Na Tribuna do Trapo

-Tragam o nº 201. Ordenou o “juiz” com voz seca. O guarda prontamente obedeceu trazendo um jovem miúdo que chorava “ me dê mais tempo, me dê mais temp...”

-Tolo!! Acha que tenho um tostão a perder com você? Trouxe as 100 moedas de ouro? Óbvio que não! Meu tempo vale ouro e sua vida toda não valeria nem 1 tostão ... levem-no ao calabouço e me tragam o n°202! E assim foi, gritos foram ouvidos mas, logo um rapaz de porte médio e rosto tímido se prostrou em frente ao juiz. Que pensou “tá aí alguém que vale a pena humilhar”

-Tsc... Que trabalho, que dia... Tudo igual! Lidar com uns pobretões dá na mesma! “Meu filho está morrendo!” “Minha mulher está doente!” “Mais tempo! Mais tempo!” queixava-se o feitor, ahh! Finalmente o último

-Meu jovem vejo que você cometeu um crime terrível você desacatou meus oficiais chamando-nos de “tropa do trapo” Eu seria esse trapo? Que se supõe que seja isso ? Lançá-lo no calabouço com molho de carne e cães esfomeados seria pouco para você!!! Disse o juiz de forma intimidadora.

-Na verdade quis dizer que estou “vazando” para um exército tão cruel e corrupto! Disse o jovem com uma sinceridade que fez o juiz questionar sua sanidade.

- Como é ? Você vê esse tribunal ao seu redor? Isso é meu!! Aqui se reúnem todos os lixos e traidores da igreja aos pobres nada pode superar o poder do meu dinheiro eu não posso ser atingido e nem derrotado! Agora quais são suas ultimas palavras ?

-Não será pelo senhor que serei julgado e apesar de derrotado não serei silenciado pois aquele que com dinheiro roubas direitos alheios aos seus próprios já não mais pode resguardar ! O jovem virou-se de costas e andou em direção ao calabouço deixando um juiz perplexo para trás !

E assim ele o fez em apa, epa, ipa, opa e upa

voltar