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Page 1: Módulo iia   filosofia grega

Curso Ciência e FéMódulo IIA – Filosofia Grega

© Bernardo Motta

[email protected]

http://espectadores.blogspot.com

Page 2: Módulo iia   filosofia grega

Curso Ciência e Fé

I – Introdução

II – Filosofia Grega e Cosmologia Grega

III – Filosofia Medieval e Ciência Medieval

IV – Inquisição e Ciência

V e VI – O Caso Galileu

VII – A Revolução Científica

VIII – Darwin e a Igreja Católica

IX – Os Argumentos Cosmológico e Teleológico

X – Filosofia da Mente e Inteligência Artificial

XI – Milagres e Ciência

XII – Concordância entre Cristianismo e Ciência

Page 3: Módulo iia   filosofia grega

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1. Introdução

2. Os filósofos pré-socráticos

3. Sócrates

4. Platão

5. Aristóteles

6. Cosmologia grega

Índice

Page 4: Módulo iia   filosofia grega

A Ciência é a única fonte de conhecimento verdadeiro?

William Lane Craig (1949-)

Norte-americano

Cristão evangélico

Professor de Filosofia (Talbot/Biola, Califórnia)

Explica que H1 é uma falácia genética

Demonstra que a Ciência não é omnipotente, logo que H2 é falsa

Peter Atkins (1940-)

Britânico

Ateu

Professor de Química (Oxford, Reino Unido)

H1: A religião surgiu porque as pessoas precisam “desesperadamente” de acreditar em Deus

H2: Ciência é omnipotente e não precisa de Deus

C: Logo, Deus não existe

O debate Craig vs. Atkins

4

Page 5: Módulo iia   filosofia grega

Exemplos dados por William Lane Craig

Verdades da lógica e da matemática

Há outras mentes para além da minha

O mundo externo a mim é real

O passado não foi criado há cinco minutos com a aparência de antiguidade

Crenças éticas e afirmações morais

Juízos de estética

A própria Ciência apoia-se em pressupostos não demonstrados cientificamente

A Ciência é a única fonte de conhecimento verdadeiro?

O debate Craig vs. Atkins

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Page 6: Módulo iia   filosofia grega

Em lógica clássica, aceitamos sem prova científica estes três princípios:

Identidade (P = P)

Não contradição (P ≠ ~P)

Exclusão do terceiro termo (P V ~P)

Há certos princípios que sabemos que têm que ser verdadeiros, mesmo sem prova científica!

Podíamos abdicar desta confiança na Lógica… ou sermos mais “flexíveis” acerca da Lógica…

Mas o abandono do rigor lógico é o suicídio do intelecto, é a irracionalidade

Parece que as verdades da Lógica são inevitáveis!

Parece que são objectivas (válidas para tudo e todos) e não meramente subjectivas

Se todos os seres inteligentes do Universo desaparecessem, a Lógica desaparecia?

A Ciência é a única fonte de conhecimento verdadeiro?

O que é que isto nos diz acerca da realidade?Isto parece implicar uma primazia do mental sobre o material....

Os princípios da Lógica

6

Page 7: Módulo iia   filosofia grega

Não há conhecimento sem certos “axiomas” indiscutíveis…

Existo, ou seja, faço parte

da realidade existenteSou distinto do que me rodeia

Há uma realidade objectiva que

existiria mesmo sem mim

Os meus sentidos reflectem, de

certo modo, a realidade

Sei distinguir, quase sempre,

entre sonhar e estar acordado

A minha memória é minimamente

fiável (mas não infalível)

O meu intelecto é capaz de compreender

certos aspectos da realidade

Há certos princípios que aceitamos como verdadeiros,

mesmo sem provas empíricas (físicas, científicas)!

A Ciência é a única fonte de conhecimento verdadeiro?

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Page 8: Módulo iia   filosofia grega

Há muitas verdades não comprovadas cientificamente!

“Há proposições”

Se tento refutar (“não há proposições”) faço uma proposição

“Há proposições verdadeiras”

Se tento refutar (“não há proposições verdadeiras”) dou um tiro no pé

Acabámos de refutar o cepticismo!

“De duas proposições, das quais uma é a negação da outra, uma delas é necessariamente falsa”

Se tento refutar, reforço o que queria negar

“De duas proposições, das quais uma é a negação da outra, uma delas é necessariamente verdadeira”

“Posso enganar-me”

Se tento refutar, dizendo “nunca me engano” então eu estava enganado em primeiro lugar

Se tento fugir, dizendo “engano-me sempre”, estou em contradição

O método filosófico de “retorsão” (Aristóteles)

A Ciência é a única fonte de conhecimento verdadeiro?

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Page 9: Módulo iia   filosofia grega

A frase auto-refuta-se!

P: A Ciência é a única fonte de conhecimento verdadeiro!

A proposição P é de que tipo?

Científica?

Filosófica?

Outro tipo?

Claramente não é uma proposição científica, ou seja, provada pela Ciência!

Logo, se P for verdadeira, P terá que ser falsa!

Se a Ciência for a única fonte de conhecimento verdadeiro...

... e essa afirmação não for científica

... então essa afirmação não pode ser verdadeira!

Vamos supor que sim...

A Ciência é a única fonte de conhecimento verdadeiro?

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Page 10: Módulo iia   filosofia grega

Ciência, Epistemologia, Filosofia da Mente, Metafísica

Ciência

Construção de hipóteses ou modelos quantitativos acerca da realidade natural

Concepção e execução de testes para comprovar ou refutar essas hipóteses ou modelos

Recolha de dados empíricos (mensuráveis directa ou indirectamente por via sensorial)

Confronto entre os resultados dos testes (dados empíricos) e as hipóteses ou modelos

Epistemologia (ramo da Filosofia)

Estudo do conhecimento em si mesmo (“episteme”) e da sua fundamentação racional

Demarca o âmbito do conhecimento e fundamenta o seu método

Filosofia da Mente

O problema da dualidade “corpo – mente” e da natureza do intelecto

O problema do livre arbítrio: tomamos decisões livres?

O problema da percepções subjectivas na consciência (“qualia”, p.ex., “vermelhidão”)

Metafísica (ramo da Filosofia)

Estudo do “ser” (Ontologia)

Estatuto ontológico das matemáticas e dos conceitos abstractos

Terminologia

A Metafísica não é Teologia - há filósofos ateus em Metafísica! 10

Page 11: Módulo iia   filosofia grega

O ressurgimento da filosofia cristã

Catálogo da Oxford University Press (2000-2001, total de 273 obras) *

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Áreas da Filosofia

Filosofia da Religião(teístas)

Filosofia da Religião(teístas e ateístas)

Filosofia da Linguagem

Epistemologia

Metafísica

Filosofia da Mente

Filosofia da Ciência

* Fonte: Quentin Smith

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Page 12: Módulo iia   filosofia grega

Albert Einstein (“Physics and Reality”, 1936)

Hawking/Mlodinow (“The Grand Design”, 2010)

Quentin Smith (Revista “Philo”, “The Metaphilosophy of Naturalism”, Vol. 4, N.º 2)

O ressurgimento da filosofia cristã

«Tem sido dito várias vezes, e certamente com justificação, que o homem de ciência é

um fraco filósofo»

«Tradicionalmente, estas são questões para a filosofia, mas a filosofia está morta. A filosofia

não acompanhou os modernos desenvolvimentos em ciência, em partícular [em] física. Os

cientistas tornaram-se os portadores da tocha da descoberta na nossa busca de

conhecimento.»

«Os naturalistas observaram passivamente enquanto versões realistas do teísmo, muito

influenciadas pelas obras de Plantinga, começaram a varrer a comunidade filosófica, até que hoje

talvez um quarto a um terço dos professores de filosofia são teístas, sendo a maioria deles Cristãos

ortodoxos (…) Deus não está “morto” no mundo académico; ele voltou à vida no final da década de

1960 e está agora vivo e de boa saúde no seu último baluarte, os departamentos de filosofia.»

«(…) a vasta maioria dos filósofos naturalistas mantém (desde o final da década de 1960) uma

crença injustificada no naturalismo.»

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Page 13: Módulo iia   filosofia grega

Alvin Plantinga (1932-), filósofo cristão norte-americano

“Where the conflict really lies: science, religion and naturalism” (2011)

Alegado conflito entre Ciência e Religião:

Cristianismo e evolução

Milagres e Ciência

Conflito superficial entre Ciência e Religião:

Psicologia evolutiva

Criticismo histórico da Bíblia

Profunda concordância entre Ciência e Cristianismo:

Afinação (“fine-tuning”) do Universo

Finalidade (“design”) em Biologia

O teísmo cristão e as raízes profundas da Ciência

Profunda discordância entre Ciência e Naturalismo:

Se o evolucionismo naturalista está certo, então as nossas faculdades cognitivas, resultado de um processo não guiado, não são fiáveis

Se não são fiáveis, não podemos defender nenhuma tese

Logo, o evolucionismo materialista não é defensável (auto-refuta-se)

O ressurgimento da filosofia cristã

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Page 14: Módulo iia   filosofia grega

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1. Introdução

2. Os filósofos pré-socráticos

3. Sócrates

4. Platão

5. Aristóteles

6. Cosmologia grega

Índice

Page 15: Módulo iia   filosofia grega

Tales de Mileto (c. 620-546 a.C.) e Pitágoras de Samos (c. 570-495 a.C)

Tales é tido como o fundador da filosofia natural, das explicações filosóficas da realidade natural

Tales sugere que o primeiro princípio (“archê”) da realidade natural é a água

Anaximandro (c. 610-546 a.C.), seu aluno, sugere que o “archê” é infinito e indeterminado (“apeiron”)

Anaxímenes (c. 585-528 a.C.), aluno de Anaximandro, sugere que o “archê” é o ar

Pitágoras, possível aluno de Tales e Anaximandro, sugere que o “archê” é o número (a Matemática)

Tales de Mileto (c. 620-546 a.C.)

Θαλῆς ὁ Μιλήσιος

Os filósofos pré-socráticos

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Pitágoras de Samos (c. 570-495 a.C.)

Ὁ Πυθαγόρας ὁ Σάμιος

Page 16: Módulo iia   filosofia grega

Tales de Mileto (c. 620-546 a.C.) e Pitágoras de Samos (c. 570-495 a.C)

Tales representa um extremo ontológico: a realidade última é material (água)

Pitágoras representa o outro extremo ontológico: a realidade última é imaterial (números, matemática)

Para Tales, o fundamento da realidade é material, enquanto que para Pitágoras é imaterial

Ambos rompem com o passado, ao procurarem as estruturas e fundamentos racionais da Natureza

A realidade natural tem regras próprias, não está sujeita aos caprichos dos deuses do panteão grego

Os filósofos pré-socráticos

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Tales de Mileto (c. 620-546 a.C.)

Θαλῆς ὁ Μιλήσιος

Pitágoras de Samos (c. 570-495 a.C.)

Ὁ Πυθαγόρας ὁ Σάμιος

Page 17: Módulo iia   filosofia grega

Heráclito de Éfeso (c. 535-475 a.C.) e Parménides de Eleia (c. 515-450 a.C)

Heráclito afirma que a essência da realidade é a mudança e a inconstância: “todas as coisas se movem

e nada permanece quieto”, “não se entra duas vezes no mesmo rio”

Parménides afirma que a mudança é impossível, e que a essência da realidade é a imutabilidade e a

constância, e que a aparência de mudança é culpa dos sentidos, que não são fiáveis

Ele vê a mudança de A para B como o desaparecimento de A e o aparecimento de B a partir do nada

Heráclito de Éfeso (c. 535-475 a.C.)

Ἡράκλειτος ὁ Ἐφέσιος

Os filósofos pré-socráticos

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Parménides de Eleia (c. 500 a.C.)

Παρμενίδης ὁ Ἐλεάτης

Page 18: Módulo iia   filosofia grega

Leucipo e Demócrito de Abdera (c. 460-370 a.C)

Os primeiros atomistas queriam resolver o problema de Parménides, ou seja, explicar a mudança

Introduzem o “átomo” (entidade indivisível), partícula base de toda a realidade, juntamente com o vazio

A mudança resultaria da deriva e agregação de átomos que se movem no vazio

A indivisibilidade é introduzida de forma a resolver os paradoxos de Zenão (discípulo de Parménides)

O conceito de vazio torna-se impopular porque não parece ser conciliável com a causalidade

Demócrito de Abdera (c. 460-370 a.C.)

Δημόκριτος

Os filósofos pré-socráticos

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Page 19: Módulo iia   filosofia grega

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1. Introdução

2. Os filósofos pré-socráticos

3. Sócrates

4. Platão

5. Aristóteles

6. Cosmologia grega

Índice

Page 20: Módulo iia   filosofia grega

Sócrates (c. 469-399 a.C), ateniense

Criticou duramente os sofistas, quer do ponto de vista filosófico quer do ponto de vista moral

Não cuidava da sua aparência, vivia apaixonado pela reflexão e pelos debates filosóficos

Tinha uma abordagem radical ao ensino: diálogo com os alunos em vez de aula formal

Foi condenado à morte, acusado de não venerar os deuses da cidade e de corromper a juventude

Platão, seu discípulo, tinha 25 anos quando Sócrates foi condenado à morte

Sócrates (c. 469-399 a.C.)

Σωκράτης

Sócrates

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Page 21: Módulo iia   filosofia grega

A filosofia grega até Sócrates

Tales de

Mileto

Inaugura a interpretação objectiva (filosófica) da Natureza, que é despersonalizada e

baseada num primeiro princípio material, a água

Pontos-chave

Sugere que a matemática, e os objectos matemáticos, constituem o fundamento da realidadePitágoras

Como explicar a mudança e a permanência? Para Heráclito, tudo é mudança, e para

Parménides, a realidade última é a permanência: a mudança é uma ilusão dos sentidos

Heráclito e

Parménides

Para Demócrito, a realidade última é composta por átomos e vazio: a deriva e agregação dos

átomos no vazio explica, quer a mudança, quer a (temporária e aparente) permanênciaDemócrito

Ao fazer a crítica dos sofistas, defende uma visão objectiva e racional do Mundo, acreditando

nas faculdades do intelecto e na concordância entre verdades filosóficas e moraisSócrates

… é fortemente marcado por Sócrates e herda a sua motivação filosófica; Platão concebe o

primeiro sistema filosófico dotado de uma metafísica e de uma ontologia abrangentesPlatão…

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Page 22: Módulo iia   filosofia grega

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1. Introdução

2. Os filósofos pré-socráticos

3. Sócrates

4. Platão

5. Aristóteles

6. Cosmologia grega

Índice

Page 23: Módulo iia   filosofia grega

Platão (c. 429-347 a.C.), ateniense

Discípulo de Sócrates, fundador da Academia de Atenas

Pela sua obra filosófica abrangente, Platão é considerado justamente como o pai da filosofia ocidental

As suas obras apresentam os temas e debates filosóficos sob a forma de diálogo

Nas suas obras, Sócrates surge quase sempre em primeiro plano, como que o paradigma do filósofo

Platão (c. 429-347 a.C.)

Πλάτων

Platão

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Page 24: Módulo iia   filosofia grega

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A Teoria das Formas

Também é conhecida como a “Teoria das Ideias”, mas o termo mais preciso e correcto é “Formas”

A Forma é o que captura a essência imutável de uma coisa, é o seu arquétipo

Para Platão, a Forma não é:

Um objecto físico ou detectado pelos sentidos (empírico)

Uma entidade subjectiva, existente apenas nas nossas mentes

Um conceito convencional, derivado do uso frequente em contexto social

Para Platão, a Forma é:

Abstracta, em vez de concreta

Imaterial, em vez de material

Universal, em vez de particular

Objectiva, em vez de subjectiva (não depende sujeitos ou de mentes subjectivas)

Apreensível pelo intelecto, em vez de o ser pelos sentidos

Descoberta, em vez de inventada

Platão

Page 25: Módulo iia   filosofia grega

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Um exemplo: a forma de “triangularidade”…

Platão

“Triangularidade”

Instâncias: entidades concretas e particulares que

“materializam” a forma abstracta de “triangularidade”

Page 26: Módulo iia   filosofia grega

26

Instâncias de uma forma…

São exemplificações concretas e particulares de uma forma abstracta e universal

São apreendidas pelos sentidos

Possuem outras propriedades estranhas à forma (no exemplo atrás: a cor, o traçado, o material, etc.)

Nunca reflectem a perfeição da forma: são imperfeitas

Nunca esgotam o número de possíveis instâncias de uma dada forma

Podem aparecer ou desaparecer, sem que isso afecte a forma, que permanece imutável e existente

Mesmo que todas as instâncias de uma forma não existissem, a forma permaneceria existente

Mesmo que não existisse ninguém para a inteligir, a forma permaneceria existente

Logo, a forma possui um maior grau de realidade do que as suas instâncias

Se uma forma não existisse, as suas instâncias nunca existiriam

A existência de uma ou várias instâncias de uma forma depende da existência desta

Platão

Page 27: Módulo iia   filosofia grega

27

A Teoria das Formas – uma estrutura hierárquica da realidade

Platão

Sombras, imagens, ilusões, etc.

Objectos materiais

Pensamentos/raciocínios

que dependem dos sentidos

Formas

A Forma do Bem

Page 28: Módulo iia   filosofia grega

A Forma do Bem

A teoria platónica das formas introduz um critério objectivo (e não subjectivo) de “bem”

Uma coisa é tão melhor quanto mais perfeitamente instanciar a sua forma

Um triângulo desenhado num computador pode ser mais perfeito do que um desenhado à mão

Se o “bem” corresponde à medida de perfeição de uma coisa, então há uma forma para esse “bem”

Essa forma é a Forma do Bem (“τοῦ ἀγαθοῦ ἰδέαν”)

Para Platão, a Forma do Bem é superior a todas as formas e é o fundamento último da realidade

Não é certo se Platão identificou a Forma do Bem com Deus, mas muitos neoplatonistas fizeram-no

Platão

Sombras na parede: imagens (dados sensoriais)

Estatuetas: objectos físicos concretos

Fogueira: o Sol

Sombras e reflexos no exterior: os conceitos

Objectos no exterior: as formas

Sol no exterior: a Forma do Bem

A Alegoria da Caverna

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Page 29: Módulo iia   filosofia grega

O “Timeu”

Um dos últimos diálogos de Platão (c. 360 a.C.), trata da formação do Universo

Timeu defende a estrutura matemática do Universo

Os quatro elementos teriam, cada um, a sua partícula específica sob determinada forma poliédrica

A Terra baseada em cubos: 6 faces quadradas

A Água baseada em icosaedros: 20 faces triangulares

O Ar baseado em octaedros: 8 faces triangulares

O Fogo baseado em tetraedros: 4 faces triangulares

Cada face de cada poliedro seria composta por triângulos rectângulos isósceles ou escalenos

O “Timeu” foi o único diálogo platónico acessível durante a Idade Média (trad. Calcídio, séc. IV d.C.)

Platão

TERRA ÁGUA AR FOGO

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Page 30: Módulo iia   filosofia grega

O “Timeu”

O uso de sólidos platónicos (poliedros regulares) ainda surge na obra de Kepler (1596)

O platonismo e o pitagorismo influenciaram a maturação do pensamento científico

Platão

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Page 31: Módulo iia   filosofia grega

Realismo, conceptualismo, nominalismo

Três tipos de entes abstractos parecem ser imateriais: universais, números e proposições

Qual é o estatuto ontológico destes entes?

Realismo

Entes abstractos existem objectivamente na realidade, ou seja, não são meras criações

subjectivas da mente, e são irredutíveis às suas instâncias concretas

– Realismo platónico: entes abstractos existem num domínio imaterial e não mental

– Realismo aristotélico: entes abstractos existem na mente que os abstrai, e também nas

instâncias concretas, todavia não são redutíveis a estas

– Realismo escolástico (evolução do realismo aristotélico): entes abstractos podem ainda

existir como arquétipos no intelecto divino, e então não dependem inteiramente de mentes

finitas ou de instâncias concretas

Conceptualismo

Entes abstractos existem apenas na mente que os abstrai a partir de instâncias concretas

Nominalismo

Entes abstractos não existem na realidade: só existem as instâncias concretas

Platão

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Page 32: Módulo iia   filosofia grega

32

1. Introdução

2. Os filósofos pré-socráticos

3. Sócrates

4. Platão

5. Aristóteles

6. Cosmologia grega

Índice

Page 33: Módulo iia   filosofia grega

Primeiros princípios ontológicos

Há multiplicidade na realidade

Existem múltiplas coisas, distintas e individuais

Há unidade na realidade, e a unidade tem dois aspectos:

1.Todas as coisas são unas, quando consideradas individualmente (em si mesmas)

2.Certas coisas distintas têm características (propriedades) comuns que as unem

No pior caso, todas as coisas existentes teriam em comum a característica de existir

O fenómeno da multiplicidade implica individuação

Se não existem coisas individuais, não existe real multiplicidade de coisas

Se nada na realidade fosse individuável, tudo o que existe seria uma e uma só coisa

O fenómeno da unidade (sob o segundo aspecto, ponto 2 acima) implica existirem essências

Este princípio é constitutivo, e não meramente descritivo ou explicativo

Sem algo que fundamente a identidade de coisas, não existe real unidade de coisas idênticas

Se as coisas não têm essências, não existem coisas distintas com características comuns

Se as coisas não têm essências, tudo é distinto de tudo (nada é idêntico a nada)

Aristóteles

33

Todas as coisas têm essências reais que lhes são constitutivas

Page 34: Módulo iia   filosofia grega

Primeiros princípios ontológicos

As essências das coisas são meras convenções humanas?

Parece que as essências das coisas são meras convenções humanas (convencionalismo)...

No entanto, o convencionalismo é contraditório:

P: Todas as essências das coisas são convenções criadas por seres humanos (princípio geral)

Logo, a essência do que é um "ser humano" seria convenção humana (aplicação particular de P)

Por isso, Q: os seres humanos seriam logicamente anteriores à essência "ser humano"

Mas Q => R: os seres humanos são instâncias da essência "ser humano"

E R => ~Q: a essência "ser humano" é logicamente anterior aos seres humanos

Chegámos a uma contradição (Q ∧ ~Q), pelo que o convencionalismo não pode ser verdadeiro

A única forma de escapar a esta refutação seria a de estipular uma excepção para o ser humano

Assim, diríamos que todas as essências são convenções, excepto a essência do ser humano

Mas porquê postular esta excepção “ad hoc”?

O convencionalismo acerca das essências é uma forma de nominalismo e padece dos seus problemas

Aristóteles

34

As essências das coisas não são meras convenções humanas!

Page 35: Módulo iia   filosofia grega

A mudança é real? O fluxo do tempo é real?

Duas teorias principais acerca do tempo (McTaggart, 1908)

Teoria A ("tensed"): o passar do tempo é real; cada evento pertence ao passado, ou ao

presente ou ao futuro; um evento do passado já não existe, e um evento do futuro ainda não

existe; só os eventos presentes é que existem

Teoria B ("tenseless"): o passar do tempo é uma ilusão: passado, presente e futuro são

igualmente reais; a dimensão temporal existe tal como as dimensões espaciais:

Se a mudança é real, então a teoria correcta é a Teoria A (ainda por cima, é validada pelos sentidos)

Problemas da Teoria B:

É incompatível com o livre arbítrio: se o futuro já existe, não existem decisões, muito menos livres

Se passado e futuro são reais, em teoria seria possível “aceder” a eventos passados ou futuros

Paradoxos: poderíamos alterar o passado ou o futuro, e criar contradições, como por exemplo,

uma pessoa "viajar" ao passado e provocar a sua própria morte, ou impedir o seu nascimento

É contraditória: mesmo que a mudança apenas fosse real na consciência, a Teoria B seria falsa

Aristóteles

35A mudança é real e a passagem do tempo também!

«O mundo objectivo simplesmente é: ele não acontece. Apenas para o olhar da minha

consciência... é que uma secção deste mundo ganha vida como uma imagem fugaz no

espaço que continuamente muda no tempo.» - Weyl, Philosophy of Mathematics and Natural Science, 1949

Page 36: Módulo iia   filosofia grega

Acto e Potência: uma explicação para a mudança

As coisas naturais são limitadas:

Pelo seu âmbito espacial e temporal (não são omnipresentes nem eternas)

Pelas suas características actuais (e pelas características que actualmente não têm)

Pelas características que (actualmente) não têm mas são (potencialmente) capazes de ter

Parece que há coisas que mudam e também coisas que permanecem…

Parménides: nada de novo pode surgir do que já existe, senão já existiria; nada de novo pode surgir do nada, porque o “nada” é precisamente a não existência

Heráclito: no fluxo constante, nada permanece…

Como conciliar a mudança com a permanência?

Proposta de Aristóteles: todas as coisas naturais são parte “acto”, parte “potência”:

Acto: o que uma coisa é, num dado momento

Potência: o que uma coisa não é, num dado momento, mas que poderia vir a ser

Exemplo: uma bola de borracha encarnada:

Acto: é esférica, feita de borracha, de cor encarnada

Potência: pode vir a ser esmagada, derretida, cortada ao meio, pintada de amarelo, etc.

Aristóteles

36Toda a realidade está dividida entre actualidade e potencialidade

Page 37: Módulo iia   filosofia grega

Acto e Potência: uma explicação para a mudança

Sempre que algo muda, surge (começa a existir) algo de novo que antes não existia

O que surge de novo não pode vir do nada, porque do nada, nada vem

A única forma de explicar a realidade da mudança passa por introduzir o conceito de potência

A potência é o conceito que explica a mudança de uma coisa actual P para uma coisa actual Q:

A causa não tem que ser temporalmente anterior ao efeito: só não pode ser posterior ao efeito

Mas a causa tem que ser logicamente anterior (condição necessária): sem causa não há efeito

Exemplo: uma bola de chumbo colocada sobre uma almofada:

A cada instante, e de forma instantânea, a bola de chumbo é a causa da deformação da almofada

A bola de chumbo actualiza na almofada, e a cada instante, o seu potencial para ser deformada

A relação causa-efeito é síncrona (instantânea): o intervalo de tempo entre causa e efeito é zero

Aristóteles

37

Mudança:

• Corrupção da coisa P (deixa de ser actual)

• Geração da coisa Q (passa a ser actual)

• Temporalidade: requer teoria A do tempo, porque na teoria B, tudo é actual

• Causalidade: a causa é o agente da mudança

Page 38: Módulo iia   filosofia grega

Mudança e causalidade

Apenas uma (ou mais) causa actual explica a mudança de P para Q

Se negamos a causa...

P pode ser a causa da actualização de Q: eu posso ser a causa da actualização da minha posição

Aristóteles

38

... Ou negamos a mudança:

• P = Q

... Ou não explicamos a mudança:

• Como é que P ≠ Q e P mudou para Q?

• A Potência Q não se actualiza sozinha porque antes de ser actual, ainda não existe

• Q não pode ser acto e potência em simultâneo

• Senão Q existia ∧ Q não existia (contradição)

• E o facto de P ≠ Q não implica P mudar para Q

Mudança:

• Corrupção da coisa P (deixa de ser actual)

• Geração da coisa Q (passa a ser actual)

• Temporalidade: requer teoria A do tempo

• Causalidade: a causa é o agente da mudança

Potência Q

Coisaactual P

Coisaactual Q

Page 39: Módulo iia   filosofia grega

Os quatro tipos de entes

São discutidos por Aristóteles nas "Categorias"

Aristóteles dá importância central aos entes que não existem noutro ente nem são ditos de outro ente

São as substâncias primárias ou particulares (do latim "substantia", trad. do grego οὐσία, "ousia")

As substâncias secundárias ou universais são características essenciais das substâncias primárias

Os entes cuja existência depende da existência de uma substância são os acidentes (predicados)

Aristóteles

39

Substância Particular

Sócrates

Substância Universal

Homem

Acidente Particular

Sabedoria de Sócrates

Acidente Universal

Sabedoria

Instanciação Instanciação

Predicação

Predicação

Não existe noutro ente

Não é dito de outro ente

Sócrates

Não existe noutro ente

É dito de outro ente

Homem

Existe noutro ente

Não é dito de outro ente

Sabedoria de Sócrates

Existe noutro ente

É dito de outro ente

Sabedoria

Page 40: Módulo iia   filosofia grega

Substancial e acidental

As coisas naturais podem ser analisadas no que lhes é substancial e no que lhes é acidental

“Substancial” é tudo o que uma coisa não pode deixar de ser, sem deixar de ser o que é

“Acidental” é tudo o que uma coisa pode ser ou não ser, sem deixar de ser o que é

Nenhuma substância pode ser predicado de outra, ou seja, ser um acidente de outra

Nenhum acidente é substancial, ou seja, nenhum acidente pertence à substância de uma coisa

Os acidentes não existem por si mesmos, mas sempre como predicados de uma substância

Dois tipos de mudança:

Mudança acidental

Bola de borracha encarnada que é pintada de outra cor (não deixa de ser bola de borracha)

Átomo de Carbono-12 que muda de posição no espaço (não deixa de ser Carbono-12)

Cão que é tosquiado (não deixa de ser um cão)

Mudança substancial

Bola de borracha que é derretida (deixa de ser bola de borracha)

Uma molécula de água que é quebrada (deixa de ser água)

Um papagaio que morre (deixa de ser um papagaio)

Uma coisa muda acidentalmente quando acidentes potenciais são actualizados na mesma substância

Uma coisa muda substancialmente quando a potência da sua matéria é actualizada noutra substância

Aristóteles

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Hilemorfismo: Matéria e Forma

Aplicando a divisão entre acto e potência, nas coisas naturais há:

Algo potencial (matéria, “hyle”)

Algo actual (forma, “morphos”)

Exemplo: numa parede há:

Matéria: tijolos, “pladur”, blocos de calcário, vidro, ferro, etc.

Forma: “barreira física sólida erigida na vertical”

O hilemorfismo é hierárquico: por exemplo, no tijolo de uma parede há:

Matéria: betão, argila, terracota, etc.

Forma: “paralelepípedo sólido”

Matéria-prima: pura potencialidade, capaz de receber qualquer forma, que não existe por si mesma

A forma de uma coisa é o que ela é, em acto, incluindo a substância da coisa e os seus acidentes

A forma substancial de uma coisa é a forma da substância da coisa, sem os seus acidentes

Exemplo:

A forma de Ghandi, no fim da vida, era a de um homem magro, calvo e que usava óculos, etc.

A forma substancial de Ghandi era a de um homem

Aristóteles

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Page 42: Módulo iia   filosofia grega

Aristóteles usa o termo αἴτιον (aition) para "causa", que vem do adjectivo αἴτιος (aitios), "responsável"

Aristóteles concebe a causa ou causas de X como a(s) resposta(s) à pergunta "porque existe X?"

As causas de uma coisa X são as explicações para a existência de X e para X ser como é

As causas de uma mudança de A para B são as explicações para A ter mudado para B

Causas aristotélicas

Aristóteles

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«O conhecimento é o objectivo da nossa investigação, e os homens não consideram que conhecem uma

coisa até terem captado o "porquê" [dessa coisa] (que consiste em captar a sua causa primeira) (...).

Num sentido, então, (1) aquilo de que uma coisa é feita e que persiste é chamado de "causa" [material],

i.e., o bronze da estátua, a prata da taça, e o género do qual o bronze e a prata são espécies.

Noutro sentido, (2) a forma ou o arquétipo, i.e., a afirmação da essência, e do seu género, são

chamadas de "causas" [formais] (p.ex. da oitava, a relação 2:1, e de forma mais genérica o número), e

as partes da definição [da coisa].

De novo (3) a primeira fonte da mudança (...); p.ex. o homem que deu um conselho é uma causa

[eficiente], o pai é a causa do filho, e geralmente o que faz o que é feito e o que muda o que é mudado.

De novo (4) no sentido de fim ou "aquilo para que algo" é feito, p.ex. a saúde é a causa [final] de

caminhar. ("Porque é que ele caminha?", dizemos. "Para ser saudável", e ao dizê-lo pensamos que

atribuímos a causa.)

(...) Isto talvez esgote o número de maneiras de usar o termo "causa".» - Aristóteles, Física, II-3

Page 43: Módulo iia   filosofia grega

Causa final

P: Para que tende / serve a coisa?

R: Para retratar a beleza feminina / divina

Causa formal

P: O que é a coisa?

R: Uma estátua de mármore da Vénus de Milo, sem braços, e com 203 cm de altura

Causa eficiente

P: Como surgiu a coisa?

R: A técnica do escultor (Alexandre de Antioquia?) aplicada no manusear do martelo e escopro

Causa material

P: De que é feita a coisa?

R: De mármore

Os quatro tipos de causas (num artefacto: Vénus de Milo, 130-100 a.C.)

Aristóteles

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Page 44: Módulo iia   filosofia grega

Causa final

P: Para que tende / serve a coisa?

R: Pela sua tetravalência, liga-se facilmente com

outros átomos, viabilizando cerca de dez milhões

de compostos; elemento essencial para a vida

Causa formal

P: O que é a coisa?

R: Um não metal de massa atómica 12u, raio atómico

de 67pm e configuração electrónica [He] 2s2 2p2

Causa eficiente

P: Como surgiu a coisa?

R: Nas estrelas (processo triplo-alfa)

Causa material

P: De que é feita a coisa?

R: De 6 protões, 6 neutrões e 6 electrões

Os quatro tipos de causas (numa coisa natural: o Carbono-12)

Aristóteles

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Page 45: Módulo iia   filosofia grega

Causa final

P: Para que tende / serve a coisa?

R: Para codificar a enzima β-galactosidase

(que decompõe a lactose em glicose e galactose)

Causa formal

P: O que é a coisa?

R: É um gene (troço de uma molécula de ADN)

Causa eficiente

P: Como surgiu a coisa?

R: Por duplicação, fusão/fissão, transferência lateral, retroposição, etc.

Causa material

P: De que é feita a coisa?

R: De nucleótidos

Os quatro tipos de causas (no gene lacZ)

Aristóteles

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Page 46: Módulo iia   filosofia grega

O conceito aristotélico de alma

A alma (do latim “anima”) é o nome dado por Aristóteles à forma substancial de um ser vivo

Aristóteles discute o tema na sua obra “Da Alma” (Περὶ Ψυχῆς, “Perì Psūchês”)

Aristóteles classifica as faculdades da alma de acordo com a seguinte hierarquia:

1. Nutrição, crescimento, reprodução

2. Locomoção, percepção

3. Intelecção

Esta hierarquia permite classificar a alma em três categorias:

Alma nutritiva (plantas)

Alma sensitiva (todos os animais), que inclui as faculdades da alma nutritiva

Alma intelectiva (ser humano), que inclui as faculdades das almas nutritiva e sensitiva

O ser vivo, como todas as coisas naturais, é uma substância composta (de matéria e forma):

Matéria: o corpo

Forma: a alma

A distinção corpo-alma não implica a sua separação

Tal como a distinção matéria-forma, corpo e alma são dois aspectos distintos de um mesmo ser

Aristóteles

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Page 47: Módulo iia   filosofia grega

Filosofia da Natureza

Modelo de uma substância de natureza inorgânica (segundo esquema de William A. Wallace)

O modelo conjuga a filosofia natural aristotélica com o actual conhecimento científico

Trata-se de um modelo conceptual e não de um modelo geométrico / espacial

MP: Matéria-Prima

FN: Forma Natural

Aristóteles

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Page 48: Módulo iia   filosofia grega

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TIPO DE ENTE

TIPO DE EXISTÊNCIA ENTESENTES

NATURAIS

ENTES

NATURAIS E VIVOS

PURAMENTE ACTUAL Acto Puro (não existem) (não existem)

ACTUAL

(ACTUALIZANDO ALGO

POTENCIAL)

Acto Forma Alma

POTENCIAL

(EXISTINDO EM ALGO ACTUAL)Potência Matéria Corpo

PURAMENTE POTENCIALPotência Pura

(não existem)

Matéria-prima

(não existe)(não existem)

Aristóteles

Tipos de existência versus tipos de entes

Page 49: Módulo iia   filosofia grega

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Existência concreta

(extra-mental)

Existência concreta e abstracta(extra-mental, mas de certa forma também mental)

Existência abstracta(mental)

OBSERVÁVEIS MÉTRICOS TEÓRICOS

P

~ P

P ∧ Q

P Q, Q, Q

P Q, ~ Q, ~ P

Este enxofre

amarelo

enxofre,

amarelo,

elemento

5745 Å

molécula,

electrão,

partículas-onda

Esta bola de

chumbo

chumbo,

pesado,

quente

7,2 cm, 524 g., 70 °Cforça gravítica,

calórico

Este planeta

Marte

planeta,

movimento,

órbita oval

elipse

excêntricos,

epiciclos, espaço-

tempo

Este mamífero

marinho

mulher, peixe,

dungongosereia

CONCEITOS MATEMÁTICOS

esfera, cinco, conjunto não vazio e finito

zero (0)

conjunto vazio (ø)

infinito (∞)

Aristóteles

Existência concreta e existência abstracta

Page 50: Módulo iia   filosofia grega

Vantagens do aristotelismo

Baseia-se em muitas e persistentes

observações da Natureza

Confia nos sentidos, mas sujeita o

conhecimento sensorial ao intelecto

É um sistema amplo e abrangente

de conhecimento: Biologia,

Filosofia, Psicologia, Política,

Ética, Meteorologia, Matemática,

Física, Metafísica,…

Possui um método próprio de catalogação do

conhecimento humano

É muito intuitivo e em vários aspectos

(mas não todos) é validado pelos sentidos

Apresenta uma grande amplitude e poder

explicativo para os mais variados aspectos

da Natureza

O aristotelismo “reinou” durante 19 séculos, e a sua

metafísica ainda hoje é estudada como válida

Aristóteles

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Page 51: Módulo iia   filosofia grega

Bibliografia

Edward Feser,

The Last Superstition – A

refutation of the new atheism

(St. Augustine’s Press, 2010)

Anthony Rizzi,

The Science before

Science

(AuthorHouse, 2004)

David S. Oderberg,

Real Essentialsm

(Routledge, 2008)

William A. Wallace

The Modeling of Nature

(Catholic University of

America Press, 1996)

Títulos em Inglês – Filosofia aristotélica

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Page 52: Módulo iia   filosofia grega

Bibliografia recomendada

Edward Feser – Scholastic Metaphysics

Page 53: Módulo iia   filosofia grega

Bibliografia recomendada

David O'Connor – Ancient and Medieval Philosophy (OpenCourseWare)

ocw.nd.edu/philosophy/ancient-and-medieval-philosophy

Page 54: Módulo iia   filosofia grega

Filósofos aristotélico-tomistas

• Edward Feser (Pasadena City College): http://edwardfeser.blogspot.pt/

• David Oderberg (Reading): http://www.davidsoderberg.co.uk/

• Gyula Klima (Fordham): http://faculty.fordham.edu/klima/

• Alexander Pruss (Baylor): http://alexanderpruss.blogspot.pt/

• Alfred Freddoso (Notre Dame): http://www3.nd.edu/~afreddos/

• Eleonore Stump (St. Louis): https://sites.google.com/site/stumpep/

• Joseph Kenny, O.P. (EUA, Nigéria, † 2013): http://www.dhspriory.org/kenny/

• Podcasts:

– The Thomistic Institute (católico, tema: filosofia tomista)

– Taylor Marshall (católico, temas: doutrina e vida espiritual)

– The Catholic Laboratory (Ian Maxfield, católico, tema: cientistas católicos)

– Unbelievable (Justin Brierley, evangélico, tema: debates e entrevistas)

– Reasonable Faith e Defenders (William Lane Craig, evangélico, tema: apologética)

– Veritas Forum (vários autores, tema: palestras e debates)

Bibliografia recomendada

Page 55: Módulo iia   filosofia grega

Bibliografia recomendada

Alan Aversa (Físico, Univ. Arizona)

Homepage: http://www.u.arizona.edu/~aversa/

Aristotelismo-tomismo: http://www.u.arizona.edu/~aversa/scholastic/

Blogue: http://sententiaedeo.blogspot.pt/

Biblioteca virtual: http://garrigou.us.to/