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Que peixe comer? Para um consumo sustentável LPN - Liga para a Protecção da Natureza Nome comum Atuns e similares Nome científico Thunnus thynnus Nota Este agrupamento inclui várias espécies com características muito particulares. Esta ficha trata apenas do atum-rabilho. Nome inglês Bluefin tuna Outros nomes comuns Atum-rabilho, Rabil, Atum-vermelho Época reprodução em Portugal Tamanho (aproximado) de primeira maturação Maio a Agosto. Pensa-se que uma parte da população do Atlântico Nordeste se reproduz entre os Açores e o Continente, assim como no Golfo de Cádis, mas as principais regiões de postura encontram-se no Mediterrâneo. 75-125 cm Tamanho mínimo de captura 70 cm Habitat Grande migrador pelágico, i.e., desloca-se ao longo de grandes distâncias horizontais, ocupando sobretudo a camada superior do oceano (<100m profundidade). Vive tanto em mar aberto como junto à costa. Alimento Consome outros peixes pelágicos, lulas e crustáceos. Métodos de captura Palangre de superfície e profundidade, cerco, isco-vivo (salto-e-vara), corrico e armações (almadravas). Principais regiões de captura em Portugal Algarve, Açores e Madeira. Estado do stock O stock está em declínio rápido, com capturas acima dos valores sustentáveis e em crescimento. A qualidade dos dados de pesca existentes tem decrescido. TACs, Quotas e Acordos de capturas relevantes Quota de 306 toneladas. Os acordos de pesca para atuns e similares são discutidos na Comissão Internacional para a Conservação do Atuns do Atlântico (ICCAT) e na Comissão Atuneira do Oceano Índico (IOTC). Assim, parte das capturas portuguesas de atuns e similares provêm do Atlântico Sul e Índico. Em cabo Verde, 2 embarcações portuguesas de salto-e-vara foram autorizadas a operar em 2016. Importação (2016) 487 mil Euros de filetes de espadarte congelados e 85 miles de Euros de preparados de atum. Exportação (2016) 9 mil Euros de filetes de espadarte congelados e 68 miles de Euros de preparados de atum. Comercialização: apresentação de venda e variação sazonal Em Portugal consome-se atum em conserva, fresco ou congelado (em postas) e, com a entrada recente dos restaurantes japoneses no país, na forma de sashimi e sushi. Sendo a pesca do atum global, existe pouca sazonalidade na oferta da maioria dos produtos. Nos Açores e Madeira, a pesca ao atum efectua-se excepto no Inverno e sobretudo no Verão. Curiosidades Historicamente, o atum foi um dos grandes impulsionadores do desenvolvimento das comunidades piscatórias no Algarve. O atum, capturado em grandes quantidades, era salgado e misturado em cetárias (i.e., tanques apropriados) com outros peixes, crustáceos e moluscos esmagados, para a produção de um condimento muito apreciado, o garum. Este produto tinha grande durabilidade e era exportado para diversas partes do Mediterrâneo. Algumas artes de pesca ao atum capturam também outras espécies, como golfinhos, tubarões, tartarugas e aves marinhas. Para serem distinguidas pelo uso de métodos selectivos, algumas marcas de conservas de atum portuguesas obtiveram recentemente o selo "dolphin safe". A carne do voador, de cor branca e textura filamentosa e seca, dá-lhe a alcunha de "a galinha do mar", nos EUA. Recomendação de consumo Recomenda-se um consumo moderado para algumas espécies de atum (albacora, patudo, voador), um consumo frequente para o bonito capturado sustentavelmente (existem selos a atestá-lo), e desaconselha-se o consumo de rabilho. Caso não saiba qual é a espécie que está a adquirir, exija mais informação ao vendedor.

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Que peixe comer? Para um consumo sustentável LPN - Liga para a Protecção da Natureza

Nome comum Atuns e similares

Nome científico Thunnus thynnus

Nota Este agrupamento inclui várias espécies com características muito particulares. Esta ficha trata apenas

do atum-rabilho.

Nome inglês Bluefin tuna

Outros nomes comuns Atum-rabilho, Rabil, Atum-vermelho

Época reprodução em

Portugal

Tamanho (aproximado) de

primeira maturação

Maio a Agosto. Pensa-se que uma parte da população do Atlântico Nordeste se reproduz entre os

Açores e o Continente, assim como no Golfo de Cádis, mas as principais regiões de postura

encontram-se no Mediterrâneo.

75-125 cm

Tamanho mínimo de captura 70 cm

Habitat Grande migrador pelágico, i.e., desloca-se ao longo de grandes distâncias horizontais, ocupando

sobretudo a camada superior do oceano (<100m profundidade). Vive tanto em mar aberto como

junto à costa.

Alimento Consome outros peixes pelágicos, lulas e crustáceos.

Métodos de captura Palangre de superfície e profundidade, cerco, isco-vivo (salto-e-vara), corrico e armações

(almadravas).

Principais regiões de captura

em Portugal

Algarve, Açores e Madeira.

Estado do stock O stock está em declínio rápido, com capturas acima dos valores sustentáveis e em crescimento. A

qualidade dos dados de pesca existentes tem decrescido.

TACs, Quotas e Acordos de

capturas relevantes

Quota de 306 toneladas. Os acordos de pesca para atuns e similares são discutidos na Comissão

Internacional para a Conservação do Atuns do Atlântico (ICCAT) e na Comissão Atuneira do Oceano

Índico (IOTC). Assim, parte das capturas portuguesas de atuns e similares provêm do Atlântico Sul e

Índico. Em cabo Verde, 2 embarcações portuguesas de salto-e-vara foram autorizadas a operar em

2016.

Importação (2016) 487 mil Euros de filetes de espadarte congelados e 85 milhões de Euros de preparados de atum.

Exportação (2016) 9 mil Euros de filetes de espadarte congelados e 68 milhões de Euros de preparados de atum.

Comercialização:

apresentação de venda e

variação sazonal

Em Portugal consome-se atum em conserva, fresco ou congelado (em postas) e, com a entrada

recente dos restaurantes japoneses no país, na forma de sashimi e sushi. Sendo a pesca do atum

global, existe pouca sazonalidade na oferta da maioria dos produtos. Nos Açores e Madeira, a pesca

ao atum efectua-se excepto no Inverno e sobretudo no Verão.

Curiosidades Historicamente, o atum foi um dos grandes impulsionadores do desenvolvimento das comunidades

piscatórias no Algarve. O atum, capturado em grandes quantidades, era salgado e misturado em

cetárias (i.e., tanques apropriados) com outros peixes, crustáceos e moluscos esmagados, para a

produção de um condimento muito apreciado, o garum. Este produto tinha grande durabilidade e era

exportado para diversas partes do Mediterrâneo. Algumas artes de pesca ao atum capturam também

outras espécies, como golfinhos, tubarões, tartarugas e aves marinhas. Para serem distinguidas pelo

uso de métodos selectivos, algumas marcas de conservas de atum portuguesas obtiveram

recentemente o selo "dolphin safe". A carne do voador, de cor branca e textura filamentosa e seca,

dá-lhe a alcunha de "a galinha do mar", nos EUA.

Recomendação de consumo Recomenda-se um consumo moderado para algumas espécies de atum (albacora, patudo, voador),

um consumo frequente para o bonito capturado sustentavelmente (existem selos a atestá-lo), e

desaconselha-se o consumo de rabilho. Caso não saiba qual é a espécie que está a adquirir, exija mais

informação ao vendedor.

Que peixe comer? Para um consumo sustentável LPN - Liga para a Protecção da Natureza

Nome comum Cantarilhos

Nome científico Helicolenus dactylopterus

Nota Helicolenus dactylopterus é a principal espécie desembarcada em Portugal com a designação de

cantarilho. Outras espécies são erradamente comercializadas como cantarilho, nomeadamente o

cantarilho-requeime (Pontinus kuhlii) e o rascasso-vermelho (Scorpaena scrofa). No entanto,

representam uma percentagem reduzida do total desembarcado com esta designação (menos de 20%).

Nome inglês Blackbelly rosefish

Outros nomes comuns Cantarilho-legítimo, Boca-negra, Cantarilho-do-Atlântico, Cantaril

Época reprodução em

Portugal

Tamanho (aproximado)

de primeira maturação

Tamanho mínimo de

captura

Outubro a Dezembro. Os machos emitem os seus gâmetas de Janeiro a Maio, mas as fêmeas

armazenam-nos no seu corpo até ao Outono seguinte, altura em que os óvulos estão suficientemente

maturos para serem fecundados.

30 cm

-

Habitat Bentopelágico (200-1000m), habita principalmente o talude continental, montes e canhões submarinos e

zonas próximas de ilhas como as dos arquipélagos dos Açores e da Madeira.

Alimento Organismos pelágicos e bentónicos, como outros peixes, crustáceos, cefalópodes e equinodermes.

Métodos de captura É capturado com recurso ao palangre de fundo e arrasto de fundo. Apesar de ser uma espécie de alto

valor económico, não é alvo pesca dirigida.

Principais regiões de

captura em Portugal

Continente e Açores.

Estado do stock O estado do stock é desconhecido, e as capturas por embarcações portuguesas têm vindo a diminuir nos

últimos anos.

TACs, Quotas e Acordos

de capturas relevantes

Portugal tem acordos de captura do cantarilho com a Gronelândia, a Noruega, a NEAFC e a NAFO. Estas

últimas são organizações responsáveis pelas pescas em águas internacionais no Nordeste do Atlântico e

do Noroeste Atlântico, respectivamente.

Importação (2016) NA.

Exportação (2016) NA.

Comercialização:

apresentação de venda e

variação sazonal

O cantarilho-legítimo é geralmente vendido fresco, encontrando-se também congelado (geralmente

trata-se de outras espécies de cantarilho que não o legítimo, e que foram importadas).

Curiosidades O cantarilho-legítimo, conhecido também como boca-negra nos Açores, é tradicionalmente servido frito

e acompanhado com puré de batata doce.

Recomendação de

consumo

O consumo de cantarilho-legítimo deve ser moderado. Esta recomendação justifica-se não só pelo

desconhecimento actual do estado dos stocks desta espécie, mas também pela concentração de

mercúrio (um metal pesado que afecta o cérebro) que apresentam, a qual ultrapassa o máximo

recomendado pela União Europeia.

Que peixe comer? Para um consumo sustentável LPN - Liga para a Protecção da Natureza

Nome comum Carapau

Nome científico Trachurus trachurus

Nota

Nome inglês Atlantic horse mackerel, European horse mackerel, Scad

Outros nomes comuns Joaquinzinho ou Jaquinzinho, Amália, Caneco, Charro, Chicharro, Chirelo, Fadista, Pencudo, Pipi,

Salmonete saloio, Sorêlo

Época reprodução em

Portugal

Tamanho (aproximado)

de primeira maturação

Tamanho mínimo de

captura

Entre Dezembro e Abril, com pico em Fevereiro.

21 cm

15 cm

Habitat Os cardumes de carapaus ocupam toda a coluna de água, até ao fundo. Ocorrem desde as zonas

costeiras até ao talude continental, e fazem migrações consideráveis ao longo da costa.

Alimento Consome sobretudo crustáceos, pequenos peixes e cefalópodes, deixando de se alimentar durante o

período de desova.

Métodos de captura Arrasto de fundo e cerco; em menor percentagem, pesca-se carapau com anzóis e redes de emalhar, no

talude continental, e com artes de xávega.

Principais regiões de

captura em Portugal

Em toda a costa de Portugal Continental, sobretudo na região norte.

Estado do stock A dimensão do stock é bastante menor do que há 50 anos. Desconhece-se se os desembarques actuais

são sustentáveis, se bem que os seus valores tenham sido estáveis na última década. Recentemente, a

Comissão Europeia pediu ao Conselho Internacional para a Exploração do Mar (CIEM/ICES) um estudo

que leve ao estabelecimento de um plano de gestão plurianual para os três stocks europeus de carapau

(Mar do Norte, Oeste e Sul).

TACs, Quotas e Acordos

de capturas relevantes

Norte e Oeste do Reino Unido, e parte norte do Golfo da Gasconha: 849 t; Costa Atlântica Ibérica

(Portugal Continental e Espanha): 55547 t; Açores: 3072 t; Madeira: 995 t.

Importação (2016) NA

Exportação (2016) NA

Comercialização:

apresentação de venda e

variação sazonal

Na sua grande maioria, o carapau vende-se fresco e inteiro.

Curiosidades Ao contrário do que muitos consumidores crêem, o consumo de joaquinzinhos (entre 12 e 15cm) não

resulta necessariamente de pesca ilegal, pois a lei em vigor permite que 5% das capturas de carapau

sejam compostas por exemplares com tamanho abaixo do mínimo (15 cm).

Recomendação de

consumo

O consumo de carapau pode ser frequente, mas recomenda-se a consulta de informação actualizada

sobre o estado do stock.

Que peixe comer? Para um consumo sustentável LPN - Liga para a Protecção da Natureza

Nome comum Cavala

Nome científico Scomber colias

Nota Anteriormente designada como Scomber japonicus, chegou-se recentemente à conclusão que as

populações de Scomber japonicus no Oceano Atlântico constituem uma espécie distinta das populações

do Oceano Pacífico, passando as primeiras a ter a designação de Scomber colias.

Nome inglês Atlantic chub mackerel

Outros nomes comuns Cavala-legítima, cavalão (grande), judeu, manica (pequena), peixe-chuva, sereia (delgada).

Época reprodução em

Portugal

Tamanho (aproximado)

de primeira maturação

Tamanho mínimo de

captura

Fevereiro a Abril.

28 cm

-

Habitat A cavala é uma espécie pelágica que se encontra nas águas sobre a plataforma continental, preferindo

profundidades entre os 0 e os 300 metros

Alimento Crustáceos zooplânctonicos, lulas e peixes.

Métodos de captura Cerco (regiões do Alentejo e Algarve), xávega (regiões Norte, Centro e Lisboa), e por vezes com arrasto e

artes fixas

Principais regiões de

captura em Portugal

Região sul do Continente.

Estado do stock Desconhecido mas provavelmente com níveis de pesca sustentáveis.

TACs, Quotas e Acordos

de capturas relevantes

Portugal não participa em nenhum acordo com países terceiros para a pesca da cavala. Não há limites

de captura definidos para a pesca da cavala

Importação (2016) 3.1 milhões de Euros.

Exportação (2016) 7.8 milhões de Euros.

Comercialização:

apresentação de venda e

variação sazonal

A cavala é encontrada à venda em Portugal fresca, congelada, e em conserva. Quando enlatada, pode

ser encontrada conservada em azeite ou em molho de tomate com especiarias.

Curiosidades A cavala comprada fresca ou congelada pode ser cozinhada de variadas formas. Na costa Alentejana,

esta espécie tem sido, a par do carapau, o centro das atenções na Semana Gastronómica da Cavala e do

Carapau organizada pela Câmara Municipal de Odemira em Setembro-Outubro. Qualquer que seja a

forma sob a qual é consumida, é certo que a cavala contribui para a saúde cardiovascular por ser rica

em ácidos gordos essenciais.

Recomendação de

consumo

O consumo de cavala pode ser frequente.

Que peixe comer? Para um consumo sustentável LPN - Liga para a Protecção da Natureza

Nome comum Cherne

Nome científico Polyprion americanus

Nota

Nome inglês Atlantic wreckfish, Stone bass

Outros nomes comuns Cherne, cherne-legítimo, chernote

Época reprodução em

Portugal

Tamanho (aproximado)

de primeira maturação

Tamanho mínimo de

captura

Desconhecido.

75 cm

-

Habitat Os juvenis são pelágicos e vivem sob objectos flutuantes; os adultos são bentopelágicos, habitando

grutas ou naufrágios, até aos 1000m de profundidade.

Alimento Crustáceos, moluscos e outros peixes.

Métodos de captura Palangre de fundo e linha-de-mão.

Principais regiões de

captura em Portugal

Açores, Continente e Madeira (por ordem decrescente de importância).

Estado do stock O estado do stock é mal conhecido, tal como acontece noutros países. A comprová-lo a IUCN coloca-o

na lista vermelha, na categoria "Data deficient". Desde 1988, as capturas portuguesas de cherne têm

oscilado bastante e mostrado alguns sinais de fragilidade à exploração. De qualquer forma, a pescaria

demersal e de profundidade dos Açores, que inclui o cherne, tem o selo "Friend of the Sea".

TACs, Quotas e Acordos

de capturas relevantes

Não existem TACs nem acordos específicos para esta espécie.

Importação (2016) NA

Exportação (2016) NA

Comercialização:

apresentação de venda e

variação sazonal

Fresco ou congelado, em postas.

Curiosidades O nome inglês do cherne ("wreckfish") provém do hábito dos juvenis encontrarem refúgio sob

destroços ("wrecks") flutuantes, ao passo que os adultos preferem destroços afundados. O cherne tem

grande longevidade, podendo ultrapassar os 80 anos.

Recomendação de

consumo

O consumo de cherne deve ser moderado.

Que peixe comer? Para um consumo sustentável LPN - Liga para a Protecção da Natureza

Nome comum Choco

Nome científico Sepia officinalis

Nota

Nome inglês Common cuttlefish

Outros nomes comuns Choco-vulgar, ciba, siba

Época reprodução em

Portugal

Tamanho (aproximado)

de primeira maturação

Tamanho mínimo de

captura

Podemos encontrar indivíduos adultos ao longo de todo o ano, mas a época de reprodução por

excelência estende-se desde o início da Primavera e o fim do Verão, na Costa Ibérica Atlântica.

9-32 cm

10 cm

Habitat Bentopelágico, vive junto a fundos arenosos e vasosos entre a praia e os 200 m de profundidade, sendo

mais comum nas áreas costeiras até aos 100m. O choco procura zonas menos profundas e mais

abrigadas para se reproduzir, sendo uma espécie comum dos nossos estuários.

Alimento Crustáceos, peixes, moluscos, poliquetas e nemátodes.

Métodos de captura Redes de emalhar, redes de tresmalho e solheira, sobretudo na Ria de Aveiro e estuário do Sado. É

também captura acessória da pesca de arrasto de fundo.

Principais regiões de

captura em Portugal

O Choco captura-se ao longo de toda a costa portuguesa mas é especialmente importante na Ria de

Aveiro e no Estuário do Sado.

Estado do stock As estatísticas de desembarque mostram que a quantidade desembarcada de choco tem decrescido

ligeiramente entre 2005 (≈1800 t) e 2009 (1228 t), embora o preço de venda se tenha mantido estável,

na ordem dos 4eur/kg. As medidas de gestão associadas ao choco envolvem a limitação do esforço de

pesca através do número de licenças e de redes autorizadas.

TACs, Quotas e Acordos

de capturas relevantes

Não existem quotas máximas de captura.

Importação (2016) NA

Exportação (2016) NA

Comercialização:

apresentação de venda e

variação sazonal

O choco é geralmente comercializado fresco (mais comum no Verão) ou congelado.

Curiosidades Tal como outras espécies de cefalópodes, este reproduz-se apenas uma vez durante o seu ciclo de vida

que é de aproximadamente de dois anos. As receitas tradicionais portuguesas com choco são ricas e

variadas, são exemplo disso, pratos como o choco grelhado, choco guisado, feijoada de choco ou ainda

o tradicional choco frito “à setubalense”.

Recomendação de

consumo

Apesar do estado de conservação em Portugal desta espécie ser até certo ponto desconhecido, sabe-se

que noutras regiões como no Mediterrâneo (Tunísia, Grécia e Itália) as capturas estão próximas da

captura máxima sustentável. Por isso deve ter-se especial atenção à região de origem, em especial

quando se está a comprar choco congelado. Devido ao seu ciclo de vida com uma única fase de

reprodução antes de morrerem, todos os indivíduos capturados, pequenos ou grandes, nunca se

reproduziram antes. Por estas razões o seu consumo deve ser moderado.

Que peixe comer? Para um consumo sustentável LPN - Liga para a Protecção da Natureza

Nome comum Faneca

Nome científico Trisopterus luscus

Nota

Nome inglês Bib, Pouting, Pout whiting, Pout

Outros nomes comuns

Época reprodução em

Portugal

Tamanho (aproximado)

de primeira maturação

Tamanho mínimo de

captura

Dezembro a Maio. A reprodução ocorre a pequena profundidade (50-70m).

18 cm

17 cm

Habitat Bentopelágica, vive em pequenos cardumes sobre fundos arenosos e rochosos, sobretudo a menos de

100m de profundidade, podendo ocorrer até aos 250-300m.

Alimento Sobretudo crustáceos, alimentando-se complementarmente de moluscos, peixes, anelídeos e

equinodermes.

Métodos de captura Arrasto, redes de emalhar, linha-e-anzol e covos. Na pesca de arrasto ao camarão-branco-legítimo, as

capturas de faneca atingem 20% em peso, e quase 80% dos indivíduos estão abaixo do tamanho

mínimo de desembarque.

Principais regiões de

captura em Portugal

Sobretudo no norte de Portugal Continental.

Estado do stock Insuficientemente conhecido, mas a espécie tende a ser abundante em Portugal. Alguns estudos

apontam para grandes oscilações na dimensão do stock.

TACs, Quotas e Acordos

de capturas relevantes

Não existem TACs nem acordos para esta espécie.

Importação (2016) NA

Exportação (2016) NA

Comercialização:

apresentação de venda e

variação sazonal

A faneca é geralmente comercializada fresca e inteira.

Curiosidades A carne da faneca deteriora-se rapidamente, pelo que a compra do peixe deve ser muito selectiva. Para

os pescadores desportivos, a faneca é o "peixe-salvação", porque a sua abundância e captura fácil

podem salvar uma pescaria não tão boa a outras espécies. Também tem o epíteto de "peixe-de-

doentes", porque a sua carne branca, quando cozida, é de fácil digestão.

Recomendação de

consumo

O consumo de faneca pode ser frequente.

Que peixe comer? Para um consumo sustentável LPN - Liga para a Protecção da Natureza

Nome comum Goraz

Nome científico Pagellus bogaraveo

Nota

Nome inglês Blackspot seabream

Outros nomes comuns Carapau (juvenis), Peixão (tamanho médio), Goraz (tamanho grande)

Época reprodução em

Portugal

Tamanho (aproximado)

de primeira maturação

Tamanho mínimo de

captura

Janeiro a Abril nos Açores, Fevereiro a Maio no norte do Continente.

25 cm (machos) e 35 cm (fêmeas)

25 cm

Habitat Bentopelágico, vive junto a fundos arenosos e vasosos, até aos 700 m, geralmente formando cardumes.

Os juvenis vivem junto da costa.

Alimento Crustáceos, moluscos e pequenos peixes.

Métodos de captura No Continente: arrasto de fundo e pelágico, aparelhos de anzol e redes de emalhar. Nos Açores: linha-

de-mão e palangre de fundo

Principais regiões de

captura em Portugal

Sobretudo nos Açores, onde é o principal alvo da pescaria demersal.

Estado do stock O estatuto internacional de conservação do goraz é "Comercialmente Ameaçado", o que significa que é

vulnerável à sobrepesca. A informação disponível em Portugal não é suficiente para aferir o estado do

stock.

TACs, Quotas e Acordos

de capturas relevantes

Quotas de 507 t nos Açores e 37 t no Continente. Não existem acordos para esta espécie

Importação (2016) NA

Exportação (2016) NA

Comercialização:

apresentação de venda e

variação sazonal

Fresco ou congelado em postas.

Curiosidades Os gorazes nascem todos machos e tornam-se fêmeas já na fase adulta. Migram sazonalmente entre as

águas do Continente (Outono - Inverno) e as do Reino Unido (Primavera - Verão).

Recomendação de

consumo

O consumo de goraz deve ser moderado, recomendando-se ao consumidor que consulte as

informações mais recentes sobre o estado do stock.

Que peixe comer? Para um consumo sustentável LPN - Liga para a Protecção da Natureza

Nome comum Linguado

Nome científico Solea solea

Nota Em Portugal existem várias espécies de linguados, sendo o linguado-legítimo um dos principais

representantes.

Nome inglês Common sole, Dover sole

Outros nomes comuns Linguado-legítimo

Época reprodução em

Portugal

Tamanho (aproximado)

de primeira maturação

Tamanho mínimo de

captura

Inverno e princípio da Primavera.

25-35 cm

24 cm

Habitat Bentónico, vive semi-enterrado em fundos arenosos e vasosos, sobretudo a menos de 150m de

profundidade. As larvas e juvenis habitam os estuários.

Alimento Anelídeos, crustáceos e moluscos.

Métodos de captura Redes de tresmalho e de emalhar, com elevada taxa de capturas acessórias (>50 espécies) e rejeições

(25%). A pesca por arrasto também captura pequenas quantidades, com selectividade ainda menor.

Principais regiões de

captura em Portugal

Em todo o Continente, sobretudo na região norte.

Estado do stock Os indicadores existentes sobre o estado do stock são pouco fiáveis, havendo também bastante

pescado não transaccionado em lota. O facto de várias espécies serem englobadas numa única

categoria também dificulta a avaliação dos stocks. A situação é ainda mais preocupante por existirem

evidências de sobre-exploração em áreas próximas, no Atlântico Nordeste.

TACs, Quotas e Acordos

de capturas relevantes

Não está estabelecido um TAC. Não existem acordos para esta espécie em particular e as capturas

noutros países são pouco expressivas.

Importação (2016) NA

Exportação (2016) NA

Comercialização:

apresentação de venda e

variação sazonal

O linguado é capturado maioritariamente no Inverno. É vendido tanto fresco e inteiro como congelado

em postas.

Curiosidades Ao longo das primeiras etapas da sua vida, o linguado sofre transformações sucessivas: o corpo torna-se

cada vez mais plano e olho esquerdo migra para o lado direito. Uma parte da produção nacional de

linguado-legítimo (~130 t) provém de aquacultura.

Recomendação de

consumo

O consumo de linguado deve ser moderado, sendo dada preferência ao pescado nacional capturado

pela frota artesanal.

Que peixe comer? Para um consumo sustentável LPN - Liga para a Protecção da Natureza

Nome comum Lula

Nome científico Loligo vulgaris

Nota Em Portugal Continental, esta é a espécie de lula mais abundante e comercialmente mais importante.

Nos Açores, a lula-riscada constitui a maior parte das capturas.

Nome inglês Squid, Common squid

Outros nomes comuns Lula-comum, Calamar

Época reprodução em

Portugal

Tamanho (aproximado)

de primeira maturação

Tamanho mínimo de

captura

Ao longo de todo o ano, mas em especial no Outono e Inverno, formando grandes cardumes em zonas

rochosas pouco profundas entre os 20 e os 70 m.

Fêmeas: 17 cm; machos: 15 cm

10 cm

Habitat Bentopelágica, nada junto aos fundos entre os 20 m e os 200 m de profundidade, sendo mais

abundante nas águas costeiras até aos 100 m.

Alimento Peixes, crustáceos e outros cefalópodes.

Métodos de captura Toneira, seja em versão artesanal (jaloeira) ou industrial (“jig”), de dia ou à noite (com luz artificial). As

lulas também são espécies acessórias da pesca com arrasto de fundo, arrasto pelágico e redes de

emalhar. O arrasto é responsável por 70% do total desembarcado da espécie.

Principais regiões de

captura em Portugal

Em toda a costa continental, concentrando-se sobretudo ao largo da Figueira da Foz, Sesimbra e

Algarve.

Estado do stock Em 2016 as capturas m é d i a s de lula em Portugal foram de 400 t. As medidas de gestão associadas à

pescaria dirigida de lula engloba a limitação do número de licenças e a atribuição de um tamanho

mínimo de captura.

TACs, Quotas e Acordos

de capturas relevantes

Não existem quotas máximas de captura.

Importação (2016) NA

Exportação (2016) NA

Comercialização:

apresentação de venda e

variação sazonal

As lulas são comercializadas frescas, congeladas ou em conservas.

Curiosidades Tal como noutros cefalópodes, após a fase reprodutiva, todos os indivíduos morrem. O seu ciclo de vida

compreende entre um e dois anos, desde o nascimento até à reprodução e morte.

Recomendação de

consumo

Tratando-se de espécies capturadas fundamentalmente como acessórias da pescaria multi-específica de

arrasto, e cujo estado de stock é em grande parte desconhecido, o consumo de lula deve ser moderado.

O facto de existir uma pescaria de pequena escala, artesanal e sazonal dirigida a este recurso podem ser

uma alternativa a considerar. Deve-se portanto optar por escolher um produto fresco capturado de

forma artesanal pelas comunidades locais.

Que peixe comer? Para um consumo sustentável LPN - Liga para a Protecção da Natureza

Nome comum Polvo

Nome científico Octopus vulgaris

Nota A categoria comercial “Polvo” também engloba indivíduos do género Eledone, capturados em pequenas

quantidades pela frota de arrasto.

Nome inglês Common octopus

Outros nomes comuns Polvo-comum, Poldro, Polvo-da-rocha, Poldra (quando pequeno)

Época reprodução em

Portugal

Tamanho (aproximado)

de primeira maturação

Tamanho mínimo de

captura

Reproduz-se ao longo de todo o ano, com picos de actividade na Primavera e no Outono.

Fêmeas: 2,5 kg; machos: 1,5 Kg

750 g

Habitat Bentónico, vive junto a fundos rochosos, arenosos e vasosos entre a praia e o limite da plataforma

continental, embora seja mais comum nos primeiros 50 m

Alimento Crustáceos, bivalves e peixes, podendo haver também canibalismo.

Métodos de captura Armadilhas, em especial covos e alcatruzes. É também uma espécie acessória da pesca de arrasto. Pode

ainda ser capturado com linhas de mão, piteira, bicheiro, ou na caça submarina.

Principais regiões de

captura em Portugal

Açores, Madeira e, sobretudo, Continente, onde existem comunidades dedicadas à pesca artesanal de

polvo: Viana do Castelo, Peniche, Cascais, Santa Luzia e Fuzeta.

Estado do stock Não existe uma avaliação regular do estado do stock. Pontualmente têm sido realizados estudos, por

associações de produtores ou meios académicos, que indicam que o stock parece não estar sobre-

explorado. Em alguns casos, a pescaria é considerada sustentável (ex. Estuário do Tejo). Saliente-se

contudo que as pescarias artesanais são de difícil avaliação e a fuga à lota é frequente, com a

consequente inexactidão nas estatísticas. As medidas de gestão envolvem o tamanho mínimo de

captura e a limitação do esforço de pesca, através do número de licenças e das redes autorizadas.

TACs, Quotas e Acordos

de capturas relevantes

Não existem quotas máximas de captura.

Importação (2016) NA

Exportação (2016) NA

Comercialização:

apresentação de venda e

variação sazonal

Podemos encontrar polvo capturado fresco e inteiro nos mercados durante todo o ano mas também

congelado ou em conserva.

Curiosidades O polvo comum é um alimento rico em proteína e com baixo teor de gorduras (à excepção das “ovas”).

E existem muitas receitas culinárias que o têm como ingrediente-base; as mais conhecidas são o polvo

cozido, arroz de polvo, polvo à lagareiro ou ainda a salada de polvo. O consumo de polvo está em

algumas regiões associado a ocasiões festivas. Na época natalícia, o polvo cozido é um prato tradicional

na consoada das regiões de Entre-Douro, Minho e Trás-os-Montes.

Recomendação de

consumo

O consumo de polvo poderá ser frequente, optando sempre por adquirir polvo fresco com a garantia

que passou na lota de primeira venda. E por isso o polvo pode ser um óptimo substituto do bacalhau à

mesa no Natal.

Que peixe comer? Para um consumo sustentável LPN - Liga para a Protecção da Natureza

Nome comum Raia

Nome científico Raja clavata

Nota A categoria comercial "Raias" engloba várias espécies, existindo 16 registadas em Portugal Continental.

Apenas sete espécies são frequentes e destas, a raia-lenga é uma das predominantes, perfazendo as

suas capturas cerca de um terço do total.

Nome inglês Thornback ray, Thornback skate

Outros nomes comuns Raia-lenga

Época reprodução em

Portugal

Tamanho (aproximado)

de primeira maturação

Tamanho mínimo de

captura

A época de reprodução estende-se por todo o ano, sendo o pico registado no Outono.

70 cm

-

Habitat Bentónica, vive sobre fundos arenosos e vasosos, sobretudo a menos de 250m de profundidade,

embora possa ocorrer até aos 600m.

Alimento Peixes, crustáceos e cefalópodes, estando a proporção de cada grupo dependente do habitat e do

tamanho da raia.

Métodos de captura As raias constituem capturas acessórias da pesca com palangre, redes de emalhar, e arrasto de fundo.

Pode haver alguma pesca dirigida, devido ao seu elevado valor.

Principais regiões de

captura em Portugal

Sobretudo no Continente, de Sesimbra para norte.

Estado do stock Se bem que, como um todo, as capturas de raias têm permanecido estáveis nos últimos anos, alguns

dos stocks individuais decaíram marcadamente, enquanto outros aumentaram. Tal pode dever-se ao

efeito da pesca ou a alterações do meio marinho, tanto naturais como artificiais. Não existe um plano

nacional de gestão ou monitorização. A raia-lenga tem o estatuto global de "Quase Ameaçada", pela

IUCN.

TACs, Quotas e Acordos

de capturas relevantes

Quota no Atlântico Nordeste (águas geridas pela UE): 1156 t. Quota em águas ao largo da Terra Nova

(geridas pela NAFO): 746 t.

Importação (2016) NA

Exportação (2016) NA

Comercialização:

apresentação de venda e

variação sazonal

As raias são comercializadas inteiras ou em postas, frescas ou congeladas, separadas ou em caldeirada

de peixe. A seca artesanal também se pratica.

Curiosidades Os ovos das raias (e alguns tubarões) são conhecidos por "bolsas de sereia". Pouco valorizadas até há

cerca de duas décadas, as raias eram consumidas sobretudo pelas comunidades piscatórias, tornando-

se uma alternativa aos pratos típicos da época natalícia. Hoje em dia, as raias ocupam um lugar

importante na gastronomia de várias regiões do país.

Recomendação de

consumo

O consumo de raia-lenga deve ser moderado.

Que peixe comer? Para um consumo sustentável LPN - Liga para a Protecção da Natureza

Nome comum Safio

Nome científico Conger conger

Nota

Nome inglês Conger eel, European conger.

Outros nomes comuns Congro (geralmente designa indivíduos de maior tamanho)

Época reprodução em

Portugal

Tamanho (aproximado)

de primeira maturação

Tamanho mínimo de

captura

Mal conhecida. Crê-se que, por altura do verão, os safios adultos vão para o Mediterrâneo e para zonas

profundas no Atlântico Nordeste, possivelmente entre Gibraltar e os Açores. Depois da desova os

indivíduos morrem.

50-75 cm

58 cm (Continente e Madeira), 113 cm (Açores)

Habitat Bentopelágico, o safio vive em fundos arenosos e rochosos (em fendas e buracos), desde a linha de

costa até aos 600m de profundidade. À noite, caça tanto no fundo como na coluna de água.

Alimento O safio consome outros peixes, cefalópodes (polvo, lula e choco) e crustáceos, consoante a sua

disponibilidade. O canibalismo também é comum.

Métodos de captura Arrasto de fundo, linha-de-mão e palangre de fundo. É frequentemente uma captura acessória de pesca

dirigida a outras espécies.

Principais regiões de

captura em Portugal

Em todo o Continente e nos Açores.

Estado do stock Não existe actualmente um modelo de avaliação do stock de safio. Dada a relativa estabilidade das

capturas, considera-se que o manancial português está a ser explorado em níveis sustentáveis.

Contudo, as características biológicas da espécie indicam que é pouco resistente à sobre-exploração.

Nos Açores, a pesca demersal e de profundidade, que captura safio, tem o selo “Friend of the Sea”,

como comprovativo da sua sustentabilidade.

TACs, Quotas e Acordos

de capturas relevantes

Não existe um modelo de gestão para esta espécie. Em águas não-nacionais (Espanha e Marrocos) são

capturadas pequenas quantidades, como capturas acessórias.

Importação (2016) NA

Exportação (2016) NA

Comercialização:

apresentação de venda e

variação sazonal

O safio é vendido fresco ou congelado, inteiro ou em postas, isolado ou em caldeirada. Encontra-se à

venda durante todo o ano.

Curiosidades Quando comprado inteiro, um safio pode ser confeccionado em dois pratos: a metade da frente, mais

grossa e com menos espinhas, serve para caldeiradas de peixe; a metade de trás, afilada e com mais

espinhas, pode ser cortada em postas finas e frita. No folclore, o safio partilha a "toca" com o lavagante

e com ele joga um jogo mortal: para uns, o lavagante alimenta o safio até ao dia em que o devora; para

outros, o safio espera que o lavagante mude de carapaça para o atacar; numa terceira versão, retrata-se

um conflito eterno, sem vencedor.

Recomendação de

consumo

O consumo de safio pode ser frequente, devendo ter-se em atenção novos estudos sobre o estado do

stock.

Que peixe comer? Para um consumo sustentável LPN - Liga para a Protecção da Natureza

Nome comum Sardinha

Nome científico Sardina pilchardus

Nota

Nome inglês European pilchard

Outros nomes comuns Petinga (sardinha pequena), Esquilhas (sardinha pequena em Sesimbra e Setúbal)

Época reprodução em

Portugal

Tamanho (aproximado)

de primeira maturação

Tamanho mínimo de

captura

Outubro a Abril.

14 cm

11 cm

Habitat Pelágica (25-100m profundidade).

Alimento Fito e zooplâncton.

Métodos de captura Quase exclusivamente cerco, pequenas capturas acessórias de outras pescarias

Principais regiões de

captura em Portugal

Continente

Estado do stock Actualmente indefinido: não são conhecidos os parâmetros essenciais que permitem definir o stock.

Como medida de precaução em 2017 não se poderão pescar mais do que 11560 t de sardinha.

TACs, Quotas e Acordos

de capturas relevantes

A pesca da sardinha não está sujeita a TACs, e portanto não estão definidas quotas.

Importação (2016) 6977 t (13.3 milhões de Euros)

Exportação (2016) 4081 t (9.3 milhões de Euros) de sardinha fresca e 10470, t (>50 milhões de Euros), em conserva,

destinada sobretudo aos mercados francês, inglês e italiano.

Comercialização:

apresentação de venda e

variação sazonal

Fresca e em conserva (em azeite, óleo ou tomate). Devido ao mau tempo, o número de dias de pesca

em Dezembro, Janeiro e Abril é menor, com consequente redução da disponibilidade de sardinha nos

mercados.

Curiosidades Há várias maneiras de confeccionar sardinhas. A mais comum e popular nos meses de Verão é assá-las,

não na chama como é infelizmente muitas vezes feito, mas sim nas brasas. Isto garante que a sardinha

fica bem assada por dentro e por fora. Pode comê-las em cima de uma boa fatia de pão grosso,

permitindo assim que este absorva a gordura da sardinha com os saudáveis ácidos gordos ómega-3, e

acompanhar com uma salada de tomate ou de pimentos assados (também na brasa!). Outras formas de

preparar sardinhas incluem o Arroz de Sardinha de Condeixa, as Papas de Sardinha à Algarvia e as

Costeletas de Sardinha do Minho. E para celebrar e experimentar este peixe tão importante para a

cultura ribeirinha portuguesa, porque não participar na Festa do Mar e da Sardinha em Vila Praia de

Âncora (em Junho), ou no Festival da Sardinha em Portimão (em Agosto)?

Recomendação de

consumo

O consumo da sardinha em Portugal deve ser muito moderado.

Apesar da sardinha ser um recurso muito importante para as comunidades piscatórias portuguesas e do

elevado teor da sardinha em ácidos gordos importantes para a saúde, devido ao estado debilitado do

stock o consumo de ser muito moderado.

Que peixe comer? Para um consumo sustentável LPN - Liga para a Protecção da Natureza

Nome comum Bacalhau

Nome científico Gadus morhua

Nota Existem outras espécies de bacalhau, que parecem não ser tão populares em Portugal, tais como o bacalhau-da-Gronelândia

(Gadus ogac), o bacalhau-do-Ártico (Eleginus navaga), o bacalhau-do-Pacífico (Gadus macrocephalus), e o bacalhau-polar

(Boreogadus saida)

Nome inglês Atlantic cod, cod, cod-fish, bacalao

Outros nomes comuns Bacalhau-do-Atlântico, “fiel amigo”

Época reprodução em

Portugal

Tamanho (aproximado)

de primeira maturação

Tamanho mínimo de

captura

Ao largo da costa europeia, o bacalhau reproduz-se desde o início de Janeiro nas águas mais a sul até Junho nas águas mais a

norte.

48 cm

35 cm (varia consoante a zona)

Habitat Bentopelágico, encontra-se até aos 500 metros de profundidade, vivendo nas águas frias do Atlântico Norte, desde a Terra

Nova (Canadá) ao Mar do Norte (Escócia, Dinamarca, etc.) passando pelo Mar de Barents (Noruega, Islândia, Rússia, etc.).

Alimento Crustáceos (krill, camarões e caranguejos) e outros peixes, como o capelim. É também conhecido pelo seu canibalismo.

Métodos de captura Arrasto, palangre de fundo, ou redes de emalhar. Antes de surgirem as redes de nylon, a pesca do bacalhau era feita à linha.

Há outras artes de pesca que apanham o bacalhau como captura acessória.

Principais regiões de

captura em Portugal

Não há bacalhau nas águas portuguesas, pois esta é uma espécie de águas mais frias. O bacalhau que chega ao mercado

português é quase todo da Noruega, isto é, das áreas CIEM I e II.

Estado do stock Há vários stocks de bacalhau no Atlântico. Perto do Canadá, os stocks de bacalhau estão gravemente sobre-explorados. O

stock do Ártico, essencialmente migrador e mais pelágico, encontra-se em bom estado e é explorado sustentavelmente,

segundo o CIEM. Parte desse stock tem até certificação do Marine Stewardship Council. Já o stock costeiro da Noruega, mais

demersal e residente, está em pior situação, a ponto de o CIEM recomendar que em 2010 não seja pescado nenhum

bacalhau.

TACs, Quotas e Acordos

de capturas relevantes

Área 1/2B: TAC de 26994 t, quota de 2638 t. Área 1N2AB: TAC de 26994 mil t, quota de 3216,2 t.

Importação (2016) 134 milhões de Euros em bacalhau fresco, mais de 132 milhões de Euros em bacalhau congelado, e 175 milhões de euros

em bacalhau salgado (dos quais dois terços são bacalhau não seco). Simultaneamente, Portugal exportou quase 39 milhões

de euros de bacalhau congelado e 52 milhões de Euros de bacalhau salgado (dos quais 13% era bacalhau não seco).

Exportação (20016) 38 milhões de Euros de bacalhau congelado e 45 milhões de Euros de bacalhau salgado (dos quais 13% era

bacalhau não seco).

Comercialização:

apresentação de venda e

variação sazonal

O bacalhau encontra-se à venda no nosso país maioritariamente sob a forma salgada e seca, a forma mais popular. No

entanto, o bacalhau congelado já é bastante visível nas bancas dos supermercados, assim como o fresco.

Curiosidades Apesar do bacalhau não existir nas águas portuguesas, é há mais de 100 anos um prato tradicional, tanto que temos 1001

maneiras de cozinhar o “fiel amigo”: bacalhau cozido com grão e couves, bacalhau à lagareiro, bacalhau à Brás, bacalhau à Zé

do Pipo, arroz de bacalhau, bacalhau com broa, caldeirada de bacalhau, açorda de bacalhau... Mas porque é que um peixe

que não existe nas nossas águas se tornou tão popular? Primeiro, porque quase não tem gordura, e portanto pode ser

facilmente conservado. Em sal, aguenta-se tempo suficiente para ser transportado para Portugal, incluindo as localidades do

interior, onde muito dificilmente chegava o peixe fresco. Segundo, porque dantes havia muito bacalhau, o que o tornava

barato e permitia às pessoas mais pobres ter uma fonte de proteína, já que a carne era muito cara. Ficou assim também

conhecido como “a carne dos pobres”.

Recomendação de

consumo

Se o bacalhau estiver rotulado como sendo do Ártico, poderá consumir normalmente e até com a consciência tranquila de

quem apoia uma pescaria sustentável (desde que o bacalhau esteja assinalado com o rótulo azul do Marine Stewardship

Council). O restante bacalhau – rotulado como sendo de outras áreas, ou rotulado genericamente como sendo bacalhau do

Noroeste ou do Nordeste – não deverá ser consumido, para que não se contribua para a sua sobre-exploração.

Que peixe comer? Para um consumo sustentável LPN - Liga para a Protecção da Natureza

Nome comum Peixe-espada-preto

Nome científico Aphanopus carbo

Nota

Nome inglês Black scabbardfish

Outros nomes comuns Espada-preta

Época reprodução em

Portugal

Tamanho (aproximado)

de primeira maturação

Tamanho mínimo de

captura

O seu ciclo de vida ainda é pouco conhecido, sendo que em Portugal a única área de reprodução que

está documentada situa-se na Ilha da Madeira, onde a espécie desova, principalmente entre Outubro e

Dezembro.

105 cm

-

Habitat Bentopelágico, vive na proximidade de ilhas isoladas e montes submarinos, entre os 200 m e os 1700 m.

Alimento A informação disponível sobre a dieta do peixe-espada-preto é limitada, sabendo-se apenas que se

alimenta principalmente de peixes, lulas e crustáceos.

Métodos de captura Em Portugal captura-se com palangre de fundo, ao passo que no Atlântico Nordeste se utiliza o arrasto

(Espanha e França).

Principais regiões de

captura em Portugal

Madeira e Portugal Continental.

Estado do stock A estrutura populacional do peixe-espada-preto em águas europeias é ainda desconhecida. Alguns

estudos científicos apontam para a existência de diferentes stocks de peixe-espada-preto nos Açores,

Madeira e Continente, mas o grupo de estudo do CIEM sobre a biologia e avaliação dos recursos de

profundidade ainda os aglomera todos no stock europeu.

TACs, Quotas e Acordos

de capturas relevantes

TAC para zona IX: 2726 t.

Importação (2016) NA

Exportação (2016) NA

Comercialização:

apresentação de venda e

variação sazonal

Fresco, inteiro ou em filetes, havendo também a possibilidade de o adquirir congelado.

Curiosidades Esta espécie costuma ser servida ou grelhada (às postas) ou frita (em filetes). Na Madeira onde há uma

maior tradição no consumo deste peixe e existem algumas receitas bastante conhecidas, como o peixe-

espada-preto com banana e a sandes de peixe-espada-preto.

Recomendação de

consumo

Recomendamos que procure consumir o produto nacional, pois existe um grande contraste

socioeconómico e ecológico entre a pescaria tradicional portuguesa ao peixe-espada-preto e as

pescarias de arrasto no norte europeu. O consumo deve ser moderado, já que esta pescaria também

captura tamboris e tubarões de profundidade, as quais são consideradas espécies sensíveis. Estudos

científicos verificaram que os níveis de chumbo e cádmio no peixe-espada-preto são inferiores aos

limites estabelecidos pela União Europeia para consumo humano. Portanto, em termos de saúde

pública, não existe perigosidade toxicológica.

Que peixe comer? Para um consumo sustentável LPN - Liga para a Protecção da Natureza

Nome comum Pescada

Nome científico Merluccius merluccius

Nota Existem duas populações de pescada-branca no Atlântico Nordeste – a do Norte e a do Sul, sendo a do

Sul a que vive nas águas da costa atlântica ibérica (divisões CIEM VIIIc e IXa) e pescada pela frota

Portuguesa.

Nome inglês European hake

Outros nomes comuns Pescada, Pescadinha, Pescada-branca, Marmota

Época reprodução em

Portugal

Tamanho (aproximado)

de primeira maturação

Tamanho mínimo de

captura

O pico de reprodução ao longo da costa Portuguesa ocorre entre Fevereiro e Março, registando-se uma

maior abundância de juvenis entre o Outono e o início da Primavera.

33 cm (machos) e 45 cm (fêmeas)

27 cm

Habitat Bentopelágica, vive geralmente entre os 70 e os 370 m de profundidade, mas pode encontrar-se dos 30

até aos 1000 m. Durante a noite, migra do fundo marinho para a coluna de água.

Alimento Os adultos alimentam-se sobretudo de outros peixes, como anchova, sardinha e arenque, assim como

de lulas, enquanto os juvenis alimentam-se de pequenos crustáceos.

Métodos de captura A pescada-branca faz parte de uma pescaria mista, dirigida a várias espécies de peixes e crustáceos

(carapau, tamboril, areeiro, cavala, lagostim, etc.). A frota é composta por arrasto, redes de emalhar e,

em menor escala, palangre de fundo. As rejeições e capturas acessórias são significativas.

Principais regiões de

captura em Portugal

A frota dirigida a espécies de peixe opera ao longo de toda a costa Portuguesa, a profundidades que

atingem 100 a 200m. A frota dirigida a crustáceos opera sobretudo na região Sudoeste e Sul, a

profundidades maiores, de 100 a 750m.

Estado do stock Sobre-explorada. Em 2006, a Comissão Europeia instituiu um plano plurianual de recuperação do stock,

para repô-lo em níveis biologicamente seguros. A primeira avaliação deste plano de gestão será

publicada em 2010, havendo já sinais de uma melhoria ligeira, mas ainda insuficiente, do stock.

TACs, Quotas e Acordos

de capturas relevantes

TAC 2016: 10674 ton (para todas as zonas de pesca: VIIIc – Norte de Espanha, IX-Portugal Continental, X - Açores e CECAF 34.1.1 – Marrocos). Quota para Portugal 3188 ton

Importação (2016) NA

Exportação (2016) NA

Comercialização:

apresentação de venda e

variação sazonal

A maioria dos desembarques de pesca branca ocorre entre Maio e Outubro e é vendida fresca, inteira

ou em postas, e congelada.

Curiosidades P: Qual é a coisa qual é ela que antes de o ser já o era? R: A pescada. A "pescadinha-de-rabo-na-boca" é

não só um prato tipicamente português mas também uma expressão popular, que designa

metaforicamente um ciclo vicioso. Mas para que a expressão continue a ter significado, devemos

moderar o consumo, sobretudo da pequena pescadinha.

Recomendação de

consumo

Face ao estado debilitado do stock, recomenda-se que o consumo seja moderado, sendo de evitar a

pescada de pequeno tamanho, também conhecida como marmota ou pescadinha. Nos congelados, a

oferta inclui pescadas proveniente do hemisfério sul, estando algumas certificadas pelo Marine

Stewardship Council, em prova da sustentabilidade da pesca. Enquanto o stock português recupera,

esta é uma opção a considerar.

Que peixe comer? Para um consumo sustentável LPN - Liga para a Protecção da Natureza

Nome comum Robalo

Nome científico Dicentrarchus labrax

Nota

Nome inglês Sea bass, European seabass

Outros nomes comuns Robalo-legítimo, robalete

Época reprodução em

Portugal

Tamanho (aproximado)

de primeira maturação

Tamanho mínimo de

captura

Em Portugal, a época de reprodução inicia-se em Janeiro e prolonga-se até ao fim de Abril.

Fêmeas: 36-46 cm; machos: 31-41 cm

36 cm

Habitat Bentopelágico e migrador, habita águas costeiras até aos 100 m de profundidade. Os juvenis são

comuns em estuários, lagoas costeiras e ocasionalmente em rios

Alimento Os adultos são essencialmente piscívoros, ao passo que os juvenis alimentam-se de crustáceos e

moluscos.

Métodos de captura Redes de emalhar e xávega. Em particular, a “rede de robalo” é uma rede de emalhar fundeada, usada

para a pescaria desta espécie, assim como de dourada, pargo e corvina.

Principais regiões de

captura em Portugal

É capturado ao longo de toda a costa portuguesa.

Estado do stock Em Portugal não existe uma avaliação do estado deste stock. As estatísticas oficiais mostram alguma

estabilidade nas capturas de robalo selvagem, a média de capturas entre 2008 e 2016 foi de 662t,

ligeiramente superior à média de capturas entre 2002 e 2008.

TACs, Quotas e Acordos

de capturas relevantes

Não existem quotas máximas de captura.

Importação (2016) NA

Exportação (2016) NA

Comercialização:

apresentação de venda e

variação sazonal

O robalo é comercializado fresco ou congelado, podendo ser selvagem ou produzido em aquacultura.

Curiosidades Cerca de 72% do robalo comercializado em Portugal tem origem na produção aquícula (em especial

semi-extensiva) com uma produção média de 1354 t (entre 2004 e 2008). Nas primeiras fases de vida,

os robalos selvagens habitam zonas costeira abrigadas, como estuários, e aí ficam até se tornarem

adultos. Nessa altura, migram para zonas mais expostas e lá permanecem, regressando aos abrigos para

se reproduzirem.

Recomendação de

consumo

O consumo de robalo selvagem pode ser frequente. O robalo produzido em aquacultura pode ser uma

boa opção, uma vez que retira alguma pressão sobre a população selvagem, mas o pescado sustentável

deve ser preferido. Confira periodicamente as actualizações ao estado do stock.

Que peixe comer? Para um consumo sustentável LPN - Liga para a Protecção da Natureza

Nome comum Gamba

Nome científico Parapenaeus longirostris

Nota Distribuição no Atlântico e Mediterrâneo: desde os EUA até Guiana Francesa e desde Portugal até

Angola e toda a bacia Mediterrânica.

Nome inglês Rose shrimp

Outros nomes comuns Gamba-branca; Camarão da costa

Época reprodução em

Portugal

Tamanho (aproximado)

de primeira maturação

Tamanho mínimo de

captura

Tem um ciclo de vida curto, caracterizado por elevadas taxas de crescimento e mortalidade, e duas

épocas: no final da Primavera e Outono.

2,2 cm (fêmeas) (comprimento do cefalotórax)

2,4 cm (comprimento do cefalotórax) e 9,4 cm (comprimento total)

Habitat Bentopelágica, em fundos arenosos e vasosos, distribuição dos 100 aos 400 m de profundidade

Alimento Presas bentónicas, principalmente poliquetas, pequenos crustáceos e moluscos.

Métodos de captura É uma das espécies alvo da frota pesqueira de crustáceos que trabalha no lado Este do Oceano

Atlântico.

Principais regiões de

captura em Portugal

Sudoeste de Portugal (costa alentejana), Sul de Portugal (costa algarvia)

Estado do stock O stock do Atlântico, tal como nas outras áreas, está sujeito a uma forte intensidade da pesca e é

considerado como sobre explorado

TACs, Quotas e Acordos

de capturas relevantes

Não existem quotas máximas de captura.

Importação (2016) NA

Exportação (2016) NA

Comercialização:

apresentação de venda e

variação sazonal

Tem um grande interesse culinário. Pode preparar-se cozido com um pouco de sal grosso ou

descascado em saladas.

Curiosidades Devido ao decréscimo acentuado de lagostim, a gamba passou a ser a principal espécie alvo da pesca

de crustáceos.

Recomendação de

consumo

Face ao estado debilitado do stock e ao método de captura destrutivo, recomenda-se que o consumo

seja moderado.

Que peixe comer? Para um consumo sustentável LPN - Liga para a Protecção da Natureza

Nome comum Lagostim

Nome científico Nephrops norvegicus

Nota É a espécie descarregada nos portos portugueses com maior valor comercial atingindo valores

superiores a 20€ por Kg.

Nome inglês Norway lobster

Outros nomes comuns Lagosta da Noruega

Época reprodução em

Portugal

Tamanho (aproximado) de

primeira maturação

Tamanho mínimo de

captura

As fêmeas têm ovos praticamente durante todo o ano.

3 cm (machos) e 2,8 cm (fêmeas) (comprimento do cefalotórax)

2 cm (comprimento do cefalotórax) e 7 cm (comprimento da carapaça)

Habitat Bentónico, fundos vasosos onde escava galerias subterraneas de forma a poder proteger-se de

predadores, entre os 200 e os 800 m.

Alimento detritos, outros crustáceos e poliquetas

Métodos de captura A pescaria na costa alentejana e algarvia é exercida pela frota portuguesa multi espcífica de arrasto

de crustáceos

Principais regiões de

captura em Portugal

Sudoeste de Portugal (costa alentejana), Sul de Portugal (costa algarvia)

Estado do stock A quantidade capturada tem diminuído dramaticamente nos últimos 30 e esta espécie passou a

beneficiar de um plano de recuperação, aprovado em Dezembro de 2005

TACs, Quotas e Acordos de

capturas relevantes

TAC 2016: 252 toneladas para Portugal

Importação (2016) NA

Exportação (2016) NA

Comercialização:

apresentação de venda e

variação sazonal

É comercializado sobretudo fresco e congelado.

Curiosidades É a espécie com maior valor comercial da frota de pesca portuguesa. Os indivíduos saem para

procurar alimento durante a noite e a pesca é mais eficiente no início da manhã ou em noites de lua

cheia.

Recomendação de

consumo

Face ao estado debilitado do stock e ao método de captura destrutivo, recomenda-se que o consumo

seja moderado.