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lona.redeteia.com Com o intuito de diminuir a quantidade de animais de rua, a Prefeitura de Curitiba promove feiras de adoção; em 2014 já foram duas “Como sempre é discutido, o álcool e o cigarro provocam inúmeros males, mas não são proibidos.” “A campanha eleitoral para a presidên- cia da República não começou mas é possível prever as estratégias.” A Grande Escolha traz para o Brasil toda a força do futebol americano nas grandes telas “Se em 2010 a moda já agitava o Ministério da Cultura, hoje, a polêmica é muito maior. Começou quando es- tilistas brasileiros conseguiram verba pública para desfiles.” “É em meio ao ambiente brutal que a indústria fonográfica se tornou, desde meados dos anos 70, que surge uma menina de apenas 19 anos, voz exube- rante que chocou por seu grande talento: Marisa Monte.” Feiras de adoção retiram animais da rua e encontram donos responsáveis Marcha da Maconha reúne mais de mil pessoas No facebook, o evento tinha mais de 4 mil presenças confirmadas. A marcha deu início às 13 horas, na Boca Maldita, e seguiu por mais de três horas até o Palácio Iguaçu Ano XV > Edição 898 > Curitiba, 27 de maio de 2014 Uliane Tatit e Nicole Braga Bruno Requena COLUNISTAS OPINIÃO EDITORIAL #PARTIU p. 2 p. 5 p. 5 p. 2 p. 6 p. 3 p.3 O único jornal-laboratório diário do Brasil Foto: James Cava Foto: Laura Torres

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Page 1: Lona 898

lona.redeteia.com

Com o intuito de diminuir a quantidade de animais de rua, a Prefeitura de Curitiba promove feiras de adoção; em 2014 já foram duas

“Como sempre é discutido, o álcool e o cigarro provocam inúmeros males, mas não são proibidos.”

“A campanha eleitoral para a presidên-cia da República não começou mas é possível prever as estratégias.”

A Grande Escolha traz para o Brasil toda a força do futebol americano nas grandes telas

“Se em 2010 a moda já agitava o Ministério da Cultura, hoje, a polêmica é muito maior. Começou quando es-tilistas brasileiros conseguiram verba pública para desfiles.”

“É em meio ao ambiente brutal que a indústria fonográfica se tornou, desde meados dos anos 70, que surge uma menina de apenas 19 anos, voz exube-rante que chocou por seu grandetalento: Marisa Monte.”

Feiras de adoção retiram animais da rua e encontram donos responsáveis

Marcha da Maconha reúne mais de mil pessoasNo facebook, o evento tinha mais de 4 mil presenças confirmadas. A marcha deu início às 13 horas, na Boca Maldita, e seguiu por mais de três horas até o Palácio Iguaçu

Ano XV > Edição 898 > Curitiba, 27 de maio de 2014

Uliane Tatit e Nicole Braga

Bruno Requena

COLUNISTAS

OPINIÃO

EDITORIAL

#PARTIU

p. 2

p. 5

p. 5

p. 2

p. 6p. 3

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O único jornal-laboratório diário do Brasil

Foto

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Foto: Laura Torres

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LONA > Edição 898 > Curitiba, 27 de maio de 2014

EDITORIAL OPINIÃO

Expediente

ReitorJosé Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de AdministraçãoArno Gnoatto

Pró-Reitora AcadêmicaMarcia Sebastiani

Coordenadora do Curso de JornalismoMaria Zaclis Veiga Ferreira Professora-orientadoraAna Paula Mira

Coordenação de Projeto GráficoGabrielle Hartmann GrimmEditoresAna Carolina Justi, Kawane Martynowicz e Luiza RomagnoliEditorialDa Redação

A campanha eleitoral para a pre-sidência da República ainda não começou – não oficialmente pelo menos – mas já é possível prever quais serão as principais estraté-gias adotadas pelos candidatos.Ao que tudo indica, se preocupa-rão não com o que podem ofere-cer aos eleitores, mas com a “ficha suja” dos oponentes. Esse tipo de campanha não é novidade, po-rém, haverá um gosto a mais na “receita eleitoral” de 2014.

O julgamento do mensalão já co-meça a cair no esquecimento (o PT já respira mais aliviado). Porém, a Copa do Mundo foi um “tiro pela culatra” e tem se revelado o pior pesadelo de Dilma Rousseff. Os candidatos da oposição não se esquecerão de toda a crítica que a Copa tem. Como se isso não bas-tasse, Dilma ainda terá que lidar

com a CPI da Petrobrás. O PT até tentou dividir o peso sugerindo que além da compra da Usina de Pasadena, se investigasse tam-bém o porto de Suape (PE) e as obras do metrô paulista, atingin-do assim o PSB e o PSDB. Como a proposta não foi aceita, Dilma deverá lidar sozinha, com as con-sequências negativas.

Eduardo Campos (PSB), também tem preocupações, já que na úl-tima semana (em plena crise por conta da greve da PM de Pernam-buco) uma imagem na qual Cam-pos aparece em um jatinho viajan-do para São Paulo com a família, foi postada e imediatamente tira-da de sua rede social. O candidato culpou os assessores, mas já era tarde: “bala na agulha” de Dilma (PT) e Aécio Neves (PSDB). Neves não está livre de críticas também.

Em novembro de 2013 foi apreen-dido na zona rural do município de Afonso Cláudio (ES), a 138 km de Vitória, um helicóptero com quase 500 kg de cocaína. A aero-nave pertencia a uma empresa do deputado estadual Gustavo Per-rella (SDD-MG), filho do senador Zezé Perrella (PDT-MG), tido como aliado de Aécio. Recentemente, durante a 27ª edição do Fórum da Liberdade, em Porto Alegre, Aécio foi questionado sobre o helicópte-ro por Marcelo Ximenes (25), estu-dante da PUC-RS que foi retirado do salão. As campanhas no rádio e televisão só começam em 19 de agosto. Até lá, dois desejos serão compartilhados por todos os can-didatos: que os oponentes e os eleitores tenham memória fraca e que mais “deslizes” dos outros can-didatos sejam descobertos. A nós, resta aguardar pela “troca de tiros”.

A diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), irá decidir na quinta-feira um dos temas mais polêmicos dos últimos tempos: a liberação do medicamento Canabidiol, que tem a cannabis como um dos componentes.

O princípio ativo da maconha consta na relação de substâncias proibidas de entrarem no Brasil pela Anvisa, e a importação de remédios produ-zidos com a cannabis só é autorizada em con-dições excepcionais, e quando cumprida uma série de exigências burocráticas. Os pedidos de permissão de importação do Canabidiol, usado no combate a síndromes convulsivas e no trata-mento do câncer, por exemplo, são analisados caso a caso para que a liberação seja aceita.

Essa rigidez no controle está totalmente corre-ta do ponto de vista da lei. No entanto, como sempre é discutido, o álcool e o cigarro provo-cam inúmeros males, mas não são proibidos. E ainda não possuem nenhuma contribuição para a ciência e a medicina. Hoje, alguns países já tiveram a consciência disso, e o uso da subs-tância já ajuda muitas pessoas, sendo compro-vada a sua eficácia em diversos tratamentos.

É preciso separar o preconceito da ciência. Não há mais espaço para isso. Não permitir os estu-dos com o princípio ativo da cannabis para uma eventual descoberta de cura para várias doen-ças é, no mínimo, irresponsável. As leis, costu-mes e preconceitos não se aplicam apenas as questões ligadas à maconha, mas sim, ideias arcaicas que seguem com força atualmente.

A retirada da cannabis da lista de substâncias proibidas pode revelar um progresso para a área de saúde do país, a qual está carente de atenção e decisões necessárias e sensatas. Se o uso do medicamento para fins medicinais for li-berado, a partir de então os laboratórios pode-rão entrar na agência com pedido de registros para a venda de todo e qualquer medicamento fabricado com a planta. Além disso, os pacien-tes terão como importar esses compostos sem restrições.

A respeito dessa polêmica plantada na nossa sociedade, o único pensamento correto para este caso tão delicado é simples: coloque a saú-de sempre em primeiro lugar.

A saga cannabisA “sujeira” dos outros é sempre um bom argumentoLis Claudia Ferreira

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Charge: Roberth Lucas

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Curitiba, 27 de maio de 2014 > Edição 898 > LONA

NOTÍCIAS DO DIA

Nem mesmo o frio e a chuva impedi-ram os curitibanos de sair pelas ruas de Curitiba pedindo a legalização da ma-conha. Cerca de 1,5 mil pessoas (con-tagem feita pela organização) partici-param do evento que foi organizado através das redes sociais. No facebook, o evento tinha mais de 4 mil presenças confirmadas. A marcha deu início às 13 horas do domingo dia 25, na Boca Maldita, e seguiu por mais de três ho-ras até o Palácio Iguaçu e depois os participantes retornaram à região cen-tral. Durante todo o trajeto, os partici-pantes carregavam faixas em favor da legalização e da descriminalização da droga e cantavam marchinhas como “se o Brasil legalizar, olê olê olá, eu vou plantar” e também “legalize já, uma erva natural não pode te prejudicar”.

No início da Marcha, os organizado-res do evento conversaram e auxilia-ram aos participantes para que não fizessem o uso da maconha durante o evento, porém, o efeito foi ao contrá-rio. Um dos organizadores da marcha, James Kava, explica que é difícil con-trolar esse tipo de situação. “É difícil controlar mais de mil pessoas e dizer o que eles devem ou não fazer. Nós fi-zemos nossa parte em explicar que era melhor não fazer o uso da maconha durante a marcha”, comenta. Francisca Rocha, participa do evento já fazem três anos. “Sempre tentamos fazer uma marcha tranquila.

Não queremos a legalização da ma-conha simplesmente para podermos fumar em locais públicos sem termos riscos. A regulamentação do uso da droga pode diminuir os índices de cri-minalidade, acabar com o tráfico de

Durante todo o trajeto, os participantes carregavam faixas em favor da legalização e da descriminalização da droga e cantavam marchinhas como “se o Brasil legalizar, eu vou plantar”

Cerca de 1.500 pessoas participam da Marcha da Maconha Tayná Soares

drogas e diminuiu com a violência e é por isso também que nós lutamos”, explica. Os organizadores da Marcha e alguns participantes estavam vestin-do camisetas com a frase “Tudo muda”, uma referência a muda da maconha. Os usuários contestam o fato do cigarro e o álcool serem liberados, mas a maco-nha não. “Muitas pesquisas revelaram que o uso da maconha é menos nocivo que o cigarro. O álcool, por exemplo, causa mais estragos que a maconha”, comenta estudante Tatiana Ferreira.

Durante todo o trajeto da Marcha, não se viu viaturas policiais. Também não teve nenhuma confusão durante o per-curso. A marcha prejudicou um pouco o trânsito da cidade e deixou alguns motoristas irritados. “Eu saio de casa pra passear num domingo e tenho que ficar um bom tempo esperando toda essa gente passar na frente do meu carro. É complicado”, explica o motoris-ta Gabriel Rodriguez. Caroline Elefanti, foi até a Boca Maldita para participar da Marcha, porém desistiu logo em seguida. “Está tudo muito desorgani-zado. Os organizadores não sabem pra onde vão, quem participa está perdido e além do mais, muita gente veio pra cá apenas para poder “fumar seu base-ado” tranquilamente. Tá errado, não é

por isso que estou aqui”, comenta. O inícioA Marcha da Maconha acontece anu-almente em diversos locais do mundo. O evento começou em 1994 em Nova York e mais de 485 cidades participam desde então. No Brasil, o ato acontece desde 2002, mas em Curitiba, a primei-ra marcha aconteceu em 2006, porém ganhou maior proporção em 2009.

Uso medicinalEm março deste ano o “Fantástico” exi-biu a história de Anny, uma menina de 5 anos que tem uma doença rara e epilepsia grave. Seus pais lutavam na justiça pela liberação da importação

de um remédio chamado Canabidiol (CBD), que tem substâncias derivadas da maconha e é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (An-visa) no Brasil. No dia 3 de abril, o juiz Bruno César Bandeira Apolinário, da 3º Vara Federal de Brasília, liberou os pais para importante o medicamento. Após o uso do CBD, a menina apresentou melhoras nas crises, segundo os pais. O juiz afirmou que o uso do remédio é para um caso específico e que ele pre-serva o direito fundamental à saúde e à vida. A Anvisa está estudando mudar, até o fim do mês que vem, o processo de importação de medicamentos com “canabidiol”, que segundo estudos científicos, pode ser usado para tratar doenças, entre elas, neurológicas. “Eu considero liberação desse medicamen-to para a menina Anny uma vitória. É bom saber que os pais dela não pre-cisam mais usar o medicamento clan-destinamente. Agora ele tem apoio, tudo está dentro da lei e a menina está melhorando. Isso é ótimo”, comenta Kava.

O médico Leandro Leal Kutiansky tam-bém concorda com a liberação do me-dicamento. “Desde que Anny começou a usar esse medicamento, ela mostrou uma melhora e isso é bom. Em primei-ro lugar, temos que nos importar com a saúde e bem estar das pessoas e por este motivo, concordo com a liberação do uso do medicamento para a meni-na”, explica.

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Foto: James Cava

Mesmo na chuva, a Marcha contou com mais de mil pessoas > Foto: James Cava

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LONA > Edição 898 > Curitiba, 27 de maio de 2014

Durante todo o ano, a Prefeitura de Curitiba promove feiras de adoção de cães em gatos e microchipagem. O objetivo desses eventos é diminuir o número de animais abandonados nas ruas da cidade. De acordo com Alexander Biondo, diretor do Depar-tamento de Pesquisa e Conservação da Fauna, a importância da adoção é tirar esses animais da rua. “Quando você não compra e adota, você ajuda a diminuir o número de animais na rua que a sociedade tanto critica”, explica Alexander.

Em 2014, já foram realizados dois eventos de adoção. No último, havia cerca de 20 protetoras, 3 ongs e 100 animais, dos quais 43 foram adotados. “Apesar da relação de um gato para sete cães, Curitiba adora gatos. Sem-pre temos uma recepção muito boa aqui”, diz Biondo. A atriz Monique Ro-cha Martins, 22, adotou um cachorro em uma das feiras, “fazia algum tempo que queria ter um cachorrinho mas não queria comprar porque tem muito pra adotar, fui co-nhecer a feira e me apaixonei por ele”, conta.

Para adotar um ani-mal, é necessário preencher um for-mulário de responsabilidade, no qual o dono se comprometendo a fazer a castração e o processo de microchipa-gem. “A importância de ambos é para que não aumente o número de cães na rua, tanto da castração quanto da microchipagem”, afirma Juliane Giselli Prestes. A estudante não tinha a inten-ção de adotar, mas acabou levando duas cachorrinhas, “logo quando en-trei me apaixonei, elas foram abando-nadas não faz muito tempo e provavel-mente são mãe e filha, não seria justo separar elas e acabamos adotando as duas”, explica Juliane.

Prefeitura de Curitiba promove feira de adoção de animaisAlém da possibilidade de adotar um animal, as feiras também oferecem o serviço de microchipagem

A castração é uma cirurgia que impe-de a procriação e o cio, e deve ser re-alizada por um médico veterinário, é necessária a anestesia geral e pode ser feita em filhotes. Os animais continu-

am territorialistas, mas tornam-se mais calmos; machos não procuram mais por fêmeas no cio, e dei-xam de uivar ou miar excessivamente.

Já a microchipagem é a introdução de

um pequeno chip, por meio de uma agulha subcutânea, na pele das costas do cachorro, entre as escápulas do ani-mal. O chip contém um número vincu-lado ao cadastro dos dados do respon-sável pelo animal.

O serviço de microchipagem é ofereci-do por diversas clínicas, e seus preços são variados. Para moradores da cida-de de Curitiba, a prefeitura disponibili-za o processo gratuito em cães e gatos durante os eventos promovidos pela Rede de Proteção Animal.

De acordo com Alexander Biondo, a raça pressupõe um modelo para o cão, alguns tem uma marcação diferente, como o Beagle, mas no geral as raças são muito parecidas, “se você não chi-par seu animal e ele se perder ou for roubado, você não consegue dizer que é seu”, diz.

A importância da microchipagem é a identificação do animal e comprova-ção de propriedade, “se ele some, faci-lita a localização tanto de proprietário, quanto do animal”, afirma Biondo.

A médica veteriná-ria Dirciane Floerter explica que a mi-crochipagem pode ser feita por qual-quer pessoa que se responsabilize pelo animal e não ne-cessariamente ani-mais adotados nas feiras ou sem raça definida, “É só fazer o cadastro, com os dados de Registro Geral, CPF, compro-vante de residência

e os dados do animal que ele é encami-nhado para a microchipagem”, explica Dirciane.

Quando uma pessoa encontra um ani-mal na rua, é importante que entre em contato com a Rede de Proteção Ani-mal, qualquer clínica ou pet shop que tenha um leitor de microchip. Se o ca-chorro tiver um microchip com um nú-mero cadastrado na rede de proteção animal com os dados do proprietário do animal é possível devolvê-lo.

Se o animal não tem o microchip ele deve ser microchipado, “Se não for en-contrado o dono, o animal é encami-nhado para adoção, mas é importante que a pessoa que encontra um animal faça a divulgação em redes sociais e si-tes de divulgação”, afirma Dirciane.

A Rede de Proteção Animal é um pro-grama da Prefeitura de Curitiba que busca melhores condições de vida para a fauna da cidade e que oferece um sistema de cadastramento e de identificação animal (SAI) e envolve agentes públicos, iniciativa popular e terceiro setor.

Para mais informações sobre as feiras e a Rede de Proteção Animal acesse, ou pelo telefone 3350-8933.

Laura Torres

GERAL

“A importância da microchipagem é a identificação do animal”

Juliane foi conhecer a feira e acabou adotando duas cachorrinhas > Foto: Laura Torres

Alexander Biondo, diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna > Foto: Laura Torres

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COLUNISTAS

Catwalk

História da MPB

Uliane Tatit e Nicole Braga

Bruno Requena

Curitiba, 27 de maio de 2014 > Edição 898 > LONA

Arte para vender, arte para inovar

“O Brasil não é só verde, anil e amarelo...”

Se em 2010 a moda já agitava o Minis-tério da Cultura - MinC, hoje, a polêmi-ca é muito maior. Tudo começou quan-do os estilistas brasileiros renomados, Alexandre Herchcovitch, Pedro Lou-renço e Ronaldo Fraga, conseguiram verba pública para a realização de des-files. Parecia que, finalmente, a moda brasileira receberia um pouco de aten-ção do Governo, não fosse por aqueles que consideraram a atitude uma gran-de barbaridade, teimando em ignorar a Lei Rouanet. Nela está clara a autori-zação do uso de dinheiro público para

fins desse tipo, tanto é que o projeto do Plano Setorial da Moda deverá en-trar em vigor, imediatamente.

A moda é muito mais que uma passa-rela cheia de garotas altas e magras usando roupas de grife. Cada desfile tem um conceito, um tema que abran-ge desde o cenário até a maquiagem. O que poucos sabem, e preferem deduzir de qualquer maneira, é que na maio-ria das vezes os assuntos abordados são relacionados à cultura brasileira. O desfile da marca Água de Coco, na São

É em meio ao ambiente brutal que a indústria fonográfica se tornou, desde meados dos anos 70, que surge uma menina de apenas 19 anos, cabelos negros e ondulados, beleza exótica, voz exuberante que chocou por seu talento inúmeros críticos e plateias distintas: eu estou falando de Marisa Monte. O apelo de hits, e vida pessoal dos artistas, tinham mais apelo de pú-blico do que sua própria arte, o que se agravou nos 80. Praia e surf, pop-rock, ombreiras, botas de cano longo, resu-midamente a época dos exageros, no qual a efemeridade imperava e muita porcaria tocava nas rádios.

Marisa de Azevedo Monte sonhava em ser cantora de ópera, e na sua adoles-cência começou a estudar canto lírico. Participou do espetáculo “Rocky Horror Show”, dirigido por Miguel Falabella, e se apresentava informalmente nos barzinhos cariocas. Nelson Motta pro-duziu o primeiro show da cantora no bar Jazzmania, do Rio de Janeiro, em

setembro de 87. Saudada como uma sensação da música popular brasileira, pelo seu repertório eclético e de extre-mo bom gosto, virou mania na cena musical, tornando-se instantaneamen-te uma cantora cult, sendo comparada com Elis Regina e Gal Costa.

O primeiro disco foi lançado em janei-ro de 1989 intitulado “MM” com sam-ba, jazz, funk, blues, soul, bossa nova e rock. Estourou por todo o Brasil com a sempre lembrada canção “Bem Que Se Quis”, uma versão da canção do italiano Pino Daniele o disco vendeu mais de 500 mil cópias, consagrando a artista.

O seu segundo álbum “Mais” (1991), foi produzido por Arto Lindsay em Nova York, é nesse álbum que Marisa lança suas primeiras músicas em parceria com Nando Reis e Arnaldo, desenhan-do seu próprio estilo. O álbum mais aclamado de sua trajetória musical é “Verde, Anil e Amarelo, Cor de Rosa e Carvão”, de 1994, que marca o início de

Paulo Fashion Week Primavera/Verão 2014, por exemplo, foi inspirado nas riquezas, misturas e diversidades do nosso país. Já em quesitos comerciais, será ótimo para a indústria têxtil: a mo-vimentação do mercado irá aumentar.

O destaque não deve ser para uma arte que brasileiros também sabem criar e valorizar. A Lei Rouanet, que presa pela proteção e valorização da expressão cultural nacional, ajuda muito, é claro, mas ser um pouco patriota e inteligen-te fará das obras brasileiras muito mais. Quem sabe algo tão grande quanto as estrangeiras são para nós.

Os brasileiros, há um bom tempo, insis-tem em idolatrar as tendências vindas de fora; do mais exagerado ao mais simples, sempre acabamos admirando. A verdade é tão completa que mode-los como Gizele Oliveira, freelancer internacional, afirmam que a moda exterior é de fato muito bem estudada, sendo todo trabalho uma reconstrução do passado. “Indústria comercial são essas tendências que vêm e vão, o que

a mídia dita. Moda de verdade é cultu-ra, é arte.”, comenta Gizele. Já para In-grid Aver, modelo que reside em Milão, toda forma de história é cultura, mas sem dúvidas tudo relacionado à moda está em torno da indústria comercial. “O mundo é capitalista, as pessoas produzem pensando no retorno, no capital. É uma forma de mercado onde você gasta e investe, mas tem retorno, lucros ou prejuízos. É como qualquer outro mercado ou profissão.”, afirma.

Agora, a história promete ser outra. Uma prova disso foi a SPFW Outono/Inverno 2014, que teve inúmeros des-files realizados em espaços públicos de São Paulo. Com os grandes investimen-tos e projetos para o Plano Setorial da Moda, os benefícios serão equilibrados tanto para profissionais quanto para pessoas comuns, se hoje não pode-mos frequentar desfiles fechados e limitados, talvez, no futuro, com mais conhecimento e interpretação, possa-mos desfrutar também desse pedaço de arte brasileira. Pedaço que também modificará a economia nacional.

sua parceria com Carlinhos Brown, in-tegrando a nova geração da MPB com elementos da velha guarda. Um disco clássico e belíssimo.

Este disco conta com importantes gra-vações como a canção “Segue o Seco”, de Brown, que refletia a seca devasta-dora do nordeste, levando a reflexão de um problema social que acompa-nha o Brasil há séculos. Com um reper-tório impregnado de raízes brasileiras. O disco contou com inúmeros instru-mentistas de primeira categoria, como o cantor Gilberto Gil. É neste disco que Marisa se afirma e se encontra no es-paço musical, trazendo todas as suas

influências e mesclando-as com gera-ções de músicos distintos. É de ouvir e se apaixonar, uma canção é indiscuti-velmente mais bela que a outra, canto perfeito em técnica e emoção, qualida-des de Marisa que impressionam até hoje.

Da longa turnê mundial, Marisa lança o disco seguinte de nome “Barulhinho Bom”, provocando grande polêmica por sua capa, um desenho do artista pornô Naif Carlos Zéfiro. Marisa ven-deu mais de 9 milhões de discos no Brasil. Recentemente a cantora acaba de lançar em CD e DVD o registo de sua última turnê “verdade uma ilusão”.

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Imagem: Divulgação

LONA > Edição 898 > Curitiba, 27 de maio de 2014

É fundada São Petesburgo, na RússiaEm 27 de maio de 1703, O Czar rus-so, Pedro O Grande funda a cidade de São Petersburgo. Ela é uma cidade fe-deral da Rússia localizada às margens do rio Neva, na entrada do golfo da Finlândia, no mar Báltico.

A cidade designou-se Leningrado de 1924 até 1991, e Petrogrado entre 1914 e 1924. É frequentemente cha-mada apenas de Petersburgo . Serviu de capital do Império Russo por mais de duzentos anos, entre 1713 e 1728

e novamente entre 1732 e 1918. São Petersburgo deixou de ser a capital em 1918, após a Revolução Russa de 1917. É a segunda maior cidade da Rússia e, em território, a quarta maior da Europa, atrás de Moscou, Londres e Paris.

São Petersburgo é um dos maiores centros culturais da Europa e um im-portante porto russo no Báltico, pos-sui 5 milhões de habitantes e 6,2 mi-lhões vivem nas suas cercanias.

Samba do Compositor ParanaenseA Roda de Samba está em seu quinto ano de existên-cia, e esse ano começou ontem. A Roda já recebeu mais de 450 canções inéditas de autores locais. Inspirado no “Samba da Vela”, de São Paulo, o Samba do Compositor Paranaense existe desde 2010 para promover o samba paranaense, e integrar músicos e compositores.

Data: 26/05/2014 a 22/12/2014 – toda segunda-feiraHorário: das 19h30 às 22h > Ingresso: gratuitoLocal: Teatro Universitário de Curitiba – TUC

Sob a Pele Ficção > 108min > 16 anos

A Grande Escolha Drama > 109min > 14 anos

X-Men: Dias de um Futuro EsquecidoAventura > 120min > 12 anos

A RecompensaComédia > 93min > 16 anos

Exposição permanente no MASACExposição “Imaginária, Paramentos, Objetos de Culto e Mobiliário” pertencentes à Mitra da Arquidiocese de Curitiba.

Ingresso: gratuitoData: de terças a domingosHorário: 9h às 12h e 13h às 18h (3ª a 6ª feira); 9h às 14h (sábado; domingo e feriados)Local: Museu de Arte Sacra – MASAC

A equipe de futebol americano Cleve-land Browns está tendo uma péssima temporada, e o gerente do time, Sonny Weaver Jr. (Kevin Costner), está amea-çado de demissão. No tradicional dia de contratação de novos talentos, Sonny deve provar ao mundo dos esportes que é capaz de trazer os melhores nomes para a sua equipe.

Sonny Weaver Jr., um sujeito desespera-do em formar um time campeão e que busca sair da sombra do pai, um ex-téc-nico recém-falecido. O drama entre pai e filho, que reflete na forma como Sonny recebe a notícia de que vai ser pai, segue uma série de clichês, que obviamente terminam em uma redenção.

O futebol americano ainda é um esporte pouco conhecido no Brasil, embora com o passar do tempo é possível perceber uma maior adesão. Canais de esporte da TV por assinatura, já dão mais atenção ao mesmo, inclusive com a transmissão de Super Bowl. É interessante um filme que chega para contar um pouco sobre os bastidores de tal esporte, focando sua atenção no Draft. Uma prática esquisita

Draft Day: futebol americano ganha mais forçaO futebol americano ainda é um esporte pouco conhecido no Brasil, embora o filme consiga entreter e despertar o interesse pelo universo

para o país do futebol, mas que é muito comum nos Estados Unidos.

O filme tenta ser para o futebol americano o que O Homem que Mudou o Jogo, foi para o baseball. Não tem a força dramática e a qualidade dos diálogos do texto de Aaron Sorkin, nem as atuações de nomes como Brad Pitt, Jonah Hill, Philip Seymour Hoffman e Robin Wright. Mas ainda, consegue entreter e des-pertar o interesse em tal universo.

ACONTECEU NESTE DIA

#PARTIU

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Igreja do Salvador em Sangue, São Petesburgo, Rússia > Foto:Alex Malev

Música

Em Cartaz

Exposição

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