jornal conselho nº 78

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Os últimos meses de 2009 deram margem a acontecimentos da maior importância para os médicos brasileiros. Em setembro, tivemos a aprovação do novo Código de Ética Médica (o qual entrará em vigor em abril de 2010). Menos de um mês depois, em 21 de outubro de 2009, foi a vez de se ferirem debates acalorados na Câmara Federal, de que resultou a aprovação do Projeto de Lei 7.703/06, que dispõe sobre o exercício da Medicina (projeto anteriormente designado por lei do ato médico e que desper- tou intensas polêmicas envolvendo membros de outras profissões da área da saúde). É verdade que o projeto de lei, que já tramita há sete anos, ainda precisa ser aprovado pelo Senado Federal e sancionado pelo Presidente da República. No entanto, é indiscutível que os médicos têm vivido momentos históricos no corrente ano. A aprovação da carta magna da ética mé- dica reafirma em todos nós a consciência de que a prática humana, zelosa e competente da arte hipocrática é um dever de cada esculápio. Com o reconhecimento do respeito à dignidade humana como princípio fundamental que deve pautar todos os atos dos profissionais da Medicina. E a clareza de que a responsabilidade ética e social do médico deve abranger a preocupação com outros aspectos que extrapolam o âmbito da clínica, incluindo ações voltadas para a adequação do trabalho ao ser humano e para evitar a deterio- ração do ecossistema, além de esforços em prol da saúde pública e da educação sanitária. Sem olvidar que, sempre que participar de pesquisas envolvendo seres humanos ou qualquer animal, o médico respeitará as normas éticas nacionais, bem como protegerá a vulnerabilidade dos su- jeitos da pesquisa. Cabe agora, porém, fazer algumas consi- derações sobre o texto que visa regulamentar o exercício da Medicina. O cerne da proposição é a concepção de que o diagnóstico e o tratamento das enfermidades são privativos dos médicos; ou, para usar a linguagem do projeto, “a formulação do diagnóstico nosológico e respectiva prescrição terapêutica”; e, ainda, “a indicação e execução da intervenção cirúrgica e prescrição dos cuidados médicos pré e pós-operatórios”. Além, é claro, de vários outros tópicos distinguindo o que é exclu- sivo dos médicos e o que pode ser compartilhado com outros profissionais. O item que gerou momentos de maior tensão nos debates na Câmara Federal, na sessão que culminou na aprovação do projeto, afirma ser atividade privativa dos médicos “a emissão dos diagnósticos anatomopatológicos e citopatológicos”; ressalte-se que há no corpo do texto outro tópico que excetua do rol das práticas exclusivas dos médicos “a realização dos exames citopatológicos e seus respectivos laudos”. O que, em nossa obser- vação, respeita o que já se verifica na divisão de trabalho entre os diversos profissionais de saúde. No entanto, não foi este o entendimento dos opositores da matéria, os quais peroravam que os médicos pretendiam colocar sob sua tutela os outros profissionais. Excessos à parte, o fato é que, após mais de sete horas de permanência de dezenas de médicos na Câmara alta, dali saímos com a sensação de que um importante passo tinha sido dado para estabelecer o que cabe a cada um, mantendo-se o reconhecimento de que todos têm um papel relevante em prol da saúde da população. Em nenhum momento queremos causar prejuízo às outras profissões da área da saúde, pelas quais temos o maior respeito. Entretanto, há que se compreender que as atribuições e a esfera de competência dos diversos segmentos profissionais guardam diferenças e especificidades. E é isto que deve ser posto, de forma clara, no texto da lei. Dr. Ivan de Araújo Moura Fé Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO MÉDICA A aprovação da carta magna da ética médica reafirma em todos nós a consciência de que a prática humana, zelosa e competente da arte hipocrática é um dever de cada esculápio. Com o reconhecimento do respeito à dignidade humana como princípio fundamental que deve pautar todos os atos dos profissionais da Medicina. INFORMATIVO DO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO CEARÁ - Nº 78 - NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2009 Impresso Especial 2015/2005-DR/CE CREMEC Artigo: Uma “SUS” GESTÃO. Está na hora... CIII Fórum de Ética Médica do Interior Baturité Artigo: MÉDICO OU COIFFEUR? Valter Justa Fechando a Edição novembro/ dezembro 2009 Pág. 2 Pág. 4 Págs. 7 Pág. 8 Editorial Boas Festas e Ano Bom e o Boas Festas e Ano Bom e o que lhe deseja o CREMEC que lhe deseja o CREMEC

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Jornal publicado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará

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Page 1: Jornal Conselho Nº 78

Os últimos meses de 2009 deram margem a acontecimentos da maior importância para os médicos brasileiros. Em setembro, tivemos a aprovação do novo Código de Ética Médica (o qual entrará em vigor em abril de 2010). Menos de um mês depois, em 21 de outubro de 2009, foi a vez de se ferirem debates acalorados na Câmara Federal, de que resultou a aprovação do Projeto de Lei 7.703/06, que dispõe sobre o exercício da Medicina (projeto anteriormente designado por lei do ato médico e que desper-tou intensas polêmicas envolvendo membros de outras profi ssões da área da saúde). É verdade que o projeto de lei, que já tramita há sete anos, ainda precisa ser aprovado pelo Senado Federal e sancionado pelo Presidente da República. No entanto, é indiscutível que os médicos têm vivido momentos históricos no corrente ano.

A aprovação da carta magna da ética mé-dica reafi rma em todos nós a consciência de que a prática humana, zelosa e competente da arte hipocrática é um dever de cada esculápio. Com o reconhecimento do respeito à dignidade humana como princípio fundamental que deve pautar todos os atos dos profi ssionais da Medicina. E a clareza de que a responsabilidade ética e social do médico deve abranger a preocupação com outros aspectos que extrapolam o âmbito da clínica, incluindo ações voltadas para a adequação do trabalho ao ser humano e para evitar a deterio-ração do ecossistema, além de esforços em prol da saúde pública e da educação sanitária. Sem olvidar que, sempre que participar de pesquisas

envolvendo seres humanos ou qualquer animal, o médico respeitará as normas éticas nacionais, bem como protegerá a vulnerabilidade dos su-jeitos da pesquisa.

Cabe agora, porém, fazer algumas consi-derações sobre o texto que visa regulamentar o exercício da Medicina. O cerne da proposição é a concepção de que o diagnóstico e o tratamento das enfermidades são privativos dos médicos; ou, para usar a linguagem do projeto, “a formulação

do diagnóstico nosológico e respectiva prescrição terapêutica”; e, ainda, “a indicação e execução da intervenção cirúrgica e prescrição dos cuidados médicos pré e pós-operatórios”. Além, é claro, de vários outros tópicos distinguindo o que é exclu-sivo dos médicos e o que pode ser compartilhado

com outros profi ssionais. O item que gerou momentos de maior

tensão nos debates na Câmara Federal, na sessão que culminou na aprovação do projeto, afi rma ser atividade privativa dos médicos “a emissão dos diagnósticos anatomopatológicos e citopatológicos”; ressalte-se que há no corpo do texto outro tópico que excetua do rol das práticas exclusivas dos médicos “a realização dos exames citopatológicos e seus respectivos laudos”. O que, em nossa obser-vação, respeita o que já se verifi ca na divisão de trabalho entre os diversos profi ssionais de saúde. No entanto, não foi este o entendimento dos opositores da matéria, os quais peroravam que os médicos pretendiam colocar sob sua tutela os outros profi ssionais.

Excessos à parte, o fato é que, após mais de sete horas de permanência de dezenas de médicos na Câmara alta, dali saímos com a sensação de que um importante passo tinha sido dado para estabelecer o que cabe a cada um, mantendo-se o reconhecimento de que todos têm um papel relevante em prol da saúde da população. Em nenhum momento queremos causar prejuízo às outras profi ssões da área da saúde, pelas quais temos o maior respeito. Entretanto, há que se compreender que as atribuições e a esfera de competência dos diversos segmentos profi ssionais guardam diferenças e especifi cidades. E é isto que deve ser posto, de forma clara, no texto da lei.

Dr. Ivan de Araújo Moura FéPresidente do Conselho Regional de

Medicina do Estado do Ceará

REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO MÉDICA

A aprovação da carta

magna da ética médica reafi rma

em todos nós a consciência de

que a prática humana, zelosa e

competente da arte hipocrática

é um dever de cada esculápio.

Com o reconhecimento do

respeito à dignidade humana

como princípio fundamental que

deve pautar todos os atos dos

profi ssionais da Medicina.

INFORMATIVO DO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO CEARÁ - Nº 78 - NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2009

ImpressoEspecial2015/2005-DR/CE

CREMEC

Artigo: Uma “SUS” GESTÃO.

Está na hora...

CIII Fórum de Ética Médica do Interior

Baturité

Artigo: MÉDICO OU COIFFEUR?

Valter Justa

Fechando a Ediçãonovembro/

dezembro 2009Pág. 2 Pág. 4 Págs. 7 Pág. 8

Editorial

Boas Festas e Ano Bom e o Boas Festas e Ano Bom e o que lhe deseja o CREMECque lhe deseja o CREMEC

Page 2: Jornal Conselho Nº 78

É bem possível que em algum momento de nossas vidas estejamos precisando de atendimento em uma unidade de saúde pública! E aí? Como vamos querer ser atendidos? Algum dia você já vislumbrou a sua saúde ameaçada? Temos muitos desafi os a serem resolvidos. Mas estamos à mercê de um sistema em que a valorização da saúde fi ca em um segundo plano.

Muitos gestores públicos lutam com todas as suas forças para verem supridas as necessidades nos três níveis de atenção à saúde, e para muitos deles, devemos tirar o chapéu, pois os mesmos também adoecem vendo uma realidade que eles jamais tiveram

interesse de viver. A tríade constituinte de um bom gestor perpassa pela luta constante do conhecimento, do cognitivo e da ciência para melhor servir; pela presença de habilidades e humildade para normatizar os momentos em crise em nosso país, e pelas ações e atitudes em favorecimento de todos.

Colegas médicos e das diversas áreas da saúde, pedem socorro e sofrem por não poder resolver problemas crônicos, e mesmo assim sempre vislumbram o melhor para os pacientes. Há limitações, queixas, dores maiores do que as necessárias, e muitas vezes os elementos humanos - trabalhadores da saúde - são considerados os responsáveis pela lógica de não

valorização do maior patrimônio: SAÚDE. Diligenciar estratégias do Ministério da Saúde, valorizando os estatutos do idoso, da criança e do cliente-consumidor, também são metas instaladas de uma boa política de valorização.

O quadrilátero de ação do SUS defi ne-se: pela atenção nos três níveis de atividades da saúde, participação da comunidade (controle social), pelo ensino continuado e fi nalmente pela gestão ativa. Sabemos que as boas palavras, a disponibilidade e a alegria de viver bem são princípios da ética racional do ser humano. Devemos lutar pela sua maior dignidade, suavizando a dor, as angústias e as difi culdades dos que procuram tratamento, e promover o papel do trabalho justo, com uma maior dimensão do sentido social, pelo bem-estar, melhor qualidade de vida e pela essência da paz.

Não queremos falar em utopia, mas será que não é chegada a hora de fazermos ver nas pessoas, que gerenciam a lógica de orçamento do país, de que somos merecedores de uma saúde mais digna? Ter caráter, dimensionar as ações para crescimento comum das unidades de saúde, trabalhar com um fi nanciamento adequado em que as boas idéias são colocadas em prática e promover estímulo e dedicação aos usuários e servidores do SUS são os maiores desafi os para todos os brasileiros que querem bem a sua saúde. Parabéns aos que lutam por isso...

Régis Moreira Conrado CREMEC 5222

Uma “SUS”GESTÃOUma “SUS”GESTÃO Está na hora...

1- No número 76 deste jornal página 02 onde está escrito Dr. Pedro Barroso Teixeira - Secretário de Saúde de Itapipoca deve-se ler Dr. Pedro Rodrigues Teixeira Neto- Secretário de Saúde de Itapipoca.

O editor desta folha lamenta o erro perpetrado na edição supra referida, ainda mais que, conhece o ilustre gestor desde a infância.

2- Também queremos emendar no livro Concurso de Monografi as nºIV, a autoria do texto “Programa de Saúde da Família e Educação Médica: Contribuições para o debate”, que deve incluir o Dr. Pedro Gomes Cavalcante Neto, no caso, omitida. O Editor se excusa pela falha ao

mesmo tempo que confessa que o rigor de edição e editoração às vezes redunda em love’s labor’s lost.

3- Oferece também suas excusas pelos erros e lapsos cometidos nas edições anteriores e que aparecerão nas próximas que lhe parecem inevitáveis.

CORRIGENDACORRIGENDA

[email protected] JORNAL CONSELHO

Artigo

Page 3: Jornal Conselho Nº 78

No Ceará, e no Conselho, celebramos o Qüinquagésimo Aniversário de Nascimento da Entidade, já quinquagésimo

pela nova ortografi a, o que dá no mesmo. Em 2010, faremos 51 anos de existência, no meio das atribulações do SUS, que centra

sua propaganda no PSF e nos transplantes de órgãos, e deixa todo o resto pela difi culdade maior que se possa imaginar.

Uma “SUS”GESTÃO

JORNAL CONSELHO [email protected]

Artigo

A fi gura de Janus, de duas faces, inspira alguma reflexão, embora se possa plena e rigorosamente dizer que um ano começa em qualquer dia do ano. Nossa baliza ocidental tende a se universalizar, daí que os mais de trezentos dias que se passaram foram ubérrimos de acontecimentos relevantes.

No plano mundial, tangenciando Camus, A Peste e seus ratos continuam grassando no Iraque e no Afeganistão. Assume o governo americano um homem que ironicamente ganha o Prêmio Nobel da Paz. Premio Nobel da Pax Romana. Eis uma longa história a ser contada pelos vencedores. E os trezentos e sessenta dias e lá vai pedra terminam com a Conferência Curupira de Copenhague. Pelo global, tudo nos diz respeito. Mas desçamos aos nossos eventos particulares, tupiniquins, tabajaras e cariris.

O ano de 2009, engendrou dois grandes acontecimentos médicos. Em agosto, em São Paulo, depois de longa revisita ao Código de Ética Médica de 1987 (Hotel Glória, Rio de Janeiro), reformou-se o Código de Ética Mé-dica, que não muda muito quase nada, o que era esperado, mas toma em consideração os feitos e fastos de mais de uma vintena de anos, tanto socioeconômicos como tecnológicos: a interação dos médicos com a indústria farma-cêutica, a pesquisa in anima nobile, a clonagem, a internet, etc.. Entrará em vigor em abril de 2010. Por ora, vige o antigo. Até um quarto do próximo ano.

Outro grande assunto nacional foi a votação e aprovação, em outubro próximo passado, da lei que regulamenta o exercício da profi ssão médica (ato médico) que vem acabar com a celeuma que gira em torno das interfaces profi ssionais, pelo menos do ponto de vista formal, pois, de resto nunca se sabe; porém, o Projeto de Lei, ainda não é Lei, vai para o Senado, em 2010. Mundo sempre in fi eri, como se expressava mestre professor Li-vino Virgínio Pinheiro. Observação tão velha

quanto a do obscuro Heráclito de não se tomar dois banhos na mesma água do Rio Sororô ou do Tejo, Tajo, Tagum. E Ilissos: que hoje nem mesmo mais existe.

No Ceará, e no Conselho, celebramos o Qüinquagésimo Aniversário de Nascimento da Entidade, já quinquagésimo pela nova ortogra-fi a, o que dá no mesmo. Em 2010, faremos 51 anos de existência, no meio das atribulações do SUS, que centra sua propaganda no PSF

e nos transplantes de órgãos, e deixa todo o resto pela difi culdade maior que se possa ima-ginar. Não sabemos o que sucederá em 2010, mas imaginamos que pouca coisa mudará, à míngua de recursos. No âmbito dos projetos, que esperamos sejam bem sucedidos, vêm aí os Hospitais Polo e as 21 Policlínicas, visando, em par-te, solucionar os graves problemas da saúde do povo, na esteira do aten-dimento primário, do secundário, e dos que não são chamados de gran-

de complexidade: Pois, o que fi ca pelo meio e jaz nos corredores, como o Sr. D’Assumpção do Leite Derramado de Chico Buarque.

Pelo CREMEC, estamos ultrapassando os 50 anos de existência, com a realização de mais de Cem Fóruns de Ética Médica, somente no interior do Estado, o que equi-valeria a dois fóruns anualmente, o que não corresponde à verdade, pois, em verdade, começaram eles propriamente em 1990, em Itapipoca, e amiudaram a partir de 1997. Tudo pela Educação Médica, e a prevenção do ilíci-to. Ultimamente, tem-se a lamentar, que tais fóruns se venham esvaziando assim: sala cheia no que o Dr. João Ananias de Vasconcelos Neto, e ultimamente o Dr. Raimundo José Arruda Bastos, Secretários de Saúde, pronun-ciam suas conferências de abertura; sala quase vazia, ao depois. É razão de lástima também que não tem comparecido a população jovem dos médicos do PSF, que, quem sabe, seja a clientela a ser priorizada: Que haja esforço da parte dos gestores municipais, nos próximos, para levá-la a esses eventos.

De há muito, têm freqüentado estas páginas o que se chama de juridifi cação ou ju-dicialização da sociedade brasileira, que deverá se exacerbar em 2010.

Mais particularmente, e alfi m, vamos torcer para que cessem as epidemias de den-gue e de abertura de novas faculdades de medicina.

TRANSIÇÃO: 2009-2010Dalgimar B. de Menezes

Page 4: Jornal Conselho Nº 78

CIII Fórum de Ética Médica do InteriorHospital e Maternidade José Pinto do Carmo - Baturité - Ceará - 19 e 20 de novembro de 2009

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará, promoveu nos dias 19 e 20 de novembro, o Centesímo Terceiro Fórum de Ética Médica do Interior. Os dois dias do evento foram preenchidos com a seguinte programação: Perspectivas na Área da Saúde da 4ª CRES, Situação da Saúde no Município, Auditoria Médica, P.S.F, Visão do CREMEC, Perícia Médica, Relação com Pacientes e Familiares, Responsabilidade

Profi ssional, Segredo Médico, Atestados Médicos e Relação entre Médicos.

O fórum contou com a presença do Secretário de Saúde do Estado, Dr. João Ananias Vasconcelos Neto, do Secretário Executivo do SESA, Dr. Raimundo José Arruda Bastos, da prefeita da cidade Silvana Vasconcelos, da Secretária de Saúde do Município, Maria Auxiliadora Bessa Santos e médicos da região.

Silvana Vasconcelos, Prefeita de BaturitéIrmã Graça, Diretora do Hospital e Maternidade José Pinto do Carmo e Dr. Ivo dos Santos Oliveira

Assistência do Fórum

Conselheiro Lino discorre sobre P.S.F

Conselheiro Luna, aborda auditória médica

Secretário João Ananias faz a abertura do encontro-I

Dr. Raimundo José Arruda Bastos à abertura do encontro-II

Conselheiro Presidente,Ivan Moura Fé discorre sobre segredo médico

Málbio palestra sobre perícia e Dr. José Augusto Azevedo Falcão

Maria Auxiliadora Bessa Santos, Secretária de Saúde de Baturité, discorre sobre a Situação da Saúde do Município, ladeada pelo

Dr. Lucimário de Oliveira Vale

Vistas da cidade de Baturité do alto da serra

4 JORNAL CONSELHO [email protected]

Page 5: Jornal Conselho Nº 78

XVI Encontro Regional Médico CIV Fórum de Ética Médica do Interior

Câmara Municipal de Tauá - 26, 27 e 28 de novembro de 2009

Abertura do Evento Presidentes: Ivan Moura Fé e José Maria Pontes

Conselheiro Málbio: Programa de Saúde da Família

Médicos presentes ao evento

Conselheiro Luna: Relação Médico - Paciente

Apoio: Regina Holanda, Ivaneuza e Brito Júnior

Seleta Assistência

Abertura do Evento

[email protected] JORNAL CONSELHO 5

Nos dias 26, 27 e 28 de novembro realizaram-se na próspera cidade de Tauá o XVI Encontro Regional Médico e CIV Fórum de Ética do Interior com seleta audiência. Foram abordados nesses eventos os seguintes temas: Conferência de Abertura: Políticas Regionais de Saúde - Dr. João Ananias Vasconcelos Neto – Secretário de Saúde do Estado do Ceará, A Violência como Problema

de Saúde Pública, Programa de Saúde da Família, Relação Médico-Paciente, Trabalho e Remunera-ção de Médico, O Novo Código de Ética Médica, Responsabilidade Civil e Ética do Médico.

Os eventos foram promovidos pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará e Sindi-cato dos Médicos do Estado do Ceará, com apoio da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, Secretaria

de Saúde de Tauá, Unimed do Ceará e Unimed Fortaleza. O Encontro e o Fórum tiveram ainda, a importante colaboração do Dr. João Antonio da Luz – Representante do Cremec – Tauá; da Dra. Francisca Margalene M. de Freitas – Médica de Tauá; da Dra. Maria Valda Mota e Mota – Secretária de Saúde de Parambú e da Dra. Antonia Lauberci Ale-xandrino Loiola – Coordenadora do PSF de Tauá.

Page 6: Jornal Conselho Nº 78

Aldaíza Marcos RibeiroAlessandro Ernani Oliveira Lima

Dagoberto César da SilvaDalgimar Beserra de Menezes

Erika Ferreira GomesEugênio de Moura CamposFernando Queiroz Monte

Francisco Alequy de Vasconcelos FilhoFrancisco das Chagas Dias Monteiro

Francisco de Assis ClementeFrancisco Dias de Paiva

Francisco Flávio Leitão de Carvalho FilhoHelena Serra Azul Monteiro

Helly Pinheiro ElleryHelvécio Neves Feitosa

Ivan de Araújo Moura FéJosé Ajax Nogueira Queiroz

José Albertino SouzaJosé Fernandes Dantas

José Gerardo Araújo PaivaJosé Málbio Oliveira Rolim

José Roosevelt Norões LunaLino Antonio Cavalcanti Holanda

Lucio Flávio Gonzaga SilvaLuiz Gonzaga Porto Pinheiro

Maria Neodan Tavares RodriguesOrmando Rodrigues Campos Junior

Rafael Dias Marques NogueiraRegina Lúcia Portela Diniz

Régis Moreira ConradoRenato Evando Moreira Filho

Roberto César Pontes IbiapinaRoberto da Justa Pires Neto

Roberto Wagner Bezerra de AraújoRômulo César Costa BarbosaSylvio Ideburque Leal Filho

Tales Coelho SampaioUrico Gadelha de Oliveira NetoValéria Góes Ferreira Pinheiro

REPRESENTANTES DO CREMEC NO INTERIOR DO ESTADO

SECCIONAL DA ZONA NORTEARTHUR GUIMARÃES FILHO

FRANCISCO CARLOS NOGUEIRA ARCANJOFRANCISCO JOSÉ FONTENELE DE AZE-

VEDOFRANCISCO JOSÉ MONT´ALVERNE SILVA

JOSÉ RICARDO CUNHA NEVESRAIMUNDO TADEU DIAS XEREZ

Endereço: Rua Oriano Mendes - 113 - CentroCEP: 62.010-370 - Sobral - Ceará

SECCIONAL DO CARIRICLÁUDIO GLEIDISTON LIMA DA SILVAGERALDO WELILVAN LUCENA LANDIM

JOÃO ANANIAS MACHADO FILHOJOÃO BOSCO SOARES SAMPAIOJOSÉ FLÁVIO PINHEIRO VIEIRAJOSÉ MARCOS ALVES NUNES

Endereço: Rua da Conceição - 536, Sala 309Ed. Shopping Alvorada - Centro

Fone: 511.3648 - Cep.: 63010-220Juazeiro do Norte - Ceará

LIMOEIRO DO NORTEEfetivo: Dr. Michayllon Franklin BezerraSuplente: Dr. Ricardo Hélio Chaves Maia

CANINDÉEfetivo: Dr. Francisco Thadeu Lima Chaves

Suplente: Dr. Antônio Valdeci Gomes FreireARACATI

Efetivo: Dr. Francisco Frota Pinto JúniorSuplente: Dr. Abelardo Cavalcante Porto

CRATEÚSEfetivo: Dr. José Wellington Rodrigues

Suplente: Dr. Antônio Newton Soares TimbóQUIXADÁ

Efetivo: Dr. Maximiliano LudemannSuplente: Dr. Marcos Antônio de Oliveira

IGUATUEfetivo: Dr. Antônio Nogueira VieiraSuplente: Dr. Ariosto Bezerra Vale

ITAPIPOCAEfetivo: Dr. Francisco Deoclécio Pinheiro

Suplente: Dr. Nilton Pinheiro GuerraTAUÁ

Efetivo: Dr. João Antônio da LuzSuplente: Waltersá Coelho Lima

COMISSÃO EDITORIALDalgimar Beserra de Menezes

Urico GadelhaFrancisco Alequy de Vasconcelos Filho

(Suplente)CREMEC

Rua Floriano Peixoto, 2021 - José BonifácioCEP: 60.025-131

Telefone: (85) 3221.6607 Fax: (85) 3221.6929www.cremec.com.br

E-mail: [email protected] responsável: Fred Miranda

Projeto Gráfi co: WironEditoração Eletrônica: Júlio Amadeu

Impressão: Gráfi ca Íris

CONSELHEIROS

Ser médico é ter a coroa do rei da felicidade.É entrar na intimidade do corpo de outra pessoa.Ouvir e silenciar, todo segredo guardar.Por ética da profi ssão; amar a todo doente, sofrer por seu paciente, morrer se houver precisão.

É renunciar a comida, lazer, repouso e café,varando uma noite a pé,para salvar uma vida,cuidar de mendigo a nobre,preto, branco, rico ou pobre,freira, miss ou meretriz.Ser simples, ser caridoso,Dedicado atencioso,autêntico, forte e feliz.

Dr. Juarez Carvalho18 de outubro de 2009

Já está disponível no Portal Médico a ficha de recadastramento para que todos os médicos efe-tuem a atualização dos seus dados e fiquem aptos a receber a nova Carteira de Identidade Médica.

O recadastramento foi baseado na experiência do CREMESP que atualizou os quase 90 mil médicos do estado. O processo atende o estabe-lecido pela resolução CFM.

O Conselho prevê a emissão de novas célu-las de identificação para evitar a ocorrência de fraudes, protegendo a sociedade e a classe médica contra a atuação criminosa de quem falsifica as carteiras dos médicos com intuito de praticar o exercício ilegal da profissão.

Leia as instruções para o recadastramento: - Apenas as inscrições PRIMÁRIAS deverão

sofrer o recadastramento. Seus dados serão trans-feridos para os Conselhos Regionais de Medicina onde e caso possua inscrições secundárias.

- Após concluir o seu recadastramento, dirija-se ao seu Conselho Regional para assinar a ficha de coleta, levando uma fotografia colo-rida, 3x4cm, fundo branco ou cinza-claro, sem qualquer tipo de mancha, alteração, retoque, perfuração, deformação ou correção.

Não serão aceitas fotografias em que o por-tador utilize óculos, bonés, gorros, chapéus ou qualquer item de vestuário ou acessório que cubra parte do rosto ou da cabeça.

O médico receberá um aviso para retirar a sua nova carteira, assim que estiver disponível no seu Conselho Regional.

RECADASTRAMENTO

SAUDAÇÃO AO DIA DO MÉDICO: 18 DE OUTUBRO

“Diógenes, fi lósofo grego (413-323 a.C.) em pleno dia, pelas ruas de Atenas, com uma lanterna acesa, procurava um homem de moral, hoje, porém, se vivo fosse, encontraria na abnegação do Médico, aquilo que lhe era quase impossível encontrar.”

Neste dia, tão importante para todos os seres humanos, lembramos os seguros passos de suas car-reiras, a cada um deles prevenindo doenças, curando doentes e salvando vidas.

Nossas homenagens deixando-lhes o símbolo daquele, que como o Senhor, vai de ser em ser, dei-xando uma grata lembrança.

Dr. Juarez Carvalho

Tischbein

6 JORNAL CONSELHO [email protected]

Autores: Paula Menezes, Fred Miranda, Regina Holanda e Zinho da Gangorra

Boas Festas e Ano Bom e o Boas Festas e Ano Bom e o que lhe deseja o CREMECque lhe deseja o CREMEC

Page 7: Jornal Conselho Nº 78

Em artigo publicado recentemente em “O Povo” o Presidente da Academia C e a r e n s e d e L e t r a s , cirurgião de renome e douto Professor Universitario Pedro Henrique Saraiva Leão, remonta às origens da Historia da Cirurgia, atividade então exercida

pelos Padres e assumida, 600 anos depois, pelos barbeiros. Foi a epoca dos “batas brancas" em contraposição aos “batas longas’, estes sim, medicos formados em renomadas universidades europeias. Após algumas refregas entre as tres interfaces, a coisa simplifi cou. Por proibição papal os Padres deixaram de cuidar de corpos e dedicaram-se somente às almas de seus fi éis. A especialização foi um tremendo sucesso. Logo surgiu todo tipo de “padre”, “pastor” e “bispo”, alguns dos quais chegaram a mudar textos da propria Biblia para adequar a seus propositos de crescimento material. O salmo 23, por exemplo, passou a vigorar – não sabemos se ofi cialmente, mas na pratica com toda a ênfase- como “O Bispo Tal é meu pastor e nada me sobrará”.

Mas voltemos aos medicos. A Inglaterra de Henrique VIII criou então duas categorias de medicos: os de batas curtas (barbeiros e cirurgiões, que dispensavam grande saber cientifico mas deviam ser eximios na afiação de instrumentos, cauterização de feridas e extirpação de partes imprestáveis do corpo) . A eles reservou-se o título de “Mister” ou “Master”. Do outro lado, os “Doutores”, caracterizados pelas longas “batas brancas”, detentores de todo o saber clínico de então.

Gostaria de fazer alguns comentários adicionais. Com a modernidade, os barbeiros abandonaram o espinhoso exercicio da cirurgia e evoluiram para a atividade mais rentavel e mais socialmente prestigiada de cuidar da pele, das madeixas e outros territórios pilosos de madames endinheiradas, generosas e verdadeiramente pacientes (para com eles, óbvio). Adotaram novos nomes: “coiff eurs”, “hair stylists”, esteticistas e outros em linguas estrangeiras (pena que poucos saibam alemão, senão seriam tambem conhecidos por “Friseur” ou coisa parecida). E passaram a desfrutar de vantagens adicionais, livres de Conselhos de qualquer especie, mais tolerados pelas autoridades Sanitarias, isentos de recolher impostos na fonte e outros privilegios mais.

Nos dias atuais, todavia, esboça-se nova mudança no horizonte. A produção excessiva e desnecessaria de doutores (alguns dos quais, por falta de vocação, de treinamento adequado ou de neuronios, ou ainda de tudo isso, não atendem aos requisitos basicos de uma profi ssão cada vez mais complicada), e por conta de clientes cada vez mais exigentes e de remunerações perversamente aviltadas, bem como do crescente numero de entidades que nos assediam com normas, protocolos , diretrizes, ameaças de processos, e profusão de boletos de cobrança, levará a outra guinada.

Assustados com o cipoal à frente, alguns novos graduados planejam migrar para a corporação dedicada ao culto capilar e cutâneo. Até mesmo mentes privilegiadas contemplam a possibilidade de abandonar o jaleco branco – hoje usado até pelos açougueiros, o que induz a maus pensamentos sobre

os cirurgiões- e encomendar jalecos róseos, azuis ou fl oridos. Cursos rápidos de corte e estética, treinamento de mesuras e ademanes e “voilá!”, ei-los prontos para a generosidade, a paciencia infi nita, os beijinhos e as propinas das endinheiradas dondocas.

Um amigo oftalmologista vem ensaiando a migração. Adaptou a Clinica aos padrões estéticos exigidos para a nova atividade, implantou chá e café com biscoitinhos "diet” e assinou meia duzia de revistas locais e nacionais de banalidades. As cadeiras oftalmologicas, mais modernas que as dos cabeleireiros, vem sendo recondicionadas com cores mais alegres e os aparelhos de “laser” adaptados para o trato de manchas na cutis (tudo sob controle de pontentes microscópios), revitalização de madeixas e eliminação de excessos em outros territorios capilares. Falta somente praticar intensivamente alguns trejeitos especiais para garantia de maior sucesso e logo teremos na praça um novo templo da beleza.

É... O mundo muda, e com ele os costumes e profi ssões.

MÉDICO OU COIFFEUR?Valter Justa

Valter Justa

IMPORTANTEInformamos que, por Resolução do Conselho Federal de Medicina, é obrigatória a cobrança,

por parte do Conselho Regional de Medicina, de taxas pelos serviços seguintes:

I) expedição de carteira II) inscrição no quadro de especialista

III) 2ª via de certifi cado de registro de especialista IV) 2ª via de carteira

V) 2ª via de cédula de identidade

Ressaltamos que o Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará sempre foi contra a referida cobrança,mas se obriga a obedecer ao que foi determinado pela instância superior.

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ARTIGO

Page 8: Jornal Conselho Nº 78

8 JORNAL CONSELHO [email protected]

Da esq. para a dir.: João Ananias, Secretário de Saúde do Estado do Ceará, Lula Morais, Deputado Estadual, Ivan Moura Fé, o laureado e José Maria Pontes, Presidente do Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará

Lula Moraes entrega o Título de Cidadão Cearense ao Conselheiro Moura Fé, sob as vistas do Secretário João Ananias

Presidente do CREMEC recebe Título de Cidadão Cearense

Comenda Sindical Médica

Diplomação dos novos Conselheiros do CFM

Por solicitação, do deputado estadual Lula Morais, foi concedido pela da Assembléia Legislativa do Estado do Ceará, título de Cidadão Cearense ao médico Ivan de Araújo Moura Fé. A solenidade aconteceu em 2 de outubro de 2009, no plenário da Assembléia, na presença de autoridades, amigos do homenageado e familiares.

Realizou-se em 1º de outubro de 2009, no auditório do Conselho Federal de Medicina, em Brasília, a diplomação dos novos conselheiros do CFM.

Na foto, vemos Ivan de Araújo Moura Fé, presidente do CREMEC, ladeado pelo conselheiros José Albertino Souza e Lúcio Flávio Gonzaga Silva, respectivamente conselheiro efetivo e suplente junto ao Conselho Federal de Medicina

“ Por se destacarem na luta em defesa dos direitos da categoria médica”, Tarcísio Dias e Ivan Moura Fé, foram condecorados pelo Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará com a Comenda Sindical Médica 2009. A homenagem ocorreu em 4 de dezembro no Fiesta’s Buff et.

Apresentamos ao Conselho Regio-

nal de Medicina nossos agradecimentos

pelo legado do “Curso de Medicina

Intensiva”, ministrado em nossa região.

A oportunidade de Cursos Teóri-

cos-Práticos presenciais desta relevân-

cia, conduzidos por profi ssionais do

gabarito do Dr. Francisco Albano de

Meneses e Dr. Cristiano Walter Moraes

Rola Junior, não só atende às carências

da região do Cariri, como inicia uma

corrente de perspectivas de outros even-

tos, com igual magnitude.

O sucesso deste encontro, notabi-

lizado pelo número de participantes,

pelo elevado nível das palestras, pelo

incentivo e entusiasmo do aprendizado,

revela a razão de toda nossa gratidão ao

Conselho, aos Professores e ao Hospital

Geral de Brejo Santo, bem melhor defi -

nida aqui por nossas assinaturas.

Participantes do Curso de Medicina

Intensiva do Conselho Regional de

Medicina – CREMEC – realizado em

Brejo Santo.

REPERCUSSÃO DO CURSO DE MEDICINA INTENSIVA DE BREJO

SANTO

Correspondência

Boas Festas e Ano Bom e o

Boas Festas e Ano Bom e o

que lhe deseja o CREMEC

que lhe deseja o CREMEC

Fechando a edição-novembro/dezembro de 2009