manual de salvamento

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Manual de instrues tcnico profissional para bombeiros Francisco B. de Arajo

Agradecimentos Agradeo, Senhor, pela luz que ilumina o meu caminho e guia os meus passos, dando-me foras para seguir em frente. Tambm agradeo, Senhor, pela graa de viver, por estar neste momento sendo agraciado com a concretizao deste trabalho. E, Senhor, como compromisso solene do meu agradecimento, comprometo-me a estender as mos a todos queles que de ajuda necessitar, e de transmitir todo o meu conhecimento que consegui adquirir ao longo de uma feliz jornada, para o melhor desempenho de nossa misso. Agradeo, ainda, aos meus familiares, que de maneira sbia compreenderam-me e que, nos momentos mais difceis, abraaramme, caminhando sempre ao meu lado, permitindo que as minhas ansiedades e desalentos fossem divididos; ajudando-me a buscar o maior de todos os poderes: a vontade de vencer. Alm disso, agradeo aos meus companheiros de farda, que, por meio de gestos verdadeiros, me mostraram que, ao se esmorecer defronte s adversidades, acabamos no querendo desfrutar das transformaes da vida. Aos que me incentivaram e colaboraram para a concretizao deste trabalho, dedico a glria do amor. Dentre eles, agradeo, em especial, aos Coronis do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal Lus Fernando de Sousa; Sossgenes de Oliveira Filho; Csar Corra Pereira Diretor de Ensino e Instruo; Jos Nilton Matos; Paulo Roberto Feregueti Ges; e aos Tenentes-Coronis BMs Ivan Feregueti Ges; Mrcio de Souza Matos; e ao Major BM Marco Negro de Brito, os quais contriburam com vrias informaes tcnicas e orientaes para o incio e concluso desta obra. Oficiais que abrilhantando a base deste trabalho. Agradeo igualmente aos Majores BM Csar Corra e Sousa Santos, bem como ao Capito Juruebi, que me apoiaram na publicao da minha primeira obra. Aos capites BM Paulo Jos Barbosa de Sousa e Luciano Maximiano Rosa, oficiais que me direcionaram ao rumo certo e no mediram esforos quando mais necessitei, para a concluso deste trabalho. Aos Tenentes Glauber,

Jos Marques, Rmulo e Quincoses, pela estima e esprito de camaradagem expressos nessa sublime jornada tcnico-profissional. Agradeo da mesma forma ao Subtenente Rogrio Neves; e aos Sargentos Joslio, Selva, Jnior Csar, Joel Silva, Emiliano, Torres, Sandro, Luiz Aquino, Argeu, Renato, Salazar, Sousa Neto e Gabriel, profissionais brilhantes e dignos de homenagem, que resplandecem de si a base de todo o conhecimento e hoje fazem crescer tecnicamente a nossa Corporao. Aos Cabos BMs Lavrista, Lcio, Dioner e De Arajo. Aos Soldados BMs Lucas, Nascimento, Agripino, Admilson, Airone e Godoy, militares sbios e promissores, sementes base de uma rvore frutfera; enaltecem e fazem crescer o nosso Corpo de Bombeiros. Que Deus abenoe a todos.

Caro leitor, Ao longo dos anos, tenho procurado desenvolver um trabalho que sirva de orientao aos nossos profissionais, que atuam na linha de frente combatendo aos mais rduos sinistros. Contudo, no foi fcil iniciar essa misso; sim, este foi simplesmente o primeiro passo, pois a cada dia surgem novos esportes, novos equipamentos, novas tcnicas, que requerem desses profissionais maiores conhecimentos e experincias, para lidar com essas inusitadas adversidades. O avano tecnolgico est sendo inovado a cada dia e voltado para uma modalidade de entretenimento, que vem crescendo muito nos ltimos tempos o esporte radical, que se desenvolveu principalmente para as to conhecidas tcnicas verticais, frutos de uma explorao da natureza numa das suas dimenses mais exponenciais. O avano ocorre devido grande demanda provocada pelos acidentes rodovirios, que aumentam assustadoramente. Ficamos desatentos e deixamos de acompanhar essa tal de evoluo. Ento vimos que, em funo da necessidade, fomos obrigados a buscar parte desse avano, os quais vm sendo empregados lentamente nas nossas misses. Alguns de nossos profissionais j tiveram a oportunidade de vivencilas no socorro e poucos foram os que conseguiram conclu-los com xito, em virtude do acompanhamento dessas novas tecnologias. Hoje esta obra traz um pouco desses conhecimentos, indicando novas tcnicas e orientaes quanto aos procedimentos que iro servir ao bombeiro como mais uma fonte de recursos para realizar o seu trabalho, onde prevalece a segurana como a base de tudo, preservando assim, a integridade do executante, bem como de quem o acompanha, permitindo uma melhor assistncia aos que se encontram em iminente perigo. Esta obra aborda, tambm, noes sobre o emprego de alguns materiais e algumas tcnicas (desenvolvidas na ntegra) para possibilitar ao profissional desencadear sua misso com aquilo que tem em mos, haja vista que nem sempre, a tcnica poder ser usada na sua ntegra, ou a ideal, podendo ainda no ser a mais completa,

porm, no vai deixar de ser a base para que o profissional possa se sobressair e atingir, com xito, o seu objetivo.

NDICE

Captulo IHistrico de Salvamento 1.1 Generalidades 1.2 Cdigo de um combatente 1.3 Segurana e proteo (procedimentos bsicos de segurana nas atividades de salvamento) 1.3.1 Conceitos bsicos de segurana 1.3.2 Condies bsicas para a realizao de uma atividade de salvamento com segurana 1.3.3 O que dever ser observado pelas guarnies 1.3.4 Esquema do sistema de segurana 1.3.5 Meios empregados na proteo e segurana 4 Guarnio de salvamento 1.4.1 Capacitao tcnico-profissional da guarnio 1.4.2 Competncia dos componentes da guarnio 28 30 31 32 34 34 35 36 37 38 39

Captulo IICordas 2.1 Generalidades 2.1.2 Especificaes tcnicas 2.2 Constituio bsica das cordas 2.2.1 Fibras utilizadas na confeco das cordas 2.2.2 Classificao das cordas quanto sua estrutura 2.2.3 Caractersticas essenciais de uma corda 2.2.4 Classificao das cordas quanto sua elasticidade 2.3 Tipos de testes realizados para avaliao dos fatores de queda e choque 2.3.1 Carga de ruptura dinmica 2.3.2 Carga de ruptura esttica 2.3.3 Fator de queda 2.3.4 Fator de choque 2.3.5 Nmero de quedas 2.3.6 Alongamento (elasticidade - E) 2.3.7 Escorregamento (deslizamento) da capa S 2.3.8 Encolhimento (R) 2.3.9 Massa da capa 2.3.10 Resistncia esttica com ns em suas extremidades 2.4 Capacidade de carga das cordas 2.5 Termos empregados no manuseio com cordas 2.6 Manuteno e vida til de uma corda 2.7 Curiosidades 2.8 Mtodos mais comuns de enrolar cordas 44 45 46 47 51 54 55 56 56 56 57 57 59 60 61 62 62 62 63 65 66 72 73

Captulo IIIArmao de cabos de sustentao 3.1 Armaes bsicas dos cabos de sustentao 3.1.1 Armao no plano vertical 3.1.2 Armao no plano horizontal 3.1.3 Armao no plano inclinado 3.2 Desenvolvimento das operaes na armao de cabos de sustentao nos diversos planos 3.2.1 Armao de cabo de sustentao no plano horizontal 3.2.2 Armao de cabo de sustentao no plano horizontal com emprego de retinida 3.2.3 Armao de um cabo de sustentao no plano inclinado 3.3 Pontos de ancoragens 3.3.1 Pontos de fixao de cabos 3.3.2 Materiais empregados nos pontos de fixao 3.3.3 Ns empregados nos pontos de fixao 3.3.4 Formas de fixao ou manobras de ancoragens 3.3.5 Mtodos empregados para dar tenso em cordas 3.4 Formas para se dar tenso em cordas 3.5 Ns para confeco de alas, empregados nas amarraes. 3.6 Lanamento, armao e fixao de cordas em edifcio sinistrado. 3.6.1 Lanamento de cabo ao topo do prdio sinistrado 3.6.2 Passagem de corda para o prdio prximo 3.6.3 Armao no plano inclinado 3.6.4 Meios de fortuna 78 79 80 81 82 82 84 86 88 92 92 93 94 96 98 99 100 104 109 114 115

Captulo IVTcnicas de transposio 4.1 Tcnicas de transposies no plano horizontal. 4.2 Abordagem de estruturas 4.3 Tcnica de escaladas 4.3.1 Mtodos de abordagem das estruturas 4.4 Asceno vertical por meio de cordas 4.4.1 Subida em cordas de pequeno dimetro 4.5 Tcnica de transposio com o emprego de escada de gancho 4.5.1 Procedimento de armao e abordagem com a escada de gancho 4.5.2 Desenvolvimento da operao 4.6 Tcnicas de descenses verticais mais empregadas 4.6.1 Rapel sem o emprego de equipamentos 4.6.2 Tcnica de rapel Deufer 4.6.3 Tcnica de rapel Trenker 4.6.4 Tcnica de rapel Dolomiti 4.7 Tipos de rapel de acordo com os equipamentos empregados 4.8 Procedimentos tcnicos de evaso 4.9 Rapel com emprego de equipamentos 4.10 Tcnica de evaso com emprego de mosqueto 4.10.1 Tcnica de evaso com stop,double stop e dresler 4.10.2 Grigri 118 122 123 128 131 131 136 136 138 139 140 140 141 142 143 144 144 146 148 150

Captulo VAmarraes da maca 5.1 Amarrao padro para trabalhos no plano horizontal 5.2 Amarrao padro para trabalhos no plano inclinado 5.3 Amarrao padro para trabalhos no plano vertical 5.4 Armao para o sistema de equalizao da maca na vertical 5.4.1 Sistema Tcnico de Equilbrio Fcil (STEF) 5.4.2 Variaes de alguns sistemas de equalizaes dependendo do material disponvel 5.4.3 Sistema com desvio 5.5 Amarraes com vtima na maca e escada 5.5.1 Proteo da vtima 5.6 O emprego de escada como maca 153 157 159 162 162 164 165 169 172 174

Captulo VITcnicas de salvamento I 6.1 Tcnica de salvamento com ala de sustentao 6.1.1 Confeco da ala de sustentao 6.2 Tcnica de salvamento vai-vem empregando a ala de sustentao 6.3 Tcnica de salvamento vai-vem empregando a maca 6.4 Salvamento na vertical com emprego de cordas e aparelho oito 6.5 Tcnicas desenvolvidas com o aparelho oito fixo ou mvel 6.5.1 Tcnica nmero 1 6.5.2 Tcnica nmero 2 178 178 179 184 190 194 194 199

6.5.3 Tcnica nmero 3: oito fixo 6.5.4 Tcnica nmero 4 6.5.5 Tcnica nmero 5: oito mvel com emprego da maca 6.5.6 Tcnicas conjugadas de salvamento no plano vertical

204 205 206 207

Captulo VIITcnicas de salvamento - II 7.1 Tcnica de salvamento na vertical com maca e redutores 7.1.1 Tcnica empregada pela guarnio 7.2 Tcnicas empregadas nos sistemas de tirolesas inclinadas 7.3 Tcnicas de armao dos sistemas no plano inclinado 7.4 Tcnica de salvamento em poo ou fosso 7.4.1 Material empregado na operao 7.4.2 Atribuies dos componentes da guarnio 7.4.3 Tcnica empregada pela guarnio 223 225 228 231 234 238 239 241

Captulo VIIISalvamento com escada prolongvel 8.1 Tcnica de armao de escada prolongvel 8.2 Salvamento no plano vertical com emprego de escada prolongvel na tcnica n 1 (escada fixa) 8.3 Salvamento no plano vertical com emprego de escada prolongvel na tcnica n. 2 8.4 Salvamento no plano vertical com emprego de escada prolongvel e maca na tcnica n. 3 8.5 Salvamento em poo ou fosso com emprego de escada prolongvel como guincho na tcnica n 4 246 250 254 259 265

Captulo IXResgate em espao confinado (Unidade I) 9.1 Resgate em espao confinado 9.2 Riscos gerais 9.3 Medidas preliminares para acesso a espao confinado 9.4 Emprego do cabo guia em ambientes confinados 9.5 Busca empregando o cabo guia 9.6 Sistema de comunicao empregando cordas 9.7 Formas de deslocamento 9.8 Sistema de comunicao empregado em ambiente confinado 9.9 Equipe preparada com antecedncia em situaes emergenciais 272 273 275 277 279 280 281 285 287

Captulo XResgate em espao confinado (Unidade II) 10.1 Procedimentos bsicos 10.2 Operaes em galerias 10.3 Termos tcnicos relacionados a espao confinado 10.4 Noes gerais em situaes de emergncia 10.5 Noes gerais em situaes no emergenciais 10.6 Principais riscos encontrados nesses ambientes 290 291 291 296 302 306

Captulo XIProcedimento em espao confinado (Unidade III) 11.1 Procedimentos bsicos 11.2 Instalaes subterrneas 11.3 Procedimento Operacional (consideraes tticas) 11.4 Procedimentos aplicados antes do salvamento 11.5 Operaes de resgate 11.6 Consideraes finais 11.7 Incndios em instalaes subterrneas 314 319 322 324 330 331 332

Captulo XIITtica de salvamento 12.1 Ttica de salvamento 12.2 Observaes bsicas no socorro 12.3 Procedimentos gerais 12.3.1 Na Unidade Operacional 12.3.2 Na sada do trem de socorro para o evento 12.3.3 Durante o deslocamento para o socorro 12.3.4 Na chegada ao local 12.3.5 Durante o estabelecimento 12.3.6 Quanto ao salvamento 12.3.7 Antes de regressar unidade 12.3.8 Durante o regresso (observaes bsicas) 12.3.9 Na Unidade Operacional (procedimentos) 12.4 Estratgias e Tticas 12.5 A importncia do comando nico 12.6 Responsabilidades bsicas do comandante de operaes 12.6.1 Funes bsicas do comandante durante as operaes 12.7 Princpios tticos para controlar um sinistro 338 339 341 341 342 342 342 343 344 345 345 345 345 346 347 347 353

Captulo XIIIProcedimentos em ocorrncias (Unidade I) 13.1 Procedimentos adotados nas ocorrncias em elevadores 13.1.1 Princpio de funcionamento dos elevadores 13.1.2 Procedimentos operacionais bsicos 13.1.3 Procedimentos com vtimas retidas na cabine 13.1.4 Possveis operaes e procedimentos necessrios 13.1.5 Procedimentos gerais 13.2 Procedimentos bsicos em ocorrncias diversas 13.2.1 Procedimentos adotados na captura de animais 13.2.2 Mtodos e materiais empregados na captura de animais 13.2.3 Procedimentos adotados em acidentes automobilsticos Subunidade I (procedimentos gerais) 13.2.3.1 Acidentes com vtimas encarceradas 13.2.3.2 Sinalizao e estabelecimentos de viaturas 13.2.3.3 Isolamento do local 13.2.3.4 Ao ttica 13.2.3.5 Ferramentas e equipamentos 13.2.3.6 Desencarceramento e busca a outras vtimas 13.2.3.7 Segurana do local aps os trabalhos 13.2.3.8 Sistema preventivo do local 13.2.3.9 Procedimentos administrativos 356 357 357 359 359 366 366 366 369 370 372 373 374 374 376 379 384 384 384

Captulo XIVProcedimentos em ocorrncias (Unidade II) 14.1 Subunidade II (acidentes rodovirios) 14.2 Mecnica dos acidentes 14.2.1 Clculo do impacto 14.3 Tipos e freqncia das colises 14.3.1 Impactos diretos e indiretos 14.3.2 Ao do impacto sobre os rgos 14.4 Psicologia dos acidentes 14.5 Recurso de atendimento e controle 14.5.1 Tipos de pessoas atuantes 14.6 Caractersticas das equipes de resgate 14.7 Composio do servio de salvamento 14.8 Comportamento do bombeiro 14.9 Uso de equipamentos especiais 14.10 Fatores que afetam a chegada do socorro ao local 14.10.1 Abordagem do evento 14.10.2 Avaliao ttica 14.10.3 Disposio do local 14.10.4 Riscos associados (primeira fase) 14.10.5 Riscos associados (segunda fase) 14.10.6 Posicionamento das viaturas no local do evento 14.10.7 Isolamento do local 14.11 Circuito de trabalho exterior 14.12 Sinalizao do acidente 14.12.1 Disposio dos sistemas de alerta 14.13 Estabilizao dos veculos acidentados 14.13.1 Veculos em colinas ou penhascos 14.13.2 nibus e veculos pesados com suspenso a ar 14.14 Riscos de incndio 387 388 390 390 391 392 392 393 393 394 395 398 399 400 400 401 401 402 402 403 404 404 406 406 408 409 410 410

14.14.1 Bateria do veculo 14.15 Maneabilidade operacional 14.16 Atividades de desencarceramento 14.16.1 Fora aplicada no processo de desencarceramento 14.16.2 Tcnicas para liberao 14.16.3 Consideraes

411 412 413 414 414 414

Captulo XVProcedimentos em ocorrncias (Unidade III) 15.1 Operao de salvamento em tentativa de suicdio 15.2 Procedimentos adotados em corte de rvore 15.2.1 Avaliao e condies preliminares 15.3 Atendimento a emergncias 15.3.1 Cuidados e observaes 15.3.2 Procedimentos gerais e especficos 15.4 Procedimentos adotados no extermnio de insetos 15.5 Emprego de escada mecnica nos salvamentos 417 420 420 421 423 437 442 444

Captulo XVISistema de polias 16.1 Multiplicadores de fora com o emprego de polias 16.2 Cuidados na utilizao desses materiais 16.2.2 Funo das polias (roldanas) dentro de um sistema 16.1.4 Outros dispositivos auxiliares 16.3 Ascenso mediante sistema de polias 16.4 Reduo terica do esforo nas polias 449 449 450 454 455 456

16.5 Processo de montagem de um sistema 16.6 Operaes e precaues 16.7 Sistema idneo com dois mosquetes e n de fuga em auto-blocagem de reteno 16.7.1 Tipos de sistemas 16.7.2 Sistemas com cordas 16.7.3 Passagem de ns por um sistema 16.7.4 Exemplos de montagem de sistemas

457 458 459 459 461 467 468

Captulo XVIIOperaes com aeronave 17.1 Procedimentos bsicos nas operaes com helicpteros 17.2 Versatilidade da aeronave 17.3 Atuao da aeronave 17.4 Operaes bsicas 17.5 Procedimentos bsicos 17.6 Sinalizaes bsicas do orientador de solo para o piloto 474 474 475 475 480 491

Captulo XVIIISalvamento urbano, montanha e espleo

18.1 Conceitos, tcnicas e procedimentos 18.2 Acidentes e suas causas 18.3 Profundo conhecimento do meio e aprendizagem das tcnicas precisas de resgate 18.4 Auto-resgate e resgate em uma parede 18.5 Acidentes ocorridos em conseqncia de quedas 18.6 Atuao em um acidente de escalada 18.7 Operaes verticais 18.7.1 Tcnica de asceno com o emprego de cordeletes 18.7.2 Tcnica de asceno com o emprego da pea oito 18.7.3 Tcnica de asceno com o emprego do gri gri 18.7.4 Tcnica de asceno com o emprego do stop 18.7.5 Transposio de um n com uso de blocantes 18.7.5.1 Tcnica de ascenso e transposio de um n (ascendendo) 18.7.5.2 Tcnica de transposio de um n descendo 18.7.5.3 Tcnicas de inverses 18.7.5.4 Inverso do processo de descida para subida 18.7.5.5 Inverso do processo de subida para descida 18.7.6 Tcnicas de resgate 18.7.6.1 Tcnica empregada para o corte da corda da vtima 18.7.6.2 Tcnica de acesso vtima empregando corda extra 18.7.6.3 Tcnica de acesso vtima empregando o n valdotan 18.7.6.4 Tcnica de acesso vtima por baixo (com e sem corda extra) 18.7.6.5 Tcnica de resgate empregando o sistema 2X1 18.7.7 Tcnica de resgate empregando o sistema de contrapeso

493 495 496 500 500 502 503 504 507 509 511 513 513 515 517 518 519 521 521 524 556 529 535 537

Captulo XIXAncoragens 19.1 Ancoragens artificiais 19.1.1 Materiais e instrues tcnicas 19.1.2 Mecanismos de expanso por agarras (castanhas) 19.1.3 Ancoragens permanentes 19.1.4 O emprego de correntes nos pontos de ancoragens 19.2 Manobras bsicas de ancoragens 19.2.1 Tringulo equalizvel para distribuio de foras 19.2.2 Tringulo equalizvel com duas e com trs ancoragens 19.2.3 Tringulo simples 19.2.4 Tringulo fixo (instalao em V) 19.2.5 Montagem de uma ancoragem em linha 19.3 Instalaes de cordas fixas e fracionamentos 541 541 548 550 554 555 556 557 558 559 561 563

Captulo XXPontos de segurana 20.1 Pontos de segurana 2.2 Reunies (pontos para ancoragem) 20.3 Trabalhos na rocha 20.4 Auto-segurana 20.5 Cabos de ancoragem (longe) 20.6 Segurana em Vias Ferratas 20.6.1 Quedas (orientaes bsicas) 20.6.1.1 Quedas ao solo 20.6.1.2 Quedas em parede 20.6.2 Primeira segurana de corda (cabos) 567 568 570 571 572 574 575 576 577 581

20.6.3 Segurana realizada desde o solo 20.6.4 Segurana partindo da ancoragem 20.7 Ancoragens duvidosas (procedimentos) 20.8 Atividades realizadas com boas ancoragens 20.9 Segunda segurana de corda (cabos)

582 583 584 589 590

Captulo XXIConjunto de materiais 21.1 Materiais de uso individual 21.1.1 Arns (cadeirinha) 21.1.2 Cadeirinhas completas 21.1.3 Cadeirinhas improvisadas 21.1.4 Mosquetes 21.1.4.1 Mosquetes de segurana 21.1.4.2 Mosquetes normais ou polivalentes 21.1.4.3 Mosquetes ligeiros 21.1.4.4 Definies, uso correto e conservao 21.1.4.5 Como empregar um mosqueto corretamente 21.1.4.6 Recomendaes gerais de utilizao 21.1.4.7 Modelos de mosquetes 21.1.4.8 Especificao dos mosquetes 21.1.4.9 Manuteno dos mosquetes 21.1.4.10 Mosquetes e fitas expressas 21.1.5 Fitas e cordeletes 21.1.5.1 Ns e costuras nas fitas 21.1.5.2 Resistncia de uma fita (segundo as condies de trabalho) 21.1.5.3 Fitas expressas para absoro de choques 592 592 596 597 598 598 599 600 600 601 604 605 609 613 614 618 619 620 622

Captulo XXIIDispositivos de freio, segurana e descensores 22.1 Dispositivos de freio, segurana e descensores 22.2 Modelos mais utilizados 22.2.1 Pea oito 22.2.2 Placas de freio 22.2.3 Tubos de freio 22.2.4 Placas de freio autoblocantes 22.2.5 N dinmico 22.3 Dispositivos automticos e semi-automticos 22.4 Dispositivos para escalar (quando se est s) 22.5 Aparelhos bloqueadores 22.6 Manuteno e armazenamento 22.7 Tcnicas de insero da corda nos aparelhos 22.8 Ns bloqueadores mais utilizados 625 627 627 634 635 636 637 639 640 641 644 648 655

Captulo XXIIINs e entrelaamentos em instalaes 23.1 Generalidades 23.1.1 Ns 23.1.2 Percentual de enfraquecimento das cordas em funo dos ns empregados 23.2 Ns de encordoamento 23.2.1 Oito pelo chicote 23.2.2 Lais de guia de dupla ala com reforo do cote 23.2.3 Oito com duas alas 23.2.4 Encordoamento direto com o cabo (corda) pelo lais de guia 659 660 660 661 662 662 663 664

23.3 Percentual de perda de alguns ns 23.3.1 N nove 23.3.2 N sete 23.3.3 Oito direcionado 23.3.4 Oito com duas alas 23.3.5 N oito pelo chicote (para unir dois cabos) 23.3.6 N pescador duplo 23.3.7 N de fita 23.3.8 Ns autoblocantes 23.3.9 Machard com uma ala 23.3.10 Machard com duas alas 23.3.11 Autoblocante com mosquetes (Bachmann) 23.3.12 Autoblocante com mosquetes e com cordeletes simples 23.3.13 Autoblocante tranado (Valdostano) 23.3.14 N Valdostano (Penberthy) 23.3.15 N beluns (italiano) 23.3.16 N Taut-lani 23.3.17 N de mula 23.3.18 N de segurana Lorenzi (volta) 23.3.19 N para tenso (recurso improvisado) Bibliografia

666 666 666 667 668 668 669 670 671 672 673 673 674 675 676 676 677 678 679 679 681

CAPTULO I

HISTRICO DO SALVAMENTO

A proteo mais antiga do que o combate ao fogo, pois os nossos ancestrais da Pr-histria no conheciam os mtodos de combate s chamas e, no entanto, talvez por instinto, j praticavam a proteo, retirando das chamas ou dos lugares ameaados pelo fogo os seus poucos pertences. A proteo organizada teve incio no sculo XVII. Segundo Frederico Rossner, por ocasio do grande incndio de Londres, as companhias de seguros mantinham brigadas de bombeiros particulares com o intuito de preservar a propriedade segurada. A proteo efetuada por essa brigada limitava-se apenas remoo dos bens ameaados para locais afastados do ponto onde ocorria o incndio. Os servios eram prestados somente s pessoas que contribuam para a manuteno, ou seja, as que tinham uma marca na porta principal de suas propriedades. Os mtodos de extino daqueles tempos eram prticos. Apagavam-se incndios com baldes dgua ou com o emprego de pequenas bombas manuais que alcanavam poucas distncias. Com o progresso, os Corpos de Bombeiros se desenvolveram e aperfeioaram seus mtodos de extino, resultando da o esquecimento da proteo dos bens ameaados. Mais tarde nos Estados Unidos, os estudiosos dos mtodos de extino de incndio verificaram a necessidade de proteger os bens que ainda no tinham sido atingidos pelo fogo e os que sofriam a ao destruidora dos agentes extintores, logo, organizaram novas instituies denominadas Patrulhas Seguradoras. A idia de proteo no Corpo de Bombeiros surgiu no ano de 1926, tendo o ento TenenteCoronel Ernesto de Andrade, Comandante da Corporao, como precursor, aps solicitao ao Exm Sr Ministro da Justia, para que criasse o servio de salvamento no mbito da Instituio. No mesmo ano, pelo aviso Ministerial n. 2.189, a autorizao foi concedida (BG n. 1, de 3 de janeiro de 1927), publicando a nomeao de uma comisso de oficiais do prprio Corpo de Bombeiros para

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organizar o referido servio. Organizado e devidamente regulamentado, passou a funcionar com a denominao de Servio de Salvamento e Proteo nos Incndios. muito importante ressaltar que, embora seja ensinado ao profissional bombeiro como agir com coragem, autoconfiana, sabedoria e, em algumas circunstncias, com demasiada ousadia, jamais dever ser esquecido que sua vida est acima de tudo e que dever sempre agir com cautela e segurana. Por isso, todos os trabalhos devem ser realizados por equipes que disponham de todos os materiais possveis de proteo individual e coletiva. Dessa forma, conceituamos a nossa atividade de salvamento como sendo toda e qualquer atividade realizada por equipe especializada, com conhecimentos tticos e tcnicos adequados, com o objetivo de salvaguardar vidas e bens.

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1.1 Generalidades As operaes de salvamento consistem, basicamente, na remoo de pessoas, animais e/ou bens dos mais variados sinistros ou calamidades, com a finalidade de salvaguardar sua integridade fsica e psquica e/ou aplicar os atendimentos no que diz respeito ao primeiro exame (primeiros socorros), o que torna o servio altamente especializado, o qual exigindo dos socorristas grande e amplo conhecimento profissional em funo das diversificaes das atividades e dos materiais nele empregados. Em virtude das circunstncias em que efetuado o salvamento, encontramos grande esforo exercido pela guarnio em: 1) empregar corretamente as tcnicas desenvolvidas; 2) empregar adequadamente os materiais; 3) atingir o objetivo da operao desenvolvida; 4) localizar e alcanar as vtimas; 5) assegurar-lhes a vida. Os servios de salvamento e primeiros socorros so interligados por natureza da profisso, nos quais os executantes de ambas as atividades so denominados de socorristas. Pode-se dizer que os servios de salvamento consistem na remoo cuidadosa de pessoas, animais e/ou objetos dos mais variados sinistros e do atendimento imediato em primeiros socorros, antes que os cuidados mdicos sejam prestados. A responsabilidade dessas vidas humanas, nas mos desses socorristas, se d devido s suas especialidades e ao grande conhecimento profissional. No somente a predisposio do socorrista fator essencial misso; outras virtudes so de grande importncia, tais como: coragem, vigor fsico, calma, energia, inteligncia, iniciativa, facilidade em improvisar com os meios existentes, etc. Dentre as vrias modalidades de salvamento, o bombeiro, quando no completo em suas qualidades, deve ser um bom conhecedor da modalidade em que ir agir. Podemos at citar, como exemplo, o salvamento a afogados,

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em que o bombeiro alm de conhecer a tcnica a ser aplicada ter de ser um exmio nadador, pois, uma falha acarretar o perecimento da vtima e tambm colocar em risco, a prpria vida do socorrista. Nos salvamentos em altura, o bombeiro, alm de suas habilidades, dever ser isento de vertigens, para que no coloque em risco a vida pessoal e de terceiros. Os conhecimentos tcnicos que justificam essas aes tornar-se-o completos quando for observado o perfeito manuseio dos aparelhos, equipamentos e materiais prprios para o salvamento. E assim, com uma conduta definitiva, os trabalhos sero executados com rapidez e perfeita segurana. O socorrista sempre um profissional dotado de grandes qualidades, porm em situao alguma dever trabalhar isolado nas operaes de salvamento, tendo sempre de trabalhar em dupla, buscando o melhor desempenho e auxlio contra os riscos. Nas operaes a serem desenvolvidas, o reconhecimento antecipado das condies existentes ajudar a evitar danos decorrentes do trabalho. importante lembrar que o socorrista, quando de posse de informaes, trabalhar com rapidez e seu rendimento ser maior. A informao torna-se uma de suas garantias contra provveis acidentes durante o servio de salvamento. importante lembrar que, alm de pessoas, animais e bens materiais retirados ou auxiliados em situaes adversas (colocados ou transportados para locais apropriados), outros procedimentos tambm so de suma importncia, tais como: escoramentos, coberturas, remoes, amarraes, abertura de portas, etc. Podemos ento afirmar que salvamento toda e qualquer operao realizada por uma equipe de bombeiros ou no, com a finalidade de salvaguardar vidas e bens em situaes de riscos.

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1.2 Cdigo de um combatente Existem algumas normas fundamentais de procedimentos e comportamentos ditadas pelo bom senso e confirmadas pela experincia, as quais devem ser seguidas por todos os salvadores, sendo dispostas na seguinte ordem: 1) estar fisicamente preparado: cuidar para que tenha condies de tomar parte em qualquer atividade de salvamento; 2) estar psicologicamente preparado: sentir-se sempre altura das circunstncias e das responsabilidades inerentes atividade, bem como dos riscos que ela possui, com uma decidida convico interior; 3) estar tecnicamente preparado: manejar com destreza o material e adquirir a experincia necessria que permita tomar as decises apropriadas, diante de qualquer problema, mantendo-se tambm atualizado quanto s novas tcnicas, materiais e procedimentos; 4) conhecer as prprias limitaes e reaes (assim como as dos companheiros), frente s situaes de emergncia: permanecer sempre abaixo de suas possibilidades para conservar uma boa margem de segurana; 5) conhecer todos os riscos inerentes s atividades, bem como quais materiais e procedimentos podem ser utilizados para elimin-los ou diminu-los; 6) planejar bem as atitudes a serem tomadas, em funo da ocorrncia (riscos, pessoal, material disponvel, vtimas, etc.); 7) saber renunciar, quando as condies do evento solicitarem uma mudana do plano de ao ou quando no se sentir seguro ou no estar condicionado a realizar a atividade; 8) estar consciente da responsabilidade sobre o cumprimento da ordem recebida, como fator preponderante no cumprimento do plano de ao e na soluo do evento de forma coordenada;

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9) cuidar para que os prejuzos no sejam aumentados por aes incorretas ou desnecessrias durante a atividade; 10) no transformar a atividade de salvamento (seja treinando, demonstrando ou at mesmo no socorro) em uma amostra exibicionista ou agressiva. As atividades desenvolvidas, de forma tcnica e com correo, causam espanto e admirao at em timos profissionais. 1.3 Segurana e proteo (Procedimentos bsicos de segurana nas atividades de salvamento) Nas atividades de salvamento, as atenes devero estar voltadas para os princpios de segurana nos locais de emergncia ou inteiramente ligadas s aes de socorro, as quais so viabilizados os trabalhos individuais e coletivos, tanto para os componentes das guarnies envolvidas, quanto para os materiais, equipamentos, possveis vtimas ou bens materiais que devero ser protegidos. As aes de segurana em uma operao de salvamento no devero, em hiptese alguma, ser de responsabilidade nica, mas de todos os integrantes das guarnies de salvamento. Apesar de cada elemento ter um senso de responsabilidade com os seus pertences de segurana, este jamais poder deixar outros materiais de socorro sem a devida proteo e nem deixar de acompanhar os procedimentos realizados pelos seus companheiros de equipe. Os cuidados devero ser observados minuciosamente dentro de cada operao, devendo ser imputadas como caractersticas do socorrista o seu conhecimento individual, a ateno com relao segurana e com o prprio salvamento em si. A segurana e proteo so termos empregados pelos socorristas que visam expressar as aes realizadas com o intuito de minimizar, isolar, proteger, assegurar, evitar e dar condies ao bombeiro ou sua equipe de trabalho dentro do risco ou, preferencialmente, sem risco.

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A segurana realizada quando utilizamos procedimentos, materiais e/ou equipamento que possibilitem a permanncia e a realizao dos trabalhos em locais de risco. A falta de ateno, de certa forma, representa perigo tanto para a guarnio, quanto para o socorro de um modo geral. 1.3.1 Conceitos bsicos de segurana Segurana individual: qualquer ao ou procedimento utilizado pelo bombeiro, com a finalidade de minimizar, prevenir ou isolar as possibilidades de acidentes pessoais (risco) em uma operao de salvamento. Busca um s objetivo: executar a atividade sem colocar em perigo prpria vida. Segurana coletiva: todo o conjunto de procedimentos realizados com o intuito de assegurar a integridade fsica e/ou psicolgica de um determinado grupo, envolvendo a atividade em si, bem como todos os integrantes da guarnio, as vtimas e os bens coletivos. A segurana coletiva determinada a partir da avaliao prvia da situao, para a qual sero tomadas as decises de como assegurar a realizao da operao, dependendo, basicamente, do nmero de vtimas envolvidas, das condies e caractersticas do local, alm das propores do evento. Os principais riscos que afetam os trabalhos realizados na segurana coletiva so: a perda do controle da situao, a falta de conhecimento, de experincia e de domnio emocional. A segurana coletiva jamais poder ser baseada simplesmente nas propores do evento ou mesmo no nmero de vtimas que poderemos encontrar. O nmero de vtimas e o estado em que se encontram podem tornar a situao mais difcil, porm a segurana depender de uma correta avaliao do que detectamos preliminarmente, tais como: natureza do evento, viabilidade de se

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prestar um bom atendimento (socorro), situao e condies dos materiais a serem empregados dentro da operao, etc. Entende-se por segurana coletiva tudo o que j foi comentado, porm, a nfase da segurana coletiva baseada no objetivo principal do zelo mtuo, empregado pela guarnio/equipe, visando preservar a sua integridade fsica dentro de uma operao. Exemplo: a tcnica dos seis olhos (ver pg. XX). Ningum deve executar qualquer atividade, sem que seus companheiros tenham cincia dos atos a serem praticados. Segurana das vtimas: o objetivo principal de atuao de uma guarnio de socorro numa operao, assegurando-lhes a sua integridade. Segurana dos materiais: quando se empregam materiais de forma adequada e dentro dos procedimentos tcnicos para os quais foram desenvolvidos, estes passam a ser fatores bsicos de segurana e proteo para a guarnio na operao e so elementos essenciais para o bom desempenho e funcionamento dos materiais e equipamentos utilizado. A guarnio desenvolver melhor o seu papel quando conservar todos os materiais e equipamentos, pois a existncia de riscos dentro da operao ser menor. Para ter uma ampla compreenso da segurana dos materiais, precisamos conhecer os seus aspectos principais, que so: 1) aspecto tcnico: a forma adequada de manusear os materiais. 2) aspecto psicolgico: a confiana adquirida na utilizao do equipamento, a qual tambm proporcionar a autoconfiana. 3) aspecto educacional: o exato conhecimento da estrutura fsica e resistncia dos materiais e equipamentos empregados nas mais diversas operaes.

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Segurana e proteo de bens materiais: os bens devero ser protegidos desde que essa ao no coloque em risco vidas. Para tanto, importante verificar as condies do local, a existncia de materiais adequados para tal proteo, os fatores adversos que impossibilitam a proteo, alm de identificar os principais pontos a serem protegidos. Tem como objetivos principais proteger e assegurar a integridade fsica dos bens materiais encontrados. A identificao dos riscos existentes a principal preocupao da guarnio de socorro, em razo de ela necessitar empregar materiais e equipamentos adequados na proteo dos bens e desde que a ao no coloque vidas em risco. Se tiver que danificar um bem, de qualquer espcie, que se faa da forma mais tnue possvel, para que os danos no sejam maiores que o necessrio. Proteger um ato de guardar e resguardar uma vida ou um bem de uma situao adversa. 1.3.2 Condies bsicas para a realizao de uma atividade de salvamento com segurana Para se ter segurana durante qualquer atividade de salvamento, o socorrista precisa: 1) controle emocional prprio, da situao, dos materiais, e das vtimas; 2) executar as atividades com convico; e 3) dispor os materiais em local seguro e de fcil acesso. 1.3.3 O que dever ser observado pelas guarnies Durante o atendimento a ocorrncia de resgate, a guarnio como um todo deve observar o seguinte: 1) a falta de conhecimento durante a execuo de qualquer atividade.

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2) as condies do local para o acondicionamento dos materiais e equipamentos; 3) as condies de isolamento do local; 4) os materiais destinados proteo; 5) a situao dos materiais que sero protegidos; 6) as condies dos materiais que sero protegidos; 7) os fatores que impossibilitem a proteo; 8) a realizao da proteo e segurana; 9) as tcnicas a serem desenvolvidas, a fim de obter um melhor aproveitamento do pessoal e materiais utilizados. vlido lembrar que, no salvamento, a proteo e a segurana so fatores observados por todos os componentes da guarnio (tcnica dos seis olhos), primeiro individualmente, depois pelo seu companheiro mais prximo e, em seguida, uma prvia reviso realizada pelo chefe de guarnio ou por algum que esteja fiscalizando as atividades.

Figura 1: esquema do sistema de segurana.

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1.3.4 Meios empregados na proteo e segurana Para que a guarnio e a vtima tenham proteo e segurana durante a realizao do resgate, preciso que os integrantes da guarnio conheam alguns meios empregados para se evitar danos durante as atividades. So eles: Uso do prprio corpo: so as tcnicas empregadas na segurana individual e coletiva quando no existirem materiais ou pontos que favoream tal procedimento. Nessas tcnicas, fazemos uso dos componentes da guarnio, para servir como base de segurana e at mesmo como pontos de ancoragem quando dispomos de cabos e mosquetes para a atividade. Uso de pontos naturais: quando utilizamos materiais para realizar as ancoragens de segurana, tendo pontos naturais (as rvores, as rochas e razes, etc.) como base. Uso de pontos nas instalaes urbanas: so os meios encontrados nas estruturas urbanas, utilizados para auxiliar na segurana da equipe. Tambm podemos fazer uso dos meios acessrios existentes, os quais classificamos como meios de fortuna. O aspecto mais importante dentro da cadeia de segurana manter sempre a sua ateno voltada para o que est sendo realizado tanto individualmente, quanto pelos seus companheiros de equipe.

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1.4 Guarnio de salvamento Para organizar uma guarnio de salvamento, todos os componentes devem ser integrantes de um sistema de segurana. Deve ser observado tambm a atividade que ser realizada, sendo selecionada dentro de um critrio de atendimento a ocorrncias sendo ainda definida como urgente ou no urgente.

Figura 2: composio bsica de uma guarnio de salvamento.

Dentro dessas ocorrncias, podemos determinar o grau de risco que cada uma oferece, de acordo com o seguinte:

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Situaes urgentes: so aquelas nas quais esto envolvidas vidas ou patrimnio de real valor em risco imediato de dano. Situaes no urgentes: so aquelas que no acarretam risco s vidas ou ao patrimnio e que independem de tempo para a sua execuo. Segundo o sistema de segurana e as diversas reas de ao que conduzem uma equipe para desenvolver uma atividade profissional (atividade-fim), uma guarnio de salvamento poder variar tanto na sua formao quanto na sua organizao, porm, indicada, como ideal, uma guarnio operacional constituda por 5 (cinco) componentes (socorristas), identificados da seguinte forma: chefe de guarnio e os auxiliares n. 1, n. 2, n. 3, e n. 4.

1.4.1 Capacitao tcnico-profissional da guarnio Durante a atividade de resgate, devem-se ter claras as atribuies tcnico-profissional previstas para cada membro da equipe, para que todos saibam, de antemo, o que ser cobrado ao longo do atendimento: Chefe de guarnio: comandante da guarnio e responsvel direto pela coordenao e orientao dos elementos integrantes da guarnio. Auxiliar n. 1: o elemento que conhece e capacitado a empregar as tcnicas de primeiros socorros. Auxiliar n. 2: o elemento que conhece e capacitado a empregar as tcnicas de salvamento terrestre. Auxiliar n. 3: o elemento que conhece e capacitado a empregar as tcnicas de salvamento aqutico. Auxiliar n. 4: o elemento que conhece e capacitado a empregar as tcnicas de salvamento em altura.

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Observao: o condutor de viatura auxiliar especializado na conduo e operao de viaturas e equipamentos motorizados de salvamento, no sendo encaixado na guarnio em razo de sua operacionalidade se diferenciar das aes de trabalho realizadas pela guarnio. Podemos at encontrar, em alguns conceitos ou manuais, o motorista como sendo o 6 componente da guarnio, mas no h uma padronizao, em conseqncia das funes ou caractersticas que cada componente da guarnio tem de desenvolver. Apesar de cada componente da guarnio padro de salvamento ter sua funo e especializao, cada um possui tambm vrias atribuies fundamentais na realizao das diversas tcnicas de salvamento e no cumprimento de ordens especficas dadas pelo chefe de guarnio, as quais objetivam levar a operao ao sucesso.

1.4.2 Competncia dos componentes da guarnio importante que todos os integrantes conheam, previamente, suas atribuies para que as operaes ocorram de forma rpida, sem tumulto e sem que vrios socorristas realizem a mesma ao ou se esqueam de realizar outras necessrias atividade. Por isso, sero especificadas as aes imputadas para cada membro da guarnio em um salvamento.

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Figura 3: a guarnio de socorro constituda de chefe de guarnio e auxiliares

Chefe de guarnio: 1) coleta dados referentes ocorrncia; 2) analisa esses dados e antecipar uma avaliao das condies de trabalho no local; 3) procede a um rpido estudo da situao; 4) verifica o material a ser empregado na operao; 5) verifica se h necessidade de reforo, policiamento, etc.; 6) comanda e coordenar a operao; e 7) auxilia na execuo da atividade, se for preciso. Auxiliar n. 1: 1) aplica seus conhecimentos especializados de acordo com o material disponvel; 2) verifica as condies de segurana do local; e 3) executa outras atividades pr-determinadas pelo chefe de guarnio.

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Auxiliar n. 2: 1) porta o material a ser utilizado na operao de salvamento, dentro de sua especialidade levando-o at o local da ocorrncia; 2) opera esse material de maneira adequada e com eficincia; e 3) exerce outras atividades, sob a orientao do chefe. Auxiliar n. 3: 1) providencia o material que vai ser utilizado na ao de salvamento, dentro de sua especialidade; 2) inicia as atividades sob orientao do chefe; e 3) exerce outras atribuies ordenadas pelo chefe. Auxiliar n. 4: 1) providencia os materiais que sero empregados na operao, dentro de sua especialidade; 2) inicia as atividades, preservando os princpios de segurana; 3) exerce outras atividades determinadas pelo chefe. O chefe de guarnio, ao concluir sua linha de trabalho, faz convergir os esforos ao objetivo imediato, coordenando o trabalho de salvamento, mesmo que essas atividades sejam aquticas, terrestres ou em alturas. O fato de os integrantes da guarnio de salvamento possuir especializaes ou funes previamente determinadas no os exime da necessidade de cada um estar capacitado a exercer as tarefas dos demais, pois todos devem conhecer o trabalho (funo) de cada componente, porm, o ideal que haja entre os integrantes um socorrista com as qualidades fsicas condizentes para cada atividade; e intelectuais (tcnicas) para tarefas especficas (primeiros socorros, aes terrestres, aes aquticas e aes em altura). Somente em caso excepcional, o socorrista poder trabalhar isolado na realizao das operaes de salvamento. Em princpio, todo e qualquer trabalho deve ser realizado por duplas, no mnimo, tendo

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em vista a manuteno da segurana e a proteo contra possveis riscos durante a operao desenvolvida. A inspeo prvia e o reconhecimento das condies do local ajudaro a evitar os perigos no decorrer da ao de trabalho. O desenvolvimento e o rendimento do socorrista dar-se-o mediante sua cincia de que est seguro durante a execuo do salvamento. importante lembrar que todo socorrista dever estar, nas suas aes de trabalho, munido de materiais e/ou de equipamentos de proteo individual (EPI), entre esses, os mais importantes so: luvas, mosqueto, cabo da vida, capacete, roupa de aproximao, botas, (coturnos), equipamento autnomo de respirao, etc. As atribuies de cada componente da guarnio de salvamento so inmeras, portanto caber sempre ao chefe da guarnio atribuir as respectivas responsabilidades a cada um dos integrantes dentro de cada atividade especfica e de acordo com o trabalho a ser executado.

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CAPTULO II

CORDAS

A relevncia de elaborar um captulo para tratar de corda est no fato de que toda atividade de salvamento utiliza cordas e, por isso, os socorristas devem conhecer bem as suas especificaes e limitaes para utiliz-las de acordo com atividade a ser realizada. Entenda-se por corda o conjunto de fibras torcidas ou tranadas, dentro ou no de uma capa, que forma um feixe longitudinal e flexvel (conceito estabelecido pelo Centro de Treinamento Operacional do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal).

Figura 4: exemplo de corda de salvamento

2.1 Generalidades As cordas utilizadas nos servios de salvamento so consideradas pelos seus fabricantes e pela normatizao internacional que as controlam como cordas para atividades profissionais (industriais) ou como cordas de resgate. Essas cordas tm bitolas superiores a 11 mm chegando at 13 mm e so consideradas, basicamente, estticas ou semi-estticas, de acordo com a

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diferenciao de elasticidade. No contexto geral, uma corda empregada no mbito profissional (nas atividades de bombeiro) s poder ser vista de duas formas: esttica ou dinmica, contudo, pela prpria normatizao, bem como em funo do emprego de cada uma delas e por serem apresentadas em dimetros diferentes, so classificadas como: cordas auxiliares (ou cordeletes), cordas duplas e cordas simples. Cordas auxiliares: so cordeletes com dimetro inferior a 8 mm, que auxiliam nas progresses verticais, sendo empregadas em outras cordas de bitolas superiores. Cordas simples: so classificadas como cordas simples as que possuem dimetros entre 10,4 mm e 11 mm, devendo ainda ser observado como elas esto sendo empregadas, pois, apesar de sua bitola, estar trabalhando sozinha e o seu uso no traz prejuzos atividade que est sendo realizada, tanto na prtica desportiva, quanto dentro de uma operao de salvamento (resgate). Cordas duplas: so as cordas que, em razo da aplicao requerida, precisam ser empregadas duas cordas dentro da operao. Os conceitos citados anteriormente esto relacionados com as atividades tcnico-profissionais. Apresentaremos a seguir outros conceitos que so reconhecidos por normas especficas.

2.1.2 Especificaes tcnicas Cordeletes auxiliares: cordeletes com bitolas inferiores a 8 milmetros, chegando at uma dimenso mnima de emprego (6 milmetros), porm, outras bitolas podero ser encontradas, chegando at 3 milmetros. Esses cordeletes, quando empregados em conjunto com cordas de bitolas diferentes, tm como finalidade auxiliar

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progresses verticais. Esses cordeletes tambm so chamados de cabinhos, cabinhos para prusik, etc. Cordas simples: so aquelas com bitolas entre 11 e 12,5 mm, empregadas dentro das atividades profissionais (pelo bombeiro), sabendo-se, porm, que em muitas atividades empregamos cordas de 12,5mm duplas ou dobradas, uma vez que elas passam a trabalhar sob tenso e com cargas, sendo que a razo principal desse uso assegurar o melhor desempenho durante a realizao das atividades, buscando fornecer uma maior segurana e, principalmente, aumentar a resistncia da corda dentro do trabalho executado. Cordas duplas: cordas com bitolas que podem variar entre 8 e 10,5 mm, sendo que a sua utilizao passa a ser permeada (dobrada) ou dupla, aumentando a sua massa para facilitar a frenagem; essas cordas no so empregadas nas atividades profissionais de bombeiros e, normalmente, possuem caractersticas de cordas dinmicas, podendo ser empregadas at mesmo no mbito profissional, nas atividades de segurana. 2.2 Constituio bsica das cordas As cordas so constitudas, basicamente, por fibras, fios, camadas ou cordo. Cordas o conjunto de camadas de cordes torcidos ou tranados, empregados para sua formao (figuras 5 e 6). Fibras: unidade bsica da constituio das cordas. Fios: conjunto de fibras torcidas, tranadas ou unidas entre si. Camada ou cordo: formado pela unio dos fios.

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Figura 5: corda torcida

Figura 6: corda tranada

2.2.1 Fibras utilizadas na confeco das cordas Os materiais que compem as cordas so de diversas origens. Essa informao importante, pois a resistncia da corda, bem como o seu emprego sero tambm definidos por esse dado. Por isso sero apresentadas algumas informaes sobre a constituio das cordas e alguns termos tcnicos que envolvem essa abordagem. Vegetais: as cordas de fibra vegetal foram quase que totalmente substitudas por cordas com maior resistncia ao desgaste. Possuem a desvantagem de serem pesadas (principalmente quando molhadas); no so muito elsticas; apodrecem com muita facilidade e devem ser armazenadas cuidadosamente. Essas cordas, atualmente, so empregadas nos treinamentos fsicos, nos servios de elevao de cargas e nas atividades de pouco risco. As cordas so tranadas e as

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suas fibras vegetais so muito curtas. So ainda utilizados na sua confeco os seguintes materiais: algodo, sisal e cnhamo. As cordas de fibra vegetal podem estar sem condies de uso e, mesmo assim, no apresentarem sinais externos que indiquem essa condio. Quando era amplamente empregada nos salvamentos poderia ser considerado fato comum uma corda, aparentemente em condies de uso, romper-se com o peso de apenas uma pessoa. H algumas observaes feitas s cordas de fibra vegetal, so elas: 1) normalmente so cordas menos flexveis; 2) possuem um determinado padro de manuseio devido ao seu formato externo (ondulado); 3) possuem excelente resistncia ao atrito e trao, devido ao seu maior coeficiente de elasticidade; 4) todas as partes da corda so visveis, facilitando a visualizao dos danos existentes em suas fibras; 5) reduzem, gradualmente, sua resistncia em funo do desgaste; 6) basicamente so um tipo de corda empregado em servios pesados; 7) quando empregadas corretamente, so de grande durabilidade; 8) so um tipo de corda que no tem alma; e 9) quando ocorre o rompimento das fibras ou dos fios, torna-se fcil a sua identificao, contudo, esse fato no implica que as cordas estejam completamente danificadas. Animais: so cordas trabalhadas feitas de fibras extradas de animais, tais como: seda, crina e couro. Essas cordas tm o seu comprimento diretamente relacionado com o tamanho da fibra encontrada, sendo que o fio da seda , normalmente, o mais longo. So cordas raras, caras e quase no so utilizadas nos servios de salvamento, com exceo das de couro, que so utilizadas na confeco de laos para captura de animais.

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Minerais: so cordas constitudas de substncias derivadas do petrleo e do carvo, sendo divididas em fibras sintticas, ao e carbono. Ao ou arame: normalmente, so cabos altamente resistentes (em qualquer tipo de operao) e fornecem grande confiabilidade aos que os empregam. So feitos com seguimentos de fios metlicos (ao ou arame), normalmente torcidos ou enrolados em feixe e a sua resistncia varia de acordo o seu dimetro (bitola), possuem ainda o objetivo de ser empregado em traes e iamentos de objetos de peso elevado. Sintticos: so cabos constitudos de substncias derivadas do petrleo ou carvo. Possuem fibras longas, podendo chegar ao comprimento total da corda, sendo que as mais comuns so as de polipropileno, poliamida, polister, polietileno e aramida. So cordas utilizadas nas atividades de salvamento, devido ao fato de terem boa resistncia trao e ao atrito, impermeabilidade, e, conseqentemente grande durabilidade. As caractersticas da corda dependero tanto do tipo e da qualidade da fibra, quando de sua estrutura (tranada ou torcida). As fibras sintticas tambm apresentam variedades de tipos para a mesma substncia, conforme se segue: Poliamida: nylon, perlon ou grilon, enkalon: lilion; Polipropileno: olefin: meraklon; Polister: dacron, terilene, tergal: trevira. Aramida: kevlar: arenka. O principal material de confeco da corda para trabalhos em altura a poliamida, comumente conhecida como Nylon. Essa escolha se deve por ela apresentar excelentes caractersticas, combinando tanto resistncia, quando elasticidade, sendo capaz de absorver choques como nenhum outro material, no flutua na gua e no

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apodrece, no deve ser deixada ao sol por perodos prolongados, pois, contudo, sensvel radiao ultravioleta. Aramida: este o mais novo tipo de fibra sinttica utilizada na confeco de cordas. So produzidas pela Dupont com nome de Kevlar. Possuem caractersticas que as fazem ser comparadas com as fibras de ao e no com outras fibras sintticas.

Figura 7: Quadro de caractersticas das fibras.

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2.2.2 Classificao das cordas quanto sua estrutura

H uma outra classificao para as cordas, no que se refere sua estrutura, conforme especificado a seguir: Torcidas: so cordas que possuem superfcie ondulada, com um determinado nmero de fibras torcidas sobre si mesmas e num s sentido, formando os fios tambm torcidos em um certo nmero, sendo que cada fio torcido no sentido contrrio ao anterior; formando os cordes. feita a unio de 3 (trs) ou 4 (quatro) desses cordes, os quais so torcidos, sendo que cada conjunto de cordes torcido no sentido inverso ao anterior, formando uma massa uniforme, a qual chamamos de corda torcida (figura 8).

Figura 8: entrelaamento interno de uma corda torcida

Tranadas: so cordas que possuem sua superfcie lisa, sendo conhecida basicamente como uma capa. Uma corda tranada pode ter mais de uma capa, podendo ter vrios cordes em nmeros pares ou mpares. Esses cordes podero ser torcidos (figura 9) ou, simplesmente, ter as fibras unidas, sendo que elas formam a parte interna das cordas.

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Figura 9: estrutura de uma corda tranada.

Existem cordas tranadas cujas capas so constitudas de cordes tranados, podendo esses cordes serem simples ou duplos. As almas dessas cordas podem ser constitudas de feixes, torcidas ou traadas (figuras 10, 11,12 e 13).

Figura 10 e 11: corda de alta elasticidade dinmica (alma torcida)

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Figura 12 e 13: corda de baixa elasticidade esttica (alma em feixes)

Cordas com capas concntricas: so cordas com vrias capas sobrepostas umas s outras, havendo, no seu interior, um feixe de fios com a finalidade de preencher o espao oco da sua estrutura. uma corda de maior resistncia abraso (figura 14).

Figura 14: cordes da alma tranados

Observaes: Tratando-se de cordas de fibras sintticas, deve-se ter em mente que elas: 1) so versteis; 2) so de fcil manuseio e agradvel devido sua flexibilidade; 3) mantm boa resistncia, desde que seu ncleo esteja ntegro; 4) possuem camadas que permitem um bom desempenho de trabalho, sendo tambm um meio de detectar falhas e coas nas cordas;

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5) possuem tramas cochadas (apertadas ou pequenas) e tramas abertas (com ngulo maior), as quais determinam a elasticidade das cordas, tornando-as dinmicas, estato-dinmicas, semi-estticas e estticas. 2.2.3 Caractersticas essenciais de uma corda

Figura 15: composio de uma corda vista por uma lente de aumento.

As cordas de salvamento devem apresentar as seguintes caractersticas: - mxima resistncia trao; - mxima resistncia ao atrito; - mxima flexibilidade; - mnimo peso; - mnimo deterioramento; - impermeabilidade.

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2.2.4 Classificao das cordas quanto sua elasticidade A elasticidade da corda poder influenciar na execuo da atividade de salvamento, de um modo geral e, principalmente, nas atividades em altura. Cordas muito dinmicas so prejudiciais para algumas atividades, porm, so muito eficientes quando empregadas nas atividades de segurana. importante lembrar que as cordas dinmicas no servem para trabalhos realizados sob trao (como cabos de sustentao), mas como cabos guia, por apresentarem um melhor desempenho. Dinmicas: so cordas com elasticidade superior a 5%, as quais se alongam muito quando sob tenso, sendo, normalmente, utilizadas para as atividades de escalada e de segurana, devido sua caracterstica de absorver choques em caso de quedas (evitando prejuzos ao escalador). Elas apresentam o chamado efeito ii, por causa de sua capacidade de alongar-se e encolher no caso de uma queda; so cordas adequadas para os servios de segurana nas atividades de salvamento. Essas cordas podem apresentar maior ou menor elasticidade, dependendo da angulao de tramas da capa e da forma de sua alma. Estticas: so as cordas que normalmente possuem elasticidade inferior a 3%. Absorvem pouco choque (impacto brusco) em caso de uma queda. Quando so confeccionadas, especificamente, para as atividades em altura, possuem boa resistncia abraso e podem tambm ser utilizadas em espeleologia (explorao em cavernas). So cordas usadas em atividades de salvamento devido reduo do efeito ii e serem empregadas na armao de cabos de sustentao. Cordas semi-estticas ou estato-dinmicas: so cordas com elasticidade entre 3% e 5%, sendo utilizadas nas mesmas condies das cordas estticas.

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A classificao das cordas em estticas e dinmicas internacionalmente conhecida sendo que a elasticidade de uma corda verificada com uma carga padro de 80 Kg, para cada 100 metros de corda. 2.3 Tipos de testes realizados para avaliao dos fatores de queda e choque So as modalidades testes a que as cordas so submetidas para que seja determinada a sua carga de trabalho, bem como para classific-las como sendo tipo A ou tipo B. Essa classificao dada para cordas consideradas estticas, assim como para as cordas consideradas dinmicas, de acordo com o resultado dos testes realizados. 2.3.1 Carga de ruptura dinmica a carga na qual uma corda submetida para identificar a sua resistncia mxima antes de ser rompida. As cordas do tipo A devem exceder sua carga em 18 KN; e cordas do tipo B em 15 KN sobre o nmero de vezes a que estas so submetidas aos fatores determinados (queda e choque). 2.3.2 Carga de ruptura esttica a fora necessria para romper uma corda quando tencionada vagarosamente. As cordas do tipo A devem exceder sua carga em 22 KN e as cordas do tipo B em 18 KN.

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2.3.3 Fator de queda O fator de queda a relao entre a altura da queda e o comprimento da corda que sofrer essa queda. 2.3.4 Fator de choque a fora que transmitida para a pessoa, conectores (mosquetes) ou pontos de ancoragem durante a interrupo da queda. O fator de choque, mencionado nas tabelas de caractersticas das cordas, obtido numa cada com fator de queda de 0,3 de um corpo com 100 kg de massa para cordas do tipo A e uma massa de 80 kg de massa para cordas do tipo B (figuras 16 e 20), sendo que a fora de choque dever, obrigatoriamente, ser inferior a 6 KN. Observao: em funo dos testes realizados e conforme os fabricantes das cordas, o parmetro de classificao realizado por meio da carga de ruptura e do peso empregado dentro da especificao mencionada.

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Figuras 16, 17, 18 e 19, respectivamente: cabos (cordas) do tipo A e B: cabos estticos ou dinmicos.

Para se calcular o fator de choque (FC), deve-se utilizar a seguinte equao: FC= ______metros de queda_____ metros de corda trabalhando

Onde FC o fator de choque, queda.

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2.3.5 Nmero de quedas O nmero de quedas que uma corda pode suportar determinado com a ajuda de um dispositivo que reproduz quedas de fator 1 (ver figura 17). Nessas reprodues, os chicotes das cordas so arrematados com o n denominado de n 8 e as quedas so efetuadas em intervalos de 3 minutos, devendo a corda suportar, no mnimo, 5 quedas sucessivas sendo usado um corpo com massa de 100 kg para as cordas do tipo A e um de 80 kg para as cordas do tipo B.

Figuras 20 e 21, respectivamente: nmero de quedas que a corda suporta antes de romper-se.

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2.3.6 Alongamento (elasticidade-E) A elasticidade de uma corda para as atividades de salvamento obtida quando duas amostras da corda com 50 cm de comprimento so submetidas a uma carga de 50 kg e outra de 150 kg, respectivamente, durante 1 minuto, sendo que a relao entre o comprimento da 1 amostra (L1) e o da 2 amostra (L2), multiplicada por 100, dar a elasticidade da corda (E), a qual no poder exceder a 3%. Contudo, em ltimo caso, poder ser tolerada, em razo das circunstncias, uma elasticidade de at 5% (figura 22).

Figura 22: representao de elasticidade de at 5%.

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O alongamento pode ocorrer na corda com um n K, o qual obtido quando um n simples (neste exemplo um n meia volta mordida) tencionado por um peso de 10 kg durante 1 minuto. Em seguida, com a tenso reduzida para 1 kg, medido o dimetro interno do n e dividido pelo dimetro da corda, devendo a relao entre ambos ser sempre menor que 1,2 (k V1

V final = V1 - V2

Figura 317: coliso traseira.

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Esse tipo de coliso tem como principal conseqncia quadros de traumatismo da coluna vertebral (TCV), principalmente em veculos que no dispem de assentos com apoio para a cabea. 3) Veculos que colidem lateralmente.

V1 Vfinal V2

V2

V2Figura 318: coliso lateral.

V final = V1 +

Nesse tipo de coliso, no raro ocorre a ejeo de passageiros em decorrncia da distoro da lataria pelo impacto, conseqentemente, abrindo as portas que no estejam com a trava de segurana acionada, provocando politraumatismos e laceraes traumticas. 4) Veculo que colide contra ponto neutro. V2

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V1 = 0

Vfinal = V2

Figura 319: coliso contra ponto neutro.

As principais caractersticas desse tipo de coliso so idnticas as do primeiro tipo (coliso em sentidos opostos) sendo, entretanto, o nvel de mortalidade menor entre as demais. 14.2.1 Clculo do impacto Para que se tenha uma idia relativa, simular-se-, como exemplo, um veculo comum de passeio com 800 kg, colidindo a 100Km/h (28m/s) tendo-se ento um impacto de: 800 X 28 = 22400 Kg/s (22t.) Logo, um passageiro com um peso mdio de 70 Kg sofrer um impacto de: 70 X 28 = 1960 Kg/s ( 2 t.) 14.3 Tipos e freqncia das colises Estudos realizados pelo Corpo de Bombeiros de Paris (SapeursPompiers de Paris), em 1981, demonstraram que as colises ocorrem segundo os tipos e porcentagens abaixo: - coliso em sentidos opostos 56% - coliso no mesmo sentido 14% - colises laterais 3% - colises contra pontos estticos 24% Porcentagem das leses

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No impacto da coliso, so gerados os seguintes tipos de leses: - nicas........................35% - politraumatismos........65% Sendo: - fraturas duplas............34% - fraturas triplas.............21% - fraturas mltiplas........10% 14.3.1 Impactos diretos e indiretos

REAO

AO

IMPACTOS

Figura 320: mecnica da coliso.

Quando um veculo colide contra um obstculo, h uma reao do veculo e uma ao no sentido contrrio do(s) corpo(s) do(s) passageiro(s) causando impactos indiretos em quatro regies do corpo (cabea, tronco, membros superiores e inferiores). IMPACTOS INDIRETOS GRUPOSPRIMEIRO (Pela desacelerao sbita) SEGUNDO (Pelo impacto)

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- coluna vertebral (regies) - 6 vrtebra cervical C6 (Hiperextenso seguida hiperflexo) - 12 vrtebra dorsal (D12) - 4 vrtebra lombar (L6)

- crebro - caixa torcica de - corao - fgado - rins - intestinos

14.3.2 Ao do impacto sobre os rgos Os rgos internos, durante o impacto, sofrem considerveis impactos conforme abaixo:RGO Fgado Corao Rins Crebro PESO EM REPOUSO (kg) 1.700 0.300 0.300 1.500 PESO NO IMPACTO A 100 km/h (kg) 47 8 8 42

14.4 Psicologia dos acidentes As pessoas tendem a reagir de forma diferente ao perigo, entretanto, as reaes gerais mais comuns so a ansiedade e o medo, talvez as mais fortes de todas as emoes. No exato momento em que o impacto ocorre, a vtima, na maior parte das vezes, pressente a sua ocorrncia instantes antes. A dor ou outros quadros de ordem psicolgica ainda no se manifesta. Segundos depois, as pessoas se encontram em estado de estupor sem saber realmente o que havia ocorrido; a partir do momento em que tomam conscincia do fato e comeam a surgir os primeiros sinais de dor, no raro de forma aguda, surgem sintomas que caracterizam a ansiedade, o medo e, por vezes, o pnico. Quando acompanhado, a primeira preocupao, geralmente, com os demais ocupantes do veculo, especialmente se tiverem fortes laos de relacionamento. Nesse momento, o quadro se diversifica podendo dar lugar clssica trilogia do medo (luta - fuga - inrcia), em

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que a vtima ter como padro de conduta uma ou mais condutas tais como: a) procura se autoliberar e abandonar o veculo; b) j autoliberada procura ajudar as outras vtimas; c) entra em desespero; d) entra em bloqueio psicolgico; e) tem alternncia entre crises de ansiedade relaxamento muscular, principalmente quando ainda presa nas ferragens. 14.5 Recursos de atendimento e controle 14.5.1 Tipos de pessoas atuantes Grupo 1- Sobreviventes: A reao imediata dos sobreviventes, uma vez que descobriram que no esto seriamente feridos a de ajudar os demais. Eles, normalmente, no sabem o que fazer, mas sentem que devem fazer algo para ajudar os outros. Essa situao em que pessoas destreinadas, em estado de choque, procuram prestar socorro sem qualquer preparo tcnico e sob forte tenso emocional, merecem especial ateno por parte das equipes de resgate, quando da sua chegada, uma vez que tal fato constitui srio risco. Grupo 2 - Pessoas destreinadas (curiosas): A segunda classe de prestadores de servio constituda por aquelas pessoas que, presenciando o evento ou nos seus arredores, se deslocam para o local, motivadas pela curiosidade ou pelo sentimento de ajuda e socorro s vtimas. Grupo 3 - Pessoas treinadas: O terceiro grupo a comparecer ao local do acidente composto de pessoas treinadas, como bombeiros, Defesa Civil, Polcia

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Rodoviria, organizaes emergenciais (constitudas por profissionais especializados na rea de resgate e medicina de urgncia). As primeiras preocupaes desse grupo deve ser inicialmente duas: 1 - evitar novos riscos associados ao acidente; 2 - prestar socorro (s) vtima(s). 14.6 Caractersticas das equipes de resgate O trabalho de resgate no constitui um trabalho fcil, nem glamouroso. Certamente, nem todas as pessoas se adequam a tal tipo de servio. Capacidade tcnico-profissional, preparo fsico, liderana, motivao, iniciativa, criatividade, cooperao, controle sobre o medo (fobia), boa aparncia e comportamento so fatores que juntos contribuem para uma melhor ao por parte do bombeiro. Devem se destacar como principais atributos aos bombeiros militares: a) capacidade tcnico-profissional - ser capaz de operar todos os equipamentos de resgate, bem como conhecer sua aplicabilidade sob as mais diversas situaes. b) preparo fsico - o trabalho de resgate cria a necessidade de uma demanda fsica que, geralmente, continua por longos perodos. fundamental a preocupao do bombeiro com a manuteno do seu preparo fsico. c) liderana - importante para gerenciar o evento mantendo a ordem do cenrio e a estabilidade emocional dos presentes, bem como coordenar as aes, o pessoal, e os recursos locais. d) motivao - os bombeiros devem estar preparados para continuar se mantendo constantemente treinados, independente das situaes administrativas ou polticas, sob um mesmo padro tcnicoprofissional.

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e) iniciativa - o bombeiro deve ser capaz de executar operaes de acordo com determinada situao independente de ordem dentro de padres de conduta pr-estabelecidos. f) criatividade - cada situao nica. O bombeiro deve estar apto a aplicar um grande nmero de recursos e tcnicas frente a novas situaes. g) cooperao - o trabalho de resgate um esforo de equipe. h) controle sobre o medo (fobias) - importante que os bombeiros estejam conscientes de suas limitaes. Parte desse conhecimento deve ser sobre as fobias. fundamental que o lder da equipe conhea, detalhadamente, as limitaes da sua equipe. i) boa aparncia e comportamento - a aparncia e o comportamento da equipe de resgate devem instituir confiana nos outros e, principalmente, sobre a vtima. j) sensibilidade o bombeiro deve possuir a capacidade de experimentar sentimentos humanitrios, de ternura, simpatia e compaixo para com a(s) vtima(s), transmitindo-lhe(s) confiana, tranqilidade e apoio. 14.7 Composio do servio de salvamento O Servio de Salvamento Rodovirio (SSR) constitudo por duas unidades de interveno: uma de resgate rodovirio (Unidade de Resgate Rodovirio - URR) e outra de medicina de emergncia (Unidade de Medicina de Emergncia - UME). A Unidade de Resgate Rodovirio (URR) compe-se de: - viatura de resgate rodovirio com equipamentos especficos; - equipe de resgate rodovirio, constituda por bombeiros.

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A Unidade de Medicina de Emergncia (UME) compe-se de: - viatura tipo unidade de tratamento intensivo (UTI) - unidade de trauma com equipamentos especficos e, equipe de emergncias mdicas constitudas por: - mdico; - auxiliar de enfermagem; Os membros da equipe possuem as seguintes atividades: O motorista bombeiro: - faz a aproximao do local do evento com segurana; - sinaliza o local do acidente; - posiciona corretamente a viatura de forma a facilitar a retirada dos equipamentos de desencarceramento, bem como as demais atividades; - aciona a equipe de apoio caso no esteja operando no local e a situao assim exija; - d segurana no local do acidente, desde o isolamento da bateria at o derramamento de leo ou gasolina; - mantm a vigilncia sobre todo equipamento; - mantm acionado, durante todo o tempo o corpo de bomba da viatura com gua ou outro recurso de combate ou preveno de incndios (extintor) com a finalidade de realizar um rpido combate s chamas; - mantm contato permanente via rdio com a sua unidade; e - exerce, cumulativamente, as funes previstas para bombeiro. A guarnio de bombeiro: - faz uma rpida avaliao do local identificando os riscos associados ao evento (alta tenso, vazamento de combustvel, produtos perigosos, instabilidade do veculo, escombros, barreiras em condies de deslizamento e incndio);

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- elimina os riscos associados que impeam a operao de resgate; - define o isolamento e sinalizao do sistema virio local; - remove os restos de vidro e detritos da viatura; - faz a cobertura dos pontos cortantes; - solicita o Suporte Bsico de Vida (SBV) equipe de emergncias mdicas, incluindo a imobilizao da(s) vtima(s), se necessrio; - realiza o resgate; - faz as anotaes necessrias; - faz a coleta de bens, bem como o seu acautelamento; - realiza a entrega do local e dos bens autoridade que se fizer presente; - solicita o apoio do Corpo de Bombeiros aps a avaliao inicial, caso necessrio; - no caso da presena do Corpo de Bombeiros, trabalhar sob as ordens do Comandante de Socorro; - faz o resgate de vtima(s) de locais de difcil acesso; e - solicita e coordena o auxlio dos demais na operao de resgate. O mdico da equipe de resgate: - mantm o Suporte Bsico de Vida (SBV) e a imobilizao da(s) vtima(s) at o seu total desencarceramento; - aps o desencarceramento, executa e, se necessrio, na UTI, o Suporte Avanado de Vida (SAV); - identifica o centro hospitalar e conduz para o mais prximo e/ ou mais equipado. O motorista socorrista: - idem as funes do motorista bombeiro; e - auxilia no transporte da vtima para a UTI.

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14.8 Comportamento do bombeiro A conduta dos elementos da equipe constitui uma indicao de seu nvel. A natureza do servio de resgate torna-se maior pelo fato de que o pessoal no se afeta pela natureza do quadro que se apresenta. Isso deve contribuir para que seja criada uma atmosfera de servio em que se demonstre competncia e tudo o que possvel, ser feito para socorrer e atender os envolvidos no acidente. Algumas caractersticas de comportamento so imprescindveis a esse tipo de trabalho: a) atitude - sria e profissional antes de tudo; deve ser tomada e mantida no sentido de buscar a confiana e o apoio. b) emoes - por vezes, so difceis de controlar em muitas circunstncias. Em um acidente, o controle das emoes um trabalho difcil. Entretanto, cada esforo deve ser feito no sentido de prevenir emoes adversas que influenciem uma anlise criteriosa da situao ou o desempenho pessoal. A despeito de toda tenso gerada no local do acidente, o bombeiro deve ter a habilidade de se manter calmo e simptico sem se envolver com o quadro. c) cortesia - cortesia, tato e bom senso so vitais. Se o trabalho de resgate realizado de forma rpida e eficiente, a cortesia, por intermdio de elogio, constitui um elemento motivacional para um melhor desempenho da equipe. Material utilizado: - viaturas de interveno; - equipamentos; Fazem parte do equipamento das viaturas de resgate e combate a incndio os seguintes materiais: - equipamentos de corte: constituem exemplos desse tipo de equipamento as motos-abrasivas, facas, aparelhos corta frio, conjunto hidrulico de salvamento Lukas (tesoura) etc.

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- equipamentos de trao: constituem exemplos desse tipo de equipamento os do tipo Tirfor, conjunto hidrulico de salvamento Lukas quando usando um sistema de conexo inversa. - equipamentos de expanso: o conjunto hidrulico de salvamento Lukas. - equipamentos de uso geral e apoio: so os geradores, refletores, croques, equipamentos de proteo respiratria, todos aqueles que garantam o suporte necessrio execuo das operaes. etc. 14.9 Uso de equipamentos especiais 1) Conjunto hidrulico de salvamento Lukas: Ao longo da dcada de 70, surgiram no mundo vrios fabricantes de cunhas expansoras para desencarceramento. Inicialmente, foram as empresas Jaws e Hurst, norte-americanas, mais tarde, surgiram a Holmatro (holandesa), Weber Hidraulik e Lukas (alems). O principal objetivo da concorrncia desses fabricantes o de produzir um equipamento com maior capacidade de abertura, mais rapidez de funcionamento com pesos cada vez menores. Nesse manual, ser tomado como referncia o conjunto de salvamento Lukas por ser de uso mais corrente em nosso Pas. 2) Tirfor: Durante vrias dcadas, o uso do Tirfor constitui-se como o elemento chave das operaes de desencarceramento. 3) Portopower: Feito para realizar reparos em lataria de automveis, a conhecida lanternagem; por intermdio da adaptao de seus recursos, comeou tal equipamento a ser empregado em acidentes de veculos em fins da dcada de 70, produzido pela empresa norte-americana

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BlackHawk que lhe deu o nome pelo qual conhecido e se tornou referncia de emprego nessas situaes de salvamento. 4) Almofadas de elevao: Falta definio. 5) Policortes. Falta definio.

14.10 Fatores que afetam a chegada do socorro ao local Diversos fatores podero dificultar a chegada do socorro ao local, entre eles temos: - volume de trfego (engarrafamentos); - bloqueio total de pista; - desvios; - condies da rodovia. 14.10.1 Abordagem do evento A abordagem do evento deve ser feita com toda cautela, com todo o sistema de iluminao convencional externo e interno do veculo, alm da de emergncia ligada, bem como o sistema de sonorizao de emergncia, podendo o chefe da equipe de resgate utilizar o sistema de som de sua viatura (alto-falantes) para pedir o afastamento das pessoas do local. Por vezes, alguns fatores (tais como estradas interrompidas por outros veculos, como j dito anteriormente, ou pela ao do vento ao transportar nuvens txicas em caso de acidentes envolvendo produtos perigosos) podem limitar essa abordagem.

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Congestionamentos de trnsito originados pelo prprio evento no permitem uma aproximao rpida do socorro, fazendo com que as viaturas fiquem retidas no engarrafamento, com isso, a equipe de resgate deve deslocar-se para o local a p, levando os seguintes materiais portteis bsicos que possam auxiliar no incio do resgate: - p de cabra; - tesouro; - extintor de p qumico seco; - maca; e - cordas. Ao aproximar-se do local, j se pode ter uma idia do quadro que se apresenta, uma vez que populares com gestos indicam a presena de vtimas ainda vivas; enquanto que, em um quadro que se encontra um pblico com pessoas paradas, indicam vtimas fatais ou acidente sem vtimas. 14.10.2 Avaliao ttica A avaliao ttica inicial feita desde a aproximao do local do evento, pois alguns pontos devero ser imediatamente observados, tais como: - disposio do local; - riscos associados; e - tipo de coliso. 14.10.3 Disposio do local O local do evento apresentar sempre um arranjo especial de acordo com a sua natureza e extenso.

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14.10.4 Riscos associados (primeira fase) Nessa avaliao, alguns riscos devero ser logo observados: - cabos de alta tenso cados prximo aos veculos; - vazamento ou derramamento de combustveis; - vazamento ou derramamento de produtos perigosos; - veculos em condies instveis; - escombros; - barreiras em condio de colapso; - incndio. 14.10.5 Riscos associados (segunda fase) Quanto ao envolvimento de veculos nos acidentes rodovirios, eles podem se apresentar sob as seguintes formas: - colididos frontalmente; - colididos por trs; - colididos lateralmente; - colididos contra objetos estticos (postes, muros etc.); - colididos contra veculos de porte maior (caminhes, trens etc.); - capotados; - tombados; - sobre ou sob outros veculos; - em outros nveis acima ou abaixo da sua via de deslocamento; - com objetos sobre o veculo (postes, muros, marquises, etc.); - dobrados em torno de objetos estticos (postes, muros etc.); - divididos por objetos estticos (postes, muros etc.); - outras formas exigiro uma ttica especial de ao conforme o quadro se apresentar.

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14.10.6 Posicionamento das viaturas no local do evento O posicionamento das viaturas possui duplo efeito em uma operao de resgate em um acidente rodovirio: o primeiro o de assegurar a segurana necessria execuo das operaes, tanto para os bombeiros e, principalmente, para a vtima; o segundo o de tornar o trabalho mais cmodo, evitando desgastes fsicos desnecessrios. Os seguintes aspectos devem ser observados ao serem posicionadas as viaturas de emergncia: - topografia do local do evento, incluindo curvas na estrada e barrancos que impeam a visualizao de outros veculos; - distncias superiores a 100 (cem) metros contrrios direo do vento em emergncias envolvendo produtos perigosos; - posicionamento de veculos na posio de fenda (figura 321);

TRFEGO CONESAUTOBOMBA LINHA DE PREVENO

AMBULNCIA VIATURA DE RESGATE

Figura 321: veculo em posio de fenda.

- acesso e sada de outros veculos de socorro e/ou apoio ao local do evento; - preservao da posio dos veculos e outros indcios do acidente para fins periciais;

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- limitaes de distncia de emprego dos equipamentos fixos do veculo de socorro tais como linhas de mangueiras, cabos hidrulicos de cunhas expansoras etc. Se o veculo de socorro s tiver condies de ser localizado longe dos veculos envolvidos, dever ser estabelecida uma comunicao entre ambos por meio de rdios portteis. Aps a avaliao ttica inicial, as informaes relativas ao evento devem ser passadas ao Centro de Operaes assim que possvel. Toda a rea de ao dever ser protegida por cones de sinalizao. 14.10.7 Isolamento do local vital estabelecer o controle da situao do local logo que possvel, por meio do isolamento, objetivando definir e gerenciar a rea do evento, dando uma maior ateno, logo durante a fase inicial de avaliao quanto: a) ao odor de combustveis vazando; b) localizao das vtimas, seu estado e como se encontram (retidas ou no); c) aos riscos potenciais prximos ao local do evento; Os veculos no devem ser tocados pelos bombeiros at que quaisquer possibilidades de eletrocusso, devido queda de cabos eltricos sob o veculo, sejam eliminadas. 14.11 Crculo de trabalho exterior a rea demarcada que se situa fora do crculo interior onde esto demarcadas as seguintes reas (figura 323):

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Figuras 322 e 323: posio de veculos colididos e do trem de socorro.

- sistemas de desencarceramento e liberao (sobre uma lona ou plstico de cor visvel); - ambulncia; - viatura de salvamento; - bens recolhidos (dentro de um saco plstico); - depsito de destroos. Nessa rea, devem ser realizadas buscas dentro de um raio de, aproximadamente, 30m de distncia visando possibilidade de

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existncia de pessoas ejetadas do veculo e/ou outros riscos associados. 14.12 Sinalizao do acidente Os acidentes normalmente causam problemas ao fluxo de trnsito, sendo de primordial importncia que seja conferida determinada sinalizao ao local, a qual visa proteo dos veculos em trnsito, bem como do pessoal envolvido nas operaes. Devendo ser observado a disposio do sistema de alerta e o controle de trfego. 14.12.1 Disposio dos sistemas de alerta Em acidentes rodovirios, cones, luzes estroboscpicas, placas e outros dispositivos similares de sinalizao devero ser utilizados. Esses dispositivos devero ser colocados em locais de fcil visualizao e de forma tal que todos os motoristas que passam pelo local tenham condies de reao (frenagem) dentro de uma determinada margem de segurana. Os fatores que devem ser considerados para uma sinalizao eficiente so: a) topografia rodoviria; b) limites de velocidade estabelecidos; c) distncias para frenagem dos veculos d) volume de trfego; e) condies meteorolgicas. A distncia a ser sugerida para a colocao de sinalizao de alerta dever ser como mostrado na tabela abaixo:Velocidade Mxima (km/h) 60 70 80 90 Distncia da sinalizao (metros) 90 105 120 135

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100

150

ou seja: Distncia de frenagem (M) = Velocidade mxima (Km/h) x 1,5 Controle de trfego O diagrama adiante mostra um procedimento de controle de trfego para assegurar a segurana do local.VIATURA DE SALVAMENTO

Figura 324: controle de trfego.

A sinalizao dever ser feita de cada lado do evento para uma maior segurana. vital estabelecer o controle da situao do local logo que possvel, por meio de isolamento, objetivando definir e gerenciar a rea do evento.

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Devem ser tomadas as seguintes medidas, obrigatoriamente, nesta ordem, logo aps ser feita a avaliao ttica Inicial, quando j se tem uma noo global, mais definida: 1) isolamento do local do evento e sinalizao viria, como forma de evitar novos acidentes (figura 324); 2) armao da linha de ataque. 14.13 Estabilizao dos veculos acidentados Podem ser encontradas diversas situaes em que o veculo esteja capotado, tombado ou prximo a um precipcio, antes que se toque nele, deve ser realizada a sua estabilizao, evitando desde traumatismos (TCE, TCV), agravamento de hemorragias at a queda completa do veculo que pode, sem sombra de dvida, causar a morte das vtimas. Todos os veculos devero ser estabilizados antes de quaisquer aes de resgate. Veculos em condies de instabilidade oferecem riscos especiais para as vtimas e para os bombeiros. Sob nenhuma circunstncia, um veculo dever ser tombado ou virado com vtimas no seu interior. A estabilizao pode ser conseguida por meio de vrios meios: calos ou cunhas, macacos expansores, esticadores e sacos de ar. Macacos hidrulicos devem ser usados para levantar ou estabilizar o veculo, mas devem ser evitados os macacos mecnicos, pois eles no so ideais para essa situao. Numa emergncia, vrios materiais podem ser utilizados para a estabilizao, incluindo o macaco mecnico, o pneu reserva, o cap e a tampa do porta-malas. Os calos podem ser feitos de madeira de 5cm x 10cm ou 11cm x 10cm com cerca de 41 a 61cm de comprimento. Os calos devem ser fortes e de madeira inacabada, porque superfcies pintadas tambm podem se tornar escorregadias quando molhadas. Madeiras de lei, como, por exemplo, o carvalho ou peroba, devem ser usados, se

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possvel. As cunhas podem ser feitas do mesmo material (de 41cm x 61 cm de comprimento e 5 a 15cm de espessura). Nos casos de capotagens, podem ser usados os exemplos de estabilizao com calos conforme figura abaixo:

Figura 325: estabilizao de veculo capotado.

14.13.1 Veculos em colinas ou penhascos Quando o veculo estiver na encosta de uma colina, devem ser amarrados cabos e ancorados a rvores, postes, carros guincho ou qualquer ponto fixo antes de realizar o salvamento. s vezes, mover ou balanar o veculo ir lan-lo colina abaixo. Quando o carro estiver equilibrado no penhasco, remover as vtimas poder fazer o veculo mudar de posio e despencar. Deve-se amarrar correntes ou cabos para a ancoragem antes de realizar o salvamento. As cordas so enfraquecidas quando em contato com uma superfcie afiada, que pode cort-las (figura 326).

Figura 326: ancoragem em veculo tombado.

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14.13.2 nibus e veculos pesados com suspenso a ar Deve ser tomado extremo cuidado quando se trabalhar com veculos com sistema de suspenso a ar, que use foles de borracha para suportar e nivelar o veculo em cada roda, com ar de um compressor. Quando o veculo estiver envolvido num incndio ou acidente, os foles podero falhar e o veculo tombar a aproximadamente 77mm do solo e qualquer pessoa que esteja prxima ou trabalhando sob esse veculo poder ser ferida ou morta. Quando elevar o nibus, posicione o apoio do macaco no ponto especfico frente ou retaguarda das rodas, eleve, com apoio do macaco. Em qualquer outro lugar, o macaco poder romper a lataria. Em determinadas situaes, deve-se zelar tambm pelo prprio estado do veculo evitando destruir o que no foi destrudo no acidente. Em determinadas condies, o uso de cabos de ao sob a ao de cargas de trao podero cortar partes inteiras de lataria fazendo com que o prejuzo seja maior ainda. Por outro lado, adiciona-se o risco suplementar de um novo tombamento ou queda do veculo. Nesse caso, deve ser feita a proteo das partes sensveis do veculo com lonas e, quando a situao permitir, deve-se utilizar fitas tubulares de nylon das do tipo usado em montanhismo, as quais possuem uma resistncia de 200 Kgf. 14.14 Riscos de incndio Um risco potencial de incndio e/ou exploso est sempre presente quando, em acidentes de veculos, houver vazamento de combustvel. Na fase avaliao inicial, deve-se observar, em vrios locais, a presena de combustvel. A ateno especial dever ser concentrada em: a) tipo de combustvel utilizado (GLP, gasolina, lcool ou diesel); b) vazamento de combustvel sob o veculo;

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c) rompimento da tubulao de combustvel que vai do tanque ao carburador; d) presena de transporte irregular de combustvel. Para evitar tal ocorrncia, deixa-se, durante toda a fase de operao, uma linha de mangueira armada, j pressurizada para um ataque inicial ou, na inexistncia desta, extintores de P Qumico Seco (PQS) de 6 Kg, no mnimo, 2 (dois). A razo da opo pelo extintor de PQS baseia-se na sua maior eficincia de emprego ao ar livre, consideravelmente superior ao de dixido de carbono (CO2). Uma medida adicional que se tornou modus operandi ao longo dos anos consiste no esvaziamento e na diluio do combustvel presente nos tanques de combustvel, entretanto, tal medida s dever ser levada a efeito quando apresentar considervel risco para a operao a presena de combustvel no tanque (figura 327).

VAPORES DO COMBUSTVEL VAPORES DO COMBUSTVEL EM ALTA CONCENTRAO

COMBUSTVEL LQUIDO

Figura 327: situao em que se encontra o tanque do veculo.

14.14.1 Bateria do veculo Um risco especial consiste na bateria dos veculos. Alm do cido presente nessas baterias causar queimaduras nos bombeiros, uma

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bateria mal desconectada ou com energia eltrica presente poder originar incndio e/ou exploso do veculo por centelhas. Na seqncia de desligamento da bateria, dever se fazer, preferencialmente, o desligamento do borne negativo correspondente ao terra do veculo, ou seja, de toda a carroceria do carro, uma vez que est desligada uma rea maior de risco (todo o veculo) ser minimizada. 14.15 Maneabilidade operacional Os bombeiros devem tomar cuidado especial para reduzir os efeitos psicolgicos que alguns rudos indesejveis, mas necessrios (vibraes, movimentos, conversaes), tm sobre a vtima. A vtima deve ser avisada e preparada para evitar a ansiedade e o medo; vibraes podem adicionar leses e causar dor; imobilizao e tranqilizao verbal podem ser necessrias para prevenir o choque ou complicaes de leses; movimentos sbitos devem ser evitados para prevenir leses adicionais e efeito psicolgico que eles podem ter sobre a vtima; boa comunicao, treinamento adequado e trabalho em equipe so essenciais para evitar os efeitos negativos; as conversaes devem ser limitadas apenas a assuntos importantes; sendo evitadas descries minuciosas das condies da vtima, da extenso dos danos do veculo e fala em tons altos; conversa para tranqilizar a vtima aconselhvel e ajuda psicologicamente. Deve ser limitado o acesso vtima somente a membros da equipe treinados e habilitados. Ser feito um desmantelamento sistemtico do veculo ou dos restos at que o desejado aumento de espao seja conseguido, para remover a vtima. No esquecer as duas regras fundamentais de salvamento em acidentes rodovirios: - no remova a vtima at que os primeiros socorros tenham sido administrados;

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- retire os destroos que envolvam a vtima e no a vtima dos destroos. O princpio da remoo de destroos sobre a vtima se baseia em uma situao que pode ser exemplificada em termos prticos como uma folha de papel amassada com um objeto em seu interior. Pouco a pouco o papel deve ser desamassado e esse objeto deve, por fim, ser liberado. Sob hiptese alguma, em um processo de desencarceramento, deve-se aplicar qualquer fora sobre a vtima com o intuito de liber-la. Os menores movimentos traduzir-se-o em dores, traumatismos, agravamentos do quadro e at levar morte. Parta do princpio cirrgico, v fazendo o desencarceramento aos poucos; medida que se aproximar da vtima use equipamentos cada vez menores e de maior sensibilidade. A aplicao de cunhas expansoras e tesouras pneumticas pode resolver at determinado ponto. A partir da, a tendncia sero materiais cada vez menores e mais sensveis, at uma agulha se for preciso, desde que seja garantida a incolumidade da vtima e minimizado seu sofrimento durante o processo de desencarceramento. Essa atividade poder demorar de minutos a horas e horas as quais podero se transformar em dor, ansiedade e desespero para a vtima; e ansiedade e desgaste fsico para o bombeiro o qual deve manter a calma e a serenidade, alternando a execuo de sua atividade quando atingido o ponto mximo de desgaste por meio da substituio por outro bombeiro em melhores condies. 14.16 Atividades de desencarceramento H quatro atividades principais de desencarceramento que devero atuar sobre a vtima retida nas ferragens. So elas: 1) desmontagem - a separao dos componentes do veculo na ordem inversa pela qual foram montados.

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2) destoro - a toro forada de partes do veculo objetivando uma abertura para a retirada da vtima. 3) deslocamento - o movimento de uma parte do veculo de um local para outro ou a remoo de determinados component