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UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL GESTÃO EM REDES E TELECOMUNICAÇÕES DANIEL VIEIRA RÓS GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO, UTILIZANDO A BIBLIOTECA DE BOAS PRÁTICAS ITIL SÃO CAETANO DO SUL 2009

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Page 1: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL

GESTÃO EM REDES E TELECOMUNICAÇÕES

DANIEL VIEIRA RÓS

GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TECNOLOGIA DA

INFORMAÇÃO, UTILIZANDO A BIBLIOTECA DE BOAS PRÁTICAS ITIL

SÃO CAETANO DO SUL

2009

Page 2: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

DANIEL VIEIRA RÓS

GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TECNOLOGIA DA

INFORMAÇÃO, UTILIZANDO A BIBLIOTECA DE BOAS PRÁTICAS ITIL

SÃO CAETANO DO SUL

2009

Monografia apresentada como exigência

para a conclusão do curso de Pós-

Graduação em Redes e Telecomunicações

da Universidade Municipal de São Caetano

do Sul.

Orientador: Prof. Dr. Fabio Appolinário.

Page 3: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

DANIEL VIEIRA RÓS

GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TECNOLOGIA DA

INFORMAÇÃO, UTILIZANDO A BIBLIOTECA DE BOAS PRÁTICAS ITIL

Área de Concentraçao: Tecnologia da Informação

Data da Defesa: 14/08/2009

Resultado: 9.0

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Dr. Fabio Appolinário

___________________________________

Prof. Dr. Nelson Ludovico

___________________________________

Prof. Ricardo Escolá

____________________________________

Monografia apresentada como exigência

para a conclusão do curso de Pós-

Graduação em Redes e Telecomunicações

da Universidade Municipal de São Caetano

do Sul.

Orientador: Prof. Dr. Fabio Appolinário

Page 4: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha família, minha namorada e a todos os colegas

de trabalho que sempre me apoiaram e me auxiliaram nos momentos em que mais

precisei, me ajudando a atingir todas as minhas metas.

Page 5: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

AGRADECIMENTOS

Agradeço a USCS e a todos os professores que me proporcionaram um

grande aprendizado.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Fabio Appolinário, pela parceria e por acreditar

na realização deste trabalho.

Page 6: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

RESUMO

O ITIL é uma biblioteca de boas práticas nos serviços de Tecnologia da

Informação (TI), desenvolvida no final dos anos 80 pela CCTA (Central Computer

and Telecommunications Agency) e atualmente sob custódia da OGC (Office for

Government Commerce) da Inglaterra, buscando promover a gestão com foco no

cliente e na qualidade dos serviços de tecnologia da informação (TI). Portanto, este

trabalho teve como objetivo verificar a aplicação do ITIL em algumas empresas da

região do ABC Paulista, bem como transmitir uma visão geral dos serviços, criando

uma familiaridade com os processos de gerenciamento de serviços em TI.

Participaram do seguinte estudo 19 sujeitos de ambos os sexos, sendo que 14 eram

do sexo masculino e 5 do sexo feminino, onde os mesmos responderam o

questionário de pesquisa. Observou-se então quais foram os benefícios, quantidade

de profissionais certificados nos departamentos e também um dos itens mais

importantes que as empresas buscam hoje em dia: a redução de custos de TI.

PALAVRAS-CHAVES: Gerenciamento de serviços de TI; ITIL, Biblioteca de boas

práticas.

Page 7: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

ABSTRACT

The ITIL is a library of good practice in services for information technology

(IT), developed in the late 80s by the CCTA (Central Computer and

Telecommunications Agency) and currently in custody of the OGC (Office for

Government Commerce) in England, seeking to promote management with a focus

on customer service and quality of information technology (IT). Therefore, this study

aimed to verify the implementation of ITIL in some companies of the ABC Paulista

region, as well as forward an overview of services, creating a familiarity with the

processes of managing IT services. Participated in the study following 19 subjects of

both sexes, while 14 were male and 5 female, where they responded to the

questionnaire survey. There was then what were the benefits, number of certified

professionals in the departments and also one of the companies that seek these

days: a reduction in costs of IT.

KEYWORD: Management of IT services; ITIL, Library of good practices.

Page 8: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Modelo completo do ITIL Versão 2.0...........................................................9

Figura 2: Processos de suporte a serviços................................................................10

Figura 3 - Central de Serviço Local............................................................................13

Figura 4 - Central de Serviço Centralizado................................................................13

Figura 5 - Central de Serviço Virtual..........................................................................14

Figura 6 - Processo de Gerenciamento de Incidente.................................................16

Figura 7 - Processo de gerenciamento de mundança................................................20

Figura 8 - Modelo completo do ITIL Versão 2.0.........................................................23

Figura 9 - Processos de entrega de serviços.............................................................27

Figura 10 - Distribuição dos Sujeitos segundo Área de Trabalho..............................32

Page 9: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Profissionais Certificados..........................................................................33

Tabela 2 - Benefícios Agregados...............................................................................33

Tabela 3 - Redução de Custos..................................................................................34

Tabela 4 - Situação de risco devido à falhas no gerenciamento dos serviços...........34

Tabela 5 - Quantos minutos o serviço ficou indisponível...........................................34

Tabela 6 - Dificuldades que a equipe enfrenta no dia-a-dia no Service Desk...........35

Tabela 7 - Acordo de nível de serviço (SLA)................ .............................................35

Tabela 8 - Profissional certificado..............................................................................35

Tabela 9 - Redundância para continuidade das solicitações de funcionários............36

Tabela 10 - Dificuldades enfrentadas na implantação do ITIL na empresa...............36

Tabela 11 - Quanto tempo durou em média a implantação de cada processo..........36

Page 10: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Ciclo de vida de um Incidente..................................................................17

Page 11: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................1

2 JUSTIFICATIVA.................................... ...................................................................2

3 OBJETIVO......................................... .......................................................................3

4 REVISÃO DE LITERATURA............................ ........................................................4

4.1 TECNOLOGIA DA INFORMAÇAO........................................................................4

4.2 SERVIÇOS EM TI..................................................................................................6

4.3 ITIL-INFORMATION TECHNOLOGY INFRASTRUCTURE LIBRARY..................8

4.4 SUPORTE AO SERVIÇO (SERVICE SUPPORT)...............................................10

4.4.1 Central de Serviços...........................................................................................11

4.4.2 Gerenciamento de Incidente.............................................................................14

4.4.3 Gerenciamento de Configuração......................................................................17

4.4.4 Gerenciamento de Mudanças...........................................................................19

4.4.5 Gerenciamento de Liberação............................................................................21

4.4.6 Gerenciamento de Problemas...........................................................................24

4.4.7 Bdgc..................................................................................................................26

4.5 ENTREGA DO SERVIÇO (SERVICE DELIVERY)...............................................27

4.5.1 Gerenciamento do nível de serviço...................................................................27

4.5.2 Gerenciamento da Continuidade dos Serviços em TI.......................................29

4.5.3 Gerenciamento Financeiro................................................................................29

4.5.4 Gerenciamento da Capacidade.........................................................................30

4.5.6 Gerenciamento da Disponibilidade....................................................................30

5 MÉTODO.................................................................................................................32

6 RESULTADOS....................................... .................................................................34

7 CONCLUSÃO........................................ ................................................................ 38

REFERÊNCIAS..........................................................................................................41

Page 12: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

1

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, existe uma forte pressão sobre as organizações de TI, para que

reduzam seus custos, aumentem o nível dos serviços e forneçam cada vez mais

valor para a organização. Além disso, a organização de TI é reconhecida como parte

integrante das operações corporativas (MICROSOFT, 2009).

Diante dessas preocupações as organizações de TI precisam achar meios de

gerenciar seus serviços. Através do gerenciamento de serviços a área de TI pode

adotar uma postura proativa em relação às necessidades dos clientes. Segundo

Mansur (2007), o gerenciamento dos serviços de TI trata dos serviços de infra-

estrutura de TI.

A fim de facilitar este gerenciamento de serviços, foi desenvolvido um

conjunto de melhores práticas de gerenciamento de serviços denominado ITIL

(Information Technology Infrastructure Library). Esse conjunto de melhores práticas

tem a finalidade de ajudar a organização de TI a encontrar confiabilidade,

disponibilidade além de obter a redução de custos, o item mais importante hoje em

dia.

O ITIL é dividido em duas grandes áreas: suporte ao serviço que cuida dos

processos operacionais e entrega dos serviços que trata dos processos táticos.

Além destes processos o ITIL também estabelece uma função denominada Service

Desk (Central de Serviços) que tem a finalidade de ser o ponto único de contato

entre os clientes e a área de TI.

Sendo assim, este trabalho tratará no capítulo 4, Tecnologia da Informação,

os Serviços de TI e a Biblioteca de boas práticas ITIL, dividido em duas grandes

áreas conforme mencionado acima: Suporte a Serviços e Entrega dos Serviços.

Page 13: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

2

2 JUSTIFICATIVA

A área de tecnologia das empresas, busca cada vez mais estar qualificada e

acompanhar as tendências do mercado, focando na satisfação do cliente. Devido a

isso existe a necessidade da utilização de uma metodologia para o controle da

qualidade em TI.

O interesse da escolha do tema e da metodologia ITIL, é que esta

metodologia é a mais abrangente, sendo mundialmente reconhecida, e que aborda o

gerenciamento de serviços de TI.

Page 14: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

3

3 OBJETIVOS

O objetivo principal deste trabalho é o de verificar a aplicação do ITIL em

algumas empresas da região do ABC Paulista, bem como transmitir uma visão geral

dos serviços que utilizam essa metodologia criando uma familiaridade com os

processos de gerenciamento de serviços em TI.

Page 15: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

4

4 REVISÃO DE LITERATURA

4.1 Tecnologia da Informação

Nas últimas décadas os avanços em TI tiveram um grande impacto nos

processos de negócios. A introdução do PC, das redes, da tecnologia de

cliente/servidor e da internet capacitou as organizações a levar mais rapidamente

para o mercado seus produtos e serviços. Esses avanços inauguraram a fase de

transição da era industrial para a era da informática, na qual tudo se tornou mais

rápido e mais dinâmico (BON, 2007).

A TI evoluiu de uma orientação tradicional de suporte administrativo para um

papel estratégico dentro das empresas. A visão da TI como arma estratégica

competitiva tem sido discutida e enfatizada, pois não só sustenta as operações de

negócio existentes, mas também permite que se viabilizem novas estratégias

empresariais (LAURINDO et al., 2001).

A tecnologia de informação (TI) é um dos componentes mais importantes do

ambiente empresarial atual, e as organizações brasileiras têm utilizado ampla e

intensamente essa tecnologia, tanto em nível estratégico como operacional

(ALBERTIN; ALBERTIN, 2008).

Essa utilização oferece grandes oportunidades para as empresas que têm

sucesso no aproveitamento dos benefícios oferecidos por esse uso e também

oferece desafios para a administração de TI da qual as empresas passam a ter

grande dependência e que apresenta particularidades de gerenciamento. Nesse

cenário complexo, outro desafio é identificar o grau de contribuição que essa

tecnologia oferece para os resultados das empresas (ALBERTIN; ALBERTIN, 2008).

Nesse ambiente, é imprescindível o conhecimento dessas dimensões:

utilização, benefícios oferecidos, contribuição para o desempenho empresarial,

desafios de sua governança e administração, e o papel dos executivos. Também é

importante a relação que existe entre elas, para que se possa garantir a sua

coerência, além do tratamento individual das particularidades de cada uma dessas

dimensões. Os direcionadores do uso de TI completam esse enfoque (ALBERTIN;

ALBERTIN, 2008).

Page 16: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

5

O uso eficaz da TI e a integração entre sua estratégia e a estratégia do

negócio vão além da idéia de ferramenta de produtividade, sendo muitas vezes fator

crítico de sucesso. Hoje, o caminho para este sucesso não está mais relacionado

somente com o hardware e o software utilizados, ou ainda com metodologias de

desenvolvimento, mas com o alinhamento da TI com a estratégia e as características

da empresa e de sua estrutura organizacional (LAURINDO et al., 2001).

Estamos na Era da Informação, onde a riqueza nasce de idéias inovadoras e

do uso inteligente da informação. As empresas na Era da Informação devem

concorrer em um mercado repleto de desafios - que muda rapidamente, é complexo,

globalizado, supercompetitivo e voltado para o cliente. As empresas precisam reagir

de modo rápido aos problemas e às oportunidades que surgem desse ambiente

empresarial moderno. O ambiente empresarial está relacionado à combinação de

fatores sociais, jurídicos, econômicos, físicos, e políticos, que afetam as atividades

empresariais (TURBAN; RAINER JR.; POTTER, 2005).

A informação é, hoje, fator fundamental para as organizações, os

administradores, todos os indivíduos. Quando se fala em mercado aberto e comum,

competitividade, concorrência e qualidade, em que se percebe que nada disso seria

possível sem a existência da informação, e dela não se tivesse um rápido acesso. É

de fundamental importância estudar como a tecnologia da informação interage nas

organizações, pois através desse processo acabam ocorrendo mudanças culturais e

consequentes mudanças de comportamento dos interlocutores (ROSINI, 2003).

A tecnologia da informação é uma poderosa ferramenta para controle que

permite monitorar e registrar muitos aspectos do comportamento e desempenho da

organização e ao prover tais dados aos supervisores organizacionais reforça o seu

controle hierárquico (Idem).

A importância do Gerenciamento dos Serviços de TI está começando a se

tornar mais aparente para as organizações. É um campo do gerenciamento das

áreas de TI no qual necessita clareza de foco e atenção. Por esta razão, nos últimos

anos se vê o aumento do reconhecimento de sua importância e o desenvolvimento

de diversas estruturas profissionais para o seu suporte, visando à tão cobiçada

excelência no Gerenciamento de Serviços de TI (MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

Page 17: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

6

4.2 SERVIÇOS EM TI

As organizações frequentemente dependem muito dos serviços de TI e

esperam que estes não apenas as auxiliem como também apresentem novas

opções para implementar os seus objetivos. Além disso as expectativas elevadas

dos clientes de serviços de TI tendem a mudar significativamente com o tempo e

exigem revisões constantes. Os provedores de serviços de TI não podem mais se

permitir concentrar-se em tecnologia e na sua organização interna; hoje em dia eles

precisam considerar a qualidade dos serviços que oferecem e se concentrar na

relação com os clientes (BON, 2007).

O gerenciamento de Serviços de Tecnologia da Informação é o instrumento

pelo qual a área pode iniciar a adoção de uma postura proativa em relação ao

atendimento das necessidades da organização, contribuindo para evidenciar a sua

participação na geração de valor. O gerenciamento de serviços de TI visa alocar

adequadamente os recursos disponíveis e gerencia-los de forma integrada, fazendo

com que a qualidade do conjunto seja percebida pelos seus clientes e usuários,

evitando-se a ocorrência de problemas na entrega e na operação dos serviços de

Tecnologia da Informação (MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

Muitas organizações estão considerando o gerenciamento de serviços de TI

uma forma de organização dos serviços e aprimoramento contínuo da qualidade dos

mesmos. O gerenciamento dos serviços de TI está relacionado com a entrega e

suporte dos serviços de TI que são implementados em resposta direta às exigências

corporativas da organização. É importante que os serviços de TI da organização

suportem as atividades corporativas principais, assim como também é fundamental

que esses mesmos serviços facilitem as mudanças à medida que os negócios se

desenvolvem e competem em um espaço de trabalho global. A TI deve se tornar

uma peça primária no processo de tomada de decisão (MICROSOFT, s.d.).

Não existe uma única definição de serviço. Assim, apresentam-se, a seguir,

cinco definições de serviço, de diferentes autores, visando subsidiar a elaboração de

uma definição pertinente à área de TI:

- “Atividade, benefícios ou satisfações que são colocados à venda ou

proporcionados em conexão com a venda de bens” (AMERICAN

MARKETING ASSOCIATION, 1960 apud MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

Page 18: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

7

- “Quaisquer atividades colocadas à venda que proporcionem benefícios e

satisfações valiosas; atividades que o cliente prefira ou não possa realizar por

si próprio” (BESSOM, 1973 apud MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

- “Uma atividade colocada à venda que gera benefícios e satisfações, sem

levar a uma mudança física na forma de um bem” (STANTON, 1974 apud

MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

- “Qualquer atividade ou benefícios que uma parte possa oferecer a uma

outra, que seja essencialmente intangível e que não resulte propriedade de

alguma coisa. Sua produção pode ou não estar ligada a um produto físico”

(KOTLER, 1988 apud MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

- “Serviço ao cliente significa todos os aspectos, atitudes, e informações que

ampliem a capacidade do cliente compreender o valor potencial de um bem

ou serviço essencial.” (UTTAL; DAVIDOW, 1991 apud MAGALHÃES;

PINHEIRO, 2007).

Das definições expostas, pode-se entender que um serviço é uma ação

executada por alguém ou por alguma coisa, caracterizando-se por ser uma

experiência intangível, produzido ao mesmo tempo em que é consumido, não

podendo ser armazenado, e apresentando sérias dificuldades para ser produzido em

massa ou atender mercados de massas (MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

Uma possível definição de serviço de TI é: conjunto de recursos,TI e não- TI,

mantidos por um provedor de TI, cujo objetivo é satisfazer uma ou mais

necessidades de um cliente (áreas de negócio) e suportar os objetivos estratégicos

do negócio do cliente, sendo percebido pelo cliente como um todo coerente.

Na ITIL, um serviço de TI é definido como “um ou mais sistemas de TI que

habilitam um processo de negócio”, devendo-se levar em conta que um sistema de

TI é uma combinação de hardware, software, facilidades, processos e pessoas

(MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

Para alcançar este objetivo, a tática que vem sendo adotada é a

implementação e o gerenciamento de processos internos da área de TI de acordo

com as práticas reunidas na Information Technology Infrastructure library (ITIL)

(Idem)

Page 19: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

8

4.3 ITIL- INFORMATION TECHNOLOGY INFRASTRUCTURE LIBRARY

Conforme Mansur (2007), o Information Technology Infraestructure Library

(ITIL) é um conjunto de orientações descrevendo as melhores práticas para um

processo integrado do gerenciamento de serviços de TI. Desenvolvida no final da

década de 80 pela Central Computer and Telecommunications Agency (CCTA) a

atual OGC o ITIL compreende uma biblioteca de recomendações baseada em

processos que apresenta um conjunto de melhores práticas capazes de promover a

qualidade nos serviços computacionais no setor de TI.

A ITIL provê um abrangente e consistente conjunto de melhores práticas para

a identificação de processos da área de TI e o alinhamento dos serviços às

necessidades da organização, promovendo uma abordagem qualitativa para o uso

econômico, efetivo, eficaz e eficiente da infra-estrutura de TI, objetivando obter

vantagens para a organização tanto em termos de redução de custos pelo aumento

da eficiência na entrega e suporte dos serviços de TI quanto de incremento da

capacidade da organização de gerar receitas, permitindo que a área concentre seu

esforço em novos projetos para o atendimento à estratégia da organização

(MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

A ITIL oferece para todas as atividades do departamento de TI, como parte da

oferta de serviços, uma estrutura comum baseada na infra-estrutura de TI. Essas

atividades dividem - se em processos, que se usados conjuntamente oferecem uma

estrutura eficaz para tornar mais maduro o Gerenciamento de Serviços em TI. Cada

um desses processos cobre uma ou mais tarefas do departamento de TI, tais como

desenvolvimento do serviço, gerenciamento da infra-estrutura e oferta e suporte de

serviços. Essa abordagem orientada para o processo possibilita descrever as

melhores práticas do Gerenciamento de Serviços em TI de forma independente da

estrutura da organização (BON, 2007).

Usando uma abordagem de processo, a ITIL define principalmente o que

deve ser incluído no Gerenciamento de Serviços em TI para que se ofereça a

qualidade exigida dos serviços. A estrutura e a alocação de tarefas e

responsabilidades em funções e departamentos dependem do tipo de organização,

e essas estruturas variam muito entre os departamentos de TI, além de se alterarem

frequentemente. A definição da estrutura de processos oferece um ponto de

Page 20: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

9

referência comum que muda com a menor velocidade e ajuda a manter a qualidade

dos serviços de TI durante e depois da reorganização e entre os fornecedores e

parceiros enquanto eles também mudam (BON, 2007).

Segundo Vieira (2007), a pressão por redução de custos e perguntas como:

“Que serviços de TI serão oferecidos?” estão diretamente relacionadas ao valor que

será gerado aos usuários e clientes (VIEIRA, 2007).

Os estudiosos chegaram à conclusão (independentemente do tamanho da

empresa) de que os custos de TI precisavam ser reduzidos e de que a qualidade do

serviço prestado por essas áreas tinha de ser melhorada (VIEIRA, 2007).

Principais livros que compõem a biblioteca ITIL:

Figura 1: Modelo Completo do ITIL Versão 2.0.

Fonte: MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007, p.64.

O modelo de processo do ITIL pode ser observado na Figura 1 como tendo

duas áreas de cobertura principais: área do suporte ao serviço (do inglês Service

Support) é mais concentrada nas tarefas de execução diária e no Suporte aos

Serviços de TI, enquanto a área de Entrega de Serviço (do inglês Service Delivery)

está mais concentrada no planejamento a longo prazo e respectivo melhoramento

(VIEIRA, 2007).

O Suporte ao Serviço (Service Support) é composta por cinco processos e

uma função:

Page 21: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

10

1.Central de Serviços (Service Desk). Função;

2.Gerenciamento de Incidente (Incident Management);

3.Gerenciamento de Configuração (Configuration Management);

4.Gerenciamento de Mudança (Change Management);

5.Gerenciamento de Liberação (Release Management);

6. Gerenciamento de Problemas (Problem Management);

Figura 2: Processos de suporte a serviços

Fonte: Adaptado de OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE, 2005.

4.4 SUPORTE AO SERVIÇO (SERVICE SUPPORT)

O livro da ITIL sobre Suporte a Serviços descreve como os clientes e os

usuários podem ter acesso a serviços adequados para apoiar suas atividades e o

negócio, e como se dá suporte a esses serviços (BON, 2007).

Page 22: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

11

4.4.1 Central de Serviços

A central de serviços (Service Desk) é uma função e não um processo,

essencial para a implementação do Gerenciamento dos Serviços em TI. Mais do que

um ponto de suporte aos usuários dos serviços de TI (Help-Desk), a Central de

Serviços é a principal interface operacional entre a área de TI e os usuários dos

seus serviços. Ela é responsável pela primeira impressão que a área de TI dará aos

seus usuários quando da necessidade de interação, quer seja para a solicitação de

um serviço ou esclarecimento sobre o modo de interação com serviço de TI ou para

a comunicação de um erro em um outro serviço de TI (MAGALHÃES; PINHEIRO,

2007).

Não há nada mais aborrecedor do que você ligar para um número de suporte

e passar por várias pessoas e departamentos para conseguir resolver o seu

problema. Com a Central de Serviços, haverá pessoas focadas em resolver as

solicitações dos usuários, evitando colocar os usuários em contato direto com as

equipes de suporte ou desenvolvimento (OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE,

2005).

A Central de Serviços é, com freqüência, um local em que as pessoas

trabalham sob pressão, subestimando a sua importância e a necessidade de

competências e habilidades especificas em elevado nível, o que pode afetar de

maneira negativa a capacidade de a área de TI fornecer serviços de TI percebidos

pelos usuários como sendo de qualidade. Além do atendimento aos usuários dos

serviços de TI, a Central de Serviços também recebe notificações de eventos

enviadas pela equipe de monitoração de toda infra-estrutura de TI situada no

Command Center, bem como remete informações sobre incidentes comunicados

pelos usuários (MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

A função Central de Serviços interage principalmente com o processo de

Gerenciamento de Incidente, executando, inclusive, parte das atividades deste

processo, pelo atendimento às chamadas originadas de erros percebidos pelos

usuários na interação com os serviços de TI, que, após uma análise, poderão se

constituir em incidentes, classificação dos incidentes e suporte técnico de primeiro

nível. Além do processo de Gerenciamento de Incidente, a Central de Serviços

interage com o processo de Gerenciamento de Comunicação, responsável pela

Page 23: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

12

disponibilidade dos meios de divulgação das notificações originadas na Central de

Serviços e de informá-la sobre notificações vindas de outros processos e partes da

organização (MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

Tipos de Centrais de Serviços:

- Central de Atendimento (Call Center) voltada para grandes volumes de

chamadas e transações por telefone. Neste caso, esta central não atua sobre as

transações e encaminha para a área devida dentro da organização.

- Central de Suporte (Help Desk) o principal objetivo é que nenhuma

requisição seja perdida ou não atendida, mesmo depois de cadastrada, tem também

como função, resolver e coordenar incidentes, propiciando a interface (ou

comunicação) com o Gerenciamento da Configuração.

- Central de Serviços (Service Desk) a característica principal é a

abrangência dos serviços, pois o processo de negócio neste caso está integrado,

não resolvendo só incidentes, mas também problemas, dúvidas e fazendo interface

com as requisições de mudanças (OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE,

2005).

Em geral as empresas preferem manter centrais de atendimentos locais, ou

seja, por regiões. Isso ocorre devido ao regionalismo. Esta forma de atendimento

gera um custo maior e dificuldade de padronização.

Existem três possíveis formas de realizar o atendimento: local, centralizado e

virtual.

Centrais de Serviço Local são criadas para atender necessidades locais de

cada unidade de negócio. Este tipo de estrutura é escolhido quando há a

necessidades específicas para cada unidade de negócio, onde o atendimento é

facilitado devido ao fato da equipe de suporte já estar implantada no local.

Normalmente, neste tipo de estrutura, o custo operacional é maior, devido a fato de

manter várias estruturas físicas, com recursos como hardware e software específicos

para cada uma (OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE, 2005).

Page 24: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

13

Figura 3: Central de Serviço Local

Fonte: Adaptado de: OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE, 2001a, p.38.

Uma Central de Serviços Centralizada tem como objetivo centralizar todas as

solicitações de suporte em um único local. Este modelo leva a redução de custos

operacionais, melhora o Gerenciamento de Serviços em TI e otimiza a utilização dos

recursos.

Figura 4: Central de Serviço Centralizado

Fonte: Adaptado de: OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE, 2001a, p.39.

Com o avanço das tecnologias de telecomunicações, é possível ter uma

Central de Serviços que não tenha nenhuma posição física próxima ao usuário. Com

Page 25: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

14

isto, é possível ter uma Central de Serviços que funcione 24 horas por dia,

atendendo a diversos clientes em diversos lugares distintos.

Figura 5: Central de Serviço Virtual

Fonte: Adaptado de OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE, 2001a, p.40.

A implementação e a operação de uma Central de Serviços trazem os

seguintes benefícios: melhoria do suporte técnico aos usuários dos Serviços de TI,

incremento da velocidade de atendimento e também melhora o gerenciamento da

informação para a tomada de decisão relativa aos serviços de suporte aos usuários

de TI (MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

4.4.2 Gerenciamento de Incidente

O processo de Gerenciamento de Incidente (ver Figura 6) tem por objetivo

assegurar que, depois da ocorrência de um incidente, o serviço de TI afetado tenha

restaurada a sua condição original de funcionamento o mais breve possível,

minimizando os impactos decorrentes do efeito sobre o nível de serviço ou, até

mesmo, da indisponibilidade total. Assim, a resolução de um incidente o mais

Page 26: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

15

prontamente possível é o foco principal do processo de Gerenciamento de Incidente,

o que pode ser alcançado pela aplicação de uma solução de contorno. A aplicação

de uma solução de contorno permite que o usuário retorne à interação normal com o

serviço de TI afetado pelo incidente, mantendo-o em operação por meio alternativo,

mas reduzindo o impacto do incidente no desempenho da área-cliente e da

organização (MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

Algumas definições sobre o assunto :

- Incidente: qualquer evento que não faça parte da operação padrão de um

serviço e que causa, ou pode causar, uma interrupção do serviço ou uma redução

da sua qualidade.

- Solução de contorno: método de “desvio” de um incidente ou problema,

através de um ajuste temporário ou de uma técnica.

- Requisição de serviço: incidente que não representa uma falha na Infra-

Estrutura de TI.

O Service Desk é responsável por monitorar o processo de resolução de

todos os incidentes registrados. O Service Desk é o dono de todos os incidentes. Os

incidentes que não podem ser resolvidos imediatamente pelo Service Desk devem

ser direcionados para grupos especializados. A solução ou o trabalho em torno do

incidente deve ser iniciado assim que possível, de forma a restabelecer o serviço o

mais rápido possível ao usuário. Após a resolução, o incidente pode ser fechado

(CCE USP, 2009).

Page 27: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

16

Figura 6: Processo de Gerenciamento de Incidente.

Fonte: CCE USP, 2009.

Um incidente, ao ser tratado pelo processo de Gerenciamento de Incidente,

pode assumir diversos estados ao longo de sua vida. O quadro 1 apresenta uma

proposta de ciclo de vida para um incidente (MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

Page 28: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

17

Quadro 1 – Ciclo de Vida de um Incidente.

ESTADO DESCRIÇÃO

Novo Ao ser registrado, o incidente assume o estado de “novo”.

Aceito Após uma primeira análise e a classificação em relação à sua

prioridade, o incidente passa ao estado de “Aceito”.

Programado O incidente aceito já está “Programado” para atendimento, ou seja,

encontra-se na fila de atendimento, esperando a definição de um

analista para execução do atendimento técnico.

Atribuído O Incidente já foi atribuído a um técnico responsável.

Em

andamento

O trabalho de investigação e diagnóstico da causa do incidente já

foi iniciado.

Em espera O trabalho de investigação e diagnóstico da causa de um incidente

foi interrompido.

Resolvido A solução permanente ou de contorno foi implementada e o serviço

de TI afetado, restabelecido.

Encerrado A equipe da Central de Serviços contatou o usuário que comunicou

o incidente e obteve a confirmação da restauração do serviço de TI.

Fonte: MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007, p.139.

Como todo processo executado na área de TI, o Gerenciamento de Incidente

necessita ser acompanhado pela equipe de Gerenciamento dos Serviços de TI e,

para tanto, há necessidade de definição e geração de um relatório de gestão das

atividades desenvolvidas, permitindo o suporte às atividades de Gerenciamento dos

Serviços de TI, tais como monitoração do progresso, auditorias de atendimento e

planejamento dos serviços (Idem).

4.4.3 Gerenciamento de Configuração

É importante para toda organização controlar os seus meios de produção,

pois eles são a chave para a criação de produtos ou serviços a serem fornecidos

Page 29: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

18

aos clientes, pelos quais se pode criar valor para a organização. Como todos os

demais meios de produção, os da área de TI devem ser controlados e gerenciados

(MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

Principais objetivos segundo o (OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE,

2005) são:

- Contabilizar todos os ativos de TI e configurações dentro da organização e

serviços de TI;

- Prover informações precisas na configuração e nas suas documentações

para suportar todos os outros processos de gerenciamento de serviços;

- Prover uma base sólida para os Gerenciamentos de Incidentes, Problemas,

Mudanças e Liberação;

- Verificar os registros de configuração contra a infra-estrutura e corrigir

qualquer exceção.

O processo de Gerenciamento de Configuração é o responsável pela criação

da base de dados de gerenciamento de configuração (Configuration Management

Database- CMDB), a qual é constituída pelos detalhes dos itens de configuração

(Configuration Items- CIs) empregados para o aprovisionamento e o gerenciamento

dos serviços de TI (MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

Um item de configuração é um componente que faz parte ou está diretamente

relacionado com a infra-estrutura de TI. Um item de configuração pode ser um

componente físico ou lógico, bem como pode também ser composto por outros itens

de configuração. Alguns exemplos de itens de configuração: microcomputadores,

placa de rede, software, manual técnico de um equipamento e procedimentos de

trabalho (Idem).

O grande desafio que as empresas enfrentam atualmente está na definição

dos tipos de informações estratégicas – hardware, software, aplicações,

documentações, processos de negócios, entre outros – que irão compor a base de

dados de configuração (CMDB). Os profissionais de TI acreditam que as maiores

dificuldades na implementação deste gerenciamento estão concentradas no tripé

cultura da empresa, processos e ferramentas (LITCH, 2004).

Para as empresas que se organizarem, objetivando um bom planejamento e

implementação do Gerenciamento de Configurações, os benefícios serão diversos.

Da redução nos índices de incidentes à diminuição dos riscos sobre a interrupção

Page 30: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

19

dos serviços prestados aos clientes, proporcionando a queda dos custos de TI

(Idem).

4.4.4 Gerenciamento de Mudanças

O Gerenciamento de Mudanças é o processo de verificação e aprovação de

pedidos de mudanças, bem como a coordenação de mudanças aprovadas. De

acordo com o ITIL, uma mudança como sendo uma adição, modificação ou remoção

de qualquer item de configuração em uma infra-estrutura de TI.

Através do processo de Gerenciamento de Mudanças todas as

implementações e alterações na infra-estrutura de TI serão analisadas e planejadas

para que se tenha o menor risco e impacto.

Este é um processo considerado pela equipe um tanto quanto burocrático,

pois é aconselhável que a maioria dos erros identificados, antes de serem corrigidos,

sejam filtrados, analisados e testados, para depois serem implementadas as

correções no ambiente de produção. É necessário que haja uma mudança de cultura

e um comprometimento de todos para que o processo funcione, evitando formas de

burlá-lo (BON, 2007).

Normalmente, o Gerenciamento de Mudanças é aplicado em departamentos

de TI que já tenham uma certa maturidade no Gerenciamento de Serviços de TI.

Este processo pode ser implementado isoladamente, mas é importante o apoio do

Gerenciamento de Configuração para dar suporte à avaliação de impacto, indicando

os itens de configuração envolvidos na mudança (BON, 2007).

A Solicitação de Mudança (Request for Change – RFCs) é o ponto de partida

de todo o processo de Gerenciamento de Mudança. Ela consiste da solicitação

inicial da mudança, por parte dos usuários, áreas de negócio e membros das

equipes dos processos de Gerenciamento de Incidente e de Gerenciamento de

Problema, sendo estes dois últimos os principais promotores de mudanças em um

ambiente de infra-estrutura de TI (MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

A figura abaixo ilustra uma proposta de processo de Gerenciamento de

Mudanças para o tratamento de três tipos de mudanças, a saber:

Page 31: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

20

Figura 7 - Processo de gerenciamento de mudança.

Fonte: MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007, p.225.

- Mudança - Padrão: É previamente documentada. Este tipo de mudança não

representa nenhuma ameaça ao ambiente de infra-estrutura de TI. Sua aprovação é

realizada pelo gerente da área responsável pela execução da mudança, ou quem

ele designar. São exemplos de mudança deste tipo: a atualização de hardware e

software na estação de trabalho, a disponibilização de programas para produção, a

configuração de firewall e a alteração de banco de dados (Idem).

- Mudança Normal: Destina-se à implementação de projetos, gerando

alterações na infra-estrutura de TI, as quais podem causar impactos nos serviços de

TI disponibilizados aos usuários, envolvendo hardware, software, elementos de rede,

periféricos e instalações. São exemplos de mudanças deste tipo: a atualização de

uma versão de um determinado software (Idem).

- Mudança Emergencial: É a mudança que não foi previamente solicitada,

mas que necessita ser implementada em caráter de emergência, haja vista os

impactos ao negocio da sua não-implantação. São exemplos de mudanças deste

tipo: alterações que se não realizadas podem fazer com que a organização incorra

Page 32: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

21

em multas contratuais, paralisação nos serviços de TI e manutenção de sistemas em

razão de alterações na legislação pertinente (Idem).

O processo de Gerenciamento de Mudança pode ser dividido em duas partes:

- Recebimento e avaliação da solicitação de mudança - Responsável pelo

recebimento da solicitação de mudança, priorização desta mudança, autorização da

mudança junto ao Comitê de Mudanças e definição de agenda de quando esta

mudança será implementada.

- Implementação da Mudança - Responsável pelas atividades de construção e

acompanhamento, testes e aprovação do produto concluído e aprovado, quando

então é implantado no ambiente de produção.

Alguns benefícios deste processo segundo o (OFFICE OF GOVERNMENT

COMMERCE, 2001):

- Melhor alinhamento dos serviços de TI com o negócio. As mudanças serão

filtradas e priorizadas conforme a sua necessidade para o negócio;

- Aumento da visibilidade dentro das mudanças. Há um controle maior sobre a

execução da mudança;

- Redução de impacto negativo da mudança. A análise de riscos permite

evitar que o serviço fique indisponível devido às falhas;

- Melhor avaliação do custo da mudança. Antes da mudança ser

implementada, deve ser avaliado o seu custo x benefícios;

- Habilidade de absorver um volume maior de mudanças. Como a

implementação do processo, haverá um Gerente de Mudanças que deverá

coordenar todas as mudanças. Além disto, para cada área de mudança,

haverá uma equipe que será convocada para a reunião. Com um processo

definido, ficará mais fácil ter o controle de várias mudanças ao mesmo tempo.

4.4.5 Gerenciamento de Liberação

Com o aumento da complexidade da infra-estrutura de TI e da dependência

das organizações em relação aos serviços de TI, é cada vez mais necessário o

Page 33: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

22

gerenciamento detalhado da liberação de novos softwares e hardwares para uso

pela organização (MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

Este processo dentro do ITIL se preocupa em fornecer um meio estruturado

para o Gerenciamento de Liberação na infra-estrutura a partir do planejamento da

liberação até a instalação de fato (PINHEIRO, 2006).

Liberação (release) é definida como uma mudança significativa na infra-

estrutura de TI de uma organização, a qual pode ser a introdução de novos ICs ou a

atualização (upgrade) dos atuais. Nenhuma outra mudança na infra-estrutura de TI

tem um maior potencial de risco para o negócio e de impacto para a Central de

Serviços que uma liberação. Sendo assim, o processo de Gerenciamento de

Liberação da ITIL prescreve uma abordagem estruturada para o gerenciamento das

liberações relacionadas à infra-estrutura de TI, assegurando que todos os aspectos

relacionados ao negócio e com o lado técnico da liberação serão considerados e

tratados com o mesmo nível de atenção e em conjunto (MAGALHÃES; PINHEIRO,

2007).

O Gerenciamento de Liberação é o processo que “protege” o ambiente de

produção. A proteção vem em forma de procedimentos formais ou testes extensivos

relacionados a mudanças de software ou hardware que estão sendo propostas

dentro do ambiente de produção (OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE, 2005).

Os principais componentes controlados pelo processo de Gerenciamento de

Liberação incluem:

- Aplicações desenvolvidas internamente;

- Softwares comprados;

- Aplicações utilitárias (winzip, acrobat, etc);

- Softwares fornecidos para o uso em sistemas especializados;

- Implementação de hardware e software,

- Instruções e manuais do usuário.

O diagrama abaixo mostra as atividades do Gerenciamento de Liberação e

seus relacionamentos com o Banco de Dados do Gerenciamento de Configuração

(BDGC):

Page 34: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

23

Figura 8: Modelo completo do ITIL Versão 2.0.

Fonte: MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007, p.248.

As atividades descritas na figura acima incluem:

* Planejamento e descrição da Política de Liberação ;

* O projeto , desenvolvimento e configuração das liberações;

* Teste e aprovação das novas liberações;

* Planejamento de implantação das liberações (roll out);

* Comunicação , preparação e treinamento,

* Liberação , distribuição e instalação.

O principal papel no processo de Gerenciamento de Liberação é o do Gerente

de Liberação. Este profissional será o responsável pela definição e a manutenção de

toda a política de liberações e pelo controle das atividades do processo de

Gerenciamento de Liberação. O gerente de liberação deve ter uma grande

experiência técnica e bons conhecimentos sobre os últimos utilitários e ferramentas

de suporte, disponibilizados no mercado (MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

A equipe responsável pelo processo de Gerenciamento de Liberação deverá

receber treinamento técnico sobre as técnicas de desenvolvimento e manutenção de

software, bem como sobre a configuração e instalação de dispositivos de hardware

(Idem).

Realizado em conjunto com os processos de Gerenciamento de Configuração

e Gerenciamento de Mudança, bem como com a execução de testes operacionais, o

processo de Gerenciamento de Liberação traz os seguintes benefícios:

Page 35: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

24

- Redução da taxa de erro no software e no hardware liberados, resultando

em um maior nível de serviço da área de TI para a organização;

- Minimização das interrupções dos serviços de TI sincronizando a liberação

com empacotamento dos ICs dos tipos software e hardware;

- Certeza que o hardware e o software da produção são de boa qualidade( ou

conhecidos);

- Maior capacidade da área de TI e da organização em lidar com altos níveis

de mudança (Idem).

4.4.6 Gerenciamento de Problemas

O processo de Gerenciamento de Problema busca eliminar, de forma

permanente, os problemas e os incidentes repetitivos que afetam a infra-estrutura de

TI e, consequentemente a prestação dos serviços de TI à organização dentro dos

níveis de serviços acordados, com a finalidade de oferecer serviços de TI mais

estáveis e reduzir o impacto sobre a produtividade das áreas cliente e do negócio de

uma forma ampla (MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

Esta área utiliza o registro preciso de incidente com o objetivo de identificar

com exatidão as causas de problemas e identificar tendências (STATDLOBER,

2006).

O processo é focado em encontrar relacionamentos entre os incidentes,

problemas e erros conhecidos. Estas três áreas são chaves a compreender a

“análise da causa raiz”. O princípio básico está em começar com muitas

possibilidades e ir estreitando até encontrar a causa raiz final (OFFICE OF

GOVERNMENT COMMERCE, 2005).

O processo de Gerenciamento de Problemas requer as seguintes entradas:

- Registros de incidentes e detalhes sobre eles;

- Erros conhecidos;

- Informação sobre os ICs a partir do BDGC,

- Informação de outros processos (por exemplo, Gerenciamento do Nível de

Serviço provê informação sobre os prazos a serem cumpridos, o Gerenciamento de

Page 36: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

25

Mudanças provê informação sobre as mudanças recentes que podem ser parte do

erro conhecido).

As saídas do processo são:

- RDM´s (Requisição de Mudanças) para começar o processo de mudança

para resolver os erros conhecidos;

- Informação Gerencial;

- Soluções de Contorno;

- Erros conhecidos,

- Atualização dos registros de problemas e registro de problemas resolvidos

quando o erro conhecido for resolvido (OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE,

2005).

Os benefícios da implementação de um processo de Gerenciamento de

Problema incluem:

- Melhora da qualidade dos serviços de TI - O processo de Gerenciamento de

Problema propicia o incremento rápido da qualidade dos serviços de TI. Um serviço

de TI fidedigno de alta qualidade é bom para os usuários de TI e para a

produtividade e o moral da equipe e de seus provedores de serviços.

- Redução de volume de incidentes - O processo de Gerenciamento de

Problema é o instrumental para a redução da quantidade de incidentes que

interrompem os serviços de TI disponibilizados para o negócio.

- Aumento da eficácia do atendimento de primeiro nível da Central de

Serviços – O Gerenciamento de Problema habilita uma melhor eficácia no

atendimento de primeiro nível da Central de Serviços devido a diminuição da

reincidência de erros na infra-estrutura de TI e uma maior quantidade de soluções

aos incidentes cadastrada na BDEC (MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

Page 37: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

26

4.4.7 Bdgc

A BDGC é uma base de dados que contem todos os detalhes relevantes de

cada IC definido e as relações existentes entre eles importantes para a entrega e o

suporte dos serviços de TI. Seu desenho lógico deve ser feito a partir da definição

do nível de granularidade desejado para o registro dos Itens de Configuração e de

seus atributos. A figura abaixo apresenta um exemplo de detalhamento para Itens de

Configuração do tipo de software, onde se considera válido o registro até o nível de

programas, sendo descartado o registro da BDCG a partir do nível de sub-rotina

(MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

A Entrega do Serviço (Service Delivery) é composta por cinco processos:

1.Gerenciamento do Nível de Serviço (Service Level Management);

2.Gerenciamento da Continuidade dos Serviços de TI (Service Continuity

Management);

3.Gerenciamento Financeiro (Financial Management);

4.Gerenciamento da Capacidade (Capacity Management);

5.Gerenciamento da Disponibilidade (Availability Management).

Page 38: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

27

Figura 9: Processos de entrega de serviços.

Fonte: Adaptado de OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE, 2001.

4.5 ENTREGA DO SERVIÇO (SERVICE DELIVERY)

O livro da ITIL sobre Entrega de Serviços, descreve os serviços de que o

cliente precisa para dar suporte aos seus negócios e o que é necessário para

fornecer esses serviços (BON, 2007).

4.5.1 Gerenciamento do nível de serviço

O Objetivo do processo de Gerenciamento do nível de serviço é manter e

melhorar a qualidade dos serviços de TI, através de um constante ciclo de

aprovação, acompanhamento e elaboração de relatórios destes serviços com a

finalidade de acabar com os serviços ruins. Através deste processo, o

relacionamento entre a TI e o cliente tende a melhorar (OFFICE OF GOVERNMENT

COMMERCE, 2001).

Page 39: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

28

A crescente onda da terceirização na área de TI, associada à própria

maturidade conquistada por este mercado, vem provocando uma nova e benéfica

alteração no relacionamento entre os compradores de tecnologia - no caso, as

organizações das diferentes indústrias e os vendedores de serviços baseados em TI

– organizações fornecedoras de software, hardware e serviços de TI (MAGALHÃES;

PINHEIRO, 2007).

Isso vem ocorrendo por meio da aplicação em contratos e acordos comerciais

do conceito de Acordo de Nível de Serviço (ANS) ou, em inglês, Service Level

Agreement (SLA). Na realidade, pode-se simplificar o ANS como sendo os direitos

dos clientes aplicados às relações entre organizações. Isto é, com o ANS as

organizações tem garantias legais de níveis de desempenho dos serviços de TI

oferecidos e de infra-estrutura por parte de seus fornecedores, o que, na pratica,

significa um grande avanço nas relações entre organizações (cliente-fornecedor) no

mercado de TI (Idem).

Segundo Fitzsimmons (2000), serviço costumava ser o suficiente para

satisfazer a maioria dos clientes. Hoje, porém, algumas empresas de serviços se

diferenciam dos concorrentes oferecendo uma “garantia do serviço”. Ao contrário da

garantia de produto, que promete reparar ou substituir o item defeituoso, garantias

de serviço normalmente oferecem ao cliente insatisfeito reembolso, desconto ou

serviço grátis.

Um benefício oculto gerado pela garantia é o retorno proporcionado pelo

cliente em matéria de informações. Com a garantia, eles têm motivo e incentivo para

conversar com a empresa, em vez de falar apenas com os amigos sobre os

problemas ali enfrentados.

Além de construir uma proclamação de comprometimento da empresa com a

qualidade, a qualidade de serviço focaliza nos funcionários ao definir padrões

explícitos de desempenho e, o que é mais importante, constrói uma base de clientes

fieis (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2000).

Page 40: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

29

4.5.2 Gerenciamento da Continuidade dos Serviços em TI

A maioria das grandes corporações e órgãos públicos governamentais tem

um plano implementado para gerenciar os riscos que podem prejudicar seriamente a

infra-estrutura de TI. As grandes dúvidas giram em torno da abrangência e eficácia

do plano. É preciso ter um plano que permitirá à equipe recuperar os dados e

aplicativos dentro do período de tempo aceitável se um incidente atingir as

operações de TI. É preciso ter os processos para garantir a execução eficaz do seu

plano. E é preciso testar o plano para garantir que ele protegerá adequadamente a

sua infra-estrutura de TI (SYMANTEC, 2009).

As interrupções nos serviços de TI, curtas ou prolongadas, sempre afetam os

negócios provocando impactos muitas vezes irreversíveis. Um dos maiores desafios

dos executivos é garantir a continuidade de seus negócios independentemente do

tipo de evento que possa ocorrer. Assim, para garantir a continuidade dos negócios,

as organizações podem e devem adotar o planejamento da continuidade de

negócios (MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

4.5.3 Gerenciamento Financeiro

O Mundo da TI mudou, e novos desafios são vislumbrados para as áreas de

TI. As áreas de TI vêem-se na necessidade de dirigir toda a sua atividade com uma

orientação para o negócio. Do mesmo modo, a forma de gerir os ativos de TI tem de

ser levada a cabo a partir deste mesmo enfoque. Muito se tem falado a respeito de

alinhar a estratégia de TI à de negócios das organizações. Mas o que significa de

fato e como pôr em prática são questões ainda não muito bem respondidas.

Essencialmente, o alinhamento das estratégias significa aderência dos

investimentos e gastos em TI em face do valor que eles agregam aos negócios de

uma instituição (MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

A partir desta perspectiva, o sucesso das atividades de TI passa a ser

avaliado pela contribuição que os gastos e investimentos realizados oferecem a

empresa. Obter alinhamento significa desenvolver habilidades para levar a efeito

Page 41: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

30

estudos de viabilidade e práticas de gerenciamento de custos, o que, a princípio,

parece ser uma tarefa simples, mas, na prática, tem sido uma atividade que envolve

extremo desafio (Idem).

Um gerenciamento financeiro saudável e responsável está no âmago do

sucesso dos negócios (MICROSOFT, 2009).

4.5.4 Gerenciamento da Capacidade

O processo de Gerenciamento da Capacidade é responsável por assegurar

que a capacidade da infra-estrutura de Tecnologia da Informação (TI) atenda à

demanda pelos serviços de TI da organização, permitindo sua expansão, de modo

apropriado em termos de custo e prazo.

O processo de Gerenciamento de Capacidade compreende:

- Monitoramento de desempenho e da capacidade de atendimento dos

serviços de TI e dos componentes de infra-estrutura de TI que suportam os serviços

de TI;

- Atividades de ajuste no sentido de fazer uso mais eficiente dos recursos

existentes na infra-estrutura de TI;

- Produção de um Plano de Capacidade que habilite a área de TI a prover os

serviços de TI no nível de desempenho estabelecido nos Acordos de Nível de

Serviço celebrados com as áreas de negócio (MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

4.5.6 Gerenciamento da Disponibilidade

O processo de Gerenciamento de Disponibilidade tem por objetivo otimizar a

capacidade da infra-estrutura de TI e ajudar esta área a entregar um nível

sustentando de disponibilidade a um custo aceitável que permita satisfazer os

objetivos do negócio, propiciando às organizações a plena utilização dos recursos

da infra-estrutura de TI.

Page 42: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

31

O objetivo do processo de Gerenciamento de Disponibilidade é alcançado

pela determinação dos requisitos de disponibilidade necessários ao negócio e

confrontando estes requisitos com a capacidade da infra-estrutura de TI e da sua

área em prover o nível adequado de suporte. Nos pontos em que houver um

desequilíbrio entre os requisitos de disponibilidade e a capacidade de atende-los, o

processo de Gerenciamento de Disponibilidade proporá alternativas ao negócio e

evidenciará os custos correspondentes a cada alternativa proposta.

O processo de Gerenciamento de Disponibilidade deve assegurar que se

proporcione o nível de serviço requerido de disponibilidade, de acordo com a

estrutura de serviços de TI. A medida e a monitoração da disponibilidade dos

serviços de TI são uma atividade-chave para assegurar que se alcancem de forma

consistente os níveis de disponibilidade requeridos.

O processo de Gerenciamento de Disponibilidade deve buscar

constantemente a otimização da disponibilidade da infra-estrutura de TI e da sua

área, a fim de proporcionar melhoras de disponibilidade de custo efetivo que possam

entregar benefícios evidenciados ao negócio e aos usuários (MAGALHÃES;

PINHEIRO, 2007).

Page 43: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

32

5 MÉTODO

5.1 Sujeitos

Foram convidados a participar deste estudo, profissionais da área da

Tecnologia da Informação de algumas empresas sediadas na região do grande ABC

Paulista. A amostra teve 19 sujeitos de ambos os sexos, sendo que 14 eram do sexo

masculino e 5 do sexo feminino, com idade mínima de 19 anos e máxima de 42

anos com uma média de 26,79 anos e desvio padrão de 5,463 anos. O tempo médio

de empresa dos profissionais foi de mínimo 6 meses e máxima de 108 meses com

uma média de 32,53 meses e desvio padrão de 23,79 meses.

Figura 10 - Distribuição dos Sujeitos segundo a Área de Trabalho

Page 44: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

33

5.2 Materiais

Para o levantamento dos dados necessários à realização deste estudo foi

elaborado um questionário com 15 questões fechadas, sendo em sua grande

maioria, questões de múltiplas alternativas (ver apêndice A).

5.3 Procedimentos

Os sujeitos desta pequisa foram contatados por e-mail, respondendo o

questionário e devolvendo o mesmo no prazo médio de duas semanas.

Page 45: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

34

6 RESULTADOS

Os resultados foram tabulados e sumarizados em tabelas de distribuição de

frequência, como segue abaixo:

Tabela 1 - Profissionais Certificados por departamento.

Número de profissionais F F% F% Acum

1-5 3 15,8 15,8

5-10 8 42,1 57,9

10-15 3 15,8 73,7

15-20 5 26,3 100,0

Total 19 100,0

Tabela 2 - Benefícios Agregados com a implantação do ITIL.

F F% F% Acum.

Melhor resposta às demandas e mais

focada nos objetivos Corporativos

7 36,8 36,8

O gerenciamento de TI permitiu

maior controle e as mudanças se

tornaram mais fáceis de gerenciar

6 31,6 68,4

Redução de custos. 2 10,5 78,9

Ofereceu um foco na conexão com

muitas outras funções e processos

externos ao domínio do

gerenciamento de serviços em TI.

4 21,1 100,0

Total 19 100,0

Page 46: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

35

Tabela 3 – Houve redução de custo de TI após a implantação.

F F% F% Acum.

Não 5 26,3 26,3

Parcialmente 2 10,5 36,8

Sim 12 63,2 100,0

Total 19 100,0

Tabela 4 - Situação de risco devido à falhas no gerenciamento dos serviços.

F F% F% Acum.

Sim 19 100,0 100,0

Tabela 5 - Quantos minutos o serviço ficou indisponível.

N Mínimo Máximo Média Desvio padrão

Serviço Indisponível 19 5 60 20,16 13,268

Page 47: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

36

Tabela 6 - Dificuldades que a equipe enfrenta no dia-a-dia no Service Desk.

F F% F% Acum.

Falta de alinhamento dos processos

com os integrantes da equipe

10 52,6 52,6

Informações encaminhadas através

de e-mail dificultando o

armazenamento organizado para

futuras pesquisas referentes ao

assunto solicitado

1 5,3 57,9

Falta de comunicação e/ou reuniões

entre liderança e funcionários da

equipe

8 42,1 100,0

Total 19 100,0

Tabela 7 – Os níveis de acordo de serviço (SLA) estão sendo cumpridos?

F F% F% Acum.

Um Pouco 3 15,8 15,8

Parcialmente 6 31,6 47,4

Totalmente 10 52,6 100,0

Total 19 100,0

Tabela 8 – Número de profissional certificado

F F% F % Acum

Sim 10 52,6 52,6

Não 9 47,4 100,0

Total 19 100,0

Page 48: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

37

Tabela 9 - Redundância para continuidade das solicitações de funcionários

F F% F% Acum

Sim 19 100,0 100,0

Tabela 10 - Dificuldades enfrentadas na implantação do ITIL na empresa

F F% F % Acum

Informações e funções distribuídas

de maneira errada.

9 47,4 47,4

Prazos e níveis de serviços

acordados com o cliente não foram

cumpridos devido a falhas da equipe.

5 26,3 73,7

Outra 5 26,3 100,0

Total 19 100,0

Tabela 11 – Tempo que durou em média a implantação de cada processo em

meses

N Mínimo Máximo Média Desvio padrão

Tempo de Implementação 19 3 16 7,11 3,462

Page 49: Monografia_Daniel Vieira Ros.pdf

38

7 CONCLUSÃO

O objetivo desse trabalho foi o de verificar a aplicação do ITIL em algumas

empresas da região do ABC Paulista. Por meio do questionário foi possível fazer um

levantamento de como o ITIL está sendo aplicado, quais foram os benefícios

agregados, quantidade de profissionais certificados nos departamentos e também

um dos itens mais importantes que as empresas buscam hoje em dia: a redução de

custos de TI.

Neste estudo, dos 19 sujeitos que participaram da pesquisa, apenas 10

possuíam certificação (tabela 8).

Analisando os resultados obtidos conforme mostra a tabela 1, conclui-se que

a quantidade de profissionais certificados que trabalham nas empresas podem variar

de 1-5 a 15-20 por departamento.

Os principais benefícios agregados com a implantação do ITIL nas empresas

ficaram classificados da seguinte maneira, de acordo com a tabela 2:

1 ) O gerenciamento de TI permitiu um maior controle e as mudanças se

tornaram mais fáceis de gerenciar;

2 ) Melhores respostas às demandas e maior foco nos objetivos corporativos.

Todos os sujeitos já presenciaram situações de risco, devido à falha no

gerenciamento dos serviços, conforme mostra a tabela 4. Já na tabela 5, é possível

ver que o tempo médio que um serviço ficou indisponível para o cliente foi de 20,16

minutos, o tempo mínimo ficou em 5 minutos e o máximo chegou à 1 hora.

Em relação aos níveis de acordo de serviço (SLA), 10 Sujeitos responderam

que conseguem atingir totalmente o acordo, 6 disseram que esse nível de serviço é

parcialmente cumprido e 3 responderam que cumprem um pouco, conforme a tabela

7.

Quanto as dificuldades enfrentadas na implantação do ITIL nas empresas, 9

sujeitos disseram que as informações e funções são distribuídas de maneira errada;

prazos e níveis de serviço acordados com o cliente não são cumpridos devido as

falhas da equipe, de acordo com a tabela 10. O tempo médio que durou para a

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implantação de cada processo escolhido, ficou em 7 meses. Conforme mostra a

tabela 11, é possível ver o tempo mínimo e o máximo.

Outra análise importante são as dificuldades que a equipe de Service-Desk

enfrenta no dia-a-dia. Entre os sujeitos que participaram, 10 responderam que a falta

de alinhamento nos processos de atendimento com os integrantes da equipe

acabam prejudicando toda a equipe, segundo dados da tabela 6.

Sobre a redundância para continuidade das solicitações de funcionários,

todos os sujeitos disseram que existe outra forma de dar continuidade nas

solicitações ao Service Desk, apresentado pela tabela 9.

De acordo com o gráfico na figura 10, a área de maior atuação dos 19

Sujeitos ficou no Service Desk, e em segundo lugar, o Gerenciamento de Incidentes.

Portanto o Service Desk tem uma função muito importante dentro de uma

organização, sendo o principal ponto de contato para o cliente, usuário, terceiros e

outras áreas de TI, conforme descrito na revisão da literatura.

A redução de custos é um dos fatores mais importante para todas as

empresas. E neste estudo, 12 dos sujeitos entrevistados, comprovaram que foi

possível reduzir os custos de TI, implementando a metodologia ITIL, conforme pode

ser observado na tabela.

Depois que as organizações decidem implementar o Gerenciamento de

Serviços de TI utilizando as melhores práticas reunidas na ITIL, elas raramente

sabem por onde começar. Normalmente, fizeram seu trabalho de casa e entendem

de maneira geral as responsabilidades previstas em cada um dos 10 processos de

Service Delivery e Service Support.

Também é provável que tenham completado uma avaliação de maturidade de

processos, indicando onde estão seus focos de problemas e quantidade de trabalho

que precisa ser feito. Mas começar a evolução em qualquer área de TI pode ser um

grande desafio, especialmente para um consultor contratado para implementar o

ITIL em um cliente. Aqui estão quatro critérios avaliados antes de se escolher por

onde começar a realização do projeto de implementação das práticas reunidas na

ITIL (MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007):

- Alinhamento com a estratégia do negócio

- Reflexo na satisfação dos clientes da área de TI

- Redução do custo da área de TI

- Impacto no curto-prazo

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Levando em consideração todas as informações citadas acima, a ITIL é um

conjunto diversificado de práticas. Apesar dos processos de Service Support e

Service Delivery serem similares e relacionados, alguns deles podem ser vistos

como base para outros. Os resultados de uma avaliação de maturidade nos

processos de TI são o ponto de partida. De acordo com a ITIL, entender os

relacionamentos destes processos com o objetivo estratégico da organização ajuda

a escolher a ordem correta da implementação dos processos descritos nas melhores

práticas reunidas na ITIL (Idem).

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41

REFERÊNCIAS

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42

MICROSOFT. Solução de gerenciamento financeiro. Disponível em: < http://www.microsoft.com/brasil/dynamics/businessneeds/financialmanagement.mspx> acesso em: 5 mai.2009 OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE. Itil for service support . 12.ed. Londres: Stationery Office Bo, 2005. OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE. Itil for service delivery . Londres: Stationery Office Bo, 2001. PINHEIRO, F. R. Fundamentos em gerenciamento de serviços em TI base ado no ITIL . 2006 ROSINI, A. M. Administração de sistemas de informação e gestão do conhecimento. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. SYMANTEC. Gerenciamento da continuidade dos serviços de TI: Visão Geral. Disponível em: < http://www.symantec.com/pt/br/business/services/overview.jsp?pcid=consulting_services&pvid=it_services_continuity_management > acesso em: 05 mai. 2009. STATDLOBER, J. Help desk e SAC com qualidade. Rio de Janeiro: Brasport, 2006. TURBAN, E.; JUNIOR, R. K. R.; POTTER, R. E. Administração da tecnologia da informação : teoria e prática. Rio de Janeiro: Campus, 2005. VIEIRA, M. F. Gerenciamento de projetos de tecnologia da informaç ão. 2.ed. Rio de Janeiro: Campus, 2007.

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Apêndice A- Modelo de questionário utilizado na pesquisa

1- Sexo: [ ] Masculino [ ] Feminino

2- Idade: __________anos.

3- Trabalha a quanto tempo na empresa? _____anos ____ meses.

4- Quantos profissionais certificados trabalham no departamento? [ ] 1-5 [ ] 5-10 [ ] 10-15 [ ] 15-20 [ ] Mais de 20

5- Com a implantação do ITIL quais foram os benefícios agregados para

empresa? [ ] Melhor resposta às demandas e mais focada nos objetivos Corporativos. [ ] O gerenciamento de TI permitiu maior controle e as mudanças se tornaram mais fáceis de gerenciar. [ ] Redução de custos. [ ] Ofereceu um foco na conexão com muitas outras funções e processos externos ao domínio do gerenciamento de serviços em TI. [ ] Outro: ____________________________________________

6- Conseguiram reduzir o custo dos serviços de TI após a implantação? [ ] Sim [ ] Parcialmente [ ] Não

7- Já presenciou alguma situação de risco devido à falhas no gerenciamento dos

serviços? Em caso positivo, responda também a pergunta 8. [ ] Sim [ ] Não

8- Quantos dias/horas ou minutos o serviço ficou indisponível para o cliente? Última vez que presenciou a situação. Mais ou menos .

___________ dias ________horas _________ minutos.

9- Quais são as dificuldades que a equipe enfrenta no dia-a-dia no Service

Desk? [ ]Falta de alinhamento dos processos com os integrantes da equipe.

[ ]Informações encaminhadas através de e-mail dificultando o armazenamento organizado para futuras pesquisas referentes ao assunto solicitado. [ ]Falta de comunicação e/ou reuniões entre liderança e funcionários da equipe.

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[ ] Outra: ________________________________________________

10- Acordo de nível de serviço (SLA) está sendo cumprido com o cliente? [ ] Totalmente [ ]Parcialmente [ ]Um Pouco [ ]Nada

11- Você é um profissional certificado? [ ] Sim. [ ] Não.

12- Com a Central de Serviço indisponível, existe alguma redundância para

continuidade das solicitações de funcionários? [ ] Sim. [ ] Não.

13- Quais foram as dificuldades enfrentadas na implementação do ITIL na

empresa? [ ] Dificuldade na contratação de mão de obra qualificada. [ ]Informações e funções distribuídas de maneira errada. [ ] Prazos e níveis de serviços acordados com o cliente não foram cumpridos devido a falhas da equipe. [ ]Outra: _______________________________________________.

14- Quanto tempo durou em média a implantação de cada processo mais ou

menos? Escolha uma opção da pergunta número 15 para responder: _______________________ processo. _______________anos ________________ meses. 15- Trabalha atualmente em alguma área abaixo? [ ] Service Desk [ ] Gerenciamento de Incidente [ ] Gerenciamento de Configuração [ ] Gerenciamento de Mudança [ ] Gerenciamento de Liberação [ ] Gerenciamento de Problema [ ] Nda