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LITERATURA Professora: Ana Paula Teixeira Porto Tópico 1: Literatura – função e particularidades da linguagem No decorrer dos tempos, a literatura foi se constituindo com várias funções, entre as quais: transportar o leitor para outras realidades; provocar reflexões, denunciar a realidade; construir nossa identidade; provocar emoções (alegria, tristeza, diversão). A linguagem literária diferencia-se da linguagem de textos não literários e produz efeitos de sentido especiais que devem ser identificados pelo leitor, apresentando algumas peculiaridades como: Como se aplica: (ENEM 2017) PINHÃO Sai ao mesmo tempo que BENONA entra. BENONA: Eurico, Eudoro Vicente está lá fora e quer falar com você. EURICÃO: Benona, minha irmã, eu sei que ele está lá fora, mas não quero falar com ele. BENONA: Mas Eurico, nós lhe devemos certas atenções. EURICÃO: Você, que foi noiva dele. Eu, não! BENONA: Isso são coisas passadas. Multisignificação Liberdade de criação Conotação Valorização do significante Figuras de linguagem

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Page 1: LITERATURA Professora: Ana Paula Teixeira Porto · Dessa forma, há, na literatura brasileira ... Realismo, Simbolismo e Parnasianismo na Literatura . Como se ... Modernismo na Literatura

LITERATURA Professora: Ana Paula Teixeira Porto

Tópico 1: Literatura – função e particularidades da linguagem

No decorrer dos tempos, a literatura foi se constituindo com várias funções, entre as

quais: transportar o leitor para outras realidades; provocar reflexões, denunciar a realidade; construir

nossa identidade; provocar emoções (alegria, tristeza, diversão).

A linguagem literária diferencia-se da linguagem de textos não literários e produz

efeitos de sentido especiais que devem ser identificados pelo leitor, apresentando algumas

peculiaridades como:

Como se aplica:

(ENEM 2017) PINHÃO Sai ao mesmo tempo que BENONA entra.

BENONA: Eurico, Eudoro Vicente está lá fora e quer falar com você.

EURICÃO: Benona, minha irmã, eu sei que ele está lá fora, mas não quero falar com ele.

BENONA: Mas Eurico, nós lhe devemos certas atenções.

EURICÃO: Você, que foi noiva dele. Eu, não!

BENONA: Isso são coisas passadas.

Multisignificação

Liberdade de criação

Conotação

Valorização do significante

Figuras de linguagem

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EURICÃO: Passadas para você, mas o prejuízo foi meu. Esperava que Eudoro, com todo aquele

dinheiro, se tornasse meu cunhado. Era uma boca a menos e um patrimônio a mais. E o peste me

traiu. Agora, parece que ouviu dizer que eu tenho um tesouro. E vem louco atrás dele, sedento,

atacado de verdadeira hidrofobia. Vive farejando ouro, como um cachorro da molest’a, como um

urubu, atrás do sangue dos outros. Mas ele está enganado. Santo Antônio há de proteger minha

pobreza e minha devoção. SUASSUNA, A. O santo e a porca, Rio de Janeiro: José Olympio, 2013 (fragmento)

Nesse texto teatral, o emprego das expressões “o peste” e “cachorro da molest’a” contribui para

a) marcar a classe social das personagens.

b) caracterizar usos linguísticos de uma região.

c) enfatizar a relação familiar entre as personagens.

d) sinalizar a influência do gênero nas escolhas vocabulares.

e) demonstrar o tom autoritário da fala de uma das personagens.

Tópico 2: Análise e Literatura Literária

No processo de compreensão de textos literários, é importante observar alguns

fatores, como:

Como se aplica:

Gabarito: D

Linguagem dos Textos

Gênero Textual

Contexto de Publicação (incluindo informações sobre obra, autor e data de publicação)

Intencionalidade do Texto (levando em conta o ponto de vista do texto)

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(ENEM 2017) Garcia tinha-se chegado ao cadáver, levantara o lenço e contemplara por alguns instantes as

feições defuntas. Depois, como se a morte espiritualizasse tudo, inclinou-se e beijou-a na testa. Foi

nesse momento que Fortunato chegou à porta. Estacou assombrado; não podia ser o beijo da

amizade, podia ser o epílogo de um livro adúltero [...].

Entretanto, Garcia inclinou-se ainda para beijar outra vez o cadáver, mas então não pôde mais. O

beijo rebentou em soluços, e os olhos não puderam conter as lágrimas, que vieram em borbotões,

lágrimas de amor calado, e irremediável desespero. Fortunato, à porta, onde ficara, saboreou

tranquilo essa explosão de dor moral que foi longa, muito longa, deliciosamente longa. ASSIS, Machado. A causa secreta. Acesso em: 9 out. 2015.

No fragmento, o narrador adota um ponto de vista que acompanha a perspectiva de Fortunato. O

que singulariza esse procedimento narrativo é o registro do(a)

a) indignação face à suspeita do adultério da esposa.

b) tristeza compartilhada pela perda da mulher amada.

c) espanto diante da demonstração de afeto de Garcia.

d) prazer da personagem em relação ao sofrimento alheio.

e) superação do ciúme pela comoção decorrente da Morte

Tópico 3: Gêneros Literários

Cada um dos gêneros literários apresenta especificidades formais e temáticas

com traços comuns em todos os subgêneros. (sonetos, epopeia, tragédia, comédia, farsa, romance,

conto, crônica) que os compõem.

Gabarito: D

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Como se aplica:

(ENEM 2017) Segundo quadro Uma sala da prefeitura. O ambiente é modesto. Durante a mutação, ouve-se um dobrado e vivas a

Odorico, “viva o prefeito” etc. Estão em cena Dorotéa, Juju, Dirceu, Dulcinéa, o vigário e Odorico.

Este último, à janela, discursa.

ODORICO – Povo sucupirano! Agora já investido no cargo de Prefeito, aqui estou para receber a

Confirmação, a ratificação, a autenticação e por que não dizer a sagração do povo que me elegeu.

Aplausos vêm de fora.

ODORICO – Eu prometi que meu primeiro ato como prefeito seria ordenar a construção do

cemitério.

Aplausos, aos quais se incorporam as personagens em cena.

ODORICO – (Continuando o discurso) Botando de lado os entretantos e partindo pros finalmente,

é uma alegria poder anunciar que prafrentemente vocês já poderão morrer descansados, tranquilos

e desconstrangidos, na certeza de que vão ser sepultados aqui mesmo, nesta terra morna e

• Textos compostos em

versos, com apresentação de

um eu ocupado em expor

suas emoções e seu mundo

interior, com uma linguagem

que explora o ritmo, rimas,

musicalidade e subjetividade.

Lírico

• Tem-se uma narrativa, com

fundo histórico e mitológico,

escrita em versos,

apresentando um caráter

heróico (herói épico).

Épico

• Está alicerçado nas

produções teatrais em que

as ações são encenadas por

atores em um palco, sem a

presença de um narrador.

Dramático

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cheirosa de Sucupira. E quem votou em mim, basta dizer isso ao padre na hora da extrema-unção,

que tem enterro e cova de graça, conforme o prometido. GOMES, D. O bem amado. Rio de Janeiro: Ediouro, 2012.

O gênero peça teatral tem o entretenimento como uma de suas funções. Outra função relevante do

gênero, explícita nesse trecho de O bem amado, é

a) criticar satiricamente o comportamento de pessoas públicas.

b) denunciar a escassez de recursos públicos nas prefeituras do interior.

c) censurar a falta de domínio da língua padrão em eventos sociais.

d) despertar a preocupação da plateia com a expectativa de vida dos cidadãos.

e) questionar o apoio irrestrito de agentes públicos aos gestores governamentais.

Tópico 4: Diálogo entre Textos

Quando há dois os mais textos ou fragmentos, é importante observar pontos

semelhantes e diferentes entre eles, o que pode ser visto tanto pela temática quanto pela forma de

composição. É necessário ler atenção todos os textos que são motivadores do enunciado, bem

como compreender o que é preciso observar nessa leitura comparativa.

Como se aplica:

(ENEM 1999) Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens já lidas

em outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a

denominação de intertextualidade. Leia os seguintes textos:

I.

Quando nasci, um anjo torto

Desses que vivem na sombra

Gabarito: A

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Disse: Vai Carlos! Ser “gauche” na vida (ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964)

II.

Quando nasci veio um anjo safado

O chato dum querubim

E decretou que eu tava predestinado

A ser errado assim

Já de saída a minha estrada entortou

Mas vou até o fim. (BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: Cia das Letras, 1989)

III.

Quando nasci um anjo esbelto

Desses que tocam trombeta, anunciou:

Vai carregar bandeira.

Carga muito pesada pra mulher

Esta espécie ainda envergonhada. (PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986)

Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade, em relação a Carlos Drummond de

Andrade, por

a) reiteração de imagens.

b) oposição de ideias.

c) falta de criatividade.

d) negação dos versos.

e) ausência de recursos. Gabarito: A

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Tópico 5: Periodização Literária

A periodização literária relaciona-se à classificação de obras em escolas literárias,

que são sistematizadas a partir de traços comuns a diferentes obras, tanto do ponto de vista

temático quanto forma. Dessa forma, há, na literatura brasileira, escolas como: Barroco, Arcadismo,

Romantismo, Realismo, Parnasianismo, Simbolismo, Modernismo. Compreender o que caracteriza

cada uma dessas escolas é compreender a periodização literária.

Como se aplica:

(ENEM) No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo de

época: o Romantismo.

“Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura

da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da

beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a

realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto

nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele

feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.” (ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson,1957.)

A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao romantismo está transcrita na

alternativa:

a) “… o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas …”

b) “… era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça …”

c) “Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, …”

d) “Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos … “ Gabarito: A

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e) “… o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.”

Tópico 6: Século XIX – Realismo, Simbolismo e Parnasianismo na Literatura

Como se aplica:

(ENEM 2013) Mal secreto

Se a cólera que espuma, a dor que mora

N’aIma, e destrói cada ilusão que nasce,

Tudo o que punge, tudo o que devora

O coração, no rosto se estampasse;

Se se pudesse, o espirito que chora,

Ver através da máscara da face,

Quanta gente, talvez, que inveja agora

Nos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente que ri, talvez, consigo

Guarda um atroz, recôndito inimigo,

Como invisível chaga cancerosa!

Realismo

• Típico de textos em prosa, fundamenta-se na ideia da literatura como representação da

realidade.Simbolismo

• Procura exaltar aspectos místicos, espirituais, intuitivos e transcedentais na literatura,

voltando-se a uma produção poética subjetiva com linguagem vaga e imprecisa.

Parnasianismo

• Na poesia, valoriza muito a linguagem perfeita, as rimas e a musicalidade.

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Quanta gente que ri, talvez existe,

Cuja ventura única consiste

Em parecer aos outros venturosa! (CORREIA, R. In: PATRIOTA, M. Para compreender Raimundo Correia. Brasilia: Alhambra, 1995.)

Coerente com a proposta parnasiana de cuidado formal e racionalidade na condução temática, o

soneto de Raimundo Correia reflete sobre a forma como as emoções do indivíduo são julgadas em

sociedade. Na concepção do eu lírico, esse julgamento revela que:

a) a necessidade de ser socialmente aceito leva o indivíduo a agir de forma dissimulada.

b) o sofrimento intimo torna-se mais ameno quando compartilhado por um grupo social.

c) a capacidade de perdoar e aceitar as diferenças neutraliza o sentimento de inveja.

d) o instinto de solidariedade conduz o indivíduo a apiedar-se do próximo.

e) a transfiguração da angústia em alegria é um artificio nocivo ao convívio social.

Tópico 7: Século XX – Modernismo na Literatura

O século XX é marcado por ruptura aos padrões estéticos dos tempos passados,

objetivando a liberdade de criação, a inovação e a construção de uma identidade local – proposta

da estética modernista. Com várias tendências (primeira, segunda e terceira gerações), o

Modernismo valoriza:

Gabarito: A

A fragmentação da forma

A construção da ironia, humor e paródia

A linguagem mais cotidiana e com marcas de oralidade

Revisão crítica do passado histórico e cultural

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Como se aplica:

(ENEM 2012) O trovador Sentimentos em mim do asperamente

dos homens das primeiras eras …

As primaveras de sarcasmo

intermitentemente no meu coração arlequinal…

Intermitentemente …

Outras vezes é um doente, um frio

na minha alma doente como um longo som redondo …

Cantabona! Cantabona!

Dlorom …

Sou um tupi tangendo um alaúde! ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) Poesias completas de Mário de Andrade. Belo Horizonte: Itatiais,

2005.

Cara ao Modernismo, a questão da identidade nacional é recorrente na prosa e na poesia de Mário

de Andrade. Em O trovador, esse aspecto é

a) abordado subliminarmente, por meio de expressões como “coração arlequinal” que,

evocando o carnaval, remete à brasilidade.

b) verificado já no título, que remete aos repentistas nordestinos, estudados por Mário de

Andrade em suas viagens e pesquisas folclóricas.

c) lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de expressões como “Sentimentos em mim do

asperamente” (v. 1), “frio” (v. 6), “alma doente” (v. 7), como pelo som triste do alaúde

“Dlorom” (v. 9).

d) problematizado na oposição tupi (selvagem) x alaúde (civilizado), apontando a síntese

nacional que seria proposta no Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade

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e) exaltado pelo eu lírico, que evoca os “sentimentos dos homens das primeiras eras” para

mostrar o orgulho brasileiro por suas raízes indígenas.

Tópico 8: Autores Recorrentes

Nas edições anteriores, várias questões trazem abordagem sobre a obra destes

autores: Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade, Machado de Assis, Guimaraes Rosa,

João Cabral de Melo Neto, etc. Então, é importante saber um pouco sobre o estilo e as obras de

cada um deles, bem c como saber situá-los nos contextos de produção literária.

Como se aplica:

(ENEM 2016) Antiode

Poesia, não será esse

o sentido em que

ainda te escrevo:

flor! (Te escrevo:

flor! Não uma

flor, nem aquela

flor-virtude – em

disfarçados urinóis).

Flor é a palavra

flor; verso inscrito

no verso, como as

manhãs no tempo.

Flor é o salto

da ave para o voo:

o salto fora do sono

Gabarito: D

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quando seu tecido

se rompe; é uma explosão

posta a funcionar,

como uma máquina,

uma jarra de flores. MELO NETO, J. C. Psicologia da composição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997 (fragmento).

A poesia é marcada pela recriação do objeto por meio da linguagem, sem necessariamente explicá-

lo. Nesse fragmento de João Cabral de Melo Neto, poeta da geração de 1945, o sujeito lírico propõe

a recriação poética de

a) uma palavra, a partir de imagens, com as quais ela pode ser comparada, a fim de assumir

novos significados.

b) um urinol, em referência às artes visuais ligadas às vanguardas do início do século XX

c) uma ave, que compõe, com seus movimentos, uma imagem historicamente ligada à palavra

poética.

d) uma máquina, levando em consideração a relevância do discurso técnico-científico, pós-

Revolução Industrial.

e) um tecido, visto que sua composição depende de elementos intrínsecos ao eu lírico.

Tópico 9: Vanguardas Europeias

Constituindo-se como um conjunto de movimentos artísticos-culturais (artes

plásticas, escultura, cinema, arquitetura), as vanguardas europeias foram consolidadas em diversos

locais da Europa a partir do início do século XX como forma de apresentar novas possibilidades de

construção artística e de questionamento de padrões estéticos. Dentre as vanguardas artísticas

europeias de destaque, estão:

Gabarito: A

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Como se aplica:

(ENEM 2011)

PICASSO, P. Guernica. Óleo sobre tela. 349 x 777 cm. Museu Reina Sofia, Espanha, 1937. Disponível em:

http://www.fddreis.files.wordpress.com. Acesso em: 26 jul. 2010 (Foto: Reprodução/Enem)

Cubismo

Dadaísmo

Surrealismo

Futurismo

Expresionismo

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O pintor espanhol Pablo Picasso (1881–1973), um dos mais valorizados no mundo artístico, tanto

em termos financeiros quanto históricos, criou a obra Guernica em protesto ao ataque aéreo à

pequena cidade basca de mesmo nome. A obra, feita para integrar o Salão Internacional de Artes

Plásticas de Paris, percorreu toda a Europa, chegando aos EUA e instalando-se no MoMA, de onde

sairia apenas em 1981. Essa obra cubista apresenta elementos plásticos identificados pelo:

a) painel ideográfico, monocromático, que enfoca várias dimensões de um evento, renunciando

à realidade, colocando-se em plano frontal ao espectador.

b) horror da guerra de forma fotográfica, com o uso da perspectiva clássica, envolvendo o

espectador nesse exemplo brutal de crueldade do ser humano.

c) uso das formas geométricas no mesmo plano, sem emoção e expressão, despreocupado

com o volume, a perspectiva e a sensação escultórica.

d) esfacelamento dos objetos abordados na mesma narrativa, minimizando a dor humana a

serviço da objetividade, observada pelo uso do claro-escuro.

e) uso de vários ícones que representam personagens fragmentados bidimensionalmente, de

forma fotográfica livre de sentimentalismo.

Tópico 10: Artes – Teatro de Rua, Grafite e Exposições

As artes em geral estão associadas a seus contextos de produção, à

representação de culturas e a determinados padrões estéticos e materializam-se em produtos

diversos, como espetáculos de teatro de rua, grafites, artes plásticas, esculturas apresentadas em

exposições de museus e casas de arte, por exemplo. Reconhecer os propósitos, a linguagem, a

forma, o tema de cada uma dessas manifestações artísticas é fundamental para apreciação das

artes.

Como se aplica: (ENEM 2016)

Gabarito: A

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Colcha de retalhos representa a essência do mural e convida o público a

a) apreciar a estética do cotidiano.

b) interagir com os elementos da composição.

c) refletir sobre elementos inconscientes do artista.

d) reconhecer a estética clássica das formas.

e) contemplar a obra por meio da movimentação física.

Gabarito: A