jornal o goool! - nº07

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INFORME OFICIAL DO SINDICATO DOS ATLETAS DE FUTEBOL DO RIO DE JANEIRO RIO DE JANEIRO, OUTUBRO DE 2010 - ANO I - Nº7 FUNDADO EM 19/11/1979 WWW.SAFERJ.COM.BR Você sabe o que é Esporão de Calcâneo? ENTREVISTA com Michel, uma revelação do Madureira JEFFERSON comemora boa fase no Botafogo e convocação para a Seleção 3 DAVID atleta do Olaria revela que não queria ser jogador de futebol 2 6 8

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Jornal o Goool! - Nº07

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Page 1: Jornal o Goool! - Nº07

I N FO RME O F IC IA L D O S IN D ICAT O D O S AT L ETAS D E FU T EB O L D O R IO D E JA N E IRO

RIO DE JANEIRO, OUTUBRO DE 2010 - ANO I - Nº7 FUNDADO EM 19/11/1979

WWW.SAFERJ.COM.BR

Você sabeo que éEsporão deCalcâneo?

ENTREVISTAcom Michel,

uma revelaçãodo Madureira

JEFFERSONcomemora boa faseno Botafogo e convocaçãopara a Seleção 3

DAVIDatleta do Olariarevela que não

queria serjogador de futebol2

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2 DIVERSOS www.saferj.com.br - Rio de Janeiro, outubro de 2010O GOOOL!

Será que o técnico de futebol tem o livre arbítrio para escalar sua equipe?

Pois é, hoje em dia alguns clubes são arrendados, e as pessoas que estão no comando acabam confundindo algumas coisas e querendo mandar onde não deve.

O que vemos em alguns casos, é o treinador de futebol sendo obrigado a escalar esse ou aquele jogador, tudo porque o empresário quer ou o dirigente manda.

Claro que nem todos os treinadores se submetem a isso, mas alguns acabam escalando o tal jogador por motivo de força maior. E esse motivo seria a garantia do seu emprego. Até porque o técnico tem que manter sua família.

Temos que parar para refletir que da mesma forma que existe o jogo de interesse no futebol, existem funções. E o técnico de futebol é quem sabe quem está melhor fisicamen-te, é melhor tecnicamente e o que vai ser melhor para o time.

Errar, todos nós erramos, às vezes o treinador erra também e acaba perdendo uma partida, mas para a consciência do próprio treinador, é melhor que erre, mas com a cabeça dele, e não por pressão de terceiros.

O futebol é a paixão do brasileiro, não podemos deixar que os interesses acabem com o espetáculo. Todos os profissiona-is, cada um em suas funções, amam este esporte. Portanto é necessário que cada um exerça sua função com autoridade. Imagina se o jogador de futebol entrasse em campo como um robô, só recebendo ordens? Ele com certeza não produziria e com isso os resultados não iriam aparecer.

Vale à pena refletir! Quando David poderia imaginar que pisaria no gramado do Maracanã? Marcar ia at letas como Adriano e Vágner Love? Pois é, David, de 23 anos, atleta do Olaria, não tinha noção do que o destino reservaria a ele. Foi à base de "palmadas" que David, volante do Olaria, deu o pontapé inicial na sua carreira. "Meu pai me levava para os treinos a força. Ele me tirava das peladas na rua para ir treinar. Eu não queria ser jogador de futebol", diz o volante. Há dez anos no time da Rua Bariri, David tem seu pai, Moisés, como o grande responsável pela sua carreira . "Hoje em dia sou apaixonado pelo futebol, e meu pai é o meu maior incentivador". Pai-Amigo, seu Moisés, acompa-nha David em todos os treinamentos, jogos, e não é só elogios ao atleta, pelo contrário, tem um olhar bem crítico. "Quando eu não jogo bem, meu pai fala porque não joguei bem e essas críticas ajudam muito. Essas são

críticas construtivas."

Após a rebeldia na época que era menor, David vive para o futebol e em 2010 disputou seu primeiro Campeonato Carioca, e tem boas recorda-ções de um jogo em especial: contra o Flamengo, no Maracanã. " Foi emocionante jogar no Maracanã e nesse jogo eu estava marcando o Vágner Love e numa jogada eu dei um lençol nele. No interva-lo de jogo meus companheiros perguntaram se eu tava doido." brinca o volante. Quem pensa que fui um desses medalhões que deu mais trabalho para David marcar, se enganou. " Nas categorias de base, num torneio do OPG, f omos j oga r con t ra o Flamengo, e o Vinícius Pacheco me deu muito trabalho".

Admirador do futebol de Hernanes, volante relevado no São Paulo e que atualmente joga na Lazio, da Itália, David sonha com vôos maiores e

revela sua vontade de atuar no exterior. "Meu sonho é jogar um Campeonato Espanhol ou Italiano. É um campeonato muito bonito e muito bom. Com uma boa estrutura, técnica." O atleta do Olaria, revela que a vontade de atuar fora do Brasil é mais pelo aspecto futebolístico do que pela parte financeira. " Tenho vontade de conhecer outro país, outra cultura. A parte financeira é boa, mas tenho muito gosto mesmo é pelo futebol."

Tendo em vista que a carreira no futebol é curta, David tem consciência e faz planos para quando parar de jogar. "Hoje eu penso apenas em jogar futebol, juntar dinheiro, para quando encer-rar a carreira abrir um negó-cio". Bom filho e bom profissi-onal, o volante diz que o fator determinante é a persistência. " Não pode desistir nunca. Mesmo que coloquem a gente pra baixo, sacaneie, tem que levantar a cabeça e continuar."

O Congresso anual que a FIFPRO realiza uma vez ao ano, acontece-rá nos dias 10 a 12 de novembro em Kuala Lampú, na Malázia. Onde estará reunindo 45 sindicatos do mundo inteiro. O presidente Alfredo Sampaio, designou para representar o Brasil, os presidentes Marcelo Cruz (presidente do sindicato de Santa Catarina) e Paulo Mocelin (presidente do sindicato do Rio Grande do Sul).

Este congresso busca debater as questões dos direitos dos atletas de futebol a nível mundial. Um dos temas que os representantes do Brasil irão abordar é a questão da FIFA envolvendo os agentes de futebol.

SAFERJPresidente: Alfredo Sampaio1º Vice-Presidente: 2º Vice-Presidente: Jorge Ivo Amaral da SilvaDiretor-Tesoureiro: Luiz Carlos Rebouças de Santana

JORNAL O GOOOL!Editora-chefe: Danielle EsperonRevisor:Carlos Eduardo MacriDiagramador: Diogo CardosoGráfica: Jornal Lance

Denson Celço Costa Melo

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ESPAÇO FENAPAFFederação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol

“EU NÃO QUERIA SER JOGADOR DE FUTEBOL”David - volante do Olaria: EDITORIAL

DENINHO - VICE PRESIDENTE

David marcando Adriano em uma partida do Campeonato Carioca 2010 e David prestigiando a Casa do Atleta

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3JEFFERSON O GOOOL!

Com boas atuações pelo Botafogo, o goleiro Jefferson chamou a atenção de Mano Menezes e foi pela segunda vez convocado para os amistosos da Seleção Brasileira. Mesmo ainda não tendo a oportunidade de fazer sua estreia com a amarelinha, o goleiro alvinegro quer aproveitar as chances dadas a ele. “Fico muito feliz com o momento que eu venho passando no Botafogo, é a segunda convocação para a Seleção. Falta muito para a Copa de 2014, mas a gente sabe que tem tudo para se Deus quiser estar lá. Mas mantenho os pés no chão. Ficou muito feliz mesmo e espero aproveitar as oportunidades que estão me dando." diz o goleiro.

Ao contrário que muitos pensam Jefferson não começou atuando no gol. “É até um fato engraçado na minha carreira, porque eu não comecei jogando no gol, e sim na linha, eu era meia atacante, mas eu briguei muito com a bola e vi que não ia dar muito certo e acabei indo jogar no gol." revela Jefferson que confessa que fazer gol não era o seu forte. “O meu ponto forte era de cabeça, mas eu servia mais os meus companheiros.”

Profissionalizado pelo Cruzeiro aos 17 anos, o goleiro alvinegro se diz um grande admirador de Dida, com quem aprendeu muito no início da carreira. “" Eu admiro bastante o Dida. Hoje ele está com 36 anos, mas tudo que ele fez, foi realmente um espelho pra mim, principalmente quando eu comecei. Porque eu o vi treinando no Cruzeiro e acabei pegando algumas coisas dele e isso me ajudou bastante para chegar onde eu cheguei.”

E é no Botafogo que Jefferson vive sua melhor fase. Após a primeira passagem pelo alvinegro em 2004, o goleiro criou uma grande identificação com o clube e com a torcida, o que foi determinante para seu retorno. Vivendo uma boa fase e sendo convocado para a Seleção Brasileira, Jefferson sonha em atuar no exterior, mas esse não é o objetivo principal do goleiro neste momento. “Todo jogador sonha em jogar na Europa, mas eu estou com a cabeça no Botafogo, espero continuar aqui. Se houver uma proposta que seja boa pra mim e para o Botafogo, a gente vai sentar e analisar, mas o meu objetivo é continuar no Botafogo." A muralha alvinegra ainda revela que pensa em encerrar a carreira no clube. “Meu objetivo é ficar no Botafogo para sempre e quem sabe até encerrar minha carreira".

Exemplo de boa conduta dentro e fora das quatro linhas, o goleiro dá um conselho aos mais jovens que sonham um dia poder atuar em um clube grande. “O futebol mudou muito. Não é só dentro de campo que somos avaliados, somos vistos. A postura fora de campo está contando muito. A pessoa que quer vencer na vida tem que ter suas responsabilidades, pés no chão, para conseguir alcançar os sonhos e os objetivos na vida.”

www.saferj.com.br - Rio de Janeiro, outubro de 2010

CALMA! PERDEMOS UM MUNDIAL...

GOLEIRO DE SELEÇÃO

Falta muito paraa Copa de 2014,

mas a gente sabeque tem tudo para

se Deus quiser estar lá.

Jefferson sobre a Copa do Mundo no Brasil

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Quem não se lembra da máquina tricolor de 1975 e 1976? Franciso Horta, o grande responsável por montar esse time espetacu-lar, se lembra com muito orgulho até hoje. " É com muita emoção que lembro essa época. Foi fantástico, e a saborosa máquina tricolor foi porque eu consegui trazer o Rivelino. Esses jogadores me orgulham até hoje." relembra Dr. Horta.

Enquanto presidente, Francisco Horta, se importava em dar experiência ao time juvenil, participando do torneio de Nice, na França, contra grandes times do futebol mundial como Milan, Real Madrid e Barcelona. "Todo ano eu levava o juvenil para o torneio de Nice. Eu contratava uma professora de francês para eles uns quatro meses antes para que eles pudessem aprender o idioma, comprar uma chuteira. Jogador de futebol tem que ter cultura." comenta o ex-presidente do Fluminense que ainda completa "Esse torneio era patrocinado por um clube chamado Cavigal. Eles pagavam a hospedagem e a alimentação e nós pagávamos as passagens. Levei o time profissional seis vezes e o time juvenil quatro vezes a Europa".

Um presidente apaixonado pelo Fluminense e pelo futebol, Dr. Horta exalta o atleta de futebol e concorda com os altos salários de hoje em dia, diferente de antiga-mente onde o maior salário da máquina tricolor era do Rivelino que ganhava 20 mil dólares. " Os jogadores ficam milionários por valor pessoal, mérito, esforço, capacidade técnica. Quando eu presidia o Fluminense, ele era o clube que melhor pagava. Sempre achei que um time que tinha os craques que tinha, deveri

am ser bem pagos." explica Dr. Horta, que cinda completa "Além do salário, o Fluminense pagava 25% de gratificação por partida. O tricolor batia record de renda com a máqui-na tricolor, e quem levava esse público eram os jogadores, então eu achava que eles deveriam ter uma participação nesse lucro."

Ao contrário de hoje em dia, as únicas fontes de renda do clube eram a renda social e a renda dos jogos. "Na época não tínhamos o marketing. Eram apenas a renda dos sócios, que eram 32 mil associados, a renda das partidas e eventualmente a venda de um jogador." revela o ex-presidente.

Mesmo proibido por lei, o Fluminense foi o primeiro clube a estampar uma marca na camisa. A partida entre Fluminense e Bayer de Munique seria televisionada, e o Dr. Francisco Horta já sabia da importância do merchandi-sing para o futebol. "A propa-ganda era proibida por lei, eu disse ao ministro que a marca Mobral era presidida pelo Arlindo Lopes Correa, atleta de voley do tricolor, e aí me perguntaram se eu teria coragem de colocar no manto sagrado uma marca. Eu disse que tínhamos que ter dinheiro para pagar. E vencemos o jogo por 1 a 0 na estreia do Paulo César Caju, e a torcida do Fluminense nem percebeu a marca." conta Dr. Horta que lembra que dois anos depois a lei já autorizava o merchandi-sing.

E a máquina tricolor com Paulo César Caju, Rivelino e companh ia , deu show, espetáculo, mas Dr. Horta percebeu que o Flamengo, por exemplo estava muito ruim. Foi a partir desta percepção que os clubes do Rio de Janeiro começaram o troca-troca

entre si. "Não adianta eu só pensar em mim. Porque se os outros falirem, você vai falir também. Quando terminou 1975, eu vi o Flamengo muito ruim. Com isso chamei o presidente, na época, Hélio Maurício, e disse que nós não tínhamos dinheiro, mas tínhamos bons jogadores. Disse a ele que escolhesse três jogadores meus e eu três dos dele. Ele ficou meio desconfia-do, e me perguntou se o Rivelino também estava dentro. Eu disse que sim, mas se ele quer o Rivelino, eu ia querer o Zico. Ele então percebeu que era um bom negócio, e combinamos que nem o Zico nem o Rivelino iriam fazer parte desse troca-t roca. E aconteceu, o Fluminense trocou com o Flamengo, com o Botafogo e com o Vasco da Gama. Fiz tudo isso para motivar as torcidas a irem ao estádio." conta Dr. Horta, que após esse troca-troca, confessa que na opinião dele, a melhor máquina tricolor foi a segunda, de 1976."Eu acho que o time ficou melhor, era um time espetacular, era: Renato no gol, Carlos Alberto Torres, Miguel, Edinho, Rodrigues Neto, Pintinho, Paulo César e Rivelino, na frente Gil, Durval e Dirceu. Era um timaço, jogadores de seleção brasilei-ra." comemora Dr. Horta.

Lembrando dos tempo onde tínhamos o futebol arte, o Dr. Franciso Horta vê nos dias de hoje, os técnicos de futebol intimidando os jogadores na hora do drible, fazendo com que o futebol perca o espetá-culo de antes. "Os técnicos até ameaçam o jogador de substituição caso ele não passe a bola. Poxa, o menino de 9 e 10 anos tem que mostrar sua habilidade, tem que ser espontâneo. O técnico é importante, mas ele não ganha e nem perde jogo, quem faz isso é o jogador, ele

www.saferj.com.br - Rio de Janeiro, outubro de 2010

MATÉRIA ESPECIAL - FRANCISCO HORTA

O ETERNO APAIXONADO PELO

ESPECIAL

sim é a grande figura do espetáculo." desabafa o ex-presidente que acha que os técnicos estão conduzindo de forma equivocada esses jovens at letas "Nossos técnicos estão exagerando, tudo pra eles é marcação. Futebol é ataque, é gol.”

Há 11 anos, o Fluminense conta com o patrocínio da Unimed. Muitos se questionam se é bom ou ruim. "O clube tem muita despesa, se não fosse a Unimed seria impossí-vel, o clube estaria falido. A Unimed tem o lado bom e o ruim. O bom que ela paga, e o ruim que ela manda. É a regra, quem paga, manda" diz Dr. Horta que lembra que é difícil se dissociar hoje da Unimed, pois ela entrou no Fluminense quando o clube estava na série C do campeonato brasileiro e junto com a sportv que transmitia os jogos do tricolor, a j u d a r a m a t r a z e r o Fluminense para elite do futebol. " A sportv começou a transmit ir os jogos do Fluminense, com a visibilida-de, a Unimed chegou ao clube. O dr. Celso Barros entrou para ajudar e patrocinou algo que não tinha grande retorno." lembra o ex-presidente tricolor que foi quem fez o convite ao Parreira para comandar o clube na série C. " O Parreira aceitou meu convite para treinar o Fluminense na série C. O preparador físico, treinador de goleiro e o supervisor que era o Américo Faria, todos eles eram da Seleção Brasileira. Quem bancava a comissão técnica era a Unimed para não ter atraso, porque o Fluminense não pagava.

Para o Dr. Francisco Horta, hoje, o Fluminense tem um grande elenco, mas ainda não se sabe exatamente qual é o time. "Elenco o Fluminense tem, mas qual é o time? eu não sei, não vi jogar junto."

comprei um buquê de florespara a senhora Maysa(esposa de Rivelino)

Dr. Horta sobre a contratação de Rivelino

““

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www.saferj.com.br - Rio de Janeiro, outubro de 2010

FLUMINENSE E PELO FUTEBOL

Você sabia?O Fluminense foi o primeiroclube a estampar uma marca de propaganda na camisa.

.

Pois é, muitos podem achar que foi através de uma contratação normal de futebol, mas poucos sabem da grande estratégia do presidente Francisco Horta. Uma história engraçada, surpreendente e encantadora, contada por

Francisco Horta:

" O R i v e l i n o p e r t e n c i a a o Corinthians, e por i n c r í v e l q u e pareça, a torcida do timão não gostava dele, era u m a b r i g a insuportável. O p r e s i d e n t e

V i c e n t e Matheus

Você sabia como Rivelino foi parar no Fluminense?

o adorava e o Rivelino tinha ótima relação com ele também. O Corinthians não ganhava nada há 17 anos, e em uma partida contra o Palmeiras, era uma final que poderia dar ao Corinthians o título, mas o Palmeiras venceu por 1 a 0. A torcida revoltada achando que o Rivelino era pé frio, incendiou um posto de gasolina que pertencia ao jogador em uma avenida em São Paulo, inclusive o nome do posto era "Rivelino". No dia seguinte, li no jornal este fato. Eu tinha sido eleito presidente do Fluminense, mas não tinha tomado posse ainda. Mas pensei rápido, descobri o endereço do Rivelino, descobri o nome da esposa dele e peguei o avião e fui até São Paulo. Chegando na cidade, comprei um buquê de flores para a senhora Maysa (esposa de Rivelino) com as cores do Fluminense. Chegando até a casa dele, o Rivelino não

estava; o que era ideal. Dona Maysa disse que ele

voltava já. Pois bem, entreguei o buquê a e l a e e l a f i cou contente dizendo que eu era o primeiro dirigente a dar flores a ela. Pensei comigo, já fiz um gol! E l a e n t ã o m e convidou a entrar, tomamos um café, e começou a me contar que estava com medo do dia a d i a , e s t a v a m

r e c e b e n d o a m e a ç a s d e

sequestro, foi então que eu perguntei

se ela gostaria de morar no R i o d e Janeiro. Ela m e d i s s e que ser ia muito bom, m a s d e p e n d i a do Rivelino. Eu então

dependia do Rivelino. Eu então falei que dependia dela, porque se ela não quisesse, ele não iria por dinheiro nenhum. Então combinei com ela para ela falar para o Rivelino que gostaria que ele ouvisse a minha proposta. E assim aconteceu, o Rivelino chegou e fiz a proposta a ele, disse que queria levá-lo para o Fluminense e que sabia também que o contrato dele terminava em dezembro, mas eu queria comprar o passe dele. Foi quando ele me perguntou se eu falaria com o pai dele, seu Nicola. Eu disse que sim, e seu Nicola, palmeirense, chegou até a casa do filho em instantes. Isso já eram nove horas da noite, e seu Nicola me perguntou se eu falaria com o presidente do Corinthians, Vicente Matheus, naquele momento. Eu, claro, não hesitei e portanto fomos todos a casa de Vicente Matheus. Chegando lá, fomos atendidos pela esposa do presidente, que disse que ele já estava dormindo e o recado era para acordá-lo só se a casa estivesse pegando fogo. Foi quando o Rivelino falou que era para acordá-lo, pois a casa estava pegando fogo. E la não entendeu nada, mas foi acordar o Vicente Matheus, que desceu um pouco aborrecido. Bem, mesmo assim falei a ele que queria comprar o passe do Rivelino, mas ele disse que não queria vendê-lo. Para o espanto de todos, o Rivelino virou e disse a ele que se não vendesse ele pararia de jogar futebol. E surgiu esse impasse inesperado por todos. Ficamos combinados a conversar no dia seguinte, onde nos reunimos. Pois bem, retornei ao Rio de Janeiro, e fiquei sabendo que o Rivelino pegou o carro e veio para o Rio de Janeiro, com isso o presidente do Corinthians percebeu que não ía ter jeito. Foi então que conversamos sobre valores. Ele pediu o valor de 8 milhões pelo passe do Rivelino. Eu achei muito alto e

disse que com esse dinheiro eu comprava um estado e colocava o nome de Fluminense no mapa. V icente Matheus portanto perguntou quanto eu pagava. Disse então que pagaria 3 milhões, e ele aceitou. Fechamos o negócio, e o combinado era dia 10 de janeiro ele receber a quantia em dinheiro. Depois de fechado o negócio, parei para pensar. Eu já havia comprado o Zé Mário do Flamengo por 250 mil, o Mário Sérgio do Vitória por 850 mil, e o Fluminense não tinha dinheiro p a ra i s s o , p a ra e s s a s contratações, nós diretores, já havíamos colocado os imóveis como garantia, imagina só, os casados em comunhão de bens, f a z e n d o s u a s e s p o s a s assinarem. Pois então, eu já havia dado a minha palavra para o Vicente Matheus e tinha que cumprí-la. Liguei para um amigo meu que era banqueiro, mas ele não tinha como me arrumar essa quantia, foi então que ele me levou a um amigo dele também banqueiro, que por coincidência foi meu aluno na faculdade nacional de direito e consegui a quantia. Ficamos com uma dívida de juros g r a n d e , m a s c o m o o Fluminense levava muitos t o r cedo res ao e s t ád i o , reservávamos sempre 20% da renda. E com isso o Rivelino e s t a v a e m d o i s a n o s integralmente pago."

Dr. Horta uma das peças mais importantes para o Saferj

Dr. Francisco Horta, um gigante do futebol e uma das peças mais importantes para o Saferj. Quando presidia o Fluminense, Dr. Horta, contava com grandes advogados, como o Dr. Alexander Macedo, onde faziam questão de se reunirem com os atletas do tricolor para gerar uma intimidade. " Isso acontecia para que os jogado-res tivessem prazer em atuar

no tricolor, e não atuassem só por dinheiro, mas sim por amor, por amizade. Esse trabalho surtiu bons efeitos, porque os jogadores passaram a conhecer os advogados que os defendiam; o jogador contava problemas de um primo por exemplo, e o advogado atendia gratuita-mente, tudo isso para que o atleta tivesse tranquilidade para jogar futebol." comenta Dr. Horta. A partir daí, Francisco Horta, se reuniu com o advogado Dr. Alexander Macedo, entre outros, e começaram a pensar como iriam formalizar legal-mente uma associação para os jogadores. E foi com a ida de Zé Mário para o Fluminense que tudo se encaixou. " Zé Mário era um líder e ninguém melhor que ele para ser o presidente da associação. E ele aglutinou os jogadores como nós queríamos e a associação foi criada, o que foi dar no Sindicato em 1979". diz Dr.Horta. É um orgulho para quem viveu o início da associação, as dificuldades encontradas no início quando surgiu o sindica-to, ver, que hoje, o Saferj se tornou uma entidade respeita-da e que proporciona o melhor ao atleta de futebol. "Não tenho a menor dúvida que hoje o Saferj é uma força. Possui uma assistência sindical eficiente. Durante os dez anos que eu fui auditor do tribunal, eu vi o Sindicato defender os jogado-res e ganhando ações, rara-mente perdia. E a partir de 1982, quando eu assumi o tribunal de justiça, represen-tando os jogadores, que eu vi que o Sindicato funcionava. E hoje muito mais, a primeira sede era modesta, e hoje em dia tem uma sede primorosa, equipamentos de primeira qualidade. Eu sempre achei que os mandatos deveriam ser renovados, percebo que há exceções, o Alfredo Sampaio está há 20 anos e tem que ficar até morrer, porque ele é um excelente gestor." diz Horta.

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Como foi a passagem das categorias de base para o elenco profissional? M: Desde que eu cheguei ao Madureira sempre tive um bom relacionamento, sempre fui muito bem tratado pelos coordenadores do clube. Mas cheguei ao Madureira em 2003 por uma indicação de uma amigo meu que jogava no clube. Aí o seu Ronaldo, supervisor, viu o meu trabalho na Copa Gazeta, no Espírito Santo, com isso vim para o Madureira, fiz boas partidas e hoje eu estou na equipe profissional trabalhando forte.

Você teve propostas para sair do Madureira? M: Despertei interesse de alguns clubes sim. Mas não sei o que aconteceu, não houve a concreti-zação da negociação. Mas estou no Madureira, vai ver não era o momento certo ainda. Tive propostas de fora do país também, de ir pra Portugal.

O fato de você ter recebido propostas de outros clubes fez com que você acreditasse ainda mais no seu futebol? M: Fiquei muito orgulhoso, porque isso é sinal que eu venho fazendo o meu trabalho bem feito. Estou mostrando serviço, estou correndo atrás. Mas eu entrego nas mãos de Deus, quando ele achar que estou pronto, minha hora vai chegar.

Você tem medo que as novas oportunidades demorem aparecerem novamen-te? M: Tenho um certo medo sim. Porque eu tive muitas oportunidades, mas eu acho que não era o tempo de Deus. E creio que as oportunidades irão voltar sim. Quando for a minha hora, vou agarrar e aproveitar.

Qual a importância da sua família pra você? M: Importante demais. Desde pequeno meu pai me levava para fazer os testes, as vezes sem dinheiro de passagem, e ele se virava para me dar o dinheiro. Então tanto ele (pai) quanto meus irmãos e minha mãe são essenciais pra mim. É um orgulho pra mim ter uma família como a minha, e eu vou vencer para eles ficarem super orgulhosos de mim.

Você já pensou em desistir da carreira? M: Não. Ainda não. Eu sou novo ainda, acho que a gente passa muitas dificuldades. As vezes as pessoas de fora olham pra gente e pelo fato de estar sorriden-te, acham que é fácil; mas não é, tem muitas coisas por trás do sorriso no rosto. Então tem que gostar muito do que faz e correr muito atrás.

Você estuda? M: Eu tive que parar porque eu viajei, mas voltei. E esse ano eu concluo os meus estudos.

Sua família cobra de você bom desempenho nos estudos? M: Meus pais sempre me deixaram cientes que o estudo é muito importante, que era fundamental pra podervencer. Muitos jogadores param de estudar quando começam a jogar futebol, mas eu não aconselho a largar osestudos. Até porque principalmente os jogadores que estão começando, eles não tem certeza se vai dar certo.Por exemplo eu tenho amigos que são jogadores, e de qualidade, que estão sem clube. Então se deixar de ladoo estudo como é que vai correr atrás de alguma coisa? Não pode.

E como é a relação com os seus amigos na escola. Eles te dão apoio, vão assistir seusjogos? M: Eu não tenho uma fama de aparecer direto em televisão como os jogadores de time grande, mas égostoso as pessoas falando, poxa Michel, vi você jogar no maracanã, poxa jogou bem. Nas ruas pertoda minha casa as pessoas me reconhecem. Tem amigos até que falam pra mim, poxa Michel, porquevocê não vai no Vasco, no Flamengo. Mas eu digo, calma, ainda não chegou o momento, mas eu vouvencer. É bem legal.

Como foi seu primeiro jogo no maracanã? M: Foi Madureira x Flamengo, o maracanã estava cheio, foi uma experiência muito boa. O meu pensa-mento era entrar no jogo e correr, lutar. Nós perdemos por 2 a 0, mas fizemos uma grande partida.

Quem você admira na sua posição? M: Eu gosto muito do Edmundo e do Ronaldinho Gaúcho.

Um sonho: M: De chegar em um clube grande, mas está perto, não está longe não (risos). E também de poderatuar fora do País.

6 ENTREVISTA O GOOOL! www.saferj.com.br - Rio de Janeiro, outubro de 2010

MICHEL - ATLETA DO MADUREIRA

Michel sendo entrevistado pela TV SAFERJna sala de troféus do Madureira

www.saferj.com.br

Page 7: Jornal o Goool! - Nº07

7JURÍDICO

MONITORES

A Lei 6354/76 que dispõe sobre a profissão de atleta profissional de futebol, no art.27, determina que ex-atletas de futebol que tivessem exercido a profissão por 03 anos consecutivos, ou 05 alternados, poderiam exercer o cargo de monitor.

No projeto de Lei enviado ao Congresso com modificações a serem feitas na Lei Pelé - Lei nº 9615/98, e havia o artigo que criava a figura de “Monitor de Esporte” para ser exercido por ex-atletas.

Os profissionais de educação física se rebelaram alegando que os profissionais da área necessitam de diploma, desde 1998, para exercer a profissão e que a criação da figura de “monitor de esporte” restringiria seu mercado de trabalho, pois, com no máximo 05 anos alternados de profissão, os ex-atletas teriam os mesmos direitos que eles. Pois bem, o Senado retirou do projeto de lei o artigo que instituía a figura de “Monitor de Esporte”.

O Conselho Regional de Educação Física – CREF1 está indo a alguns Clubes de Futebol do Estado do Rio de Janeiro para fiscalizar se há ex-atletas exercendo a função de monitor, alegando que é a prática de exercício ilegal de profissão.

Portanto, recado importante: se ainda há ex-atletas empregados em Clubes exercendo essa função de monitor assinalada na carteira de trabalho, procurem imediatamente o departamento competente dos Clubes, para a regularização de sua situação trabalhista.

Essa história aconteceu na Espanha, com o Strik. Nós atuávamos pelo Cruzeiro, e tínhamos vencido o jogo e fomos festejar a vitória a noite. E voltando da saída, encontramos o Strik e o preparador físico Ruy Guimarães, sentados na beira da calçada do hotel, mas em um nível alcoólico alto. Aí eu disse para um companheiro:-Poxa, vamos subir com eles, fica chato deixar eles aqui nesse estado. disse Ozires Levantamos eles, eram pesados, aí o Ruy Guimarães acordou, estava um pouco melhor. E nós rebocamos o Strik, colocamos um braço dele em cada ombro nosso e levamos. Fomos em direção ao elevador para subir e colocar ele no quarto. Nesse caminho eu percebi que ele estava se mexendo muito e eu comecei a achar que ele poderia estar tendo um ataque. Mas na saída do elevador, ele meteu a mão pra trás e quase atingiu o meu rosto, acabou pegando em uma parte do elevador e fez o maior barulho. Ele saiu cambale-ando, xingando e foi em direção ao quarto dele. Quando eu voltei para o elevador, o meu companheiro estava rindo muito. E foi aí que ele me contou, que estava fazendo cosquinha nas partes íntimas do Strik. Aí que eu fui entender o porque que ele meteu a mão pra trás, claro, ele estava sentindo um toque diferente.

FIQUE POR DENTRO

Histórias engraçadascontadas por boleiros*por Ozires, ex-jogador do Cruzeiro

www.saferj.com.br - Rio de Janeiro, outubro de 2010O GOOOL!

Bêbado com sensibilidade

DICA DO JURÍDICO TRANSFERÊNCIA ATLETAS MENORES DE 18 ANOSDR. YARA MACEDO

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou o projeto que proíbe a transferência internacional de atletas brasileiros com menos de 18 anos. Por isso, a questão merece contorno sob a ótica da legislação brasileira. Pelo que diz a FIFA, que é o órgão maior do futebol mundial, cumpre citar o artigo 19 do Regulamento sobre o Status de Transferência de Jogadores da entidade, que é claro ao afirmar a impossibilidade da transferência internacional de jogadores com menos de 18 anos, abrindo-se três exceções.

* A primeira é para o caso de o menor residir a menos de 50 km da fronteira com o seu novo clube, bem como que a sede do novo clube esteja, igualmente, a menos de 50 km da fronteira com o país de residência do jogador, perfazendo uma distância total de, no máximo, 100 km. Entretanto, em casos como este, as duas associações (a do clube em que o jogador reside e a do novo clube do menor) deverão apresentar consentimento, por escrito, dos fatos e da possibilidade da transferência, sob pena de serem punidas pela própria FIFA em caso de ocultarem informações.

* A segunda possibilidade, aplicada somente aos países europeus, é para casos envolvendo membros da União Européia, bem como o jogador ter mais que 16 anos de idade. Também é primordial que seja assegurado, pelo novo clube, todas as condições necessárias para que o menor tenha adequado acesso à educação. * A última das exceções é a que mais observamos no mercado mundial de transfe-rências. O jogador, menor de 18, pode se transferir para um clube de outro país, desde que seja para acompanhar seus pais, quando estes precisarem mudar por motivos alheios ao futebol. Mas o que exatamente isso quer dizer e como os clubes se valem desse dispositivo legal?

Quando há o interesse por um jovem e promissor atleta, principalmente aqueles com domicílio na América do Sul, o clube interessado se apressa em fazer uma proposta de trabalho ao pai do garoto. Essa proposta nem sempre esta relacionada em exercer alguma atividade dentro do clube. Muitas vezes é em algum outro trabalho de uma empresa de alguém que tenha alguma ligação forte com o clube. Em razão da proposta de trabalho, toda a família acaba se mudando para o novo país, inclusive os filhos.

Como o garoto é muito bom no futebol, o clube, "coincidentemente", o convida para treinar nas categorias de base. O convite é aceito e a transferência, "ocasional-mente", é concretizada. Foi justamente o que ocorreu com o argentino Messi, por exemplo, na sua negociação com o Barcelona, da Espanha.

DR. YARA MACEDO

Page 8: Jornal o Goool! - Nº07

8 www.saferj.com.br - Rio de Janeiro, outubro de 2010

ESTRESSE NOS JOVENS ATLETAS

FISIOTERAPIASAIBA MAIS SOBRE ESPORÃO DO CALCÂNEO

GERAL O GOOOL!

Os atletas estão constantemente sujeitos aos mais diversos tipos de pressão, externas ou internas. As pressões externas compreendem a avaliação do desempenho pelos técnicos e demais participantes, as expectativas do treinador em relação ao desempenho do atleta, o comportamento da torcida e as críticas dos companheiros de equipe. Já as pressões internas, incluem o alcance de objetivos pessoais, as expectativas de sucesso ou fracasso e as percepções dos atletas sobre vitórias e derrotas.

Os diferentes tipos de pressão podem transformar-se em fatores geradores de estresse, dependendo da percepção individual do atleta. Ou seja, determinada situação poderá ser considerada um fator gerador de estresse para certo indivíduo e não para os demais. Isso se deve ao fato de a percepção do estresse depender da avaliação da demanda, da qualidade de recursos e da experiência que o indivíduo dispõe para lidar com cada situação.

Considerando que os atletas mais jovens se encontram em fases sensíveis de desenvolvimento da sua personalidade, estes poderão apresentar maiores dificuldades em controlar suas emoções e reações.

"Nesse sentido, estudos que abordam o estresse em jovens atletas apresentam um papel relevante, pois não se pode ignorar que nesta fase do desenvolvimento do indivíduo, o seu organismo e a sua estrutura afetivo-emocional estão mais suscetíveis a desequilíbrios graves e de conseqüências perduráveis, especialmente quando submetidos a pressões constantes. A autocobrança em relação as pressões é que ocasiona os maiores níveis de estresse nos jovens atletas, e, como conseqüência, poderá levá-los ao abandono da prática esportiva" explica a psicóloga Neusa Borges.

As rotinas de treinamentos, competições e seleções no esporte podem ser extremamente conflituosas e envolver uma série de obstáculos, como a separação do atleta de sua família e do seu meio social, a dificuldade de continuação dos seus estudos, o alto grau de cobrança nos treinamentos e competições e a incerteza quanto à continuidade de sua carreira esportiva. "No período da adolescência, os jovens passam por alterações em diversos níveis e por um processo de aquisição de características e competências que os capacitem a assumir os deveres e os papéis sociais de um adulto, encontrando-se em fases sensíveis e críticas do seu desenvolvimento. Devido à sua pouca experiência competitiva, atletas adolescentes podem apresentar maiores problemas para controlar suas emoções e reações em situações de competição, aumentando a probabilidade de sentirem os efeitos negativos do estresse inerente ao processo esportivo" pondera a psicóloga.

O estresse para jovens atletas está relacionado à complexidade da tarefa (quando esta é maior que os recursos do praticante), à pressão exercida por adultosenvolvidos no processo competitivo (pais e técnicos), à definição irreal de objetivos, ao nível de expectativa exagerado (pessoal e dos outros) em relação aodesempenho. Nesse sentido, os atletas devem estar preparados para as pressões do esporte de alto rendimento, para as incertezas e para as angústiasque interferem no seu sucesso.

A capacidade para lidar com o estresse, portanto, pode ser determinante para o rendimento de um atleta. "No esporte, existe uma grande preocupaçãoem relação à queda de produção do atleta nos treinamentos e nas partidas, que compromete a continuidade e a escalação do atleta para as próximascompetições. Para atender o que se espera dele, o atleta precisa enfrentar adequadamente as expectativas do treinador, de seus companheiros de equipe,dos seus familiares, dos amigos e, em determinadas situações, dos meios de comunicação" esclarece Neusa Borges.

O esporão do calcâneo faz parte do quadro de Fascíte Plantar e se caracteriza por um crescimento ósseo no calcâneo, mas é importante salientar que o esporão não ocorre na fascia plantar e sim no músculo flexor curto dos dedos, o qual é adjacente à fascia. Apenas 50% das pessoas com fascíte tem esporão e 10% das pessoas sem dor no calcâneo também tem esporão, assim, via de regra, não há indicação de ressecção cirúrgica do esporão.

O paciente com fascíte apresenta dor na parte posterior plantar do pé. Esta dor ocorre principalmente nos primeiros passos quando o paciente levanta-se da cama pela manhã. Atividades esportivas ou ficar longos períodos em pé também causam dor importante.

O tratamento inicial consiste em alongamento do tendão de Aquiles, alongamento da fascia plantar e uso de palmilha de silicone para calcanhar. A realização deste tratamento por 8 semanas deverá trazer benefício para 90 a 95% dos pacientes. Para aqueles que não responderam ao tratamento, existem duas opções: injeções de corticóide na fascia plantar e o uso do night splint, que é uma espécie de imobilizador de tornozelo que alonga a fascia plantar enquanto estamos dormindo. A cirurgia fica reservada para os 5% dos pacientes que não respondem a essas medidas não cirúrgicas.

Nem toda a dor no calcâneo é Fascíte Plantar, portanto, principalmente os pacientes que não apresentam benefícios com o tratamento, devem ser avaliados para outras causas em potencial como, por exemplo, túnel tarsal, tendinite insercional do Aquiles e atrofia da gordura plantar do calcâneo.

O que se sente?

Como se trata?

Observação

"A autocobrança em relação as pressões é que ocasiona os maiores níveis de estresse nos jovens atletas"

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