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JOSÉ NAZARENO RUFINO DE MATTOS
AGENESIA DE INCISIVO LATERAL SUPERIOR PERMANENTE E A MORFOLOGIA DENTOFACIAL – UM ESTUDO CEFALOMÉTRICO.
Belém
2006
JOSÉ NAZARENO RUFINO DE MATTOS
AGENESIA DE INCISIVO LATERAL SUPERIOR PERMANENTE E A MORFOLOGIA DENTOFACIAL – UM ESTUDO CEFALOMÉTRICO.
Dissertação apresentada ao Curso de Odontologia da Universidade Federal do Pará, para obter o título de Mestre, pelo programa de Pós-Graduação em Odontologia.
Orientador: Prof. Dr. Haroldo Amorim de Almeida
Belém
2006
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE E COMUNICADO AO AUTOR A REFERÊNCIA DA CITAÇÃO.
Belém, ____∕____∕____
Assinatura:
E-mail: [email protected]
Catalogação na Publicação Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Pará Biblioteca Prof. Dr. Francisco Gemaque Álvaro
Mattos, José Nazareno Rufino de. Agenesia de incisivo lateral superior permanente e a morfologia dentofacial – um estudo cefalométrico. .∕ José Nazareno Rufino de Mattos; orientador: Haroldo Amorim de Almeida – Belém, 2006.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências da Saúde, Faculdade de Odontologia, Programa de Pós-Graduação, 2006.
1. Agenesia. 2. Incisivos (Dentes) 3. Ortodontia. 4. Odontologia. I.Título
CDD - 21. ed. 617. 643
FOLHA DE APROVAÇÃO
Mattos, JNR. Agenesia de incisivo lateral superior permanente e a morfologia dentofacial – um estudo cefalométrico. [Dissertação de Mestrado]. Belém: Curso de Odontologia da UFPA; 2006.
Belém, 21/06/2006
Banca Exa minadora
1)Prof. Dr. Fabrício Mesquita Fuji
Titulação: _____________________________________________________
Julgamento: _______________________ Assinatura: ____________________
1)Prof. Dr. Antônio José da Silva Nogueira
Titulação: _____________________________________________________
Julgamento: _______________________ Assinatura: ____________________
1)Prof. Dr. João de Jesus Viana Pinheiro
Titulação: _____________________________________________________
Julgamento: _______________________ Assinatura: ____________________
DEDICATÓRIA
À minha querida e amada esposa Simone, companheira de todas as horas e, principalmente, nas jornadas que a
nossa profissão nos impõe.
Aos meus filhos, José Vítor e Vívian, maiores exemplos de renovação da minha vida.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por tudo que me permitiu chegar até aqui.
À minha família, pelo apoio e incentivo.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Haroldo Amorim de Almeida, pela compreensão, amizade e dedicação.
Às coordenadoras do Curso de Mestrado em Odontologia da UFPA, Profa. Dra. Suely dos Santos Lamarão e
Profa. Dra. Regina Fátima Feio Barroso, por tornarem realidade o primeiro Curso de Mestrado em Odontologia
do nosso Estado.
Aos Ortodontistas que, atendendo ao meu pedido, cederam as radiografias que compuseram a amostra, tornando
possível este estudo.
Aos Radiologistas, Dr. João Pinheiro e Dra. Graça Pinheiro, amigos que disponibilizaram o
consultório e equipamentos necessários para a realização desta pesquisa.
A todos os professores do Programa de Mestrado em Odontologia, pela contribuição em
nosso aprendizado.
Aos colegas do Curso de Mestrado em Odontologia, pelo agradável convívio e amizade.
Mattos, JNR. Agenesia de incisivo lateral superior permanente e a morfologia dentofacial – um estudo cefalométrico. [Dissertação de mestrado]. Belém: Curso de Odontologia da UFPA; 2006.
RESUMO
A agenesia dental é a anomalia de número mais freqüente na dentição permanente e o incisivo
lateral superior permanente (ILSP) é um dos dentes mais acometidos por essa condição. O
objetivo deste estudo foi analisar a influência da agenesia de ILSP sobre a morfologia
dentofacial. A amostra consistiu de 100 telerradiografias da cabeça, em norma lateral, de
indivíduos de ambos os gêneros, na fase de dentição permanente, com idades variando de 11 a
25 anos (média de 14.3), que foram divididos em dois grupos pareados individualmente
segundo o gênero e a idade: um grupo de 50 casos de agenesia uni ou bilateral de ILSP e
outro grupo sem agenesia dental, o grupo controle. As telerradiografias laterais foram traçadas
e as medidas angulares e lineares foram comparadas entre os dois grupos, através do teste “t”
de Student. Os resultados obtidos mostraram que os dois grupos não diferiram
significantemente quanto à direção de crescimento facial. A maxila e a mandíbula mostraram-
se na mesma disposição sagital, quando avaliadas isoladamente em relação à base craniana, e
com comprimentos semelhantes nos dois grupos. Entretanto, a convexidade facial mostrou-se
significantemente reduzida no grupo com agenesia, medida através do ângulo NAP
(P=0.008), bem como a relação maxilo-mandibular entre si, medida pelo ângulo ANB
(P=0.017). As alterações mais significantes foram observadas nos incisivos superiores e
inferiores, que apresentaram redução significante na inclinação axial e protrusão (P<0.05),
com conseqüente aumento do ângulo nasolabial, no grupo com agenesia. Esses resultados
permitem concluir que a agenesia de ILSP está associada a alterações na morfologia
dentofacial.
Palavras-chave: Agenesia - Incisivo lateral superior permanente - Morfologia dentofacial.
Mattos, JNR. Agenesis of upper permanent lateral incisor and the dentofacial morphology- A cephalometric study [Dissertação de mestrado]. Belém: Curso de Odontologia da UFPA; 2006.
ABSTRACT
Tooth agenesis is the most common anomaly of the permanent dentition and the upper permanent lateral incisor
(UPLI) is one of the most frequently absent tooth. The aim of this study was to analyze the influence of the UPLI
agenesis on the dentofacial morphology in orthodontic patients. The sample comprised 100 lateral cephalometric
radiographs of subjects of both sexes, in the permanent dentition and ages ranged from 11 to 25 years old (mean:
14.3) without any facial anomaly. They were divided into two groups: one group of 50 individuals with agenesis
of one or both UPLI, and another group of 50 control individuals without tooth agenesis. The two groups were
sex and age matched. The cephalograms of both groups were compared by some angular and linear
measurements using the independent sample Student “t” test. The results of this study showed that the agenesis
group had similar facial vertical growth compared to the control group. The maxilla and the mandible showed
similar sagittal position, when evaluated individually in relation to the cranial base, in both groups. However, the
facial convexity was reduced significantly in the UPLI agenesis group, both when the NAP angle (P=0.008) and
the ANB angle were evaluated (P=0.017). The most significant alterations were observed on the upper and lower
incisors position and axial inclination, both them with reduction (P0.05), and a more obtuse nasolabial angle in
the UPLI agenesis group. These results suggest that agenesis of UPLI influences some aspects of dentofacial
morphology.
Key words: Agenesis. Upper permanent lateral incisor. Dentofacial morphology.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
p.Figura 1 - Pontos cefalométricos utilizados...........................................................46
Figura 2 -
Figura 3 -
Quadro 1 -
Quadro 2 -
Medidas lineares utilizadas....................................................................47
Medidas angulares utilizadas.................................................................47
Pontos cefalométricos............................................................................43
Medidas cefalométricas……………………………………………….44
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
ADF Agenesia dental familiar
ILSP Incisivo lateral superior permanente
mm milímetros
º grau
ângulo
SUMÁRIO
p.
1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................10
2 REVISÃO DA LITERATURA ..............................................................12
2.1 Odontogênese........................................................................................................12
2.2 Terminologia e definições....................................................................................15
2.3 Etiologia da agenesia dental................................................................................16
2.4 Prevalência da agenesia dental...........................................................................19
2.5 Características craniofaciais de indivíduos portadores de agenesia de incisivo lateral
superior...........................................................................................................27
3 PROPOSIÇÃO ................................................................................................38
4 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................39
5 RESULTADOS ................................................................................................48
6 DISCUSSÃO .....................................................................................................54
7 CONCLUSÕES ...............................................................................................61
REFERÊNCIAS .................................................................................................62
APÊNDICES .......................................................................................................67
ANEXOS . . ..............................................................................................................70
1 INTRODUÇÃO
As alterações de desenvolvimento dos dentes, entre as quais está a agenesia,
representam um fator que freqüentemente motiva a procura pelo tratamento ortodôntico,
especialmente quando tal alteração envolve um ou mais dentes anteriores.
Os dentes podem ser acometidos por diferentes tipos de anomalias, tais como de
número, de forma, de tamanho, de posição e de estrutura, sendo as anomalias de número as
mais prevalentes na dentição permanente (NEVILLE et al., 2004).
Alguns estudos têm contribuído com conhecimentos importantes acerca dessas
anomalias, elucidando dados de grande valia do ponto de vista teórico e também de aplicação
clínica (KENNEDY, 1999; KOOK, PARK, SAMESHIMA, 2003; LARMOUR et al., 2005).
A esfoliação dos incisivos decíduos e a erupção dos incisivos permanentes são
freqüentemente acompanhadas com atenção pela criança e pelos pais, mais do que qualquer
outro processo de desenvolvimento da dentição. Isso ocorre porque essas mudanças
acontecem na região anterior da boca, podem ser facilmente acompanhadas e, acima de tudo,
têm um efeito marcante sobre a estética. A falta de um ou ambos os incisivos laterais
superiores permanentes pode causar forte impacto na criança e nos pais, os quais geralmente
não estão preparados para isso, e a procura por tratamento se dá algumas vezes ainda nessa
fase inicial de dentição mista (VAN DER LINDEN, 1990).
A agenesia de um ou mais elementos na dentição permanente acarreta conseqüências
desagradáveis para o estabelecimento de uma oclusão harmoniosa (GLAVAM; SILVA,
1995). Em se tratando da região ântero-superior, a ausência congênita de dentes afetará não só
o aspecto funcional, mas também a estética ficará grandemente prejudicada, o que impõe ao
profissional da Ortodontia uma situação de grande desafio e muita responsabilidade na
elaboração de um plano de tratamento e mecanoterapia para o caso (OLIVEIRA;
CONSOLARO, 1989).
A análise conjunta dos diversos elementos que compõem a documentação ortodôntica
do caso deverá ser criteriosa, para que um plano de tratamento bem elaborado possa dar ao
caso uma boa finalização do ponto de vista da função, da estética e da estabilidade. A análise
cefalométrica radiográfica como instrumento de grande valia no diagnóstico ortodôntico, pode
revelar dados de elevada importância na elaboração de um plano de tratamento nos casos de
agenesia de incisivos lateral superior permanente, dando ao profissional a oportunidade de
não acentuar uma ou mais características cefalométricas, às vezes já comprometidas.
Poucos estudos têm sido feitos para elucidar os efeitos das agenesias sobre a
morfologia craniofacial (ENDO et al., 2004). Em virtude dessa escassez, surgiu o interesse em
acrescentar conhecimentos ao tema, especialmente em casos de agenesia de incisivo lateral
superior permanente.
3 PROPOSIÇÃO GERAL
Avaliar a influência da agenesia do incisivo lateral superior permanente (ILSP) na
morfologia dentofacial, através de estudo radiográfico cefalométrico em norma lateral.
3.1 Proposições específicas
1. Avaliar a influência da agenesia de ILSP na direção do crescimento facial;
2. Investigar a influência da agenesia de ILSP na relação ântero-posterior entre maxila
e mandíbula;
3. Avaliar a influência da agenesia de ILSP no posicionamento dos incisivos;
4. Analisar a influência da agenesia de ILSP no perfil tegumentar.
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Material
4.1.1 Desenho do estudo
Para cumprir com as proposições desta pesquisa, foi realizado um estudo
observacional analítico do tipo caso-controle.
O estudo tipo caso-controle é uma investigação de natureza retrospectiva na qual
indivíduos com uma dada condição, que constituem o grupo de casos, são comparados com
outros sem esta condição, que constituem o grupo controle (PEREIRA, 1995).
O projeto de pesquisa que originou este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa do Núcleo de Medicina Tropical da Universidade Federal do Pará, com o parecer n°
062/2005, em 30 de junho de 2005 (Anexo A).
4.1.2 Amostragem
A amostra foi composta por 100 telerradiografias cefalométricas, em norma lateral,
pertencentes à documentação ortodôntica inicial de 100 indivíduos de ambos os gêneros e
diferentes grupos étnicos, de arquivos de clínicas particulares e cursos de especialização em
Ortodontia da cidade de Belém-Pará.
4.1.3 Critérios de seleção da amostra
Todas as telerradiografias pertenciam a indivíduos no estágio de dentição permanente,
sem fissura lábio-palatal, outras anomalias de face ou síndromes e isentos, até o momento da
citada documentação, de tratamento ortodôntico. A amostra foi dividida em dois grupos:
4.1.3.1 Grupo de casos
Foi composto por 50 telerradiografias, sendo 19 de indivíduos do gênero masculino e
31 de indivíduos do gênero feminino, com idade média de 14 anos e 3 meses. Desses
indivíduos, 23 apresentavam agenesia unilateral, e 27 apresentavam agenesia bilateral de
incisivos laterais superiores permanentes. O diagnóstico da agenesia foi feito pelos
profissionais que trataram os casos e confirmado pelo pesquisador através da observação da
radiografia panorâmica e dos registros em ficha clínica, itens também pertencentes à
documentação ortodôntica inicial. Esses indivíduos não apresentavam perda de dente ou
qualquer outra agenesia, excetuando-se os terceiros molares.
4.1.3.2 Grupo controle
Foi composto por 50 telerradiografias de 50 indivíduos sem qualquer agenesia ou
perda de dente, observada em radiografia panorâmica, item também pertencente à
documentação ortodôntica inicial.
4.1.4 Pareamento
O grupo de casos e o grupo controle foram pareados individualmente quanto ao gênero
e à idade.
4.2 Métodos
Foi utilizado o método cefalométrico radiográfico, realizado de acordo com a
metodologia de posicionamento do indivíduo no cefalostato preconizada por Broadbent
(1931, apud GANDINI JR.et al., 2005).
Sobre cada película radiográfica foi adaptada uma folha de papel de acetato
transparente da marca OSE Co. e feito o desenho anatômico das estruturas de interesse e a
marcação dos pontos cefalométricos manualmente pelo pesquisador, compondo o
cefalograma. Foi utilizado um negastocópio com luz fluorescente difusa, lapiseira da marca
Pentel carregada com grafite de 0.3mm e borracha branca macia da marca Faber-Castell. .
Para padronização dos desenhos das estruturas anatômicas bilaterais que apresentaram
dupla imagem, foi adotado o critério da média entre as duas imagens radiográficas.
Cada cefalograma foi disposto em mesa digitalizadora Genius HR 1812 acoplada a
microcomputador Pentium Celeron 1.8. Os pontos cefalométricos foram digitalizados e
armazenados no programa de cefalometria SMTC – Sistema de Medidas e Traçados
Cefalométricos (Versão 2.7), que processou os dados para obtenção das medidas
cefalométricas. Os dados obtidos foram impressos na forma de relatório em impressora HP
Laserjet 1022, e todo o procedimento foi repetido após 10 dias, para cada cefalograma,
obtendo-se novo relatório de dados.
Com a finalidade de verificar a confiabilidade das medidas cefalométricas obtidas nos
dois momentos, aplicou-se o teste “t” pareado para comparação dessas medidas e, embora não
havendo diferenças estatisticamente significantes (P< 0.05) entre as mesmas, optou-se pela
média para ser usada em análise estatística.
As estruturas anatômicas desenhadas foram (Figura 1):
- Perfil facial tegumentar;
- sela túrcica;
- perfil anterior do osso frontal;
- ossos próprios do nariz;
- conduto auditivo externo;
- borda póstero-inferior das órbitas;
- assoalho da fossa nasal;
- abóbada palatina;
- perfil alveolar anterior da maxila;
- primeiro molar superior;
- incisivo central superior;
- côndilo mandibular;
- borda posterior do ramo mandibular;
- borda inferior do corpo mandibular;
- sínfise mandibular;
- primeiro molar inferior;
- incisivo central inferior.
Foram demarcados os pontos cefalométricos, citados por Gandini Jr. et al. (2005)
(Quadro 1 e Figura 1):
Quadro 1 – Pontos cefalométricos
PONTO DEFINIÇÃO
Sela túrcica (S) Ponto localizado no centro geométrico da sela túrcica.
Násio (N) Ponto mais anterior da sutura frontonasal.
Orbitário(Or) Ponto mais inferior do contorno inferior da órbita.
Pório (Po) Ponto mais superior do meato acústico externo.
Subespinhal (A) Ponto mais profundo da concavidade anterior da maxila.
Supramentoniano (B) Ponto mais profundo da concavidade anterior da sínfise
mentoniana.
Pogônio (Pog) Ponto mais anterior do contorno da sínfise mentoniana.
Gnátio (Gn) Ponto mais antero - inferior da sínfise mentoniana.
Mentoniano (Me) Ponto mais inferior do contorno da sínfise mentoniana.
Gônio (Go) Ponto mais póstero-inferior do ângulo goníaco.
Condílio (Co) Ponto mais póstero-superior do contorno do côndilo mandibular.
Espinha Nasal Anterior
(ENA)
Ponto mais anterior da espinha nasal anterior.
Espinha Nasal Posterior
(ENP)
Ponto mais posterior da maxila óssea.
Ápice do Incisivo
Superior (AIS)
Ponto mais superior da raiz do incisivo central superior.
Incisal do Incisivo
Superior (IIS)
Ponto mais inferior da coroa do incisivo superior.
Incisal do Incisivo
Inferior (III)
Ponto mais superior da coroa do incisivo inferior.
Ápice do Incisivo
Inferior (AII)
Ponto mais inferior da raiz do incisivo central inferior.
Columela (Cm) Ponto mais anterior da columela do nariz.
Subnasal (Sn) Ponto de união entre o nariz e o lábio superior.
Lábio superior (Ls) Ponto mais anterior do lábio superior.
(GANDINI JR.et al., 2005)
Neste estudo foram utilizadas as medidas cefalométricas, angulares e lineares, citadas
por Gandini Jr. et al. (2005) e Martins et al. (1998) (Quadro 2 e Figuras 2 e 3).
Quadro 2 – Medidas cefalométricas
MEDIDA DEFINIÇÃO
SN.Gn Ângulo formado pela interseção das linhas SN e SGn. Define a resultante
vetorial de crescimento anterior e inferior da mandíbula.
NAP Ângulo constituído pelas linhas NA e Apog. Qualifica a protrusão maxilar
em relação ao perfil facial total.
SN.PlO Ângulo formado pelas linhas SN e plano oclusal. Indica a posição vertical
do plano oclusal em relação à base do crânio.
SN.GoGn Ângulo formado pelas linhas SN e o plano mandibular (GoGn). Elucida o
comportamento da base mandibular em relação à base do crânio.
SNA Ângulo formado pela interseção das linhas SN e NA. Define a disposição
ântero-posterior da maxila em relação à base do crânio.
SNB Ângulo formado pela interseção das linhas SN e NB. Define a disposição
ântero-posterior da mandíbula em relação à base do crânio.
ANB Ângulo formado interseção das linhas NA e NB. Representa a relação
maxilo-mandibular no sentido ântero-posterior.
1.NA Ângulo formado pela interseção da linha do longo eixo do incisivo
superior com a linha NA. Indica a inclinação axial deste dente em relação
à sua base óssea.
1.PP Ângulo formado pelo longo eixo do incisivo superior com o plano palatino
(ENA-ENB). Indica a inclinação do incisivo superior com a sua base
óssea.
1-NA Medida linear do ponto mais vestibular da coroa do incisivo superior até a
linha NA. Indica a protrusão do incisivo superior.
1.NB Ângulo formado pela interseção da linha do longo eixo do incisivo inferior
com a linha NB. Indica a inclinação axial deste dente em relação à sua
base óssea.
IMPA Ângulo formado pelo longo eixo do incisivo inferior com o plano
mandibular. Indica a inclinação axial dos incisivos inferiores em relação à
sua base óssea.
1-NB Medida linear do ponto mais vestibular da coroa do incisivo inferior até a
linha NB. Indica a protrusão do incisivo inferior.
1.1 Ângulo formado pela interseção dos longos eixos dos incisivos superior e
inferior. Indica o grau de protrusão dos incisivos.
Nperp - A Medida linear entre o ponto A e a linha que passa em N e perpendicular ao
plano de Frankfurt (PoOr). Expressa o posicionamento antero-posterior da
maxila em relação à face média.
Nperp - Pog Medida linear entre o ponto Pog e a linha que passa no ponto N e
perpendicular ao plano de Frankfurt (PoOr). Expressa o posicionamento
ântero-posterior da mandíbula em relação à face média.
Co-A Medida linear entre o ponto Co e o ponto A. Representa o comprimento
efetivo da maxila.
Co-Gn Medida linear entre o ponto Co e o ponto Gn. Representa o comprimento
efetivo da mandíbula.
AFAI Medida linear entre o ponto ENA e o ponto Me. Representa o
comprimento efetivo da altura facial ântero-inferior.
Ângulo Naso-
labial (NL)
Ângulo formado pela interseção das linhas Cm-Sn e Sn-Ls. Indica o grau
de protrusão do lábio superior.
(GANDINI JR. et al., 2005; MARTINS et al., 1998)
Figura 1 – Pontos cefalométricos utilizados
Figura 2 – Medidas lineares utilizadas
Figura 3 – Medidas angulares utilizadas
1. SN.Gn
2. SN.GoGn
3. SN.PlO
4. SNA
5. SNB
6. ANB
7. 1.NA
8. 1.PP
9. IMPA
10. 1.NB
11. 1.1
12. <ANL
1. Co-A
2. Co-Gn
3. AFAI
4. NPerp-A
5. 1-NA
6. 1-NB
7. NPerp-Pg
Os dados obtidos foram compilados em um banco de dados (Anexos B e C),
utilizando-se o programa Microsoft Excel 2000, e transferidos para o programa Minitab
versão 13 para serem analisados estatisticamente.
O tratamento estatístico teve como objetivo principal comparar as médias das
grandezas cefalométricas (SN.Gn, SN.GoGn, SN.PlO, AFAI, SNA, SNB, ANB, NAP, Co-A,
Nperp-A, Co-Gn, Nperp-Pog, 1.NA, 1.PP, 1-NA, 1.NB, IMPA, 1-NB, 1.1, Ângulo Naso-
labial) dos indivíduos do grupo de casos com as do grupo controle.
Inicialmente foi aplicado o teste de normalidade de Kolmogorov Smirnof para todas as
grandezas cefalométricas estudadas e, tendo todas se mostrado normais, foi eleito o teste
paramétrico “t” de Student para comparação das médias entre os dois grupos.
5 RESULTADOS
Os indivíduos foram inicialmente analisados estatisticamente dentro de um mesmo grupo para se
averiguar se havia ou não diferenças entre eles. Assim, dentro do grupo de casos, os 23 indivíduos com agenesia
unilateral do ILSP foram comparados com os 27 indivíduos com agenesia bilateral desse dente, não tendo sido
encontradas diferenças estatisticamente significantes para quaisquer das medidas cefalométricas estudadas
(Apêndice A). Ainda dentro desse grupo, os 19 indivíduos do gênero masculino foram comparados com os 31
indivíduos do gênero feminino, não havendo diferenças estatisticamente significantes entre os dois gêneros
(Apêndice B).
No grupo controle, os 19 indivíduos do gênero masculino foram comparados com os
31 do gênero feminino, com relação a todas as medidas cefalométricas estudadas, não
havendo qualquer medida que se mostrasse significantemente diferente do ponto de vista
estatístico (Apêndice C).
Desta maneira, os dados foram comparados apenas entre os dois grupos, através das médias aritméticas
das grandezas cefalométricas utilizadas nesta pesquisa. Após a análise dos dados, os resultados obtidos foram
organizados em forma de tabela.
A tabela 1 mostra os resultados obtidos quando da comparação do grupo de casos com
o grupo controle.
Tabela 1 - Comparabilidade dos grupos de caso e controle, segundo o teste aplicado e os seus respectivos
resultados. Média (x), desvio padrão (D.P.), diferença das médias e valor “P” para cada grupo.
Grupo controle(n=50)
x DP
Grupo com agenesia(n=50)
x DP
Diferença
x
Valor
P
Direção do crescimento facialSN.Gn (º) 67.28 3.13 66.57 3,57 0.71 0.295 (ns)SN.GoGn (º) 32.63 4.20 31.84 5.01 0.79 0.397 (ns)SN.PlO (º) 14.70 4.03 15.08 4.67 -0.38 0.663 (ns)AFAI (mm) 70.50 6.23 68.22 6.52 2.28 0.077 (ns)
Rel. max-mand. A-P
SNA (º) 82.58 3.41 81.82 4.19 0.76 0.319 (ns)SNB (º) 78.57 3.29 79.04 3.70 -0.47 0.499 (ns)ANB (º) 4.02 2.51 2.78 2.57 1.23 0.017*NAP (º) 6.60 5.32 3.61 5.63 2.99 0.008*Co-A (mm) 91.87 5.65 91.14 6.65 0.73 0.553 (ns)Nperp-A (mm) 1.31 3.43 0.64 4.27 0.67 0.389 (ns)Co-Gn (mm) 119.11 6.88 119.21 8.05 0.10 0.951 (ns)Nperp-P (mm) -3.85 6.81 -2.34 7.48 1.51 0.295 (ns)
Posicionamento dentário1.NA (º)1.PP (º)
24.94114.60
8.898.28
20.22110.66
7.647.35
4.723.94
0.005* 0.013*
1-NA (mm) 7.54 2.51 5.28 2.16 2.26 0.000*1.NB (º) 27.27 6.08 23.22 5.43 4.06 0.001*IMPA (º) 93.3 5.93 89.74 6.81 3.55 0.007*1-NB (mm) 8.06 2.86 5.80 2.05 2.25 0.000*1.1 (º) 121.42 11.74 132.17 8.82 10.75 0.000*
Tecidos moles
NL (º) 97.91 14.38 106.91 11.49 9.00 0.001**ns = não significante* = P 0.05 (teste “t” de Student)** = P 0.05 (teste: Mann-Whitney)
5.1 Direção do crescimento mandibular e altura facial
A análise comparativa do ângulo SN.Gn, que define a resultante vetorial de
crescimento anterior e inferior da mandíbula, teve média de 67.28º (D.P.=3.13º) no grupo
controle e 66.57º (D.P.=3.57º) no grupo com agenesia. Essa diferença não se mostrou
estatisticamente significante ( P=0.295).
Quando analisado o ângulo SN.GoGn, o qual elucida o comportamento da base
mandibular com a base do crânio, foi observada a média de 32.63º (D.P.=4.20º) no grupo
controle e 31.84º (D.P.= 5.01º) no grupo com agenesia, sem diferença estatisticamente
significante ( P=0.397).
O ângulo SN.PlO , que define a relação do plano oclusal mandibular com a base do
crânio, teve média de 14.70 º (D.P.=4.03º) no grupo controle e 15.08º (D.P.=4.67º) no grupo
com agenesia, mostrando que não houve diferença estatisticamente significante ( P=0.663).
A análise da AFAI, que é expressão linear da altura facial ântero-inferior, teve média
de 70.50mm (D.P.=6.23mm) para o grupo controle e de 68.22mm (D.P.=6.52mm) para o
grupo com agenesia. Essas médias, tal como as demais anteriormente citadas, não se
mostraram estatisticamente diferentes ( P=0.077).
5.2 Relação antero-posterior maxilo-mandibular
Quando a maxila e a mandíbula são relacionadas com a base craniana anterior,
isoladamente, as médias das medidas cefalométricas reveladoras desse relacionamento não
diferiram estatisticamente entre os grupos controle e com agenesia.
O ângulo SNA, o qual define a posição da maxila em relação à base craniana, exibiu a
média de 82.58º (DP=3.41º) no grupo controle e 81.82º (DP=4.19º) no grupo com agenesia.
Essa diferença não se mostrou significante (P=0.319). Da mesma forma, a posição antero-
posterior da maxila em relação à base craniana, quando medida pela distância Nperp-A, cuja
média para o grupo controle foi de 1.31mm (D.P.=3.43mm) e de 0.64mm (D.P.=4.27mm)
para o grupo com agenesia, não mostrou diferença estatisticamente significante (P=0.389).
A expressão numérica do tamanho da maxila, verificada pela linha Co-A, teve média
de 91.87mm (DP=5.65mm) no grupo controle e 91.14mm (DP=6.65mm) no grupo com
agenesia, não havendo diferença significante estatisticamente.
Para o ângulo SNB, que define a posição antero-posterior da mandíbula em relação à
base do crânio, o valor médio obtido no grupo controle foi de 78.57º (D.P.=3.29º) e de 79.04º
(D.P.=3.70º) no grupo com agenesia, não sendo observada diferença estatisticamente
significante. Da mesma maneira, os valores de Nperp-P, que define a posição antero-posterior
da mandíbula em relação à base do crânio, tiveram uma média de –3.85mm (D.P.=6.81mm)
no grupo controle e de –2.74mm (D.P.=7.48) no grupo com agenesia, e essa diferença não foi
estatisticamente significante.
O tamanho da mandíbula, revelado pela medida linear Co-Gn, apresentou média de
119.11mm (DP=6.88mm) no grupo controle e 119.21mm (DP=8.05mm) no grupo com
agenesia. A pequena diferença observada não se mostrou significante estatisticamente.
Entretanto, no que se refere à relação antero-posterior entre a maxila e a mandíbula,
medida pelo ângulo ANB, o grupo controle apresentou média de 4.02º (DP=2.51º), enquanto
que no grupo de agenesia a média foi de 2.78º (DP=2.57º). A diferença de 1.23º entre essas
duas médias revelou-se estatisticamente significante (P=0.017). No mesmo sentido se
comportou o ângulo NAP, que define a protrusão maxilar em relação ao perfil facial total. A
média desta medida para o grupo controle foi de 6.60º (D.P.=5.32º) e de 3.61º (D.P.=5.63º) no
grupo com agenesia. A diferença de 2.99º a menos para o grupo com agenesia foi
estatisticamente significante (P=0.008).
5.3 Posicionamento dentário
Os resultados referentes ao padrão dentário mostram as diferenças mais marcantes
entre os dois grupos pesquisados.
Quando se compara a inclinação axial dos incisivos superiores dentro do osso
alveolar, através do ângulo 1.NA, no grupo controle encontrou-se a média de 24.94º
(D.P.=8.89º). O grupo com agenesia mostrou a média de 20.22º (D.P.=7.64º), portanto 4.72º
inferior ao grupo controle, diferença esta que se mostrou estatisticamente significante
(P=0.005).
O ângulo 1.PP revela a inclinação axial dos incisivos superiores em relação à sua
própria base apical, a maxila. No grupo controle, esse ângulo teve a média de 114.60º
(DP=8.28º) e de 110.66º (DP=7.35º) no grupo com agenesia. Esta diferença de 3.94º para
menos no grupo com agenesia foi significante estatisticamente (P=0.013).
A medida de 1-NA, que mostra a posição antero-posterior dos incisivos superiores na
sua base apical, teve uma média de 7.54mm (D.P.=2.51mm) no grupo controle e 5.28mm
(D.P.=2.16mm) no grupo com agenesia. A diferença encontrada entre esses dois grupos, de
2.26mm a menos no grupo com agenesia, também se revelou significante (P=0.000).
No que se refere à inclinação dos incisivos inferiores na sua base óssea, a medida do
ângulo 1.NB teve a média de 27.27º (D.P.=6.08º) no grupo controle e 23.22º (D.P.=5.43º) no
grupo com agenesia. Esses dados mostraram uma diferença de 4.06º a menos para o grupo
com agenesia, a qual se mostrou significante estatisticamente (P=0.001).
O IMPA, que também revela a inclinação dos incisivos inferiores na sua base apical, a
mandíbula, teve a média de 93.30º (DP=5.93º) no grupo controle e de 89.74º (DP=6.81º) no
grupo com agenesia. A diferença encontrada entre os dois grupos foi de 3.55º e a mesma se
mostrou estatisticamente significante (P=0.007).
A posição antero-posterior dos incisivos inferiores em relação à sua base apical,
medida pelo 1-NB, teve uma média de 8.06mm (D.P.=2.86) no grupo controle e média de
5.80mm (D.P.=2.05mm) no grupo com agenesia. Esses dentes mostraram-se mais retruídos no
grupo com agenesia, com uma diferença de 2.25mm inferior ao grupo controle, a qual se
mostrou estatisticamente significante.
Quando o ângulo formado pelos longos eixos dos incisivos superiores e inferiores, o
1.1, é analisado e comparado entre os dois grupos, este se mostrou maior no grupo com
agenesia, com média de 132.17º (DP=8.82º). O valor médio desta medida foi 121.42º
(DP=11.74º) no grupo controle, e a diferença de 10.75º foi estatisticamente significante
(P=0.000)
5.4 Perfil tegumentar
Quando avaliada a harmonia do perfil tegumentar na região do terço médio da face,
através do ângulo nasolabial, o grupo controle mostrou redução no valor médio deste ângulo,
que foi de 97.91º (D.P.=14.38º) neste grupo e de 106.91º (D.P.=11.49º) no grupo com
agenesia. A diferença de 9º entre os grupos mostrou-se estatisticamente significante
(P=0.001).
6 DISCUSSÃO
A agenesia dental compreende uma alteração numérica do desenvolvimento dos dentes
bastante estudada. Pesquisas ainda buscam compreender sua etiologia (LARMOUR et al.,
2005; TOWNSEND et al., 2005; VASTARDIS, 2000; VIEIRA, 2003) e um grande número
de trabalhos publicados abordam sua prevalência na população (KIRZIOGLU et al.,2005;
POLDER et al., 2004; SILVA MEZA, 2003). O incisivo lateral superior permanente (ILSP) é
apontado como um dos elementos mais acometidos por tal anomalia. A agenesia uni ou
bilateral desse dente determina uma série de implicações clínicas, com alterações estéticas e
funcionais, tornando o diagnóstico precoce dessa condição importante para minimizar seus
efeitos (MORAIS; MODESTO; GLEISER, 1998).
Autores revisados na presente pesquisa encontraram percentuais de 0,89% a 48,3% para as agenesias de
ILSP (ANTONIAZZI et al., 1999; VANZIN; YAMAZIKI, 2002). Tais estudos epidemiológicos apresentam
ampla variação nos resultados, principalmente em função das variações na seleção das amostras. Buscando
agrupar trabalhos com amostras similares, os percentuais variaram de 2.2% a 15% para amostras compostas por
escolares (MADEIRA; MINATTI, 1983; ROCHA et al.,1983) e 1,3% a 48,3% para amostras compostas por
pacientes em tratamento odontológico, inclusive tratamento ortodôntico (PINHO et al., 2005; VANZIN;
YAMAZAKI,2002).
A agenesia de incisivos laterais superiores, uma das mais freqüentes agenesias na
dentição permanente, pode representar para o profissional da Ortodontia um grande desafio. O
comprometimento da estética do sorriso e a falta de função representam as queixas mais
comuns de indivíduos com esse problema (CHUNG et al., 2000). A avaliação criteriosa da
morfologia dentofacial, através da análise cefalométrica, pode ser a chave do sucesso no
tratamento.
Os estudos que investigam a influência da agenesia de dentes na morfologia
dentofacial são escassos. Geralmente os estudos dessa natureza englobam indivíduos com
vários dentes ausentes e com diferentes grupos de dentes acometidos, na amostra estudada.
A presente pesquisa objetivou avaliar a influência da agenesia apenas do ILSP sobre a
morfologia dentofacial. Dos dentes mais freqüentemente implicados nessa anomalia, os ILSP
são os que mais comprometem a estética, por estarem localizados na região anterior do arco
dentário superior.
O critério adotado para a seleção da amostra neste estudo se baseou essencialmente no
diagnóstico da agenesia do ILSP, no grupo de casos, e a presença de todos os dentes, no grupo
controle, desconsiderando-se os terceiros molares. Assim, não foram observadas as diferentes
más oclusões que os indivíduos apresentavam, as quais induziram a busca por tratamento
ortodôntico. Portanto, as diferentes relações sagitais e verticais entre maxila e mandíbula
apresentaram-se distribuídas em toda a amostra, tanto no grupo de casos como no grupo
controle. Com isso, procurou-se compor uma amostra de tamanho razoável, com 50
indivíduos em cada grupo, para que qualquer diferença encontrada pudesse ser inferida como
possível efeito da agenesia do ILSP na morfologia dentofacial.
A comparação neste estudo foi estabelecida com um grupo de indivíduos provenientes
da mesma população do grupo de casos. A população de região Norte do Brasil,
especificamente o Estado do Pará, onde esta pesquisa foi realizada, é composta por uma
grande miscigenação racial, o que impossibilitou trabalhar-se com apenas um grupo étnico.
Contudo, como toda a amostra proveio de uma mesma população e os dois grupos foram
pareados quanto ao gênero e idade individualmente, a comparabilidade entre os dois grupos
pôde ser estabelecida. Além disso, não se dispõe de valores normativos para as grandezas
cefalométricas usadas nesta pesquisa para a população estudada.
Ao se compararem indivíduos com agenesia unilateral de ILSP com indivíduos com
agenesia bilateral desse dente, os resultados mostraram que a morfologia dentofacial não
difere significantemente entre esses dois casos (Apêndice A). A maioria dos indivíduos
portadores de agenesia unilateral apresenta o elemento homólogo reduzido nas suas
dimensões, sugerindo que a microdontia é um estágio intermediário para a agenesia, que se
uni ou bilateral, parece ser uma expressão variável de um mesmo problema (LE BOT;
SALMON, 1977). Dos 50 indivíduos do grupo de casos desta pesquisa, 23 apresentaram
agenesia unilateral e destes, 20 apresentaram o incisivo lateral permanente reduzido nas suas
dimensões (microdente ou conóide).
O conjunto de grandezas cefalométricas reveladoras da direção do crescimento facial,
através da posição espacial da mandíbula no sentido vertical, não mostrou diferenças
estatisticamente significantes, indicando que a agenesia de ILSP não acarreta alterações no
padrão vertical da face. Esses achados corroboram com os Chung et al. (2000), Endo et al.
(2004), Tavajohi-Kermani, Kapur e Sciote (2002), Ogaard e Krogstad (1995), Roald, Wisth e
Boe (1982), Sarnas e Rune (1983), Wisth, Thunold e Boe (1974) e Yuksel e Uçem (1997).
Entretanto, esses resultados discordam dos estudos de Woodworth, Sinclair e Alexander
(1985), que observaram uma redução significante no ângulo do plano mandibular em relação
à base craniana (SN.GoGn) nos casos de agenesia bilateral de ILSP. Também discordam dos
achados de Ben-Bassat e Brin (2003), que mostraram uma redução do ângulo entre o plano de
Frankfurt e o plano mandibular (FMA) nos casos de agenesia de dentes anteriores; e de
Dermaut, Goeffers e De Smit (1986), que observaram uma forte tendência de aumento da
sobremordida esquelética na sua amostra com agenesia de incisivo lateral superior
permanente.
A presença dos dentes posteriores nos indivíduos estudados nos dois grupos desta
pesquisa pode ser um dos principais fatores responsáveis pela igualdade desses grupos no
aspecto vertical. No crescimento normal da face, os movimentos verticais de desenvolvimento
dos dentes têm papel-chave na morfogênese maxilar e mandibular (ENLOW, 1998). Uma vez
que não havia agenesia de dentes posteriores na amostra selecionada, o padrão vertical da face
mostrou-se inalterado nos grupos comparados.
Os dados que revelam a relação maxilo-mandibular no sentido antero-posterior
indicaram que a relação sagital da maxila em ralação à base do crânio não sofreu influência
pela agenesia do ILSP, o que se pôde constatar pela medida de SNA e de Nperp-A. Essas
grandezas cefalométricas mostraram-se muito pouco reduzidas no grupo de casos, sem
significância estatística. Esses achados concordam com os de Chung et al. (2000), Endo et al.
(2004), Tavajohi-Kermani, Kapur e Sciote (2002), Ogaard e Krogstad (1995), Woodworth,
Sinclair e Alexander (1985) e Yuksel e Uçem (1997). Diferentemente, Ben-Bassat e Brin
(2003) e Wisth, Thunold e Boe (1974) encontraram o ângulo SNA significantemente reduzido
nos indivíduos com hipodontia.
O comprimento da maxila, medido pela distância linear Co-A, também mostrou uma
pequena redução neste estudo no grupo com agenesia, insignificante estatisticamente. Isso
contraria os achados de Ben-Bassat e Brin (2003), Endo et al. (2004), Tavajohi-Kermani,
Kapur e Sciote (2002), Sarnas e Rune (1983), Wisth, Thunold e Boe (1974) e Woodworth,
Sinclair e Alexander (1985), mas está de acordo com Ogaard e Krogstad (1995) e Yuksel e
Uçem (1997), os quais também não encontraram diferenças significantes no tamanho da
maxila, no grupo com hipodontia.
Nesta pesquisa, todas as medidas da maxila foram baseadas no ponto A. Esse ponto
está localizado próximo ao ápice dos incisivos centrais superiores e, segundo McNamara e
Brudon (1995), pode sofrer alteração de acordo com a inclinação dos incisivos, deslocando-se
anteriormente quando as raízes desses dentes estiverem deslocadas para labial, e as coroas,
para lingual. No grupo de casos de agenesia de ILSP, os incisivos centrais superiores
mostraram-se significantemente inclinados para lingual, o que pode mascarar uma possível
redução maxilar presente nesse grupo, pelo deslocamento anterior do ponto A.
Alguns estudos, como os de Endo et al. (2004) e Woodworth, Sinclair e Alexander
(1985), embora tenham encontrado uma redução significante do tamanho da maxila no grupo
com agenesia, não observaram uma redução concomitante no ângulo SNA. Isso se deveu a
uma posição também posterior do ponto Násio, com encurtamento da base craniana anterior
nesses mesmos indivíduos, quando comparados com aqueles sem agenesia dental. Na presente
pesquisa não foi possível essa verificação, pois não se comparou o tamanho da base craniana
anterior (S-N) entre os dois grupos.
No que concerne à relação da mandíbula em relação à base craniana anterior, essa base
apical também não sofreu influência pela agenesia do ILSP, o que se pode constatar pelas
medidas de SNB e Nperp-P. O mesmo ocorreu com o tamanho efetivo da mandíbula medido
pela grandeza linear Co-Gn. Essas grandezas cefalométricas mostraram-se muito pouco
aumentadas no grupo com agenesia, sem significância estatística. Esses achados concordam
com os de Chung et al. (2000), Endo et al. (2004), Kermani et al. (2002), Nodal e Kjaer e
Solow (1994), Ogaard e Krogstad (1995), Sarnas e Rune (1983) e Yuksel e Uçem (1997). No
estudo de Woodworth, Sinclair e Alexander (1985), o ângulo SNB não diferiu
significantemente nos casos de agenesia bilateral de ILSP, uma vez que o ponto Násio
encontrava-se retroposto, embora tenham constatado uma redução bastante significante para o
comprimento mandibular. Diferentemente de todos esses estudos, Ben-Bassat e Brin (2003)
encontraram, em média, a mandíbula mais retroposta em relação à base craniana nos
indivíduos com agenesias de dentes anteriores, contudo sem significância estatística.
A disposição espacial da mandíbula está relacionada com sua posição em relação aos
planos sagital e vertical, um influenciando o outro. Portanto, estando a mandíbula pouco
alterada no sentido vertical, no grupo de agenesia, era esperado que a mesma também se
mantivesse pouco alterada no sentido antero-posterior. Esses achados foram confirmados
neste estudo, no qual não diferiram significantemente os valores médios entre os dois grupos
comparados.
Entretanto, a relação maxilo-mandibular entre si, avaliada pelos ângulos ANB e NAP,
revelou médias significantemente diferentes entre os grupos comparados, indicando uma
redução significante na convexidade facial nos indivíduos com agenesia de ILSP. Assim
também evidenciaram os estudos de Ben-Bassat e Brin (2003), Dermaut, Goeffers e De Smit
(1986), Tavajohi-Kermani, Kapur e Sciote (2002), Nodal e Kjaer e Solow (1994) e Sarnas e
Rune (1983). Há estudos nos quais não foi observada essa diferença significante, como os de
Chung et al. (2000), Endo et al. (2004), Ogaard e Krogstad (1995), Woodworth, Sinclair e
Alexander (1985) e Yuksel e Uçem (1997).
A redução de 2.99º na convexidade facial, vista pelo ângulo NAP, e de 1.23º na
relação maxilo-mandibular, observada através do ângulo ANB, no grupo com agenesia de
ILSP desta pesquisa, parece ser resultado do efeito conjunto da pequena tendência à retrusão
maxilar e à suave tendência à protrusão mandibular, que quando avaliadas isoladamente, não
diferiram significantemente entre os dois grupos, mas quando somadas, revelaram um perfil
menos convexo no grupo com agenesia de ILSP.
Os dados mais marcantes deste estudo mostram a grande alteração no posicionamento
dos incisivos que, no grupo com agenesia, exibiram uma forte tendência de redução da
inclinação axial e retrusão do incisivo superior como conseqüência da agenesia do ILSP. Este
talvez seja o principal efeito da agenesia em toda a morfologia dentofacial destes indivíduos.
Os incisivos inferiores também tiveram uma forte tendência de redução na sua
inclinação axial e no posicionamento antero-posterior, com diferenças bastante significantes
no grupo com agenesia. Isto pode ser decorrente principalmente do padrão sagital maxilo-
mandibular, mais do que um efeito da agenesia. Os incisivos inferiores são dentes que tendem
a inclinar-se para compensar a relação esqueletal sagital, inclinando-se para vestibular quando
há aumento do ANB e NAP (classe II) e verticalizando-se quando há redução do ANB e NAP
(classe I e III). Nota-se que o padrão antero-posterior dos indivíduos do grupo com agenesia é
menos convexo, o que pode explicar valores de 1.NB e IMPA menores do que os do grupo
controle.
Ainda com relação à inclinação axial e posição antero-posterior dos incisivos
superiores e inferiores no grupo com agenesia, os achados deste estudo concordam com
alguns dos estudos revisados na literatura (BEN-BASSAT; BRIN, 2003; CHUNG et al.,
2000; ENDO et al., 2004; OGAARD; KROGSTAD, 1995; SARNAS; RUNE, 1983), mas
discordam de outros, que encontraram incisivos mais vestibularizados (WISTH; THUNOLD;
BOE, 1974; WOODWORTH; SINCLAIR; ALEXANDER, 1985; YUKSEL; UÇEM,1997).
O ângulo nasolabial é um componente muito importante do perfil facial
(SCHEIDEMAN et al.,1980) e seu comportamento depende da inclinação da base do nariz,
posição da maxila, da inclinação do lábio superior e dos incisivos superiores. Neste estudo a
maxila mostrou-se discretamente retroposta e com os incisivos bastante inclinados para
lingual, no grupo com agenesia. Como conseqüência, houve um aumento significativo, de 9º
em média, do ângulo nasolabial nesses indivíduos. Esse achado concorda com os de
Woodworth, Sinclair e Alexander (1985), único estudo revisado que utilizou esse ângulo na
comparação entre os grupos estudados.
Casos clínicos com ausência unilateral ou bilateral de ILSP são desafiadores para o
profissional. Ao planejar o tratamento e mecanoterapia para esses casos, deve-se ter em mente
que, independentemente da idade e do gênero, esses pacientes tendem a apresentar o perfil
esqueletal menos convexo, os incisivos superiores e inferiores retruídos e inclinados para
lingual e o ângulo nasolabial tende a ser mais aberto. Essas características devem ser
consideradas, sob pena de agravar ainda mais o que já pode estar comprometido.
7 CONCLUSÕES
Pelos resultados obtidos neste estudo, podemos concluir que:
1 - A agenesia de incisivo lateral superior permanente (ILSP) não influenciou na
direção do crescimento facial.
2 - A maxila e a mandíbula não tiveram influência na sua disposição antero-posterior,
quando avaliadas isoladamente, em relação à base craniana anterior. Entretanto, quando
avaliadas conjuntamente, houve redução na convexidade facial e na relação maxilo-
mandibular.
3 - Os efeitos mais notórios da agenesia de ILSP mostraram-se de natureza dento-
alveolar, com redução na inclinação axial e na protrusão dos incisivos centrais superiores e
inferiores.
4 - Houve um aumento no ângulo nasolabial, provavelmente como resultado da
redução na inclinação do lábio superior, nos indivíduos com agenesia de ILSP.
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APÊNDICE A - Tabela II – Comparabilidade entre indivíduos com agenesia bilateral e unilateral de ISLP, segundo o teste aplicado e seus respectivos resultados.
Bilateral(n=27)
x DP
Unilateral(n=23)
x DP
Diferença
x
Valor
P
Direção do crescimento facialSN.Gn (º) 67.02 3.15 66.07 4.02 0.95 0.348 (ns)SN.GoGn (º) 32.25 4.75 31.35 5.37 0.90 0.537 (ns)SN.PlO (º) 15.29 4.50 14.84 4.96 0.45 0.741 (ns)AFAI (mm) 69.63 7.02 66.56 5.59 3.07 0.093 (ns)
Rel. max-mand. A-P
SNA (º) 81.83 3.97 81.81 4.54 0.02 0.986 (ns)SNB (º) 79.07 3.16 79.02 4.33 0.05 0.963 (ns)ANB (º) 2.76 2.80 2.81 2.36 -0.05 0.944 (ns)NAP (º) 3.71 5.99 3.49 5.31 0.22 0.887 (ns)Co-A (mm) 91.45 6.09 90.77 7.40 0.68 0.726 (ns)Nperp-A (mm) 0.70 4.33 0.56 4.31 0.14 0.914 (ns)Co-Gn (mm) 120.50 8.28 117.68 7.68 2.82 0.218 (ns)Nperp-P (mm) -2.33 7.31 -2.36 7.84 0.03 0.986 (ns)
Posicionamento dentário1.NA (º)1.PP (º)
19.62110.28
8.117.85
20.93111.12
7.166.95
-1.31-0.84
0.546 (ns) 0.689 (ns)
1-NA (mm) 5.09 2.42 5.50 1.86 -0.41 0.505 (ns)1.NB (º) 23.30 5.12 23.12 5.91 0.18 0.912 (ns)IMPA (º) 89.40 6.06 90.14 7.73 -0.74 0.712 (ns)1-NB (mm) 6.11 2.06 5.43 2.04 0.68 0.247 (ns)1.1 (º) 132.83 7.96 131.39 9.86 1.44 0.577 (ns)
Tecidos moles
ANL (º) 106.70 10.20 107.20 13.00 -0.50 0.884 (ns)ns = não significante (teste “t” de Student)
APÊNDICE B - Tabela III – Comparabilidade dos gêneros masculino e feminino no grupo com agenesia, segundo o teste aplicado e seus respectivos resultados.
Masculino(n=19)
x DP
Feminino(n=31)
x DP
Diferença
x
Valor
P
Direção do crescimento facialSN.Gn (º) 65.95 2.98 66.95 3.89 -1.00 0.315 (ns)SN.GoGn (º) 30.77 4.43 32.49 5.30 -1.72 0.222 (ns)SN.PlO (º) 14.05 4.54 15.72 4.72 -1.67 0.221 (ns)AFAI (mm) 69.94 7.23 67.16 5.93 2.78 0.167 (ns)
Rel. max-mand. A-P
SNA (º) 82.44 3.76 81.44 4.46 1.00 0.399 (ns)SNB (º) 79.41 2.83 78.82 4.18 0.59 0.559 (ns)ANB (º) 3.03 2.28 2.63 2.77 0.40 0.575 (ns)NAP (º) 4.02 4.88 3.36 6.12 0.66 0.678 (ns)Co-A (mm) 93.42 7.02 89.73 6.12 3.69 0.067 (ns)Nperp-A (mm) 0.25 4.09 0.87 4.43 -0.62 0.617 (ns)Co-Gn (mm) 121.44 8.43 117.84 7.63 3.60 0.161 (ns)*Nperp-P (mm) -3.87 7.00 -1.41 7.72 -2.46 0.252 (ns)
Posicionamento dentário1.NA (º)1.PP (º)
22.40112.59
7.516.60
18.89109.48
7.537.63
3.513.11
0.117 (ns) 0.135 (ns)
1-NA (mm) 5.72 2.28 5.00 2.09 0.72 0.272 (ns)1.NB (º) 23.79 4.54 22.86 5.97 0.93 0.537 (ns)IMPA (º) 91.09 6.74 88.92 6.83 2.17 0.279 (ns)1-NB (mm) 6.55 2.33 5.34 1.76 1.21 0.061 (ns)1.1 (º) 129.76 9.17 133.65 8.41 -3.89 0.143 (ns)
Tecidos moles
ANL (º) 105.61 9.64 107.7 12.60 -2.09 0.503 (ns)ns = não significante (teste “t” de Student)ns * = não significante (teste Mann-Whitney)
APÊNDICE C - Tabela IV – Comparabilidade dos gêneros masculino e feminino no grupo
controle, segundo o teste aplicado e seus respectivos resultados.
Masculino(n=19)
x DP
Feminino(n=31)
x DP
Diferença
x
Valor
P
Direção do crescimento facialSN.Gn (º) 67.07 3.28 67.40 3.09 -0.33 0.729 (ns)SN.GoGn (º) 32.27 4.38 32.78 4.16 -0.51 0.747 (ns)SN.PlO (º) 14.55 4.33 14.80 3.91 -0.25 0.841 (ns)AFAI (mm) 72.38 5.62 69.35 6.40 3.03 0.086 (ns)
Rel. max-mand. A-P
SNA (º) 82.32 3.67 82.74 3.30 -0.42 0.695 (ns)SNB (º) 78.13 4.17 78.84 2.67 -0.71 0.512 (ns)ANB (º) 4.21 2.83 3.90 2.35 0.31 0.697 (ns)NAP (º) 6.35 6.01 6.75 4.95 -0.40 0.808 (ns)Co-A (mm) 92.88 5.66 91.25 5.66 1.63 0.331 (ns)Nperp-A (mm) 0.73 3.59 1.66 3.35 -0.93 0.365 (ns)Co-Gn (mm) 123.13 6.54 118.49 7.12 1.64 0.409 (ns)Nperp-P (mm) -5.00 7.65 -3.14 6.28 -1.86 0.347 (ns)*
Posicionamento dentário1.NA (º)1.PP (º)
26.20115.16
10.409.69
24.16114.26
7.937.44
2.040.90
0.467 (ns) 0.731 (ns)
1-NA (mm) 7.44 2.87 7.60 2.32 -0.16 0.844 (ns)1.NB (º) 26.99 7.20 27.45 5.40 -0.46 0.815 (ns)IMPA (º) 93.94 6.59 92.90 5.57 1.04 0.571 (ns)1-NB (mm) 8.14 3.16 8.00 2.72 0.14 0.874 (ns)1.1 (º) 122.00 10.90 120.40 13.20 1.60 0.667 (ns)
Tecidos moles
ANL (º) 100.10 14.10 96.60 14.60 3.50 0.404 (ns)ns = não significante (teste “t” de Student)ns * = não significante (teste Mann-Whitney)
ANEXO A – Parecer do comitê de ética em pesquisa