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PORTUGUÊS Prof.ª Isabel Vega Interpretação de textos Coesão e Coerência

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Interpretação de Texto

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Prof.ª Isabel Vega

Interpretação de textos

Coesão e Coerência

Coesão e Coerência

I) COERÊNCIA TEXTUAL → A coerência consiste no princípio danão contradição de sentidos entre as passagens de um mesmotexto ou entre as afirmações de um texto e o mundo real.

a) Coerência intertextual – aquela que diz respeito à relação decompatibilidade, de adequação, de não contradição entre osenunciados do texto, como ocorre, por exemplo, quando não sedesdiz o que acabou de ser dito.

Ex.: Todas as pessoas buscam o amor, entretanto algunspreferem a solidão.

1) todas – feminino ≠ alguns – masculino2) todas – totalidade ≠ alguns – parcialidade

Coesão e Coerência

b) Coerência extratextual – que concerne à adequação do textoa algo que lhe é exterior. Essa exterioridade pode ser

► o conhecimento de mundo: são aqueles dados referentes aomundo físico, à cultura de um povo, ao conteúdo das ciências, porexemplo.

Ex.: O terremoto no Haiti, na Ásia, destruiu 70% dasedificações da capital. (informação errada: na América Central)

► as regras gramaticais e os recursos semânticos da língua.

Ex.:Devemos estudar muito, posto que passar em concurso édifícil. (uso indevido do vocabulário: posto que = embora)

Coesão e Coerência

II) COESÃO TEXTUAL→ é o conjunto de mecanismos linguísticospor meio dos quais se integram as partes de um texto. Essaintegração pode ocorrer com o emprego de conectores(preposições, conjunções, advérbios) ou com a referenciação, areiteração, a substituição de palavras e a elipse.

a) Uso de conectores

Ex.1:{O [menino de óculos] pediu} {que todos colaborassem}.preposição conjunção integrante

Ex.2:[Quando chegou], [pediu desculpas] [porque se atrasara].conjunção/tempo conjunção/causa

Coesão e Coerência

b) Referenciação → retomada ou antecipação de termos dafrase.

► anáfora – quando uma palavra do texto faz referência a outrajá mencionada.

Ex.1: [O menino saiu cedo de casa] [porque ele tinha prova].

Ex.2: Flores, bombons livros adoro receber isso.

► catáfora – quando uma palavra faz referência a outra queainda será mencionada no texto.

Ex.: Esta palavra é a única que você merece: adeus.

Coesão e Coerência

c) Reiteração e Paráfrase → repetição de palavras e ideias.

Ex.:”Em Emílio, Rousseau constrói a temporalidade da vida deEmílio como uma ficção, jamais se teria proposto a aplicá-la. Omenino Emílio não existe, não existiu e não foi pensado paraexistir. Trata-se de um artifício lógico-dedutivo para meditar sobrea educação e as orientações do ensino. Emílio é alegoria parareflexão sobre o ato de educar as crianças. Emílio, que não éfilho, tampouco é aluno... É um construto teórico e um suporteoperatório para a análise conceitual do ato educativo.”

(Carlota Boto. O Emílio como categoria operatória do pensamento rousseauniano.)

III. ( ) A repetição de palavras e o uso de paráfrasescontribuem para estabelecer a coesão do texto.

Coesão e Coerência

d) Substituição

► por sinônimos, antônimos, hiperônimos ou hipônimos, oupor termos metafóricos ou metonímicos.

Ex.1: João é muito dedicado. O garoto quer sempre ajudar.Esse menino é um exemplo! (substituição por sinonímia)

Ex.2: Não haja com pressa! É preciso calma nessa hora.(substituição por antonímia)

Ex.3: Gosto de maçã e banana. Essas frutas são ótimas.(substituição por hiperonímia)

Ex.4:Gosto de frutas. Banana e maçã são minhas preferidas.(substituição por hiponímia)

Coesão e Coerência

Ex.5: Machado de Assis escreveu textos brilhantes. O autoré conhecido no mundo todo. (substituição por metonímia)

Ex.6: A vizinha não parava de falar. A matraca reclamava doaumento do condomínio. (substituição por metáfora)

► por contiguidade – formação de campo semântico, em queas palavras se relacionam pela identidade dos traços semânticos.

Ex.: Houve um grande assalto ao Banco do Brasil, que nãodeu certo. Os policiais conseguiram prender os bandidos, queforam transportados em várias viaturas para a delegacia maispróxima, onde se expuseram as armas e o produto do roubo.

Coesão e Coerência

e) Elipse → quando há a omissão de algum elemento do textoem algum dos contextos em que deveria ocorrer.

Ex.1:Com o noivado, ela mudou todos os planos; ele, só alguns.

Ex.2: [João e Maria casaram-se ontem] [e viajaram para Paris].sujeito em elipse

Questões de concurso:

• Nos versos de Luís de Camões: “E, enquanto eu estes canto e avós não posso,/sublime Rei, pois não me atrevo a tanto.”, há umrecurso expressivo que consiste em inferir, a partir do contexto,um termo omitido. Essa figura de sintaxe denomina-se (elipse).

Coesão e Coerência

• “Em 2012, o CNJ promoveu, em parcerias com órgãos doExecutivo e do Judiciário, campanhas importantes para promovero bem-estar do cidadão, como a da aplicação da Lei Maria daPenha no âmbito dos tribunais; a do reconhecimento dapaternidade voluntária; a do fortalecimento da ideia deconciliação no Judiciário; e a de valorização da vida.”

No trecho “a do reconhecimento”, há elipse do termo “aplicação”,anteriormente utilizado.

( ) certo ( ) errado

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Denotação e Conotação

Denotação e Conotação

I) Denotação → relação de sentido objetiva entre marca, ícone,sinal, símbolo etc., e o conceito que eles representam, porexemplo, a relação entre cruz e hospital, entre caveira com doisossos cruzados e perigo ou veneno, entre a forma sonora [masã]maçã e o fruto da macieira.

Ex.: A maçã estava deliciosa.

II) Conotação → conjunto de alterações ou ampliações que umapalavra agrega ao seu sentido literal (denotativo), por associaçõeslinguísticas de diversos tipos (estilísticas, fonéticas, semânticas),ou por identificação com algum dos atributos de coisas, pessoas eseres da natureza.

Ex.: As maçãs do rosto de Maria coraram com o convite.

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Figuras de linguagem –Parte I

Figuras de Linguagem - Parte I

I) FIGURAS DE PENSAMENTO → são aquelas associações quese fazem no campo das ideias.

a) COMPARAÇÃO – Estabelece uma comparação entre doiselementos por meio de uma qualidade comum, mantendo-se aessência dos dois. Os dois elementos aparecem no enunciado,ligados por um conectivo do tipo como, que nem, feito, assimcomo, tão ... quanto, tal qual, ou por verbos como parecer,assemelhar-se,entre outros.

Ex1: Aquele menino é forte como um touro.

Ex.2: Aquele menino parece um touro de tão forte.

Figuras de Linguagem - Parte I

b) METÁFORA – É uma comparação implícita, em que acontecea fusão dos dois elementos comparados, com a ideia de que “umé o outro”.

Ex.1: Aquele menino é um touro.

Ex.2: “A sua fala deve ser um murmúrio de harpa eólia”.

c) PERSONIFICAÇÃO(ou Prosopopeia) – Consiste na atribuiçãode uma qualidade típica de seres animados — como fala,movimento, raciocínio, etc. — a seres não humanos ou objetos.

Ex.1: O vento dança com as folhas das árvores.

Ex.2: “Fiquei trêmulo, muito comovido / Com o livro palermaolhando pra mim.” (Mário de Andrade)

Figuras de linguagem - Parte I

d) HIPÉRBOLE – É o emprego de uma forma exagerada para darmais expressividade à mensagem.

Ex.: Já te falei um milhão de vezes para não fazer mais isso!

e) EUFEMISMO – É a suavização de uma ideia para evitar oimpacto de uma mensagem cruel, negativa ou ofensiva.

Ex.: Você está faltando com a verdade!

f) PARONOMÁSIA – É o que conhecemos cotidianamente portrocadilho, jogo de palavras.

Ex.: “O importante não é a casa onde moramos. Mas onde, em nós, a casa mora.” (Mia Couto)

Figuras de Linguagem - Parte I

g) METONÍMIA – baseia-se na substituição de um termo poroutro, quando existe proximidade semântica entre eles.

a) Substituição da obra pelo autor: “Ver um Portinari”, em vezde “Ver um quadro de Portinari”.

b) Substituição do conteúdo pelo continente: “Tomar um copod'água”, em vez de “Tomar a água que está no copo”.

c) Substituição da parte pelo todo: “O bonde passa cheio depernas / pernas brancas pretas amarelas”, em vez de “O bondepassa cheio de pessoas de todas as etnias”.

d) Substituição da causa pelo efeito: “Vivo do suor do meurosto”, em vez de “Vivo do meu trabalho”.

Figuras de Linguagem – Parte 1

h) ANTÍTESE – Caracteriza-se pela associação de palavras ouideias em oposição.

Ex.1: O bem e o mal vivem dentro de nós.

Ex.2: Tenho certeza de que tenho muitas dúvidas.

i) PARADOXO – Caracteriza-se pela contradição entre asimagens associadas.

Ex.1: “Porque cada qual exerce uma ação própria, a vida socialindividualiza-se” (Milton Santos).

Ex.2: Diante da miséria social, os cidadãos veem não vendo.

Figuras de Linguagem - Parte I

OBS.: Questão de concurso - Reconhece-se como em si mesmaparadoxal a seguinte expressão do texto:( A ) retumbante timidez.( B ) Todo mundo é tímido.( C ) maciez estudada.( D ) tem horror a ser notado.( E ) faz questão de chamar atenção.

j) GRADAÇÃO – É uma sequência de ideias, apresentadas emordem crescente ou decrescente.

Ex.: “Oh, não aguardes que a madura idade / Te convertaessa flor, essa beleza, / Em terra, em cinza, em pó, emsombra, em nada.”. (Gregório de Matos)

Figuras de Linguagem - Parte I

k) SINESTESIA – Caracteriza-se pelo cruzamento dos sentidos(audição, visão, olfato, tato e paladar) na associação de ideias,como ocorre em "cheiro de café quente“.

Ex.: “Através de grossas portas, / sentem-se luzes acesas,”(Cecília Meireles)

l) IRONIA – Ocorre quando se diz o contrário do que se quer dara entender, ou quando se produz um efeito de sentido diverso doque foi empregado na formulação denotativa.

Ex.: Você está emagrecendo mesmo! (Quando, na verdade,a pessoa está engordando.)

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Figuras de linguagem –Parte II

Figuras de Linguagem – Parte II

I) FIGURAS DE SINTAXE → Usa-se para conseguirexpressividade por meio da alteração de um padrão de estruturagramatical.

a) ELIPSE - É a omissão de um termo que o contexto ou asituação permitem facilmente suprir:

▪do sujeito:

Ex.: (Nós) Saímos sempre aos sábados para distrair.

▪do verbo (parcial ou total):

Ex.: Na vida dela houve só mudança de personagens; na dele,(houve) mudança de personagens e de cenários.

Figuras de Linguagem – Parte II

▪da preposição de antes da conjunção integrante que introduz asorações objetivas indiretas e as completivas nominais:

Ex.: Tem medo (de) que alguém descubra o que fez.

▪da conjunção integrante que:

Ex.: Pensei (que) fossem chegar reforços.

b) HIPÉRBATO - Em sentido corrente, é termo genérico paradesignar toda inversão da ordem normal das palavras na oração,ou da ordem das orações no período, com finalidade expressiva.

Ex.: [As crianças] [acho] [que brincam melhor em grupo].

Ordem direta:[Acho] [que as crianças brincam melhor em grupo].

Figuras de linguagem – Parte II

c) ASSÍNDETO – “Ocorre quando as orações de um período ouas palavras de uma oração se sucedem sem conjunçãocoordenativa que poderia enlaçá-las. É um vigoroso processo deencadeamento do enunciado, que reclama do leitor ou do ouvinteuma atenção maior no exame de cada fato, mantido em suaindividualidade, em sua independência, por força das pausasrítmicas.” (Celso Cunha)

Ex.1:”Lavava roupas da Baixa, vestia, usava, lavava outra vez,levava.” (Luandino Vieira, JV,103)

Ex.2: “Oh, não aguardes que a madura idade / Te convertaessa flor, essa beleza, / Em terra, em cinza, em pó, em sombra,em nada.” (Gregório de Matos)

Figuras de linguagem – Parte II

d) POLISSÍNDETO - “É o contrário do assíndeto, ou seja, é oemprego reiterado de conjunções coordenativas, especialmentedas aditivas. Com o POLISSÍNDETO, interpenetram-se oselementos coordenados; a expressão adquire assim umacontinuidade, uma fluidez, que a tornam particularmente aptapara sugerir movimentos ininterruptos ou vertiginosos.”

Ex.:”Como uma horda de seres vivos, cobríamosgradualmente a terra. Ocupados como quem lavra a existência, eplanta, e colhe, e mata, e vive, e morre, e come.” (C. Lispector)

Figuras de linguagem – Parte II

e) SILEPSE - É a concordância que se faz não com a formagramatical das palavras, mas com o seu sentido, com a ideia queelas expressam (concordância ideológica).

▪Silepse de número:

Ex.: Na rua, o povo manifestava-se. Gritavam por justiça.singular plural

▪Silepse de gênero:

Ex.: Vossa Excelência parece muito indignado!feminino masculino

Figuras de Linguagem – Parte II

▪ Silepse de pessoa:

Ex.: Todos queremos o melhor para o país.3ªp. 1ªp.

OBS.: No português popular, tanto da Europa como do Brasil e deÁfrica, a palavra gente costuma levar o verbo para a 1ª pessoado plural:

Ex.1: “— No fundo a gente se consolava, pensávamos emnós mesmos.” (Autran Dourado, IP, 27.)

Ex.2: “— A gente perdemos sempre, mas nunca quedesistimos...” (Luandino Vieira, NANV, 200.)

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Funções da Linguagem

Funções da Linguagem

I) Comunicação → pleno entendimento da mensagem

Elementos envolvidos na comunicação: Helga, amiga da Helga,conversa em si, linguagem, oralidade, situação do Hagardormindo.

Funções da Linguagem

► Elementos da comunicação (Roman Jakobson)

Código(sistema de linguagem)

Emissor Mensagem Receptor(quem fala) (o que se fala) (com quem se fala)

Canal(meio físico)

Contexto(situação)

Funções da Linguagem

II) Funções da Linguagem → intencionalidade discursiva

a) Função emotiva (ou expressiva) → A intenção é destacar oemissor (ou falante, ou locutor). As principais marcas dessafunção são os verbos e pronomes na 1ª pessoa, a adjetivação e aescolha do vocabulário, sobretudo dos advérbios.

Ex.1: “Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.”

(“Poema de sete faces”, Carlos Drummond)

Ex.2: Felizmente, aquele menino é um doce!

Funções da Linguagem

b) Função Referencial → A intenção é pôr em evidência ocontexto, os fatos do mundo, em forma literária ou não literária.

Ex.: Durante vários meses, a equipe da TV Vitória registrou umaverdadeira indústria do crime. Por trás de um esquema bilionário,existe uma teia criminosa que deixa para trás um rastro demilhares de vítimas, como dois meninos, de apenas oito anos,que já precisam lutar pela sobrevivência e ajudam as famílias aproduzir carvão. Um trabalho duro, cansativo, que compromete asaúde e o desenvolvimento. Sem folga, eles passam o dia inteironos fornos, que têm o tamanho exato para uma criança. Um diainteiro de trabalho rende para esses meninos pouco mais de R$ 7.

(Redação Folha Vitória, em 26/07/2011. com adaptações.)

Funções da Linguagem

Ex.2: “Meninos carvoeiros”, de Manuel Bandeira (1921).

Os meninos carvoeiros Passam a caminho da cidade.Eh, carvoero!E vão tocando os animais com um relho enorme. (...)(...)Eh, carvoero!Só mesmo estas crianças raquíticasVão bem com estes burrinhos descadeirados.A madrugada ingênua parece feita para eles...Pequenina, ingênua miséria!Adoráveis carvoeirinhos que trabalhais como se brincásseis!(...)

Funções da Linguagem

C) Função Poética → A intenção é elaborar a mensagem,usando técnicas de composição literária e figuras de linguagem.Embora seja fundamental em textos literários, é empregada emtextos informativos de modo pontual, em textos publicitários eem letras de música.

Ex.: Poema “Lua Cheia”, de Cassiano Ricardo.

Boião de leite E que, embora levado que a noite leva muito devagarzinho,com mãos de treva vai derramando pingos brancospra não sei quem beber. pelo caminho...

Funções da Linguagem

d) Função metalinguística → A intenção é explicar o códigousado na comunicação. Ela está no nosso cotidiano cada vez queprecisamos explicar ou resumir o sentido de algo que o outro nãoentendeu.

Ex.1: Trecho do poema “Catar feijão”, de João Cabral.

Catar feijão se limita com escrever:jogam-se os grãos na água do alguidare as palavras na da folha de papel;e depois, joga-se fora o que boiar.

Ex.2: “De repente nasci, isto é, senti necessidade de escrever.”(Drummond)

Funções da Linguagem

e) Função conativa (ou apelativa) → A intenção é de persuadiro interlocutor. É frequente, nesse tipo de texto, o emprego deverbos no imperativo e de pronomes de tratamento ou na 2ªpessoa. É a função essencial dos textos publicitários.

Ex.: Poema “Reclame”, de Chacal.

Se o mundo não vai bema seus olhos, use lentes... ou transforme o mundo.

ótica olho vivoagradece a preferência

Funções da Linguagem

f) Função fática → A intenção é testar o canal, manter o contatoentre os interlocutores do ato comunicativo.

Ex.: Trecho de “Sinal fechado”, de Paulinho da Viola.

Olá, como vai?Eu vou indo, e você, tudo bem?Tudo bem eu vou indo, correndo,pegar meu lugar no futuro. E você?Tudo bem, eu vou indo em buscade um sono tranqüilo, quem sabe?Quanto tempo... pois é...Quanto tempo...

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Intertextualidade

Intertextualidade

►Intertextualidade → associações entre textos.

a) Influência de um texto sobre outro que o toma como modeloou ponto de partida, e que gera a atualização do texto citado.

Ex.: “Canção do exílio” e “Canto de regresso à Pátria”

Minha terra tem palmeirasOnde canta o Sabiá;As aves que aqui gorjeiamNão gorjeiam como lá

(Gonçalves Dias,em 1843)

Minha terra tem palmares Onde gorjeia o mar Os passarinhos daqui Não cantam como os de lá

(Oswald de Andrade, em 1928)

Intertextualidade

b) utilização de uma multiplicidade de textos ou de partes detextos preexistentes de um ou mais autores, de que resulta aelaboração de um novo texto literário.

Ex.: “Manifesto antropofágico”, de 1928.

(...) Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente.Filosoficamente.

Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos osindividualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões.De todos os tratados de paz.

Tupi or not tupi, that is the question. (...)Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do

antropófago. (...)

Intertextualidade

c) em determinado texto de um autor, utilização de referênciasou partes de obras anteriores deste mesmo autor.

Ex.: Poemas de Carlos Drummond de Andrade

1) Penúltima estrofe do “Poema de sete faces” (1930)

Mundo mundo vasto mundose eu me chamasse Raimundoseria uma rima, não seria uma solução.Mundo mundo vasto mundo,mais vasto é meu coração.

Intertextualidade

2) Primeira estrofe do poema “Mundo grande” (1940)

Não, meu coração não é maior que o mundo.É muito menor.Nele não cabem nem as minhas dores.Por isso gosto tanto de me contar.Por isso me dispo,por isso me grito,por isso freqüento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias:preciso de todos.

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Redação

Reescritura de textos

Reescritura de textos

I) Verificar a equivalência entre os marcadores temporais:

Ex.:“Nos últimos cinquenta anos, um dos fatos maismarcantes ocorrido na sociedade brasileira foi a inserçãocrescente das mulheres na força de trabalho.”

Estaria mantida a correção gramatical e o sentido original doprimeiro período do texto se ele fosse reescrito da seguinteforma:

Há cinquenta anos, um dos fatos mais marcantes ocorreramna sociedade brasileira: inserção crescente das mulheres na forçade trabalho.

( ) certo ( ) errado

Reescritura de textos

II) Verificar a equivalência entre o sentido das conjunções:

Ex.: Com maior acesso ao crédito e aos bens de consumo, amaioria das pessoas, mesmo com maior permanência noemprego, ainda gasta muito mais do que ganha e,eventualmente, contrai dívidas que arruínam qualquerpossibilidade de estabilidade financeira.Desde que se tenha disposição para promover algumas

mudanças de comportamento, que, inicialmente, podem parecercomplicadas, será possível construir um novo cenário e passardefinitivamente de devedor para investidor.

Desde que = caso = sentido de condição (afirmativo)

Reescritura de textos

Seriam mantidas a coerência textual e a correção gramaticalse o período “Desde que (...) para investidor” fosse reescrito daseguinte forma:

A menos que se tenha disposição para promover algumasmudanças de comportamento, que, inicialmente, podem parecercomplicadas, não será possível construir um novo cenário epassar definitivamente de devedor para investidor.

A menos que = caso não = condição (negativo)

( ) certo ( ) errado

Reescritura de textos

III) Verificar o sentido específico do vocabulário:

Ex.1: “Existiam cédulas na China do ano 960, mas elas não seespalharam para outros lugares e caíram em desuso no fim doséculo XIV. As notas só apareceram na Europa – e daí para omundo – em 1661, na Suécia.”

O elemento “daí” foi empregado no texto como sinônimo deentão. ( ) certo ( ) errado

Ex.2: “Atualmente, há duas Américas Latinas.”

A forma verbal “há” poderia ser corretamente substituída porexistem. ( ) certo ( ) errado

Reescritura de textos

IV) Verificar o acréscimo ou a retirada de artigos, pronomes,preposições, advérbios, etc.:

Ex.: “Todos os homens são intelectuais, pode-se dizer, masnem todos os homens têm na sociedade a função de intelectuais.”

O período "Todos os (...) de intelectuais" poderia, sem que sealterasse seu sentido original, ser corretamente reescrito daseguinte forma:

Pode-se dizer que, apesar de não exercer sempre, nasociedade, a função de intelectual, todo o ser humano éintelectual.

( ) certo ( ) errado

Reescritura de textos

V) Verificar mudança da voz verbal:

Ex.: “Porque há obras que existem apenas para o artista,desinteressadas de transmissão; outras que exigem essatransmissão e esperam que o artista se ponha a seu serviço, paraalcançá-la. O Romanceiro é desta segunda espécie.

Quatro anos de quase completa solidão (...) aindapareceram curtos demais para uma obra que se desejava omenos imperfeita possível, porque se impunha, acima de tudo,o respeito por essas vozes que falavam, que se confessavam, queexigiam, quase, o registro da sua história.”

Reescritura de textos

O trecho “uma obra que se desejava o menos imperfeitapossível” poderia ser reescrito, sem prejuízo gramatical ou desentido para o texto, da seguinte maneira:

uma obra que era desejada a menos possível imperfeita.

( )certo ( ) errado

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Interpretação de textos

Variação linguística

Variação linguística

I) A língua é um instrumento de comunicação social, maleávele diversificado em todos os seus aspectos; é um meio deexpressão de indivíduos que vivem em sociedades tambémdiversificadas social, cultural e geograficamente (Celso Cunhaet al). Pode-se afirmar, portanto, que não existe uma línguaúnica que todos falam, mas sim inúmeras variantes usadaspelos falantes dessa língua em situações distintas.

a) Variação diatópica → considera as diferenças geográficas(falares regionais, por exemplo).

b) Variação diastrática → considera as diferenças socioculturais(nível culto, nível popular, por exemplo).

Variação linguística

c) Variação diafásica → considera as diferenças entre os tipos demodalidade expressiva (registro formal e informal, por exemplo).

II) Norma (coletiva) e uso (individual)

Ex.: Eu já tinha pegado minhas coisas, quando você chegou.norma culta (norma de maior prestígio social)

Eu já tinha pego minhas coisas, quando você chegou.uso → norma popular

Variação linguística

III) Arbitrariedade e convenção

Ex.: O verbo pegar é regular, ou seja, só tem o particípioregular: pegado. O verbo pagar apresenta dois particípios:pagado e pago.

IV) Economia linguística

Ex.: Vossa mercê → você

V) Noção de erro

Ex.1: Tu viu o filme que passou ontem?

Ex.2: Todos precisamos pensar bem antes de votar.

Ex.3: A gente somos alegres.

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Significação contextual de palavras e de expressões –Parte II

Sinônimos e Antônimos

Parte II - Sinônimos e Antônimos

I) Sinônimo → palavra de significado semelhante a outra e quepode, em alguns contextos, ser usada em seu lugar sem alterar osignificado da sentença.

Ex.: Olhei de relance o menino e senti medo, mas o garoto sóqueria vender balas.

II) Antônimo → unidade significativa da língua (morfema,palavra, locução, frase) cujo sentido é contrário ou incompatívelcom o de outra.

Parte II - Sinônimos e Antônimos

Ex.: morfema - (prefixos in-/ex-) – feliz X infeliz

palavra – grande X pequeno

locução - ir a pé X ir num transporte

frase - Vou sair. X Não vou sair.

Questão Cespe (SEDU-ES): Com base no vocabulário utilizadono texto e nos seus aspectos semânticos, julgue o item seguinte.

Parte II - Sinônimos e Antônimos

São, respectivamente, antônimo do vocábulo “sazonados” esinônimo de “patrimônio” os termos saudáveis e riqueza.

“educação é dessas coisas que uma geração planta hoje para sóos netos colherem os frutos sazonados” (=maduro)“O que a escola tem por missão é, não desprezando essepatrimônio (=conjunto de bens) linguístico importante(...)”

( ) Certo ( ) Errado

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Significação contextual de palavras e de expressões

Significação contextual de palavras e de expressões

I) Sentido denotativo e conotativo → identificar se o texto éliterário ou não para pensar no aspecto denotativo ou simbólicodas palavras.

Ex.1: Dormir com calor é muito difícil.

Ex.2: Meus antepassados dormem em terras longínquas.

II) Campo semântico → conjunto de palavras que se relacionampor um sentido em comum.

Ex.1: teto, quarto CASA família, crianças, cãoaconchegosegurança

Significação contextual de palavras e de expressões

Ex.2: “Da primeira vez que tivemos em casa um mico foiperto do Ano Novo. Estávamos sem água e sem empregada,fazia-se fila para carne, o calor rebentara — e foi quando,muda de perplexidade, vi o presente entrar em casa, jácomendo banana, já examinando tudo com grande rapidez e umlongo rabo. Mais parecia um macacão ainda não crescido,suas potencialidades eram tremendas. Subia pela roupa estendidana corda, de onde dava gritos de marinheiro, e jogava cascasde banana onde caíssem. E eu exausta. Quando me esquecia eentrava distraída na área de serviço, o grande sobressalto:aquele homem alegre ali. Meu menino menor sabia, antes de eusaber, que eu me desfaria do gorila:”

(“Macacos”, de Clarice Lispector)

Significação contextual de palavras e de expressões

III) Texto: FALTA DE NEUTRALIDADE NA WEB FARÁINTERNAUTA PAGAR “MAIS PEDÁGIOS”

Um dos pontos básicos do projeto – e o que mais está em risco –refere-se à neutralidade de rede. Parece um conceito reservadoapenas à compreensão dos técnicos, distante dos interesses dostantos milhões de internautas, mas é o oposto. Esta é a chavepara a manutenção da internet livre e aberta como tem sidoaté agora. Se o tratarmos como um tema para experts, semdecifrar este “enigma”, corremos o risco de deixar os detentoresda infraestrutura de banda larga (as empresas telefônicas) intervircomo quiserem no livre fluxo de criação de sites e dados,mudando assim o espírito da igualdade dos conteúdos,serviços e negócios inovadores na rede.

Significação contextual de palavras e de expressões

A neutralidade a que se refere o texto corresponde a:

(A) necessidade de vigilância de todos os dados de navegação.(B) possibilidade de controle das corporações pelos internautas.(C) comportamento esperado dos parlamentares na votação dasleis.(D) atitude dos internautas em relação às empresas detelecomunicações.(E) condição de acesso a qualquer página eletrônica semlimitação.

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Tipologia textual

Tipologia textual

► Modos de organização do discurso

I) Tipo Narrativo → elementos da narrativa

a) narrador: personagem / observador / onisciente / intruso

b) foco narrativo: 1ª pessoa ou 3ª pessoa

c) ação: apresentação / desenvolvimento / clímax / desfecho

d) personagens: protagonista / antagonista / secundários

e) tempo: cronológico / psicológico

f) espaço: físico / imaginário / social

• gêneros textuais: lenda, conto, anedota, romance, fábula...

Tipologia textual

II) Descritivo → retrato

Descrição estática de pessoas, objetos, cenários, animais...Não há privilégio da ação, em um determinado tempo e lugar.

• gêneros textuais: bula de remédio (parte), classificados,tabelas, horóscopo (jornal), manual de instrução (parte)...

III) Dissertativo → exposição de tema, com reflexão eargumentação clara ou não.

Este tipo de texto baseia-se na explanação de ideias e naconsequente defesa de opinião.

• gêneros textuais: artigo de opinião, ensaio, carta de leitor,editorial, tese, dissertação...

Tipologia textual

IV) Injuntivo / Instrucional → direcionamento da ação

Nesse tipo de texto, há a condução do leitor pelo autor. Émuito empregado o modo imperativo.

• gêneros textuais: receita de bolo, manual de instrução(parte), bula de remédio (parte), texto teatral, roteiro de TV..

OBS.1: Poesia e Prosa são formas literárias. Há, por exemplo,poema descritivo, narrativo, argumentativo e injuntivo.

OBS.2: Gêneros literários: épico/narrativo, lírico e dramático.

Tipologia textual

→ Texto: Memória

A história do Metrô-DF começou em janeiro de 1991, com acriação de um grupo executivo de trabalho e a elaboração dosprimeiros estudos sobre o impacto ambiental da obra. Em maiodaquele ano, foi criada a Coordenadoria Especial, integrada portécnicos de diversas áreas do governo do Distrito Federal, com amissão de gerenciar a construção do metrô de Brasília. (...)

Em janeiro de 1997, teve início o Programa de ViagensExperimentais, que teve como objetivo apresentar o novo sistemade transporte à população de Brasília. Em julho do mesmo ano, aCompanhia do Metropolitano iniciou a convocação dos primeirosconcursados, sendo a maioria encaminhada para treinamento nometrô de São Paulo.

Tipologia textual

→ Questão 1: Do ponto de vista da tipologia textual, o texto“Memória” é, predominantemente,

(A)dissertativo, já que nele prevalece a opinião do autor sobre oassunto abordado.

(B) dissertativo, mas com algumas passagens descritivas.

(C) descritivo, uma vez que nele predomina o registro dascaracterísticas da estrutura do metrô de Brasília.

(D) narrativo, pois constitui-se de uma sequência de fatos que serelacionam por meio do nexo temporal.

(E) narrativo, mas com algumas passagens dissertativas, nasquais o autor emite a própria opinião sobre o assunto abordado.

Tipologia textual

→ Questão 2: No que se refere à tipologia textual, Marley e euencaixa-se em uma narrativa. Pode-se comprovar essa afirmaçãoao se observar predomínio de certas características no texto,como

(A) Emprego de figuras de linguagem, verbos de ligação,descrições de natureza expositiva e persuasiva.(B) Presença de narrador, personagens, cenário, fato, diálogodireto, progressão temporal, verbos de ação.(C) Presença de personagens, cenário, progressão lógica eobjetiva das ideias, presença acentuada de frases nominais decunho explicativo.(D) Presença de narrador, diálogo, linguagem denotativa, defesade um argumento, formas gramaticais que indicam conselho,orientação.