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ENDODONTIA CLÍNICA À LUZ DA MICROSCOPIA OPERATÓRIA visão, precisão e previsibilidade Maurício Camargo

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Page 1: Maurício Camargo ENDODONTIA CLÍNICA...Antes da utilização destes instrumentos, independente da anatomia dos canais ra diculares, é fundamental o estabelecimento do glide path,

ENDODONTIA CLÍNICA À L U Z D A M I C R O S C O P I A O P E R AT Ó R I A v i s ã o , p r e c i s ã o e p r e v i s i b i l i d a d e

Maurício Camargo

Page 2: Maurício Camargo ENDODONTIA CLÍNICA...Antes da utilização destes instrumentos, independente da anatomia dos canais ra diculares, é fundamental o estabelecimento do glide path,

01

0503

02

06

04

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ENDODONTIA MICROSCÓPICA: CONCEITO E EQUIPAMENTO

ESTUDO DA ANATOMIA RADICULAR, EXTERNA E INTERNA, DA DENTIÇÃO PERMANENTE HUMANA

CIRURGIA DE ACESSO MICROSCÓPICA

ODONTOMETRIA ELETRÔNICA NA ENDODONTIA MODERNA

O USO DA RADIOLOGIA DIGITAL NA

ENDODONTIA ATUAL

DIAGNÓSTICO EM ENDODONTIA:

RECURSOS SEMIOTÉCNICOS E

IMAGIOLÓGICOS

EMPREGO DA MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA

NA CARACTERIZAÇÃO DE INSTRUMENTOS ENDODÔNTICOS

07

1009

PREPARO BIOMECÂNICODOS CANAIS RADICULARES

SISTEMAS DENTSPLY TULSA

020

078

034

100

136

198

244

120

216

José Maurício Paradella de Camargo

José Maurício Paradella de Camargo

Manoel Damião de Sousa Neto Graziela Bianchi Leoni Jardel Francisco Mazzi Chaves Jesus Djalma Pécora Carlos Estrela

Ricardo Affonso Bernardes Clóvis Monteiro Bramante

Ricardo Affonso Bernardes Clóvis Monteiro Bramante

Eudes Gondim Junior Simony Hidee Hamoy Kataoka

A CONTRIBUIÇÃO DA MAGNIFICAÇÃO NA DESINFECÇÃO DOS CANAIS RADICULARES158

Patricia HP Ferrari

Hélio Pereira Lopes Carlos Nelson Elias

Victor Talarico Leal Veiria Márcia Valéria Boussada Vieira

José Maurício Paradella de Camargo Alexandre Capelli Rafael Ernesto Palomo Nieto

José Maurício Paradella de Camargo Tiago Giarolla Braga Guimarães

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DESCRIÇÃO DE CASOS DE ALTA COMPLEXIDADE SOLUCIONADOS ATRAVÉS DO USO DE DIFERENTES TÉCNICAS DA MICROENDODONTIA

MATERIAIS E TÉCNICAS DE OBTURAÇÃO SOB O USO DO MICROSCÓPIORESTAURAÇÃO DO

DENTE TRATADO ENDODONTICAMENTE

18

2019

17

11SISTEMASPRODESIGN

SISTEMAS ROTATÓRIOS SYBRONENDO KERRTM

SAF – SELF ADJUSTING FILE

MICROSONICS

IRRIGAÇÃO DOS CANAIS

RADICULARES

SISTEMAS VDW

12

16

13

SU

RIOMÁ

1415

274

290

304

342

396

352

424

474

500

Henrique Artur Azevedo Bassi

Rensso Vértiz Falla

José Maurício Paradella de Camargo Tiago Giarolla Braga Guimarães

SISTEMAS FKG DENTAIRE328

Kleber Kildare Teodoro de Carvalho

Mirtha Perdomo Marcelo Costa Perdomo Emilce Ortiz Mendoza

José Maurício Paradella de Camargo

Gilberto Debelian

Marco Antonio Hungaro Duarte Flaviana Bombarda de Andrade

Rodrigo Ricci Vivan

Antonio Batista

Alexandre Capelli José Maurício Paradella de Camargo

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SISTEMAS DENTSPLY TULSA José Maurício Paradella de Camargo Tiago Giarolla Braga Guimarães

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ENDODONTIA CLÍNICA À LUZ DA MICROSCOPIA OPERATÓRIA

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VISÃO, PRECISÃO E PREVISIBILIDADE

PROTAPER UNIVERSAL

O sistema ProTaper Universal é um dos mais po-pulares sistemas de NiTi do mundo. Foi introduzi-do no mercado em 2006 com o intuito de melhorar as características do sistema ProTaper Original como, por exemplo, minimizar o transporte do ca-nal e proporcionar maior segurança1-3.

A sequência dos instrumentos ProTaper Universal é constituída por oito instrumentos: dois instrumen-tos de modelagem ou shaping files (S1 e S2) e um instrumento de modelagem auxiliar (SX); estes têm como função o preparo dos terços cervical e mé-dio dos canais. Já os instrumentos de acabamen-to, ou finishing files (F1, F2, F3, F4 e F5), têm como função a ampliação e limpeza da região apical.

Antes da utilização destes instrumentos, independente da anatomia dos canais ra-

diculares, é fundamental o estabelecimento do glide path, ou seja, criar o caminho

com uma lima manual 0.10 ou 0.15 mm. Se o canal a ser preparado tiver um pequeno

diâmetro ou for calcificado, é recomendado utilizar as limas shaping files inicialmente

até o terço médio do canal, e entre cada lima shaping files deve-se irrigar e recaptular

com uma lima manual 0.10, ou 0.15 mm. Em seguida recomenda-se utilizar novamen-

te as limas shaping files S1 e S2 até o comprimento de trabalho. Em casos de canais

de maior diâmetro, as limas shaping files S1 e S2 podem trabalhar diretamente no

comprimento de trabalho após o glide path, enquanto a SX somente no terço cervical

e médio. Estas limas devem ser utilizadas com a cinemática de brushing motion ou

pincelamento com progressão apical.

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ENDODONTIA CLÍNICA À LUZ DA MICROSCOPIA OPERATÓRIA

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VISÃO, PRECISÃO E PREVISIBILIDADE

01. Sequência clínica recomendada pelo fabricante.

SX 0.19/04

SX

S1 0.18/02

S1

S2 0.20/04

S2

F1 0.20/07

F1

F2 0.25/08

F2

F3 0.30/09

F3

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ENDODONTIA CLÍNICA À LUZ DA MICROSCOPIA OPERATÓRIA

As limas finishing files devem ser utilizadas com a cinemática de penetração em direção apical e recuo até atingir o comprimento de trabalho, e são selecionadas de acordo com a anatomia do canal. Em canais radiculares de pequeno diâme-tro, como (mésio-vestibulares e disto-vestibulares de molares superiores, mesiais de molares infe-riores, vestibular de pré-molares superiores e in-cisivos inferiores) normalmente somente as limas finishing files F1, seguidas da F2, são suficientes para finalizar o preparo dos canais.

Em canais radiculares de maior diâmetro como (palatino dos molares superiores, distais dos molares inferiores, palatino dos pré-molares su-periores, pré-molares inferiores, caninos e inci-sivos centrais superiores), se não apresentarem curvaturas abruptas podem ser preparados com

a sequência F1, F2 e F3. Os instrumentos F4 e F5 são indicados principalmente para preparar canais de maior diâmetro como, por exemplo, dentes anteriores superiores, ou quando o in-trumento F3 atingir o comprimento de trabalho sem muita resistência. Entre o uso de cada ins-trumento ProTaper Universal é recomendado recaptular com limas manuais 0.10 ou 0.15 mm para manter o glide path e facilitar a ação da substância de irrigação.

Estas limas têm como características a multi-coni-cidade em um mesmo instrumento, seção trans-versal triangular e bordas cortantes com ângulo helicoidal variável, gerando assim maior poder de corte. A velocidade apropriada para o preparo varia entre 250 a 350rpm, de acordo com a expe-riência do operador.

00.80

0.70

0.60

0.50

0.40

0.30

0.20

0.10

0.00

0.10

0.20

0.30

0.40

0.50

0.60

0.70

0.80

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

CONI

CIDA

DE (m

m)

COMPRIMENTO DO CANAL (mm)

S1 SX S2 F1 F2 F3 F4 F5

Tabela 01. Tabela evidenciando a conicidade progressiva de cada instrumento da sequência ProTaper Universal.

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VISÃO, PRECISÃO E PREVISIBILIDADE

Apesar de ainda ser um instrumento muito utilizado mundialmente, vários trabalhos pu-blicados confirmaram que o ProTaper Universal é um instrumento que apresenta pouca flexibilidade. Esta característica dificulta sua centralização nos preparos de canais ra-diculares curvos, promovendo assim um ligeiro desvio dos preparos, além de ter uma resistência à fadiga cíclica limitada. Sendo assim, ProTaper Universal não é um instru-mento ideal para o preparo de canais radiculares com curvaturas abruptas4-8.

02. A-D – Seção transversal triangular dos instrumentos shaping files (A). Seção transversal triangular reduzida das finishing files, aumentando sua flexibilidade (B). Seção transversal triangular convexa auxilia na redução do contato com a parede do canal (C). Ângulo de transição da ponta ligeiramente arredondado, minimizando a possibilidade de desvio do canal original (D).

A

C

B

D

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ENDODONTIA CLÍNICA À LUZ DA MICROSCOPIA OPERATÓRIA

CASO CLÍNICO 01

03. A-I – Lateral esquerda do paciente em oclusão (A). Lingual do primeiro molar inferior esquerdo (B). Radiografia de diagnós-tico (C). Imagem do instrumento ProTaper F2 (D). ProTaper F2 no canal mésio-vestibular no comprimento real de trabalho (E). Imagem do instrumento ProTaper F3 (F). ProTaper F3 no canal distal sendo levado ao comprimento real de trabalho (G). Imagem após a obturação termoplastificada dos canais radiculares (H). Radiografia final do tratamento (I).

A B C

E

G

IH

D

F

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VISÃO, PRECISÃO E PREVISIBILIDADE

CASO CLÍNICO 02

04. A-F – Radiografia de diagnóstico (A). Imagem após a cirurgia de acesso (B). Imagem após o preparo biomecânico com os instrumentos ProTaper Universal. Notar a presença de 5 canais (C). Imagem com aumento de 16 vezes (D). Imagem após a obturação termoplastificada dos canais radiculares (E). Radiografia final do tratamento (F).

A

C

E

B

D

F

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ENDODONTIA CLÍNICA À LUZ DA MICROSCOPIA OPERATÓRIA

PROTAPER NEXT

O sistema rotatório de NiTi ProTaper Next é uma con-vergência de um dos mais comprovados e bem su-cedidos sistemas de NiTi já idealizados, juntamente com os mais recentes avanços da tecnologia.

Diferente da ProTaper Universal, a Next é feita com a tecnologia M-Wire. O fio de NiTi M-Wire é submetido à tensão, enquanto ocorrem ciclos térmicos entre banhos frios de aproximadamente 0º C a 10º C e banhos quentes de aproximada-mente 100° C a 180° C, por períodos de tempo previamente definidos de 3 a 5 ciclos. Esta nova liga proporciona mais flexibilidade e maior resistência à fadiga cíclica9-13.

Além da liga M-Wire este novo instrumento apre-senta uma seção transversal retangular e somente dois pontos deste retângulo tocam na parede do canal ao mesmo tempo. Isso au-menta o poder de corte, reduz a sensação de aparafusamen-to e possibilita mais espaço para a remoção dos debris, diminuindo assim a possi-bilidade do entupimento do canal14-16.

05. A,B – Seção transversal retangular, possibilitando a centralização do ins-trumento nos canais e maior espaço para remoção dos debris.

A

B

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VISÃO, PRECISÃO E PREVISIBILIDADE

06. A-D – Comparação entre a parte ativa do ProTaper Universal (A,C) e do ProTaper Next (B,D).

A

B

C

D

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ENDODONTIA CLÍNICA À LUZ DA MICROSCOPIA OPERATÓRIA

Outras vantagens são a redução do número de li-mas em relação à ProTaper Universal, cabo menor, possibilitando uma maior acessibilidade, e a possi-bilidade de um preparo mais conservador, preser-vando a anatomia original dos canais radiculares.

O instrumento ProTaper Next apresenta a mes-ma sequência clínica para o preparo da grande maioria dos dentes posteriores, independente da dificuldade anatômica. Após a realização do glide path com uma lima manual 10 tipo K, seguida do instrumento Proglider (próximo instrumento a ser abordado neste capítulo), os instrumentos X1 e X2 devem atingir o comprimento de trabalho.

O próximo passo é introduzir uma lima manual 0.25/02 até o comprimento de trabalho. Se não houver resistência, significa que podemos am-pliar esse canal radicular com um instrumento X3. Se a lima 0.25/02 encontrar resistência para

atingir o comprimento de trabalho, o preparo des-te canal está finalizado.

As limas X4 e X5 são indicadas, principalmente, para preparar canais de maior diâmetro como, por exemplo, dentes anteriores superiores, ou quando o intrumento X3 atingir o comprimento de trabalho sem muita resistência. Entre cada instrumento Pro-Taper Next é recomendado recaptular com limas manuais 0.10 ou 0.15 mm para manter o glide path e facilitar a ação da substância de irrigação.

A cinemática ideal para a utilização deste instru-mento é de brushing motion, ou movimento de pincelamento. Isto gera o ganho de espaço late-ral e facilita a sua progressão em direção apical.

O torque recomendado pode variar entre 2 a 5.2Ncm, dependendo da experiência do opera-dor, e a velocidade ideal é de 300rpm.

GLIDE PATH SHAPING OPTIONAL

PG0.16/02

X10.17/04

X20.25/06

X30.30/0707. Sequência clínica recomendada pelo fabricante.

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VISÃO, PRECISÃO E PREVISIBILIDADE

CASO CLÍNICO 03

08. A-F – Radiografia para diagnóstico (A). Imagem após o preparo do canal mésio-vestibular. Neste momento vamos trabalhar o canal mésio-palatino (B). Canal mésio-palatino já preparado com ProTaper Next X2 (C). Imagem após a termoplastificação dos canais radiculares (D). Radiografia final do tratamento (E). Dente 26 restaurado (F).

A

E

B

F

DC

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ENDODONTIA CLÍNICA À LUZ DA MICROSCOPIA OPERATÓRIA

CASO CLÍNICO 04

09. A-E – Radiografia de diagnóstico (A). Canais após o preparo biomecânico (B). Dois canais distais após o preparo biomecâ-nico. Notar uma linha escura ao lado do canal disto-vestibular (C). Radiografia final do retratamento (D). Depois de trabalharmos com inserto ultrassônico apropriado na linha escura, encontramos o terceiro canal distal (E).

A

D

B

E

C

D

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VISÃO, PRECISÃO E PREVISIBILIDADE

PROGLIDER

Uma das fases mais complexas e importantes de um tratamento de canal é estabelecer o gli-de path. Por muitos anos essa etapa foi realizada somente com limas manuais de aço inoxidável, o que a torna 40% mais demorada e com um maior risco de acidentes como rasgos apicais, degraus e desvios do canal original17.

Proglider é um instrumento rotatório idealizado para realizar o glide path, ou seja, criar o caminho respeitando a anatomia do canal para que outros sistemas rotatórios e/ou reciprocantes possam, consequentemente, realizar o preparo biomecâ-nico com mais segurança18-21.

Diferente das demais limas desenvolvidas com este intuito, a Proglider tem a ponta semiativa de diâmetro de 0.16 mm, conicidade progressiva que varia de 2%-8% ao longo do instrumento, além de 4 ângulos de corte e uma seção transversal qua-drada. Por ser produzida com a liga M-Wire, ela apresenta maior resistência e flexibilidade9,10,22.

Mesmo sendo esse instrumento idealizado para o glide path recomendamos, antes de seu uso, tra-balhar com uma lima manual tipo K 10 para explo-rar o canal. O torque recomendado pode variar entre 2 a 5.2Ncm, dependendo da experiência do operador, e a velocidade ideal é de 300rpm.

10. A-C – Glide path realizado com o instrumento Proglider. Notar a centralização do preparo18 (A). Glide path realizado com instrumentos de aço inoxidável. Notar a descentralização do preparo18 (B). Imagem do instrumento Proglider (C).

A

B

C

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ENDODONTIA CLÍNICA À LUZ DA MICROSCOPIA OPERATÓRIA

PROTAPER GOLD

ProTaper Universal é um dos instrumentos rotatórios de NiTi mais estudados de todos os tempos, com suas características, vantagens e desvantagens já compro-vadas por diversos autores.

Recentemente foi introduzido no mercado o instrumento ProTaper Gold, que tem o mesmo design e as características da ProTaper Universal, porém foi desenvolvido com uma metalurgia avançada, a liga de NiTi Gold23,24.

ProTaper Gold possui um cabo menor, possibilitando uma maior acessibilidade, é um instrumento significantemente mais flexível, minimizando os desvios nos pre-paros dos canais, além de ser 50% mais resistente à fadiga cíclica que a ProTaper Universal. Sendo assim, mais adequado para o preparo biomecânico de canais radiculares com curvaturas abruptas23.

A sequência clínica, a cinemática de uso e a velocidade recomendada pelo fabricante são iguais as do instrumento ProTaper Universal, porém a segurança proporcionada para o operador é muito maior.

SX 0.19/04

S1 0.18/02

S2 0.20/04

F1 0.20/07

F2 0.25/08

F3 0.30/09

11. Instrumentos ProTaper Gold.

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VISÃO, PRECISÃO E PREVISIBILIDADE

CASO CLÍNICO 05

12. A-F – Radiografia de diagnóstico (A). Imagem após o preparo biomecânico. Notar a presença do canal mésio-central (B). Radiografia da prova do cone (C). Imagem após a obturação termoplastificada dos canais radiculares (D). Radiografia final do tratamento (E). Radiografia de proservação de 6 meses (F).

A

C

E

B

D

F

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ENDODONTIA CLÍNICA À LUZ DA MICROSCOPIA OPERATÓRIA

VORTEX BLUE

A revolucionária lima Vortex Blue apresenta um design similar à lima Profile Vortex, feita com a liga M-Wire e com seção transversal triangular, porém apresenta um diferente processo de ma-nufatura. Apesar do fabricante não revelar os detalhes da produção deste novo instrumento, ele também é submetido ao tratamento termo-mecânico e a coloração azul é o resultado de uma camada de óxido de titânio25.

Este novo processo de fabricação confere à Vor-tex Blue um efeito de memória de forma reduzido em relação às outras limas de NiTi tradicionais. Essa característica permite que ela permaneça com a forma dada a ela, ao invés de tentar voltar à forma reta, característica da memória de for-ma padrão dos instrumentos de NiTi. Assim, ela se adapta melhor e se mantém mais centraliza-da nos canais radiculares curvos, preservando a anatomia original dos mesmos26.

A superioridade em relação à flexibilidade e re-sistência à fadiga cíclica apresentada pela liga M-Wire, em relação às ligas de NiTi tradicionais, já foi comprovada por vários autores.

A lima Vortex Blue apresenta uma resistência à fadiga cíclica no mínimo 65% maior que a Profile Vortex, e no mínimo 99% maior que as ligas de NiTi tradicionais. Além da evolução em relação à fadiga cíclica, a Vortex Blue suporta 42% mais torque que os outros instrumentos feitos com a liga M-Wire9-10,22,27-28.

13. Imagem da lima Vortex Blue 0.30/04.

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VISÃO, PRECISÃO E PREVISIBILIDADE

0.15

/04

0.15

/06

0.25

/04

0.25

/06

0.35

/04

0.35

/06

0.20

/04

0.20

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0.30

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0.30

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/04

0.40

/06

14. A,B – Imagens da sequência das limas Vortex Blue taper 04 e 06 e sua apresentação comercial.

APRESENTAÇÃO COMERCIAL

A

B

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ISBN 978-85-480-0001-0