instituto superior de educaÇÃo do vale do...
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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA -AJES
ESPECIALIZAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR COM ÊNFASE
EM GESTÃO DE PESSOAS
APROVADA
NOTA: 8,5
IMPLANTAÇÃO: HORTA EDUCATIVA NA ESCOLA
EDER REINOLDO LEIGH GOTZ
ORIENTADOR: PROF. DR. ILSO FERNANDES DO CARMO
NOVA XAVANTINA/2015
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA -AJES
ESPECIALIZAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR COM ÊNFASE
EM GESTÃO DE PESSOAS
IMPLANTAÇÃO: HORTA EDUCATIVA NA ESCOLA
EDER REINOLDO LEIGH GOTZ
ORIENTADOR: PROF. DR. ILSO FERNANDES DO CARMO
“Monografia apresentada como exigência parcial para a obtenção do título de Especialização em Administração Escolar com, Ênfase em Gestão de Pessoas."
NOVA XAVANTINA/2015
AGRADECIMENTO
Agradeço primeiramente a Deus, pelo amparo e proteção, e por ter me
oportunizado adquirir conhecimento ao longo da vida.
Aos meus familiares pela compreensão e apoio ao longo de minha jornada.
Aos meus amigos por me levantarem nas inúmeras vezes que cai e
necessitei de ajuda.
Aos meus professores, pelas horas de ensinamentos a fio mesmo quando já
não compreendia mais nada, e graças a perseverança deles, me fizeram entender o
que era necessário.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus familiares, que por horas me ausentei para
escrevê-lo, e os mesmos se fizeram compreensíveis e condolentes.
"Comer não é apenas um prazer material. Comer bem dá uma alegria espetacular para a vida e contribui imensamente para a boa vontade e companheirismo feliz. É de grande importância para o moral."
(Elsa Schiaparelli)
RESUMO
A escola é a extensão do lar, passamos grande parte do nosso tempo
dentro do ambiente escolar, sendo também papel dessa instituição a educação
alimentar. A nutrição dentro do ambiente escolar é imprescindível para a formação
de bons hábitos, sendo também, responsável por melhoras no aprendizado. O
projeto de implantação da Horta Escolar visa atender, aplicando na prática, a
temática de Educação Alimentar, repassando aos educandos bons hábitos
alimentares e propiciando um meio de trabalhar outras disciplinas de maneira
transversal.
A escolha deste tema se justifica pela necessidade de projetos práticos que
visam atender essa proposta voltada para a prática de hábitos alimentares
saudáveis, e, por meio de revisão literária reunir material necessário para a
implantação desse projeto visando a melhoria da alimentação dentro do ambiente
escolar, assim como o conhecimento que se propagará tendo como condutor os
educandos.
Palavra-chave: Horta Escolar. Educandos. Educação Alimentar.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 07
1 – A IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO .............................................................. 09
2 – ALIMENTAÇÃO NA ESCOLA ............................................................................ 16
3 – IMPLANTAÇÃO DA HORTA ESCOLAR ............................................................ 19
3.1 – Escolha do Local ................................................................................... 19
3.2 – Ferramentas Necessárias ...................................................................... 18
3.3 – Preparação dos Canteiros ..................................................................... 19
3.4 - Fertilizantes ............................................................................................. 23
3.5 – A escolha das culturas .......................................................................... 24
3.6 – Membros do Projeto .............................................................................. 25
4 – RESULTADOS ESPERADOS DA HORTA ESCOLAR ...................................... 27
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 29
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ........................................................................... 30
INTRODUÇÃO
A Secretaria Estadual de Educação do Estado de Mato Grosso, por meio
das Gerências de Alimentação e Nutrição Escolar, entende que a realidade da
Unidade Escolar é propícia para o desenvolvimento da Horta Educativa, onde há
solos que atualmente possam ser aproveitados, para produzirem vegetais nutritivos,
que incrementam a Merenda Escolar, de forma a atender as necessidades
nutricionais diária dos educandos. Para isso, é importante criar opções atrativas e
nutritivas para que as crianças componham adequada e equilibradamente sua dieta
(PAIVA, 2015), e logo, auxiliando na formação de cidadãos saudáveis,
multiplicadores de bons hábitos alimentares.
O projeto da Horta Escolar tem como premissa funcionar como laboratório
vivo de aprendizagem e incentivar a preservação do meio ambiente por meio da
transversalidade e envolvimento de todo corpo escolar, complementando o valor
nutricional das refeições elaboradas na escola.
Diante de tal importância, vê-se a necessidade de manter esse projeto vivo,
criando meios de torna-lo cada vez mais avançado e fortalecido. Adotaremos como
enfoque sugestões práticas e diretas para a implantação de uma pequena horta no
ambiente escolar de forma complementar aos currículos regulares e nos temas
transversais ou interdisciplinares das disciplinas.
O primeiro capítulo aborda sobra a importância da boa alimentação para
manutenção de vida, sobre a necessidade que temos em nos alimentar e quais
nutrientes estão presentes em cada grupo de alimentos, frisando também a
necessidade das variedades de forma a contemplar todas as nossas necessidades
nutricionais.
O segundo capítulo versa sobre a importância da escola como ferramenta na
Educação Alimentar e na promoção de bons hábitos alimentares.
O terceiro capítulo faz referência a implantação da Horta no ambiente
escolar, elencando os matérias necessários, preparação do ambiente e escolha dos
vegetais a serem produzidos
O quarto capítulo evidencia os resultados que podem ser obtidos por meio
da prática da horta escolar, levantando os impactos positivos em toda a comunidade
envolvida no contexto escolar.
Por fim, as considerações finais, refletindo pontos consideráveis sobre a
nutrição, educação alimentar, práticas saudáveis e a implantação do projeto bem
como as melhorias consequentes deste.
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1 – A IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO
A alimentação deve ser um momento prazeroso providenciando também a
socialização entre os indivíduos, ou seja, não deve apenas alimentar o corpo, mas
também promover a integração entre as pessoas que compartilham daquele
momento. Para promover uma correta nutrição, segundo PORTO (2001), o alimento
deve suprir as necessidades do organismo, sem causar danos à pessoa que o
consome (carências ou excessos).
A energia é a capacidade que nosso corpo tem de realizar trabalho, a
mesma é obtida dos nutrientes dos alimentos, como a glicose, as proteínas e os
carboidratos. Existem 5 tipos de nutrientes: carboidratos, proteínas, lipídios,
vitaminas e minerais, sendo encontrados em diferentes tipos de alimentos, são,
conforme descreve PHILIPPI (2001):
Vitaminas: São moléculas muito importantes porque regulam várias
atividades no organismo. O corpo humano não produz vitaminas, por isso só
conseguimos ingeri-las por meio dos alimentos. Para o bom funcionamento dos
olhos, precisamos da vitamina A, que está presente na cenoura e no espinafre, por
exemplo. A vitamina C, encontrada na laranja, limão e acerola, ajuda a prevenir as
infecções. Já ossos fortes e resistentes precisam de vitamina D, disponível nos
peixes, e no leite e derivados.
Sais minerais: São nutrientes encontrados na água, sal de cozinha, frutas,
leite, frutos do mar e em muitos outros alimentos. Assim como as vitaminas, os sais
minerais regulam o organismo. Eles são responsáveis pelo transporte de oxigênio e
estão na estrutura dos ossos, dentes, sangue. Os sais mais importantes são ferro,
cálcio, fósforo, sódio e potássio. O cálcio é fundamental na fase de crescimento e
está presente no leite, assim como o fósforo. E verduras como brócolis e espinafre
oferecem ferro.
Carboidratos: Os carboidratos são a principal fonte de energia para nosso
corpo. Eles estão presentes nos cereais, pão, arroz e doces. Quanto mais atividades
fizermos durante o dia, mais energia vamos precisar. Durante a digestão, os
carboidratos se quebram em partes menores, chamadas glicose. Se consumirmos
mais carboidratos do que nosso corpo precisa, essa energia excedente é estocada
no organismo em forma de gordura, o nosso peso pode aumentar, e corre-se o risco
de ficarmos obeso. Pessoas muito acima do peso têm mais chance de desenvolver
doenças.
Lipídios: São os óleos e gorduras que existem em vários alimentos, como
leite, manteiga, gema de ovo, de origem animal e azeite de oliva, óleos de origem
vegetal como girassol, abacate, amendoim, nozes, canola, milho. Também nos
fornecem energia, além de estarem presentes na composição dos tecidos do corpo
e de ajudarem a regular a temperatura do organismo e também a absorver algumas
vitaminas. O excesso de gordura também pode ser prejudicial à saúde.
Proteínas: Nutriente que compõe os músculos, cabelos, pele, unhas, tecidos
e órgãos. São chamados de construtores do nosso corpo. Podem ser encontrados
em carnes, leite, e derivados, ovos e também em vegetais como feijão, lentilha, soja,
ervilha entre outros.
Logo uma alimentação assistida por apenas um dos grupos, afirmam
PHILIPPI; LATTERZA; CRUZ ; RIBEIRO (1999), não é suficiente para repor tudo o
que nosso organismo necessita. Levando em consideração que os diferentes
nutrientes estão presentes em diversos alimentos, e que alguns são mais
importantes para o nosso organismo devendo ser consumidos em maior quantidade
do que outros que podem ser prejudiciais caso sejam consumidos sobrecarga, uma
forma simples de entender o que devemos e podemos consumir está distribuída na
chamada de Pirâmide alimentar.
Figura 1: Pirâmide alimentar Fonte: PHILIPPI; LATTERZA; CRUZ ; RIBEIRO (1999).
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A pirâmide contém três princípios das Leis de Escudero, Pedro Escudero,
médico argentino que elaborou um conjunto de regras simples com a finalidade de
orientar pessoas a consumir uma alimentação saudável, na qual devemos respeitar
as quantidades, suprindo por meio da alimentação a carga energética necessária.
Devemos também no alimentar com qualidade, contemplando nossa alimentação
com todos os degraus da pirâmide de forma a oferecer os diferentes nutrientes
necessários. E não menos importante, devemos manter a harmonia, a quantidade
dos diversos nutrientes que integram a alimentação deve guardar uma relação de
proporção entre si. Nosso organismo arquiteta corretamente os nutrientes quando
estes se encontram em proporções adequadas, absorvendo e sintetizando de forma
apropriada.
A partir desse modelo, outros modelos foram criados contemplando também
hidratação e exercícios físicos como base da pirâmide, como o modelo proposto por
CEDRA (2015).
Figura 2:Pirâmide alimentar (CEDRA, 2015)
Remetamos então ao conceito de nutrição, que é a ciência que estuda a
composição dos alimentos e as necessidades nutricionais dos indivíduos. A nutrição
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passou a ser tema abordado na sociedade em geral, se estendendo até o âmbito
escolar e sendo tratada com uma maior preocupação.
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2 – ALIMENTAÇÃO NA ESCOLA
A Organização Mundial da Saúde (1997), define que uma das melhores
formas de promover a saúde é através da escola. Isso porque, a escola é um
espaço social, onde muitas pessoas convivem, aprendem e trabalham, onde os
estudantes e os professores passam a maior parte de seu tempo, fazendo da escola
uma extensão do seu lar. Além disso, é na escola onde os programas de educação
e saúde pode ter maior repercussão, beneficiando os alunos na infância e na
adolescência. Os professores tornam-se espelhos positivos para alunos, familiares e
comunidade de um modo geral. Assim sendo a escola se torna parte indispensável
no processo formador de bons hábitos alimentares, sendo também responsável por
este.
A formação e a adoção dos hábitos saudáveis devem ser estimuladas em
crianças, pois é durante os primeiros anos de vida que ela estará formando seus
hábitos os quais devem ser mantidos nos adolescentes e adultos. A alimentação de
todos os indivíduos devem obedecer as Leis da Nutrição (SILVA, 1999), observamos
a qualidade e quantidade dos alimentos nas refeições e, além disso, a harmonia
entre eles e sua adequação nutricional. Uma alimentação que não cumpra essas leis
pode ter por consequência um aumento de peso e deficiências de vitaminas e
minerais (SILVA, 1998).
A proposta de criação de uma horta dentro da comunidade escolar visa,
além de complementar a alimentação, estimular esses bons hábitos, ajudando no
processo de formação do indivíduos nas primeiras fases e sua manutenção nas
fases seguintes, além do que, ao montar uma horta na escola, professores de todas
as áreas terão a oportunidade de ter um laboratório de diferentes variedades
didáticas. Os professores podem usar a interdisciplinaridade e desenvolver projetos
sobre alimentação saudável, que terão a oportunidade de conhecer melhor os
alimentos e experimentá-los na cozinha ou na merenda escolar, o que os auxiliará
na promoção da saúde.
A horta inserida no ambiente escolar pode ser um laboratório vivo que possibilita o desenvolvimento de diversas atividades pedagógicas em educação ambiental e alimentar unindo teoria e prática de forma contextualizada, auxiliando no processo de ensino-aprendizagem e estreitando relações através da promoção do trabalho coletivo e cooperado entre os agentes sociais envolvidos. (MORGADO, 2006. p.1).
Diferentes áreas do conhecimento podem ser beneficiadas e integradas
transversalmente com o projeto da horta escolar:
História e Geografia
- Pesquisar pela região, quais os tipos de plantações cultivadas; para que fins são destinados; se são rentáveis; por que não mudar; por que mantê-las e assim por diante. - Montar um mural, com recorte e colagem de gravuras de jornais e revistas, sobre: alimentos vegetais, minerais e animais de comunidades diferentes. - Pesquisar na comunidade receitas de pratos típicos com hortaliças para serem ensinadas na escola e aproveitadas pelas crianças (inclusive cascas e sementes).
Matemática
- Comparar com os alunos as dimensões dos canteiros (maior/menor, alto/baixo), suas dimensões lineares, figuras geométricas, etc. - Observar cm os alunos a profundidade e a distância entre as covas, comparando quantidade, números pares, e impares na colocação das sementes. - Observar e estudar com os alunos, tamanho, forma, quantidade e tipos de folhas, talos e raízes. - Diferenciar com os alunos os diferentes tipos de unidades dos ingredientes, pesos, medidas. - Trabalhar com os alunos conceitos matemáticos relacionados ao espaço da horta como área e perímetro.
Ciências
- Situar o aluno ao desenvolvimento da planta no tempo, desde sua germinação até a colheita. - Observar com os alunos a incidência (posição) do sol sobre a horta, durante os períodos da manhã e da tarde, para posterior comparação com outros meses do ano. Contrastar o clima durante as estações do ano. - Diferenciar com os alunos os diversos tipos de solo e suas matérias orgânicas. - Estimular a exposição de trabalhos sobre a semente, o desenvolvimento das plantas, os animais da horta. - Estimular os alunos a fazerem trabalhos sobre a produção de transgênicos e orgânicos no município e no estado. - Estimular os alunos a reconhecer a importância da cadeia ecológica.
Português
Escrever com os alunos frases sobre a importância das hortaliças, sua utilidade, suas propriedades. - Escolher a hortaliça que mais agrada ao paladar e narrar de que maneira mais gostam de comê-las. - Trazer de casa diversas receitas com hortaliças
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(pesquisa). - Criar histórias e personagens com as hortaliças. - Construir um final para história iniciada pela professora, usando a horta, hortaliças, vitaminas, sais minerais e concluir com um título. - Estimular o aluno a produção de textos, história em quadrinhos, poesias e músicas com os temas: alimentos (tomate, alface, minhocas, natureza etc.). - Registro por meio de desenho ou escrita do estágio do desenvolvimento que a planta se encontra, o registro vai compor uma sequência com todo o processo de desenvolvimento do trabalho que culminará com a colheita e preparo do alimento para que todos comam. - Estimular o aluno a aproveitar os espaços, com certeza, construir uma horta em casa (se tiver espaço com terra), com os pais, irmãos, fazer uma horta na comunidade, cuja finalidade será a de ter lucros ou em prol da comunidade.
Quadro 1. Desenvolvimento de conteúdo a partir da horta escolar Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/horta.pdf. (2015).
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3 – IMPLANTAÇÃO DA HORTA ESCOLAR
A pretensão do cultivo de vegetais na horta escolar, além de complementar
as refeições dos alunos e promover a interdisciplinaridade por meio de temas
correlacionados, é de cultivar vegetais livres de agrotóxicos, os quais hoje recebem
o selo de “orgânicos”, É um produto limpo, saudável, que provém de um sistema de
cultivo que observa as leis da natureza e todo o manejo agrícola está baseado no
respeito ao meio ambiente e na preservação dos recursos naturais e o aumento da
biodiversidade e sustentabilidade.
A implantação e acompanhamento da Horta Escolar deve contar com a
colaboração dos Docentes e Discentes, assim como dos pais e demais membros da
comunidade escolar, promovendo a integração na experiência envolvida no
processo. Logo estes se tornam multiplicadores, levando os hábitos e conhecimento
adquiridos para fora da escola cativando os demais.
3.1 – ESCOLHA DO LOCAL
Comumente encontramos nas escolas espaços não aproveitados ou
abandonados. Apenas 10 m² são necessários para o cultivo de uma pequena horta,
porém, para que haja sucesso no plantio e colheita, afirma PENTEADO (2006),
algumas regras se fazem necessárias:
• Deve haver incidência de luz solar no local escolhido por no mínimo 5 horas
ao dia.
• Terreno plano com terra revolvida (“fofa”)
• Longe de sanitários e esgotos Isolado com pouco trânsito de pessoas e
animais
• Os canteiros devem ser feitos na direção norte-sul, ou voltados para o norte
para aproveitar melhor o sol.
• A face SUL da HORTA deve estar protegida, pois nessa face os ventos frios
prejudicam ou até impedem o desenvolvimento de hortaliças em geral. De maneira
geral ventos fortes, de qualquer direção, não são bem vindos. Caso o local que você
escolheu tenha a face sul desprotegida você deve protegê-la fazendo um “quebra
vento”, que pode ser com o plantio de uma cerca viva de arbustos ou mesmo com a
construção de uma mureta ou de uma cerca bem fechada.
• O local escolhido não pode estar sujeito a encharcamentos ou alagamentos,
nesse caso você deverá elevar os canteiros
• Dê preferência a um local que tenha uma fonte de água potável próxima e
aonde possa ser construído um abrigo para os equipamentos e materiais.
• As dimensões de um canteiro podem variar. A largura deve possibilitar o
trabalho no canteiro de um só lado- onde alcance o braço- até 1 metro a 1,20
metros. O comprimento não deve ultrapassar os 10m para facilitar a circulação
dentro da horta.
Para regar à horta, assim como proposto por TOMAZ (2003), podemos nos
utilizar de um meio sustentável, a água da chuva a qual pode ser armazenada em
tambores ou caixas d’agua fechadas e colhidas através de calhas e canaletas
conduzidas até esses meios de armazenamento. Assim promovendo a preservação
dos recursos hídricos. Como em dadas épocas do ano há escassez das chuvas
devemos ter também um meio subsidiar para regar a horta, recorrendo a rede de
água encanada da escola para estes casos.
Sugestões de Layout - 25m2
Figura 3: Sugestão de Layout 1 – Canteiro em espaço de 25 m² Fonte: Manual Clube do Jardim – Horta Orgânica Doméstica (2010)
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Figura 4: Sugestão de Layout 2 – Canteiro em espaço de 25 m² Fonte: Manual Clube do Jardim – Horta Orgânica Doméstica (2010)
Sugestões de Layout - 10m2
Figura 5: Sugestão de Layout 1 – Canteiro em espaço de 25 m² Fonte: Manual Clube do Jardim – Horta Orgânica Doméstica (2010)
3.2 – FERRAMENTAS NECESSÁRIAS
Há inúmeras ferramentas utilizadas para o cultivo de pequenas hortas,
porém o projeto deve contar com o básico para plantio, manutenção e colheita dos
vegetais. Senso assim os itens básicos elencados pelo Manual da Horta Orgânica
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(2008), são:
• Enxada: é utilizada para capinar, abrir sulcos e misturar adubos e corretivos
como serragem à terra.
• Enxadão: é utilizado para cavar e revolver a terra.
• Regador: serve para irrigar a horta.
• Ancinho: é utilizado para remover torrões, pedaços de pedra e outros objetos,
além de nivelar o terreno.
• Sacho: é uma enxada menor que serve para abrir pequenas covas, capinar e
afofar a terra.
• Carrinho-de-mão: é utilizado para transportar terra, adubos e ferramentas.
3.3 – PREPARAÇÃO DOS CANTEIROS
A preparação dos canteiros deve ser feita após limpar-se a área de
implantação dos mesmos, deixando o também de forma nivelada. Com o auxílio da
enxada devemos revirar a terra a 15 cm de profundidade aproximadamente,
propiciando o “afofamento” da terra. (PENTEADO,2006).
Utilizando o ancinho (rastelo) desmanchamos os torrões e retiramos pedras
e eventuais objetos que atrapalhem o plantio. A demarcação dos canteiros são feitas
com estacas e cordas seguindo o Layout proposto anteriormente (Figuras 3, 4 e 5)
ou mantendo no mínimo as dimensões de1,20m x 2 a 5m e espaçamento de um
canteiro a outro de 50cm:
Figura 6: Disposição Básica para os canteiros
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Caso o solo necessite de correção, segundo o MANUAL operacional para
profissionais de saúde e educação -. promoção da alimentação saudável nas
escolas (2008), podem ser utilizadas cal hidratada ou serragem para complementar
sua composição, aumentando a probabilidade de melhores produções.
3.4 - FERTILIZANTES
O uso de fertilizantes, afirma PENTEADO (2006), é indispensável para se
adquirir vegetais melhores e com maior quantidade de nutrientes, contudo, visando a
sustentabilidade e conservação do meio-ambiente, uma melhor opção para hortas
nas comunidades escolares são os adubos de origem orgânica como o estrume do
gado ou o composto orgânico. O composto orgânico é feito a partir de Resíduos
vegetais e animais, tais como palhas, galhos, restos de cultura, cascas e polpas de
frutas, pó de café, folhas, esterco e outros, quando acumulados apodrecem e
transformam-se em adubo orgânico ou húmus, também conhecido por composto ou
natural.
Como nem sempre encontramos o esterco de gado com facilidade uma
opção para adubação da horta seria o Composto orgânico, de acordo com KIEHL
(1998), de fácil obtenção.
Procedimentos:
1.Em um espaço fechado, como uma caixa, coloca-se no chão uma fileira de tijolos,
cujos intervalos devem ser cobertos por sarrafos, para deixar passar o ar.
2.Em seguida, acumulam-se várias camadas (cerca de 20cm cada um), de matéria
vegetal, espalhando sobre cada uma delas, uma camada de uréia que contém
nitrogênio.
3.Mantém-se o composto sempre úmido, sem ensopá-lo, molhando seguidamente
com um regador.
4.Quando o composto começar a se aquecer, deve ser protegido da chuva, coberto
com tábuas velhas ou com plástico.
5.Cerca de 1 ou 2 meses mais tarde, o composto deve ser revolvido; as partes que
estavam em cima e dos lados devem ser colocados no centro.
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6.Após 1 ou mais meses, o composto estará pronto para ser usado na horta ou na
lavoura, para posteriormente fazer as covas e os canteiros.
Extraído de LUZ ( 1998).
Figura 7: Exemplo de Caixa para obtenção de Composto Orgânico Fonte: http://www.cantoverde.org/horta1.htm (ANO).
3.5 – A ESCOLHA DAS CULTURAS
A escolha das culturas, de acordo com a HORTA para Escolas (2001), vai
depender de fatores como a época do ano bem como clima e região apropriados,
mesmo assim, o interessante seria democratizar a escolha dos vegetais a
incorporarem na alimentação e serem produzidos na Horta Escolar, listando os
possíveis alimentos a serem cultivados deixando a critério da comunidade escolar o
direito de escolha dentre os listados, evidenciando os critérios para plantação de
cada cultura.
Classificação das hortaliças:
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Quadro 4. Classificação das hortaliças Fonte:http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/horta.pdf (2015)
As hortaliças classificadas como condimento poderão ser plantadas em
vasos, propiciando diminuição e melhor aproveitamento do espaço de cultivo,
conforme layout das figuras 3, 4 e 5.
O quadro a seguir informa sobre as culturas e época de plantio e colheita, e
o devido espaçamento para um melhor desenvolvimento da espécie
plantada:
Quadro 5 - Informações sobre as culturas Fonte: http://vsites.unb.br/fs/opsan/escolasaudavel/horta.pdf (2015).
Para cada cultivo, exige-se métodos diferentes, os quais devem ser
levantados conforme escolha dos vegetais a serem cultivados, o acompanhamento
de um nutricionista é imprescindível para formar essa lista, visando uma melhor
complementação nutricional. Comumente há o acompanhamento de tais
profissionais nas redes de ensino na elaboração do cardápio, logo o mesmo deve
estar envolvido como membro do projeto.
3.6 – MEMBROS DO PROJETO
O projeto visa a integração e conscientização de toda a comunidade escolar,
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logo teríamos como participantes os alunos, professores, pais, nutricionistas, etc.
Como são necessários conhecimentos específicos para êxito do projeto, caso não
haja pais com formação ou conhecimento nas áreas agronômicas, o ideal, segundo
MORGADO (2006), seria convidar tais especialistas ou práticos, como pequenos
produtores locais de hortaliças para palestrar e acompanhar o projeto de modo a
consolidar parcerias. Para não restringir a uma pequena parcela da escola como
membros atuantes no projeto, podem ser trabalhadas escalas semanais de forma a
envolver o maior número de alunos possíveis, confeccionando quadros informativos
dos trabalhos realizados em cada turno e reuniões mensais ou semanais para
integração das turmas envolvidas e informações pertinentes a Horta Escolar.
Ainda conforme MORGADO (2006), grande parte dos problemas
relacionados ao cultivo desses vegetais dentro do ambiente escolar seria a
manutenção das hortas. Para que sejam constantes e o Projeto não fique de forma
alguma desamparada, devemos promover o rodízio dos alunos bem como
atribuições quanto aos cuidados relacionados. Devemos cativar o interesse do
cultivo de forma a tornar a Horta Escolar parte integrante das rotinas escolares.
Para cada membro do projeto deve haver uma certificação do projeto,
constando as atividades desenvolvidas o tornando também multiplicador desses
conhecimentos, levando esses bons hábitos para fora da comunidade escolar.
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4 – RESULTADOS ESPERADOS DA HORTA ESCOLAR
Além de contribuir para complementação das refeições servidas dentro da
Escola, o projeto tem como vertente a disseminação de bons hábitos por meio da
alimentação e promoção a saúde. Como resultado da implantação da horta escolar, ,
temas relacionados podem ser melhor debatidos de forma transversal e
interdisciplinar. Tendo esse exemplo de sustentabilidade e conservação do meio
ambiente dentro do âmbito escolar poderemos promover uma experiência muito
mais realística aos alunos e envolvidos propiciando a conscientização dos
educandos.
Esse conhecimento e bons hábitos adquiridos poderão ser repassados por
eles fora da escola atingindo um público externo ao processo, impactando também
familiares e outras pessoas não envolvidas diretamente. O projeto Horta Escolar
também, fortalece nos educandos valores como os de responsabilidade e respeito,
além de outras práticas pedagógicas propiciadas pelas interações sociais, como
trabalho em equipe e metas a serem cumpridas, unindo prática e teoria de forma
abrangente, ajudando e assistindo o desenvolvimento no processo de ensino-
aprendizagem e aproximando as relações por meio da ascensão do trabalho coletivo
e cooperativo entre todos os envolvidos. Atividades inerentes a manutenção da horta
direcionam os alunos aos princípios comportamentais, ético-organizacionais, além
da própria horticultura em seu contexto prático.
Aos pais envolvidos, MORGADO (2006), terão uma melhor orientação sobre
saúde alimentar, podendo até mesmo, ambientar em suas residências extensões
dessas pequenas hortas, enriquecendo suas refeições e promovendo a alimentação
saudável dos demais familiares de forma sustentável e ecológica de forma
econômica, quebrando o mito de que “para se alimentar bem gasta-se muito”.
A Horta Escolar reflete além do âmbito escolar, fomentando a prática da
alimentação saudável dentro e fora do ambiente escolar, tornando a Escola parte do
processo de uma alimentação saudável e de bons hábitos. Segundo VALENTE
(2002), uma prática de educação alimentar é adequada quando contribui para a
construção de seres humanos saudáveis, conscientes de seus direitos e deveres e
de sua responsabilidade para com o meio ambiente e com a qualidade de vida de
seus descendentes. Ainda segundo o autor, o que garante uma alimentação
saudável são as escolhas certas de alimentos, que possam garantir uma variedade
de nutrientes para manutenção da saúde. Para isso, é preciso que, além da família,
a escola contribua para que as crianças se conscientizem sobre o que é uma
alimentação saudável, através da orientação e exemplos de condutas alimentares, já
que as crianças têm como modelo de comportamento alimentar os adultos,
principalmente pais e professores.
Assim sendo, como papel da escola, a Horta Escolar, MORGADO (2006), é
uma pequena ação com grandes consequências quando analisamos de forma
macro, as possibilidades vão além da “boa alimentação”, tornando-se ferramenta de
ensino–aprendizagem de outras práticas e valores, contemplando a premissa de que
a escola também é parte do processo de uma alimentação saudável.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Projeto Horta Escolar traz, juntamente com sua implantação, melhoria na
qualidade de vida dos educandos bem como educação alimentar que se estende até
o seu lar. Visa complementar a demanda nutricional nas refeições servidas na
escola. Além disso a implantação do projeto viabiliza o tratamento de temas
correlacionados ao meio ambiente e sustentabilidade por intermédio de outras
disciplinas de forma transversal e interdisciplinar. Contribui ainda na formação de
caráter de individuo repassando valores como responsabilidades e trabalho em
equipe, sendo ainda uma atividade extracurricular na qual aprenderá práticas de
horticultura. O projeto ainda promove a interação entre os diversos membros
envolvidos diretamente, possibilitando o incentivo à pesquisa e discussão de temas
como meio ambiente, alimentação, desperdício, trabalho cooperativo,
comportamento e reaproveitamento. Despertando valores sociais como participação,
senso de responsabilidade, relação interpessoal e respeito ao seu meio ambiente.
Finalmente, além de contribuir positivamente como complemento nutricional, o
projeto Horta Escolar estreita os laços na relação homem/meio ambiente, torna a
escola nesse sentido um espaço democrático, e integrando e comprometendo a
instituição de ensino como parte do processo de hábitos alimentares saudáveis,
resgatando e construindo valores por meio da participação e irradiação dos
conhecimentos adquiridos por toda a comunidade escolar.
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
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