nº 17 - janeiro | fevereiro | março 2016
DESCRIPTION
Revista digital sobre Cães e Lobos propriedade do Centro Canino Cale de LobosTRANSCRIPT
Janeiro | Fevereiro | Março
2016
Revista digital
*
* Irá aprender algo mais sobre cães e lobos
*
… e donos responsáveis!
Departamento de Formação do:
Características do Curso
Objectivos do Curso: Formar técnica e cientificamente através da aquisição de conhecimentos sobre Criação Canina, todos os criadores, ou que pretendam vir a sê-lo, na medida em que, este Curso abarca toda esta temática, desde os conceitos de Genética Canina até à entrega do cachorro ao futuro dono.
Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: +/- 6 meses ou 500 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do formando). A quem é dirigido este Curso: Este Curso é dirigido a todos os Criadores Caninos que sintam algumas lacunas no seu conhecimento acerca dos Temas propostos no mesmo. É igualmente dirigido a todos aqueles que pretendam iniciar esta apaixonante e nobre atividade que é a Cria-ção Canina. Perspectivas de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/científica e conhecimento profundo de todos os mecanismos ligados ao processo de Criação Canina. No final do mesmo, o formando fica em condições de, conscientemente, Criar cães, uma vez que está na posse de formação técnica e científica específica necessária para o fazer.
Estrutura Programática (Resumida)
Tema 1 - A Genética Canina Tema 2 - O Período Reprodutivo Tema 3 - A Reprodução Tema 4 - A Gestação Tema 5 - A Patologia da Reprodução Tema 6 - A Alimentação da Cadela gestante Tema 7 - O Parto Tema 8 - A Amamentação Tema 9 - O Desmame Tema 10 - Primeiras etapas do desenvolvimento do Cachorro Tema 11 - Enfermidades do Período neonatal Tema 12 - O Crescimento do cachorro Tema 13 - Desparasitação e Vacinação dos Cachorros Tema 14 - A entrega dos Cachorros Tema 15 - Identificação e Registo dos Cachorros
Curso destinado a todos os criadores, ou potenciais criadores caninos.
www.ccvlacademia.com/curso-completo-de-criaccedilatildeo-canina-online.html
Formamos:
Profissionais competentes...
Pastor de Maremma Para este número da revista tivemos uma nova colaboradora, a Catarina
Assunção, que nos presenteou com a apresentação de uma raça, praticamen-
te desconhecida entre nós, o Cão de Pastor de Maremma. Aconselhamos viva-
mente que o conheçam melhor num excelente artigo publicado a partir da
página 29.
Mas, temos também que assinalar um facto histórico neste número da revista,
uma vez que, além da Catarina, termos a participação de 5 novos colaborado-
res, o que já não acontecia há bastante tempo, são eles, ou elas: Isabel Vital,
Marta Gomes, Ricardo Capucho, Elsa Fonseca e Diego Oliveira. A todos eles o
nosso muitíssimo obrigado.
Como consequência disso, a variedade dos temas dos artigos apresentados é
também bastante grande, e convidamos os nossos leitores a identificarem os
sinais de calma dos vossos cães, a Elsa Fonseca irá dar uma ajuda; Já tenta-
ram saber porque é que o vosso cão apresenta um determinado comportamen-
to? A Isabel Vital vai ajudar; e stress, eles também têm? A Marta Wadsworth
responde; com a ajuda da Marte Gomes irão comprovar que o acto de brincar é
muito importante para a evolução comportamental dos vossos cães; a nossa
indiferença justificará o sofrimento de alguns animais? O Ricardo Capucho da
Associação Esperança Animal prova que não; será que os cães estão a tomar o
lugar dos filhos que não temos? Mais uma interrogação que será respondida
pelo Diego Oliveira; a forma de encarar a doença oncológica nos cães é idênti-
ca à das pessoas? Vamos ter a ajuda da Catarina para nos explicar; ingerir as
fezes, é um problema do cão ou nosso? Porquê e como resolver? O Ricardo
Duarte vai-nos explicar; acreditam em alguns mitos criados à volta do treino
canino? A Marta Wadsworth irá desmontá-los e, por fim um tema muito polémi-
co, a Vanessa Correia já nos habituou a eles, será a homeopatia uma alternati-
va à medicina tradicional?
Leiam esta revista e obtenham respostas.
Até Abril.
Boas leituras.
Navegue connosco nas ondas da web
Centro Canino de Vale de Lobos
www.ccvlonline.com
Departamento de Formação do CCVL
www.ccvlacademia.com
Departamento de Divulgação do CCVL
Blogue: http://comportamento-canino.blospot.com
Fórum: http://comportamento-canino.forumotion.net
www.facebook.com/CCVL.Academia
Revista Cães & Lobos
www.facebook.com/revistacaeselobos
2
Os cães também têm stress
(Marta Wadsworth)
8
Os animais como doentes
oncológicos
(Catarina Assunção)
12
Coprofagia
(Ricardo Duarte)
16
Compreender o nosso cão (Isabel Vital)
21
A brincadeira no comportamento
canino
(Marta Gomes)
25
O preço da indiferença
(Ricardo Capucho)
29
O Pastor de Maremma
(Catarina Assunção)
35
Sinais de calma
(Elsa Fonseca)
38
Homeopatia para animais
(Vanessa Correia)
43
Os 5 mitos do treino canino
(Marta Wadsworth)
49
Nossos filhos... Os cães
(Diego Oliveira)
51 - Histórias (antigas) de Cães.
55 - Espaço Lobo
Autoria: Marta Wadsworth
Tens reparado nal-
guma alteração ao
comportamento do
teu cão? Maior
ansiedade ou até
um pouco deprimi-
do? É verdade, os
c ã e s t a m b é m
podem ter stress,
aliás este é um pro-
blema bem mais
comum do que ima-
Tens reparado nalguma alteração ao comportamento
do teu cão? Maior ansiedade ou até um pouco depri-
mido? É verdade, os cães também podem ter stress,
aliás este é um problema bem mais comum do que
imaginas.
O stress é um mecanismo natural que permite aos
animais sobreviver, hormonalmente e fisiologicamen-
te o animal é submetido a alterações que o permitem
sair de onde está, alterar ou fazer algo diferente, nor-
malmente pela sua sobrevivência.
No entanto, o stress pode tornar-se um grande pro-
blema quando o animal não tem capacidade de esca-
par ou alterar a situação em que está. Um cão, por
exemplo, quando entra em stress e não pode libertar-
se do mesmo de forma "natural" poderá então entrar
numa espiral de problemas que devemos evitar.
Muitas vezes os donos reconhecem sinais de stress
no seu cão quando este já está num estado avança-
do do problema. É importante que possamos conhe-
cer os sinais de stress para que possamos fazer algo,
deste o primeiro momento. (Nota: o contexto em que
são apresentados os sinais que descreveremos de
seguida é muito importante. Daí que sugerimos que
contacte um terapeuta comportamental sempre que
identificar alguns dos sinais e não esteja a compreen-
der a sua causa).
7 Sinais De Stress A Que Deverá
Estar Atento:
#1 Diarreia, obstipação ou outras ano-
malias gastro-intestinais Como poderão calcular, estes são sintomas comuns
de alguma doença ou intolerância alimentar, daí que
no caso de observarem estes sinais a primeira coisa
que deverão fazer será contactar o vosso médico-
veterinário.
No caso de terem procedido às recomendações vete-
rinárias e os problemas persistirem, então poderão
considerar que estes poderão ter origem psico-
somática. Problemas digestivos podem ser causados
por ansiedade, tal como ocorre nos seres humanos.
#2 Ladrar compulsivamente É normal os cães ladrarem, é a sua forma de comuni-
car uns com os outros e com o mundo. Existem cães
que vocalizam menos e outros que naturalmente o
fazem com mais intensidade. No entanto, conhecendo
o nosso cão podemos entender quando o ladrar deixa
de ser natural e passa a ser em demasia, associado a
frequentes repetições.
Ladrar excessivamente pode ser associado a ansieda-
de, confinamento, frustração, falta de exercício físico
ou ansiedade de separação. Um bom teste para
entender se este é o caso que leva o teu cão a ladrar
compulsivamente é dedicares mais tempo a longos
passeios com ele, aumentar o espaço em que está
confinado durante o dia e forneceres-lhe brinquedos
com que possa ocupar o seu tempo.
No caso de cães com ansiedade por separação, caso
identifiques vários sinais que possam apontar para
esta patologia ou não consigas resolver o problema,
contacta um especialista em comportamento canino
para que te possa auxiliar no diagnóstico e tratamen-
to.
Babar-se ou espumar da boca é algo
muito comum quando os cães viajam
de carro, mas pode também ser obser-
vado como sinal de stress noutras oca-
siões. Novamente, caso vejam o vosso
cão a espumar sem razão aparente
devem logo procurar aconselhamento
veterinário já que pode estar a passar-se algo de gra-
ve.
No caso das viagens de carro, sugerimos que colo-
quem os vossos cães dentro de uma transportadora
apropriada para que não possa ver o que se passa lá
fora e assim aproveitar de uma viagem mais calma.
#3 Tremer incessantemente Se o teu cão não está molhado, com frio ou
dor, então tremer é algo que mostra que
existe um problema que ele está a enfrentar.
Normalmente o stress leva a este comporta-
mento quando o cão é sujeito a experiências com as
quais não foi previamente socializado ou com as
quais não se sente confortável, tais como: viagens de
carro, permanecer em canis, a primeira noite numa
nova casa, visitas ao veterinário, foguetes, trovoadas,
entre outros.
Neste caso, devemos fomentar que o cão volte ao
seu estado normal, acalmando-o com palavras cal-
mas e recompensado quando se acalma. É muito
importante que não se esqueçam que nunca se deve
dar festinhas ou biscoitos quando o cão apresenta
este comportamento já que iremos estar a validar o
seu estado de ansiedade e não a ajudá-lo a acalmar
(o estado que queremos que atinja).
#4 Babar-se Como é óbvio que babar na presença da sua refeição
ou brinquedo preferido não é um sinal de stress com
que nos devamos preocupar. Muito menos quando
este é um comportamento normal do cão ou raça
(dentro de certos limites)
#5 Urinar ou defecar fora do sítio Um cão treinado e que tenha oportunidades regula-
res de fazer as suas necessidades no local apropria-
do não deve, salvo raras excepções, fazer as neces-
sidades em casa. Incontinência em cachorrinhos não
treinados ou cães idosos com problemas típicas da
sua idade avançada podem ser considerados
"normais", no entanto, na maioria dos outros casos
há que levar ao veterinário para um check-up.
Caso o veterinário apontar para que esteja tudo bem
com o vosso cão, então podemos estar perante um
dos sinais de stress. Um cão que faça as necessida-
des em casa pode fazê-lo por vários motivos, como
ansiedade ou marcação. Este é também um dos sin-
tomas que um cão com ansiedade por separação
pode observar.
Em primeiro lugar é recomendável alterar os seus
horários para garantir que o cão tem oportunidades
regulares e rotineiras (sempre à mesma hora) de ir à
rua. Garanta que está bem ensinado e que sabe que
o lugar correto é fora de casa. Se mesmo assim os
problemas persistirem, contacte um profissional
para o ajudar no diagnóstico.
#6 Lamber ou coçar excessivamente Em primeiro lugar, e tal como vimos nos pontos ante-
riores, deve sempre observar de perto se o seu cão
que lambe ou coça excessivamente uma parte do
do corpo não apresenta nenhuma alergia, ferida ou
inflamação (atenção, as feridas presentes poderão
ser, não a origem do comportamento mas uma con-
sequência do mesmo).
Os cães desenvolvem este tipo de comportamento
como manifestação do seu stress em relação a
determinada situação. Pode ser falta de exercício
físico, falta de ocupação ou estimulação mental, ou
outros problemas comportamentais (ansiedade de
separação, sensibilidade a estímulos, entre outros).
Um sinal muito fácil de observar e que pode também
verificar noutros cães que encontra na rua é o de
lamber o focinho. Um cão que não está confortável,
está stressado, frustrado ou confuso tem tendência
a lamber o focinho (podendo também bocejar,
ambos sinais de ansiedade ou stress).
#7 Hipervigilância ou agitação Cães stressados podem tornar-se muito agitados,
sem serem capazes de relaxar. Saltam por cima de
tudo e todos, sempre atentos a qualquer som ou
movimento. São cães que estão demasiado alertas,
sempre a seguir os donos ou permanecer longos
períodos de tempo junto às janelas.
Uma forma de poder ajudar o cão a acalmar é per-
mitir que este esteja durante curtos períodos de
tempo (até máximo de 4 horas), confinado num
local calmo, escuro e sem quaisquer estímulos. Tal
irá ajudar o seu cão a acalmar (poderá ficar a ladrar
durante os primeiros minutos mas irá acabar por
acalmar), num espaço em que poderá descansar da
sua profissão de vigília. Nunca o tires desse quarto
ou caixinha enquanto ainda estiver ansioso, pois
isso apenas irá transmitir que se ladrar muito irá
concretizar o seu objetivo de sair.
Para melhorar a sua qualidade de vida, poderás
também encontrar brinque-
dos de estimulação mental e
recompensar o seu compor-
tamento calmo.
Alguns conselhos gerais para ajudar o seu cão a lidar com o stress é
começar por:
Criar uma zona segura em que este possa estar para se refugiar daquilo
que está a temer (tempestades por exemplo);
Faça exercício regularmente com o seu cão, durante um período de tempo
apropriado para que este possa libertar a ansiedade acumulada;
Forneça-lhe brinquedos ou objetos que permitam não só que fique ocupa-
do mas também que possa estimular as suas capacidades cognitivas.
Autoria: Catarina Assunção
O departamento de oncologia em medicina veteriná-
ria evoluiu a grande velocidade nas últimas décadas,
no que respeita à leitura e ao entendimento da for-
mação do cancro, do diagnóstico e de técnicas de
tratamento. Em Portugal, existem já algumas clínicas
e diversos profissionais que se dedicam exclusiva-
mente a doentes oncológicos, nomeadamente, ani-
mais de companhia.
Um diagnóstico assertivo, assim como a estanquici-
dade correta de um tumor, são vitais para a escolha
do tratamento mais adequado e para a obtenção de
resultados favoráveis para a qualidade de vida do
animal.
No entanto, a chegada de um diagnóstico com a
palavra “cancro” é sempre devastador e quase sem-
pre irrecuperável no nosso entendimento humano.
Percebemos, enquanto donos, que é algo que veio
para ficar, que vai dar luta, que vai fustigar o organis-
mo do nosso amigo, e que certamente o levará, um
dia.
Mas para que este dia caminhe na nossa direção a
passos pequenos, existem diversos elementos que
devemos ter em conta, e principalmente, estar aler-
ta, no dia-a-dia do nosso animal.
Sinais físicos como: inchaço anormal que persiste
em crescer, uma ferida que não cicatriza, perda de
peso, perde de apetite, apatia geral, dificuldade em
andar, brincar ou eliminar, estão dentro do leque
possível que o animal pode demonstrar. Contudo, a
experiência diz-me que outros sinais, como a copro-
fagia (ingestão das próprias fezes ou de outros ani-
mais) espontânea pode consistir num alerta impor-
tante a ter em conta. Fortes evidências de cancro
podem ainda ser obtidas, e despistadas, através de
exames médicos como radiografias, ecografias e
determinados testes sanguíneos, acompanhados
quer pelo exame físico, quer pelo seu historial médi-
co do animal.
Nos casos em que se diagnosticaram metástases, é
possível utilizar-se tratamento paliativo como quimio-
terapia e analgésicos, sendo que, as premissas no
tratamento do cancro devem ser as de que o animal
não deve sofrer com dor, não deve sofrer com efei-
ser bem nutrido. A quimioterapia é uma palavra que
assusta muitos de nós, porque imaginamos os efeitos
secundários que se conhecem nos humanos, embora
desconhecendo que as doses administradas em ani-
mais são menores e consequentemente os efeitos
são menos frequentes.
A constante exposição dos donos a informação publi-
citada (via Internet, redes sociais, comunicação
social, etc.) sobre novas terapêuticas em humanos,
faz com que obtenham mais conhecimento e conse-
quentemente se tornem mais exigentes no tratamen-
to do seu animal.
Aqui, mais uma vez, a experiência mostrou-me que a
nossa resistência ao impacto do diagnóstico advém
quase 80%, da enorme resiliência e adaptação que
os animais nos demonstram perante a doença
(quase que me faz pensar o quão fraco é o ser huma-
no). Posso afirmar que, talvez o primeiro tratamento
de quimioterapia seja o mais impactante, em parte
porque as nossas expectativas são as piores e as
mais assustadoras, quando na verdade, estar ao lado
do nosso animal naquele momento, pode ser tão ou
mais importante como o dia em que nasceu.
Quanto a casos de cancro de maior prevalência, estu-
dos revelam que, apesar que em países de maior
exposição solar o cancro cutâneo seja o mais eviden-
te, é o cancro da mama (carcinoma mamário, por
exemplo) quem está no topo da lista, sendo a castra-
ção em idade jovem um dos métodos mais eficiente
para o não desenvolvimento da doença.
À parte da prevenção da doença, a questão genética,
associada na maioria dos casos à manipulação que é
exercida pelos criadores em busca das característi-
cas que entendem ser “ideais” de uma raça, e a pres-
são exercida sobre os genes que originam os fatores
de beleza, incluem, cada vez mais, catalisadores
genéticos que podem transportar estas patologias,
concluindo assim que a herança oncológica acaba
por ser herdada em conjunto com os genes.
Presentemente, encontra-se no mercado a vacina do
melanoma como sendo o novo medicamento para
tratamento (preventivo) do melanoma, recentemente
aprovado nos E.U.A. Trata-se de um injetável que esti-
mula o sistema imune do cão a reconhecer as células
cancerígenas e a destruí-las. Esta nova vacina con-
tém A.D.N. Humano, fazendo com que o sistema
imunitário do cão reconheça esta proteína estranha
e ative uma resposta imune contra ela, mas alarga-
da aos melanócitos (células produtoras de melanina)
tumorais, destruindo-os. Esta tecnologia é totalmen-
te inovadora na medicina veterinária e consiste no
último grande avanço na luta contra o melanoma no
cão e encontra-se disponível no nosso país mediante
importação dos E.U.A. e posterior autorização de
administração pela Direção Geral de Veterinária.
Embora esta seja a doença do século, quer em ani-
mais quer em seres humanos, é também a que mais
avanços significativos têm tido ao nível da investiga-
ção e do tratamento. Quando entrei pela primeira
vez no Centro Veterinário de Berna, na Avenida de
Berna, em Lisboa, com a minha cadela de 12 anos,
resgatada de um canil, cujo diagnóstico oncológico
se demonstrava bastante avançado, nem queria
acreditar quando ouvi falar em sessões de quimiote-
rapia e radiação para cães. Confesso que também
eu entrei naquela sala iludida com os sintomas que
conhecia, com as baixas taxas de sobrevivência, e
consciente da experiência de vida que a minha cade-
la tinha, certo seria que a ia perder para a maldita
doença. Imaginei-a imediatamente sem pêlo e com
vómitos constantes, falta de apetite e apática na sua
almofada. Mas nada disto felizmente aconteceu, ten-
do perfeita consciência que foram estes tratamentos
que nos deram mais um ano e meio de vida juntas.
Esta é também uma das causas de abandono de
animais, onde a impossibilidade financeira de recor-
rer a estes tratamentos, leva a que muitas pessoas
se despojem do seu melhor amigo, na rua, ou em
associações de acolhimento a animais, tornado
assim, esta luta de extrema importância, quer para a
saúde animal quer no livre acesso a todos, destas
novas terapêuticas.
___________________________________________
Fontes: Centro Veterinário de Berna, Lisboa. Centro Hospitalar Veterinário, Porto. www.petcancervaccine.com Instagram.com/thedogist/
Satu, perdeu uma pata devido a um cancro. Fonte, The Dogist
Singa, sobreviveu a um cancro no fígado. Fonte, The Dogist
i Termo refere-se à quimioterapia antineoplásica, um dos tratamentos do cancro onde são utilizadas drogas antineoplásicas. ii Tipo de cancro de pele originado das células produtoras
de melanina.
iii Ácido desoxirribonucleico (A.D.N., em português), é um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéti-cas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos.
A origem da palavra coprofagia vem do latim,
copros – fezes e fagia – ingestão. Desta forma,
a coprofagia caracteriza-se pela prática da
ingestão de fezes.
Autoria:
Ricardo Duarte
Embora esta prática exista também nos seres huma-
nos, e seja neste caso caracterizada como uma pato-
logia de ordem psíquica, a prática da coprofagia é
bastante frequente em diversas espécies animais,
como cães, gatos, roedores, insetos, etc. Sendo uma
situação particular e que pode originar diversos pro-
blemas é essencial compreender as suas causas de
forma a prevenir ou a tratá-las da forma mais adequa-
da. Neste sentido, é importante estar atento às pri-
meiras manifestações deste comportamento, de for-
ma a intervir eficazmente.
Esta prática pode ser dividida em três tipos distintos:
Auto-coprofagia: quando o animal ingere as
suas próprias fezes;
Coprofagia intraespecíficas: quando o animal
ingere as fezes de outros animais da mesma
espécie, por exemplo um cão que come as
fezes de outro cão;
Coprofagia interespecífica: quando o animal
come as fezes de outros animais de uma espé-
cie diferente, ou seja, quando um canídeo
come as fezes de um felino.
O grande problema desta prática passa pela possível
transmissão de doenças, provocadas pela presença
de parasitas nas fezes. Um cão que ingere fezes arris-
ca-se a ingerir também parasitas ou bactérias nelas
contidas, que lhes podem causar vários tipos de
doenças, algumas até bastante perigosas. Mesmo os
animais desparasitados podem ser alvo destes peri-
gos, uma vez que o desparasitante atua apenas
quando o animal já esta infetado, e não como medida
preventiva. Para além disso, é importante referir que,
muitos destes parasitas presentes nas fezes dos nos-
sos amiguinhos podem ser transmitidos ao homem, o
que faz desta uma questão se saúde pública.
Embora não existam razões completamente bem defi-
nidas sobre as causas que levam ao desenvolvimento
deste comportamento, talvez devido ao grande núme-
ro das mesmas, pode-se no entanto afirmar que exis-
tem dois grandes grupos, os de ordem nutricional e
os de ordem comportamental.
Os tratamentos para esta prática são variados, uma
vez que o comportamento desenvolvido pode ter
diferentes origens e, acima de tudo, muitas vezes as
causas não se encontram muito bem definidas, o
que pode dificultar a estratégia a adotar. Assim, os
tratamentos podem então ser classificados em qua-
tro classes diferentes: tratamento comportamental,
tratamento ambiental, tratamento médico e trata-
mento nutricional.
Tratamento comportamental: Ao nível comportamen-
tal o tratamento passa por adestrar/ condicionar o
animal de forma a prevenir ou a corrigir este tipo
comportamento. Este condicionamento deve ser
sempre baseado em estratégias indolores e não
punitivas para o animal.
Tratamento ambiental: O fator ambiental é um ponto
bastante importante no tratamento deste comporta-
mento. Neste sentido o espaço onde o animal se
encontra deve ser mantido sempre limpo. Assim,
caso o animal seja mantido num espaço onde lhe é
permitido defecar é recomendável que a recolha das
fezes seja feita com bastante frequência. Para além
disso, existem no mercado algumas substâncias
compostas por enzimas específicas que misturadas
com a comida conferem um sabor bastante desagra-
dável às fezes que resultam da sua digestão, o que
acaba por persuadir a sua ingestão, por parte do ani-
mal.
Tratamento médico: Esta abordagem deve ser tida
em conta especialmente, mas não só, em animais
adultos que começaram a apresentar este tipo de
comportamento após a maturidade. Neste caso os
animais deverão ser submetidos a um check-up
veterinário de forma a despistar eventuais patolo-
gias, como por exemplo diarreias, insuficiência pan-
creática, problemas de absorção de nutrientes, entre
outros. Em alguns casos, apenas a administração de
enzimas digestivas, que ajudam a digerir os nutrien-
tes dos alimentos, é suficiente para resolver o pro-
blema.
Tratamento nutricional: A abordagem nutricional
pode também ser uma forma bastante eficaz no tra-
tamento deste comportamento. Por vezes a alimen-
*
Causas nutricionais estão ligadas a:
Baixos níveis protéicos;
Alimentação insuficiente;
Dietas muito ricas em carbohidratos e
fibras;
Verminoses;
Pancreatite crônica;
Causas comportamentais estão ligadas a:
Cadelas que deram criam comem as fezes
dos cachorros para manter o local limpo;
Ansiedade, stresse;
Cães entediados;
Para chamar a atenção;
Para evitar que o proprietário os puna.
dicada do ponto de vista nutricional. As rações são
todas diferentes e, por vezes, a assimilação de
alguns nutrientes não é feita da forma mais eficaz.
Desta forma, uma possibilidade passa por fazer a
alteração da ração. Com o auxílio do veterinário
que acompanha o animal, pode ser feita uma ava-
liação do mesmo, levando o dono a optar por uma
ração mais apropriada, tendo em conta as necessi-
dades fisiológicas do animal em questão. Para
além disso, a administração de suplementos vita-
mínicos durante algum tempo pode ainda ser uma
alternativa.
Compreender o nosso cão
Compreender o nosso cão
O cão, o melhor amigo do homem mas, o que é
que, de facto, sabemos sobre este animal
doméstico?
Para compreender melhor como é que comuni-
cam uns com os outros e os papéis que assu-
mem, precisamos de ter em conta o comporta-
mento do lobo, seu antepassado não tão dis-
tante.
Muitas raças foram super-exploradas, levando a
que fossem conotadas como, por exemplo, peri-
gosas e, portanto, temidas.
Ainda que possamos não aceitar ou reconhecer
o lobo presente nos nossos cães, será que
aquele se revela sempre que estes, enquanto
animais altamente domesticados, comunicam e
interagem?
Qual o valor do conhecimento dos lobos para
compreender e antecipar situações indesejáveis
com nosso cão?
Segundo um testemunho de uma vítima da mor-
dida de um cão, alegadamente agressivo sem
motivo aparente, os cães não deviam conviver
com crianças, uma vez que estas vêm o animal
como seu semelhante e, ainda de acordo com o
mesmo testemunho, os cães punem injusta-
mente as crianças sempre que estas, de acordo
com o cão, procedem mal.
Autoria: Isabel Vital
Embora os lobos sejam muito semelhantes entre
eles, todos têm papéis e funções muito distintas
dentro da alcateia a que pertencem.
Desde muito cedo que estes diferentes papéis e fun-
ções podem ser claramente identificados nos
cachorros. Infelizmente, para muitos de nós, a má
interpretação ou mesmo a incapacidade de analisar
e interpretar esta estrutura social, pode conduzir a
situações desastrosas.
Algumas pessoas tendem a desvalorizar o laço
ancestral com os lobos. Quando adquirem um cão, o
primeiro critério de seleção é de natureza estética ou
ligado qualquer outro atributo específico do animal.
Por sua vez, esta situação leva a que certas raças
sejam conotadas com uma característica em espe-
cial, a agressividade, por exemplo.
No Reino Unido, o Staffordshire Bull Terrier, para
citar apenas um caso, tem hoje uma péssima reputa-
ção de cão agressivo, quando outrora já foi eleito
como um excelente companheiro para as crianças.
Todos os casos de agressividade têm uma razão de
ser. Outro dos fatores que muito contribui para esta
situação é o facto de muitos dos exemplares caninos
serem eleitos precisamente por serem sinónimo de
determinado atributo, normalmente físico que, por
assim dizer, será associado também ao dono. Por
exemplo, a boa forma física e, inevitavelmente, o
grau de agressividade.
Outra das raças estereotipadas como perigosa é o
Pastor Alemão, no entanto, há diversos testemunhos
de polícias que atestam que estes exemplares
desempenham muito bem o papel de animal de esti-
mação de uma família, esclarecendo ainda que o
Pastor Alemão não é diferente de outras raças, na
medida em que precisa do adestramento adequado
para que entenda qual o seu lugar no grupo em que
se integra, neste caso, a família. Segundo os mes-
mos profissionais, estes são animais inteligentes e
leais que aprendem facilmente a separar os momen-
tos de trabalho na força policial e os momentos de
lazer com a família que o recebe.
Para entendermos o seu comportamento na família
em que se integra, às refeições, voltamos novamente
aos lobos: no mundo destes também a comida é mui-
to importante, não só como garantia de subsistência,
mas também porque os diversos elementos da alca-
teia não se alimentam de forma aleatória. Quando
um grupo de lobos se alimenta da mesma presa (um
animal de grande porte), podemos identificar clara-
mente princípios fundamentais de lealdade, proteção
e respeito entre os vários membros e pela hierarquia
instituída.
Enquanto donos de um animal de estimação, é fre-
quente que muitos de nós não saibamos que, para o
animal, somos principalmente “protetores da comi-
da”, na medida em que somos nós que garantimos a
alimentação do animal, o que nos confere um eleva-
do grau de respeito por parte do cão.
Os cães ainda guardam muitas reminiscências do o
lobo, seu antepassado, isto está sempre patente,
neste caso, no momento em que se alimentam, onde
podemos, mais uma vez, observar a sua organização
social, em função da identidade de cada um dos ani-
mais que, para eles, é fundamental.
Sempre que mais do que um animal se alimenta em
simultâneo, haverá sempre um que se destaca pela
sua posição dominante, e esta mesma posição tem
de ser respeitada a qualquer preço.
Para nós, humanos, este parece ser um dos fatores
mais difíceis de compreender: como é que dois ani-
mais de estimação criados pelas mesmas pessoas e
no mesmo ambiente podem, de um momento para o
outro, sem causa aparente, tornar-se inimigos?
A explicação tem a ver com problemas de identida-
de, em concreto, são animais aos quais não é reco-
nhecida uma identidade própria, já que partilham
quase tudo, até o prato da comida. Isto pode causar
confusão no animal e acabar por se manifestar de
maneira agressiva.
De acordo com alguns comportamentalistas animais,
outro dos fatores que poderão levar a manifestações
de agressividade são atributos estéticos que, ainda
que tenham muita procura, podem vir a causar difi-
culdade de comunicação entre os animais e, em últi-
ma instância podem levar a comportamentos agres-
sivos. São exemplos disto o nariz sem corte, dema-
siado curto ou rugoso, as orelhas baixas / caídas,
entre outros.
A responsabilidade é exclusivamente nossa sempre
que, tentando favorecer a estética, desvalorizamos
aspetos muito importantes da identidade do cão e
que são também facilitadores da comunicação - um
fator fundamental entre os cães.
Outro conceito de suma importância e demasiadas
vezes ignorado é a socialização.
De acordo com testemunhos que facilmente associa-
mos um vizinho ou conhecido nosso, há milhares de
pessoas que só levam o seu animal e estimação a
passear depois de se assegurarem que mais nin-
guém estará no local do passeio: de madrugada ou
altas horas da noite. Os cães são animais sociais e
precisam sempre de interagir com exemplares da
sua espécie. Ao impedirmos a socialização do nosso
cão estaremos certamente a contribuir para o seu
desequilíbrio.
Salvaguardadas as devidas proporções, tal como
nós, os cães precisam de conviver e “conversar” com
tanta frequência quanta possível.
Mas, mantendo a comparação, se o cão sofrer de
algum tipo de desequilíbrio, rapidamente se propicia
uma situação de conflito. Muitas pessoas, quando
estão num local público com o seu cão receiam os
encontros com outros cães e possíveis situações de
conflito entre eles e, por isso, recorrem a estratégias
tais como açaimes, coletes, trelas muito curtas, mas
todas estas desadequadas porque, por um lado
impedem a comunicação entre os animais e, por
outro podem despoletar mais fácil e rapidamente o
conflito.
Para trabalharmos em equipa com um cão, é muito
mais simples se tirarmos partido dos seus instintos
naturais: perseguir uma presa e, eventualmente,
agarrá-la. Para tal e por razões de segurança, o
adestrador tem de manter sempre o controlo sobre o
animal.
Nos últimos anos é frequente os noticiários darem
conta de ataques de cães a crianças indefesas, facto
este que reforça ainda mais a indignação pública,
segundo a qual se tratou de mais um ataque sem
justificação.
As investigações de Shaun Ellis1, feitas num habitat
natural dos lobos, permitiram-lhe retirar conclusões
muito importantes relativamente à forma como
aqueles animais se alimentam, se cumprimentam,
socializam, e impõem a disciplina no grupo - em
todas estes tipos de interação está bem claro para
estes animais o nível hierárquico que ocupam no
grupo. Para impor a sua posição, os lobos e os cães
podem adotar comportamentos agressivos, como já
dissemos anteriormente, a posição social tem de ser
respeitada a qualquer preço.
Lamentáveis são, portanto todos os casos em que
na interação com crianças, o cão reprova determina-
da atitude da criança e mostra agressividade. Para o
animal representa a correção de um comportamen-
to, para o ser humano é um ataque sem explicação.
É imprescindível que nos entendamos mutuamente,
nós e o nosso cão.
Uma das alternativas é adestrar o nosso animal de
estimação para que interiorize corretamente a sua
posição hierárquica no grupo família em que se inte-
gra.
Outra das medidas a adotar é certamente vigiar sem-
pre cães e crianças juntos, evitando mal entendidos
na comunicação entre um e outro e favorecendo
simultaneamente uma relação saudável e portanto,
um animal mais feliz.
Sempre que houver necessidade de escolher um cão
para ficar connosco durante uns bons anos, há que
observar diversos critérios para responder às neces-
sidades e às capacidades específicas da família.
Serão múltiplos os factores a ter em conta mas, uma
premissa deveria estar no topo da lista: o que procu-
ramos num animal deverá ser o seu caráter e não a
sua estética.
1 EllisShaun Ellis é de nacionalidade Inglesa e um pesquisador que estu-
dou diferentes animais, embora desde 1990 se tenha destacado por ter
vivido entre os lobos, adotado um grupo de crias de lobo abandonadas.
Fundou o projeto que dá pelo nome de Wolf Pack Management e está
ligado a pesquisas na Polónia e nos Estados Unidos.
Autoria: Marta Gomes
Quantas vezes nos deparamos com casos em que
não sabemos distinguir se dois ou mais cães estão a
brincar, ou se nos deveríamos preocupar em separá-
los de modo a evitar possíveis conflitos?
Muitas das vezes, aquilo que nos pode parecer um
conflito não passa de uma brincadeira. No entanto,
nem sempre é fácil distinguir determinados compor-
tamentos, principalmente quando não existe da nos-
sa parte um contacto regular com este tipo de inte-
rações entre cães.
O mesmo pode ocorrer também durante as brinca-
deiras entre os próprios donos e os seus cães, sobre
as quais podem existir dúvidas quanto a que com-
portamentos são ou não aceitáveis durante estes
momentos, e quando devemos ou não terminar uma
brincadeira.
A verdade é que este tipo de interações entre cães,
e mesmo entre estes e os seus donos, é muito
importante tanto para o seu desenvolvimento como
para o seu bem-estar, e por isso não devem ser evi-
tadas.
De forma a esclarecer algumas dúvidas, encontrei
um livro que recomendo. Este apresenta resultados
de estudos feitos por todo o mundo relativamente a
esta temática, incluindo as razões pelas quais os
cães brincam e quais os benefícios que tiram desses
momentos. Por outro lado, ajuda-nos a identificar
também que comportamentos devem ou não ser
considerados como fazendo parte de uma brincadei-
ra. O livro é o seguinte: “Canine Play Behavior – The
Science of Dogs at Play” da autora Mechtild Käufer.
Ao longo de todo o livro, existem várias fotografias
ilustrativas que nos ajudam a identificar os compor-
tamentos tidos pelos nossos amigos de 4 patas
durante um momento de diversão. Ajuda, sem dúvi-
da, a tornar a leitura mais clara, divertida e interes-
sante!
Neste artigo exploramos brevemente apenas alguns
dos conceitos abordados no livro, nomeadamente
de que formas os cães brincam, e alguns dos benefí-
cios que tiram dos variados tipos de jogos que
podem realizar.
Formas de brincar
1. Brincar sozinho:
este tipo de jogo
inclui apenas o
próprio cão e,
mas não necessa-
r iamente , um
objeto. Permite ao
cão explorar o seu
corpo, as suas
capacidades e aquilo que o envolve, e por isso mesmo
é muito importante para o seu desenvolvimento. Ao
mesmo tempo, aumenta a confiança do cão, reduz o
stress e encoraja-o a brincar mais e a aprender.
2. Brincar social-
mente: tanto
pode ser com
out ros cães
como com os
d o n o s ( o u
outras pessoas).
Ao brincar com
outros cães, os
c a c h o r r o s
aprendem o sig-
n i f i c a d o d a
c o m u n i c a ç ã o
canina e a utili-
zá-la. Por outro
lado, ao brincar
o cão aprende as regras que determinam um compor-
tamento como certo ou errado, tanto perante outros
cães como perante humanos. De entre o variado leque
de jogos tidos pelos cães quando brincam entre eles,
encontram-se, por exemplo, jogos de perseguição,
jogos de “luta” e “luta” por um objeto.
Benefícios
1. Brincar influencia o comportamento em adul-
to: molda a forma como o animal expõe a
agressividade, comportamentos sexuais, com-
portamentos maternais, e a forma como res-
ponde a situações novas ou que lhe provo-
quem stress;
2. Desenvolvimento cerebral: aumento do núme-
ro de recetores e da sua sensibilidade
(aumentando a sua flexibilidade emocional);
3. Desenvolvimento das capacidades motoras,
como a força e a resistência. Tem um efeito
positivo ao nível dos ossos, músculos, ten-
dões, articulações, pulmões, coração, e
melhora a condição física do cão
(aumentando a sua flexibilidade motora);
4. Beneficia
a comuni-
cação e
aprendi-
zagem
social;
5. Aumenta
a coope-
ração:
aprendem a evitar conflitos, desenvolvendo
estratégias para os resolver;
6. Ajuda-os a aprender as regras e a distinguir
entre bons e maus comportamentos;
7. Desenvolvimento de competências importantes
como controlar os impulsos, e esperar que seja
a sua vez de brincar;
8. Reduz os níveis de stress: tanto cachorros
como cães adultos utilizam os jogos como for-
ma de equilibrar os seus níveis de stress.
Estes são apenas alguns dos benefícios que os cães
podem tirar das brincadeiras com outro cão, com o
dono, ou sozinhos. Todas estas 3 formas de jogos
(sozinhos, com outro cão ou com o dono) são impor-
tantes para o cão, cada uma delas com determina-
dos benefícios.
Porque é importante brincar com o seu cão?
Para além dos benefícios que pudemos ver anterior-
mente, existem mais razões para brincarmos com os
nossos cães, nomeadamente:
1. É sempre um momento em que ambos se
divertem e relaxam. Para além disso, brincar
não é apenas importante para eles, mas tam-
bém é para nós;
2. Ao brincar com os seus cães, as pessoas aca-
bam por, consciente ou inconscientemente,
influenciar as preferências dos seus animais
relativamente ao ato de brincar e, consequen-
temente, o comportamento que este irá adotar
em brincadeiras no futuro;
3. É muito importante que exista contacto físico
entre o dono e o cão, pois este ajuda a estabe-
lecer uma comunicação mais clara entre os
dois. Desta forma o brincar é muito importante,
e não deve ser confinado apenas ao ato de
brincar com um objeto;
4. Brincar com o nosso cão é a melhor forma de
construir uma relação de confiança entre cão e
dono.
Para além destas curiosidades, o livro explora em
detalhe esta temática, e dessa forma poderá encon-
trar resposta a outras questões, nomeadamente:
Fatores que influenciam o tipo de brincadeira
tida pelos cães: idade, género, raça, nível de
stress,…;
Formas que os cães utilizam para manter a
brincadeira interessante entre os intervenien-
tes, mesmo quando brincam com cães de dife-
rentes tamanhos e força;
Como nos podemos tornar melhores observa-
dores para prevenir que a brincadeira se torne
agressiva, incluindo medidas apropriadas para
intervir
Autoria: Ricardo Capucho
Natacha Batista
O flagelo dos animais abandonados é um assunto cada vez mais divulgado,
no entanto não é por isso que o número de abandonos deixa de aumentar.
Na altura das férias de verão em especial esse número cresce exponencial-
mente. O destino destes animais passa muitas vezes por recolha em canis
municipais (de abate ou não), recolha por associações de proteção animal
ou quando não chegam a ser recolhidos a tempo o destino mais trágico, a
morte! Seja ela por atropelamento, por maus tratos, fome, desidratação,
entre outras causas.
Neste artigo procuramos apelar a esta realidade des-
crevendo um dos nossos resgates. Vamos contar-vos
a história de um cão muito jovem, cerca de 10
meses, o Lucky.
O Lucky foi resgatado na noite de 1 de julho de 2015
em Setúbal. Este cachorro, num visível estado de fra-
gilidade física, já tinha sido avistado por uma voluntá-
ria da Associação que o tentou resgatar, mas por fal-
ta de meios técnicos na altura não teve sucesso. Por
isso reuniram-se um conjunto de meios materiais e
humanos para a procura do Lucky. Três dias depois o
resgate do Lucky foi possível, contribuindo para isso
essencialmente o seu estado débil.
O Lucky tinha as patas extremamente inchadas e em
sangue, uma desidratação severa, subnutrição e um
estado inflamatório da pele muito avançado e gene-
ralizado. Quando se deixou apanhar nada fez para
nos resistir. Foi de imediato transportado para as
urgências de um dos Centros Veterinários com proto-
colo com a Associação EsperançAnimal.
O estado de saúde do Lucky, nomeadamente o esta-
do inflamatório da sua pele, não nos era totalmente
desconhecido. Percebemos que se trataria certamen-
te de sarna demodécica (para mais informação em
http://www.portalnossomundo.com/site/saude/
demodecica.html), no entanto era necessário ser vis-
to por um médico veterinário para uma confirmação
do diagnóstico, análises e planeamento de um trata-
mento adequado ao seu estado. O diagnóstico da
sarna demodécica confirmou-se e durante a consulta
vimos que o Lucky tinha sido “tratado” certamente
pelos seus antigos donos, que posteriormente o
abandonaram, pois nas partes em que tinha mais
feridas, o pelo tinha sido cortado e havia vestígios de
uma tentativa de tratamento das feridas.
O termo sarna assusta muitas pessoas, sobretudo
pelo desconhecimento que existe face a esta doença.
Resumindo existem essencialmente três tipo de sar-
na e só a sarna sarcóptica é uma zoonose
(contagiosa entre animais vertebrados e humanos).
A do Lucky assim como em muitos casos é do tipo
demodécica que acaba por aparecer devido a uma
falha imunológica do cão em controlar a população
Fotos:
Página anterior: Lesões no focinho do Lucky
No topo: Lesões no corpo do Lucky
Ao centro: Lucky actualmente
as próprias necessidades fisiológicas.
Depois de duas semanas de tratamento já se nota-
vam sinais positivos na sua condição física. Passado
um mês melhor ainda e atualmente sabemos através
da sua inicial FAT (Família de Acolhimento Temporá-
rio) e atual adotante que o Lucky é um cão com um
elevado nível de energia, brincalhão e muito diverti-
do. Hoje o Lucky justifica o seu nome e é um dos pou-
cos sortudos com um final feliz.
O caso do Lucky é somente um entre inúmeros
casos, este em especial impressionou pela indiferen-
ça ou mesmo repulsa que deverá ter causado a mui-
tas pessoas por quem passou na rua. Sabemos que
não podemos salvar todos, mas da mesma forma
sabemos que o egoísmo das pessoas e de algumas
entidades se eleva e a luta contra este flagelo passa
para último plano.
São essencialmente voluntários em associações
como a nossa e pessoas com sensibilidade para este
problema que atuam, sem ter grandes apoios, de for-
ma pró-ativa.
Sabe-se que o abandono já é crime e punível por lei,
mas isso serve essencialmente como dissuasão, não
resolve o problema atual. São necessários mecanis-
mos mais interventivos como programas de esteriliza-
ção e castração, campanhas de adoção, ações de
sensibilização, bases de dados atuais de maus ado-
tantes e maus criadores, ação ativa dos inúmeros
veterinários existentes, entre outros.
Erradamente muitas pessoas imputam a estas asso-
ciações uma obrigação de intervir em todo e qualquer
caso julgando que estamos munidos de inúmeras
ajudas estatais, particulares e meios infinitos. A reali-
dade é bem mais cruel, a grande maioria das Asso-
ciações de Proteção Animal não são mais que um
conjunto de pessoas com alguma experiência, muita
vontade de agir e paixão pelos animais. Não tendo
mais apoios que um comum particular que possa aju-
dar a salvar uma vida animal.
E principalmente apelamos à população em geral que
não sejam coniventes com o crime e que sejam
humanos ao ponto de ajudar um animal em perigo.
de ácaros presentes naturalmente nas glândulas
sebáceas dos cães. É muito comum em cachorros e
cães jovens.
Voltando ao Lucky o seu tratamento passou por uma
terapêutica tópica (banhos específicos), sistémica e
recurso a antibióticos para auxiliar o tratamento das
feridas do seu corpo.
Este jovem cão devia ter passado por muito, a sua
exaustão era tal que nos primeiros dias connosco
não teve muita ação, nem tão pouco para fazer as su-
Autoria: Catarina Assunção
Confesso que em Portugal, ainda não tive oportuni-
dade de observar nenhum exemplar desta raça, o
Pastor de Maremma (Cane da Pastore Maremmano-
Abruzzese, St-F.C.I. n°201/15.09.1992), contudo,
acredito ser de extremo interesse para o conheci-
mento geral, o reconhecimento da mesma, quer
pelas características do seu temperamento, quer
pelo seu comportamento.
A sua proveniência advém da região de Maremma,
na Toscana, Itália, onde, por volta de 1860, a neces-
sidade de movimentar rebanhos em busca de pasta-
gem, deu origem a esta raça, através do cruzamento
de cães pastores que acompanhavam a travessia.
Os exemplares de Maremma revelam uma aparência
de grande porte, pelagem densa e branca, mandíbu-
la forte e ampla, um semblante confiante mas alerta,
e uma passada enérgica. Mostram-se independentes
dos humanos e diria até, um pouco “primitivos”
demonstrando uma quase ausência de ladrido, subs-
tituído por um uivo proeminente devendo-se, em par-
te, à sua vivência em planícies e terrenos abertos,
sendo, ávidos amantes de neve, e sem se importa-
rem com as baixas temperaturas (a pelagem em
abundância ajudará nesse sentido) ou de permane-
cerem no exterior, tornando-se quase imperfectíveis
perante um nevão abundante.
No entanto, por mais que se consiga ler sobre esta
raça, nada se compara com a sua observação e con-
vivência de perto. A minha experiência revelou isso
mesmo: o acompanhar de um exemplar desde os
seus primeiros dias, denotando a forte presença da
genética canina, e da sua evolução no tempo.
Contudo, não é sobre o trivial da raça, o propósito
deste artigo, mas sim de uma experiência pessoal
com a mesma, que me fez acreditar e olhar para um
cão, de uma forma mais profunda, serena, quase
espiritual, sentindo, simultaneamente, uma constan-
te aprendizagem interior.
Em determinado momento da vida, cruzei-me com
uma fêmea Maremma da qual, ainda hoje, guardo
tremendos ensinamentos sobre bondade, coragem,
e sobre o laço invisível que traça, e une, as relações
entre seres humanos e animais. Familiarizada com
comportamentos, raças, tamanhos, e temperamen-
tos caninos, jamais imaginei que aquele ser, de por-
te gigante, pelagem espessa, e uivo longínquo, me
pudesse mostrar que o apego e o apreço intra-
especie se pudesse exprimir e refletir, apenas num
olhar meigo e assertivo.
Esta fêmea, sempre se mostrou independente, fiel,
pontual, de olhar distante, alerta e veemente no seu
cargo de guardadora de cavalos, animais com o
dobro do seu tamanho.
Apesar do aspeto possante e dominante, carrega
consigo um coração quase do seu tamanho, que
transpira segurança e serenidade, bem expresso na
forma gentil como se encosta a um cavalo para lhe
“mostrar” quando era o momento de ficar imóvel
enquanto lhe limpam os calços, ou quando um potro
morria à nascença e lambia como se fosse seu, ou
ainda quando zelava por um cavalo doente, passan-
do a noite na sua box.
Nunca manteve muito contato com os humanos,
mas sabia o seu lugar, caminhando ao nosso lado no
picadeiro, sabendo sempre que o seu caminho era o
de proteger e guardar. Mesmo que fosse dos pró-
prios humanos.
O seu constante estado de alerta, salvou a vida a
muitas raposas, que não se atreviam a roubar comi-
da por perto. E este estado de alerta ensinou-me a
confiar no que ela ouvia à distância, fosse um animal
selvagem, ou uma tempestade de neve, traduzido
num uivo grotesco que só acalmava quando todos os
cavalos estivessem recolhidos. Percebi que, aquela
cadela, não fora adestrada para aquele propósito,
nem tão pouco forçada a um comportamento de
guarda, percebi sim, que nasceu com ela um forte
sentido de proteção, calcado por gerações passadas
na sua genética. À minha volta apercebia-me que,
aquela fêmea era adorada pela sua forma de ser
somente por demostrar tamanha ternura em qual-
quer das tarefas que desempenhasse, de dia ou de
noite, sem perder o horizonte protetor, podendo
mesmo afirmar não ter ouvido alguém a corrigi-la ou
a repreende-la. Muitas foram as vezes que a assisti a
cheirar as éguas, nomeadamente os seus ventres,
alertando-nos, discretamente, que se encontravam
prenhes. Para além de um cão de guarda, era tam-
bém um cão pisteiro, por assim dizer.
Não teve crias, mas teve um pequeno macho, que foi
adquirido com o propósito de ser o seu aprendiz, e
que poucos dias depois se tornara a sua sombra.
Enquanto crescia, e ia ganhando peso, a fêmea mos-
trava-lhe o seu lugar na hierarquia canina, e que ele,
embora macho, não seria o Alfa. E realmente não
era, caminhando, inclusive atrás da fêmea, como um
aluno que segue o professor.
Na altura, ainda não entendia muito bem esta dinâ-
mica – e como profunda aficionada de cães, a dis-
tância que o casal de Maremmas mantinha, era-me
profundamente penoso, embora nunca tenha interfe-
rido neste processo – só agora, algum tempo mais
tarde, e 3 módulos do C.C.V.L. depois, me dou conta
do quanto aprendi apenas em observar o comporta-
mento daquele doce animal, cuja natureza se encar-
regou de ensinar e passar o testemunho dos seus
antepassados. A própria forma como o cachorro
seguia a fêmea, aprendendo ao imitar, tornou-se
uma lição diária na minha rotina de acompanhamen-
to.
Recordo o criador indicar que, este era um cão para
a vida, mas que não era um cão para se viver com.
Não iria precisar de o ensinar, porque ele já sabe o
que tem de fazer. Só teria de o deixar ser quem era.
Bem, o moral desta história, que com certeza vou
guardar até ao fim dos dias, é o de que, por vezes as
maiores lições, ensinamentos e exemplos estão
onde, e em quem, menos se espera encontra-los.
Tenho para mim que, a natureza nos dá tudo aquilo
de que precisamos (e muitos mais se virmos com
atenção), sendo que, na maioria das vezes só preci-
samos de deixar que ela aconteça.
Esta cadela ensinou-me claramente a olhar para os
cães com outros olhos, que a bondade e o respeito
pela sabedoria dos animais, é um caminho simples e
natural, e que essa mesma bondade mora em qual-
quer um de nós. Ensinou-me que os animais nos
podem dar grandes lições de vida, de sacrifício e de
coragem.
Um Maremma não é um cão de companhia, mas é
com certeza um cão para trazer no coração.
Autoria: Elsa Fonseca
Sendo os cães animais gregários, recorrem a sinais
para comunicarem entre si, nomeadamente através
dos denominados sinais de calma que, consoante o
contexto, servem para se acalmarem a si próprios e
descontraírem, assim como para acalmar outros
cães e mesmo os seres humanos. Muitos ataques
entre cães e com pessoas seriam evitados se todos
estivéssemos cientes destes sinais pois, quando a
mensagem não é corretamente recebida, a frustra-
ção e o stress podem conduzir rapidamente à agres-
sividade.
Mas, não podemos falar de sinais de calma, sem
falar na norueguesa Turid Rugaas, treinadora de
cães que há mais de 20 anos observa e estuda a lin-
guagem corporal e comunicação canina. Segundo
Turid Rugaas, existem cerca de 30 sinais de calma
universais que podem ser exibidos pelos cães de
qualquer parte do mundo:
Bocejar: Um cão pode bocejar em variados
contextos, por exemplo quando alguém se incli-
na sobre ele, quando ouve discussões, quando
nos mostramos furiosos, quando está entedia-
do, quando está feliz, etc. Para acalmarmos
um cão stressado podemos recriar este com-
portamento.
Sorrir: Quando um cão tem os cantos da boca
para cima e para trás ou, mostra os dentes
como se estivesse a sorrir, está a transmitir um
sinal de calma.
Lamber o nariz: Os cães lambem a ponta do
nariz muito rapidamente, por exemplo quando
nos aproximamos deles de forma ameaçadora
do seu ponto de vista ou, quando os agarra-
mos e se sentem desconfortáveis
Farejar o chão: Pode ocorrer de forma muito
rápida ou durante vários minutos, nomeada-
mente quando um cão ou pessoa se aproxima
diretamente na sua direção, quando um desco-
nhecido se aproxima ou em locais de muita
confusão ou ruidosos.
Colar as orelhas à cabeça: Com um ar de
cachorrinho quem lhe fará mal?
Afastar-se/Olhar para o lado: O cão pode virar
a cabeça ligeiramente para o lado, girá-la com-
pletamente ou mesmo voltar-se de costas.
Acontece, por exemplo, quando alguém se
aproxima com ar ameaçador, quando outro cão
se aproxima de forma rápida ou lhe rosna.
Imobilizar-se: O cão fica completamente para-
do, muitas vezes olhando para fora do canto
do olho. Acontece nomeadamente quando este
se encontra numa situação ameaçadora com
outro cão ou humano e é incapaz de escapar,
sendo este comportamento de “congelamento”
uma tentativa de acalmar o outro.
Caminhar devagar: Quando o cão está inseguro
move-se lentamente. Para acalmarmos um cão
inseguro podemos caminhar ainda mais deva-
gar que este.
Sentar-se: Verifica-se, por exemplo, quando um
cão quer acalmar um outro cão que se aproxi-
ma muito rapidamente.
Abordagem em curva: Este é um sinal muito
frequente, pois para os cães a abordagem a
outro cão não deve ocorrer diretamente, mas
contornado a linha fictícia que os separa, redu-
zindo assim a ansiedade e o medo e, conse-
quentemente, o latir e a agressividade.
Abanar a cauda: O abanar da cauda nem sem-
pre significa felicidade. Quando um cão se
mostra ansioso e abana a cauda é claramente
um sinal de calma.
Posição de jogo: O cão baixa as patas diantei-
ras e fica na posição de vénia em situações
como um convite para brincadeira, mas tam-
bém apenas para apaziguamento, por exem-
plo, quando dois cães se aproximam demasia-
do abruptamente.
Entrepor-se: Quando, numa situação tensa, um
cão se entrepõe entre dois cães ou pessoas é
um sinal de calma a fim de evitar possíveis
conflitos. Podemos fazê-lo também para sepa-
rar dois cães em ambiente de possível tensão.
Outros: Deitar-se, bater com os dentes tipo cas-
tanholas, lamber a boca do outro cão, pestane-
jar, sacudir-se, levantar as patas dianteiras,
fazer-se mais pequeno, arrastar-se, urinar-se.
Ao analisarmos um vídeo (https://www.youtube.com/
watch?v=V59y0zeEUgQ) em que um cão ataca uma
jornalista em direto, podemos verificar que o mesmo
além de ter sido resgatado apenas 2 dias antes da
entrevista, encontrando-se em stress naquele
ambiente novo, apresentou evidentes sinais de cal-
ma antes de atacar: lambeu os lábios, estava ofegan-
te num ambiente supostamente de temperatura
agradável, virou a cabeça, levantou o lábio e rosnou.
Claramente quis transmitir “Não se aproxime de mim
porque não estou confortável!”. De reparar ainda que
o cão não tinha opção de fuga, caso estivesse des-
confortável, pois estava seguro com força pela colei-
ra. A jornalista ao querer beijá-lo não observou, ou
desconhecia, os sinais e, sem esperar, aproximou-se
rapidamente para o fazer, momento em que o cão a
atacou, resultando em 70 pontos na boca e no nariz.
Este tipo de ataque pode acontecer com qualquer
raça, a gravidade do estrago é que irá diferir. Um cão
dá sinais quando está desconfortável, podendo mes-
mo atacar se não respeitarmos o aviso.
A humanização dos cães leva a que interpretemos o
comportamento dos cães à luz do nosso comporta-
mento e, eles comunicam sinais muito diferentes dos
nossos, daí a necessidade de sabermos interpretar a
linguagem canina, podendo aliás recorrermos a este
tipo de sinais e reproduzi-los para acalmar um cão
mais ansioso.
Autoria: Vanessa Correia
Como é que funciona?
Os animais também podem usufruir desse tipo de
tratamento que não provoca efeitos colaterais. A
Homeopatia foi criada em 1796 pelo médico alemão
Samuel Hahnemann, ganhou bastante notoriedade e
passou a ser difundida e praticada em meados dos
anos 1970. Seu princípio baseia-se em que qualquer
mal que atinja o corpo é uma forma de desequilíbrio
ocasionada por algum tipo de perturbação da energia
vital e, para curá-lo, basta restaurar esse equilíbrio, o
que é feito por meio de medicamentos naturais em
quantidades muito pequenas que são misturados a
grandes volumes de água ou álcool. Os medicamen-
tos homeopáticos também podem ter diversos
aspectos diferentes, glóbulos, comprimidos, soluções
e até mesmo pomadas. Esse é um método que ainda
é bastante polêmico em relação à sua eficácia e, por
ser um tipo de tratamento holístico, pois acredita na
questão de que algo provocou uma mudança na
energia vital, ainda é visto por muitos com olhos des-
crentes e taxado de charlatanismo. No entanto, é
considerada uma prática médica e recomendada
pela Organização Mundial de Saúde - OMS. A homeo-
patia passou a ser utilizada na medicina veterinária a
partir dos anos 1980, mas ganhou espaço nos últi-
mos 10 anos. O tratamento homeopático para ani-
mais conta com o mesmo princípio que para seres
humanos: os animais também têm essa energia vital
que pode sofrer desequilíbrios, e a restauração des-
sa ordem os levaria a recuperar a saúde. A homeopa-
tia estimula diretamente o sistema imunológico no
nível mais básico, o que poucas modalidades médi-
cas podem fazer. É dito que a homeopatia estimula o
organismo em níveis subatômicos, ou seja, age em
unidades que compõem os elementos das células.
Tratamentos herbais e alopáticos podem, na melhor
das hipóteses, afetar apenas o nível molecular; no
entanto, a medicina homeopática vai à raiz do pro-
blema.
A homeopatia é uma medicina natural que utiliza
substâncias medicamente ativas em doses infinitesi-
mais (extremamente pequenas) que estimulam o sis-
tema imunológico, com o objetivo de permitir a auto-
cura pelo restabelecimento do equilíbrio. Os homeo-
patas garantem que, quando praticado corretamente
sob as orientações adequadas, o tratamento é capaz
paz de fazer grandes mudanças, obtendo-se ótimos
resultados. Esse tratamento holístico apenas promo-
ve as condições ideais e os estímulos necessários ao
sistema imunológico para que a pessoa, ou nesse
caso, o animal, consiga se curar sozinho.
A homeopatia estimula o sistema imunológico do
organismo e, então, o animal sob influência homeo-
pática pode se restabelecer e curar.A princípio, a
homeopatia pode ser utilizada para tratar qualquer
tipo de problema de saúde dos animais, e pode ser
usada em qualquer animal, desde pequenos até
grandes animais como cavalos.
Há quem acredite que, por utilizar doses bem peque-
nas (daí o termo "doses homeopáticas"), o tratamen-
to será lento e os resultados irão demorar muito a
aparecer, mas isso não é verdade. Como já foi colo-
cado, quem se cura é o animal, e a velocidade dos
resultados depende de como seu organismo vai rea-
gir e do quanto precisa ser restabelecido. Por exem-
plo, se o animal está com uma diarreia, logo nas pri-
meiras doses ele já começa a melhorar e a se resta-
belecer; no entanto, problemas crônicos, como as
dermatites em cães que têm essa tendência, como
no Buldogue Francês, podem requerer um tratamen-
to mais longo, pois o desiquilíbrio é maior..Muitos
donos também apresentam certa resistência à utili-
zação da homeopatia como forma de tratamento por
acreditarem que terão que medicar o seu animal de
meia em meia hora ou em intervalos muito peque-
nos, o que pode ser bastante trabalhoso, tanto para
o dono quanto para o pet, afinal, dar remédios aos
animais nem sempre é muito simples. Isso, porém,
não é verdade: as doses homeopáticas serão admi-
nistradas conforme indicado pelo médico veterinário
baseado no quadro do animal, o que pode significar
intervalos maiores ou menores, mas não tão frequen-
tes quanto muitos acreditam.A homeopatia aplicada
ao homem e a homeopatia de animais é muito simi-
lar em sua formulação, o que difere é o uso do álcool
e do açúcar, que para os animais é bem menor e
mais restrito. O álcool, por exemplo, é trocado por
água para diluir as substâncias. É bom lembrar que,
apesar de raramente apresentar efeitos colaterais,
os medicamentos homeopáticos devem ser prescri-
tos por um médico veterinário que diagnosticará a
Arnica - Principal elemento para auxiliar a cicatriza-
ção, é ótimo para lesões, hematomas, traumatismo
craniano. Pode ser muito útil na prevenção de aci-
dentes vasculares cerebrais;
Acônito - Inflamação, ansiedade e inquietação, boca
seca, calafrios e otites;
Apis - Lembra o própolis ou até o mel, indicado para
reações alérgicas, urticária, inchaço e fechamento da
garganta devido à alergia;
Arsenicum album - O arsênico pode ser altamente
tóxico, mas em doses ministradas na homeopatia é
um ótimo aliado contra cólicas com vômito e diar-
reia, intoxicação alimentar, sepse, ansiedade e
inquietação;
Bryonia - Cólicas, todos os sintomas de "doença do
movimento" como enjoo e mal-estar, sede excessiva,
vômito e constipação;
Calcarea carbonica - Auxilia o corpo na utilização de
cálcio e tornando-o mais disponível;
Calêndula - Para acelerar a cicatrização de feridas;
Camomila - Problemas de dentição, irritabilidade,
cólicas, nervosismo e ansiedade;
Hepar Sulphur - É um remédio excelente para infec-
ções, à base de enxofre. É usado para problemas res-
piratórios, sinusite e abscessos. Se a infecção for nos
olhos, nos ouvidos, nos pulmões ou na pele, o Hepar
Sulphur pode ajudar a curar como nenhum outro
remédio. Ótimo para resfriados e gripes;
Hypecarium (erva de São João) - Muito bom no trata-
mento de feridas onde as terminações nervosas
estão danificadas. Indicado para lesões no pescoço e
na cauda do animal;
Nux vomica - Cólicas constipação, sinusite; serve
também como digestivo e atua em problemas esto-
macais caso o bichinho tenha ingerido algo que não
devia;
Pulsatilla - Cólicas, infecções de ouvido e corrimen-
tos;
Ruta - Ótima para contusões musculares e proble-
mas ósseos, cartilagens, tendões, bem como para a
inserção dos tendões e cartilagens articulações.
Geralmente é um dos ingredientes no tratamento de
luxações patelares e displasias coxofemorais;
Sepia - Feita a partir da tinta das lulas e polvos, é
indicada para cistite crônica, problemas no útero,
doença e escolherá o melhor tratamento.
A homeopatia é recomendada inclusive para proble-
mas de comportamento como depressão, hiperativi-
dade, destrutividade, agressividade, pois enxerga
esses males como perturbações da energia vital.
Males bastante comuns como a displasia coxofemo-
ral e luxação de patela também respondem bem ao
tratamento.
Os medicamentos homeopáticos podem ser compos-
tos de substâncias vegetais, como ervas, de mine-
rais, como cálcio, e também de substâncias de ori-
gem animal, como a tinta de lula ou o mel.
Os ingredientes mais comuns e mais utilizados
no universo homeopático e suas indicações são:
Que existem muitas formas de treinar os nossos cães isso todos nós já sabemos. No entanto, o que muitos donos não
sabem é que por vezes é nas coisas mais simples que poderá estar a solução para os problemas mais complexos que
têm vindo a incomodar o seu dia-a-dia e talvez até a deteriorar o seu relacionamento com o seu cão.
Autoria: Marta Wadsworth
Que existem muitas formas de treinar os nossos cães isso todos nós já sabemos. No entanto, o que muitos donos não
sabem é que por vezes é nas coisas mais simples que poderá estar a solução para os problemas mais complexos que
têm vindo a incomodar o seu dia-a-dia e talvez até a deteriorar o seu relacionamento com o seu cão.
Um dos grandes objetivos que temos aqui é o de
informar para ajudar. E podem estar a pensar que ao
informar os donos os estamos a ajudar... bem, sim e
não! A verdade é que no nosso ponto de vista, ao
informarmos (e formarmos) donos estamos na verda-
de a ajudar os cães, estamos a trazer equilíbrio para
a família e, em último caso a evitar mais um caso de
abandono ou maus-tratos.
Mas voltando ao tema de hoje, quando educamos ou
treinamos um cão (e especialmente se este é o nos-
so primeiro cão) existem muitas coisas que vamos
ouvir "por aí", muitos conselhos que iremos ler, mui-
tas dicas de como fazer isto, ou conseguir que o meu
cão faça aquilo. No entanto, quantas vezes paramos
para pensar e entendemos que pouco do que lemos
faz de facto sentido?
Neste artigo pretendemos explorar alguns mitos
(quase) urbanos, relacionados com o treino canino e
desvendar as verdades e mentiras por detrás de
cada um deles, assim como proporcionar algumas
dicas para terem mais sucesso no treino do vosso
cão, sempre pela positiva!
Mito #1: Tens de te tornar o Alfa para
que o teu cão te respeite
Inspirados em programas de televisão, livros ou
vídeos, muitos donos têm acreditado na teoria de
que não se tornam eles o alfa, então o seu cão nun-
ca os irá ouvir nem obedecer. Ora, este é um dos
mitos mais enraizados nos dias de hoje e para que
possamos explicar o que tem de verdade e de menti-
ra (sim, porque quase nada no Universo é absoluto
na sua essência ;) temos de começar pelo início. Afi-
nal, o que é isso de ser alfa?
Provavelmente já saibas que este termo tem origem
no nome dado ao casal de lobos com a posição mais
elevada da hierarquia social de uma alcateia, confor-
me podemos ver na imagem seguinte. A seguir ao
Alfa vem o Beta, Gamma e por aí diante até chegar
ao Omega, o elemento com posição social inferior.
Numa alcateia, o macho e fêmea alfa são de facto os
"líderes" da alcateia, responsáveis por garantir a
sobrevivência da mesma, reproduzindo-se, liderando
o ataque às presas para alimentação da alcateia e
ainda coordenado os relacionamentos de forma a
garantir estabilidade e segurança.
Muito bem, até aqui estamos todos de acordo. O
"problema" é que apesar de os cães terem tido, de
facto, origem nos lobos, a sua domesticação alterou
fortemente o seu comportamento. Vemos isso em
inúmeros aspetos, na dependência de afetos que os
cães têm em relação aos donos (nunca verificada
nos lobos, nem mesmo em cativeiro por longos perío-
dos de tempo), na neotenia, isto é, na manutenção
dos carateres juvenis em adulto - tal é verificado no
facto de o cão ladrar (algo que apenas os lobos
jovens fazem) e de brincar durante toda a sua vida,
entre outros.
Os cães "de hoje em dia" são em muito diferentes
dos primeiros cães domesticados e ainda mais dis-
tantes em termos de comportamento dos seus
seus ancestrais lobos. Se não acreditam, podem
sempre ler um dos muitos estudos científicos já ela-
borados no tema. Então, sempre que voltarem a
ouvir falar deste mito lembrem-se do seguinte:
1. Os cães não são lobos e por isso não podemos
assumir de forma nenhuma que se comportem
da mesma forma
2. Mesmo entre vários cães o sentido natural de
"alcateia" não existe quando se trata de cães
não relacionados. Uma alcateia é geralmente
formada por elementos com laços familiares
próximos, o que não acontece normalmente
nas nossas casas.
3. Os cães sabem que nós não somos cães, por
isso logo à partida, não faz qualquer sentido
tentarmos assumir-nos como o "alfa da mati-
lha"
No entanto, como falámos anteriormente, existe
alguma "verdade" neste mito. Apesar de não dever-
tentar ser o "alfa" da matilha, é muito importante que
desde o primeiro dia que acolhemos o nosso cão na
nossa família que lhe mostremos que existem regras
e limites e que ele deve respeitar-nos como seu tutor
e líder.
Tal não implica dar beliscões ou colocar-nos em posi-
ções ameaçadoras, mas sim parte de lhe mostrar-
mos aquilo que nos deixa feliz - recompensado-o. Os
cães fazem tudo mas tudo por atenção, por afeto e
brincadeira por isso utiliza isso em tua vantagem
para estabelecer qual o comportamento desejado e
qual a sua posição na família. Um cão sem regras
nem limites acaba por se tornar um cão muito dese-
quilibrado, que poderá tentar criar as suas próprias
regras e, no limite, causar muitos problemas!
Mito #2: Os cães de certas raças nunca
conseguem aprender
Mentiraaaaa! Todos os cães, mas todos são capazes
e querem aprender. Voltando um bocadinho atrás,
todos os cães fazem tudo pela atenção dos seus
donos (isto quando têm as suas necessidades bási-
cas supridas claro). Cabe ao dono entender qual é o
motivador certo para o seu cão, aquela coisa espe-
cial que o faz acordar de manhã ou correr pela casa
de rabinho a abanar. Pode ser uma bola, um biscoito
especial, um brinquedo, uma brincadeira, uma peça
de roupa, enfim!
Depois, cabe ao dono limitar essa coisa espe-
cial para os momentos de treino (ou aprendizagem
em geral). Um exemplo muito concreto, querem que
o vosso cão aprenda a ficar sentado (e sim, funciona
com todas as raças!), então esperem até ele estar
com fomeca (caso aquela coisa seja um biscoito),
coloquem a recompensa por cima da cabeça
enquanto dizem "Senta!", ao sentar - clickem e ofere-
çam a recompensa. Este é um exemplo básico de um
dos comandos mais simples do treino canino, no
entanto podem utilizar o método com basicamente
tudo e sim, qualquer cão vai acabar por responder ao
que pedem (até os mais teimosos).
PS: Tudo isto que acabámos de dizer em letras bonitinhas baseia
-se no princípio de que todos os cães são inteligentes e que
todos eles aprendem com base na associação de experiências (e
não no raciocínio como nós - a maioria dos seres humanos).
Associa recompensas a comportamentos desejáveis e voilá!
PS2: Sabias que até galinhas é possível treinar utilizando o clic-
ker?
Mito #3: O reforço positivo não funciona
em cães grandes, difíceis, teimosos, com
medo ou agressivos
Este é um mito muito injusto para muitos dos nossos
amigos patudos. Em Portugal (infelizmente) ainda
vemos muitas pessoas e escolas de treino a utilizar
métodos aversivos em cães de forma indiscriminada,
simplesmente porque 1) acreditam neste mito ou 2)
não sabem resolver problemas de outra forma - mui-
tas vezes porque não conhecem "o" cão.
Qualquer cão, de qualquer origem pode aprender e
modificar comportamentos pela positiva e provas dis-
so não faltam! Quantas vezes visitamos associações
com cães agressivos, que já morderam metade dos
voluntários e que afinal tudo estava na forma como
entravam, nos objetos que tinham consigo, ou na
abordagem que tinham com o cão? Quantas vezes
detectamos que cães muito agressivos com outros
não passam de medricas quando se lhes solta a tre-
la? Quantas vezes vemos que quem passa a
"insegurança" é o dono e que o cão ataca apenas
para proteger?
Estes são apenas alguns exemplos que mostram o
ponto essencial que queremos realçar: antes de cor-
rigir, é preciso entender e aí sim, adaptamos a nossa
intervenção no sentido de ajudar o cão. O que acham
que irá acontecer a um cão que já de si é medroso e
tem falta de auto-confiança quando lhe é aplicado
uma estranguladora para que "pare com o comporta-
mento X" (que pode incluir agressividade)? Pois...
isso mesmo.
O reforço positivo é eficaz sim! É preciso mudar men-
talidades e isso parte de cada um de nós procurar-
mos cada vez melhor conhecer
a essência do cão, da sua lin-
guagem corporal e de entender
a origem dos seus comporta-
mentos - mais do que aplicar
métodos que até podemos não
nos sentir confortáveis (e que
agora são crime!) apenas por-
que "já tentámos tudo".
Mito #4: O meu cão faz
asneiras porque está
chateado comigo
Biiiiiiip! Lá estamos nós a ten-
tar colocar sentimentos e pen-
samentos de humanos nos
nossos cães. Os cães não têm
sentimentos complexos como
culpa, vergonha, vingança,
entre outros. Felizmente!
Olhem o que seria?!
A verdade é que muitos donos ainda acreditam que
"quando ele faz aqueles olhinhos enquanto eu ralho
com ele é porque ele sabe bem o que fez", ou "eu
hoje saí de casa e não lhe dei 3 beijinhos como o
normal então ele roeu-me o sofá para se vingar".
Meus queridos leitores, chega! Os cães fazem asnei-
ras por muitas razões, normalmente apenas porque
não sabem que é asneira, mas nunca para vos afetar
de forma pseudo-consequente. Além disso, se ele faz
alguma coisa de certeza absoluta que não se vai lem-
brar que os vossos gritos 5 horas depois se referiam
a isso…
1. Já alguma vez lhe ensinaram (e testaram que
sabe de facto) como se deve comportar?
2. Será que o vosso cão anda aborrecido e sem
nada para fazer durante o dia?
3. Será que o vosso cão tem exercício suficiente?
(o passeio curto de xixi-cócó não conta)
4. Já falaram com um veterinário para despistar
problemas médicos ou com um adestrador
para desvios comportamentais?
Mito #5: "Oh é tão fofinho, deixa-o em
paz que quando crescer deixa de fazer
isso"
Este é um grande cartão vermelho. Não, se ensinam
o vosso cão que não faz mal morder-vos o nariz, pelo
contrário até se riem, acham piada e dão umas festi-
nhas ele não vai deixar de o fazer quando crescer...
e, más notícias, com a nova dentição poderá não ser
tão fofinho, mas isto sou só eu...
Este mito é tão abrangente que encontramos donos
que acreditam nele em várias áreas: o cachorrinho
que pode fazer xixi onde quiser; o cachorrinho que
pode puxar os cabelos; o cachorrinho que pode saltar
para as pernas quando chegamos a casa; o cachorri-
nho que pode
comer à mão
porque não quer
comer sozinho;
o cachorrinho
que gosta de
roer tudo o que
encontra pela
casa; o cachorri-
nho que pode
chorar durante
a noite que
vamos logo bus-
cá-lo para perto
de nós; (a lista é
tão grande que
já podia fazer
uma sequela)...
Desde o dia que traze-
mos o nosso cachorri-
nho para casa temos o
dever de transmitir-lhe
quais são as regras e
limites (sim acabámos
de voltar ao Mito #1). O
cachorrinho não vai
mudar um comporta-
mento que foi reforça-
do durante toda a sua
infância só porque sim.
"Se eu sempre gostei
que ele saltasse para
cima de mim então
porque é que agora
que é grande fico cha-
teado?" - pensem nis-
so... O que ensinam
hoje é aquilo que ele
irá conhecer o resto da
vida. E se podemos
ensinar o nosso cão a viver em harmonia com as
nossas regras desde o primeiro dia, porque não fazê-
lo?
O número de cães que integram as famílias é cres-
cente em todo o mundo, tornando-os verdadeiros
filhos, únicos ou dividem a atenção com outros
irmãos cães ou humanos. Até mesmo quem vive sozi-
nho, o cão é sua família e seu verdadeiro amigo.
Ao longo dos anos vem se fortalecendo este novo
conceito de família que tem o cão como ator princi-
pal, sendo o centro das atenções e de muitos mimos.
Na verdade, ninguém pode negar que uma casa que
tenha cães é bem mais divertida e cheia de alegria,
não importando muito de como é formada esta famí-
lia, mas sim do seu real sentido.
Com a vida cada vez mais atribulada e cheia de afa-
zeres, enxergarmos neles a possibilidade de nos des-
ligarmos um pouco dos problemas e preocupações,
vivendo momento únicos na sua companhia. Estão
sempre dispostos para uma caminhada, passeio na
praça ou para apenas ficar ao nosso lado.
A tempo os cães deixaram os quintais e comer restos
de comida, para se tornar membro desta “nova”
família. E por trás um mercador promissor, que não
deixa a desejar na elaboração de novos produtos e
serviços, para atender cada vez mais estes clientes
peludos e seus donos, que não medem esforços para
lhes proporcionar o que tem de melhor.
São os mais variados produtos e serviços que sur-
gem a cada dia, desde camas personalizadas até
padarias que fabricam guloseimas exclusivas aos
cães. Temos também passeadores, para os donos
dispõem de muito tempo para os passeios e os
hotéis para ficarem hospedados enquanto a outra
parte da família viaja. Cães de celebridades fazem
até terapia, afinal este mundo não está fácil para nin-
guém!
Brincadeiras a parte, não podemos esquecer que
apesar desta diversidade que o mercado oferece,
eles são cães e gostam de serem tratados como tal -
mesmo que seu dono não enxergue ou não queira
isso. Então, muito cuidado no que você compra ou
proporciona para seu cão, tem vários produtos peri-
gosos e nocivos a sua saúde, que muitas vezes estão
camuflados em uma simples bolinhas por exemplo;
mas que é feita de materiais tóxicos ou que se des-
pedaçam com facilidade e pode ser ingerido.
É muito importante verificar a procedência dos pro-
dutos e serviços, observar se é de uma marca concei-
tuada e que se preocupa com seu cão e não quer
apenas empurrar mais uma venda. Outro ponto
importante, antes de escolher o local de banho e tos-
quia ou de hospedagem, faça uma visita prévia,
observe as instalações e a equipa que vai cuidar do
seu amigo. Quem faz este tipo serviço tem que trans-
mitir calma, tranquilidade e saber o que faz.
Outra dica, se você levou seu cão em determinado
local para lhe prestarem um serviço e, ao buscar,
notar que ele não gostou de ter ficado ou quer logo ir
embora, pode ter certeza que alguma coisa tem de
errado. Cachorro é como criança, não
esconde de ninguém quando não gosta
de algo.
Autoria: Diego Oliveira
Nesta nova secção, do qual esta é
a terceira publicação, vamos conti-
nuar a publicar algumas histórias,
muito interessantes, engraçadas,
por vezes hilariantes, mas tam-
bém, nalguns casos, relatos puros
de bravura e heroísmo, que se pas-
saram durante os séculos XIX e
primeira metade do século XX.
Mas iremos igualmente publicar
nesta secção muitas outras curio-
sidades acerca da forma como os
cães eram encarados na socieda-
de de então, fotos da morfologia
de algumas raças para as poder-
mos comparar com as de agora, a
educação e o ensino, a legislação,
a saúde e a reprodução a higiene,
etc.
São preciosidades, pela sua rarida-
de, que só são possíveis de as dar
a conhecer ao público, pelo esfor-
ço que o Centro Canino Vale de
Lobos tem vindo a levar a efeito na
procura e aquisição dos poucos
livros que foram publicados sobre
este tema antes do 2º terço do
século XX .
Esperamos que a sua leitura vos
dê tanto prazer como nos deu a
nós.
Neste número vamos continuar a apresentar o
livro intitulado: “o Cão” da autoria de José Val-
dez . Conseguimos adquirir a primeira edição de
1911, sabemos que foram feitas várias outras edi-
ções , até à quarta 1942 que nós também possuí-
mos.
O CÃO
De José Valdez
1911
Desta vez vamos reproduzir algumas páginas do
livro, para que os leitores possam apreciar o tipo de
escrita e o conteúdo, neste caso, relativo a uma
Legislação Canina criada pela Câmara Municipal de
Lisboa e datada de 02 de Dezembro de 1887.
É mais uma preciosidade que nos permite compa-
rar com a legislação actual.
Introdução
Introdução
Crendices de ontem e de hoje
Em Trás-os-Montes, sobrevive na memória dos mais velhos uma oração em forma de pequena história, destinada a invocar a
protecção divina para rebanhos: ao caminharem pelas serras, S. João e S. António encontram alguns lobos. E perguntam-lhes
onde vão eles, de passo tão estugado. A resposta foi sincera: “Vamos ao gado do João, que está sem pastor e sem cão.”
Ouvindo isto, os santos protectores não hesitam na resposta em forma de ordem: “Atrás voltai. A tal gado não ireis e mal não
lhe fareis”.
Ocupando até as noites dos santos, o lobo sempre se agigantou entre as nossas superstições. Começando pelos inevitáveis
lobisomens, que na sua encarnação portuguesa têm a forma simples de bichos, distinguindo-se por andarem sobre duas
patas apenas. O Abade de Baçal aponta-lhes características que os marcam, mesmo sob forma humana: “de cor tipicamente
pálida, olhos massados e mãos extraordinariamente calosas”.
O lobo, como outros entes “maléficos”, também podia ser usado para o bem, esconjurando maldições e maleitas. Um olho de
lobo guardado na algibeira dava coragem ao seu portador; uma cabeça pregada numa porta afastaria qualquer feitiço que pai-
rasse sobre os moradores da casa. Água passada por uma “gola” (parte da traqueia do bicho) transformava-se logo em cura
para doenças dos porcos; o “unto do lobo”, gordura que sobra da cozedura da carcaça de um lobo, aliviaria enfermidades dos
ossos.
Hoje, estas fantasias não passam de histórias nostálgicas, boas para assombrar os netos e encher de maravilha os serões
entre amigos. No entanto, outros mitos tomaram o lugar das lendas dos nossos avós. Como o das “largadas” de lobos.
Há décadas que esta mentira viaja de aldeia em aldeia, sempre adornada por bizarros pormenores, sempre sob a forma de
relatos anónimos, nunca na primeira pessoa. Ouvimos falar de um primo ou de um amigo de um amigo que jura ter visto carri-
nhas algures no meio do mato a soltar os tais lobos; por vezes, a história até inclui helicópteros e pára-quedas!
Ora, ninguém anda a “largar” lobos em lugar algum. Em toda a Europa, nunca houve qualquer programa de reintrodução do
lobo.
Embora tenha sido exterminado em muitas paragens de Portugal, este predador nunca deixou de estar presente. Com o aban-
dono de muitas terras, todos os animais silvestres ganharam espaço e condições para aumentar os seus números. A pastorí-
cia, ao integrar menos cabeças de gado, adopta circuitos mais próximos das povoações, o que aproxima inevitavelmente os
predadores do Homem.
O aspecto supostamente “diferente” dos tais lobos “botados” ou “largados” explica-se pela grande variação que os lobos apre-
sentam nas suas pelagens do Verão para o Inverno e por diferenças entre exemplares, que podem ser significativas. Já o seu
carácter destemido é pura invenção: só os lobos mais prudentes sobreviveram à perseguição dos homens, dando origem a
uma população muito mais tímida.
Mas, e isto é muito grave, por vezes até jornais e estações televisivas insistem no espalhar destes mitos, sem cuidar de obter
testemunhos abalizados ou informações fidedignas. Prova de que nem o século XXI conseguiu iluminar de vez a nossa relação
com o lobo.
Texto produzido no âmbito do Projecto LIFE Med-Wolf, co-financiado pela Comissão Europeia, integrando o programa LIFE.
Crendices de ontem e de hoje
Em Trás-os-Montes, sobrevive na memória dos mais velhos uma oração em forma de pequena história, destinada a invocar a
protecção divina para rebanhos: ao caminharem pelas serras, S. João e S. António encontram alguns lobos. E perguntam-lhes
onde vão eles, de passo tão estugado. A resposta foi sincera: “Vamos ao gado do João, que está sem pastor e sem cão.”
Ouvindo isto, os santos protectores não hesitam na resposta em forma de ordem: “Atrás voltai. A tal gado não ireis e mal não
lhe fareis”.
Ocupando até as noites dos santos, o lobo sempre se agigantou entre as nossas superstições. Começando pelos inevitáveis
lobisomens, que na sua encarnação portuguesa têm a forma simples de bichos, distinguindo-se por andarem sobre duas
patas apenas. O Abade de Baçal aponta-lhes características que os marcam, mesmo sob forma humana: “de cor tipicamente
pálida, olhos massados e mãos extraordinariamente calosas”.
O lobo, como outros entes “maléficos”, também podia ser usado para o bem, esconjurando maldições e maleitas. Um olho de
lobo guardado na algibeira dava coragem ao seu portador; uma cabeça pregada numa porta afastaria qualquer feitiço que pai-
rasse sobre os moradores da casa. Água passada por uma “gola” (parte da traqueia do bicho) transformava-se logo em cura
para doenças dos porcos; o “unto do lobo”, gordura que sobra da cozedura da carcaça de um lobo, aliviaria enfermidades dos
ossos.
Hoje, estas fantasias não passam de histórias nostálgicas, boas para assombrar os netos e encher de maravilha os serões
entre amigos. No entanto, outros mitos tomaram o lugar das lendas dos nossos avós. Como o das “largadas” de lobos.
Há décadas que esta mentira viaja de aldeia em aldeia, sempre adornada por bizarros pormenores, sempre sob a forma de
relatos anónimos, nunca na primeira pessoa. Ouvimos falar de um primo ou de um amigo de um amigo que jura ter visto carri-
nhas algures no meio do mato a soltar os tais lobos; por vezes, a história até inclui helicópteros e pára-quedas!
Ora, ninguém anda a “largar” lobos em lugar algum. Em toda a Europa, nunca houve qualquer programa de reintrodução do
lobo.
Embora tenha sido exterminado em muitas paragens de Portugal, este predador nunca deixou de estar presente. Com o aban-
dono de muitas terras, todos os animais silvestres ganharam espaço e condições para aumentar os seus números. A pastorí-
cia, ao integrar menos cabeças de gado, adopta circuitos mais próximos das povoações, o que aproxima inevitavelmente os
predadores do Homem.
O aspecto supostamente “diferente” dos tais lobos “botados” ou “largados” explica-se pela grande variação que os lobos apre-
sentam nas suas pelagens do Verão para o Inverno e por diferenças entre exemplares, que podem ser significativas. Já o seu
carácter destemido é pura invenção: só os lobos mais prudentes sobreviveram à perseguição dos homens, dando origem a
uma população muito mais tímida.
Mas, e isto é muito grave, por vezes até jornais e estações televisivas insistem no espalhar destes mitos, sem cuidar de obter
testemunhos abalizados ou informações fidedignas. Prova de que nem o século XXI conseguiu iluminar de vez a nossa relação
com o lobo.
Texto produzido no âmbito do Projecto LIFE Med-Wolf, co-financiado pela Comissão Europeia, integrando o programa LIFE.
O desafio e a oportunidade
Centro de Ciência Viva do Lousal
17 de Outubro 2015 a 30 de Junho 2016
Cães & Lobos Edição Nº 1
Página 1
Cães & Lobos Edição Nº 1
Página 1
Estrutura Programática do Curso
Formamos:
Profissionais competentes...
… e donos responsáveis!
Departamento de Formação do:
CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS
Curso destinado a todos aqueles que nutrem uma paixão pelos cães e por todos os mecanismos
que têm a ver com o seu comportamento. Nesta situação enquadram-se os Adestradores
caninos, os Veterinários e os Tratadores, mas fundamentalmente é destinado a todos aqueles
que, não tendo formação nesta área, têm como sonho trabalhar com cães, não só lúdica como
profissionalmente.
Primeiro curso administrado em Portugal com base nas últimas investigações
Presencial
Módulo 1 (teórico)
1.1 CONHECER O CÃO
1.1.1 Conhecer como funciona um cão
1.1.2 O Carácter num cão
1.1.3 O Temperamento num cão
1.1.4 A Comunicação canina
1.1.5 Os Instintos Básicos caninos
1.1.6 Conhecer o cão que se vai adestrar
1.2 MÉTODOS DE ADESTRAMENTO
1.2.1 Métodos de Adestramento
1.2.2 Traçar objetivos
1.2.3 Escolher o melhor método de Adestramento
1.2.3.1 Em função do cão
1.2.3.2 Em função do dono
1.2.3.3 Em função dos objetivos
1.2.4 As várias fases do Adestramento
1.3 CONDICIONAMENTO OPERANTE
1.3.1 Definição
1.3.2 O que é o Clicker
1.3.3 O treino com Clicker
Módulo 2 (prático)
2.1 O ADESTRAMENTO EM OBEDIÊNCIA SOCIAL
2.1.1 Material de adestramento
2.1.1.1 Material de contenção
2.1.1.2 Material de assistência
2.1.1.3 Material didático
2.1.2 Postura corporal do adestrador
2.1.3 Desenvolvimento da motivação do cão
2.1.4 Condicionamento e aquisição de hábito
2.1.5 Exercícios de Obediência Básica
2.1.5.1 Exercício de andar ao lado
2.1.5.2 Exercício de sentar
2.1.5.3 Exercício de deitar
2.1.5.4 Exercício de deitar e ficar quieto
2.1.5.5 Exercício de chamada
2.2 SOCIABILIZAÇÃO
2.2.1 Sociabilização intraespecífica
2.2.2 Sociabilização interespecífica
Cães & Lobos Edição Nº 4
Página 31
Entrevista Cães & Lobos Edição Nº 1
Página 1
Cães & Lobos Edição Nº 1
Página 1
Formamos:
Profissionais competentes...
… e donos responsáveis!
Departamento de Formação do:
CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS
Módulo 3 (prático)
3.1 ADESTRAMENTO EM GUARDA E DEFESA
3.1.1 Determinar as aptidões do cão
3.1.2 O Figurante (Homem de ataque)
3.1.2.1 Vestuário
3.1.2.2 Equipamento
3.1.2.3 Formação
3.1.3 O trabalho de motivação
3.1.4 O treino técnico das mordidas
3.1.5 O treino da inibição da mordida (larga)
3.1.6 O treino da fuga do figurante
3.1.7 O treino da busca do figurante
3.1.8 O treino do ataque surpresa ao guia
3.1.9 O treino do ataque longo
Módulo 4 (teórico)
4.1 COMPORTAMENTOS ANÓMALOS E DESVIANTES
4.1.1 Agressividades
4.1.1.1 Definição e tipologias
4.1.2 Micção ou defecação inadequadas 4.1.2.1 Definição
4.1.2.2 Tratamento
4.1.3 Ansiedade por separação
4.1.3.1 Definição
4.1.3.2 Tratamento
4.1.4 Fobias
4.1.4.1 Definição
4.1.4.2 Tratamento
4.1.5 Manias Maternais
4.1.5.1 Definição
4.1.5.2 Tratamento
4.1.6 Hiperatividade e hiperexceptibilidade
4.1.6.1 Definição
4.1.6.2 Tratamento
4.1.7 Comportamentos estereotipados
4.1.7.1 Definição
4.1.7.2 Tratamento
4.1.8 Ingestão Inadequada
4.1.8.1 Alimentação Estranha
4.1.8.2 Coprofagia
4.1.8.3 Objetos
4.1.9 Síndrome de Disfunção Cognitiva
Curso intensivo de formação de monitores de
adestramento científico canino (presencial)
Curso destinado a todos aqueles que nutrem uma paixão pelos cães e por todos os mecanismos que têm a ver com o seu comportamento. Nesta situação enquadram-se os Adestradores caninos, os Veterinários e os Tratadores, mas fundamentalmente é destinado a todos aqueles que, não tendo formação nesta área, têm como sonho trabalhar com cães, não só lúdica como profissionalmente
Características do Curso
Tipo de Curso: Curso presencial ministrado em sistema intensivo de 15 dias de duração, com uma carga horária lectiva diária de 4 horas, incluindo as componentes prática e teórica. Início do Curso: A combinar com o formando Local das Aulas: Campo de Trabalho do Centro Canino de Vale Lobos – Vale de Lobos - Sintra Método de Ensino: Científico Quantidade de Alunos por Curso: 1 Documento fim de Curso: Certificado com informação detalhada sobre as avaliações intercalares e finais e matéria leccionada
Estrutura Programática do Curso Módulo 1 (teórico)
Módulo 2 (prático) Do Curso de duração normal
Propriedade:
Centro Canino de Vale de Lobos
www.ccvlonline.com
Edição:
Dep. Divulgação do CCVL
http://Comportamento-
canino.blogspot.com
Revista Digital de Cães e Lobos
Editor:
Sílvio Pereira
Colaboraram nesta Edição:
Catarina Assunção, Diego Olivei-
ra, Elsa Fonseca, Grupo Lobo,
Isabel Vital, Marta Gomes, Marta
Wadsworth, Ricardo Capucho,
Ricardo Duarte, Vanessa Correia
Paginação e execução gráfica:
Sílvio Pereira
Nota:
Todo o material publicado nesta
edição é da exclusiva responsa-
bilidade dos seus autores.
_________________________
Página web: http://revistacaeselobos.weebly.com
Cães & Lobos Nº 17
Colaboradoraram nesta edição:
Catarina Assunção
Diego Oliveira
www.souldog.pt
Elsa Fonseca
Grupo Lobo
http://lobo.fc.ul.pt/
Isabel Vital
Marta Gomes
Marta Wadsworth
www.dogloversportugal.com
Ricardo Capucho
Ricardo Duarte
Vanessa Correia
www.acasaprateada.com
Formamos:
Profissionais competentes...
… e donos responsáveis!
Departamento de Formação do:
Curso destinado a todos os proprietários que queiram adestrar os seus cães em casa
(portanto, no seu território) evitando assim as sempre stressantes e por vezes
traumatizantes idas às escolas de treino canino.
Características do Curso Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: De 2 a 4 meses ou 200 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do aluno).
A quem é dirigido este Curso: Com este Curso o dono dispensa as sempre angustiantes e traumáticas idas às escolas de trei-no, uma vez que o cão aprende no seu próprio território, portanto, qualquer pessoa está em condições de frequentar este curso, a única limitação prende-se com a obrigatoriedade de possuir um cão (seja ele de que raça for) uma vez que numa das fases do Curso terá que aplicar na prática, as técnicas que vão sendo estudadas.
Perspectivas de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/teórica e conhecimento profundo do aspeto funcional do cão, assim como uma identificação da interação dos mecanismos da aprendizagem com os vários tipos de condicionamento. No aspeto prático adquire-se um conhecimento básico dos princípios gerais do Condicionamento Operante assim como a utiliza-ção do clicker como instrumento fundamental no moderno treino científico canino. Resumindo, o formando fica perfeitamente preparado não só para poder treinar o seu cão positivamente mas também para com-preender a sua linguagem, o seu carácter, a sua personalidade e o seu temperamento.
Módulo 1 (teórico)
1ª Parte - Conhecer o Aspeto Funcional do Cão
2ª Parte - O Carácter e o Temperamento num Cão
3ª Parte - A Comunicação Canina
4ª parte - Os Instintos
5ª Parte - Condicionamento Operante
6ª parte - Descobrir o Clicker
Estrutura Programática (resumida)
Módulo 2 (prático)
7ª Parte - O Adestramento em Obediência Social
8ª Parte - Motivar e Condicionar o Cão
9ª parte - Exercícios de Obediência Básica
10ª Parte - Sociabilização
www.ccvlacademia.com/curso-on-line-de-adestramento-positivo-canino.html
Formamos:
Profissionais competentes...
… e donos responsáveis!
Departamento de Formação do: CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS
Características do Curso
Objetivos do Curso: Formar técnica e cientificamente através da aquisição de conhecimentos sobre a identificação, diagnóstico, tratamento e prevenção dos Comportamentos anómalos, desviantes e patológicos dos cães que vivem integrados na sociedade humana. É um Curso abrangente uma vez que é transversal a todos os Problemas Comportamentais dos canídeos domésticos.
Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: +/- 3 meses ou 200 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do for-mando).
A quem é dirigido este Curso: Este Curso é dirigido a todos os Adestradores Caninos que sentem dificuldades na interpretação e tratamento destas patologias cada vez mais presentes na interação dos cães com os seus donos e o meio envolvente. Mas tam-bém a todos os interessados na temática do Comportamento Canino e nas alterações causadas por via da domesticação.
Perspetival de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/científica e conhecimento profundo de todos os mecanismos ligados ao processo de interpretação, diagnóstico, tratamento e prevenção das Patologias do Comporta-mento. No final do mesmo, o formando fica em condições de, conscientemente, resolver todos os problemas ligados à área Com-portamental.
Tema 1 - Como Funciona um Cão
Tema 2 - O Carácter
Tema 3 - O Temperamento
Tema 4 - A Comunicação Canina
Tema 5 - Os Instintos Básicos de Sobrevivência
Tema 6 - Os Condicionamentos Tema 7 - As Agressividades
Tema 8 - Ansiedade por Separação
www.ccvlacademia.com/curso-de-psicologia-canina.html
Estrutura Programática do Curso (Resumido)
Tema 9 - Síndrome de Disfunção Cognitiva
Tema 10 - Fobias
Tema 11 - Manias Maternais
Tema 12 - Hiperatividade e Hiperexcitabilidade
Tema 13 - Comportamentos estereotipados
Tema 14 - Ingestão Inadequada
Tema 15 - Eliminação Inadequada