internato em pediatria-hras/2010 medicina escs-6º ano estudantes: diogo wagner; fernando galli...

68
Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai www.paulomargotto.com.br Brasília. 29 de janeiro de 2009 DOENÇA FALCIFORME

Upload: luciana-cabral-antas

Post on 07-Apr-2016

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Internato em Pediatria-HRAS/2010Medicina ESCS-6º ano

Estudantes: Diogo Wagner; Fernando GalliOrientadora: Dra. Luciana Sugai

www.paulomargotto.com.brBrasília. 29 de janeiro de 2009

DOENÇA FALCIFORME

Page 2: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Caso Clínico Identificação:Identificação: G.R.O, 08 anos de idade, natural, residente e

procedente do Gama-DF. Possui família evangélica.

Queixa principalQueixa principal “ “Febre há 4 dias”

Page 3: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Caso clínico HDAHDA Paciente deu entrada na unidade de pediatria desse

hospital com quadro de febre, 39ºC, há 4dias, acompanhada de calafrios, ocorrendo preferencialmente à noite e refratária ao uso de antitérmicos. Apresentava tosse seca há 08 dias, ocorrendo com moderada intensidade e freqüência, preferencialmente à noite. Associado, relata uma crise de dispnéia de moderada intensidade. Procurou Posto de Saúde próximo à residência por três vezes sendo realizado penicilina benzatina + NBZ + Dipirona®. Fez uso de Amoxicilina, (não sabe informar dose), por três dias. Não houve, no entanto melhora do quadro.

Page 4: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Caso clínicoRevisão dos sistemasRevisão dos sistemas Cefaléia bitemporal e parietal de moderada intensidade,

dois episódios, há 03 dias (em relação à data de admissão no hospital). Houve melhora ao uso de analgésicos.

 Antecedentes pessoaisAntecedentes pessoais Nasceu de parto normal, a termo, com peso e estatura

adequados. Não houve intercorrências durante a gestação. Pré-natal completo. Aleitamento materno até 01 ano e 02 meses de idade.

Page 5: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Caso clínicoAntecedentes familiaresAntecedentes familiares

Mãe: 28 anos, possui 2º grau incompleto. Dona de casa. Saudável

Pai: 29 anos, (acompanhante não sabe informar sobre escolaridade), segurança. Saudável.

Irmão materno: 04 anos de idade, saudável

Antecedentes SociaisAntecedentes Sociais

Mora em casa de alvenaria, com 6 cômodos onde moram 6 pessoas.

Possui Luz elétrica, instalação hidro-sanitária e água tratada.Não possui tapete, pelúcia ou cortinas em casa. Relata poeira e higienização da casa com vassoura.Nega mofo.

Page 6: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Exame físicoDados antropométricosDados antropométricos: Peso: 25 kg Estatura: 1.50 m  Sinais vitais Sinais vitais FC: 119 bpm FR: 38

irpmEctoscopia: Ectoscopia: BEG, eupneico, hipocorado

(3+/4+), acianótico, hidratado, anictérico, febril ao toque. LOTE.

ARAR: Eupneico. Sem sinais de esforço respiratório ou uso de musculatura acessória. À Ausculta, murmúrio vesicular presente em ambos os hemitóraces, pouco diminuído em base D. Creptações em terço inferior de HTD.

Page 7: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Exame físicoACVACV: RCR em 2T C/ BNF com sopro sistólico

2+/6+ em focos mitral e tricúspide.AbdomeAbdome: Simétrico, normotenso, com ruídos

hidroaéreos presentes. Baço palpável à 08 cm de RCE. Fígado palpável à 03 cm de RCD. Leve desconforto em Hipocôndrio D à palpação.

ExtremidadesExtremidades: Bem perfundidas e sem edema.

SNCSNC: Sem sinais de irritação meníngea.

Page 8: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai
Page 9: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Hipóteses diagnósticaFebre Tosse DispnéiaPalidez cutâneaSopro mitralAusculta respiratória +Baço palpável a (08 cm)Fígado palpável (03 cm)

Page 10: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Exames complementares Hemograma ( 18/01/2010)Hemograma ( 18/01/2010)Leucócitos: 11.300Segmentados: 57%Bastões: 00Linfócitos: 19%Monócitos: 08%Eosinófilos: 16%

Hemoglobina: 7.09 g/dlHCT: 21.2%VCM: 62.2 fLHCM: 23.2 pgCHCM: 33.5 g/dlRDW: 24.2% Plaquetas: 148.000Reticulócitos: 1,8 % 

Page 11: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Exames complementares Hemograma ( 18/01/2010)Hemograma ( 18/01/2010)Leucócitos: 11.300Segmentados: 57%Bastões: 00Linfócitos: 19%Monócitos: 08%Eosinófilos: 16%

Hemoglobina: 7.09 g/dlHCT: 21.2%VCM: 62.2 fLHCM: 23.2 pgCHCM: 33.5 g/dlRDW: 24.2% Plaquetas: 148.000Reticulócitos: 1,8 % 

Page 12: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Exames complementaresBioquímica:Bioquímica:Bilirrubina total: 0,5Bilirrubina direta: 0,2TGO: 34TGP: 13Na: 141K: 4,2Cl: 112PCR: 13,2

Page 13: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Exames complementares

Page 14: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Exames complementares

Page 15: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Informações complementaresDiagnóstico de Doença falciforme Doença falciforme Variante Variante

S/TalassemiaS/TalassemiaDiagnosticado há 4 anos.Há 04 anos Crise do seqüestro esplênico

Realizado Transfusão sanguínea. Sem outras internações

Nega Crises álgicasPai possui traço falcêmico e mãe, possivelmente,

traço talassêmico (SIC)

Page 16: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai
Page 17: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

IntroduçãoDrepanocitose é uma doença hemolítica

crônicaCursa com uma alteração genética da

hemoglobina.Doença hematológica hereditária mais comum

no mundo.βs - sickle = afoiçamentoTendência a polimerizaçãoHemóliseVasoclusão

Page 18: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai
Page 19: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

EpidemiologiaPopulação Africana – 45% possui o gene βs

(Traço falciforme)Intensa miscigenação da populção

Traço falcêmico X MaláriaPrincipalmente com P.falciparumHemácias mais propensas a se afoiçaremDiminui parasitemia

Page 20: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Em 1954, médico inglês A. C. AllisonParasitemia 4vezes menores em AS do que em AA

Page 21: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Patogênese1. Genética2. Polimerização da hemoglobina S3. Fatores determinantes4. Fenômeno Vasoclusivo5. Hemólise

Page 22: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

GenéticaHemoglobina = 4 cadeias de globina, cada

uma ligada a um radical heme.Eletroforese de HemoglobinaIndivíduo normal:

HbA(97%): 2 cadeias α e 2 cadeias β HbA2(2%): 2 cadeias α e 2 cadeias δHbF(1%): 2 cadeias α e 2 cadeias γ

Page 23: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

GenéticaHemoglobina HbS é uma HbA mutante.

Cadeia βs tem o aminoácido valina no lugar do ácido glutâmico na posição 6

Anemia Falciforme (SS) – homozigotoHbA(0%): 2 cadeias α e 2 cadeias β HbS(93%): 2 cadeias α e 2 cadeias βs HbA2(2%): 2 cadeias α e 2 cadeias δHbF(5%): 2 cadeias α e 2 cadeias γ

Page 24: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

GenéticaTraço Falcêmico (AS) – heterozigoto

HbA(57%): 2 cadeias α e 2 cadeias β HbS(40%): 2 cadeias α e 2 cadeias βs HbA2(2%): 2 cadeias α e 2 cadeias δHbF(1%): 2 cadeias α e 2 cadeias γ

Page 25: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Probabilidade Genética

Page 26: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

PolimerizaçãoCadeia βs aumenta a atração entre as

moléculas de hemoglobinaO estado dessaturado leva a formação dos

polímeros de hemoglobinaCitoplasma da hemácia torna-se um gel

alongadoCondições normais em um paciente falcêmico

o afoiçamento ocorrerá no sistema venoso.

Page 27: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

PolimerizaçãoFatores Determinantes:

1. Dessaturação – grandes altitudes, orgão com menor PO² intersticial

2. pH – acidose reduz a afinidade da hemoglobina pelo O²

3. CHCM – maior interação entre as moléculas, desidratação

4. Presença de outras hemoglobinas

Page 28: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

PolimerizaçãoOutras hemoglobinas (atenuantes da

doença):HbF – excluída do polímero (sinais e sintomas

após 6 meses)Traço falcêmico e persistência hereditária da

hemoglobina fetal (HPFH- 70%HbS, 30%HbF)- formas mais brandas da doença

Doença SC (50% HbC, 50% HbS) – forma intermediária

Page 29: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Fenômeno VasoclusivoFatores que promovem a adesão das hemácias no

endotélio e oclusão da microvasculatura:Desidratação celular – aumenta a interação entre

hemáciasEstresse oxidativo da membrana – HbS ao se

desnaturar libera pigmentos que catabolizam a formação de radicais livres

Fatores inflamatórios e hemostáticos – Ativa leucócitos e o sistema de coagulação. Trombospondina (plaquetas) é a ponte entre hemácia e endotélio, liberação do fator de Von Willebrand

Page 30: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai
Page 31: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

HemóliseTipos de Hemólise:

Extravascular (predominante): macrófagos do tecido retículo-endotelial.

Intravascular: polimerização da HbS e a desidratação da célula tornam a propensa à lise direta.

Meia vida da hemácia com HbS: 20 dias

Page 32: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

HemóliseFatores que aumentam a fagocitose das

hemácias pelos macrófagos esplênicos:Ambiente com relativa hipóxia e acidoseOpsonização por auto-anticorpos IgG

Precipitados do citoplasma são expostos na membrana

Perda da elasticidade e deformabilidade. ISCs (hemácias permanentemente afoiçadas – 5 a

50%)

Page 33: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Quadro Clínico1. Crises Vasoclusivas2. AVE3. Infecções4. Anemia hemolítica e Crises anêmicas5. Disfunção Orgânica Crônica

Page 34: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Fatores desencadeantes1. Infecção2. Desidratação3. Frio4. Estresse emocional, cirúrgico5. Menstruação6. Gestação7. Alcóol

Page 35: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Crises VasoclusivasInício aos 6 meses de idadeSíndrome mão-pé (Dactilite Falcêmica)

isquemia aguda dos ossos leva a dor intensa e edema

Abrupta, dura 7-14 dias, recorrente, até o 3º anoCrise óssea

Infarto da medula óssea (ossos longos, coluna vertebral e arcos costais)

Edema periarticularDor de grande intensidadeDuração 4-5diasOpiáceo

Page 36: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai
Page 37: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Crises VasoclusivasCrise Abdominal

Dor difusa no abdome, súbita, distensão e sinais de irritação peritoneal

Mecanismo: Microinfartos do mesentérioPresença de peristalse (≠ abdome agudo)

Crise hepáticaObstrução dos sinusóides hepáticosDor súbita em HCD, hepatomegalia, elevação

de transaminases e bilirrubina, icterícia

Page 38: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Crises VasoclusivasSíndrome Torácica Aguda (grave)

Febre alta, taquipnéia, dor torácica, leucocitose e infiltrado pulmonar

Multifatorial: Infecção X infarto pulmonarS. pneumoniae, Mycoplasma, Chlamydia, embolia

gordurosaPriapismo

Obstrução dos sinusóides do corpo cavernosoEreção prolongada e bastante dolorosa5-13 anos e 21-29 anosDura 3horas, recorrente, autolimitado, impotência.

Page 39: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Priapismo

Page 40: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Acidente Vascular Encefálico (AVE)5-15% dos falcêmicosRecorrência 70 – 90%, caso não tratadoPrevenção: hemotransfusão frequente

mantendo HbS <30% reduz a recorrência para 10%

Lesão macrovascular – oclusão trombóticaParede vascular

Proliferação da íntima e rotura da lâmina externa

Rotura de aneurisma (hemorrágico)

Page 41: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Acidente Vascular Encefálico (AVE)Isquêmico

Mais comum em criançasDéficit neurológico focal(hemiparesia, afasia,

sensitivos), súbito, perda da consciênciaEvolui com Sequelas

HemorrágicoCefaléia, convulsões, rigidez de nuca, déficit

focais e perda consciênciaAlta mortalidade

Page 42: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Disfunção Esplênica<6 meses de idade – infartos no parênquima

esplênico2-5 anos o baço tem consistência endurecida

e torna-se impálpavel na fase escolar (SS) – Autoesplenectomia.

HipoesplenismoCorpúsculos de Howell-Jolly (fragmento do

núcleo) Corpúsculos de Heinz (hemoglobina

precipitada)

Page 43: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Baço – Órgão Imunológico

Lise celularBaço

Page 44: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

HipoesplenismoInfecções graves

Bacteremia: pneumococoMeningite: pneumococo, hemófilosOsteomielite: salmonella (translocação

intestinal)Pneumonia: micoplasma, clamídia, legionella,

vírus, pneumococoSepse é a mais comum causa de óbito < 5a

Page 45: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Anemia HemolíticaHg: 6-10g/dlHt: 18-30%Reticulócitos: 4-24%Icterícia leve (BI)Paciente adaptado aos níveis

Page 46: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Crises AnêmicasCrise do sequestro esplênico

Letalidade de 10-15%Fenômeno vasoclusivo nos sinusóides

esplênicos dificultando a drenagem venosaEsplenomegalia, hipovolemia e anemia

graveReticulócitos aumentados6-12 meses(SS), 1ª manifestaçãoEsplenectomia

Page 47: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai
Page 48: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Crises AnêmicasCrise Aplásica

Mais ComumParvovírus B19, tropismo pelo proeritroblasto,

citotóxico, hipoplasia.Queda abrupta Hematócrito e reticulócitosAutolimitado: 5-10diasHemotransfusão

Crise MegaloblásticaHemólise , alto consumo de ácido fólicoReposição de ácido fólico

Page 49: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Disfunção Orgânica CrônicaCrescimento e Desenvolvimento

Atraso (2-3anos): ganho de peso, desenvolvimento ósseo, estirão puberal, menarca.

OsteoarticularInfartos ósseos + aumento do espaço medular

= remodelamento das trabéculas ósseasVértebras em “boca de peixe”Osteonecrose da cabeça do Fêmur, criança

com dor no quadril insidiosa.

Page 50: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Disfunção Orgânica CrônicaEnvolvimento renal:

Necrose de papila leva a hematúria, cólica nefrética.

Isostenúria – perda da capacidade de concentrar urina. Isquemia inibe o mecanismo de hiperosmolaridade na medula renal renal(ADH alto)

Sindrome Nefrótica – isquemia - hiperfiltração dos glomérulos remanescentes. GESF com proteinúria nefrótica, edema, hipoalbuminemia, IRC, rins terminais de volume aumentado

Disfunção tubular – acidose metabólica hiperclorêmica hipocalêmica

Page 51: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Disfunção Orgânica CrônicaHepatobiliar

Aumento da bilirrubinaCálculos de bilirrubinato de cálcio (radiopacos)Colelitíase (adultos jovens) e coledocolitíaseMultiplos infartos, fibrose periportal,

hipertensão porta e ascitePulmonar

Insuficiência RespiratóriaFibrose intersticial (TC)

Page 52: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Disfunção Orgânica CrônicaCardiovascular

Coração: dilatado e alto débitoSíndrome hiperdinâmica: sopro sistólico, b3

SNCSequelas dos AVE e infartos silenciosos

Retinopatia (SC)Não proliferativa (hemorragias) e proliferativa

(neovasos)

Page 53: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Disfunção Orgânica CrônicaCutâneo

Úlceras maleolares>20 anos e homemIsquemia + infecção = dificuldade de

cicatrizaçãoDesbridamento + Antibióticos

GestaçãoAlto riscoComplicações materna e fetalMortalidade 20-50%Insuficiência utero-placentária

Page 54: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai
Page 55: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

DiagnósticoHemograma: Hemograma: Hgb: Entre 6,0 e 10,0 g/dlHct: 18 a 3o%Anemia normocítica e normocrômica.

Presença de VCM baixo sugere associação com A. ferropriva ou talassemia. VCM alto: crise megaloblástica?

ReticulocitoseLeucocitose neutrofílicaTrombocitose

Page 56: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

DiagnósticoEsfregaço do sangue periférico Esfregaço do sangue periférico Presença de drepanócitos ISCs Hemácias em alvoCorpúsculos de Howell-Jolly

Page 57: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

DiagnósticoTeste de afoiçamentoTeste de afoiçamento Gota espessa de sangue...Acurácia limitada

• Eletroforese de hemoglobinaEletroforese de hemoglobina Confirmação diagnóstica

Page 58: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Diagnóstico (eletroforese)Doença HbA HbS HbA2 HbF HbC

SS (anemia falciforme) 0% 85-95% 2-3% 5-15% 0%

AS (“traço falcêmico) 55-60%

40-45% 2-3% 1% 0%

SC (hemoglobinopatia SC) 0% 45-50% 2-3% 1% 45-50%

VarianteS/b0 –talassemia

0% 70-80% 3-5% 10-20% 0%

VarianteS/b+- talassemia

10-20%

60-75% 3-5% 10-20% 0%

Variante S/HPFH

0% 70-80% 1,5-2%

20-30% 0%

Page 59: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Tratamento- (Medidas gerais)Prevenção de infecções Imunizações Para hepatite B; meningococo

; pneumococo e gripeProfilaxia penicilina V oralÁcido fólicoCrises álgicas

Febre alta ATB

H. VigirosaOpiáceos (meperidina ou morfina)

Page 60: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

TratamentoTransfusãoTransfusão

Exsanguíneo-transfusãoExsanguíneo-transfusão

HipertransfusãoHipertransfusão

DesferoxaminaDesferoxamina

HidroxiuréiaHidroxiuréia

Hemotransfusão agudaHemotransfusão aguda Crise anêmica (aplasia, sequestro esplênico) Crise álgica refratária Pré-operatórioExsanguíneo-transfusão Fase aguda de AVE Crise torácica grave Priapismo refratárioHipertransfusão crônica História de AVE Retinopatia grave Úlcera maleolar refratária Doença renal progressiva Alt. Do doppler transcraniano

Page 61: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Variantes falcêmicasTraço falcêmicoHemoglobinopatia SCVariante S/Beta-Talassemia

Page 62: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Variantes falcêmicasTraço falcêmicoHemoglobinopatia SCVariante S/Beta-Talassemia

Doença HbA HbS HbA2 HbF HbCSS (anemia falciforme) 0% 85-95% 2-3% 5-15% 0%AS (“traço falcêmico) 55-

60%40-45% 2-3% 1% 0%

SC (hemoglobinopatia SC) 0% 45-50% 2-3% 1% 45-50%

VarianteS/b0 –talassemia

0% 70-80% 3-5% 10-20% 0%

VarianteS/b+- talassemia

10-20%

60-75% 3-5% 10-20% 0%

Variante S/HPFH

0% 70-80% 1,5-2%

20-30% 0%

Page 63: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Variantes falcêmicasTraço falcêmicoHemoglobinopatia SCVariante S/Beta-Talassemia

Doença HbA HbS HbA2 HbF HbCSS (anemia falciforme) 0% 85-95% 2-3% 5-15% 0%AS (“traço falcêmico) 55-

60%40-45% 2-3% 1% 0%

SC (hemoglobinopatia SC) 0% 45-50% 2-3% 1% 45-50%

VarianteS/b0 –talassemia

0% 70-80% 3-5% 10-20% 0%

VarianteS/b+- talassemia

10-20%

60-75% 3-5% 10-20% 0%

Variante S/HPFH

0% 70-80% 1,5-2%

20-30% 0%

Page 64: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Variantes falcêmicasHemoglobinopatia SC

Doença HbA HbS HbA2 HbF HbCSS (anemia falciforme) 0% 85-95% 2-3% 5-15% 0%AS (“traço falcêmico) 55-

60%40-45% 2-3% 1% 0%

SC (hemoglobinopatia SC) 0% 45-50% 2-3% 1% 45-50%

VarianteS/b0 –talassemia

0% 70-80% 3-5% 10-20% 0%

VarianteS/b+- talassemia

10-20%

60-75% 3-5% 10-20% 0%

Variante S/HPFH

0% 70-80% 1,5-2%

20-30% 0%

Page 65: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Variantes falcêmicasHemoglobinopatia SC

Doença HbA HbS HbA2 HbF HbCSS (anemia falciforme) 0% 85-95% 2-3% 5-15% 0%AS (“traço falcêmico) 55-

60%40-45% 2-3% 1% 0%

SC (hemoglobinopatia SC) 0% 45-50% 2-3% 1% 45-50%

VarianteS/b0 –talassemia

0% 70-80% 3-5% 10-20% 0%

VarianteS/b+- talassemia

10-20%

60-75% 3-5% 10-20% 0%

Variante S/HPFH

0% 70-80% 1,5-2%

20-30% 0%

Page 66: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Variantes falcêmicasVariante S/Beta-talassemia B0

Doença HbA HbS HbA2 HbF HbCSS (anemia falciforme) 0% 85-95% 2-3% 5-15% 0%AS (“traço falcêmico) 55-

60%40-45% 2-3% 1% 0%

SC (hemoglobinopatia SC) 0% 45-50% 2-3% 1% 45-50%

VarianteS/b0 –talassemia

0% 70-80% 3-5% 10-20% 0%

VarianteS/b+ talassemia

10-20%

60-75% 3-5% 10-20% 0%

Variante S/HPFH

0% 70-80% 1,5-2%

20-30% 0%

Page 67: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

Variantes falcêmicasVariante S/Beta-talassemia B+

Doença HbA HbS HbA2 HbF HbCSS (anemia falciforme) 0% 85-95% 2-3% 5-15% 0%AS (“traço falcêmico) 55-

60%40-45% 2-3% 1% 0%

SC (hemoglobinopatia SC) 0% 45-50% 2-3% 1% 45-50%

VarianteS/b0 –talassemia

0% 70-80% 3-5% 10-20% 0%

VarianteS/b+ talassemia

10-20%

60-75% 3-5% 10-20% 0%

Variante S/HPFH

0% 70-80% 1,5-2%

20-30% 0%

Page 68: Internato em Pediatria-HRAS/2010 Medicina ESCS-6º ano Estudantes: Diogo Wagner; Fernando Galli Orientadora: Dra. Luciana Sugai

E é isso....