I – ANTES DE TUDO, MARCOS DESCREVE A VINDA DO GRANDE

CONQUISTADOR REGISTRANDO: ( 1:1 – 2:12 ). 1 – Seu nome e sua proclamação (1:1-8). 2 – Sua vitória inicial sobre Satanás (1:9-13). 3 – A 1ª Proclamação do seu reino (1:14-20). 4 – Suas Primeiras obras de poder (1:21-2:12). II – ELE DESCREVE O CONFLITO DE REI PODEROSO EXIBINDO-O COMO:

(2:13-8:21). 1 – Alistando súditos para o seu reino – Apóstolos, publicanos, pecadores,

enfermos e necessitados (2:13-3:35). 2 – Explicando o desenvolvimento do seu Reino (4:1-34).

14 RAYES, Doremus A. The Synoptic Gospels and The Book of Acts. New York: The Methodist Book.p.105. 15 TASKER, R. V. G., Mateus – Introdução e Comentário. São Paulo: 2005. Vida Nova. 229p. p.10. 16 BLACK, David Alan. Por que 4 Evangelhos?. São Paulo: 2004. Vida Nova. 127p. p.7.3

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3 – Conquistando a natureza, os demônios, a enfermidade e a morte (4:35-5:43).

4 – Sofrendo a oposição Do Povo (6:1-6); De Herodes (6:14-29). Dos Escribas e Fariseus (7:1-23; 8:10-21). III – ELE EXIBE O CONQUISTADOR REIVINDICANDO O SEU DIREITO AO

REINO DE PODER E APRESENTA-O: (8:31-13:37). 1 – Ensinando aos seus seguidores como se ganha a vitória no seu reino. Por meio do sofrimento e da morte 2 - Reivindicando o seu direito ao Reino, em Jerusalém. Por sua entrada triunfal (11:1-11). Pela purificação do Templo (11:15-19). Pela derrota Daqueles chefes que duvidaram da sua autoridade (11:27-12:44). Pela Profecia da sua 2ª Vinda em Glória (13:1-37). IV – MARCOS DEMONSTRA COMO CRISTO PREPARA O

ESTABELECIMENTO DO SEU REINO POR MEIO DE: 1 – Sua Preparação para a Morte (14:1-72) 2 – Entregando-se a Morte (15:1-47). V – FINALMENTE ELE MOSTRA ASSUMINDO O REINO (ESPIRITUAL):

(16:1-4). 1 – Pela conquista da Morte 2 – Pelo envio dos seus seguidores a proclamar o seu triunfo (16:15-20). Marcos encerra sua narrativa com a Conjunção ga>r “gar” =pois; porque; ora; de

fato, para enfatizar que o evangelho começou, mas ainda não terminou. Não terminou com a ressurreição de Jesus. Continua mesmo hoje, quando seus seguidores proclamam sua morte e ressurreição. Essa é uma boa maneira de encerrar a narrativa do evangelho.

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eujagge>lion to< kata< Matqaion. EUANGUÉLION TÒ KATÀ MATTHAION – EVANGELHO SEGUNDO MATEUS

PROLEGÔMENOS: TEMA: O tema central deste evangelho é Jesus, o Rei Messias. Por meio de numerosas citações do Velho Testamento ele mostra o que o

Messias deve ser. Por um registro das palavras e atos de Jesus, Mateus prova que Ele era aquele Messias.

A repetição freqüente das palavras “reino” e “reino dos céus”, revela outro tema importante do Evangelho de Mateus que expõe o reino dos céus como prometido no velho testamento (Mt 11:13) como proclamado por João Batista e Jesus (3:2; 4:17), representado agora pela Igreja (16:18, 19) e como triunfante na segunda vinda de Jesus (25:31, 34).

AUTOR: Mateus: (Matqai~~on) Nacionalidade – Judeu Cidade natal – Cafarnaum Ocupação – Coletor de Impostos Relacionamento – Apóstolo de Jesus Ex-coletor de impostos – Mt 9:9-13. Descreve a maneira pela qual ele foi

chamado e a reação que causou nas pessoas. Cristo o viu quando ele estava em seu local de trabalho, “assentado na coletoria” – Lc 5:27, na periferia de Cafarnaum, onde recebia as taxas ou impostos comerciais dos mercadores que chegavam de fora, provavelmente passageiros dos barcos que trafegavam através do mar da Galiléia. Segundo Moody17, na qualidade de ex-cobrador de impostos “Mateus estava

bem qualificado para produzir tal evangelho. Seu conhecimento comercial de taquigrafia capacitou-o a registrar totalmente os discursos de Jesus. Sua familiaridade com os números reflete-se na sua freqüente menção de dinheiro, seu interesse em grandes quantias – Mt 18:24 e 25:15, e a sua preocupação com estatísticas em geral – Mt 1:17”.

Mateus era cobrador de impostos, relativamente próspero para os padrões

da época. Mateus depois que aceitou a Jesus como Senhor e Salvador convidou para

jantar, e convidou vários de seus amigos e colegas de trabalho. Tasker18 disse: “Pelo menos ele sabia fazer contas e as surpreendentes referências a dinheiro neste evangelho podem também ser pequenos mas significativos indícios revelando a mão de um cobrador de impostos”

DESTINATÁRIO: Para toda a Humanidade em geral, mas para os Judeus em particular. A

intenção de dirigir-se primeiramente ao Judeu vê-se pelos seguintes fatos: 1º - Irineu e Orígenes declaram que Mateus foi escrito para os convertidos do

judaísmo, ou seja, Ele usa mais o velho testamento do que os outros. Grande número de citações do VT, cerca de 60 Dessas. Alguém que prega aos Judeus deve provar a sua doutrina pelas escrituras antigas. Ele faz dessas citações a verdadeira base do evangelho.

2º - As primeiras Palavras do Livro: “O Livro da Geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão”, sugerem imediatamente ao Judeu 2 Pactos que contem Promessas do Messias – o davídico e o Abraão (II Sm 7:8-16; Gn 12:1-3).

17 PFEIFFER, Charles F, HARRISON, Everett F, Comentário Biblico Moody. ed. IBR. Vol. 4. São Paulo: 2001. p.1. 18 TASKER, R. V. G., Mateus – Introdução e Comentário. São Paulo: 2005. ed.Vida Nova. 229p. p.11.

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3º - Ausência geral de explicações dos costumes judaicos, demonstra que o evangelista escreveu a um povo familiarizado com os mesmos.

DATA E IDIOMA. Antes do ano 70 a.D. foi escrito por se destinar especialmente aos Judeus. Para

ratificar esse pensamento, cito Moody, 19onde ele declara “ a data do evangelho de Mateus deve ser anterior a 70 A.D, pois não encontramos nele nenhuma indicação de que Jerusalém estivesse em ruínas (sendo claramente proféticas todas as predições de sua destruição). Passagens tais como 27:8 (‘até o dia de hoje’) e 28:15 (idem), exigem um intervalo de certa duração...”. Em suma entre 65-67 a.D.

PECULIARIDADES. 1º - Mateus é o único lugar na Bíblia onde aparece o termo, “reino dos céus”,

aparece 35 vezes. 2º - É o único a relatar que Judas se arrependeu, atirando as trinta peças de

prata de volta ao templo, saindo então para enforcar-se. O cobrador de impostos ensina a respeito dos perigos do dinheiro.

3º- É o único em que ocorre a apalavra “Igreja” – Mt 16.18; 18.17 O PROPÓSITO DO LIVRO. O propósito do Livro se descobre no 1º Versículo Demonstrar que Jesus é o

grande Messias, o Filho de Deus, o verdadeiro Rei prometido e esperado; Os estudiosos há muito têm argumentado sobre a maneira como Mateus chega

ao seu propósito expresso. O tema permanente no evangelho de Mt é reconhecido como sendo o do rei e do Reino do céu. Várias coisas ou elementos podem ser vistos, não obstante. Os elementos são:

1º - Propósito Litúrgico= Onde muitos estudiosos dizem que Mt escreveu para preencher as necessidades de adoração e leitura pública.

Alguns sugeriram que o propósito foi apresentar um novo Pentateuco, para substituir o antigo, dos Judeus, mais isto não pode ser demonstrado satisfatoriamente.

2º - Propósito kerigmático ( kh>rugma )= A ênfase aqui é sobre o conteúdo da pregação, evangelismo e missões. Tudo isso pode ser encontrado em Mateus, entrementes, não foi demonstrado conclusivamente que isto forma o propósito real deste evangelho. Você é um kh>rux = Arauto, mensageiro real, Pregador.

Evangelizar os Judeus – 10:5-6; 15:24. Não é limitado aos Judeus sozinhos – 8:11; 24:14; 28:20. 3º - Propósito Didático= Foi escrito para instruir. O elemento didático de

Mateus é proeminente e de grande importância, entrementes não pode ser demonstrado como sendo o propósito primordial do Evangelho.

4º - O propósito Apologético= Crescente tensão entre o Cristianismo e o Judaísmo.

Qualquer um destes elementos pode ser argumentado inteligentemente como sendo um propósito do Evangelho de Mateus, entrementes nenhum deles pode ser determinado como O propósito.

Em suma o propósito de Mateus é apresentar Jesus como o grande Messias, o filho de Deus, o verdadeiro Rei prometido de Deus e esperado, por tantos anos, pela nação judaica.

CONTEÚDO LITERÁRIO. I - Vinda do Messias (1:1-4:11).

Os Judeus davam muita importância às genealogias. Antes de uma pessoa ser ordenada para o sacerdócio, requeria-se que

provasse a sua descendência de Arão. No tempo de Esdras alguns foram rejeitados por não poderem provar o seu direito ao sacerdócio.

19 PFEIFFER, Charles F, HARRISON, Everett F, Comentário Biblico Moody. ed. IBR. Vol. 4. São Paulo: 2001. p.1.

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Mateus, expondo Jesus como o Messias, vê-se obrigado a provar pelo VT que Jesus é filho de Davi - Aquele que tem direito de ser rei de Israel (Sl 132:11). Fez isto na genealogia que se encontra no Capítulo 1:1-17, que é a de José. O VT ensina que o Messias havia de nascer de uma virgem e que devia ser,

não somente o filho de Davi, mas o filho de Deus (Is 9:6). Mateus, portanto, narra o nascimento virginal de Cristo para demonstrar como se cumpriam Nele estas escrituras. Os Magos provavelmente eram de uma tribo sacerdotal dos medos, cuja

ocupação principal era o estudo da astrologia e a interpretação dos sonhos. São representantes Dessa classe de gentios que adoram o verdadeiro Deus. Possivelmente

chegaram a esperar a vinda do Messias pelo testemunho dos judeus que viviam em seu país.

Nota:

Mateus 5:3 – A Palavra Bem-Aventurado que se usa em cada uma das bens aventuranças, merece uma atenção muito especial. Mt 5: 43-48 – Que quer dizer Jesus quando nos ordena amar a nossos

inimigos? Em grego existem 4 palavras diferentes que equivalem ao nosso substantivo

“Amor”, que são: AGÁPE, FÍLOS, ÉROS E STÓRGUE. II) O Ministério do Messias (4:12-16:12). Mateus mostra a Galiléia como o ponto de partida do ministério de Jesus

em cumprimento da profecia. Note quantas vezes se repete neste evangelho a expressão “Para que se cumprisse”.

Parábola é o discurso que ensina uma verdade espiritual usando ilustração

material. Veja-se Lc 23:1. IV) O Sacrifício do Messias (Caps. 24-27). V) O TRIUNFO DO MESSIAS (CAP. 28).

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eujagge>lion to< kata< Louka~~v. EUANGUÉLION TÒ KATÀ LOUKÂS – EVANGELHO SEGUNDO LUCAS

PROLEGÔMENOS: Ele escreveu especialmente para o povo Grego cuja missão era melhorar o

Homem moral, intelectual e fisicamente, tendo por ideal o Homem perfeito. Assim como os judeus fracassaram em obter a salvação por meio da lei e das cerimônias, da mesma maneira os Gregos fracassaram em obtê-la por meio da sua cultura e filosofia. A educação era para os Gregos, ao passo que, a lei era para os judeus. Vendo a sua incapacidade de salvar a humanidade por meio da sua educação, muitos filósofos entre os Gregos viram que a única esperança de salvação era a vinda de um homem divino, então Lucas para satisfazer a necessidade dos Gregos, expõe Jesus como o Perfeito Homem Divino, o representante, o Salvador da humanidade.

Como era costume entre os historiadores romanos, Lucas começa o seu evangelho com um prefácio:

- Ele diz que muitos homens da sua época tinham tentado escrever a narração do ministério de Cristo (versículo 1);

- Evidentemente não satisfeito com essas tentativas, empreende a obra de escrever um relato da vida do Senhor “em ordem”. Declara as suas qualidades para encarregar-se dessa obra, a saber, o fato de ter recebido as suas informações de testemunhas oculares (versículo 2);

- Por ter um conhecimento perfeito de todos os dados da vida e do ministério do Senhor Jesus desde o princípio (versículo3);

- Dedica, em seguida, o seu evangelho a um Teófilo com a finalidade de confirmar a sua fé.

TEMA: O tema deste evangelho é o Filho do Homem Perfeito que veio “buscar e

salvar o que se havia perdido” (19:10). O Evangelho Segundo São Lucas apresenta-nos uma narrativa histórica expondo Jesus Cristo como o perfeito Homem Divino.

AUTOR Lucas: Nacionalidade – Grego Cidade natal – Antioquia, na Síria Ocupação – Médico Relacionamento – Discípulo de Paulo A pena que o Espírito Santo Usou para escrever este livro não foi um dos

apóstolos, como se diz comumente. Nem era discípulo quando Cristo andava neste mundo. Segundo Eusébio Ele era natural da Antioquia, na Síria. Seu nome é a forma abreviada de Lucanus, o que levou alguns a afirmar que

ele era Grego. Era um homem instruído que abraçou a carreira de médico. A 1ª referência de sua pessoa como sendo colaborador de Paulo está em Atos

16:10. O evangelho era substancialmente o mesmo que ele e Paulo tinham pregado

entre os Gregos; que era produzido e publicado entre o povo Grego. DESTINATÁRIO. Em 1ª instância, a um amigo pessoal e aos Gregos. O Evangelho de Lucas é apropriado para os Gregos por vários motivos: 1º- Pelos qualificativos do autor. Acredita-se que Lucas era Grego, um

Homem de grande instrução, como indica o seu estilo e o fato de ser ele Médico.

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2º- Pelo arranjo da obra, este evangelho é a história mais metódica das palavras e das obras de Jesus. A leitura cuidadosa revela passagens escritas por um pensador a um povo filosófico e meditativo.

3º- Pelo estilo, o Evangelho de Lucas é peculiarmente atraente por sua

eloqüência poética, notem os cânticos reproduzidos no 1º Capítulo. Por todo o Evangelho encontramos os discursos de Jesus em contraste direto com o Evangelho de Marcos que acentuou as obras de Jesus em vez de acentuar as suas doutrinas.

4º- Pelas suas emissões, partes distintamente judaicas foram emitidas. Pouco ou nada se diz acerca das profecias do velho Testamento A DATA DO LIVRO Foi talvez, durante o tempo da prisão em Roma que Lucas escreveu seu

Evangelho e também os Atos dos Apóstolos. Os eruditos concordam que foi entre os anos 63 a 68 a.D.

A Mensagem - Este livro, sendo dirigido a leitores gregos, dá uma chave à sua mensagem. O

ideal grego era de visão perfeita, muito diferente do ideal dos romanos. Enquanto “os romanos sentiam que sua missão era governar, os gregos alimentavam o ideal de educar, elevar e aperfeiçoar o homem. O ideal do romano era a glória militar e o domínio, mas, o do grego era a sabedoria e a beleza”.

- O retrato de Jesus que Lucas pintou é do Homem Perfeito, aquele que satisfaz e ultrapassa o mais elevado ideal dos gregos. Ao passo que fala da Deidade de Cristo, dá ênfase à sua varonilidade perfeita. O caráter de Jesus é revelado, neste evangelho como intensamente humano. Ele tanto é “Filho do Homem” como é “Filho de Deus”.

* No Evangelho de Lucas, existem duas ênfases escatológicas, que são: a Parousia e a Eschaton.

CONTEÚDO LITERÁRIO I – A introdução (1:1 a 4) II – O advento do homem Divino (1:5 a 4:13) III – Seu ministério da Galiléia (4:14 a 9:50) IV – Seu ministério da Peréia (9:51 a 19:28) V – Sua crucificação e ressurreição (19:29 a 24:53) Lucas contém muitos fatos e discursos que se encontram em Mateus e Marcos.

Trataremos, portanto, somente daqueles detalhes que não se encontram nos outros evangelhos.

Lucas começa a sua narração com um acontecimento que não se encontra nos

outros evangelhos! A Anunciação do Nascimento de João Batista. Nasce João batista. Contrário ao costume geral dos Judeus. Não lhe deram

o nome de algum parente morto. Seu nome significa “O Senhor é benigno” – um nome adequado para o precursor do Senhor da graça. A língua de Zacarias foi solta e cheio do espírito de Deus, louvo-O beste cântico, conhecido geralmente como o “Benedictus” (Lc 1:68-79).

Notem que Mateus registra a anunciação feita a José, narra a história sob o ponto de vista de José. Lucas, contudo narra sob o ponto de vista de Maria, proporciona boas razões para se crer que a genealogia dada pelo Doutor Lucas é a de Maria.

Comparação entre Mateus e Lucas: Mateus registra simplesmente o fato de Cristo ter nascido em Belém. Lucas dá detalhes e registra as circunstâncias que induziram José e Maria a fazer a

viagem a essa aldeia, isto é, o recenseamento romano que exigia a presença de cada pessoa na sua aldeia nativa, para fins de imposto.

Os Capítulos 1 e 2, são dedicados ao nascimento e a infância de João e de

Jesus, são característicos da narração lucaniana: Ele tem o cuidado de localizar o tempo e lugar onde se situam os acontecimentos que descreve. Ele dá vida aos seus

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personagens que entram, vêm, sobem, saem ou partem; as cenas não são simplesmente representadas, mas dialogadas e, por assim dizer, cantadas em ações de graças e cânticos, como os de : Isabel (1:42-45); Maria (1:46-55); Zacarias (1:68-79) Dos Mensageiros (2:14) e

de Simeão (2:29-32). Lucas é o único registra alguns dos acontecimentos da infância de Jesus.

Ele o faz para acentuar a Sua natureza humana – para apresentá-lo como a “semente da mulher”(Gn 3.15). Ele deseja mostrar que Jesus, embora sendo Filho de Deus, cresceu de maneira natural (2.40 a 52).Registra a visita de Jesus a Jerusalém para poder demonstrar que Jesus desde a infância teve conhecimento da Sua missão Divina (2.49)

Dentre muitos detalhes que só o doutor Lucas relata destaco 12, assim como vemos abaixo:

1- A primeira rejeição em Nazaré (4.14 a 30) 2- A pesca milagrosa (5.1 a 11) 3- A ressurreição do filho da viúva (7.11 a 18) 4- A unção de Jesus por uma mulher pecadora (7.36 a 50) 5- As mulheres que ministram ao Senhor (8.1 a 3) 6- Zelo em conhecimento repreendido (9.49,50)

Um enterro em Naim dá ao Senhor oportunidade de revelar-Se como

Aquele que “enxugará toda a lágrima” (Ap. 21:4). 7 - O Bom samaritano (10:25 a 37) 8 – Marta e Maria (10:38 a 42) 9 – Os dez leprosos (17:11 a 19 10– Parábolas do Juiz injusto do fariseu e publicano (18:1 a 14) 11 - A conversão de Zaqueu (19:1-10) 12 - Parábola das minas (19: 11 a 28)

O preconceito dos samaritanos a respeito dos judeus pode-se ver na recusa de receber Jesus, porque o Seu rosto era como o de quem ia para Jerusalém. João e Tiago, os “filhos do trovão” (Mc. 3:17), em espírito demasiado zeloso, desejam imitar o exemplo de Elias, fazendo com que desça fogo do céu. Este zelo sem conhecimento é severamente censurado pelo seu Mestre.

O capítulo 10:38 a 42 proporciona-nos alguns conhecimentos da vida social de Jesus, descrevendo duas das pessoas mais íntimas: Marta e Maria. É interessante mencionar aqui com Lucas, no seu evangelho, salienta o ministério das mulheres (veja também Lucas 1:26-55; 2:36; 8:1-3).

O Evangelho de Lucas é o Evangelho da humanidade. Na escolha de suas parábolas salienta o amor de Deus para com toda a humanidade. É interessante ver como salienta o amor de Jesus para com os samaritanos – um povo odiado e desprezado pelos judeus (vide 9:52 a 56; 10:25 a 37). No caso da cura dos leprosos (17:11 a 19), destaca a ingratidão dos nove judeus leprosos em contraste com a fé e a gratidão de um samaritano (versículos 17 e 18).

O capítulo 19:1 a 10 registra a conversão de um membro dessa classe

desprezada, os publicanos. Os publicanos eram coletores de impostos, judeus a serviço do governo romano. Por servirem aos opressores dos judeus e pelo fato de serem geralmente desonestos, eles eram odiados pelo povo. Zaqueu manifestou a genuinidade da sua conversão pela sua oferta de restituir tudo que tinha adquirido por meios desonestos.

Mateus nos informa que os Dois ladrões que foram crucificados com Cristo O injuriaram.

Lucas acrescentou mais um detalhe que um deles se arrependeu. Eles representam com relação a Cristo, duas classes da humanidade. Ambos

são pecadores, condenados pela lei e sofrendo a punição legal, ambos sem esperança, mas um é salvo e o outro é perdido. O destino destes homens decidiu-se por uma atitude para com o inocente que pendia na cruz.

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O Doutor Lucas termina o seu evangelho registrando a ordem de Jesus aos seus discípulos para permanecer em Jerusalém, e a sua ascensão. O registro dos acontecimentos repetidos no 1º capítulo do livro de atos, foi escrito pelo mesmo autor.

PROPÓSITO: Lucas Claramente expressa seu propósito no prólogo de seu evangelho – 1:3-

4. Ele queria criar uma narração acurada, cronológica e abrangente da vida

singular de Jesus Cristo, com o fim de fortalecer a fé dos crentes gentios e estimular a fé salvífica entre os não-crentes.

Poderia também ter tido um propósito secundário, ou seja, mostrar que o cristianismo não era uma seita politicamente subversiva.

Palavra Chave: Jesus, o Filho do Homem. Versículos-chave: 1:3-4; 19:10. Capítulo-chave: 15

CURIOSIDADES: Algumas faculdades católicas de medicina o homenageiam nas

comemorações do dia de São Lucas. Existem apenas três referências específicas a Lucas no Novo Testamento

nas quais são: 1º- Ao escrever para Filemom (Fm 24). 2º- A Apreciação de Paulo escrevendo para Timóteo a Presença de Lucas Quando

disse:”Só Lucas está comigo”(2 Tm 4:11). 3º- Seu nome é mencionado numa passagem de Colossenses depois de todos os

obreiros Judeus, geralmente se conclui que era gentio (Cl 4:10-14). Lucas começa a sua narração com um acontecimento que não se encontra nos

outros evangelhos! - A anunciação do nascimento de João Batista. O Evangelho de Lucas é o que registra mais Parábolas. Em Mt 19:24 e Mc 10:25 a palavra para agulha é Rafídos, enquanto aqui em

Lucas 18:25 é Belónes.

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eujagge>lion to< kata< jIwa>nnhv. EUANGUÉLION TÒ KATÀ IOÁNNES – EVANGELHO SEGUNDO JOÃO PROLEGÔMENOS: JOÃO: Nacionalidade – Judeu Cidade natal – Judéia Ocupação – Pescador Relacionamento – Discípulo de Jesus O evangelho de Jesus cristo segundo João é o mais conhecido, é o livro mais

amado do mundo. Essa obra tem induzido muitas pessoas a seguirem a cristo, tem inspirado mais crentes a servirem ao senhor do que qualquer outra obra através dos séculos. Se considerarmos Lucas “a mais bela obra literária do mundo”, João é ainda mais elevada, mais sublime, ao passo que suas histórias cativam crianças, suas lições são insondáveis aos filósofos.

O quarto livro do novo testamento, o quarto evangelho. O contraste entre João e

os outros três evangelhos, os sinóticos, é mesmo evidente por uma literatura superficial. Foi escrito originalmente em grego, língua conhecida em todo mundo.

O quarto evangelho não registra qualquer parábola, menciona somente oito

milagres dos quais apenas dois são relatados nos outros evangelhos. O evangelho de João é o evangelho do filho de Deus.

AUTORIA: Evidência Interna e Externa. O autor do quarto Evangelho era alguém familiarizado com a tradição judaica

(Jo. 1:19-28); alguém que conhecia as rivalidades entre judeus e samaritanos pelo que se depreende do encontro de Jesus com a mulher samaritana (4:9); alguém que conhecia a geografia palestina e seus detalhes, como o Poço de Siloé, a aldeia de Betânia, o ribeiro Cedron, detalhes que apontam para fora de Jerusalém (9:7; 11:18; 18:1); alguém que conhecia a Galiléia (1:44; 2:1) e Samaria (4:5,6,21).

O autor do quarto Evangelho foi alguém que se colocou dentro da

narrativa do texto ao citar o pronome “nós” como participante dos eventos que narra, além de colocar-se como testemunha do que estava escrevendo (1:14; 19:35). O autor descreve o ambiente em que se dão os fatos com tantos detalhes que demonstra ter estado presente no momento dos acontecimentos que narra. Foi capaz de citar a hora em que Jesus assentou-se à beira do poço de Jacó, de citar o número de talhas que estavam cheias de água no milagre de Caná, capaz, ainda, de dizer a quantidade e o preço do perfume que foi derramado sobre os pés de Jesus (4:6; 2:6; 12:3,5).

O autor se identifica como “o discípulo amado”, dizendo ser ele o que escreveu

este evangelho (13:23; 21:20-24). Até aqui conhecemos muito sobre as características do autor do quarto

evangelho, sem contudo, termos uma identidade do seu nome. Entretanto, essas características apontam para alguém muito próximo de Jesus, um dos doze apóstolos que esteve muito perto de Jesus na última ceia (13:23), no julgamento (18:15,16) e na cruz (19:26,27). Das possibilidades entre os doze tem-se Tiago, João, Pedro, Tomé e Filipe. Entretanto Tiago foi morto muito cedo (At. 12:2), Pedro Tomé e Filipe são mencionados cm muita freqüência na terceira pessoa no quanto Evangelho a tal ponto que nenhum deles poderia ser o autor. O autor tinha a certeza de que estava identificado pelos seus leitores ao mencionar-se como o discípulo amado. Assim, João, o apóstolo, filho de Zebedeu e de Salomé, que, provavelmente, era irmã de

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Maria, mãe de Jesus (Mc. 1:19,20; Mt. 27:56; Mc. 15:40; Jo. 19:25). Muitas palavras encontradas no quarto Evangelho estão presentes nas cartas Joaninas, principalmente na primeira carta, e têm a mesma conotação teológica: verdade, vida, amor, luz, e a cristologia do Verbo encarnado. Sendo assim, conclui-se que a autoria do quarto Evangelho pode ser comprovada pelo testemunho dos escritores patrísticos e pelas evidências do próprio Evangelho.

Evidência Interna – João 13:23,25; 19:26; 19:32-37; 20:2-8; 21:2; 21:7 e a

referência contida em João 21:24-25 realmente parece apontar para “o discípulo a quem Jesus amava”.

Evidência Externa – Pais da Igreja

O 1º comentário sobre este evangelho foi produzido por um gnóstico, Herácleo, cerca de 170 d.C. outros escritores gnósticos (tais como Marcião), alguns evangelhos apócrifos e escritos heréticos, tais como o evangelho de Filipe, o apócrifo de João e o evangelho de Tomé, todos pressupõem o quarto evangelho como tendo autoridade e sendo bem conhecido, e dizem que João, filho de Zebedeu, é o autor.(HALE, 2001. p.137-143).

Em suma, admiti-se que há áreas problemáticas, mas a solução mais lógica e óbvia, e que apresenta menos dificuldades, é dizer-se que João, o filho de Zebedeu, é autor do nosso quarto evangelho.

O Evangelho de João é o mais teológico de todos os evangelhos. Apenas

sete milagres são narrados nele e nenhuma parábola. Os discursos de Jesus são centrados em sua própria pessoa e não no Reino de Deus como é a ênfase nos demais evangelhos.

O Evangelho de João apresenta uma estreita relação de Jesus com seus discípulos e seu conteúdo discute profundamente a natureza de Jesus Cristo e o significado da fé nele. Tem forte ênfase no discipulado, mostrando Jesus em diálogo com as pessoas, orientando-as diretamente como nos casos da mulher samaritana, de Nicodemos. Assim o Evangelho de João é profundamente evangelístico e mostra Jesus muito mais envolvido com a evangelização pessoal do que com os discursos às multidões.

Tem sido difícil datar o Evangelho de João. As possibilidades variam desde 40 a 140 d.C. Apesar de todas as dificuldades, tem-se procurado um consenso em torno de uma data posterior à destruição de Jerusalém e que coadune com a teologia, julgada avançada, do Evangelho de João. Prefere-se, assim uma data em torno do final do primeiro século d. C., quando a Igreja tinha atingido um certa medida de maturidade, e quando havia necessidade de avançar no ensino do que dizia respeito á natureza da fé.

A descoberta do fragmento de Rylands por preservar uma parte do Evangelho de João, mostra que esse Evangelho estava em uso na primeira metade do segundo século.

2. DATA E LOCAL. Jerusalém fora destruída pelas legiões romanas sob o comando de Tito em

70 A.D, os Sinópticos como aprendemos foram escritos antes de 70, porém, o quarto evangelho não. Em 85-90 d.C, foi escrito em Éfeso, Ásia, Irineu afirmou que o discípulo que se recostara sobre o peito de Jesus publicou um evangelho durante sua residência em Éfeso.

Como falamos acima no que se refere a data concernente ao evangelho de João, o qual teve sua escrita, provavelmente, nos anos 85 a 90 D.C., quando todo o Novo Testamento estava completo. Esta foi a época de escrita aceita pelos estudiosos liberais e conservadores. Broadus20 cita Kummel21, onde no tocante a data do quarto

20HALE, Broadus. David, Introdução ao Estudo do Novo Testamento.São Paulo: ed.Hagnos. 2001.p.14 21 Broadus retirou do livro de KUMMEL. Introduction to the New Tetament – Introdução ao Novo Testamento. p.175.

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evangelho disse as seguintes palavras: “Desta forma, hoje é opinião quase comum que João foi escrito na última década do primeiro século”

Porém nem todos os estudiosos liberais e conservadores concordam com essa datação tardia do quarto evangelho.

3. PROPÓSITO E TEMA. Bem mais fácil de identificar é o propósito do Evangelho de João, pois o

próprio autor o revela no capítulo 20:30,31. Nesta referência se tem não só o propósito, mas também uma estrutura construída em torno de palavras especiais utilizadas por João. Por exemplo: “Jesus operou na presença de seus discípulos muitos outros sinais miraculosos que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creais que Jesus é o Cristo, o filho de deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.” As palavras SINAIS, CREAIS e VIDA se ligam numa relação de interdependência:

SINAIS: João organiza o Evangelho em torno de 7 milagres, onde seis deles só aparecem nesse Evangelho. São os seguintes os sete sinais: a transformação da água em vinho nas bodas de Caná (2:1-11); a cura do filho de um régulo (oficial do rei, possivelmente Herodes Antipas); Cura de um homem paralítico (5:1-9); multiplicação dos pães e dos peixes (6:1-14); caminhando sobre as águas (6:16-21); cura do cego (9:1-12) e a ressurreição de Lázaro (11:1-46).

Esses sinais, segundo o autor do quarto Evangelho, revelam o poder de Deus em Jesus Cristo, comprovando sua divindade. Cada sinal escolhido por João para compor o seu Evangelho demonstra o poder de Jesus Cristo sobre aspectos naturais e imutáveis da existência humana: a mudança da água em vinho revela o poder de Jesus Cristo sobre a qualidade da matéria; a cura do filho do nobre revela o seu poder sobre a dimensão do espaço; a cura do paralítico demonstra o poder sobre a dimensão do tempo; a multiplicação dos pães e peixes, sobre a quantidade; caminhar sobre as águas, poder sobre as leis naturais; cura do cego, poder sobre os infortúnios da vida; ressurreição de Lázaro, poder sobre a morte. Assim, os sinais são para que creais que Jesus é o Cristo.

CREAIS: Os sinais são para que creais. Esta é a palavra chave desse Evangelho, usada 98 vezes por João. Traduzida por “crer” denota fé, o tema do Evangelho de João. Significa entrega completa do indivíduo a Cristo. Nela se encontra o pleno significado da vida cristã, uma vez que o tempo do verbo usado nesta passagem implica o processo contínuo da fé, envolvendo a idéia de progresso. Nisto a fé produz a dinâmica do crescimento da vida cristã. Convencido por sinais, o crente avança num processo crescente de fé.

VIDA: soma total de tudo o que é concedido ao crente na salvação. É a mais alta experiência de que a humanidade é capaz. “Esta”, disse Jesus, “é a vida eterna, que conheçam a ti único verdadeiro Deus, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste” (17:3). A vida preconizada por João e que vem em detrimento da fé em Jesus Cristo, abrange uma índole amável, uma nova consciência, ação recíproca com o ambiente e desenvolvimento constante.

Sinais, fé e vida fornecem uma organização lógica do Evangelho de João. Nos sinais encontramos a revelação de Deus, na fé está a reação que os sinais produzem e na vida está o resultado da fé em Jesus Cristo. João escreveu para combater uma forma específica do gnosticismo,

denominada docetismo22( docetismo vem de da palavra grega, ou seja, do verbo Dokéo “doke>w”, que significa parecer, esse verbo traduzido é: “Eu pareço”). Jesus é o filho de Deus, logo, é o tema desse evangelho.

22 Que isto foi um segmento desenvolvido do gnosticismo no 2º século está fora de contestação, e alguns críticos datam o 4º evangelho o mais tardiamente possível, para encontrar esta doutrina desenvolvida dentro de seus conteúdos. Segundo o pensamento docético, Jesus não foi uma pessoa real, ele apenas “parecia” ter uma forma física.

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O LIVRO DOS SINAIS: Deus em sua essência é perfeito, o número 7 é perfeito, por ser assim, 7

sinais são apresentados, destarte vemos abaixo:

Primeiro sinal: Transformação da água em vinho em Caná. Ensino: Jesus é o cumpridor do velho e o doador do novo (1:19-3:36) O testemunho de João (1:19-34) O testemunho dos discípulos (1:35-51) O testemunho do sinal (2:1-3:36) Segundo sinal: A cura do filho do régulo. Ensino: Jesus é superior à dimensão do espaço (4:1-54) Terceiro sinal: A cura do homem paralítico. Ensino: Jesus é superior à dimensão do tempo e revela a Unidade do ser e

atividade do Pai e do Filho (5:1-47) Quarto sinal: Alimentação das multidões (6:1-14) Ensino: Jesus é sustentador e provedor da vida Quinto sinal: O caminhar sobre as águas (6:16-21) Ensino: Jesus é o Salvador e superior às leis naturais Sexto sinal: A cura do cego (9:1-12) Ensino: Jesus é superior aos infortúnios e é a luz do mundo (7:10-10:42)

Sétimo sinal: Ressurreição de Lázaro e ressurreição de Jesus Cristo (11:1-46; 13:1- 20:31). Ensino: Jesus é superior à morte, é Emanuel - Deus conosco. EPÍLOGO (21:1-25) O Senhor e o corpo de discípulos (21:1-14) O Senhor e os discípulos como indivíduos ( 21:15-23) Observações conclusivas (21:24-25). EM SUMA: É um documento anônimo, porém, a referência contida em 21:24-

25 realmente parece apontar para o “discípulo a quem Jesus amava” – 13:23, 19:26, 20:2, 21:7, 20 Segundo a tradição cristã, foi escrito pelo apóstolo João, na cidade de Éfeso,

no final do século I dC. Irineu afirmou que o discípulo que recostara sobre o peito de Jesus publicou

um evangelho durante a sua residência em Éfeso. O quarto evangelho foi escrito pelo apóstolo João23 (Jo. 21:24). Os críticos

do Novo Testamento, tem posto dúvidas sobre o autor, mas no mesmo plano de erudição se tem sustentado que o escritor deste livro foi o apóstolo João, que como Pedro e Tiago, eram um dos valentes e mais ilustres do Filho de Davi (Mc. 3:37; Mt. 17:1;26:27; confrontar com 1Co. 11:10 a 47).

Seu pai, Zebedeu, um pescador com seus filhos no Mar da Galiléia, parece

homem abastado; possuía, talvez, casa em Betsaida e tinham servos (Mc. 1:20). Salomé, a mãe de João (Mt. 27:56; Mc. 15:40 e 16:1) foi uma das mulheres

que acompanhavam Cristo e seus discípulos e O serviam com suas fazendas (Mc. 15:40, 41). Foi esta mulher, santa e querida, que com outras, na manhã da ressurreição,

levou aromas para embalsamar o corpo de Cristo (Mc 16:1). João era, sem dúvida, no início, um discípulo de João Batista. Depois foi

escolhido para ser um dos doze apóstolos (Mt. 10:2). Aquele que conhece os corações dos homens, deu a João e seu irmão, Tiago,

o nome do Filho do Trovão (Mc. 3:17). Foram assim chamados, talvez, por causa do poder com que testificavam do Cristo; o Trovão, entre os hebreus, dignifica a voz de

23 Tertuliano fez uma interessante declaração de que João foi banido de Roma, após ter sido imergido num caldeirão de óleo fervendo, porém, sobreviveu sem ferimentos, para a ilha de Patmos.

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Deus. João foi conhecido com aquele que Jesus amava (Jo. 13:23; 19:26; 20:2; 21:7,20). Foi a ele que o Mestre confiou o cuidado de Sua querida mãe antes de morrer

(Jo. 19:26,27). Foi um dos discípulos que perseveraram unanimemente em Jerusalém em

oração e súplicas (At. 1:13,14) Foi com os outros no dia de Pentecostes, batizado no Espírito Santo (At. 2:4). Continuava em constante companhia de Pedro (At. 3:4; 4:13; 8:14,17). A

história da Igreja concorda que João residia em Éfeso, de onde dirigia as obras da Igrejas. Foi de lá banido para solitária ilha de Patmos “por causa da Palavra de Deus e pelo testemunho de Jesus Cristo” (Ap 1:9). Era o mais jovem dos apóstolos do Senhor. Sobreviveu a todos os outros por

muitos anos, sendo o único deles que não morreu mártir.

CONTEXTO Gnosticismo - Talvez o ponto de maior controvérsia nos estudos do 4º evangelho

seja relacionado a uma heresia denominada Gnosticismo. É interessante ressaltar, que, existe pouca dúvida de que o gnosticismo de alguma maneira tenha tido uma influência sobre o evangelho de João.

Pode-se também ver que algumas das epístolas de Paulo, especialmente aos Colossenses e talvez Efésios reflitam quase a mesma espécie de gnosticismo que João. Em sua conclusão, Broadus24, coloca que “É melhor concluir que algumas das idéias que definitivamente iriam formar uma parte integrante do gnosticismo existiam quando João escreveu”.

TEMA O Evangelho de João é um acervo de testemunhos para provar que Jesus é o

Cristo, o Filho do Deus vivo. Foi escrito por João em resposta a um apelo da Igreja – que já possuía os outros Evangelhos – para ter as verdades mais profundas. Foi escrito com a finalidade de promover a vida espiritual da Igreja. Contém a substância da pregação de João à Igreja, são as verdades espirituais que ele havia recebido do Senhor. O propósito de João neste Evangelho é apresentar Cristo a todos os cristãos como o verbo encarnado de Deus.

PROPÓSITO João 20:31 JOÃO E OS SINÓTICOS Sinóticos quer dizer: o que dá uma vista geral de tudo ou da parte principal. Os

Evangelhos Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) são assim chamados porque nos fornecem uma vista geral, ou um resumo, dá vida de Cristo. Esses livros narram a vida de Cristo no mesmo esboço geral. A primeira divisão de João também denominada o “Livro dos sinais”. A palavra

milagre, no grego é SEMEÎON25 e, tem o significado de algo que acontece no mundo físico dos sentidos, porém, tendo uma significação espiritual, um evento na história usado para ensinar uma verdade espiritual. Os milagres são os sinais visíveis, que apontam para a verdade invisível

acerca daquele que é a verdade, no tocante a João 1:14 Os milagres (sinais) apontam para a natureza de Jesus, que só pode ser

discernida através da fé – João 12:37

24 HALE, Broadus. David, Introdução ao Estudo do Novo Testamento.São Paulo: ed.Hagnos. 2001.p.160-161. O autor acima citado, na página 163, no que concerne ao gnosticismo diz: “De natureza mais série é a conclusão de que João escreveu para combater o gnosticismo ou uma forma desta heresia. Este tipo de abordagem do propósito d João está geralmente ligado à datação do quarto evangelho para o fim do primeiro século ou começo do segundo. Diz-se que João escreveu para combater uma forma específica do gnosticismo, denominada DOCETISMO (de Dokéo = parecer. Que isto foi um segmento desenvolvido no 2º século está fora de contestação, e alguns críticos datam o 4º evangelho o mais tardiamente possível, para encontrar essa doutrina desenvolvida dentro de seus conteúdos” 25 Nos sinópticos a palavra sinal geralmente se referia a um indício acerca do fim do mundo, como por exemplo, em Marcos 8:11. Os milagres, segundo os Sinópticos denotam a presença do reino de Deus, destarte vemos em Mateus 12:28

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Existem 8 desses sinais encontrados em João, sendo, 7 antes e 1 depois da sua ressurreição, contudo, alguns consideram a morte e ressurreição de Jesus como sendo também, um sinal, observe João 2:18-22.

João tem várias palavras26 importantes que ou estão faltando ou são usadas escassamente pelos outros evangelistas, são elas: Amor, usada 44 vezes Saber, usada 57 vezes Verdade e cognatas, usada 46 vezes Mundo, usada 78 vezes Vida, usada 55 vezes Luz, usada 23 vezes Trevas, usada 8 vezes Consolador, usada 4 vezes e somente em João Palavras de duplo sentido dentro do mesmo contexto: ANOTHEN, que

traduzido é outra vez, de cima; PNEÛMA = Espírito, vento; HYPSOTHÉNAI = Levantar na cruz, levantar em exaltação.

Palavras distintas, que só aparecem aqui: METÀ TAÛTA - Serve para a transição de um incidente para outro KAÍ – Serve para ligar orações (chamado PARATAXE), ao invés de usar

orações coordenadas. Sendo conhecido como discípulo do amor, encerra o evangelho de João falando

sobre o amor ágape e o fílos, não poderia esperar outra coisa, desse discípulo amado de Jesus, a não ser, o amor.

26 Foi estimado que existem cerca de 50 características distintas encontradas em João.

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PRAXEIS TWN APOSTOLWN. PRAXEIS TON APOSTOLON – ATOS DOS APÓSTOLOS

PROLEGÔMENOS:

1. É uma continuação do Evangelho de Lucas (Lc. 1.1 e Atos 1.1...) 2. Faz referência ao mesmo destinatário (Lc. 1.3 e Atos 1.1)

AUTORIA: Lucas DESTINATÁRIO: Charles Pfeiffer27 em seu comentário, no que se refere ao

destinatário diz que “Não sabemos quem era o Teófilo, se um cristão que precisava de mais instrução ou um pagão interessado”. Foi escrito particularmente a Teófilo, um cavalheiro cristão, mas de modo geral, a toda a Igreja.

DATA: TEMA: O livro de Atos conte a história do estabelecimento e desenvolvimento

da Igreja cristã, e da proclamação do evangelho ao mundo então conhecido, de acordo com o mandamento de Cristo e pelo poder de seu Espírito.

O livro de atos fala da Ascensão, Descida e Expansão. A ascenção de Cristo é seguida pela descida do Espírito e a descida do Espírito é seguida pela expansão do evangelho. FONTES: Apóstolo Paulo; CONTEÚDO. I – A IGREJA DE JERUSALÉM - CAPS. 1- 8:4. O capítulo 6 registra a 1ª dificuldade da Igreja e a sua solução. II – O PERÍODO DE TRANSIÇÃO. A IGREJA DA PALESTINA E SÍRIA – 8:5 –

12:23. III – A IGREJA DOS GENTIOS – 12:24 -21:17. A 1ª VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO – 12:24- 14:28 Antioquia; Seleûcia; Chipre; Salamina;Pafos; Perge; Antioquia da Pisídia Listra; Derbe;Listra, icônio e Antioquia; Pisídia ;Perge ; Atalia A 2ª VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO – 15:36- 18:22. Síria, Cilícia,Derbe, Listra, Frigia, Galácia, Mísia, Trôade, Filipos, Antfípolis,

Apolônia –Tessalônica, Beréia, Atenas, Corinto28 , Cencréia29, Éfeso, Cesaréia30, Jerusalém –Antioquia31 .

A 3ª VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO - 18:23- 21:17. Galácia e Frigia, Macedônia, Grécia, Filipos, Troas , Assôs, Mitilene, Quios,

Trogílio, Mileto, Cós, Rhodes, Pátara, Tiro –Ptolemaida ,Cesaréia CONCLUSÃO. IV – AS ÚLTIMAS CENAS DA VIDA DE PAULO – 21:18 – 28:31. VIAGEM DE PAULO A ROMA – CAP 27-28. Cesaréia32 ; Sidon ;Mirra – Uma cidade na costa do sul da Ásia menor, onde

Paulo mudou de navio.

27 PFEIFFER, Charles F, HARRISON, Everett F, Comentário Biblico Moody. ed. IBR. Vol. 4. São Paulo: 2001. p.240. 28 Foi em Corinto, onde Paulo escreveu suas 2 epístolas aos tessalonicenses (estas foram escritas com o propósito de confirmar os recém-convertidos, confortando-os no meio da perseguição, exortando-os à santidade e consolando-os acerca dos seus mortos). 29 É um porto perto de Corinto, onde Paulo embarcou. Foi estabelecida aqui uma Igreja – Rm 16:1 30 Era a capital romana da Palestina e um porto 31 Foi o ponto de partida de todas as viagens missionárias de Paulo. 32 Desse porto, onde fora prisioneiro por 2 anos, Paulo embarcou para Roma. Tinha como companheiro Aristarco – 27:2 e Lucas (indicado pelo uso do pronome “nós”).

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Cnido – Um porto na costa da Ásia menor. O navio não pode entrar por causa de ventos contrários.

Creta33 ; Bons portos34 ; Malta ; Siracusa; Régio; Puteoli ; Roma . Deduz-se da tradição e de algumas referências, que Paulo foi posto em

liberdade por mais ou menos 2 anos – Fl 1:24-26; 2:24; Filemon 24 e II Tm 4:17, que foi novamente preso e finalmente executado (A prisão de Paulo só terminou ao ser ele decapitado, sofrendo o martírio sob o imperador romano Nero), durante a perseguição dos cristãos por Nero. Durante esse período, (63 d.C., aproximadamente, Paulo foi absolvido e colocado em liberdade, onde provavelmente durante esse período escreveu I Timóteo e Tito. Foi preso de novo cerca de 67 d.C, e levado de volta a Roma. II Tm foi escrita durante esse 2º encarceramento em Roma.

33 Uma ilha ao sul da Grécia. 34 Aqui permaneceu o navio por algum tempo. O conselho de Paulo foi que permanecessem nesse porto durante o inverno, e desta maneira escapassem a um perigo que ele previu. O comandante do navio não aceitou esse conselho, mas procurou chegar ao porto de Fênix. A sua tentativa foi frustrada por uma tempestade que surgiu. Durante 14 dias e noites foram levados pela tempestade até que chegaram à ilha de Malta.

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