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Modernismo e sustentabilidade: uma reflexão sobre a arquitetura norte mineira de Antônio Augusto Barbosa Moura. Julho 2014 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 7ª Edição nº 007 Vol.01/2014 Julho/2014 Modernismo e sustentabilidade: uma reflexão sobre a arquitetura norte mineira de Antônio Augusto Barbosa Moura. Dayodara Teixeira Reis [email protected] Master em Arquitetura Instituto de Pós-Graduação e Graduação IPOG Belo Horizonte, MG, 01/06/2013 Resumo A arquitetura modernista brasileira contemplou características bioclimáticas na sua produção. O trabalho apresenta algumas dessas características presentes em obras específicas de um período, produção do arquiteto nortemineiro Antônio Augusto Barbosa Moura. O conceito de sustentabilidade veio sendo desenvolvido desde a década de 70 após as críticas partindo dos movimentos ecológicos ao modelo de desenvolvimento com foco exclusivo no crescimento econômico. O objetivo desse trabalho foi levantar características “modernistas” bioclimáticas adotadas na arquitetura brasileira, com enfoque para a produção do arquiteto citado na cidade de Montes Claros/MG em sua produção pós 70, analisando e verificando o uso para minimizar as cargas de iluminação e condicionamento de ar através do melhor aproveitamento da luz natural e ventilação. A metodologia utilizada para a realização deste trabalho foi a pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa, avaliação in loco das edificações trabalhadas e entrevistas com moradores. O resultado dessa pesquisa comprova que as residências modernistas estudadas na cidade de Montes/MG sugerem, em primeiro lugar, não serem incompatíveis com critérios contemporâneos de desenho urbano sustentável. Pelo contrário, a adoção de formas urbanas mais “sustentáveis”, quando não acompanhadas de uma necessidade exigida pelo mercado bem como uma provisão de equipamentos e serviços de proximidade, pode não ser suficiente para evitar situações de exclusão social e territorial. Palavras-chave: Modernismo. Sustentabilidade. Retrofit. 1. Introdução O conceito de sustentabilidade veio sendo desenvolvido desde a década de 70 após as críticas partindo dos movimentos ecológicos ao modelo de desenvolvimento com foco exclusivo no crescimento econômico (ZANONI e JANSSENS, 2009:18). Apesar de se tratar de um conceito integral, o que poderia ser motivo de consenso para esta definição, a sustentabilidade é alvo de diferentes medidas e avaliações. Apesar disso, existe um consenso internacional (CRAVEIRO, 2002:468) sobre a definição proposta pelo Relatório Brudtland, elaborado pela Comissão Mundial do Ambiente e Desenvolvimento em 1987, apresentado à Assembleia Geral das Nações Unidas com o título “Our Common Future”: Humanity has the ability to make development sustainable to ensure that it meets the needs of the presente without compromising the ability of future generations to meet their own needs [...] Sustainable development requires meeting the basic needs of all and extending to all the opportunity to fulfill their aspirations for a better life.

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Moura. Julho 2014

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 7ª Edição nº 007 Vol.01/2014 Julho/2014

Modernismo e sustentabilidade: uma reflexão sobre a arquitetura

norte mineira de Antônio Augusto Barbosa Moura.

Dayodara Teixeira Reis – [email protected]

Master em Arquitetura

Instituto de Pós-Graduação e Graduação – IPOG

Belo Horizonte, MG, 01/06/2013

Resumo

A arquitetura modernista brasileira contemplou características bioclimáticas na sua

produção. O trabalho apresenta algumas dessas características presentes em obras

específicas de um período, produção do arquiteto nortemineiro Antônio Augusto Barbosa

Moura. O conceito de sustentabilidade veio sendo desenvolvido desde a década de 70 após as

críticas partindo dos movimentos ecológicos ao modelo de desenvolvimento com foco

exclusivo no crescimento econômico. O objetivo desse trabalho foi levantar características

“modernistas” bioclimáticas adotadas na arquitetura brasileira, com enfoque para a

produção do arquiteto citado na cidade de Montes Claros/MG em sua produção pós 70,

analisando e verificando o uso para minimizar as cargas de iluminação e condicionamento

de ar através do melhor aproveitamento da luz natural e ventilação. A metodologia utilizada

para a realização deste trabalho foi a pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa,

avaliação in loco das edificações trabalhadas e entrevistas com moradores. O resultado

dessa pesquisa comprova que as residências modernistas estudadas na cidade de Montes/MG

sugerem, em primeiro lugar, não serem incompatíveis com critérios contemporâneos de

desenho urbano sustentável. Pelo contrário, a adoção de formas urbanas mais

“sustentáveis”, quando não acompanhadas de uma necessidade exigida pelo mercado bem

como uma provisão de equipamentos e serviços de proximidade, pode não ser suficiente para

evitar situações de exclusão social e territorial.

Palavras-chave: Modernismo. Sustentabilidade. Retrofit.

1. Introdução

O conceito de sustentabilidade veio sendo desenvolvido desde a década de 70 após as críticas

partindo dos movimentos ecológicos ao modelo de desenvolvimento com foco exclusivo no

crescimento econômico (ZANONI e JANSSENS, 2009:18). Apesar de se tratar de um

conceito integral, o que poderia ser motivo de consenso para esta definição, a sustentabilidade

é alvo de diferentes medidas e avaliações. Apesar disso, existe um consenso internacional

(CRAVEIRO, 2002:468) sobre a definição proposta pelo Relatório Brudtland, elaborado pela

Comissão Mundial do Ambiente e Desenvolvimento em 1987, apresentado à Assembleia

Geral das Nações Unidas com o título “Our Common Future”:

Humanity has the ability to make development sustainable – to ensure that it meets

the needs of the presente without compromising the ability of future generations to

meet their own needs [...] Sustainable development requires meeting the basic needs

of all and extending to all the opportunity to fulfill their aspirations for a better life.

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(ZANONI e JANSSENS,2009:19).

A parte mais conhecida e divulgada dessa definição de desenvolvimento sustentável se refere

à igualdade entre as gerações no acesso aos recursos ambientais e naturais. O restante da

definição não amplamente divulgado relaciona-se com a dimensão socioeconômica do

desenvolvimento na forma de satisfazer as necessidades básicas e garantir uma melhor

qualidade de vida.

No entender de Gonçalves e Duarte (2006:52) as questões de sustentabilidade chegaram à

agenda da arquitetura e do urbanismo internacional de forma forte, no final da década de 80 e

início da década de 90, trazendo novos padrões para o contexto europeu. Com ênfase para

uma vertente ambiental, em decorrência das discursões internacionais, as atenções estavam

voltadas tanto para o impacto gerado pelo consumo de energia de base fóssil como para uma

crise energética de dimensões mundiais. Atentos ainda a um alerta para o crescimento

populacional e o inevitável crescimento das cidades e suas necessidades por todos os tipos de

recursos.

Com tudo isso, o conforto ambiental teve um destaque para o projeto de arquitetura, tanto

acadêmico como na prática. “É a arquitetura que quer criar prédios objetivando o aumento da

qualidade de vida do ser humano no ambiente construído, [...] consumindo a menor

quantidade de energia compatível com o conforto ambiental, para legar um mundo menos

poluído para as próximas gerações” afirma Corbella e Yannas (2003:17).

A arquitetura modernista brasileira contemplou características bioclimáticas na sua produção

principalmente durante o período de 1930 e 1960, destacando-se o uso de brises solares e

cobogós. Na produção nacional destacou-se o arquiteto Lúcio Costa, que cumpriu um papel

exemplar na educação e prática arquitetônica, ressaltando a compreensão das condições

climáticas e geometria solar para a criação de projetos.

O objetivo desse trabalho foi levantar características “modernistas” bioclimáticas adotadas na

arquitetura brasileira, com enfoque para a produção do arquiteto Antônio Augusto Barbosa

Moura na cidade de Montes Claros/MG em sua produção pós 70, analisando e verificando o

uso para minimizar as cargas de iluminação e condicionamento de ar através do melhor

aproveitamento da luz natural e ventilação.

A metodologia utilizada para a realização deste trabalho foi a pesquisa bibliográfica de

abordagem qualitativa, avaliação in loco das edificações trabalhadas e entrevistas com

moradores.

O trabalho realizado está estrutura em quatro seções. Nesta primeira seção tem-se a

introdução, relacionando os conceitos da construção sustentável a edificações modernistas. Na

segunda seção há um breve histórico da construção sustentável aplicada a arquitetura

moderna. A terceira seção apresenta a arquitetura “modernista” interiorana em Minas Gerais,

com a produção de Antônio Augusto Barbosa Moura, e por fim no quarto e último capítulo

são apresentadas as conclusões finais deste trabalho.

2. A in(sustentabilidade) moderna

A cidade moderna, pensada numa era de certezas relativas ao crescimento econômico, o

progresso técnico e urbanismo, contemplava diversos aspectos não ligados à sustentabilidade.

(BENÉVOLO, 2009:47-80). “O desrespeito sistemático pelos sítios, pré-existências e

identidades locais, as grandes terraplanagens, o zoneamento funcional e social estritos, a

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excessiva dependência face ao automóvel nas deslocações diárias ou a obsessão pelos

edifícios isolados” [...] de acordo com Fernandes (2012:100-101), foram características

ligadas ao Urbanismo moderno. O que não necessariamente gerou uma melhor qualidade de

vida para os cidadãos.

A cidade, partindo de outra visão pelos modernistas, tinha uma ideia de focar não mais nas

ruas ou na vida social, mas sim na natureza em geral. A visão contemplativa e introspectiva,

como afirma Fernandes (2012:202) da cidade moderna é percebida também nas origens de Le

Corbusier, quando, por exemplo, em viagens na juventude a Itália - 1907 conhece o mosteiro

cartuxo de Galluzo, arredores de Florença. Notou, impressionado a ligação entre vida privada

e vida comunitária, e a organização desse espaço, destacando as células dos monges com dois

pisos e os jardins individuais.

Esse pensamento foi refletido nas grandes unidades de habitação, a primeira em Marselha

datada de 1946-52. A ideia se baseava em uma espécie de navio com capacidade para 1.200

pessoas, sendo formado por apartamentos duplex, onde nenhum vizinho avistava o outro, total

privacidade e conforto. Tinha também isolamento acústico, mobiliário de design prático e

barato. As árvores e o céu podiam ser admirados com acesso pelas pelos corredores e ruas que

ligavam ainda aos serviços comunitários como, piscinas, creches e comércios.

O acesso a esse conforto moderno estava diretamente ligado a contemplação da natureza e da

paisagem, bem como a preservação do solo e infraestrutura dado o desenvolvimento de uma

cidade-jardim, (FERNANDES, 2012:103)

Dentre os cinco pontos da arquitetura, o terraço jardim descrito pela unidade de habitação do

mais influente arquiteto urbanista do Movimento Moderno, resume uma questão de

sustentabilidade nem sempre lida na literatura. “Juntamente com a fachada livre, a planta

livre, o recurso a janela em fita e a elevação dos edifícios através de pilotis, sistematicamente

utilizado na sua obra arquitetônica (nomeadamente, da fase purista) e que constitui um espaço

de reflexão e encontro do Homem com a Natureza” Sbriglio (1996:62 in: FERNANDES,

2012:13).

O alojamento como célula base na organização da cidade se justifica na atualidade por

questões que vão além da carência de espaço e salubridade, mas pela realidade das novas

formas de trabalho e lazer associados a tecnologia de informação e comunicação. Como

propõe Manuel Castells (2002:493,514,519):

Tanto o espaço como o tempo estão a ser modificados sob o efeito combinado do

paradigma da tecnologia de informação e das formas e processos sociais induzidos

pelo actual processo de mudança histórica. [...] O desenvolvimento da comunicação

electrónica e dos sistemas de informação propicia uma crescente dissociação entre a

proximidade espacial e o desenvolvimento de funções rotineiras: trabalho, compras,

entretenimento, assistência à saúde, educação, serviços públicos, governo e assim

por diante. Por isso, os futurólogos predizem frequentemente o fim da cidade como

as conhecemos até agora, visto que ficarão destruídas da sua necessidade funcional.

Como mostra a história, os processos de transformação espacial são, é claro, muito

complicados. [...] O que resulta de observações diversas é um quadro similar de

dispersão e concentração espacial simultâneas, via tecnologias de informação. [...] A

centralidade em casa é uma tendência importante da nova sociedade. Não significa o

fim das cidades, pois os locais de trabalho, as escolas, os complexos médicos dentre

outros ainda existem e continuarão a existir. ( Castells,2002 in:Fernandes,2002:104-

105).

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A rua tem sido percebida como um espaço inseguro e não socializado, o que afirma a verdade

da vida no alojamento privado, e também a crescente busca por espaços privados de acesso

coletivo, como os centros comerciais (shopping centers). Fernandes (2012:105).

“Não é um exagero dizer que o Brasil foi atingido por uma “epidemia moderna” que cobriu

as periferias dos grandes centros urbanos e alguns locais recônditos, como o sertão

nordestino” (afirma Lago e Cavalcanti, 2005:1). A arquitetura moderna brasileira,

diferentemente da recepção europeia à sua produção modernista, foi aceita e adotada pelas

diversas camadas sociais como uma linguagem. (REIS E BERTONI, 2010). Um modernismo

em movimento. “Sem ilusões ou desejo de recuperar um passado glorioso, sua releitura serve,

apenas, de base inicial para explorar novos contextos e experimentar novas combinações

tecnológicas”. (LAGO E CAVALCANTI,2005:1).

Desde a década de 20, obras como as do arquiteto Gregori Warchavchik, formado na Itália e

radicado em São Paulo em 1923, podem ser contempladas. Com essa produção, difundi as

ideias de Le Corbusier provocando uma mudança na tradição, um novo vínculo com as

correntes vivas da arquitetura internacional. (SILVA, BEZERRA, PINTO, BEZERRA, 2009).

Fazendo uma ligação entre a arquitetura moderna e a sustentabilidade, ou arquitetura de baixo

impacto ambiental, conclui-se que, conforme afirma Duarte e Gonlçaves (2006), a mesma não

pressupõe um estilo ou um movimento arquitetônico, foi encontrada tanto na arquitetura

vernacular das mais variadas culturas como em muitos exemplos do modernismo e, ainda, na

arquitetura mais recente.

A arquitetura sustentável é, em uma abordagem mais ampla, mais do que conforto ambiental e

energia. Pode-se listar diversos outros fatores sociais, ambientais, econômicos e até urbanos.

Portanto, afirma Gonçalves e Duarte (2006:54) “a sustentabilidade de um projeto

arquitetônico começa na leitura e no entendimento do contexto no qual o edifício se insere e

nas decisões iniciais de projeto”.

Outra alternativa é a reabilitação tecnológica (ou retrofit) de edifícios, uma alternativa que

aliada as características já existente nesse caso das residências modernistas, acaba sendo uma

alternativa à demolição e à construção de novos edifícios, nos quais algum impacto ambiental

é inerente.

Os objetivos dessa prática (retrofit) em edifícios são: “adaptar o edifício a novos usos,

melhorar a qualidade ambiental dos ambientes internos, otimizar o consumo de energia no

médio e longo prazo, aumentar o valor arquitetônico e econômico de um edifício existente, ou

mesmo restaurar o seu valor inicial”. (GONÇALVES E DUARTE, 2006:55).

Metodologicamente pensando, para isso, o retrofit deve incluir de uma maneira conjunta o

tratamento das estruturas, da envoltória, dos espaços internos e sistemas prediais.

A utopia da cidade moderna, portanto, encerrava também aspectos de sustentabilidade. A

própria disposição livre dos edifícios no terreno, afirma Fernandes (2012:102), que passa a

não mais depender da sua posição na estrutura urbana, e sim da orientação solar, tem vindo a

ser recuperada por práticas urbanísticas e arquitetônicas, favorecendo o conforto térmico e a

eficiência energética dos edifícios, numa visão sustentável.

2. Arquitetura “modernista” interiorana em Minas Gerias

A cidade de Montes Claros norte de Minas Gerais é hoje centro econômico e político regional

do Estado, a sua expansão e desenvolvimento deram-se principalmente após a implantação da

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SUDENE (Superintendência do desenvolvimento do nordeste), em meados do século 60, o

que fez a cidade torna-se também atração de grandes investimentos. Oliveira (1996).

A primeira indústria implantada foi a Fábrica de Cedro em 1879, iniciando suas atividades em

1882. Ainda segundo Sindeaux (2012) in: Oliveira (2000), no ano de 1980, apenas 51,30%

das pessoas com 10 anos ou mais possuía rendimento. Dessas, 23,31% ganhavam até 01

salário mínimo, sendo que 11,15% ganhavam até 0,5 salários mínimos.

Foi, portanto, aliado aos incentivos fiscais oferecidos pela SUDENE com o baixo custo de

mão-de-obra um atrativo para as empresas, embora a qualificação e a escolaridade dessa mão-

de-obra fossem baixas. Sindeaux (2012).

Nesse contexto, conforme afirma Lara (2005), observou-se uma busca das classes média e

alta por um comportamento mais atualizado em relação às capitais, buscando status através de

uma linguagem moderna.

A pesquisa das obras do arquiteto Antônio Augusto Barbosa Moura demonstra um clima de

descontração, não apenas uma regressão simples e pura, mas um estudo consciente e uma

correção dos defeitos de uma arquitetura de combate. Arquiteto recém-formado pela UFMG

(Universidade Federal de Minas Gerias) aonde o repertório formal da capital brasileira era

hegemônico.

Via-se uma grande transformação ocorrida pela influência das criações do grande mestre

Oscar Niemeyer, exaltado mas também bastante criticado.

Dessa nova concepção, surge uma arquitetura simbólica e escultural, cuja força

resulta de uma simplificação radical do número de elementos participantes e do

papel a estes atribuídos: agora existe um motivo arquitetônico preponderante,

correspondente à expressão procurada, em torno do qual ordena-se toda a

composição; todo vocabulário que não é capaz de integrar-se ao conjunto

determinado dessa maneira é rigorosamente eliminado, o que leva nitidamente a um

partido estético de economia de meios (BRUAND, 1981,:216).

A produção de Antônio A. B. Moura afirma essa linguagem bem humorada, otimista e pouco

compromissada com discursos fechados e completos para a cidade de Montes Claros/MG.

“Suas obras, seu estado de conservação, seu uso e desuso atual validam a sua importância

perante a sociedade” Reis (2011:4).

Dessa O arquiteto apresenta em seus projetos novos conceitos e formas ainda pouco

exploradas na região e consegue aliar uma nova linguagem e um novo repertório de

formas às peculiaridades locais. Suas experiências e trabalhos se desenvolvem num

processo contínuo de evolução que confere uma unidade no seu trabalho e permite a

identificação de fases e momentos. Explora uma linguagem arquitetônica rica, cheia

de recursos formais articuladas à pesquisa e o uso de materiais diversos como vidro,

concreto, cerâmica e madeira conseguindo resultados racionais práticos que

demonstram uma preocupação estética aliada à criatividade e a inovações para a

região. (BRUAND, 1981:216).

Os objetos analisados neste trabalho são os projetos arquitetônicos de duas casas

unifamiliares, entendidas através de um conjunto de representações ortogonais e em

perspectiva de cada edifício. Suas características foram exploradas sob os critérios do uso do

espaço construído, da atenção ao clima e da adequação tecnológica da arquitetura feita por

Antônio A. B. Moura.

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As características da fachada e volumetria para as residências foram obtidas de maneira

simples, pela observação de fotografias, análise in loco e simulações tridimensionais em

computador.

As casas reunidas nesse estudo, construídas das décadas de 60 e 70, apresentam

características da arquitetura modernista da segunda metade do século, apropriando-se do

vocabulário formal do estilo e adaptando-se as circunstâncias. Por se tratar de uma arquitetura

residencial, alguns dos possíveis motivos dessa apropriação e difusão das características

modernas são: a negação a tudo que fosse tradicional ou passado, traduzido como uma

imitação ou repetição, o que pode ainda permitir a disseminação dos modelos das casas

“modernosas”.

Sob essa arquitetura interiorana, observamos a presença de muitas características descritas

pelo movimento moderno em sua composição, principalmente no que se refere a

predominância da geometria na formalização estética geral e nos detalhes, também nos

materiais, como revestimento cerâmico, pedras naturais e panos de vidro. Conforme afirma

Viviane Marques (MOURA,2007:15) sobre a produção de Antônio A.B. Moura “em seu

trabalho, o sentido da forma marca a arquitetura em que as relações internas e externas

condicionam a estrutura e a identidade”.

Dentre os elementos modernistas de composição de fachada incorporados as casas estão:

- As platibandas passam ao leitor uma ilusão a laje com cobertura plana. Uma composição

cúbica proposta por Le Corbusier. Escondem o telhado tradicional.

A platibanda reta é a mais frequente, o que destaca a linha horizontal. Conforme mostra um

croquis de clientes não identificados, figura 01 e figura 02.

Figura 1 – Croquis do Arquiteto – Estudo de Residência – Cliente não identificado

Fonte: MOURA (2007)

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Figura 2 – Croquis do Arquiteto – Estudo de Residência – Cliente não identificado

Fonte: MOURA (2007)

- A marquise passa a desempenhar a função da antiga varanda, uma transição entre o privado

e o público, o dentro e o fora. Além disso, ampliam o espaço interno, alargando a proporção

da composição e evidenciando a linha horizontal, e consequentemente, a regularidade do

conjunto. (DELMONICO e REGO, 2003:182).

- A horizontalidade é uma característica evidente da produção moderna, ressaltada pela

diferenciação do material nas platibandas e grandes planos de vidro, conforme Figura 06,

fachada da residência Antônio Carlos Amaral.

- A textura também foi adotada como uma estratégia estética para valorizar a horizontalidade,

presente nas residências estudadas. Como exemplo a residência José dos Santos Almeida

(figura 03). Utilizadas na decoração, garantem uma aparência rústica, reduzindo a imagem da

composição geométrica, cúbica e abstrata. (DELMONICO e REGO, 2003).

- A cerâmica, observado na Residência Délio Bernadino (figura 04), como revestimento

garante uma identidade às residências analisadas, segundo Lara: As casinhas modernistas adotaram a cerâmica como material preferido de

revestimento externo. Empregados extensivamente na arquitetura portuguesa e

redescobertos pelos arquitetos modernistas, azulejos e pastilhas foram usados em

profusão. Impulsionadas pela indústria de materiais de construção (o que se revela

também nas inúmeras propagandas na mídia impressa), cerâmicas de revestimentos

estavam disponíveis em forma de pastilhas (2x2cm) ou azulejos decorados (12x12

ou 15x15 cm). Combinados na composição das fachadas, pastilhas e azulejos

tornaram-se marca registrada desse período na arquitetura brasileira (LARA,

2005:176).

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Figura 3 – Residência José dos Santos Almeida .

Fonte: MOURA (2007)

Figura 4 – Residência Délio Bernadino.

Fonte: MOURA (2007)

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- As esquadrias encontradas são, em sua maioria, venezianas em alumínio, adaptadas ao clima

local permitindo a ventilação interna dos ambientes. Formada por três folhas, sendo uma

veneziana fixa e outras duas móveis, das quais uma de vidro transparente.

- Os brises e cobogós são outros elementos que contribuíram juntamente com as esquadrias

para o conforto térmico da edificação. Conforme afirma Delmonico e Rego (2003) o cobogó

seria um novo estágio do “muxarabi”, natural da nossa arquitetura colonial que os portugueses

assimilaram da arquitetura moura. Garante a iluminação natural e a ventilação, sendo também

utilizados como elementos decorativos.

- O pátio interno ou jardim de inverno, um recurso bastante usado para amenizar a

temperatura e integrar os espaços. Conforme figura 5 , onde destaca-se o jardim de inverno e

uma varanda.

Figura 5 – Residência Valdemiro Fagundes

Fonte: MOURA (2007)

- A volumetria é predominantemente simples, evidenciam-se características do movimento

moderno através das platibandas, varandas e volumes que invertidos ou seccionados garantem

um jogo volumétrico, diferindo das antigas fachadas ecléticas e coloniais.

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As fachadas informam sobre a permeabilidade do edifício aos ventos e a insolação direta, a

partir da proporção entre cheios e vazios. A importância do estudo das características

geométricas e à forma da planta foram descritas por Almeida (2003), em um estudo cujo

método fornece elementos para as análises específicas sobre a utilização do edifício, sua

viabilidade em relação a custo e benefício e seu desempenho ambiental.

A residência Antônio Carlos Amaral (figura 06) e residência Geraldo Ruas Abreu (figura 07)

localizam-se respectivamente em um bairro residencial e no centro da cidade de Montes

Claros, ambas caracterizam-se por um rigor e simplicidade formal resultante do trabalho com

prismas geométricos. Conforme afirma Reis e Silva (2010:5):

Há uma nítida separação visual de estrutura e vedação através da caracterização feita

por cores e materiais em seu estado bruto como concreto e pedra. Também é notada

a presença de vigas em balanço explorando algumas possibilidades estruturais do

concreto armado e, no caso da residência Antônio Carlos Amaral, as mesmas

resultando em espaços avarandados. É possível perceber ainda o uso padronizado de

caixilharia e o traçado regulado compondo das fachadas em geral.

Figura 6 – Residência Antônio Carlos Amaral

Fonte: MOURA (2007)

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ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 7ª Edição nº 007 Vol.01/2014 Julho/2014

Figura 7 – Residência Geraldo Ruas Abreu

Fonte: MOURA (2007)

Em termos de setorização das residências algumas variações foram observadas, de acordo

com Moura (2007), os condicionantes como o terreno (plano ou inclinado), a orientação,

localização (de esquina ou central) são balizadores para se chegar a uma solução mais

adequada. Na que se considera uma segunda fase do arquiteto percebe-se uma transição

influenciada por fatores regionais e por uma preferência por residências com

coberturas em telhas cerâmicas, o popularmente conhecido como estilo colonial. Já

se caminha para o final da década de 1970 e o então “estilo moderno” já não mais

apresenta o mesmo encantamento de pouco tempo atrás. O arquiteto passa a projetar

residências dentro dessa nova linha, mas usando dos recursos do seu repertório

inicial. Mantém em grande parte dos seus projetos o uso do telhado oculto pela

platibanda ou a laje plana impermeabilizada. (Moura, 2007:75-75)

A residência nessa fase do arquiteto volta-se para si mesma, ainda com a presença dos jardins,

mas, não mais com uma preocupação em interagir com o exterior. O equilíbrio e a simetria

são percebidos segundo o jogo volumétrico das formas, afirma Moura (2007:75).

6. Conclusão

A importância do estudo e aplicação da sustentabilidade, com destaque para as questões

ambientais, tem um valor certamente crescente e determinante para a concepção da

arquitetura e do ambiente construído como um todo, que vem ganhando espaço no contexto

global. Uma sérias de perguntas, no entanto, vem sendo discutidas sobre o futuro da

arquitetura sustentável, suas definições, possibilidades, métodos e metas.

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Modernismo e sustentabilidade: uma reflexão sobre a arquitetura norte mineira de Antônio Augusto Barbosa

Moura. Julho 2014

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 7ª Edição nº 007 Vol.01/2014 Julho/2014

Debatem-se sobre os indicadores que pontuam a classificação de um edifício quanto a sua

sustentabilidade, os mesmo que nem sempre conseguem ser contemplados se quer na

concepção de um novo projeto.

A arquitetura moderna brasileira como apresentada, em sua tipologia interiorana, produziu

com base nos preceitos Corbusianos, um vasto repertório tipológico, aceito pelas diversas

camadas sociais como uma linguagem.

No Brasil é relevante abordar a transformação do modernismo em paradigma dominante, suas

formas e adaptações, fazendo da arquitetura presença indispensável na construção permanente

da identidade nacional. A importância dos elementos do modernismo arquitetônico para com

a edificação residencial urbana, enriquecendo o repertório construtivo da cidade.

Um movimento moderno significativo que nos cabe entender, criticar e cuidar para por meio

dele dizermos quem somos em termos de arquitetura.

As residências modernistas estudadas nesse trabalho na cidade de Montes/MG sugerem, em

primeiro lugar, não serem incompatíveis com critérios contemporâneos de desenho urbano

sustentável. Pelo contrário, a adoção de formas urbanas mais “sustentáveis”, quando não

acompanhadas de uma necessidade exigida pelo mercado bem como uma provisão de

equipamentos e serviços de proximidade, pode não ser suficiente para evitar situações de

exclusão social e territorial.

A importância dada a esse trabalho se faz justamente na investigação dessas obras dentro do

contexto moderno, viabilizando o reconhecimento de técnicas e soluções adotadas dentro de

práticas atuais sustentáveis. No entanto os casos analisados, tornam-se insuficientes para

generalizar, em maior escala, a complexa relação entre formas modernas de cidade e

sustentabilidade ambiental, econômica e social.

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