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este
núm
ero Missão frescos
Visita aos centros de processamento de carne e peixe
Clube entra no mercado dos doces
O desafio de satisfazer consumidores cada vez mais
exigentes e com diferentes tipos de necessidades
obriga-nos a encontrar respostas rápidas e eficientes
no complexo mercado dos perecíveis. O nosso objec-
tivo é ajustar cada vez mais as nossas propostas aos
desejos dos nossos clientes.
É neste contexto que surge a ‘Missão Frescos’.
Em plena fase de implementação em todas as lojas Modelo Continente do país, este progra-
ma segmenta os produtos perecíveis em três patamares – Económico, Qualidade e Frescura e
Selecção – de forma a corresponder a todas as exigências do consumidor. A ‘Missão Frescos’
nasceu com esse objectivo e é fruto de um longo trabalho de pesquisa e análise junto dos
principais players do mercado.
Em primeiro lugar, ouvimos o cliente. Visitámos as lojas. Analisámos o mercado e os con-
correntes. Trocámos ideias com os produtores. Invertemos o processo: em vez de esperar
que os fornecedores nos apresentam as suas propostas, vamos até eles com os desejos dos
nossos clientes para estabelecer parcerias vantajosas para todos.
O papel dos fornecedores - sócios do Clube de Produtores - é ajustarem-se a esta visão seg-
mentada do mercado de perecíveis, apostando em soluções diferenciadoras para cada seg-
mento de Clientes que pemitam também a optimização da estrutura de custos por forma a
garantir os melhores preços com a qualidade de sempre. Ficamos todos a ganhar.
Um bom Natal e um excelente ano para todos.
Mário Pereira
Presidente do Clube de Produtores
1
Miguel Freitas
‘A agricultura biológica e a produção integrada têm de passar a ser produtos de consumo usual’
PRODUÇÃO: Perante um quadro de consu-
midores cada vez mais atentos e exigentes,
de que forma deverá posicionar-se o sector
agrícola para responder a estas novas neces-
sidades? Alguns especialistas desta área de-
fendem a segmentação e criação de marcas
em frutas e legumes. Concorda?
MIGUEL FREITAS: A afirmação de marcas nos
produtos frescos, particularmente em frutas e
legumes, não é um processo fácil. Requer pro-
dutos de qualidade diferenciada, massa critica,
organização empresarial e, fundamentalmente,
capacidade de investimento. Não tenho dúvida
de que esse é o caminho. Quem conseguir reunir
estas condições e passar à acção surpreenderá o
mercado.
P: Os produtores e as organizações portu-
guesas estão preparados para esta nova re-
alidade?
MF: Foram feitas muitas melhorias no domínio
da organização empresarial mas creio que, ao
Coordenador e porta-voz da Representação Permanente de Portugal nas pastas
da Agricultura e Pescas junto da União Europeia, Miguel Freitas defende que os
produtores e distribuidores têm de manter uma cooperação mais efectiva para
responder às exigências do mercado moderno. Uma maior diversificação de
produtos seguros e de qualidade, unidades de venda apropriadas, formatos de
embalagem “inteligentes” e preços atractivos são alguns dos caminhos possíveis
para atrair os consumidores.
nível da cooperação horizontal e vertical, ainda
existe muito campo em aberto. As organizações
de produtores têm de perceber que é necessá-
rio criar dimensão e integrar economias de rede
e de gama. Devemos ser capazes de reforçar os
laços de cooperação regional, inter-regional e
internacional, para se poder oferecer uma gama
de produtos em quantidade, com qualidade e a
preços competitivos. E é isso que não vejo. Con-
centraram-se empresas, criaram-se organizações
de produtores, promoveu-se alguma cooperação
regional, particularmente para mercados de ex-
portação, e ponto final! Há ainda muito a fazer.
Devo acrescentar que, no que diz respeito à coo-
peração vertical com a grande distribuição, muito
ainda pode ser feito.
P: Então, como deverá ser consolidada essa
relação entre produção e grande distribui-
ção?
MF: Acredito que esta é uma relação que tenderá
a ser aprofundada por duas vias: pela necessida-
de de redução de custos e pela necessidade de
melhorar a comunicação junto dos consumido-
res. A questão energética está na ordem do dia
e obrigará a privilegiar circuitos de comercializa-
ção curtos e relações de proximidade. Tal facto
facilitará a criação e o desenvolvimento de novas
mensagens aos consumidores, do tipo “produção
amiga do ambiente” e “consumidores amigos da
produção local”. Quem tomar a dianteira ganha-
rá. É evidente que tudo isto deve ser feito sempre
com uma estratégia que tenha em conta o preço
dos produtos. Mas aqui podem afirmar-se marcas
do distribuidor com muito interesse para todas as
partes. Acredito que a marca do distribuidor pode
ter um efeito estruturante junto da produção.
P: Quais são as maiores exigências do consu-
midor moderno? Que factores tem em conta
no momento de adquirir um produto?
MF: Diversificação do cabaz de produtos seguros
e de qualidade, unidades de venda apropriadas,
formatos de embalagem “inteligentes” e preços
atractivos. Eis o que exigem os consumidores.
Além disso, procuram também mensagens que
se coadunem com novos estilos e com novos pa-
drões de qualidade de vida. Nos produtos frescos,
são muito sensíveis à qualidade organoléptica e
nutritiva. Mas também ao preço. Por exemplo,
não se pode pensar em vender um produto de
agricultura biológica ao dobro do preço da agri-
2
cultura convencional. Só um grupo muito restrito
de consumidores pode tomar essa opção, nessas
circunstâncias. Mas se os preços forem atractivos
e a mensagem forte, alarga-se o espectro dos
consumidores deste tipo de produtos.
P: E que novas oportunidades de negócio
poderão surgir da aposta nesse segmento
de produtos?
MF: Este é um segmento que tem vindo a crescer
e creio que requer uma atenção muito especial
por parte dos produtores e distribuidores. Acredi-
to que é um domínio onde a cooperação empre-
sarial e as estratégias comerciais têm campo para
maior criatividade. Exactamente porque as mar-
gens podem ser maiores. A agricultura biológica
e a produção integrada têm de ultrapassar uma
certa imagem “marginalista” e passarem a ser
produtos de consumo usual. Deve haver melhoria
no modelo tecnológico, com vista ao aumento da
produtividade, para permitir produtos de qualida-
de a preços razoáveis.
P: Actualmente, o marketing e a comunica-
ção são ferramentas indispensáveis na ges-
tão de qualquer negócio. De que forma po-
derão ser utilizadas no sector dos produtos
agro-alimentares?
MF: Nos produtos agro-alimentares transforma-
dos as estratégias de marketing estão já muito
apuradas. No domínio dos produtos frescos exis-
te possibilidades de novas estratégias. Estratégias
de produtores e de distribuidores. O segredo de
uma boa estratégia é a sua simplicidade. Repa-
rem que a “maçã de Alcobaça” é reconhecível
hoje pelo consumidor pela etiqueta que traz
em cada peça de fruta. Simples e eficaz. Uma
boa estratégia de marketing é também aquela
que é capaz de dar resposta ao produto concre-
to. Lembro-me sempre da campanha da “Baby
Rocha” em Inglaterra num ano em que tivemos
uma produção de baixos calibres de pêra Rocha.
Simples e inteligente. Um exemplo de segmen-
tação muito interessante foi usado para os aba-
cates, disponibilizando no mercado frutos com
vários níveis de maturação e prazos de validade
de consumo, em embalagens de 2 a 6 unidades.
“É fundamental o merchandising com
animação no ponto de venda para dar a conhecer novos produtos e também afirmar novos conceitos e
novas mensagens.”
Simples e fantástico. Poder dizer ao consumidor
“pode comer este abacate daqui a 3 dias”.
P: Significa que há aqui boas oportunida-
des?
MF: É verdade que sim. São precisos estímulos,
muita cooperação, insisto, entre produtores e
distribuidores, e disponibilidade para investir,
o que só é possível melhorando as margens e
o volume de vendas. Com uma boa estratégia
de marketing - é fundamental o merchandising
com animação no ponto de venda para dar a co-
nhecer novos produtos e também afirmar novos
conceitos e novas mensagens.
P: Neste momento, estão em discussão as
reformas das frutas e legumes e do vinho.
Há algumas novidades que possam trazer
incentivos a que os produtores invistam em
estratégias de marketing?
MF: No caso das frutas e legumes, a reforma
aponta no sentido do reforço das organizações
de produtores, particularmente para a sua fusão
e cooperação. Em Portugal, apenas 6% das fru-
tas e legumes chegam ao mercado através de
Organizações de Produtores, enquanto na Bél-
gica, Holanda e Irlanda esse número ultrapassa
os 70%. Por outro lado, haverá um aumento do
apoio às organizações para a promoção, particu-
larmente junto dos jovens. Lembro-me da acção
que promovi junto da produção de citrinos do
Algarve quando estive na Direcção Regional de
Agricultura, ao colocar máquinas de sumo de la-
ranja em todas as escolas do segundo e terceiro
ciclo da região. Foi assinando um acordo com a
Direcção Regional de Educação e todas as Or-
ganizações de Produtores (OP) do Algarve tendo
em vista o fornecimento de laranja a um preço
convencionado. São campanhas de marketing
educativo deste tipo que vão ser estimuladas
pela UE. As campanhas comerciais continuarão a
ser apoiadas ao mesmo nível, através dos planos
operacionais das OP’s. No caso do vinho, a pro-
moção é também essencial e foi um dos princi-
pais temas durante a fase de discussão da comu-
nicação da Comissão Europeia. Esta reforma será
feita durante a nossa presidência e esperamos
convencer a Comissão da necessidade de uma
acção que permita, de forma
pedagógica, promover
o consumo mode-
rado do vinho.
P: E as verbas
do FEADER são
suficientes para
as mudanças que
se impõem nas políticas
agrícolas em Portugal? Estarão os agricul-
tores e produtores preparados para fazer
o melhor aproveitamento possível desses
fundos?
MF: As verbas nunca são demais para o que te-
mos para fazer. Vamos receber 500 milhões de
euros por ano do FEADER para o nosso programa
de Desenvolvimento Rural. É preciso ser selectivo
no que se apoia. Deve-se fazê-lo para melhorar a
organização das fileiras, com objectivos claros e
mensuráveis. E as fileiras das frutas e legumes e
do vinho foram consideradas estratégicas, o que
se irá traduzir em prioridades nos investimentos.
Os agricultores estão certamente prontos para
responder. É essencial dar previsibilidade e esta-
bilidade às políticas e traçar objectivos e critérios
de selecção dos projectos muito claros. E creio
que este novo programa poderá ser mais explíci-
to nesta matéria.
3
Controlo total do processamento de carne e peixe é já uma realidade
Centros de Processamento de Carne e de Peixe da Modelo Continente
A ida ao talho da esquina ou à peixaria do mercado municipal serão, muito
em breve, imagens do passado. Nos últimos anos, os padrões de consumo
das sociedades modernas têm vindo a sofrer alterações significativas: os
clientes são hoje mais exigentes, responsáveis e com muito menos tempo
disponível para fazer compras.
Conhecedora das novas necessidades dos consumidores, a Modelo Con-
tinente criou duas unidades especializadas de produção que abastecem
de carne e peixe todas as lojas da sua cadeia de distribuição, assegurando
o controlo total do processo da sua preparação até ao momento em que
chegam às lojas. Os Centros de Processamento de Carne e de Peixe, uni-
dades a funcionar às portas da cidade de Santarém, garantem a qualidade
e a segurança alimentar dos seus produtos, correspondendo de forma efi-
caz às principais preocupações dos clientes.
Inaugurado em 2004, o Centro de Processamento de Carne (CPC) está
situado numa área de 12 000 metros quadrados e abastece 130 lojas da
Modelo Continente com 350 toneladas de carne por semana, sendo que
O Clube de Produtores visitou as duas unidades da Modelo
Continente que garantem a melhor carne e o melhor peixe
aos seus clientes. Localizados em Santarém, os Centros de
Processamento de Carne e de Peixe asseguram o controlo
total do processo de preparação dos produtos até à sua
chegada às lojas.
cerca de 70% tem origem em produtos nacionais, a maior parte dos quais
afectos ao Clube dos Produtores. “A carne que provém do circuito de
distribuição tem várias vantagens”, assegura Pascoal Costa, um dos res-
ponsáveis do CPC. “É certificada, garante a saúde pública, disponibiliza
mais referências e oferece um património de confiança”.
Esta unidade da Modelo Continente assegura a recepção, desmanche, fa-
tiamento e embalamento em atmosfera modificada de carnes de bovino,
suíno, ovino e caprino. Aqui trabalham todos os dias cerca de 400 pessoas,
que se responsabilizam pela produção de 70 mil embalagens diárias com
220 referências. Todo o processo de transformação é garantido por equi-
pamentos de última geração, respeitando as mais exigentes normas de
higiene e segurança para as indústrias agro-alimentares.
O circuito da carne no CPC inicia-se na Zona de Recepção, onde
as peças são pesadas e identificadas consoante o lote, a uni-
dade e o peso, sendo posteriormente levadas para a Câmara
de Conservação, onde são mantidas à temperatura de 0 e
1 grau centígrado. Na Sala de Desmanche, a carne é parti-
da e colocada em paletes mono produto, cuja referência é
introduzida no sistema informático. O rigor absoluto em
matéria de condições higiénico-sanitárias e ambiente de
atmosfera controlada - “duas das nossas maiores preo-
cupações”, conforme adianta Pascoal Duarte – são uma
constante ao longo de todo este processo. Como exem-
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Realizam-se mais de vinte mil análises por ano para garantir a
segurança alimentar.
a nossa oferta de produtos e partir para o embalamento do peixe, por
exemplo”.
Actualmente, o CPP abastece 160 lojas – entre Modelos, Continentes e
Bonjours - da cadeia de distribuição Modelo Continente com mais de 17
mil toneladas anuais de peixe fresco e bacalhau proveniente de território
nacional e internacional. “Em Portugal, abastecemo-nos em lotas de norte
a sul do país. Estamos a desenvolver uma relação mais intensa com os
membros do Clube de Produtores, a quem compramos sobretudo truta
e truta salgada, produtos de altíssima qualidade”, afirma António Torres.
Brasil, Espanha, Mauritânia, Marrocos, Dinamarca, Grécia e Noruega são
os principais fornecedores de peixe fresco, sendo a Islândia e a
Noruega os maiores mercados de bacalhau.
Os 75 trabalhadores desta unidade de processamento
dividem-se pelas áreas do Cais, Controlo de Qualidade,
Produção, Picking e Expedição. Os produtos que che-
gam todos os dias aos seis cais do CPP são submetidos
a um rigoroso controlo de qualidade, através de amos-
tras de 15 a 20 caixas por lote. Rigidez, brilhos dos olhos,
estado da guelra e das vísceras, cheiro, cor e escamas são
alguns dos elementos tidos em conta no momento da avaliação
do peixe fresco e do bacalhau. Se satisfazerem todos os requisitos, o seu
destino é a Zona de Produção, que deverá ser das áreas a sofrer mais alte-
rações nos próximos tempos.
Isto porque o CPP pretende reforçar o sector de embalamento e aumen-
tar a oferta de peixe apresentado em postas e filetes e, posteriormente,
embalado. “A tendência é essa porque as pessoas cada vez têm menos
tempo para esperar que o seu peixe seja arranjado numa fila de super-
mercado. Nos países do norte da Europa, por exemplo, ninguém compra
peixe inteiro. Nós ainda temos essa tradição mas, no futuro, isso irá deixar
de acontecer”, refere António Torres. Actualmente, grande parte do ba-
calhau já sai do CPP embalado e as próximas apostas deverão recair em
peixes como o robalo e a dourada.
Vinte mil análises por ano
para garantir a segurança alimentar
Sendo a qualidade e a segurança alimentar duas das preocupações fun-
damentais da Modelo Continente, estas duas unidades de processamento
– a que se junta a do pão, a funcionar no Porto – são servidas por um
laboratório dotado de equipamento de última geração que garante rapi-
dez, eficiência e precisão de resultados. A funcionar no Centro de Proces-
samento de Carne, esta estrutura é responsável pela realização de análises
microbiológicas de controlo não só da carne, do peixe e do pão como da
higienização dos utensílios e locais de trabalho. Em 2006, efectuaram-se
mais de vinte mil análises neste laboratório equipado de forma a corres-
ponder às apertadas exigências da indústria agro-alimentar.
plos desse cuidado com a higiene, refira-se o facto de cada funcionário do
CPC possuir 11 fardas ou de todas as facas utilizadas no desmanche da
carne serem esterilizadas diariamente.
A Zona de Produção inclui oito linhas de fatiados e duas de picados, onde
a carne é embalada em atmosfera modificada (80% de oxigénio e 20%
de dióxido de carbono) de forma a duplicar a sua durabilidade e preserva-
ção do aspecto original. Na secção dos picados, há máquinas específicas
para confeccionar espetadas, salsichas e almôndegas, produtos cada vez
mais procurados pelos consumidores actuais. “Actualmente, 12% da nos-
sa produção corresponde a carne picada e preparada, segmento que se
encontra em plena expansão. Já estamos a preparar novas solu-
ções para apresentar aos clientes como os rotis, panados e
marinados”, explica Pascoal Costa.
O fim da linha anuncia-se na Zona de Expedição, que
abrange igualmente uma área de recepção de produ-
tos embalados provenientes do exterior. Aqui, a carne é
depositada em paletas - com indicação da loja, número
de artigo, número de covetes por caixa, lote, código de
barras e peso – sendo posteriormente levada por 12 cami-
ões que fazem 60 entregas diárias.
O CPC possui ainda estruturas de apoio ao processamento da carne, sen-
do a produção de covetes uma das mais importantes: a título de exemplo,
esta unidade gasta uma média de 600 mil covetes em cada dez dias de
trabalho. Para fazer face às suas necessidades, o CPC adquiriu bobines e
outros equipamentos topo de gama para produzir estas embalagens, que
já representam 85% das utilizadas nesta unidade.
Produtos embalados são a aposta do
Centro de Processamento de Peixe
A poucos quilómetros do CPC, encontra-se
o Centro de Processamento de Peixe (CPP),
criado em 2000 e adquirido na totalidade
pela Modelo Continente em Outubro de 2006.
Esta unidade está implantada numa área de
2200 metros quadrados e muito
em breve poderá sofrer obras
de alargamento conforme
nos revela António Torres,
responsável pelo CPP:
“existe um projecto de
ampliação que compre-
ende um aumento de
cerca de 500 metros
quadrados de insta-
lações. Isso irá permi-
tir-nos aumentar
5
A nova estratégiaassenta em quatro
eixos fundamentais: gama, exposição dos
produtos, procedimentos e acompanhamento
de loja.
“Missão Frescos”: o cliente agradece
ção qualidade/preço. “Depois de ouvir o cliente, cabe-nos
arranjar soluções diferenciadoras e desenvolver parce-
rias com os fornecedores no sentido de olhar para
a cadeia de custos de todo o processo e tentar
optimizá-lo ao máximo”, explica Mário Perei-
ra, Director Comercial de Perecíveis da Modelo
Continente e Presidente do Clube
de Produtores. “O objectivo é des-
contruir a cadeia de forma a
identificar aquilo que mais onera
o produto. Por exemplo, vamos ter
uma linha de embalagens económicas que vai em-
Criada e de-
s e n v o l v i d a
pela Direc-
ção Comercial
de Perecíveis
da Modelo Conti-
nente, a ‘Mis-
são Frescos’
permite ao cliente
adquirir de forma simples
e eficaz os produtos que mais se
ajustam às suas necessidades. Fruta, le-
gumes, pão, peixe, carne e artigos de char-
cutaria e de take-way estão agora disponíveis em todas as
lojas do Grupo, seguindo uma lógica de segmentação e de
afirmação de marca, que possibilita uma identificação
rápida do produto, facilitando o processo de compra. A
nova estratégia da Modelo Continente assenta em quatro
eixos fundamentais: gama, exposição dos produtos, procedi-
mentos e acompanhamento de loja.
Além dos produtos líderes com marca de fabricante, proce-
deu-se à divisão de perecíveis com base em critérios de
selecção, embalamento e rotulagem e segundo a rela-
Agora é mais fácil comprar fruta, legumes, pão, peixe,
carne e artigos de charcutaria e de take-way nas lojas
Modelo Continente. A ‘Missão Frescos’ permite ao
consumidor identificar rapidamente os produtos que
mais lhe interessam ao preço mais adequado.
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baratecer o produto sem que isso implique obviamente que a sua quali-
dade baixe”.
Clube de Produtores integra nova estratégia
Os “frescos” apresentam-se agora seleccionados e identificados através
de rótulos que remetem para as gamas Económico, Qualidade e Frescura
e Selecção Continente (Garantia 200%). Os consumidores que procuram
bons produtos ao mais baixo preço têm na gama Económico a sua melhor
opção, sem que isso signifique perda de qualidade. “A ideia não é ven-
der maçãs farinhentas mas sim maçãs de calibre inferior, um bocadinho
menores mas igualmente boas e a um preço reduzido”, explica Mário
Pereira.
Por seu turno, a gama Qualidade e Frescura apresenta-se como a escolha
acertada para quem pretende um compromisso perfeito entre qualidade
e preço. Os produtos desta categoria ostentam um custo adequado para
um alto padrão de qualidade. Especialmente indicada para os clientes de
maior exigência, a gama selecção Continente (Garantia 200%) oferece
produtos com uma qualidade distinta e bastante superior à média. Estes
‘frescos’ salientam-se pela diferença das suas
características organolépticas – textura,
cor, aroma e paladar – e resultam
de um tipo de produção conce-
bida com base em rigorosos
conhecimentos sobre cada
produto alimentar. Além
disso, os clientes que não se
sintam plenamente satisfeitos
com a compra, recebem o do-
bro da quantia paga pelo produto.
Inseridos na estratégia ‘Missão Frescos’, os produtos do Clube
de Produtores estão agora integrados nos três seg-
mentos da gama em vigor, na continuação de
uma parceria cada vez mais sólida ainda que
com regras diferentes. “Queremos que os nos-
sos produtores se ajustem e desenvolvam a sua
produção numa lógica de segmentação. Para
isso, é essencial que classifiquem e identifiquem
claramente os seus produtos para que o cliente
entenda as diferenças”, afirma Mário Pereira.
Boas práticas em todas as lojas
A ‘Missão Frescos’ estende-se também à exposição e apresentação dos
perecíveis nas lojas Modelo Continente. A disposição dos produtos na
placa de vendas obedece ao planeamento e implementação de plano-
gramas de acordo com critérios previamente definidos. O responsável por
esta área de trabalho – o Director de Espaço da Modelo Continente – gere
o planograma a adoptar em cada loja com base em dados históricos e em
função da estratégia de mercado.
Neste enquadramento, foram definidos e aplicados procedimentos – pos-
teriormente resumidos em manuais - que visam o adequado tratamento
e uso dos produtos de acordo com as regras do mercado a que perten-
cem. As equipas de loja contam igualmente com o apoio de um nova
força de merchandisers, os Gestores de Implementação Comercial (GIC),
que articulam e gerem os planos de enquadramento definidos para cada
espaço comercial. Profissionais especializados nesta área, os GIC assu-
mem-se igualmente como formadores e agentes de “boas práticas” que
contribuem para o sucesso dos “frescos” da Modelo Continente.
Os produtos do Clube de Produtores estão
agora integrados nos três segmentos da gama em vigor, na continuação de uma parceria cada vez
mais sólida.
7
A nova equipa de merchandisers da Sonae Dis-
tribuição - Gestores de Implementação Comer-
cial (GICs) - é formada por trinta elementos re-
crutados no interior da empresa que abraçaram
o desafio de facilitar aos consumidores a tarefa
de adquirir os perecíveis mais adequados ao seu
perfil. Formado em Agosto de 2006, este gru-
po já trabalha a bom ritmo para implementar a
‘Missão Frescos’ nas lojas Modelo, Continente
e Bonjour de todo o país, incluindo os arquipé-
lagos da Madeira e Açores. O objectivo deste
projecto é – seguindo uma lógica de segmenta-
ção e de afirmação de marca – disponibilizar aos
clientes os perecíveis seleccionados de acordo
com três gamas: Económica, Qualidade e Fres-
cura e Selecção (Garantia 200%). Para assegurar
a correcta implantação deste processo, os GICs
tiveram um período de formação, momento em
que definiram os procedimentos a adoptar atra-
vés da concepção de seis manuais de operações
direccionados para as áreas do talho, peixaria,
charcutaria, frutas e legumes, take-away e cafe-
taria e padaria. Durante esse período, a direcção
comercial ia validando cada manual. “A Missão
Frescos teve uma fase de implementação assen-
te nas vertentes de comunicação, sinalética e
imagem e estamos em pleno desenvolvimento
dessa estratégia”, afirma Paulo Vidal, Director
de Equipa dos GICs. “Trabalhámos essencial-
mente em projectos-piloto nos Continentes da
Amadora, Centro Comercial Colombo, Matosi-
nhos e São João da Madeira, nos Modelos de
Torres Vedras, Cantanhede e Amarante e no
Bonjour da Foz”.
Gestores de Implementação Comercial
Uma equipa de respeito
Divididos pelas lojas Modelo, Continente
e Bonjour, trinta novos operacionais de
merchandisers têm como missão garantir
que cada cliente tenha acesso aos ‘frescos’
que mais se ajustam às suas necessidades.
Os Gestores de Implementação Comercial
(GICs) formam uma equipa coesa, dinâmica
e motivada na prossecução dos seus
objectivos: levar a ‘Missão Frescos’ a todas as
lojas de norte a sul do país e ilhas
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Gestores de Implementação Comercial
Uma equipa de respeito Meta de 2008 já foi atingida
Na posse de todos os procedimentos para le-
var esta missão a bom termo, os GICs explicam
como se processa o seu trabalho numa nova
loja: “Dois meses antes da abertura, escolhemos
a gama de produtos que vamos expor na loja
de acordo com a sua especificidade. Por exem-
plo, para um espaço em Ponte de Lima temos
em conta os produtos típicos dessa região. Uma
semana antes da abertura, acompanhamos o
responsável da loja e prestamos apoio no que
relaciona com as encomendas, colocação do
equipamento, sinalética, decoração e cartazes
promocionais. Ficamos no local até uns dias
depois da inauguração para garantir a norma-
lização do processo de abertura”, conta Jorge
Raposo, um dos elementos que compõe a equi-
pa dos GICs. A partir daí, passa a haver apoio
permanente de Back Office e ao nível de enqua-
dramento dos produtos tendo sempre em conta
a segmentação dos frescos. Quando se trata de
implementar a “Missão Frescos” em lojas já em
funcionamento, o processo torna-se um pouco
mais complexo. “O período de adaptação varia
porque depende de uma série de factores, entre
os quais o grau de mudança que se pretende”,
afirma Jorge Raposo.
Mais de um ano depois da criação da equipa de
Gestores de Implementação Comercial, o balan-
ço não podia ser mais positivo. “Tudo o que ide-
alizámos está a ser concretizado. Sentimos todos
os dias uma grande receptividade por parte dos
colegas das lojas e dos clientes, que se revelam
muito satisfeitos. Tínhamos planeado obter uma
facturação de 820 milhões de euros na área dos
perecíveis até 2008 e já estamos prestes a atingir
esse valor ainda durante o ano de 2007, o que
nos deixa naturalmente muito felizes”, finaliza
Paulo Vidal.
Os GICs definiram os procedimentos a adoptar através da concepção de seis manuais de operações direccionados para as áreas do talho, peixaria, charcutaria, frutas e legumes, take-away e cafetaria e padaria.
9
Um Modelo com cerca de 13 anos deu, no dia 27 de Setembro, lugar a
um novo Continente em S. João da Madeira. Embora as dimensões da
loja não tenham sido alteradas, a remodelação implicou um grande es-
forço no sentido de alterar as gamas e segmentar os produtos perecíveis.
Ao todo, foram investidos 9 milhões de euros para reformular estes 4500
m2 de unidade, que conta com 200 colaboradores fixos, mais 50 sazonais
que já estão a trabalhar no início deste período natalício.
O upgrade dos produtos implicou um grande esforço por parte da gerên-
cia, não só com a alteração da gama de produtos Modelo para a gama
Continente, mas também com a implementação da “Missão Frescos”,
que veio trazer uma maior segmentação dos perecíveis. Vasco Gomes,
director da loja, considera que o processo correu “da melhor maneira”
mas para o sucesso do mesmo foi “crucial a ajuda dos Gestores de Im-
plementação Comercial (GIC), que realizaram um trabalho rigoroso de
levantamento das características da concorrência e oportunidades de de-
senvolvimento da loja.” Após este trabalho inicial, a especialização da loja
foi realizada tendo em conta estes parâmetros, bem como a estratégia
global.
‘Missão Frescos’ em S. João da Madeira e Alverca
Uma nova imagem, um novo conceito
A ‘Missão Frescos’ já é um êxito nos recém-inaugurados
Continente de S. João da Madeira e Modelo de Alverca.
Para os directores das novas lojas, a segmentação dos
perecíveis é, definitivamente, o caminho certo para a
satisfação total dos clientes.
10
Uma nova imagem, um novo conceito
Os cerca de 3500 clientes diários que visitam a loja não ficaram alhea-
dos destas remodelações e Vasco Gomes afirma que é possível mesmo
ouvi-los na secção dos perecíveis a comentar positivamente as alterações
nas secções e na apresentação. Uma oferta mais especializada, com uma
maior segmentação e especialização é, segundo este director, “o caminho
a seguir, já que permite através de uma melhor informação direccionar o
cliente para o produto que o deixará mais satisfeito.”
“Área dos perecíveis é a alma da loja”
O novo Modelo de Alverca abriu as suas portas no passado dia 18 de
Outubro, passando a servir as necessidades de pelo menos 130 mil ha-
bitantes da região. Todos os dias, passam em média por esta superfície
comercial, de 1999 m2, cerca de 2500 clientes. A loja veio ainda trazer
novos postos de trabalho, já que emprega à volta de 130 pessoas fixas,
um número que é reforçado com mais 20 colaboradores sazonais em
alturas de pico, como é por exemplo a estação natalícia.
Esta loja já abriu com uma nova sinalética e apresentação dos produtos e
com a implementação da “Missão Frescos”. O processo foi bastante faci-
litado pela presença dos GIC, já que foram eles que, segundo o director
da loja, Luís Martins, “implementaram a mudança, tendo sido fundamen-
tais nesta alteração”.
Relativamente aos resultados finais, o director salienta que “tanto os
clientes como os nossos colaboradores gostam bastante da nova apre-
sentação; acham-na mais acessível e visualmente mais interessante.” Para
este responsável, a área dos perecíveis é a alma da loja, constituindo 40%
do volume total de negócios da loja, “é aquilo que vai atrair mais gente,
pelos preços e frescura dos produtos.” Dentro desta área, aquilo que
realmente atrai mais pessoas na loja de Alverca são as secções de talho
e peixaria.
“Tanto os clientes como os nossos colaboradores
gostam bastante da nova apresentação;
acham-na mais acessível e visualmente mais
interessante.”
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Clube entra no mercado das compotas e doces para barrar
“A nossa experiência diz-nos que a procura
de produtos ligados ao sabor e à tradição tem
aumentado”
na gastronomia de muitos países no mundo, in-
cluindo Portugal. “A nossa experiência diz-nos
que a procura de produtos ligados ao sabor e à
tradição tem aumentado”, afirma Helena Mar-
tins, responsável pela Unidade de Negócio de
Merceria. “É um mercado em franco crescimen-
to. Neste momento, regista uma subida de 6%
em hipers e supers e já tem um valor de merca-
do na ordem dos 25 milhões de euros”. Carlos
Ferreira, da Sabores do Campo, é um exemplo
vivo da crescente apetência dos consumidores
portugueses pelas compotas e doces. A sua em-
presa, que nasceu em finais de 2003, prepara-
se para apresentar resultados muito acima das
suas expectativas. “Em 2007, vamos crescer na
ordem dos 200%”, garante este produtor agrí-
cola da região de Santarém. Membro do Clube
de Produtores desde 1998
No âmbito da sua política de
alargamento a novos sectores da
produção nacional, o Clube de
Produtores anuncia a sua entrada
no mercado das compotas e doces
para barrar. Alargar o número de
associados e garantir o fornecimento
de produtos de alta qualidade com
preços competitivos são os objectivos
da nova unidade de negócio que se
apoia numa produção com
características artesanais
e intimamente ligada
às mais tradicionais
práticas culinárias.
A confecção de compotas e doces remonta à
Idade Média, ainda que não se tratasse de um
hábito enraizado na população pelos preços
exorbitantes do açúcar. Com a época das Desco-
bertas, a cana-de-açúcar passou a ser plantada
no Novo Mundo e o produto final transporta-
do para a Europa em grandes quantidades, já
no século XVI. Calcula-se que, nessa fase, se
tenham multiplicado as receitas caseiras, que
variavam de região para região, conforme a dis-
ponibilidade da matéria-prima. Actualmente, as
compotas e os doces para barrar são referências
12
veis em todas lojas Continente e alguns Mode-
los deverão juntar-se, em breve, novos sabores.
“Em função dos resultados, estamos a pensar
alargar a oferta à marmelada e desenvolver uma
gama regional para determinadas lojas”, revela
Helena Martins.
– é um dos principais fornecedores de melancia,
melão e meloa – Carlos Ferreira decidiu investir
nesta área depois de mudar de instalações. “No
novo armazém, fiquei com um espaço livre e co-
mecei a pensar no projecto das compotas, sem
imaginar que seria um negócio que ia ganhar
tamanha proporção”, conta este produtor. Com
o apoio da Escola Agrária de Coimbra, reuniu
uma engenheira técnica e três funcionárias para
dar início à produção de compotas de tomate,
abóbora, pêra, maçã, gila, morango e, mais
tarde, amora. Cerca de 70 mil frascos saíram
da Sabores do Campo em 2004, número que,
no ano a seguir, subiu para 90 mil. Em 2006,
acontece a entrada para o Clube de Produtores
como fornecedor de doces e compotas e as ven-
das crescem para as 130 mil unidades. “Quando
comecei, tinha os vendedores na rua, a vender
porta-a-porta, mas hoje os nossos produtos es-
tão em todo o país, graças ao Clube de Produto-
res”, garante Carlos Ferreira.
Consumidor valoriza sabores
tradicionais
A operar no mercado das compotas e dos doces
há pouco mais de dois anos, a BAMAQ – em-
presa que comercializa os produtos do Museu
do Pão, em Seia – oferece aos consumidores
um leque variado de sabores que inclui tomate,
castanha, morango, cenoura, cereja e abóbora,
este último o mais apreciado. José Carlos Qui-
na, account da BAMAQ, sente no público em
geral uma grande apetência pelos produtos tra-
dicionais e aposta nesta vertente para combater
a concorrência, nomeadamente a espanhola, a
mais “agressiva” de todas. “O consumidor sabe
dar valor aos sabores tradicionais e é por aí que
podemos diferenciar-nos dos concorrentes: pela
aposta na qualidade e na imagem das nossas
tradições”, afirma. A ligação desta empresa ao
Clube de Produtores é ainda recente, data deste
ano, mas as expectativas são altas. “Tem muitas
vantagens como, por exemplo, o prestígio e a
distinção que conferem aos nossos produtos”,
refere Eduardo Luz, Director Comercial. Aos 15
tipos de compotas e doces para barrar disponí-
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Queijo de Azeitão: um sabor único para uma textura especial
Reza a lenda que, no século passado, chegou a Azeitão um pastor das
Beiras que decidiu partilhar com as gentes locais o modo de fazer queijo
tipo “serra”. Reflectindo as condições próprias da abundância das pas-
tagens, do clima da Serra da Arrábida e do cardo utilizado, o Queijo
de Azeitão, como logo ficou baptizado, tornou-se rapidamente um
dos mais apreciados do país. Até hoje.
Natural da Quinta do Anjo – freguesia do concelho de Palme-
la – Vítor Fernandes dedica-se à produção do Queijo de Azeitão
desde há quase duas décadas, sendo um dos mais bem sucedidos
produtores da região. Diariamente, 600 queijos de 250 gramas e
200 de 100 gramas (estes para a restauração) são confeccionados
na sua queijaria pela mão de 10 empregados que obedecem às
mais exigentes regras higiénico-sanitárias. O resultado traduz-se
na venda de queijos para todo o território nacional. “O que faço
Aprendeu com a família e com o ‘Ti Alfredo’ a arte de
produzir o famoso Queijo de Azeitão. Já lá vão quase
duas décadas desde que Vítor Fernandes iniciou o negócio
que hoje lhe permite fabricar diariamente 800 queijos
destinados – com o apoio do Clube dos Produtores – a todo
o território nacional.
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De pasta amanteigada, untuosa e ligeiramente amarelada que deforma
lentamente, o Queijo de Azeitão é obtido do leite cru da ovelha, após a
coagulação por acção de uma infusão de cardo que lhe confere um sabor
peculiar, entre o ácido, o salgado e o picante. Pode apresentar-se com um
peso compreendido entre 100 e 250 gramas e a área geográfica de produ-
ção abrange os concelhos de Palmela, Sesimbra e Setúbal. O uso da Deno-
minação de Origem obriga a que o queijo seja produzido de acordo com as
regras estipuladas que inclui as condições de produção de leite, higiene da
ordenha, conservação do leite e fabrico do produto.
Sobre o queijo de Azeitão
O negócio arrancou entre 1989 e 1990 com uma produção diária na ordem das vinte
unidades e um rebanho de 30 ovelhas.
está vendido. Raramente tenho em stock”, afirma
Vítor Fernandes, que está ligado ao sector desde
criança.
Com vários familiares proprietários de rebanhos de
ovelha, este produtor habituou-se, em pequeno, ao
quotidiano da produção de queijos. “Ia vendo os
meus tios a fazerem os queijos, a lavar os cintos
e comecei a interessar-me”, recorda. “Na altura, o
‘Ti’ Alfredo fazia os melhores queijos da região e
aceitou explicar-me todo o processo. Em 1989, eu e
a minha mulher começámos a fazê-los”. O negócio
arrancou entre 1989 e 1990 com uma produção di-
ária na ordem das vinte unidades e um rebanho de
30 ovelhas. “No início, trabalhámos numa casa que
não tinha condições de temperatura para permitir
que os queijos fossem amanteigados. Mais tarde,
mudámos para uma casa em pedra já aqui na serra
com paredes de 80 centímetros e começámos a tra-
zê-los para aqui, onde eram curados”.
Uma parceria de sucesso
Há cerca de um ano, Vítor Fernandes associou-se ao Clube de Produtores
e não podia estar mais satisfeito com esta parceria. “Fizeram-me uma
proposta e achei que era interessante porque representa uma garantia
para mim. Sei que se trata de um cliente
a quem posso vender 15 a 20% da mi-
nha produção. E podemos sempre falar
se os pedidos de queijos aumentarem”.
Para já, Vítor Fernandes limita-se a vender no mercado nacional mas não
põe de parte a possibilidade de exportar a sua produção. “Mas só se per-
ceber que vale a pena”, garante. Quase garantida está o início da comer-
cialização da manteiga de ovelha e do requeijão de Azeitão, ambos
em fase de estudo de selo e de certificação. E lá mais para frente é
bem provável que se concretize um velho sonho seu: “Quero fazer
o queijo velho de Azeitão, curado, que, para mim é o melhor do
mundo”, finaliza.
15
Maçãs da Beira Alta brilham no Clube
Produtores de Moimento da Beira apostam na segmentação
Confiança nos produtos, segurança nos
argumentos. É assim que António Tojal
toma a dianteira para apresentar a história
de 14 anos de trabalho recheados de
sucessos, na defesa da produção nacional
de maçãs e no apuramento das suas
qualidades.
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A SOMA – Sociedade Agro-Comercial de Maçã
nasceu em 1993 e, desde essa data, forne-
ce produtos à Sonae, embora alguns dos seus
sócios tenham começado ainda antes a sua re-
lação como empresas familiares. Os nove asso-
ciados da SOMA reúnem cerca de 150 hectares
de pomares em produção mas com renovação
constante de forma a ir de encontro aos gostos
e necessidades do consumidor. A produção mé-
dia anual ronda as 5 mil toneladas de maçã. No
entanto, a SOMA trabalha com outros agriculto-
res da região para além dos seus associados, o
que eleva as suas vendas quase para o dobro, a
rondar as 9 mil toneladas.
A principal variedade de mação produzida é a
Golden Delicious, seguindo-se a Red Delicious,
Jonagored e Bravo de Esmolfe. Em quantidades
mais residuais a Granny Smith, Fuji e já com al-
guma relevância as variedades do grupo das Ga-
las. A totalidade da produção está situada a uma
altitude de 600-700 metros, o que segundo a
SOMA confere ao produto características sui ge-
neris. António Tojal vai mais longe, garantindo
mesmo que “a produção de qualidade da maçã
está sempre associada a zonas de montanha.
As características edafoclimáticas que temos na
nossa zona fazem com que a maçã apresente
uma maior dureza, uma maior visibilidade no
produto que o torna mais atraente com uma cor
mais viva, com mais açúcares e mais aromas. Em
suma, mais sabor”.
Golden de face rosada: um exemplo de
segmentação a seguir
As maçãs de Moimenta da Beira são conheci-
das há muitos anos pela sua qualidade mas só
um punhado de conhecedores conhecia o “se-
gredo” da Golden de face rosada: Uma maçã
diferente das outras, no aspecto e na sua su-
perior qualidade e sabor. “O produto sempre
existiu na região mas não estava segmentado,
aparecia junto com as outras e só o consumidor
esclarecido o procurava e sabia que elas eram
boas”, afirma António Tojal. O Sócio-gerente
da SOMA não deixa de referir o orgulho que os
produtores da região sentem em ter encontrado
na Sonae, a vontade de apostar na segmentação
de um produto de excepcional qualidade. De tal
maneira que vai entrar no mercado com o selo
“produto selecção Continente”.
Com esta segmentação do produto em que
para a mesma variedade se apresentam cinco
referências, António Tojal pensa estar a oferecer
ao consumidor um leque de escolhas “fabulo-
so” para que com facilidade possa identificar,
ao regressar às lojas, o produto que levou e que
lhe agradou. “O produto bem identificado desta
forma tem garantias de qualidade... o consumi-
dor pode estar sempre seguro disso”.
A Golden de face rosada é uma maçã
que foi sendo seleccionado ao lon-
go dos anos e que permite, hoje
em dia, aos produtores de Moi-
menta da Beira saber com rigor
qual é o clone que melhores
características reúne para
levar a que a maçã fique
com o aspecto rosado
que a distingue. Mas o
clone em si não chega,
trata-se de uma asso-
ciação entre planta e
a zona onde é produ-
zida. O sócio-gerente
da SOMA garante que
“são as zonas de altitu-
de com grandes amplitudes térmicas, entre o
dia quente e noites frescas e claras, que levam
a que as maçãs mais expostas do exterior, con-
sigam ter a tonalidade de face rosada, que tem
características intrínsecas de maior quantidade
de açúcar e maior dureza, sendo por isso mais
apelativa”.
Os melhores pomares para o Clube de
Produtores
“Toda a produção dos pomares é de protecção
integrada e, como temos muita produção, diri-
gimos para o Clube de Produtores Sonae os me-
lhores pomares e os melhores lotes de produto”,
acrescenta António Tojal, que afirma o seu orgu-
lho neste Clube de que são fundadores: “O Clu-
be até nos quis presentear com um cartão que
diz sócio no 4. É muito importante esta parceria
que existe entre a produção e comercialização,
para que estejamos todos mais juntos do cliente
que exige a nossa melhor atenção”.
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“O apoio técnico exemplar, a formação dada
aos produtores e os incentivos dados pelo Clube
têm contribuído para o crescimento deste pro-
jecto empresarial”.
António Silvestre Ferreira, produtor de uvas em
Ferreira do Alentejo
Produtores em discurso directo: “O apoio do Clube é de vital importância”Conjugar de forma exemplar a riqueza dos produtos tradicionais portugueses
à energia de uma cadeia que opera junto de milhões de consumidores em todo
o país é o objectivo do Clube de Produtores desde 1998, data da sua criação. Os
associados não têm dúvidas: a união de esforços resultou em pleno e o sucesso
desta parceria resulta em oferecer os consumidores os melhores produtos
nacionais ao melhor preço.
“Para além de todo o apoio técnico que conce-
de aos associados, que é de vital importância, o
Clube permite-nos planear a produção, ou seja,
determinar com segurança o que devemos pro-
duzir e em que quantidades”.
João Paulo Cardoso,
horticultor do Baixo Mondego
“Assim que entrei em contacto com os respon-
sáveis do Clube percebi que eram pessoas que
compreendiam o que implica produzir carne de
qualidade e que estavam dispostos a colaborar
comigo nesse sentido”.
José Carlos Palma, produtor de carne da região
de Mértola“O Clube foi uma importante alavanca de de-
senvolvimento para os seus associados. As suas
explorações começaram a operar como empre-
sas, com entrada regular de receitas devido à
existência de um mercado regular, salvaguar-
dando-se assim de anos maus”.
João Neves, responsável da PAM (empresa de
hortifrutícolas da região de Esposende)
“A parceria com o Clube foi crucial para o nosso
negócio, pois passámos a ter garantias de es-
coamento do nosso produto. É preciso perceber
que os animais não são tijolos, que podem ficar
armazenados à espera de melhores condições
de venda”.
Vítor Frutuoso, produtor de suínos
e bovinos em Ourique
“Como sabemos, o cliente manda no negócio.
Ao utilizarmos a informação que o Clube nos
transmite, conseguimos ir ao encontro dos de-
sejos dos consumidores, o que é naturalmente,
o nosso grande objectivo”.
Francisco Vaz, produtor
de fruticultura da Cova da Beira
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www.clubeprodutores.sonae.pt
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Os objectivos do Clube
Remonta a 1998 a fundação do Clube de Produtores, uma estrutura
de apoio à produção agro-pecuária portuguesa, que nasceu de um
desejo profundo de aproximação do Grupo Sonae, através da Mode-
lo Continente, aos produtores portugueses.
O grande objectivo do Clube de Produtores é
a promoção de produtos nacionais, de acordo
com os mais elevados padrões de qualidade
e segurança em todas as cadeias de retalho
alimentar do Grupo, garantida através de um
apoio consistente e estruturado prestado pelo
Clube a todos os associados.
A parceria entre o Clube e os seus membros
traz inúmeras mais-valias para ambas as par-
tes: os produtores têm uma via assegurada
para o escoamento da sua produção, en-
quanto a Sonae fica com a certeza de estar
a oferecer aos seus clientes, cada vez mais
exigentes e conscientes dos seus direitos,
produtos portugueses de origem e qualidade
comprovadas.
O caminho percorrido pelo Clube de Pro-
dutores desde a sua criação até aos dias de
hoje está marcado por uma grande aposta
na investigação e formação proporcionada
aos seus associados, factor diferenciador da
actividade do Clube. A promoção de acções
de formação que abordam temáticas tão dife-
renciadas como as diversas vertentes da acti-
vidade agro-pecuária, tendências do mercado
e exigências dos consumidores são uma prio-
ridade para o Clube de Produtores, visando
sempre atingir uma competitividade crescente
num contexto de concorrência global.
Graças ao acompanhamento adequado em
todas as fases de produção, ao rigoroso con-
trolo de qualidade e ao empenho colocado
pelos próprios produtores neste projecto, os
produtos comercializados pelo Clube de Produtores são hoje uma
referência no mercado português, registando já a preferência de
muitos consumidores.
Por tudo isto, sete anos decorridos após a sua fundação, o Clube de
Produtores é hoje um caso de sucesso no sector de distribuição em
Portugal, orgulhando-se de ter inaugurado uma nova era na satisfa-
ção de milhões de consumidores portugueses, proporcionando-lhes
o que de melhor se faz no nosso país com qualidade, segurança,
tecnologia, diversidade e sabedoria.
Vantagens para o produtor
• Garantia de escoamento da produção, minimizando os riscos e incertezas inerentes à actividade agro-pecuária;
• Maior eficiência, uma vez que o feedback recebido do mercado permite orientar a produção para a procura;
• Maior representatividade nos contactos com entidades oficiais;
• Apoio e aconselhamento técnico, programação e planeamento da produção;
• Visitas de estudo e formação relacionadas com variadas temáti-cas das diversas etapas da cadeia de abastecimento;
• Reconhecimento de qualidade e credibilidade por parte dos con-sumidores.
Vantagens para o consumidor
• Oferta de produtos com garantia de qualidade, rastreabilidade e origem, assegurada através do acompanhamento de todas as fases de produção, transporte e armazenagem;
• Produtos mais frescos pela diminuição do tempo que decorre en-tre a produção e a distribuição;
• Melhor relação preço/qualidade dos produtos oferecidos;
• Maior e melhor informação sobre os produtos, graças à normali-zação das embalagens e dos dados relativos a cada produto.
CONDIÇÕES DE ADMISSÃO
Todos os produtores e/ou associações de produtores podem tornar-se e manter-se membros do Clube, desde que reúnam as seguintes condições:• Sejam produtores e não intermediários na cadeia de abastecimento;• Tenham estabelecido com a Sonae um Contrato Geral de Fornecimento• Tenham estabelecido com a Sonae um Contrato-Programa ou Contrato de Par-
ceria para o fornecimento de produtos em condições comerciais previamente estabelecidas e num prazo definido;
• Cumpram o caderno de encargos técnicos (definidor das características técni-cas dos produtos e dos processos de produção) estabelecidos pelo Clube.
DIREITOS E DEVERES
Direitos dos associados do Clube de Produtores:• Usufruir dos benefícios atribuídos aos associados, para além dos expressos nos
contratos comerciais e de parceria/programa;• Propor acções passíveis de serem desenvolvidas pela Direcção do Clube.
Deveres dos associados do Clube de Produtores:• Cumprir os contratos assinados com a Sonae;• Manter um bom relacionamento com todas as estruturas que compõem o
universo do Clube de Produtores: Direcção, Associados e Sonae;• Zelar pela boa imagem do Clube de Produtores, não praticando actos que o
prejudiquem ou aos seus associados.
CONTACTOS
CLUBE DE PRODUTORESEstrada da Outurela, 118 - Edifício Imopolis, Bloco D, 2o 2790-114 CarnaxideTel.: 21 472 97 49 Fax.: 21 012 92 75e-mail: [email protected]
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