lígia pinheiro cordeiro interna escs hras – dip coordenação:dra. luciana sugai caso clínico:...

69
Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana www.paulomargotto.com.br Brasília, 15 de julho de 2011

Upload: maria-dos-santos-canario-aldeia

Post on 07-Apr-2016

226 views

Category:

Documents


7 download

TRANSCRIPT

Page 1: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Lígia Pinheiro CordeiroInterna ESCSHRAS – DIP

Coordenação:Dra. Luciana Sugai

Caso Clínico: Meningite bacteriana

www.paulomargotto.com.brBrasília, 15 de julho de 2011

Page 2: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

História Clínica

Data de admissão no HRAS: 09/06/11 Identificação:AB, sexo masculino, 8anos, natural de

Urucuia- MG, procedente de Planaltina – GO.

Acompanhante: mãe – Ana Carla QP:

“Febre e cefaléia há 15 dias

Page 3: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

História Clínica HDA: Mãe relata que criança iniciou quadro

de febre à 15 dia de 39-40oC, mais freqüente pela manha e a noite, apresentava ainda cefaléia, diminuição do apetite e náuseas.

Procurou serviço médico sendo diagnosticado : Amigdalite : amoxacilina tratamento por 5 dias ITU: BactrimR tratado por 7 dias Dengue

Page 4: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

História Clínica Antecedentes pessoais:

- Mãe – G3P3A0 – gestação sem intercorrências.- Nascido de parto normal, a termo, P: 3560g, C: 54cm, PC 37 cm, Apgar 5´: 9, recebeu alta precoce. - Vacinação: atualizada- DNPM: adequado- Freqüenta a escola: 3º ano

Page 5: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

História Clínica Antecedentes patológicos:

- Nega internações ou cirurgias prévias. Nega uso de medicamentos ou alergias.

Hábitos de vida:- Reside em casa de alvenaria, com saneamento básico completo. Possui cachorro.- Alimentação: cardápio familiar.- Nega tabagistas no domicílio.

Antecedentes familiares:- Mãe, 26 anos, saudável.- Pai, 31 anos, saudável.- Irmão, 6 anos, saudável.- Irmã, 3 anos, saudável.

Page 6: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Exame Físico Ao exame (na entrada no HRAS )

BEG, eupnéico, hipocorado, acianótico, desidratado, ativo, reativo, pouco irritado devido a dor, febril (39,3°C).AR: MVF, s/ RAACV: RCR 2T BNF s/ sopros.ABD: Plano, RHA+, flácido, sem VMG palpáveis.EXT: Sem edema, boa perfusão.

Page 7: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Exames Complementares Exames

Complementares:07/06:

EAS: Cor: amarelo

citrino Aspecto: turvo pH:5 densidade:102

0

sangue: ausente corpos cetônicos: ausente glicose :ausente proteinúria: + pigmentos biliares : ausente nitrito: ausente células epiteliais: 1000 leucócitos: 3.00 bactérias: aumentas outros elementos: muco aumentado células hialinas

Page 8: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Exames Complementares Hemograma Leucócito: 1850 Eritrocito:4% Mielócitos: 0%

Hemoglobina:9,8 Metamielócito: 0% Hematócrito:

29 Bastonetes:12% VCM: 74 Segmentados: 75% HCM: 24 Eosinófilos: 01% CHCM:32 Linfócitos:11% Monócitos:01% Plaquetas:?

Page 9: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Exames Complementares EAS:

Cor: amarelo citrino

Aspecto: turvo Deposito: ausente pH:5 densidade:1020 hemácia: 4.000

corpos cetônicos: ausente glicose :ausente cristais: ausentes proteinúria: + pigmentos biliares : ausente nitrito: ausente células epiteliais: 1000 leucócitos: 10.000 bactérias: + muco: ++++

Page 10: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Exames Complementares

Hemograma Leucócito: 31.500 Hemácia: 3,7% Mielócitos: 0%

Hemoglobina:11,6 Metamielócito: 0% Hematócrito: 35 Batonetes:12% VCM: 94,6 Segmentados: 75% HCM: 31,35 Eosinófilos: 01% CHCM:33,14 Linfócitos:11% Monócitos:01%

Page 11: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

NOVOS ACHADOS!!!

Page 12: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Caso Cínico Ao exame físico do dia 09/06/11 foi

identificado : Rigidez de nuca Contratura muscular vertebral Região cervical dolorosa à palpação Lasegue + Sem sinais focais Pupilas isocóricas e fotoreagentes Febril

Page 13: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

HIPOTESE DE DIAGNÓSTICO??

Page 14: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

CONDUTA??

PUNÇÃO LOMBARANTIBIOTICOTERAPIA HEMOCULTURA

Page 15: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Punção Lombar Difícil realização. Achados:

Proteína 70 mg/dL Cloretos 101 mEq/L Glicose 67 mg/dL Hemácias: 55 /mm3Células nucleadas: 905 /mm3 Neutrófilos: 85 %Linfócitos: 15 %

Page 16: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

exames laboratoriais exames laboratoriais (HRAS dia 09/06)

HC: Hb 11 Ht 32 Leuco 23900/82S/4B/10L/3M/1EPLQ 396.000VHS 60mmCl 96Gl 197K 4,4Na 130

Page 17: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Conduta

Page 18: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Evolução No 4o DIH apresentou posição antálgica com

flexão de coxas sobre o tronco e extensão da cabeça , e surgimento de edema/nódulo em região frontal, doloroso sem sinais flogísticos

No 5o DIH apresentou língua sabugosa, placas brancas extensas , (lesão fúngica) discreta lesão ulcerada na língua em região distal sem lesão em mucosa jugal ou gengiva, paladar preservado.

Page 19: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Evolução No 7o DIH foi feito TC de crânio com o seguinte

laudo:pequeno abscesso frontal no hemisfério cerebral

direito; coleções subduraiscompátiveis com empiemas. sinais de leve edema cerebral a direita, comunicação entre abscesso subgaleal frontal, calota craniana e empiema frontal e aparente comunicação com o seio frontal, o qual exibe sinusopatia. correlacionar com dados clinicos/historia pregressa para sinusite complicada com empiemas e abscessos cerebral e subgaleal, c/osteomielite associada.

Page 20: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Evolução

Page 21: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Evolução Ceftriaxona por 21 dias, Metronidazol por 14 afebril por 7 dias, nova TC de crânio para controle : Persistia com abscessos Foi discutido com a neurocirugia do

HBDF onde foi decidido intervenção.

Page 22: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15
Page 23: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Introdução Processo inflamatório do espaço

subarcnóideo e das membranas leptomeníngeas

Ainda representam importante causa de morbidade e mortalidade infantil

Controle progressivo por meio de vacinas conjugadas em países desenvolvidos

Page 24: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

EtiologiaAté 28 dias S. Agalactiae, E. Coli, Listeria,

outrosgram negativos

1 a 3 meses S. Pneumoniae, H.Influenzae, N. Meningitidis, S. Agalactiae,L. Monocytogenes

3 meses a 5 anos N.Meningitidis, S. Penumoniae, H. influenza

5 anos a 18 anos N.Meningitidis, S. Penumoniae

Page 25: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Fisiopatologia

Page 26: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Manifestações Clínicas Crianças maiores : cefaléia, vômito e febre

de início agudo. Acompanhada com : fotofobia, queda do

estado geral (letargia, sonolência) Lactentes: inespecífico – irritabilidade,

apatia, recusa alimentar associado à febre. Abaulamento de fontanela ou diátese de sutura (HIC)

Neonato: instabilidade térmica, dificuldade respiratória, letargia, recusa alimentar, icterícia, vômitos.

Page 27: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Manifestações Clínicas Sinais de irritação meníngea:

Rigidez de nuca Dor nas costas Sinal de Kerning Sinal de Brudzinsk

Sinais de hipertensão intracraniana Convulsões Alterações do estado mental

Page 28: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15
Page 29: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Diagnóstico

Evidencia de HIC Comprometimento

cardiopulmonar severo

Infecção sobre o local

Trombocitopenia (relativa)

Analise do LCR Contra indicações da PL

Page 30: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Diagnósticos Diferenciais Outros microorganismos podem causar

meningite: Mycobacterium tuberculosis, Nocardiaspp, Treponema pallidum, Borrelia burgdorferi, fungos , Toxoplasma gonddi

Infecções focais do SNC Doenças malignas, síndromes vasculares

do colágeno e toxinas Meningoencefalite viral

Page 31: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

tratamento Terapia inicial com ATB

O tratamento empírico é influenciado pela sensibilidade do germe.

É mais frequente a resistência do pneumococo à peniclina relativa(25%) à cefalosporina. O meningococo costuma ser sensível a penicilina e cefalosporina. 30% do H. Influenzae tipo B produzem beta-lactamase- resistente a ampicilina, sendo sensível a cefalosporina com amplo espectro

Page 32: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Tratamento

PROBER, Charles G. ; 602.1: Infecções do Sistema Nervoso Centra – Meningite Bacteriana Aguda após o período neonatal; Nelson- Tratado de Pediatria; tradução 18 edição; 602:2519-2527,2009

Page 33: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Tratamento

PROBER, Charles G. ; 602.1: Infecções do Sistema Nervoso Centra – Meningite Bacteriana Aguda após o período neonatal; Nelson- Tratado de Pediatria; tradução 18 edição; 602:2519-2527,2009

Page 34: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Duração do tratamento Pneumococo, sem complicação, sensível a

penicilina 10 a 14 dias, cefalosporina de 3ª geração se resistente associar a vancomicina

Meningococo: penicilina IV- 400.000U/kg/dia, a cada 4-6horas, por 5 a 7 dias

H.nfluenzae: 7 a 10 dias Sem definição do germe: ceftriaxona ou

cefotaxima por 7 a 10 dias Gram negativo: 3 semanas ou 2 semanas

depois da esterelização do LCR

PROBER, Charles G. ; 602.1: Infecções do Sistema Nervoso Centra – Meningite Bacteriana Aguda após o período neonatal; Nelson- Tratado de Pediatria; tradução 18 edição; 602:2519-2527,2009

Page 35: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

5 versus 10 days of treatment with ceftriaxone for bacterial meningitis in children: a double-blind randomised equivalence study.

Molyneux E, Nizami SQ, Saha S, Huu KT, Azam M, Bhutta ZA, Zaki R, Weber MW, Qazi SA; CSF 5 Study Group.

Lancet. 2011 May 28;377(9780):1837-45 ARTIGO INTEGRAL

Clicar aqui!

Page 36: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Método - Participantes Setembro de 2001 a Dezembro de 2006 Vários países, duplo cego, controle de placebo,

randomizado Bangladech, Paquistão, Egito, Malásia e Vietnã Foram admitidas crianças que realizaram

punção lombar ou com suspeita clinica Foram realizadas punção lombar, história e

exame físico completo, pesada,exame de sangue colido, feito pesquisa para malária, glicose, eletrólitos, hemocultura. Foi já iniciado cefriaxona IV

Page 37: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15
Page 38: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15
Page 39: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

1 HIV

Ligia Cordeiro
Page 40: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15
Page 41: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15
Page 42: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Discussão Os resultados mostram que o ATB em meningite

por mais de 5 dias em crianças ,além da faixa neonatal causada pelos 3 patógenos mais frequentes, não é necessário, em crianças com quadro clínico estável e melhorando dia a dia

O óbito e as sequelas ao longo prazo são consequencias do processo inflamatório e dano neural isquêmico

O diagnóstico precoce e uso imediato de ATB influencia na diminuição da morbi-mortalidade

Diminuição da audição é a sequela mais frequente

Page 43: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

As principais desvantagens do uso da ceftriaxona são o elevado custo (está diminuindo pela quebra da patente)

Menor tempo de internação reduzem os custos – para a família e para o estado e o risco de infecções nasocomiais

Vacina – redução drástica na Malásia - Hib Surgimento de novas bacterias causando

meningite como salmonela não typhi Limitações

Page 44: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Efeitos colaterais dos ATB Flebite Febre pelo medicamento Rash Vômitos Candidíase oral Diarréia

Page 45: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Corticóides na Meningite

Ligia Cordeiro
Ligia Cordeiro
em crianças com mais de 6 semanas por H.influenzae - duração mais curta da febre, niveis mais baixos de proteina e lactato no LCR, redução da perda auditiva
Ligia Cordeiro
beneficio maximo se forem adm. 1-2h antes de iniciarem o ATBou dados juntos com a primeira dose do ATBCOMPLICAÇÕES: hemorragias gastrointestinais, hipertenção, hiperglicemia, leucocitose e febre rebote.
Page 46: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Suporte na Meningite Rigorosa monitorização dos sinais vitais, nível

de consciência, diurese e avaliação neurológica

UTI- instabilidade hemodinâmica ou choque, alterações respiratórias e alterações da consciência

Isolamento até completar 24h de ATB Restrição hídrica se houver SSIHAD Suporte nutricional adequado Hemograma e glicemia rotineiro

Ligia Cordeiro
naqueles que tiverem alteração da conciencia deve ser adm uma dieta pela sonda tipo nasojejunal se poder se alimentar - dieta VO
Page 47: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Complicações – Abscesso Cerebral Em lactentes jovens: são meningite e as

derivações ventrículo-peritoneais em crianças de 5-10 anos: infecções

otorrinolaringológicas, dentárias e as cardiopatias congênitas cianóticas (Tetralogia de Fallot)

raros os casos pós-trauma ou pós-neurocirurgia

30% dos casos não se identifica um fator predisponente

Page 48: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Quadro Clínico -Abscesso Cerebral > 2 semanas e pelo aumento da pressão

intracraniana dependem da localização e do tamanho do

abscess0 50% dos casos está presente a tríade clássica de

febre, cefaléia e sinais neurológicos focais 60% sem febre Ataxia e nistagmo- abscesso cerebelar alterações do nível de consciência (50%) Convulsões 25% paralisia de nervo craniano ocular

Page 49: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Quadro Clínico- Abscesso Cerebral

Page 50: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Diagnóstico- Abscesso Cerebral A punção liquórica deve ser evitada

devido ao risco de deterioração neurológica pós-punção.

LCR alterado : quando ocorre a drenagem do abscesso para o espaço subaracnóide ou para ventrículo: mostrando pleocitose acentuada assim como hipoglicorraquia. cultura do líquor é positiva em torno de 20%

Page 51: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

LCR - Abscesso Cerebral

Page 52: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Diagnóstico- Abscesso Cerebral TC Auxilia na diferenciação entre cerebrite

(contraste no centro da lesão) e abscesso bem encapsulado (ausência de contraste no centro da lesão)

TC é utilizada para o acompanhamento da no entanto, pode permanecer alterada por 4-5 meses

US - transfontanela

Ligia Cordeiro
- permite a determinação do número, tamanho, localização e, também, pode evidenciar a presença de edema perilesional
Page 53: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Causas e Locais -Abscesso Cerebral Abscessos múltiplos: foco à distância ou

pós-meningite e ocorrem em 6 a 22% dos casos.

Abscesso único: infecções contíguas ou pós-trauma

Sinusite : lobos frontal e o temporal Otite e/ou mastoidite: lobo temporal e

cerebelo disseminação hematogênica: artéria

cerebral média – região fronto-parietal cardiopatia congênita: região temporo-

parietal

Page 54: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Agentes etiológicos- Abscesso Cerebral 65% - agente único (sendo 20-40% anaeróbios) até 25% é polimicrobiano 30% é estéril. aeróbios e anaeróbicos (Streptococcusmilleri),

Sthaphylococcus aureus, Haemophylusi nfluenzae, Haemophylus aphrophiluse Citrobacter diversus(neonatal)

Page 55: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Tratamento -Abscesso Cerebral abordagem clínico-cirúrgica Antibiótico : penetração da droga no

tecido cerebral, concentração bactericida e inibitória mínimas.Cultura do material aspirado

antibioticoterapia seja prolongada, em média 4-6 semanas, chegando a até 10 semanas e também depende da técnica cirúrgica

Page 56: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Tratamento -Abscesso Cerebral O uso de corticosteróide no tratamento é

controverso É útil quando há aumento de pressão

intracraniana, deterioração neurológica progressiva e quando, pela tomografia, se evidencia efeito de massa

efeitos indesejáveis: diminuição da concentração de antibiótico no tecido cerebral e o retardamento do processo de formação da cápsula

Page 57: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Tratamento - Abscesso Cerebral A cirurgia é o tratamento definitivo do

abscesso cerebral permite a identificação do agente

etiológico. cirurgia estereotáxica

Page 58: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Sequelas -Abscesso Cerebral Presentes na grande maioria dos casos

geralmente, são leves. As principais são a epilepsia e as

paresias 20% são incapacitantes

Page 59: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Complicações – Empiema Subdural Coleção purulenta entre a dura máter e

aracnóide 70% decorrente a sinusopatias Pode estar associada a : abscesso cerebral,

meningite, osteomielite, abscesso epidural e trombose do seio cavernoso

Mortalidade: 10 a 20% Seios mais acometidos: frontal, etmoidal,

esfenoidal e pansinusite São encontrados na convexidade cerebral (70-

80%) e região inter-hemisférica (10 a 20%)

Page 60: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Complicações – EmpiemaSubdural Clinica:

Deterioração neurológica progressiva. Cefaléia, febre, rigidez de nuca, vertigem, vômitos, convulsões, alteração do nível de consciência e sinais neurológicos focais

Diagnóstico diferencial: Meningite, abscesso extradural e cerebral

Diagnóstico: TC ou RMN

Page 61: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Complicações – Empiema Subdural Agentes:

S.aureus, H.influenzae, S. Epidermidis, estreptococos, pneumococo, germes anaeróbios

Tratamento: Clínico:

ATB de largo espectro – se pequeno, sem alteração do nível de consciência, motitorização clínica e radiológica

Neurocirúrgico: eliminar o efeito expansivo e reação inflamatória Trépano-punção Craniotomia osteoplástica

Page 62: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Sequelas – EmpiemaSubdural Complicações:

Convulsões tardias 25 a 40% Epilepsia Deficiência mental

Page 63: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Prognóstico - Meningite Neonatologia – mortalidade : 15 -20%

Pneumocócica: 10% até 40% Meningocócica: 5- 10% Hib: 3 - 6%

Sequelasneurológicas: 30-50% deficiência auditiva, distúrbios de linguagem, retardo mental, anormalidades motoras, convulsões, distúrbios do comportamento, déficits visuais, baixos quocientes de inteligência e hidrocefalia. Mais frequente é a surdez neurosensorial(3-40%)

Ligia Cordeiro
Meningococo: 10%Pneumococo:15%Hib: 25-30
Page 64: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Prevenção - Meningite

Page 65: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Prevenção - Meningite Profilaxia para Hib somente quando há

contato domiciliares com idade inferior a 4 anos (mesmo se vacinada) e em creches somente quando há mais de 2 casos em menos de 60 dias – RIFAMPICINA (20mg/dia, uma dose diária por 4 dias)

Se o paciente foi tratado com cloranfenicol ou ampicilina também deverá receber rifampicina

Page 66: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Vacinação- Meningite Pneumocócica 10 (conjugada): em

crianças no primeiro semestre de vida - 2,4,6 meses, reforço entre 12 e 15 meses de idade

Meningocócica C (conjugada): duas doses aos 3 e 5 meses de idade, reforço entre 12 e 15 meses

Page 67: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Bibliografia FARIA,Sonia M. de; FARHAT,Calil K.: MENINGITES BACTERIANAS- diagnóstico e

conduta;artigo de revisão, Jornal de Pediatria, 1999 PEREIRA,CarlosUmbertoet al.: EMPIEMA SUBDURAL DEVIDO A SINUSOPATIAS:

considerações sobre 11 casos, artigo original, J. Bras. de Neurocirurgia,11:13-16,2000

Pereira,RicardoMetal: Abscesso Cerebral na infância:relato de 10 casos,Jornal de Pediatria,1998;62-66

MOLYNEUX,Elizabeth etal: 5 versus 10 daysoftreatmentwithceftriaxone for bacterialmenigitis in children: a double-blindrandomisedequivalencestudy; Lancetb2011, 377: 1837-45

PROBER, Charles G. ; 602.1: Infecções do Sistema Nervoso Centra – Meningite Bacteriana Aguda após o período neonatal; Nelson- Tratado de Pediatria; tradução 18 edição; 602:2519-2527,2009

Page 68: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Consultem também:

Infecções bacterianas no Recém-NascidoAutor(es): Paulo R. Margotto, Martha Gonçalves Vieira, Marta David Rocha

    

Page 69: Lígia Pinheiro Cordeiro Interna ESCS HRAS – DIP Coordenação:Dra. Luciana Sugai Caso Clínico: Meningite bacteriana  Brasília, 15

Obrigado!