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NELSON BRAZILIO DE LIMA

CURSO UFABC-ENFF: Introdução à Realidade Brasileira

Monografia

“SUBDESENVOLVIMENTO & DEPENDÊNCIA”

Projeto

1) TCC - curso extensão UFABC/ENFF-2011; 2) Será transformado em publicação pelo “IEPD” Instituto

Evolucionista-Santo André, como suporte educacional, informativo e de pesquisa. Utilização nas atividades formativas com a comunidade e principalmente para trabalhadores.

SANTO ANDRÉ- 26/11/2011

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Sumário

1) PREÂMBULO

2) JUSTIFICATIVA DO TEMA

3) OBJETIVO

4) METODOLOGIA

5) CRONOGRAMA

6) ARGUMENTAÇÃO

A) - DEPENDÊNCIA COMO FATOR “TÁTICO”

B) - SUBDESENVOLVIMENTO COMO CONDIÇÃO IMPOSTA E DEPENDÊNCIA CRÔNICA

C) - LIBERDADE, AUTONOMIA/SOBERANIA, DESENVOLVIMENTO COLETIVO, COMO ESTRATÉGIA

7) CONSIDERAÇÕES FINAIS

8) AGRADECIMENTOS

9) BIBLIOGRAFIA

PREÂMBULO

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Independência ou Morte!...... Ou Capitulação, ou Submissão, ou Negociação, ou Conciliação, ou O que Faremos???

***Sabemos que o Brasil contemporâneo, após superar os vinte e dois anos da última Ditadura que o assolou, apesar do seu gigantismo territorial e suas reservas naturais, não reúne condições para decretar a derrocada do sistema capitalista. Esta afirmativa, guardando as devidas proporções e fatores, também é verdadeira para a maioria das Nações no planeta.O Brasil historicamente amargou dependência: portugueses, holandeses, franceses, ingleses, americanos, etc.. Esta dependência não possibilitou um desenvolvimento pleno, levando em consideração todo nosso potencial, onde consequentemente fomos engolidos por um capitalismo dominador e impiedoso.Utopicamente e hipoteticamente; admitamos que esse povo moreno, alegre e criativo, conseguisse após dez séculos e onze anos desde o estado germinal do capitalismo, acabar com este sistema injusto e irresponsável.

Qual sistema Social, Político e Econômico implantaríamos???Que tipo de estrutura de desenvolvimento, seria coerente com as características desse nosso povo???

JUSTIFICATIVA DO TEMADe todas as temáticas expostas, desenvolvidas e debatidas:

1- Conceituação básicaA- Economia política e fundamentos do MarxismoB- Globalização e transformações do trabalho

2- Cultura e sociedade brasileira- grandes pensadoresSelecionados: Florestan Fernandes, Darcy Ribeiro, Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freire, Caio Prado Junior e Celso Furtado

3- Tópicos da realidade contemporâneaA- Questão fundiária urbana e ruralB- Política para o rural (Visita a assentamento rural)C- Políticas para as cidades (Visita a fábrica e iniciativa do movimento social urbano)D- A questão ambiental, energia e sociedade

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E- O desenvolvimento brasileiro na primeira década do século XXI e a agenda política

4- Organização social e formas de ação coletivas A- Socialismo contemporâneoB- Novas formas de organização social (rural e urbano)C- Universidade e movimentos sociais;

nenhuma me deixou mais preocupado e reflexivo quanto ao futuro, do que ver nossa soberania –historicamente- ameaçada.

OBJETIVO

Cumprir meu compromisso com o curso UFABC-ENFF.Compartilhar esta minha preocupação; mais que isto, direcionar um foco de maior espectro para essa questão, aumentando o grau de polemica, até surgirem novas informações e fatores que possam galvanizar a atenção não só dos especialistas, mas principalmente do cidadão comum.Mobilizar e organizar os trabalhadores; parceiros em minhas atividades no IEPD- Instituto Evolucionista-Santo André; para estimular um aprofundamento nas pesquisas, estudos, elaboração e ações concretas, que possam amenizar os impactos perniciosos acarretados pela –ainda persistente- condição de subdesenvolvimento e dependência em nosso país.

METODOLOGIA

Tendo como suporte as informações obtidas: nas exposições das aulas, nos materiais em texto fornecidos pelo curso, nos debates com os companheiros(as), nas pesquisas realizadas para sistematização de cada um dos temas e na minha experiência de vida, desenvolvi metodologia não convencional para realizar esta monografia.

CRONOGRAMA 2011 – Curso Extensão UFABC-ENFF (pag. 5)

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FASES MESESPROJETO MARÇO ABRIL MAIO JUN. JUL. AGOS. SET. OUT. NOV. DEZ.

**Inscrição e Análise

Curriculum x

**Economia Política

e Fundamentos do xMarxismo

**Globalização e

Transformações Trab. x

**Cultura e Sociedade

Brasileira – Grandes x xPensadores

**Questão Fundiária

Urbana e Rural x

**Política para o Rural

(visita assentamento) x

**Política para Cidades

(visita Rhodia) x**Questão Ambiental,

Energia e Sociedade x

**Desenvto. Brasileiro

1ª Década séc. XXI e a xAgenda Política

**Socialismo

Contemporâneo x

**Novas Formas de

Organização Social x

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(rural e urbano)

**UNIVERSIDADE eMovtos. Sociais

FECHAMENTO xARGUMENTAÇÃO

SUBDESENVOLVIMENTO & DEPENDÊNCIA

A-DEPENDÊNCIA COMO FATOR “TÁTICO”

***Ao analisarmos os ciclos econômicos desenvolvidos no Brasil, podemos admitir enquanto patriotas que não desejam ver seu orgulho ferido, que as posições assumidas pelos gestores em cada conjuntura refletiam uma “posição tática” diante das potências (PORTUGAL/ HOLANDA/ INGLATERRA/ EEUU/ entre outros). Infelizmente a maioria dos administradores e condutores dos modelos econômicos eram: VASSALOS/ SUBMISSOS/ DOMINADOS/ ENTREGUISTAS/ INTERESSADOS-pessoalmente/ REPRESENTANTES DE GRUPOS-Econômicos e/ou POLÍTICOS.Ex.: -“Após a “Independência”, integramo-nos como exportadores de produtos primários à divisão internacional do trabalho, estruturada ao redor da Grã-Bretanha. O Brasil especializou-se na produção, com braço escravo importado da África, de plantas tropicais para a Europa e a América do Norte. Isso atrasou o desenvolvimento de nossa economia por pelo menos uns oitenta anos. Éramos um país essencialmente agrícola e tecnicamente atrasado por depender de produtores cativos. Não se poderia confiar a trabalhadores forçados outros instrumentos de produção que os mais toscos e baratos. O atraso econômico forçou o Brasil a se voltar para fora. Era do exterior que vinham os bens de consumo que fundamentavam um padrão de vida “civilizado”, marca que distinguia as classes cultas e “naturalmente” dominantes do povaréu primitivo e miserável. (...) E de fora vinham também os capitais que permitiam iniciar a construção de uma infra-estrutura de serviços urbanos, de energia, transportes e comunicações.***(Paul Singer. Evolução da economia e vinculação internacional. In: I. Sachs; J. Willheim; P. S. Pinheiro (Orgs.). Brasil: um século de transformações. São Paulo: Cia. das Letras, 2001, p. 80).”

CICLOS ECONÔMICOS NO BRASIL***(Os textos de ciclos não especificamente identificados com autoria, foram compilação de textos –livros, apostílas e internet-, conceituações entendidas em aulas, exposições e debates em aulas, entre outros)

CICLO do pau-brasil (século XVI)

O primeiro ciclo econômico do Brasil, consistiu da extração da madeira avermelhada utilizada na tinturaria de tecidos na Europa; abundante em grande parte do litoral brasileiro. Os portugueses instalaram feitorias e sesmarias e escravizavam os índios para que estes realizassem o corte e o carregamento da madeira. Além do pau-brasil, outras atividades de extrativismo predominaram nessa época: no oceano, na costa marítima e principalmente no sertão.Américo Vespúcio enviou a dom Manuel, rei de Portugal, um relatório informando que entre as riquezas procuradas as de maior proveito eram “infinitas árvores de pau-brasil”. Realmente, quando os portugueses chegaram ao Brasil, encontraram nas matas atlânticas da região do Espírito Santo e da

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Bahia uma enorme quantidade de madeira de lei (caviúna, jacarandá e outras), especialmente uma árvore alta (8 a 10 metros e diâmetro de 80 centímetros), dura e resistente, cujo cerne tinha intensa coloração vermelha, da cor de brasa. Por isso, recebeu o nome de pau-brasil.O pau-brasil era extraído de maneira rudimentar. Os índios, que o chamavam de ibirapitinga, derrubavam as árvores e as empilhavam em troca de presentes. Eram eles também que, caminhando várias léguas, transportavam toras nos ombros, ate o porto, e carregavam os navios (trabalho que seria executado pelos negros, após a introdução da escravatura).O sistema de exploração causou graves prejuízos às matas brasileiras: ao invés de cortar as árvores, eles ateavam fogo na parte inferior do tronco, provocando assim muitos incêndios que também matavam animais e destruíam preciosas essências da flora e fauna.O lucro obtido com essa destruição, ficava inteiramente com Portugal e seus países parceiros (França e Holanda), os quais nada investiam no Brasil, impondo prejuízos incalculáveis ao desenvolvimento do povo.

CICLO da cana-de-açúcar

Este ciclo econômico começa quando acaba o ciclo do pau-brasil e com a divisão do território da colônia do Brasil até a linha imaginária do Tratado de Tordesílhas em Capitanias Hereditárias. Em 1502 chega ao Brasil, Martim Afonso de Souza trazendo da Ilha da Madeira, as primeiras plantas de cana de açúcar.A cana-de-açúcar era o produto que dava lucro à Coroa além de colaborar na concretização de colonização da colônia portuguesa do Brasil.Negros africanos (escravos) e indígenas era a mão de obra utilizada na produção e industrialização da cana-de-açúcar. Mas o preço dos escravos africanos era alto. Os portugueses possuiam poucos recursos para a implantação da cultura da cana-de-açúcar no Brasil. Precisavam comprar escravos, preparar a terra, fazer o plantio e colheita, instalar os engenhos para a fabricação do açúcar, transportar e distribuir o produto na Europa.Não tendo recursos, a solução encontrada foi aliar-se aos holandeses que financiaram a implantação do cultivo e transformação da cana-de-açúcar no Brasil. Em troca, os holandeses ficaram com a comercialização do produto na Europa.Com o propósito português da produção de riquezas o dever na Colônia era produzir o máximo pelo menor custo possível. Nas sesmarias, que eram grandes quantidades de terras (latifúndios) distribuídas pelos donatários e governadores-gerais aos colonos, é que se desenvolveu o processo da cana-de-açúcar. Surgiram os grandes engenhos baseados na monocultura da cana-de-açúcar com a mão de obra escrava. Outros produtos (milho, feijão, mandioca,...) só eram produzidos para subsistência dos moradores da sesmaria.O nordeste, por possuir o solo (argiloso) de fácil adaptação da cana-de-açúcar transformou-se no pólo açucareiro do Brasil. Pernambuco e a Bahia eram as maiores capitanias produtoras de açúcar. Eram desmatadas imensas áreas para o plantio da cana-de-açúcar.Engenho era o nome dado à grande propriedade latifundiária que explorava a produção de açúcar, formada pelas plantações, casa-grande onde funcionava a administração do engenho e também residia o proprietário e sua família, senzala – grandes galpões – onde moravam os escravos, a fábrica do açúcar (engenho) onde trabalhavam parte dos escravos na moenda, na casa das caldeiras e na casa de purgar.O melaço da cana era colocado em fôrmas de barro para secagem até endurecer. Era a rapadura de hoje. Estes blocos (rapaduras) de açúcar eram enviados a Portugal. De lá seguiam para a Holanda onde recebiam o refinamento. E assim os holandeses faziam a sua parte no acordo que era a comercialiazação do açúcar na Europa.O principal prejuízo desse ciclo foi a Escravatura e tráfico negreiro (séculos XVI-XIX).

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A agricultura da cana introduziu o modo de produção escravista, baseado na importação e escravização de africanos. Esta atividade gerou todo um setor paralelo chamado de tráfico negreiro, o qual só é interrompido em 1850, com a Lei Eusébio de Queirós.

CICLO do Tabaco

O tabaco, cultivado também em regime de plantation foi utilizado em parte no escambo, em parte no abastecimento do mercado europeu, chegando a ocupar o segundo lugar nas exportações de produtos agrícolas. Porém, como fator econômico e de desenvolvimento contribuiu pouquíssimo para a estrutura nacional.Como o cultivo também era feito em plantation, as principais propriedades produtoras de tabaco eram latifúndios de cuja produção visava o mercado externo, sendo cultivado em menor escala em pequenas propriedades para abastecimento local.A decadência desta atividade está relacionada com a diminuição do tráfico negreiro, gerada pela estagnação da economia açucareira, e com o aumento da concorrência com o fumo das Antilhas e da América do Norte.

CICLO da Pecuária

A pecuária chegou ao Brasil no século XVI, na época das capitanias hereditárias, por Tomé de Sousa, encontrando condições favoráveis ao seu desenvolvimento. Esta veio com o propósito de transportar cargas e pessoas, e de movimentar os engenhos com os chamados trapiches (força motriz). Na sua fase expansiva ajudou a ocupação do Brasil pelos portugueses, levando o povoamento do litoral para o interior. Com o aumento da produção de cana de açucar no litoral brasileiro, o gado que era usado como força matriz nos engenhos, além de serem fornecedores de carne e couro, foram empurrados para o interior do Brasil, uma vez que a monocultura da cana demandava cada vez mais areas maiores no litoral em função do solo ser mais favorável àquela cultura.Avançando pelo interior do Brasil, utilizando-se do Rio São Francisco (Rio da Integração Nacional)o gado desceu o "Velho Chico" instalando fazendas de gado por todo o longo do seu curso, daí sua denominação também de Rio dos "Currais". Fator essencial no povoamento de novas terras, o gado, no início, era propriedade dos donos de engenho e somente em meados do século XVII surgiu a figura do proprietário da fazenda de gado. Foi nessa época, também, que o gado tomou a direção do interior, com uma estrutura baseada na grande propriedade, no trabalho livre e assalariado e na técnica extensiva.Um dos principais prejuízos deixado por este ciclo, que perdura com a atual agricultura de exportação, a pecuária colonial ocupou amplas áreas de terra, o que pôs um grande obstáculo para a formação de médias e pequenas propriedades. Isto contribuiu também para a afirmação do mandonismo local, uma das bases do coronelismo implantado no Brasil.No Sul, com a descoberta do ouro, as primeiras fazendas de gado datam do início do século XVIII e o consumo de charque (carne-seca) integrou a região econômicamente ao resto da Colônia, principalmente ao Sudeste (então na prosperidade do ouro). Através de todo o período colonial as atividades econômicas estimuladas pelos portugueses giraram, em geral, em torno deste modelo latifundiário exportador. Não houve estímulo algum ao desenvolvimento de atividade industrial no Brasil o que contribuiu para a manutenção deste quadro e perpetuou o predomínio das grandes propriedades.

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CICLO da mineração (1709-1789)

Durante todo o século XVIII, expedições chamadas entradas e bandeiras vasculharam o interior do território em busca de metais valiosos (ouro, prata, cobre) e pedras preciosas (diamantes, esmeraldas). Afinal, já no início do século XVIII (entre 1709 e 1720) estas foram achadas no interior da Capitania de São Paulo (Planalto Central e Montanhas Alterosas), nas áreas que depois foram desmembradas como Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.A descoberta de ouro, diamante e esmeraldas nessa região provocou um afluxo populacional vindo de Portugal e de outras áreas povoadas da colônia, como São Paulo de Piratininga, São Vicente e o litoral nordestino. Já de início, o choque na corrida pelas minas levou a um conflito entre paulistas e outros (Guerra dos Emboabas).Outra importante atividade impulsionada pela mineração foi o comércio interno entre as diferentes vilas e cidades da colônia, proporcionada pelos tropeiros.Os primeiros diamantes no Brasil foram encontrados por volta de 1729, tendo logo despertado a atenção da Coroa Portuguesa. A primeira legislação visando regulamentar a sua exploração foi o Regimento dos Superintendentes e Guardas-Mores das Terras Minerais, comum a toda a região. Esse regulamento genérico despertou viva resistência entre os mineradores e, em termos fiscais, mostrou-se ineficaz com relação aos diamantes, cujas características (pequenas dimensões e elevado valor) incentivavam a sua ocultação e contrabando. Porém a severidade da legislação diamantífera – materializada, por exemplo no chamado "Livro da Capa Verde" - e pelo rigor da fiscalização da Metrópole vê, em 1734, instituída a Intendência dos Diamantes. Os historiadores indicam que, entre 1740 e 1770, foram extraídos mais de 1.666.569 quilates, levando à queda, em 75%, do preço dos diamantes no mercado mundial. A partir de 1771, foi criada a Real Extração, sob controle direto da Coroa. Este sistema perdurou até mesmo depois da Independência do Brasil (1822), sendo a Real Extração extinta por Decreto apenas em 1832. Estima-se que neste período, até 1810, cerca de três milhões de quilates foram extraídos.Os principais prejuízos são: crescimento populacional desordenado; contrabando e evasão de riquezas; corrupção; conflitos armados; entre outros.

CICLO da borracha

O ciclo da borracha foi um momento econômico na história do Brasil que constituiu uma parte importante da história da economia e sociedade do país, estando relacionado com a extração e comercialização da borracha. Este ciclo teve o seu centro na região amazônica, proporcionando grande expansão da colonização, atraindo riqueza e causando transformações culturais e sociais, além de dar grande impulso às cidades de Manaus, Porto Velho e Belém, até hoje maiores centros e capitais de seus Estados, Amazonas, Rondônia e Pará, respectivamente. No mesmo período foi criado o Território Federal do Acre, atual Estado do Acre, cuja área foi adquirida da Bolívia por meio de uma compra por 2 milhões de libras esterlinas em 1903. O ciclo da borracha viveu seu auge entre 1879 a 1912. Entre 1881 e 1890, alcançou o terceiro lugar nas exportações brasileiras. Foram ao todo cerca de 81 toneladas entre 1827 e 1830, atingindo 1.632 toneladas em 1852, e em 1900 foram 24.301.452 toneladas. Experimentou uma sobrevida entre 1942 e 1945 durante a II Guerra Mundial (1939-1945).

No início do século XVIII, o naturalista Charles Marie de La Condamine viaja à região amazônica e estuda as propriedades de um poderoso auto-cicatrizante da Hevea brasiliensis, árvore nativa da Amazônia, conhecida como seringueira, constata finalidades para vários usos na vida humana. Posteriormente, Charles Goodyear descobriria o processo de vulcanização desse líquido conhecido como

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látex, sendo possível a fabricação de pneumáticos para a indústria automobilística, sensação na Europa e nos Estados Unidos: a demanda por borracha crescia vorazmente e a oferta crescia timidamente, gerando um rápido aumento na cotação internacional do produto.

Na pauta de exportações brasileiras, a borracha chegou a representar 40%, possuindo a mesma parcela de participação que o café durante o ciclo do café, evidenciando a grande importância do ciclo da borracha. Os lucros auferidos com tal comércio ficavam concentrados basicamente nas metrópoles amazônicas, Belém e Manaus, principalmente na primeira (devido a sua posição estratégica, próxima ao oceano), suas rendas per capitas chegavam a ser uma das mais altas do planeta. Os lucros eram destinados principalmente às mãos dos empresários do sector financeiro. As duas cidades passaram por profundas reformas urbanas, frutificando imensos projetos urbanísticos de francização como o Petit Paris em Belém e a Paris nos Trópicos, em Manaus, incluindo grandes e opulentas obras como o Theatro da Paz (Belém), o Teatro Amazonas (Manaus), suntuosos palácios, boulevards e imensas avenidas com túneis de mangueiras.Desde a época colonial até 1930, a economia brasileira foi organizada economicamente por meio da produção e exportação de algumas poucas " commodities " agrícolas, cujas características centravam-se na produção de gêneros que interessavam ao mercado internacional.Os prejuízos principais causados com o fim do ciclo: saqueamentos, suicídios, emigração em massa, abandono de casarões, sucateamento entre 1800 a 1930, ainda foram superados com o declínio cultural, estaganação do comércio e pequenas indústrias, pauperização de grande massa popular.

CICLO do café (1800-1930)

AGRICULTURAA agricultura no Brasil detinha um papel extremante importante: 80% das pessoas em atividade dedicavam-se ao setor agrícola, 13% ao de serviços e 7% ao industrial. No interior do país havia uma agricultura realizada pelos próprios produtores (sem a utilização de escravos), abastecendo o mercado local. Na região norte e nordeste, principalmente nas províncias do Maranhão, Pernambuco, Alagoas e Paraíba ocorria o cultivo de algodão em conjunto com culturas de alimentos (para a própria subsistência e venda nos mercados locais), que era produzido por pequenos e médios lavradores. As grandes distâncias, que encareciam o custo do transporte, mais os impostos interprovinciais para o trânsito de mercadorias, restringiam consideravelmente a capacidade de distribuição por parte dos produtores destes setores voltados ao mercado interno.Na região sudeste, a produção de café que no início do brasil independente respondia por percentual de apenas 3% nas exportações, foi se tornando a cada década mais e mais importante para a economia brasileira, principalmente devido ao aumento extraordinário no mercado consumidor internacional. As fazendas cafeeiras eram praticamente auto-sustentáveis, pois não só o café era produzido, mas também a alimentação e vestuário para os escravos, negando a possibilidade de surgimento de outros setores econômicos voltados para este mercado. Entretanto, a extinção do tráfico negreiro (e o conseqüente encarecimento no valor dos escravos) obrigou aos produtores a focarem na manutenção da mão-de-obra em detrimento da auto-sustentabilidade. Buscava-se, então, impedir uma alta nos custos da produção.

O café foi o produto que impulsionou a economia brasileira desde o início do século XIX até a década de 1930. Concentrado a princípio no Vale do Paraíba (entre Rio de Janeiro e São Paulo) e depois nas zonas de terra roxa do interior de São Paulo e do Paraná, o grão foi o principal produto de exportação do país durante quase 100 anos. Foi introduzida por Francisco de Melo Palheta ainda no século XVIII, a partir de sementes contrabandeadas da Guiana Francesa.A economia cafeeira em São Paulo foi o grande motor da economia brasileira desde a segunda metade do século XIX até a década de 1920. Como o Brasil detinha o controle sobre grande parte da oferta

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mundial desse produto, podia facilmente controlar os preços do café nos mercados internacionais, obtendo assim lucros elevados. Problemas e Prejuízos: segundo Celso Furtado, o maior problema deste sistema econômico era que, sendo o Brasil um país abundante em terras disponíveis para a agricultura e em mão-de-obra sub empregada, os lucros obtidos incentivavam novas inversões de capitais no setor, elevando gradualmente a oferta de café a ser exportado. Por outro lado, a demanda mundial de café tinha a característica de ser inelástica em relação ao preço e à renda dos consumidores, isto é, o seu crescimento dependia fundamentalmente do crescimento populacional dos países consumidores. Assim, tinha-se uma situação de crescimento da oferta de café muito superior ao crescimento de sua demanda, indicando uma tendência estrutural de baixa de preços no longo prazo.As políticas governamentais de valorização do café, conforme instituídas do Convênio de Taubaté em 1906, consistiam basicamente na compra, por parte do governo federal, dos estoques excedentes da produção de café, por meio de empréstimos externos financiados por tributos cobrados sobre a própria exportação de café. No curto prazo, tal política ajudou a sustentar os preços internacionais do produto, sustentando a renda dos exportadores. Porém, a médio e longo prazo, essa política deu uma posição de favorecimento do café sobre os demais produtos brasileiros de exportação, além de inflar artificialmente os lucros do setor, contribuiu para a inibição de investimentos em outras lavouras. A crise internacional de 1929 exerceu imediatamente um duplo efeito na economia brasileira: ao mesmo tempo em que reduziu a demanda internacional pelo café brasileiro, pressionando seus preços para baixo, impossibilitou ao governo brasileiro tomar empréstimos externos para absorver os estoques excedentes de café, devido ao colapso do mercado financeiro internacional. Todavia, o governo não poderia deixar os produtores de café a sua própria sorte e vulneráveis aos efeitos da grande crise; o custo político de uma atitude como essa seria impensável para um governo que ainda estava se consolidando no poder, como era o caso do governo de Getúlio Vargas no início da década de 1930. Milhões de pés de café foram queimados, para tentar o aumento do preço internacionalmente. A partir deste período, o Estado brasileiro passou a desempenhar um papel ativo na economia nacional.

BRASIL: EVOLUÇÃO CAFEICULTURA E COMERCIALIZAÇÃO - 2009/10- em milhões de sacas de 60 quilos de café - base 31 de março--------------------------------------------------------------------------                 Produção*  Comercialização     Estado                              --------------------------------------------------------------------------Minas Gerais 20,20 18,50  - Sul/Oeste       10,50 9,40            -Cerrado          3,80 3,50            -Zona da Mata     5,90   5,60          Espírito Santo      11,60   10,20            - arábica        2,40     2,00             - conillon       9,20     8,20          São Paulo           3,60    3,10          Paraná              1,70     1,60          Bahia               2,20     1,98             - arábica        1,60     1,44             - conillon       0,60     0,54          Rondônia            1,80    1,80         Outros              1,35     1,20             - arábica        0,50     0,45             - conillon       0,85     0,75          --------------------------------------------------------------------------

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ARÁBICA             30,00      27,09         CONILLON            12,45      11,29         TOTAL               42,45      38,38         --------------------------------------------------------------------------***Fonte: Corretores e cooperativas

CICLO da indústria***(WIKIPÉDIA)

A Indústria brasileira tem sua origem remota nas oficinas artesanais datadas do início do século XIX. A maior parte dos estabelecimentos industriais surgiram no Sudeste brasileiro (principalmente na província do Rio de Janeiro, Minas Gerais e mais tarde, São Paulo), e de acordo com a Junta de Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação, 77 estabelecimentos foram registrados entre 1808 e 1840 e receberam a classificação de "fábricas" ou "manufaturas". Contudo, a maior parte, cerca de 56 estabelecimentos, na realidade se encaixavam na categoria de "oficinas artesanais" e estavam voltados para os ramos de sabão e velas de sebo, rapé, fiação e tecelagem, alimentos, fundição de ferro e metais, lã e seda, dentre outros. Utilizavam como mão-de-obra tanto elementos livres como também escravos.

As razões pelo qual foi extremamente limitado o advento de manufaturas reais anteriormente a década de 1840 ocorreram devido: a auto-suficiência das regiões do país (principalmente das fazendas de café e cana-de-açúcar, que produziam seus próprios alimentos, vestuário, equipamentos, etc…), a falta de capitais e o alto custo da produção. Este último, por exemplo, impossibilitava as manufaturas nacionais de competirem com produtos estrangeiros, apesar de alguns já utilizarem máquinas, pois a maior parte da matéria-prima era importada.

A promulgação da tarifa Alves Branco, entretanto, viria a modificar tal quadro. Tinha por objetivo aumentar a arrecadação do Estado e incentivar o crescimento da indústria nacional, logrando sucesso em ambas as empreitadas. A súbita proliferação de capital foi direcionada para investimentos nas áreas de serviços urbanos, transportes, comércio, bancos, indústrias, etc… A maior parte do capital investido nas indústrias foi direcionado ao ramo têxtil. Contudo, num crescimento industrial sem precedentes, surgiram múltiplos estabelecimentos manufatureiros, tais como de: fundição e maquinaria, sabão e velas, vidros, cerveja, vinagre, galões de ouro e prata, calçados e cordoaria, couros, calçados e cordoaria, sabão e velas, chapéus e tecidos de algodão. Diferente da visão costumeira acerca do tema, o governo imperial criou diversos incentivos para a industrialização do país. Os mais antigos datam ainda do reinado de dom Pedro I, através de concessões de subvenções governamentais. O primeiro estabelecimento a receber tal concessão foi a "Fábrica das Chitas", voltada para estamparia e papel, por decreto de 26 de junho de 1826. Em 1857, sete manufaturas eram beneficiadas por esta prática de incentivo, dentre elas, o Ponta de Areia, de propriedade de Irineu Evangelista de Sousa (futuro visconde de Mauá). Um dos critérios exigidos para a concessão destas subvenções era o emprego exclusivo de trabalhadores livres. Buscava-se, então, não só a transição do antigo sistema econômico colonial para o moderno capitalista, mas também da mão-de-obra escrava para a livre.

Ao final da década de 1860, ocorre um novo surto industrial causado por dois conflitos armados: a Guerra Civil norte-americana e a Guerra do Paraguai. Na primeira, a produção de algodão foi interrompida pelo bloqueio realizado pelas forças da União contra a Confederação. A segunda causou a emissão de moeda e o aumento de tarifas de importação para cobrir os gastos com o conflito. O resultado foi um grande estímulo não só para a indústria têxtil, mas também para outros setores, tais como: a química, de cigarro, de vidro, papel, de couro, de instrumentos ópticos e náuticos, etc…Durante a década de 1870, graças a decadência da região cafeeira do vale do Paraíba e de algumas áreas de

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produção açucareira, muitos fazendeiros investiram não somente na indústria têxtil de algodão, mas também em outros setores manufatureiros. A implantação de uma malha ferroviária por todo o território nacional também estimulou o surgimento de novas atividades industriais, principalmente em São Paulo.

INDUSTRIALIZAÇÃO NA ERA VARGAS***(INFO-ESCOLA)

Apesar da Segunda Guerra Mundial e das crises políticas no ambiente interno, a economia brasileira cresceu durante o governo de Getúlio Vargas. A Revolução de 1930, gerou modificações nas estruturas econômicas do país. Após 1930, houve grande pressão por parte dos militares para que houvesse um processo de industrialização no Brasil. Os militares acreditavam que a industrialização traria condições de re-aparelhamento para as forças armadas, e garantiria a manutenção da Segurança Nacional.Após a Crise de 1929, o capital antes empregado na agricultura, passou a ser investido na indústria, o que expandiu a indústria brasileira em até 50 % de 1929 a 1937. Na década de 40, as dificuldades para importar bens de consumo, em virtude da Segunda Guerra, favoreceu o alto ritmo de produtividade nacional.No governo de Getúlio Vargas foram instaladas a usina siderúrgica, fábricas de aviões, usina hidrelétrica de Paulo Afonso, a Companhia Vale do Rio Doce, e a expansão de rodovias e ferrovias.Foi criada a Companhia Siderúrgica Nacional, a CSN, financiada pelo Export-Import Bank, dos EUA, e com investimentos do governo brasileiro. Além da instalação da usina de Volta Redonda Redonda, localizada no estado do Rio de Janeiro, situada entre o pólos produtores de carvão e minerais de Minas Gerais e Santa Catarina, e próxima do eixo Rio-São Paulo.

INDUSTRIALIZAÇÃO NA ERA JUSCELINO KUBISTCHEK***(BRASIL-ESCOLA)

O Plano ou Programa de Metas (31 metas) do governo Juscelino Kubistchek tinha como principal objetivo o desenvolvimento econômico do Brasil, ou seja, pautava-se em um conjunto de medidas que atingiria o desenvolvimento econômico de vários setores, priorizando a dinamização do processo de industrialização do Brasil.O desenvolvimentismo econômico que o Brasil viveu durante o mandato de JK priorizou o investimento nos setores de transportes e energia, na indústria de base (bens de consumos duráveis e não duráveis), na substituição de importações, destacando a ascensão da indústria automobilística. Para ampliar o desenvolvimentismo econômico brasileiro, JK considerava impossível o progresso da economia sem a participação do capital estrangeiro. Para alcançar os objetivos do Plano de Metas era necessária uma intervenção maior do Estado na economia, priorizando, então, a entrada de capitais estrangeiros no país, principalmente pela indústria automobilística. Ressalta-se que nesse período o Brasil iniciou o processo de endividamento externo.Os setores de energia e transporte foram considerados fundamentais para o desenvolvimentismo econômico, ressalta-se a importância do governo Vargas neste processo, com a criação da Companhia Siderúrgica Nacional em Volta Redonda-RJ no ano de 1946 e da Petrobras no ano de 1953. Outros setores que ganharam relevância foram o agropecuário; JK procurou aumentar a produção de alimentos e o setor energético, construindo as usinas Hidrelétricas de Paulo Afonso no rio São Francisco e as barragens de Furnas e Três Marias.Contudo, tais mudanças empreendidas por JK ocasionou a acentuação da industrialização do país com um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) anual em 7%, mas não superando a inflação da dívida

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externa. A industrialização do país se efetivou basicamente na região sudeste, destacando neste momento a grande migração nordestina para esta região.

Em 1967, é criada a Zona Franca de Manaus.

CICLO da soja (1970- )

Desde a década de 1970, o novo produto que impulsionou a economia de exportação foi a soja, introduzida a partir de sementes trazidas da Ásia e dos Estados Unidos. O modelo adotado para o plantio de soja foi a monocultura extensiva e mecanizada, gerando muita riqueza para o país através de um novo setor chamado de "agronegócio".O crescimento da cultura da soja se deu às custas da "expansão da fronteira agrícola" na direção da Amazônia, o que por sua vez vem provocando desmatamentos em larga escala.A crise da agricultura familiar e o desalojamento em massa de lavradores ocasionou o surgimento dos movimentos de sem-terra (MST, MTL, Via Campesina).

CICLO dos engôdos

MILAGRE ECONÔMICOEntre 1969 e 1973, o Brasil viveu o chamado Milagre Econômico, quando um crescimento acelerado da indústria gerou empregos e aumentou a renda de muitos trabalhadores. Houve, porém, ampliação da concentração de renda. O principal motivo era a defasagem dos salário mais baixos. Por exemplo, o salário mínimo real, apesar de cair menos do que no período entre 1964 e 1966, quando sofreu uma diminuição de 25%, baixou mais 15% entre 1967 e 1973. Era a famosa teoria de "fazer crescer o bolo, para dividir depois";A industrialização ocorreu, principalmente, no eixo Rio-São Paulo e atraiu para esta região uma imigração em massa das regiões mais pobres do país, principalmente o Sertão Nordestino.Recessão e crise monetária (1973-1990)Da Crise do Petróleo até o início dos anos 1990, o Brasil viveu um período prolongado de instabilidade monetária e de recessão, com altíssimos índices de inflação (hiperinflação) combinados com arrocho salarial, aumento da dívida externa e crescimento pífio.Já na década de 1980, o governo brasileiro desenvolveu vários planos econômicos que visavam o controle da inflação, sem nenhum sucesso. O resultado foi o não pagamento de dívidas com credores internacionais (moratória), o que resultou em graves problemas econômicos que perdurariam por anos. Não foi por acaso que os anos 1980, na economia brasileira, ganharam o apelido de "década perdida".Plano CruzadoPlano BresserPlano Collor

ABERTURA ECONÔMICA (1990-2003)

***O ostracismo nunca foi uma política correta, nem para as pessoas, muito menos para as Nações. As aberturas econômicas, negociadas com competência e seriedade, acarretam benefícios à ambos os lados; porém os estupros políticos econômicos, trazem consequências muitas vezes irreparáveis.Na aventura “collorida”, o atraso no Brasil era tamanho, que acabou por trazer alguns benefícios. -“Como diria a velha –estória- do nordeste: O CABOCLO ENTREGOU PARA O CANGACEIRO A FILHA MAIS FEIA!!!!”

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O governo Fernando Collor teve como principal lema a falência do projeto desenvolvimentista como motor de crescimento. Em particular, a baixa qualidade dos automóveis e computadores nacionais, protegidos por altas barreiras alfandegárias foi utilizada como exemplo da incapacidade do governo como grande empresário. A partir de então, observou-se uma crescente abertura comercial e uma série de privatizações. Diversas empresas de baixa eficiência, principalmente do setor de informática, foram à falência enquanto a qualidade dos produtos disponíveis teve uma melhora substancial.A estabilidade monetária só foi alcançada com a implantação do Plano Real, em 1994, já no governo Itamar Franco. Como consequência do fim da inflação e do fim do regressivo imposto inflacionário, houve uma melhora da renda sem precedentes para as classes mais baixas. O ministro da fazenda, Fernando Henrique Cardoso foi eleito presidente com ampla margem. Sua presidência foi caracterizada por avanços nos processos de modernização e redistribuição de renda.A Lei de Responsabilidade Fiscal ajudou a controlar os gastos dos estados e municípios. Por outro lado, a insistência na política de câmbio fixo valorizado gerou prejuízo na situação fiscal que culminou com o ataque especulativo e a implementação do regime de câmbio flutuante com Armínio Fraga. A implementação de políticas redistributivas como Bolsa Escola e Bolsa Alimentação ajudou a reduzir a concentração de renda, porem com efeitos muito inferiores aos do fim da inflação.A política econômica do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, baseada no câmbio flutuante e numa política monetária austera visando o controle da inflação, foi mantida no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Do ponto de vista fiscal, o controle do superávit se deu através de um aumento substancial de arrecadação que contrabalanceou a significativa elevação nos gastos públicos. A unificação dos programas redistributivos sob o nome de bolsa família foi a principal bandeira do governo Lula.Apesar das reduzidas taxas de crescimento, principalmente comparadas com as obtidas entre 1948 e 1979, houve uma significativa redução da desigualdade social no período entre 1990 e 2007 bem como uma melhora substancial em outros índices como os de escolaridade e de mortalidade infantil.(WIKIPÉDIA)

B)SUBDESENVOLVIMENTO COMO CONDIÇÃO IMPOSTAE DEPENDÊNCIA CRÔNICA

***Ao analisarmos as mazelas, corrupções e incompetências dos gestores, cada um em sua época empurrando seus problemas, os quais resultaram no montante imperdoável e insuportável que devemos administrar hoje, fica cada vez mais patente que a questão do subdesenvolvimento e dependência, precisa ser combatida, tal qual uma CHAGA CULTURAL.O problema precisa ser atacado por vários flancos: Educacional(FUNDAMENTAL/ MÉDIO/ SUPERIOR); OSC(ONGs/ ASSOCIAÇÕES/ SINDICATOS/ CLUBES/ RELIGIÕES/ etc.) Administrativo Público; Gestão Financeira Pública; entre outros. O espectro é tão grande e as dificuldades tão contundentes, que a maioria prefere fechar os olhos e ou pior, preferem aderir ao caos.

RAÍZES(CAIO PRADO JR. – livro “Evolução Política do Brasil”)

Caio Prado, em seu livro “Evolução Política do Brasil” faz uma síntese histórica do período colonial, e para isso retorna à história de Portugal mostrando rapidamente como se deu a ascensão da burguesia mercantil e como, a partir dela, se iniciou o movimento das conquistas. Em meio a essa época, o descobrimento do Brasil em 1500 não parece causar grande frenesi nos portugueses, que na época estavam muito mais interessados nas suas possessões Asiáticas e Africanas, tanto que durante os primeiros trinta anos após a sua descoberta o Brasil não passa de uma imensidão territorial cujo único atrativo era explorar o Pau-Brasil.

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A disputa entre as grandes potências européias pelo poder, ao ser descoberto Novo Mundo, fez com que Portugal resolvesse precaver-se, e voltar os olhos para o Brasil. Em 1549 o Governo Geral é instituído e a Coroa portuguesa adota o regime das capitanias hereditárias que diferentemente de muitos estudiosos da sua época, Caio Prado nega o cunho feudal. Não vingando tal regime, Portugal resolve resgatar as capitanias e doá-las aos nobres e comerciantes poderosos e ricos. Caio Prado atenta para a importância de se compreender o sistema de distribuição de terras, pois é a partir dele que se constrói a sociedade colonial brasileira. Explica como funcionava o sistema de doações das sesmarias e como tal distribuição acarretou na formação dos latifúndios brasileiros, deixando claro o caráter mercantil da colonização. Dessa forma as grandes propriedades é que irão predominar, necessitando de uma mão de obra em larga escala, daí a implementação da escravidão indígena num primeiro momento, e africana posteriormente. A pequena propriedade foi alijada nesse processo; no Brasil os pequenos proprietários não tinham nenhum incentivo por parte da metrópole que conseguia ser opressiva até mesmo na legislação. Sem pequena propriedade, sem nenhuma forma de comercialização ou industrialização sistemática, os latifúndios vão constituir a unidade econômica básica da colônia, ou seja: a sociedade vai se moldar de acordo com a economia, e dessa forma o senhor dos latifúndios irá monopolizar as riquezas e conseqüentemente terá prestígio e domínio sobre a massa popular composta por poucos homens livres, índios, mestiços e negros escravizados. A determinação que a economia exerce na sociedade parece também transparecer na forma como a política vai se organizar nesse momento. Segundo o autor, a autoridade vai ser exercer de forma rudimentar. Graças a certa falta de interesse da Metrópole, que acaba deixando a cargo dos colonos a organização política, vão se formar as Câmaras Municipais que constituem a verdadeira administração da colônia, e obviamente, serão administradas pelos senhores rurais, tidos como a "nobreza"colonial, ou os homens bons. Dessa forma, o Estado colonial até o século XVII apresenta-se como um instrumento de classe desses proprietários, que muitas vezes contrariavam as próprias leis da metrópole. Na metade do século XVII, com a expulsão dos holandeses e a perda de muitas possessões portuguesas na asiáticas e África, resta a Portugal apenas o tráfico negreiro; dessa forma o Brasil é visto como única saída, cujas riquezas ainda tinham que ser exploradas. A vinda de D. João VI para o Brasil, com o apoio dos ingleses, para fugir dos franceses, acirra o processo de Independência brasileiro extremamente singular, pois coloca o Brasil numa situação inusitada: ao mesmo tempo em que é a colônia se torna a sede da monarquia portuguesa. Esse período é marcado pelo endividamento com a Inglaterra, bem como, nossa situação de dependência. Essa função dúbia somada com o choque das forças contrárias (colonos X portugueses) é que vai resultar na Independência do Brasil, movimento esse que aparece de forma totalmente diferente que nas outras colônias latino-americanas. Em 1808 chega no Brasil toda a Corte portuguesa que vinha fugida da Europa devido à invasão de Portugal por Napoleão. Nesse momento, os portugueses haviam recebido forte ajuda da Inglaterra e como "retribuição"de tal ajuda, a Corte realiza a abertura dos portos em 1808, o que causa grande reboliço na colônia pois de certa forma acaba com o monopólio português sobre o Brasil. Aparecem nesse momento movimentos de massas que acompanham a derrubada de movimentos locais – a reação recolonizadora será levada e vencida porque não era mais possível mudar o curso dos acontecimentos e fazer o Brasil voltar no que o autor chama de marcha da História. No entanto, mesmo tendo certa importância, os movimentos populares não se encontravam suficientemente maduros para fazer prevalecer suas reivindicações e segundo o autor ganham uma posição secundária; eles eram totalmente descontínuos e sem um rumo seguro e, independentemente de suas amplitudes, nunca propõem soluções e reformas para o país. Na verdade não conseguem ultrapassar certas barreiras, ou seja: só funciona para o que o Brasil estava preparado, que no caso era liberdade do jugo colonial e a emancipação política, nada mais. Tanto que o autor afirma que a Independência foi feita à revelia das classes inferiores, movimento que é fruto de uma classe e não da nação tomada em conjunto.

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Com manobras políticas, tendo o príncipe regente D. Pedro como principal instrumento, os autonomistas conseguem proclamar a Independência em 1822 e fazer do príncipe regente, o Imperador do Brasil. Mas essa parte da elite brasileira tomou muito cuidado ao tornar um português e mais que isso, o herdeiro da coroa de Portugal, o imperador da mais nova "nação". D. Pedro mostra o "seu lado português", nativista e se torna um verdadeiro ditador a ponto de fechar a Assembléia em novembro de 1823 e criar uma nova Constituição – feita em dez dias- onde dava certos privilégios para os estrangeiros (como a fácil concessão da nacionalidade) e instaurava o poder moderador, um quarto poder, que na realidade legitimava a "ditadura" do imperador. Não foram poucos os que não concordaram com as atitudes de D. Pedro e fora isso havia outro problema: com a abertura dos portos e a chegada de bens de consumo luxuosos, a elite brasileira se torna cada vez mais ansiosas por luxo – que passa a ser uma das formas mais comuns de demonstrar status e que, conseqüentemente, se torna um valor para as famílias patriarcais. Mas esse luxo não se limitava apenas à elite: as classes pobres vendo tudo aquilo começam a exigir transformações sociais . Para finalizar a sua obra, o autor vai tratar do final do Império Brasileiro, colocando como tema central o fim do tráfico negreiro, e mostrando dessa forma como o Brasil começa a fazer parte do nascente capitalismo, tendo como principal ponto de referencia a Inglaterra. Dessa forma o Império vai se esvaindo, nos dando evidentes provas de que era incompatível com o progresso do país e justifica tal idéia, mostrando o fim da escravidão – algo que pode ser entendido como "imperial". O Império sucumbiu à história e "uma simples passeata militar foi o suficiente para lhe arrancar o último suspiro..."

CONTINUIDADE...sim ou não(Celso Monteiro Furtado – livro “FORMAÇÃO Econômica do Brasil”)

***Celso Furtado faz parte dos pensadores brasileiros que consideram o subdesenvolvimento como uma forma de organização social no interior do sistema capitalista contrário à idéia de que seja uma etapa para o desenvolvimento, como podem sugerir os termos de país "emergente" e "em desenvolvimento".Os países subdesenvolvidos tiveram, segundo Furtado, um processo de industrialização indireto, ou seja, como conseqüência do desenvolvimento dos países industrializados. Este processo histórico específico do Brasil criou uma industrialização dependente dos países já desenvolvidos e, portanto, não poderia jamais ser superado sem uma forte intervenção estatal que redirecionasse o excedente, até então usado para o "consumo notável/ilustre" das classes altas, para o setor produtivo. Note-se que isto não significava uma transformação do sistema produtivo por completo, mas um redirecionamento da política econômica e social do país que levasse em conta o verdadeiro desenvolvimento social.

***O artigo Características Gerais da Economia Brasileira, publicado em 1950 apresenta, de forma condensada, alguns dos pressupostos teóricos e várias hipóteses de trabalho que norteariam a argumentação de Furtado em Formação Econômica do Brasil. Na sua primeira parte já encontramos referencias à sucessão de ciclos de produtos no desenvolvimento da economia brasileira e o repasse de mazelas, o mecanismo cambial de socialização das perdas do setor agroexportador, às tendências para a concentração da renda, aos desequilíbrios estruturais ocasionados pela piora na relação de trocas e à lentidão da formação no país, tanto do mercado interno quanto "de um autêntico espírito de empresa, condição básica do desenvolvimento de uma economia capitalista"

ECONOMIA DE TRANSIÇÃO PARA O TRABALHO ASSALARIADO

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PASSIVO COLONIAL, CRISE FINANCEIRA E INSTABILIDADE POLÍTICA

O ultimo quartel do século XVIII constitui uma nova etapa de dificuldades para a colônia. as exportações, que em torno de 1760 se haviam aproximado de cinco milhões de libras, pouco excedem em média, nos últimos vinte e cinco anos do século, os três milhões. O açúcar enfrenta novas dificuldades e o valor total de suas vendas desce a níveis tão baixos como não se havia conhecido nos dois séculos anteriores. As exportações de ouro, durante esse período, eram pouco mais de meio milhão de libras. Enquanto isso a população havia subido a algo mais de três milhões de habitantes. A renda per capita, ao terminar o século, provavelmente não seria superior a cinqüenta dólares de poder aquisitivo atual - admitida uma população livre de dois milhões - sendo esse provavelmente o nível de renda mais baixo que haja conhecido o Brasil em todo período colonial.

A repercussão, no Brasil, dos acontecimentos políticos da Europa de fins do século XVIII e começo do seguinte, se por um lado acelerou a evolução política do pais, por outro contribuiu para prolongar a etapa de dificuldades econômicas que se iniciara com a decadência do ouro. Ocupado o reino português pelas tropas francesas,desapareceu o entreposto que representava Lisboa para o comercio da colônia, tornando-se indispensável o contato direto desta com os mercados ainda acessíveis. A “abertura dos portos” decretada ainda em 1808, resultava de uma imposição de acontecimentos. Vem em seguida os tratados de 1810 que transformaram a Inglaterra em potência privilegiada, com direitos de extraterritorialidade e tarifas preferenciais a níveis extremamente baixos, tratados esses que constituirão, em toda a primeira metade do século, uma seria limitação à autonomia do governo brasileiro no setor econômico. A separação definitiva de Portugal em 1822 e o acordo pelo qual a Inglaterra consegue consolidar sua posição em 1827 são outros dois marcos fundamentais nessa etapa de grandes acontecimentos políticos. Por ultimo cabe referir a eliminação do poder pessoal de Dom Pedro I, em 1831, e a conseqüente ascensão definitiva ao poder da classe colonial dominante formada pelos senhores da grande agricultura de exportação. As observações anteriores põem em evidencia as dificuldades criadas indiretamente, ou agravadas, pelas limitações impostas ao governo brasileiro nos acordos comerciais com a Inglaterra, firmados entre 1810 e 1827. Sem embargo, não parece ter fundamento a critica corrente que se faz a esses acordos, segundo a qual eles impossibilitaram a industrialização do Brasil nessa época, retirando das mãos do governo o instrumento do protecionismo. Observando atentamente o que ocorreu na época, comprova-se que a economia brasileira atravessou uma fase de fortes desequilíbrios, determinados principalmente pela baixa relativa dos preços das exportações e pela tentativa do governo, cujas responsabilidades se haviam avolumado com a independência política, de aumentar sua participação no dispêndio nacional. A exclusão do entreposto português, as maiores facilidades de transporte e comercialização - devidas ao estabelecimento de inúmeras firmas inglesas no pais - provocaram uma baixa relativa dos preços das importações e um rápido crescimento da procura de artigos importados. criou-se, assim, uma forte pressão sobre a balança de pagamentos, que teria de repercutir na taxa de cambio. Por outro lado, conforme indicamos, a forma como se financiou o déficit do governo central veio reforçar enormemente essa pressão sobre a taxa de cambio. Na ausência de uma corrente substancial de capitais estrangeiros ou de uma expansão adequada das exportações, a pressão teve de resolver-se em depreciação externa da moeda, o que provocou por seu lado um forte aumento relativo dos preços dos produtos importados. Se houvesse adotado, desde o começo, uma tarifa geral de 50% ad valorem, possivelmente o efeito protecionista não tivesse sido tão grande como resultou ser com a desvalorização da moeda.

DECLÍNIO A LONGO PRAZO DO NÍVEL DE RENDA: PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XIX Condição básica para o desenvolvimento da economia brasileira, na primeira metade do século XIX, teria sido a expansão de suas exportações. Fomentar a industrialização nessa época, sem o apoio de uma

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capacidade para importar em exportação, seria tentar o impossível num pais totalmente carente de base técnica. As iniciativas de industria siderúrgica da época de Dom João VI fracassaram não exatamente por falta de proteção, mas simplesmente porque nenhuma industria cria mercado para si mesma, e o mercado para produtos siderúrgicos era praticamente inexistente .O pequeno consumo dos pais estavam declínio com a decadência da mineração, e espalhava-se pelas distintas províncias exigindo uma complexa organização comercial. A industrialização teria de começar por aqueles produtos que já dispunham de um mercado de certa magnitude, como era o caso dos tecidos, única manufatura cujo mercado se estendia inclusive a população escrava. Ocorre, porem, que a forte baixa dos preços dos tecidos ingleses, a que nos referimos, tornou difícil a própria subsistência do pouco artesanato têxtil que existia no pais. A baixa de preços foi de tal ordem que se tornava praticamente impossível defender qualquer industria local por meio de tarifas. Houvera sido necessário estabelecer cotas de importação. Cabe reconhecer, entretanto, que dificultar a entrada no pais de um produto cujo preço apresentavam tão grande declínio seria reduzir substancialmente a renda real da população numa etapa em que esta atravessava grandes dificuldades. Por ultimo e necessário não esquecer que a instalação de uma industria têxtil moderna em contraria serias dificuldades, pois os ingleses impediam por todos os meios a seu alcance a exportação de maquinas.

GESTAÇÃO DA ECONOMIA CAFEEIRA

Dificilmente um observador que estudasse a economia brasileira pela metade do século XIX chegaria a perceber a amplitude das transformações que nela se operariam no correr dos meio século que se iniciavam. Haviam três quartos de século em que a característica dominante fora a estagnação ou a decadência. Ao rápido crescimento demográfico de base migratória dos três primeiros quartéis do século XVIII sucedera um crescimento vegetativo relativamente lento no período subsequente . As fases de progresso, como a que conheceu o Maranhão, haviam sido de efeitos locais, sem chegar a afetar o panorama geral. A instalação de um rudimentar sistema administrativo, a criação de um banco nacional e umas poucas outras iniciativas governamentais constituíam - ao lado da preservação da unidade nacional - o resultado liquido desse longo período de dificuldades. As novas técnicas criadas pela revolução industrial escassamente haviam penetrado no pais, e quando o fizeram foi sob a forma de bens ou serviços de consumo sem afetar a estrutura do sistema produtivo. Por ultimo o problema nacional básico - a expansão da força de trabalho do pais - encontrava-se em verdadeiro impasse : estancara-se a tradicional fonte africana sem que se vislumbrasse uma solução alternativa.

O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA /// I - OFERTA INTERNA POTENCIAL

Pela metade do séc. XIX, a força de trabalho da economia brasileira estava basicamente constituída por uma massa de escravos que talvez não alcançasse dois milhões de indivíduos. Qualquer empreendimento que se pretendesse realizar teria de chocar-se com a inelasticidade da oferta de trabalho. O primeiro senso demográfico, realizado em 1872, indica que nesse ano existiam no Brasil aproximadamente 1,5 milhão de escravos. Tendo em conta que o numero de escravos, no começo do século, era de algo mais de 1 milhão, e que nos primeiros 50 anos do século XIX se importou muito provavelmente mais de ½ milhão deduz-se que a taxa de mortalidade era superior à de natalidade.

O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA /// II - A IMIGRAÇÃO EUROPÉIA

Como solução alternativa do problema da mão-de-obra sugeria-se fomentar uma corrente de imigração européia. O espetáculo do enorme fluxo de população que espontaneamente se dirigia da Europa para os EUA parecia indicar a direção que cabia tomar. E, com efeito, já antes da independência começara, por iniciativa governamental, a instalação de “colônias” de imigrantes europeus. Entretanto, essas colônias que, as palavras de Mauá, “pesavam com a mão de ferro” sobre as finanças do país, vegetavam

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raquíticas sem contribuir em coisa alguma para alterar os termos do problema da inadequada oferta de mão-de-obra. E a questão fundamental era aumentar a oferta de força de trabalho disponível para a grande lavoura, denominação brasileira da época correspondente à plantation dos ingleses. Ora, não existia nenhum precedente, no continente, de imigração de origem européia de mão de obra livre para trabalhar em grandes plantações. As dificuldades que encontraram os ingleses para solucionar o problema da falta de braços, em suas plantações da região do Caribe são bem conhecidas. É sabido, por exemplo, que grande parte dos africanos aprendidos nos navios que traficavam para o Brasil eram reexportados para as Antilhas como trabalhadores “livres”.

O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA /// III - TRANSUMÂNCIA AMAZÔNICA

Além da grande corrente migratória de origem européia para a região cafeeira, o Brasil conheceu no ultimo quartel do século XIX e primeiro decênio deste um outro grande movimento de população: da região nordestina para a amazônica.

A economia amazônica entrará em decadência desde fins do século XVIII. Desorganizado o engenhoso sistema de exploração da mão-de-obra indígena estruturado pelos jesuítas, a imensa região reverteu a um estado de letargia econômica. Em pequena zona do Pará se desenvolveu uma agricultura de exportação que seguiu de perto a evolução da maranhense, com a qual estivera integrada comercialmente através dos negócios da companhia de comercio criada na época de Pombal. O algodão e o arroz aí tiveram sua etapa de prosperidade, durante as guerras napoleonicas, sem contudo jamais alcançar cifras de significação para conjunto do país. A base da economia da bacia amazônica eram sempre as mesmas especiarias extraídas da floresta que haviam tornado possível a penetração jesuítica na extensa região. Desses produtos extrativos o cacau continuava a ser mais importante. A forma como era produzido, entretanto, não permitia que o produto alcançasse maior significação econômica. A exportação anual média, nos anos 40 do século passado, foi de 2.900 toneladas, no decênio seguinte alcança 3.500 e nos anos 60 baixa para 3.300. O aproveitamento dos demais produtos da floresta deparava-se com a mesma dificuldade: a quase inexistência de população e a dificuldade de organizar a produção com base no escasso elemento indígena local.

O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA /// IV - ELIMINAÇÃO DO TRABALHO ESCRAVO

Já observamos que, na segunda metade do século XIX, não obstante a permanente expansão do setor de subsistência, a inadequada oferta de mão-de-obra constitui o problema central da economia brasileira. Vimos também como este problema foi resolvido nas duas regiões em rápida expansão econômica: o planalto paulista e a bacia amazônica. Sem embargo, não seria avisado deixar de lado um outro aspecto desse problema, que aos contemporâneos pareceu serem realidade de todos os mais fundamental: a chamada “questão do trabalho servil”.

A abolição da escravatura, à semelhança de uma “reforma agraria”, não constitui per se nem destruição nem criação de riqueza. Constitui simplesmente numa redistribuição da propriedade de uma coletividade. A aparente complexidade desse problema deriva de que a propriedade da força de trabalho, ao passar do senhor de escravos para o indivíduo, deixa de ser um ativo que figura numa contabilidade para constituir-se em simples virtualidade. Do ponto de vista econômico, o aspecto fundamental desse problema radica no tipo de repercussões que a redistribuição da propriedade terá na organização da produção, no aproveitamento dos fatores disponíveis, na distribuição da renda e na utilização final desse renda.

NÍVEL DE RENDA E RITMO DE CRESCIMENTO NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX

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Considerada em conjunto, a economia brasileira parece haver alcançada uma taxa relativamente alta de crescimento na segunda metade do século XIX. Sendo o comercio exterior o setor dinâmico do sistema, é no seu comportamento que está a chave do processo de crescimento nessa etapa. Comparando os valores médios correspondentes aos anos 90 com os relativos ao decênio dos 40, depreende-se que o quantum das exportações brasileiras aumentou 214%. Esse aumento do volume físico da exportação foi acompanhado de uma elevação dos preços médios dos produtos exportados de aproximadamente 46%. Por outro lado, observa-se uma redução de cerca de 8% no índice de preços dos produtos importados, sendo, portanto, de 58% a melhora na relação de preços dk intercâmbio externo. Um aumento de 214% do quantum das exportações acompanhado de uma melhora de 58% na relação de preços do intercâmbio, significa um incremento de 396% na renda real gerada pelo setor exportador.

O FLUXO DE RENDA NA ECONOMIA DE TRABALHO ASSALARIADO

O fato de maior relevância ocorrido na economia brasileira no ultimo quartel do século XIX foi, sem lugar à duvida, o aumento da importância relativa do setor assalariado. A expansão anterior se fizera, seja através do crescimento do setor escravista, seja pela multiplicação dos núcleos de subsistência. Em um e outro caso o fluxo de renda, real ou virtual, circunscrevia-se a unidades relativamente pequenas, cujos contatos externos assumiam caráter internacional no primeiro caso e eram de limitadíssimo alcance no segundo. A nova expansão tem lugar no setor que se baseia no trabalho assalariado. O mecanismo desse novo sistema, cuja a importância relativa cresce rapidamente, apresenta diferenças profundas com respeito à antiga economia exclusivamente de subsistência. Essa ultima, como vimos , caracteriza-se por um elevado grau de estabilidade, mantendo-se imutável sua estrutura tanto nas etapas de crescimento como nas de decadência. A dinâmica do novo sistema é distinta. Convém analiza-la detidamente, se pretendemos compreender as transformações estruturais que levariam, na primeira metade do século atual, à formação no Brasil de uma economia de mercado interno.

A TENDÊNCIA AO DESEQUILÍBRIO EXTERNO

O funcionamento do novo sistema econômico, baseado no trabalho assalariado, apresentava uma serie de problemas que, na antiga economia exportadora-escravista, apenas se haviam esboçado. Um desses problemas - alias comum a outras economias de características similares - consistiria na impossibilidade de adaptar-se às regras do padrão-ouro, base de toda a economia internacional no período que aqui nos ocupa. O principio fundamental do sistema do padrão-ouro radicava em que cada país deveria dispor de uma reserva metálica - ou de divisas conversíveis, na variante mais corrente, - suficientemente grande para cobrir os deficits ocasionais de sua balança de pagamentos. É fácil compreender que uma reserva metálica - estivesse ela amoedada ou não - constituía uma inversão improdutiva que era na verdade a contribuição de cada país para o financiamento a curto prazo das trocas internacionais. A dificuldade estava em que cada país deveria contribuir para este financiamento em função de sua participação no comercio internacional e da amplitude das flutuações de sua balança de pagamentos.

A DEFESA DO NÍVEL DE EMPREGO E A CONCENTRAÇÃO DA RENDA

Vimos que a existência de uma reserva de mão-de-obra dentro do país , reforçada pelo fluxo imigratório, permitiu que a economia cafeeira se expandisse durante um longo período sem que os salários reais apresentassem tendência para a alta . A elevação do salário médio no país refletia a aumento de produtividade que se ia alcançando através da simples transferência de mão-de-obra da economia estacionária de subsistência para a economia exportadora . As melhoras de produtividade obtidas dentro da própria economia exportadora, essas o empresário podia retê-las, pois nenhuma pressão se formava dentro do sistema que o obrigasse a transferi-las total ou parcialmente para os assalariados . Também

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assinalamos que esses aumentos de produtividade do setor exportador eram de natureza puramente econômica, e refletiam modificações nos preços do café . Para que houvesse aumento na produtividade física , seja da mão-de-obra ,seja da terra , era necessário que o empresário aperfeiçoasse os processos de cultivo ou intensificasse a capitalização , isto é , aplicasse maior quantidade de capital por unidade de terra ou de mão-de-obra .

DESCENTRALIZAÇÃO REPUBLICANA E FORMAÇÃO DE NOVOS GRUPOS DE PRESSÃO

Observando mais detidamente o processo de depreciação cambial , depreende-se facilmente que as transferências de renda assumiam várias formas . Por outro lado havia transferências entre o setor de subsistência e o exportador , em benefício deste último , pois os preços que pagava o setor de subsistência pelo que imputava cresciam relativamente aos preços que pagava o setor exportador pelos produtos de subsistência . Por outro lado havia importantes transferências dentro do próprio setor exportador , uma vez que os assalariados rurais empregados neste último, se bem que produzissem boa parte de seus próprios alimentos , recebiam em moeda a principal parte de seu salário e consumiam uma série de artigos de uso corrente que eram importados ou semimanufaturados no país com matéria-prima importada . Os núcleos mais prejudicados eram , entretanto , as populações urbanas . Vivendo de ordenados e salários e consumindo grandes quantidades de artigos importados , inclusive alimentos , o salário real dessas populações era particularmente afetado pelas modificações da taxa cambial .

ECONOMIA DE TRANSIÇÃO PARA UM SISTEMA INDUSTRIAL

A CRISE DA ECONOMIA CAFEEIRA

No último decênio do século XIX criou-se uma situação excepcionalmente favorável à expansão da cultuara do café no Brasil. Por outro lado a oferta não-brasileira atravessou uma etapa de dificuldades , sendo a produção asiática grandemente prejudicada por enfermidades , que praticamente destruíram os cafezais da ilha do Ceilão. Por outro lado , com a descentralização republicana o problema da imigração passou às mãos dos Estados , sendo abordado de forma muito mais ampla pelo governo do Estado de São Paulo, vale dizer, pela própria classe dos fazendeiros de café. Finalmente , o efeito estimulante da grande inflação de crédito desse período beneficiou duplamente a classe de cafeicultores : proporcionou o crédito necessário para financiar a abertura de novas terras e elevou os preços dos produtos em moedas nacional com a depreciação cambial. A produção brasileira , que havia aumentado de 3,7 milhões de sacas (de 60 Kg) em 1880-81 para 5,5 em 1890-91, alcançaria em 1901-02 16,3 milhões .

OS MECANISMOS DE DEFESA E A CRISE DE 1929

Ao deflagrar-se a crise mundial a situação da economia cafeeira se apresentava como segue . A produção , que se encontrava a altos níveis , teria de seguir crescendo , pois os produtores haviam continuado a expandir as plantações até aquele momento . Com efeito , a produção máxima seria alcançada em 1933 , ou , seja , no ponto mais baixo da depressão , como reflexo das grandes plantações de 1927-28 . Por outro lado , era totalmente impossível obter crédito no exterior para financiar a retenção de novos estoques , pois o mercado internacional de capitais se encontrava em profunda depressão e o crédito do governo desaparecera com a evaporação das reservas .A grande acumulação de estoques de 1929, a rápida liquidação das reservas metálicas brasileiras e as precárias perspectivas de financiamento das grandes safras previstas para o futuro , aceleraram a queda do preço internacional do café iniciada conjuntamente com a de todos os produtos primários em fins de 1929 . Essa queda assumiu proporções catastróficas, pois, de setembro de 1929 a esse mesmo mês de 1931, a baixa foi de 22,5 centavos de dólar por libra para 8 centavos .

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DESLOCAMENTO DO CENTRO DINÂMICO /// MUDANÇA OBJETO DE INVESTIMENTO

Vimos como a política de defesa do setor cafeeiro contribuiu para manter a procura efetiva e o nível de emprego nos outros setores da economia. Vejamos agora o que significou isso como pressão sobre a estrutura do sistema econômico. O financiamento dos estoques de café com recursos externos evitava, conforme indicamos, o desequilíbrio na balança de pagamentos. Com efeito, a expansão das importações induzida pela inversão em estoques de café dificilmente poderia exceder o valor desses estoques, os quais tinham uma cobertura cambial de 100 por cento.Suponhamos que cada mil-réis invertido em estoques de café se multiplicasse, de acordo com o mecanismo já exposto, por 3, e criasse assim uma renda final de 3 mil-réis .Seria necessário que as importações induzidas pelo aumento da renda global ultrapassassem a terça parte desse aumento para que se criasse um desequilíbrio externo . Por uma série de razões fáceis de perceber, esse tipo de desequilíbrio não se concretiza sem que interfiram outros fatores, pois a propagação da renda dentro da economia reflete em grande parte as possibilidades que tem essa economia de satisfazer ela mesma as necessidades decorrentes do aumento da procura. O DESEQUILÍBRIO EXTERNO E SUA PROPAGAÇÃO

No capítulo anterior se fez referência ao fato de que a baixa do coeficiente de importação havia sido obtida, nos anos trinta, à custa de um reajustamento profundo dos preços relativos . A alta da taxa cambial reduziu praticamente à metade o poder aquisitivo externo da moeda brasileira e, se bem houve flutuações durante o decênio nesse poder aquisitivo , a situação em 1938-1939 era praticamente idêntica à do ponto mais agudo da crise. Esta situação permitira um amplo barateamento relativo nas mercadorias de produção interna, e foi sobre a base desse novo nível de preços relativos que se processou o desenvolvimento industrial dos anos trinta .Observamos também que a formação de um só mercado para produtores internos e importadores - conseqüência natural do desenvolvimento do setor ligado ao mercado interno - transformou a taxa cambial em um instrumento de enorme importância para todo o sistema econômico. Qualquer modificação, num sentido ou noutro, dessa taxa, acarretaria uma alteração no nível dos preços relativos dos produtos importados e produzidos no país , os quais concorriam em um pequeno mercado. Era perfeitamente óbvio que a eficiência do sistema econômico teria de prejudicar-se com os sobressaltos provocados pelas flutuações cambiais.

REAJUSTAMENTO DO COEFICIENTE DE IMPORTAÇÕES Ao liberarem-se as importações no após-guerra e ao regularizar-se a oferta externa, o coeficiente de importações subiu bruscamente, alcançando em 1947, 15 por cento. Aos observadores do momento , esse crescimento relativo das importações pareceu refletir apenas a compressão da procura nos anos anteriores. Tratava-se, entretanto , de um fenômeno muito mais profundo. Ao estabelecer-se o nível de preços relativos de 1929, a população novamente pretendeu voltar ao nível relativo de gastos em produtos importados, que havia prevalecido naquela época. Ora, uma tal situação era incompatível com a capacidade para importar. Essa capacidade em 1947 era praticamente idêntica à de 1929, enquanto que a renda nacional havia aumentado em cerca de 50 por cento. Era, portanto, natural de que os desejos de importação manifestados pela população (consumidores e inversionistas) tendessem a superar em escala considerável as reais possibilidades de pagamento no exterior . Para corrigir esse desequilíbrio, as soluções que se apresentavam eram estas : desvalorizar substancialmente a moeda , ou introduzir uma série de controles seletivos das importações. A decisão de adotar a segunda dessas soluções teve profunda significação para o futuro imediato, se bem que foi tomada com aparente desconhecimento de

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seu verdadeiro alcance. Trata-se de uma relação que teve importância básica na intensificação do processo de industrialização do país .

As observações feitas anteriormente põem em evidência que a aceleração do ritmo de crescimento da economia brasileira no após-guerra está fundamentalmente ligada à política cambial e ao tipo de controle seletivo que se impôs às importações. Mantendo-se baixos os custos dos equipamentos importados enquanto se elevaram os preços internos das manufaturadas produzidas no país, é evidente que aumentava a eficácia marginal das inversões nas indústrias. Não se pode ignorar, entretanto, que um dos fatores que atuam nesse processo era a alta dos preços nas manufaturadas de produção interna . É este um ponto de grande interesse, que vale a pena analisar . Chamamos a atenção para o fato de que os capitais adicionais de que dispuseram os industriais para intensificar suas inversões não foram o fruto de uma simples redistribuição de renda e, portanto, não resultaram do processo inflacionário, isto é, da elevação dos preços. Esses capitais foram criados por assim dizer fora da economia , através do aumento geral de produtividade econômica que advinha da baixa relativa dos preços de importação.

PERSPECTIVA DOS PRÓXIMOS DECÊNIOS

Assim como a segunda metade do século XIX se caracteriza pela transformação de uma economia escravista de grandes plantações em um sistema econômico baseado no trabalho assalariado, a primeira metade do século XX está marcada pela progressiva emergência de um sistema cujo principal centro dinâmico é o mercado interno.

O desenvolvimento econômico não acarreta necessariamente redução da participação do comércio exterior no produto nacional. Nas primeiras etapas do desenvolvimento das regiões de escassa população e abundantes recursos naturais - conforme observamos ao comparar as experiências do Brasil e dos EUA na primeira metade do século XIX - uma rápida expansão do setor externo possibilita uma alta capitalização e abre o caminho à absorção do progresso técnico . Sem embargo, na medida em que uma economia se desenvolve, o papel que nela desempenha o comércio exterior se vai modificando. Na primeira etapa a indução externa constitui o fator dinâmico principal na determinação do nível da procura efetiva. Ao debilitar-se o estímulo externo, todo o sistema se contrai em um processo de atrofiamento. As reações ocorridas na etapa de contração não são suficientes, entretanto, para engendrar transformações estruturais cumulativas em sentido inverso. Se se prolonga a contração da procura externa, tem início um processo de desagregação e a conseqüente reversão a formas de economia de subsistência. Esse tipo de interdependência entre o estímulo externo e o desenvolvimento interno existiu plenamente na economia brasileira até a Primeira Guerra Mundial, e de forma atenuada até fins do terceiro decênio do século XX.

C)LIBERDADE, AUTONOMIA/SOBERANIA, DESENVOLVIMENTO COLETIVO, COMO ESTRATÉGIA

DARCY RIBEIRO (1922-1997) – Em três momentos...!!!(livro – O Povo Brasileiro)

“Foi essa gente nossa, feita da carne de índios, alma de índios, de negros, de mulatos, que fundou esse país. Esse paísão formidável, a maior faixa de terra fértil do mundo, bombardeada pelo sol.”

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“Todos nós somos carne da carne daqueles pretos e índios (torturados) e a mão possessa que os supliciou”... “A doçura mais terna e a crueldade mais atroz aqui se conjugaram para fazer de nós a gente sentida/ sofrida ”

“A revolução mercantil em Portugal e Espanha estimularam à procura por novas terras (A INVASÃO DO BRASIL), onde extraíssem matéria-prima e riquezas. Tal expansão recebeu o apoio da Igreja Católica (1454), que via aí a oportunidade de expandir o catolicismo, tarefa que Deus teria dado ao homem branco. Portugal e Espanha “gastaram gente aos milhões”, “acabaram com florestas, desmontam morros a procura de minerais (estima-se que foram levados para Europa 3 milhões de quilates de diamantes e mil toneladas de ouro), “só a classe dirigente permanece a mesma, predisposta a manter o povo gemendo e produzindo ”, não o que os povos colonizados querem ou precisam, mas o que eles impõem à massa trabalhadora , que nem mesmo participa da prosperidade.”

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SOBERANIA(Prof. Marcos Coimbra - Titular de Economia na Universidade Candido Mendes, Professor na UERJ e Conselheiro da ESG)De acordo com a doutrina da Escola Superior de Guerra, "Objetivos Nacionais (ON) são manifestações da vontade coletiva, de necessidades, interesses e aspirações vitais que, em determinada fase de sua evolução histórico-cultural, a nação busca satisfazer. Já Objetivos Nacionais Permanentes (ONP) são objetivos nacionais que perduram no tempo. São seis: Democracia, Soberania, Paz Social, Progresso, Integração Nacional e Integridade do Patrimônio Nacional". Analisando melhor a Soberania Nacional, esta se caracteriza pela "manutenção da intangibilidade da Nação, assegurada a capacidade de autodeterminação e da convivência com as demais Nações em termos de igualdade de direitos, não aceitando qualquer forma de intervenção em seus assuntos internos, nem participação em atos dessa natureza em relação a outras Nações, significando também a supremacia da ordem jurídica em todo o território nacional".

AUTODETERMINAÇÃO

Carta da ONU (WIKIPÉDIA)Em 1941, os Aliados da Segunda Guerra Mundial assinaram a Carta do Sul da Atlântico e aceitaram o Princípio da Autodeterminação. Em janeiro de 1942, 26 países assinaram a Declaração das Nações Unidas, que ratificou esses princípios. A ratificação da Carta das Nações Unidas em 1945, depois do fim da Segunda Guerra Mundial, inseriu o direito de autodeterminação no âmbito do direito internacional e diplomático.Capítulo 1, Art. 1º: diz que o objetivo da Carta das Nações Unidas é: "Desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito do princípio da igualdade de direitos e auto-determinação dos povos, e tomar outras medidas apropriadas para reforçar a paz universal".O Artigo 1º, tanto no Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (PIDCP) como no Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC), afirma o seguinte: "Todos os povos têm o direito de autodeterminação . Em virtude desse direito, determinam livremente sua condição política e perseguem livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural ".

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A Declaração Universal dos Direitos das Nações Unidas, em seu artigo 15, dispõe que toda pessoa tem direito a uma nacionalidade e que ninguém deve ser arbitrariamente privado da sua nacionalidade, nem ter negado o direito de mudar de nacionalidade."No entanto, a carta e outras resoluções não insistem em defender a independência completa como a melhor forma de obter auto-governo, nem incluíram um mecanismo de execução. Além disso, as nações foram reconhecidas pela doutrina jurídica do uti possidetis juris, o que significa que os antigos limites administrativos se tornariam fronteiras internacionais após a independência, mesmo que eles tivessem pouca relevância para as barreiras linguísticas, étnicas e culturais. No entanto, de acordo com a linguagem da autodeterminação, entre 1946 e 1960, os povos de 37 novos países libertaram-se da condição de colônias na Ásia, África e Oriente Médio. A questão da territorialidade inevitavelmente levaria a mais conflitos e movimentos de independência dentro de muitas nações, e contestações à afirmação de que a integridade territorial seja tão importante quanto a autodeterminação.

AUTONOMIA – 1) Educacional e 2) Tecnológica/Científica

FLORESTAN FERNANDES: Seu comprometimento intelectual com o desenvolvimento da ciência no Brasil, entendido como requisito básico para a inserção do país na civilização moderna, científica e tecnológica, situa sua atuação na Campanha de Defesa da Escola Pública, em prol do ensino público, laico e gratuito enquanto direito fundamental do cidadão do mundo moderno.Teorizou os dilemas do subdesenvolvimento capitalista, abordando temas como industrialização e mudança social. Inicialmente no bojo dos debates em torno das reformas de base e, posteriormente, após o golpe de Estado, nos termos da reforma universitária coordenada pelos militares, produziu diagnósticos substanciais sobre a situação educacional e a questão da universidade pública, identificando os obstáculos históricos e sociais ao desenvolvimento da ciência e da cultura na sociedade brasileira inserida na periferia do capitalismo monopolista.

1) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) define e regulariza o sistema de educação brasileiro com base nos princípios presentes na Constituição. Foi citada pela primeira vez na Constituição de 1934.A primeira LDB foi criada em 1961, seguida por uma versão em 1971, que vigorou até a promulgação da mais recente em 1996.Com a promulgação da Constituição de 1988, a LDB anterior (4024/61) foi considerada obsoleta, mas apenas em 1996 o debate sobre a nova lei foi concluído.A atual LDB (Lei 9394/96) foi sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo ministro da educação Paulo Renato em 20 de dezembro de 1996. Baseada no princípio do direito universal à educação para todos, a LDB de 1996 trouxe diversas mudanças em relação às leis anteriores, como a inclusão da educação infantil (creches e pré-escolas) como primeira etapa da educação básica.

Principais características - Darcy Ribeiro foi o relator da lei 9394/96

.Gestão democrática do ensino público e progressiva autonomia pedagógica e administrativa das unidades escolares (art. 3 e 15).Ensino fundamental obrigatório e gratuito (art. 4).Carga horária mínima de oitocentas horas distribuídas em duzentos dias na educação básica (art. 24).Prevê um núcleo comum para o currículo do ensino fundamental e médio e uma parte diversificada em função das peculiaridades locais (art. 26).Formação de docentes para atuar na educação básica em curso de nível superior, sendo aceito para a educação infantil e as quatro primeiras séries do fundamental formação em curso Normal do ensino médio (art. 62).Formação dos especialistas da educação em curso superior de pedagogia ou pós-graduação (art. 64)

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.A União deve gastar no mínimo 18% e os estados e municípios no mínimo 25% de seus respectivos orçamentos na manutenção e desenvolvimento do ensino público (art. 69).Dinheiro público pode financiar escolas comunitárias, confessionais e filantrópicas (art. 77).Prevê a criação do Plano Nacional de Educação (art. 87).(WIKIPÉDIA)

NÃO SÃO POUCAS AS UNIVERSIDADES NO BRASIL(UNIVERSIDADES)

***Quando a gestão, os serviços e o produto das universidades brasileiras atenderão as necessidades e anseios da população.....produzirão profissionais para o mercado brasileiro, sem que estes precisem fugir do país, para conquistar: status/ salário digno/ reconhecimento/ know-how/ entre outros??????AcreUFAC - Universidade Federal do Acre

AmazonasUA - Universidade do Amazonas

MaranhãoUFMA - Universidade Federal do Maranhão

ParáUFPA - Universidade Federal do ParáUNAMA - Universidade da Amazônia

RondôniaUNIR - Fundação Universidade Federal de Rondônia

RoraimaUFRR - Universidade Federal de Roraima

AlagoasUFAL - Universidade Federal de Alagoas

BahiaUCSAL - Universidade Católica do SalvadorUEFS - Universidade Estadual de Feira de SantanaUESB - Universidade Estadual do Sudoeste da BahiaUFBA - Universidade Federal da Bahia

CearáUECE - Universidade Estadual do CearáUFC - Universidade Federal do CearáUNIFOR - Universidade de FortalezaURCA - Universidade Regional do CaririUVA - Universidade Estadual do Vale do Acaraú

MaranhãoUEMA - Universidade Estadual do MaranhãoUFMA - Universidade Federal do Maranhão

PernambucoUPE - Fundação Universidade de PernambucoUFPE - Universidade Federal de PernambucoUFRPE - Universidade Federal Rural de PernambucoUNICAP - Universidade Católica de Pernambuco

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ParaíbaUEPB - Universidade Estadual da ParaíbaUFPB - Universidade Federal da ParaíbaUNIPE - Universidade de Ensino Superior do IPE

PiauíUFPI - Universidade Federal do Piauí

SergipeUFS - Universidade Federal de SergipeUNIT - Universidade Tiradentes

Rio Grande do NorteUFRN - Universidade Federal do Rio Grande do NorteURRN - Universidade Regional do Rio Grande do Norte

Espírito SantoUFES - Universidade Federal do Espírito Santo

Minas GeraisPUC-MG - Pontifícia Universidade Católica de Minas GeraisUEMG - Universidade do Estado de Minas Gerais UFJF - Universidade Federal de Juiz de ForaUFLA - Universidade Federal de LavrasUFMG - Universidade Federal de Minas GeraisUFOP - Universidade Federal de Ouro PretoUFU - Universidade Federal de UberlândiaUFU - Universidade Federal de UberabaUFV - Universidade Federal de ViçosaUNIFENAS - Universidade de Alfenas

São PauloPUCCAMP - Pontifícia Universidade Católica de CampinasPUC-SP - Pontifícia Universidade Católica de São PauloUAM - Universidade Anhembi MorumbiUBC - Universidade Braz CubasUFABC – Santo AndréUFABC – São BernardoUFABC – MauáUFSCAR - Universidade Federal de São CarlosUM - Universidade MackenzieUMC - Universidade de Mogi das CruzesUNAERP - Universidade de Ribeirão PretoUNESP - Universidade Paulista Júlio de Mesquita FilhoUNIABC - Universidade do ABCUNIARA - Centro Universitário de AraraquaraUNIB - Universidade IbirapueraUNIBAN - Universidade Bandeirantes de São PauloUNICAMP - Universidade Estadual de CampinasUNICID - Universidade Cidade de São PauloUNICSUL - Universidade Cruzeiro do SulUNIFESP - Universidade Federal de São PauloUNIFRAN - Universidade de FrancaUNIMAR - Universidade de MaríliaUNIMARCO - Universidade São MarcosUNIMEP - Universidade Metodista de PiracicabaUNIMES - Universidade Metropolitana de SantosUNIP - Universidade PaulistaUNISA - Universidade Santo Amaro

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UNISANTA - Universidade de Santa CecíliaUNISANTOS - Universidade Católica de SantosUNITAU - Universidade de TaubatéUNIVAP - Universidade do Vale do ParaíbaUSC - Universidade do Sagrado CoraçãoUSF - Universidade São FranciscoUNG - Universidade de GuarulhosUNOESTE - Universidade do Oeste PaulistaUSJT - Universidade São Judas TadeuUSP - Universidade de São Paulo

Rio de JaneiroPUC-RJ- Pontifícia Universidade Católica do Rio de JaneiroUCB - Universidade Castelo BrancoUCP - Universidade Católica de PetrópolisUERJ - Universidade do Estado do Rio de JaneiroUFF - Universidade Estadual do Norte FluminenseUFF - Universidade Federal FluminenseUFRJ - Universidade Federal do Rio de JaneiroUFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de JaneiroUGF - Universidade Gama FilhoUNESA - Universidade Estácio de SáUNIGRANRIO - Universidade do Grande RioUNIG - Universidade de Nova IguaçuUNIRIO - Universidade do Rio de JaneiroUNIVERSO - Universidade Salgado de OliveiraUSU - Universidade Santa ÚrsulaUVA - Universidade Veiga de Almeida

Distrito FederalUnB - Universidade de BrasíliaUCB - Universidade Católica de Brasília

GoiásUCG - Universidade Católica do GoiásUNIANA - Universidade Estadual de AnápolisUFG - Universidade Federal de GoiásMato GrossoUFMT - Universidade Federal de Mato Grosso

Mato Grosso do SulUCDB - Universidade Católica Dom BoscoUEMS - Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do SulUNIDERP - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal

ParanáPUC-PR - Pontifícia Universidade Católica do ParanáUEL - Universidade Estadual de LondrinaUEM - Universidade Estadual de MaringáUEPG - Universidade Estadual de Ponta GrossaUFPR - Universidade Federal do ParanáUNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Rio Grande do SulPUC-RS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulUCPEL - Universidade Católica de PelotasUCS - Universidade de Caxias do SulUFPEL - Universidade Federal de PelotasUFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

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UFSM - Universidade Federal de Santa MariaULBRA - Universidade Luterana do BrasilUPF - Universidade de Passo FundoURCAMP - Universidade da Região de CampanhaUNIJUÍ - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do SulURI - Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das MissõesURG - Universidade do Rio GrandeUNISC - Universidade de Santa Cruz do SulUNISINOS - Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Santa CatarinaFURB - Universidade Regional de BlumenauUDESC - Universidade do Estado de Santa CatarinaUFSC - Universidade Federal de Santa CatarinaUFSC - Universidade Planalto CatarinenseUNISUL - Universidade do Sul de Santa CatarinaUNISUL - Universidade do Extremo Sul de Santa CatarinaUNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí

2) Documento-síntese do estudo sobre "O Estado Atual e o Papel Futuro da Ciência e Tecnologia no Brasil", realizado pela Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas por solicitação do Ministério da Ciência e Tecnologia e do Banco Mundial, como parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PADCT-II) - 1993.

O Brasil empreendeu, nos últimos 25 anos, um esforço muito significativo de desenvolvimento de sua capacidade científica e tecnológica. Mas, desde a última década, este setor vem sendo fortemente afetado pela falta de recursos, instabilidade institucional e falta de definição sobre o seu papel na economia, na sociedade e na educação. O setor de ciência e tecnologia do Brasil requer providências urgentes. As transformações recentes da economia mundial tornaram a capacitação nacional em ciência, tecnologia e educação mais importantes do que nunca para aumentar a produção, melhorar a qualidade de vida da população e enfrentar os problemas sociais, urbanos e ambientais. As políticas de ciência e tecnologia, entretanto, só são proveitosas quando associadas a políticas coerentes de ajuste econômico e de desenvolvimento industrial e educacional. Além disso, as políticas do governo federal só podem ser efetivas quando combinadas com a participação ativa dos governos estaduais e locais e de setores sociais significativos, como o empresariado, os trabalhadores, educadores e cientistas.Ciência e tecnologia são mais importantes do que nunca, se o Brasil pretende elevar o padrão de vida da população, consolidar uma economia moderna e participar com plenitude em um mundo cada vez mais globalizado. A economia precisa se modernizar e se ajustar a um ambiente internacionalmente competitivo.A educação precisa ser ampliada e aprimorada em todos os níveis. À medida em que a economia crescer e novas tecnologias forem introduzidas, novos desafios irão emergir na produção e no uso de energia, no controle do meio ambiente, na saúde pública e na administração de grandes conglomerados urbanos. Mudanças também vão ocorrer na composição da força de trabalho. Uma forte capacitação nacional será necessária para que o país possa participar, em condições de igualdade, das negociações internacionais que podem ter conseqüências econômicas e sociais importantes para o Brasil.A nova política deve evitar tanto os excessos do laissez-faire quanto os do planejamento centralizado. Uma política liberal convencional de desenvolvimento científico e tecnológico não produzirá capacitação na escala e qualidade necessárias. Projetos tecnológicos de grande porte, altamente sofisticados e concentrados não terão condições de gerar impactos suficientemente amplos nosistema educacional e industrial. Tentativas de planejar e coordenar centralizadamente todos os campos da ciência e tecnologia correm o risco de expandir burocracias ineficientes e sufocar a iniciativa e criatividade dos pesquisadores.

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A nova política de C&T deve implementar tarefas aparentemente contraditórias: estimular a liberdade, iniciativa e criatividade dos pesquisadores e, ao mesmo tempo, estabelecer um forte vinculo entre o que eles fazem e as necessidades da economia, do sistema educacional e da sociedade como um todo.Deve também tornar a ciência e tecnologia brasileira verdadeiramente internacional e fortalecer a capacidade educacional e de C&T interna ao país.(CIÊNCIA E TECNOLOGIA NO BRASIL: UMA NOVA POLÍTICA PARA O MUNDO GLOBAL)

SOBERANIA POLÍTICA

Autoridade de um soberano.Poder político, de que dispõe o Estado, de exercer o comando e o controle, sem submissão aos interesses de outro Estado.

Existem duas verdades que nunca podem ser separadas neste mundo: 1ª que a soberania reside no povo; 2ª que o povo nunca deve exercê-la.-- Antoine Rivarol(DICIONÁRIO PORTUGUES)

DESENVOLVIMENTO COLETIVO

***Até os empresários pensam em crescimento coletivo!!! Logicamente do ponto de vista dos seus interesses....

4º Congresso Internacional de Inovação – Mercados Emergentes e Desenvolvimento Coletivo

- “Empresas Emergentes em Países Emergentes” / “Sistematização da Inovação: orientação para o Desempenho das Empresas Emergentes” / “Desenvolvimento do Conhecimento Colaborativo” / “Inovação – Transformação de um Mundo Emergente”.  O evento conseguiu criar um ambiente inspirador, que com o relato dos palestrantes e apresentação dos cases de empresas que obtiveram resultados importantes a partir da implantação da inovação, conseguia instigar os espectadores a realizar projetos inovadores.

O tema desta edição falava sobre os desafios da Inovação em Mercados Emergentes e em muitas das exposições o destaque era o fator humano destes mercados emergentes. Países como Brasil e Índia, por exemplo, estão se destacando não só por desenvolverem novas tecnologias, mas também pela mudança de paradigmas vinda da população. Outro ponto mencionado como propulsor da inovação atualmente, é o poder do coletivo. Foram citados exemplos onde a mobilização de várias pessoas e a troca de experiências pôde fazer com que se criassem soluções para determinados problemas.

***E nós; o que faremos?

Nosso problema principal consiste em precisar quais seriam os componentes dos saberes comunitários que evidenciam a situação ou posição de desenvolvimento econômico, social e político de uma comunidade, visto que existem intervenções externas (mídia – enre outros...) que podem corromper e ou desviar, dos objetivos positivos necessários. Para compreendermos melhor, é necessário decompormos em categorias: informações sobre escolaridade, cultura, valores e ideologia; informações sobre o ambiente interno – prioritariamente as inter-relações pessoais e institucionais; informações sobre o ambiente externo (mídia/ outras comunidades

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nacionais e internacionais/ entre outros); informações tecnológicas-científicas e operacionais; informações de marketing; informações de gestão e informações sobre a visão global da comunidade.MOBILIZAÇÃO/ ORGANIZAÇÃO/ PLANEJAMENTO/ AÇÃO CONCRETA.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

***Reconheço e me penitencio; neste momento; que minha capacidade de “síntese” é zero. Toda e qualquer informação e conceituação acaba no meu parecer, sendo de importância vital para os objetivos que pretendo explicitar.Talvez esse erro gravíssimo seja decorrente da minha preguiça em aprender regras gramaticais. Por esse motivo, acabo escrevendo da mesma maneira que falo.

***Reconheço também minha total ignorância em produzir um TCC. Toda a parte técnica e exigida para garantir os créditos aos autores, eu na ânsia de acumular um maior e mais importante conteúdo, acabo agregando idéias e informações de tantos autores e nessa miscelânea surgem novas idéias e conceituações.Sei que isto é um “crime” acadêmico, porém aceito a condenação que deva ser imposta....Confesso; fiquei com muita inveja do Profº. Joel Felipe!!! Ele é de uma rigidez nos conteúdos e seus autores que faz gosto!!! **obs.: Os demais professores são fieis às regras técnicas.....e pronto!!!

VAMOS FINALMENTE AO TRABALHO

***FLORESTAN FERNANDES foi talvez o único intelectual cujo trabalho foi abordado em nosso curso, que enfocou os problemas brasileiros e suas soluções, no campo da sociologia – economia – política - desenvolvimento, fugindo da estrutura impositiva capitalista.Independente das diferenças: de concepção técnica sobre desenvolvimento e subdesenvolvimento; de história de vida; de período e conjuntura, Caio Prado Jr. e Celso Furtado por mais geniais que fossem; pesquisaram, estudaram, elaboraram e executaram em parte ou não, projetos de reformas do capitalismo atrasado brasileiro.

***Desde os primórdios do Brasil, prevaleceram no país os métodos da colonização portuguesa, baseados na concessão de enormes extensões de terra a beneficiários "de posses" (concentração fundiária- latifúndios), ou seja, que dispusessem de capitais para investir em produtos de interesse estrangeiro, exploração de recursos naturais e exploração do trabalhador(a) - povo. A estrutura burocrática do Estado, com seus privilégios e corrupções, foi um dos pilares fundamentais que garantiram: ATRASO –intelectual/social/ SUBSERVIÊNCIA/ SUFOCAMENTO CULTURAL/ CONCENTRAÇÃO DE RENDA/ SUBDESENVOLVIMENTO/ DEPENDÊNCIA –Política/Econômica/ entre outros.

-“Não quero morrer sem ver meu país desfrutando de soberania plena e independência real; ver meu povo com liberdade irrestrita, com dignidade, com qualidade de vida invejável.”

- “NÃO MORREREI PAGÃO”

***Em todas as aulas absorvi informações e conceitos, acumulei dúvidas, recriei polêmicas em minha cabeça. Na aula ministrada pelo professor Joel Felipe, surgiu um conceito que para mim é muito valioso por assemelhar-se com “Luta de Classes”; - IDENTIDADE SOCIAL - .Esse conceito – enfocado com a seriedade que merece - aliado a uma questão formulada pelo professor Moretti

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(Como conquistar direito para expor a realidade?), bem como, outra explicitada pelo professor Joel (A extrema segmentação dos movimentos, pode significar o fim dos mesmos?) me induziu a uma formulação de “transformação”. PREÂMBULO

1) O indivíduo do século XXI, aquela pessoa comum, se perde no emaranhado do cotidiano: -sacrifica mente e músculos para garantir a sobrevivência em um emprego qualquer; -abre guerra contra o chefe carrasco e condena a falta de ação concreta do Sindicato; -briga contra o vereador/prefeito omisso e inoperante; - desencadeia escaramuça contra o padre pedófilo e o pastor tarado e corrupto; -defende a ararinha azul e o mico leão dourado; - é a favor da liberdade de expressão e opção sexual; -participa dos movimentos: contra a discriminação racial – em defesa dos idosos – pela garantia e segurança da criança – contra a violência à mulher; - debate e participa de manifestações para a liberdade da Palestina; -é bombardeado impiedosamente pela mídia.....UFA!!!!

2) Os poderes: Executivo/ Legislativo/ Judiciário; as Entidades/ Instituições/ Associações/ Movimentos constituídos; na maioria das vezes, se destroçam nas guerras internas ou externas pelo “poderzinho” ou somente pelo “status”; degladiam pelo carreirismo ou continuísmo. À todos eles a população, o “serzinho”, o incômodo populacho.......POUCO IMPORTAM!!!

***NADA MENCIONADO ACIMA PRENUNCIA UMA REVOLUÇÃO..... lenta..... gradual..... pacífica.... ..............PELO MENOS!!!***ONDE ESTÁ O “FIO CONDUTOR” DE TODOS OS MOVIMENTOS?***QUE “OBJETIVO FINAL” – “META” – OU CONCLUSÃO DIGNA-ABRANGENTE-CONCRETA, PARA A MAIORIA DOS SERES HUMANOS, VISLUMBRAMOS?

“Pode parecer exagero, mas é de coração...!!! “Os movimentos segmentados/fragmentados, podem ser vítimas de uma ação dominadora do poder constituído, que utilizará como suporte: o Estado de Direito; a Ordem Jurídica e Política; a Soberania das Nações e Instituições; o Politicamente Correto; até a CIVILIDADE entre outros; fazendo com que esses movimentos disputem entre eles ou satisfaçam seus pleitos, no campo controlado de quem já faz a gestão do poder. É necessário uma fio condutor (Não um líder, um comandante geral ou um MESSIAS.); talvez uma consciência coletiva estruturada ao acaso ou um desastre social/político/econômico impactante; que descortine – ao menos à massa teoricamente consciente – uma meta real, um objetivo concreto, um futuro digno e de qualidade de vida igualitário.

***Na minha opinião....A SAIDA MAIS COERENTE E VIÁVEL...!!!???

***PAULO FREIRE: -“Aprender a aprender.”1ª – Aprendemos a vida toda. Não há tempo próprio para aprender.2ª – Aprender não é acumular conhecimentos. Aprendemos história não para acumular conhecimentos, datas, informações, mas para saber como os seres humanos fizeram a história para fazermos história.3ª – O importante é aprender a pensar (a realidade, não pensamentos), aprender a aprender.4ª – É o sujeito que aprende através da sua experiência. Não é um coletivo que aprende.5º – Aprende-se o que é significativo para o projeto de vida da pessoa. Aprendesse quando se tem um projeto de vida.6ª – É preciso tempo para aprender e para sedimentar informações. Não dá para injetar dados e informações na cabeça de ninguém. Exige-se também disciplina e dedicação.

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7ª – Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”

***APRENDI COM OS PROFESSORES DO CURSO E SEUS PROFESSORES – AUTORES/PENSADORES ILUSTRES; ***APRENDI COM OS COMPANHEIROS(AS) DO CURSO, OS QUAIS SOCIALIZARAM SUAS EXPERIÊNCIAS E CONHECIMENTOS;***APRENDI COM AS DERROTAS, APANHANDO NA VIDA; MAS TAMBÉM APRENDI MUITO COM AS ALEGRIAS DAS VITÓRIAS COLETIVAS;***APRENDEREI MAIS: COM A CRIANÇA/ COM O JOVEM/ COM O VELHO/ COM O ANALFABETO/ COM O INTELECTUAL/ COM OS SERES HUMANOS DE TODAS AS RAÇAS/ETINIAS – RELIGIÕES/CREDOS – GENEROS – FILOSOFIAS POLÍTICAS – OPÇÃO SEXUAL – CLASSE SOCIAL – etc.

AGRADECIMENTOSÀ todo o corpo docente e discente da UFABAC.

À todo o corpo docente e discente da ENFF.

Em especial:

****Economista PAUL ISRAEL SINGER

****Professores(as) do Curso UFABC/ENFF:

-OLIVIA CAROLINO PIRES-VITOR E. MARCHETTI FERRAZ JR.-JEROEN KLINK-THOMAZ F. JANSEN-ANA KEILA MOSCA PINESI-DÁCIO MAHEUS-RICARDO DE SOUSA MORETTI-SANDRA IRENE MOMM-SILVIA PASSARELLI-FREDERICO B.M. TRIGOSO-LUIZ DALLA COSTA-SILVANA MARIA ZIONI-JOÃO PEDRO STDILE-CLAUDIO PENTEADO-MARCOS BUZETTO-JOEL FELIPE-SIDNEY JARD-MIGUEL IOSHIDA-MARIA LUISA MENDONÇA

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****À TODOS: Companheiras e Companheiros parceiros nas Atividades Formativas.

BIBLIOGRAFIA (pesquisada) 1942 : Formação do Brasil Contemporâneo 1945 : História Econômica no Brasil 1953 : Evolução Política do Brasil e Outros Estudos 1972 : História e Desenvolvimento

A economia brasileira. RJ, A Noite, 1954 Uma economia dependente. RJ, Ministério da Educação e Cultura, 1956 Formação Econômica do Brasil . RJ, Fundo de Cultura, 1959

Formação econômica do Brasil. 34ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. Desenvolvimento e subdesenvolvimento. RJ, Fundo de Cultura, 1961 Um projeto para o Brasil. RJ, Saga, 1968

**A Ideologia Alemã - Karl Marx / Friedrich Engels

**Economia Regional e Negociações Coletivas no ABC-Paulista

**Desafios do Mundo do Trabalho é uma publicação doCEPIS – Centro de Educação Popular do Instituto Sedes Sapientiae edo Dieese - Departamento Intersindical de Estatística e EstudosSocioeconômicos

**Padrão de Produção e Reestruturação Produtiva – slide -(DIEESE)

**Reestruturação Produtiva Impactos – Metrópoles / Redução Papel do Estado / Mudanças de Paradigmas / Empresa-Cidade-Planejamento / Papel dos Trabalhadores– slide –(Jeroen Klink)

**Raízes do Brasil

**Florestan Fernandes e a Militância do MST – Adelar João Pizetta

**Fragmentos da Obra de Florestan Fernandes – Organização Adelar João Pizetta

**Dilemas da Formação Nacional Brasileira – Thomaz Ferreira Jansen

**Texto – Furtado e os limites da razão burguesa na periferia do capitalismo.  - Plínio de Arruda Sampaio Jr. / Unicamp

**Video – Celso Furtado - Carlos Alberto Vieira / Unicamp

**Texto – CelsoFurtado: Notas sobre a Formação Nacional e as Conexões entre Dependência e Subdesenvolvimento  - Carlos Alberto Vieira / Unicamp

** A EXCLUSÃO NO ACESSO À TERRA PÚBLICA NO ESTADO DE SÃO PAULO -Júlia Azevedo Moretti / Ricardo de Sousa Moretti / Carolina L. M. de Castro / Maria Lúcia D’Alessandro / Patricia Zandonade

25/ 11/2011 (primeira formatação)29/ 11/ 2011 (segunda formatação )02/ 12/ 2011 (formatação final)

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