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Período 1:Introdução
Recuperação de Informação:
Definição
Calvin Northrup Mooers1919 - 1994
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DefiniçãoRecuperação de informação é o nome dado ao processo
ou método pelo qual um potencial usuário de
informação é capaz de converter a sua necessidade
de informação em uma lista real de citações a
documentos em um acervo contendo informações úteis
para ele.
[...]
Recuperação de informação abrange os aspectos
intelectuais da descrição da informação e sua
especificação para a busca, e também quaisquer
sistemas, técnicas ou máquinas que são utilizadas para
realizar a operação.
[...]
O assunto de cada documento ou outra unidade de
informação é caracterizado ou descrito por meio de
um conjunto de "descritores“ tirado de um
vocabulário formal de tais termos. Uma “lista de
cabeçalho de assuntos” remeterá a uma aproximação
grosseira do seu significado.
(MOOERS, 1951, p.25)
Definição
� Recuperar informação consiste em identificar, em um conjunto de documentos, quais atendem à uma determinada necessidade de informação do usuário.
� Envolve:◦ um acervo documental;
◦ pessoas que buscam por documentos relevantes para satisfazer suas necessidades de informação.
� Implica em operar seletivamente um estoque de informação◦ processos difíceis de serem formalizados
� A utilização de recursos computacionais nessa tarefa parte de inevitáveis simplificações teóricas e de adequações de conceitos subjetivos◦ relevância
◦ necessidade de informação
◦ informação
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Definição
� A recuperação de informação se efetiva por meio da comparação entre as representações dos documentos de um acervo e a representação da necessidade de informação do usuário que busca por documentos que venham a atender tal necessidade.
� Um documento é recuperado se a sua representação coincidir total ou parcialmente com a representação da necessidade do usuário.
� Cada documento é representado por um conjunto de termos (termos de indexação) que têm como objetivo sintetizar o seu conteúdo informacional.
� O usuário que traduz a sua necessidade por meio da especificação de um conjunto de termos (termos de busca).
Meio Ambiente da Recuperação da Informação
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Língua e Linguagem
Chamamos “língua” um sistema programado em nosso cérebro que, essencialmente, estabelece uma relação entre os esquemas mentais que formam nossa compreensão do mundo e um código que os representa de maneira perceptível aos sentidos. Os seres humanos utilizam um grande número de tais sistemas (“línguas”), que diferem em muitos aspectos e também se assemelham em muitos outros aspectos.
[...]
(PERINI, 2010)
Língua e Linguagem
O sistema em questão é de uma complexidade extrema: compreende regras (de pronúncia, de formação de palavras, de formação de frases, de relacionamento das formas com os significados), itens léxicos (palavras e morfemas, com suas propriedades gramaticais e seus significados), expressões idiomáticas (como pisar na bola) e clichês (como ficar sem fala).
(PERINI, 2010)
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Analógico x Digital
Na sociedade contemporânea o processo de digitalização expande-se a velocidades crescentes com pretensão de universalidade. Afirma-se até mesmo que vivemos em um mundo digital, no qual se instaura a vida digital.
O caráter eminentemente informático desse processo se articula com a concepção de que o germe de todo conhecimento e poder é a informação, devidamente organizada armazenada e, enfim, distribuída.
(TENÓRIO, 1998, p.1)
Analógico x Digital
Binária, a informática? Sem dúvida, em um certo nível de funcionamento de seus circuitos, mas faz tempo que a maioria dos usuários não mais tem qualquer relação com esta interface. Em que um programa de hipertexto ou de desenho é ‘binário’?
(LÉVY, 1993, p.102)
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Vídeo
Suporte Técnico
As interfaces da Escrita(LÉVY, 1993)
� A impressão à primeira vista é sem dúvida um operador quantitativo, pois multiplica as cópias.
� Mas representa também a invenção, em algumas décadas, de uma interface padronizada extremamente original: página de título, cabeçalhos, numeração regular, sumários, notas, referências cruzadas.
� Todos esses dispositivos lógicos, classificatórios e espaciais sustentam-se uns aos outros no interior de uma estrutura admiravelmente sistêmica.
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Livro
� Segmentação do saber em módulos;
� Páginas uniformemente numeradas;
� Sumários e índices;
� Exame rápido do conteúdo;
� Acesso não linear e seletivo ao texto;
� Conexões a outros escritos (bibliografia)
Livro
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Jornal
� Adaptados a uma atitude de “atenção flutuante”;
� No território quadriculado do livro precisamos de índices, sumários, etc.
� O leitor do jornal realiza diretamente uma navegação a olho nu;
� As manchetes chamam a atenção, dando uma primeira ideia, pinçam-se aqui e ali algumas frases, uma foto e, de repente, encontramos algo que nos atrai.
Jornal
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Revista
Computador
� Pacote terrivelmente redobrado, com pouquíssima superfície que seja diretamente acessível em um mesmo instante. A manipulação deve então substituir o sobrevoo.
� Ferramentas◦ Tela gráfica;
◦ Representação icônica (figurada) das estruturas de informação e dos comandos;
◦ Uso do mouse, permitindo agir sobre o que ocorre na tela;
◦ Menus que mostram as operações que se pode realizar;
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Informação
� Shannon e Weaver (1949, p.3) definem informação como:
O que acrescenta algo a uma representação [...] Recebemos informação quando o que conhecemos se modifica. Informação é aquilo que logicamente justifica alteração ou reforço de uma representação ou estado de coisas.
� Esta definição, base da Teoria da Informação, foi fundamental na construção dos primeiros computadores eletrônicos.
Teoria Matemática da Comunicação(Teoria da Informação)
Estou bem
País 1
País 2Estou bemEstou malMeu fim está próximo
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Informação
� Segundo Ruyer, (1972, p. 3):A palavra ’informação’, em seu sentido usual, parece comportar, necessariamente, um elemento de consciência e de sentido. [...] A informação, no sentido habitual do termo, é a transmissão a um ser consciente de uma significação, de uma noção, por meio de uma mensagem com base em um suporte espaço-temporal: imprensa, mensagem telefônica, onda sonora, etc.
Informação
� Xifra-Heras, 1974 (p. 26)◦ Sem dúvida, informar é dar uma forma ou um
suporte material a uma vivência pessoal ou a uma imagem mental do emissor; mas não é só isso. O suporte ou forma necessita de associar-se a uma série de signos ou símbolos convencionais que objetivem tal forma, de modo a torná-la transmissível. O sujeito ativo transforma a imagem mental formalizada (mensagem) numa série de signos (codificação) que se transmitem para serem decifrados e interpretados pelo sujeito receptor.
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Informação e linguagem
� Segundo Berlo (1997, p. 170)
◦ A linguagem é um sistema e compreende
elementos e estruturas. Como em qualquer sistema,
podemos definir as unidades elementares e estruturais
em muitos níveis, conforme o objetivo. Em qualquer
nível, todavia, a linguagem abrange um conjunto de
símbolos (vocábulos) e métodos expressivos de
combinar essas unidades (sintaxe).
Informação e comunicação
� Rector e Neiva (1995, p. 12)◦ A comunicação não é um termo e conceito isolado, mas
precisa ser considerado juntamente com informação e significação. Comunicação só é possível gerada pela informação e esta se supõe (e implica) que seja significativa.
� Wurnan (1991, p.138)◦ A informação é a matéria-prima que alimenta
toda a comunicação, pois a motivação básica de qualquer comunicação está em transmitir de uma mente para outra algo que será recebido como informação nova.
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Informação e conhecimento
� Araújo (2002, p. 13)◦ [...] quando se afirma que existe uma relação entre informação e
conhecimento e que estes elementos podem provocar transformações nas estruturas, estamos nos baseando na ideia de que o nosso estado (ou nossos estados) de conhecimento sobre determinado assunto, em determinado momento, é representado por uma estrutura de conceitos ligados por suas relações; isto é, a nossa imagem do mundo, ou nossa visão de mundo. Quando constatamos uma deficiência ou uma anomalia desse(es) estado(s) de conhecimento, encontramo-nos em estado anômalo de conhecimento. Ao tentarmos obter uma informação ou informações que corrigirão essa anomalia, criaremos um novo estado de conhecimento, que uma vez aplicado a determinada situação problemática, pode provocar uma nova situação ou uma transformação de estruturas.
Informação como coisa
� Buckland (1991) identifica três principais usos do termo “informação”:◦ Como processo - o ato de informar ou a comunicação do
conhecimento ou notícias sobre um fato ou ocorrência;
◦ Como conhecimento - o que é percebido pela informação enquanto processo, o conhecimento comunicado. Sua principal característica é a intangibilidade;
◦ Como coisa - aquilo que é visto como informativo: objetos, documentos, textos, dados ou eventos. A sua principal característica é a tangibilidade, sua materialidade.
� A “informação como coisa” possui papel fundamental em sistema de recuperação de informação.
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Informação como coisa
� McGarry (1999, p. 11)� [...] a informação deve ser ordenada, estruturada ou
contida de alguma forma, senão permanecerá amorfa e inutilizável. [...] A informação deve ser representada para nós de alguma forma, e transmitida por algum tipo de canal. [...] a informação documentária pode estar contida em qualquer coisa que uma pessoa escreva, componha, imprimam desenhe ou transmita por meios similares.
� Martínez Comeche (1998, p. 58)� [..] a informação apoia-se em um suporte,
independentemente do seu tradicionalismo milenar, visto que qualquer mensagem precisa de um suporte para ser transmitida, premissa básica para sua “utilidade informativa
A Ciência da Informação
Harold Borko1922 - 2012
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Ciência da Informação
� A Revolução Industrial;
� Novas invenções se seguiram durante o século XIX, a maioria delas ligadas à transmissão de informação.◦ 1820 - desenvolvimento da fotografia
◦ 1840 - John Benjamin Dancer combinou a fotografia com a microscopia e se tornou o pioneiro da microfotografia e da microfilmagem.
◦ 1843 - Alexander Bain patenteou o primeiro aparelho de fax da história.
◦ 1876 - Alexander Graham Bell patenteou o seu telefone.
◦ 1877 - Thomas Edison criou a primeira máquina de gravar sons e em 1879 projetou a lâmpada elétrica.
� Início do século XX - Paul Otlet apresenta o termo “Documentação”
� Em sua obra Paul Otlet mostra-se interessado em toda novidade tecnológica que permita condensar e organizar a informação de acordo com suas necessidades e objetivos
Ciência da Informação
Paul Otlet
Vannevar Bush
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Ciência da Informação
Disciplina que investiga as propriedades e o comportamento da informação, as forças que regem o fluxo da informação e os meios de processamento da informação para acessibilidade e usabilidade ótimas. Está relacionada com o corpo de conhecimento que abrange a origem, coleta, organização, armazenamento, recuperação, interpretação, transmissão, transformação e utilização da informação. Isto inclui a investigação das representações da informação nos sistemas naturais e artificiais, o uso de códigos para a transmissão eficiente de mensagem, e o estudo dos dispositivos e técnicas de processamento de informação tais como computadores e seus sistemas. É uma ciência interdisciplinar derivada de e relacionada a vários campos tais como matemática, lógica, linguística, psicologia, tecnologia da computação, pesquisa operacional, artes gráficas, comunicações, biblioteconomia, administração e outros campos similares. Possui um componente de ciência pura, que investiga o assunto sem considerar suas aplicações, e um componente de ciência aplicada, que desenvolve serviços e produtos. (BORKO, 1968, p. 3).
Ciência da Informação
� [...] a Ciência da Informação é um campo dedicado às questões científicas e à prática profissional voltadas para os problemas da efetiva comunicação do conhecimento e de seus registros entre os seres humanos, no contexto social, institucional ou individual do uso e das necessidades de informação. No tratamento destas questões são consideradas de particular interesse as vantagens das modernas tecnologias informacionais.
(SARACEVIC, 1996, p. 47)
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A Ciência da Computaçãoe sua relação com aCiência da Informação
Ciência da Computação
� Denning et al (1989, p. 12)[…] o estudo sistemático de processos algorítmicos quedescrevem e transferem informação: sua teoria, análise,projeto, eficiência, implementação e aplicação. A questãofundamental de toda a computação é: ‘O que pode ser(eficientemente) automatizado.
� Fonseca Filho (1999, p. 13)[...] um corpo de conhecimento formado por uma infraestrutura conceitual e um edifício tecnológico onde se materializam o hardware e o software. A primeira fundamenta a segunda e a precedeu.
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Information Retrieval
� Termo criado em 1951 por Calvin Mooers:Recuperação de informação é o nome para o processo ou método pelo qual um potencial usuário de informação é capaz de converter a sua necessidade de informação em uma lista de citações a documentos armazenados contendo informações úteis a ele. [...]. Recuperação da informação abrange os aspectos intelectuais da descrição das informações e sua especificação para a busca, e também qualquer sistema, técnica ou máquinas que são utilizadas para realizar esta operação. Recuperação da informação é crucial para documentação e organização do conhecimento (Mooers, 1951, p. 25).
Information Retrieval
� A Recuperação de Informação se firmou como uma área de pesquisa autônoma no seio da Ciência da Computação, com um acelerado desenvolvimento.
� Para Saracevic (1999), a Recuperação de Informação pode ser considerada a vertente tecnológica da Ciência da Informação e é resultado da relação desta com a Ciência da Computação.
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Informação x Computação
Ciência da Informação
Ciência da Computação
Recuperação de Informação
Sugestão de Leituras
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Sugestão de Leituras
� SARACEVIC, T. RELEVANCE: A Review of and a Framework for the thinking on the Notion in InformationScience. Journal of the American Society for Information Science, nov-dec, 1975.
� MIZZARO, Stefano. Relevance: the whole history. Journal of the American Society for Information Science, v.48, n.9, 1997
Referências
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Referências
� ARAÚJO, E. A. de. O fenômeno informacional na Ciência da Informação: abordagem teórico-conceitual. In: CASTRO, C. A. (Org.). Ciência da Informação e Biblioteconomia: múltiplos discursos. São Luís: EDFMA; EDFAMA, 2002. p. 11- 34.
� BERLO, D. K. O processo da comunicação: introdução à teoria e à prática . 8ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
� BORKO, H. Information Science: What is it? American Documentation, v. 19, n. 1, 1968. p.3-5.
� BUCKLAND, M.K. Information as thing. Journal of the American Society of InformationScience, v.42, n.5, 1991. p.351-360.
� DENNING, P.J. et al. Computing as a discipline. Communication of the ACM, v. 32, n. 1, 1989. p.9-23.
� FONSECA FILHO, C. História da computação: teoria e tecnologia. São Paulo: LTr, 1999.
� LÉVY, Pierre. As tecnologias da Inteligência. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993.
� MARTÍNEZ COMECHE, J. A. El documento y las nuevas tecnologias: hacia una definición integradora. Investigación Bibliotecológica, v. 12, n. 25, p. 51-63, jul./dic. 1998.
� McGARRY, K. O contexto dinâmico da informação: uma análise introdutória. Brasília: Briquetde Lemos, 1999.
� MOOERS, C. Zatocoding applied to mechanical organization of knowledge. American Documentation, v.2, n.1, 1951, p.20-32.
Referências
� PERINI, Mário A. Sobre língua, linguagem e Linguística: uma entrevista com Mário A. Perini. ReVEL, v.8, n.14, 2010.
� RECTOR, M.; NEIVA, E. (Org.) Comunicação na Era Pós Moderna. 2º ed. Petrópolis: Vozes, 1995.
� RUYER, R. A cibernética e a origem da informação. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1972.
� SARACEVIC, T. Ciência da informação: origem, evolução e relações. Perspectivas em Ciência da Informação, v.1, n.1, 1996, p.41-62.
� SARACEVIC, T. Information Science. Journal of the American Society for InformationScience, v.50, n.12, 1999, p.1051-1063.
� SHANNON, C. ; WEAVER, W. The MathematicalTheory of Communication. University ofIllinois Press, 1949.
� TENÓRIO, R.M. Cérebros e Computadores: a complementariedade analógico-digital na informática e na educação. São Paulo: Escrituras Editora, 1998.
� WURMAN, R. S. Ansiedade de informação: como transformar informação em compreensão. São Paulo: Cultura, 1991.
� XIFRA-HERAS, J. A informação: análise de uma liberdade frustrada. Rio de Janeiro: Lux; São Paulo: EDUSP, 1974.