o estado verde 14/07/2015

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Relatório ODM 2015 traz boas e más notícias Tirou milhões da pobreza, mas as desigualdades persistem e o progresso tem sido desigual. PÁGINA 3 Leia o Artigo Estudando a seca do Nordeste O fenômeno está relacionado com a diminuição de 30 segundos da obliquidade da eclíptica da Terra. PÁGINA 8 A poda, nas cidades, é diferente das florestas Aqui as árvores têm que adaptar- se aos espaços urbanos, interagindo com praças, ruas, edificações e fiações. PÁGINA 12 FOTO NAYANA MELO O ESTADO Ano VI Edição N o 397 Fortaleza, Ceará, Brasil Terça-feira, 14 de julho de 2015 PONTE ESTAIADA Imponente e impactante Inicialmente, orçado em R$ 298,6 milhões, o projeto sobre o Rio Cocó, divide opiniões. Prevê 850 metros de extensão, será sustentado por cabos de aço que utilizará dois pilares. Páginas 6, 7 e 8

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Jornal O Estado (Ceará)

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Page 1: O Estado Verde 14/07/2015

Relatório ODM 2015 traz boas e más notícias Tirou milhões da pobreza, mas as desigualdades persistem e o progresso tem sido desigual.PÁGINA 3

Leia o Artigo Estudando a seca do Nordeste O fenômeno está relacionado com a diminuição de 30 segundos da obliquidade da eclíptica da Terra.PÁGINA 8

A poda, nascidades, é diferente das fl orestasAqui as árvores têm que adaptar-se aos espaços urbanos, interagindo com praças, ruas, edifi cações e fi ações.PÁGINA 12 FO

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ELO

O ESTADO Ano VI Edição No 397 Fortaleza, Ceará, Brasil Terça-feira, 14 de julho de 2015

PONTE ESTAIADA

Imponente e impactante

Inicialmente, orçado em R$ 298,6 milhões, o projeto sobre o Rio Cocó, divide opiniões. Prevê 850 metros de extensão, será sustentado por cabos

de aço que utilizará dois pilares. Páginas 6, 7 e 8

Page 2: O Estado Verde 14/07/2015

2 VERDE

Não queira ser peixe no BrasilA Justiça Federal suspendeu a Portaria nº 445 do Ministério do Meio Am-

biente (MMA), que proíbe a captura, o transporte, o manejo, armazenamento e comercialização de 475 peixes ameaçados de extinção no país. O desembar-gador Jirais Aram Meguerian, do Tribunal Regional da Primeira Região, deu ganho de causa para o Conselho Nacional de Pesca e Aquicultura e suspendeu a portaria dos peixes e invertebrados aquáticos. O magistrado entendeu que a norma não deveria ter sido editada unilateralmente pelo MMA, sem a colabo-ração do Ministério da Pesca.

A decisão, de caráter preliminar, motivou a união de diferentes entidades da so-ciedade civil e pesquisadores a lançar um manifesto pela manutenção da portaria do Ministério. O que existe mesmo, e é consenso entre ambientalistas, é o forte lobby do setor pesqueiro para que a portaria caia, mostrando mais uma vez a triste realidade da péssima gestão da pesca e do estado da conservação do ecossistema aquático no Brasil. Para especialistas como o coordenador da campanha Divers for Sharks, José Truda, a suspensão da portaria é uma decisão judicial vergonhosa mais um ataque contra a tentativa de proteger integralmente os peixes ameaçados no Brasil. Para o coordenador da campanha Divers for Sharks, José Trudda, “o artigo 225 da Constituição é letra morta, assim como o resto da gestão ambiental no País”. Aos meus olhos, é mais um exemplo da má gestão do governo Dilma.

Água. Segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), embora a maioria das metrópoles tenha sistemas que garantam a distribuição de água, estas grandes cidades não estão prontas para lidar com os desa� os que virão, como a incerteza em relação à disponibilidade de água, em decorrência da competição por acesso com produtores rurais, indústria e meio ambiente.

Enquanto os EUA têm oito mil cargos de con� ança, o Brasil tem 24 mil. A isso chamamos de aparelhamento de Estado, moeda de troca, incompetência, roubalheira ou sei lá mais o quê.

Estudo do Banco Mundial, “Trabalhando para acabar com a pobreza na América Latina e no Caribe (Alca): trabalhadores, empregos e salários”, apontam que o crescimento econômico gerado pelas commodities impulsionou setores como agricultura e serviços, na Alca e contribuiu para aumentar o percentual de pro� ssionais pouco

quali� cados contratados por grandes empresas, com acesso a diversos benefícios trabalhistas: só no Brasil, em 2013, chegou a 27,6%. Mas, segundo o próprio estudo, o � m do boom das commodities, leva a uma grande preocupação: destino desses trabalhadores.

Na tarde de hoje, a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) será homenageada pelos seus 65 anos em Sessão Solene na Assembleia Legislativa (AL). A homenagem, requerida, foi prontamente atendida pelo presidente da AL, deputado José Albuquerque (Pros).

Eu vi. Estão começando a carpir o matagal nas vias públicas Eduardo Girão e da Costa Barros. Carpir Fortaleza, também, faz parte dos deveres da gestão pública.

Refl exão: “Aquilo que você realmente irradia ou deliberadamente alimenta em sua mente, você, ininterruptamente, atrai.” Catherine Ponder, escritora.

O Estado Verde (OeV) é uma iniciativa do Instituto Venelouis Xavier Pereira, com o apoio do jornal O Estado, para fomentar o desenvolvimento sustentável no Ceará. EDITORA Tarcilia Rego CONTEÚDO Equipe OeV. JORNALISTA Katy Araújo DIAGRAMAÇÃO E DESIGN Rafael F.Gomes TELEFONES (85) 3033.7500/3033 7505 E (85) 8844.6873 ENDEREÇO Rua Barão de Aracati, 1320 — Aldeota, Fortaleza, CE — CEP 60.115-081. www.oestadoce.com.br/o-estado-verde

#CearáemfériasQuer saber quais os melhores

trechos para condições de ba-nho de mar em Fortaleza? Quer dar umas pedaladas de bike? Não? Ah, então quer atualizar a vacina das crianças? Saiba que tudo é possível nas férias em Fortaleza. O Governo do Esta-do disponibiliza desde a última sexta-feira (10), o especial #cearáemférias, uma nova ferramenta virtual para cearenses e turistas. Em um calendário no portal do Governo, secreta-rias e órgãos, o internauta pode ter acesso a toda a programação de ativida-des realizadas neste mês de julho. Ao clicar na data de preferência, a pessoa terá acesso a uma série de sugestões. Na página, será possível veri� car horá-rios, valores (ou gratuidade) e localização. Siga o link do calendário http://www.ceara.gov.br/ceara-em-ferias e boas férias.

14 de JulhoDia Universal da Liberdade de Pensamento

No dia 14 de julho o mundo ce-lebra o direito que cada um tem de manifestar as suas opiniões e ideias de forma livre, um conceito essen-cial nas democracias. Não por acaso, neste dia, comemora-se, a Queda da Bastilha, que marcou o início da Re-volução Francesa.

16 de JulhoDia do Comerciante

Considerado um dos pro� ssionais mais antigos do mundo, o comercian-te também tem a sua data especial, 16 de julho. Quem duvida da importân-cia do comerciante e do comércio? O setor de comercialização de produtos exerce relevante e estratégico papel no desenvolvimento socioeconômico do Estado e do País. Cumpre relevante função social ao atuar como impor-tante elo entre a produção das rique-zas e o mercado consumidor, gerando empregos, renda e tributos.

17 de JulhoDia de Proteção às Florestas

Um dia para que todos lembrem que os ecossistemas � orestais são res-ponsáveis pela manutenção do clima, das chuvas, além de ser o habitat natu-

ral de inúmeros espécimes. De acor-do com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimen-tação (FAO), o conceito de � oresta é: “área medindo mais de 0,5 ha com árvores maiores que 5 m de altura e cobertura de copa superior a 10%, ou árvores capazes de alcançar estes parâmetros in situ. Isso não inclui terra que está predominantemente sob uso agrícola ou urbano.”

Não apenas dia 16/7, mas todos os dias é preciso recordar que o desma-tamento das � orestas causa inúmeros problemas como a erosão do solo, a perda de biodiversidade e perda da vida animal, visto que sua casa é des-truída, entre outros tantos. A perda da cobertura vegetal do solo, ainda pode levar a deserti� cação. Segundo a ONU (Organização das Nações Uni-das), nos últimos 40 anos a média glo-bal per capita de � orestas caiu de 1,2 hectares para apenas 0,6 hectares por pessoa. O que é um dado alarmante.

3VERDE

Ban Ki-moon : “Estou profundamente consciente de que as desigualdades persistem e que o progresso tem sido desigual”

“A mobilização global por trás dos Objetivos de De-senvolvimento do Milênio (ODMs) produziu o movi-

mento antipobreza de maior sucesso da história.” É o que revela o Relatório dos Objetivos de Desenvolvimento do Milê-nio 2015 ou último balanço dos ODM, que a Organização das Nações Unidas (ONU), acaba de apresentar.

“Após ganhos profundos e consis-tentes, agora sabemos que a extrema pobreza pode ser erradicada dentro de uma geração”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. “Os ODMs têm contribuído grandemente para esse pro-gresso e nos ensinaram como os gover-nos, empresas e sociedade civil podem trabalhar juntos para conseguir avanços transformacionais”. Em setembro de 2000, 189 nações firmaram um com-promisso para combater a extrema po-breza e outros males da sociedade. Esta promessa acabou se concretizando em oito metas a serem ser alcançados até 2015. Em setembro de 2010, o mundo renovou o compromisso para acelerar o progresso em direção ao cumprimento desses objetivos. O relatório revela que os 15 anos de esforços para alcançar os oito objetivos estabelecidos na Declara-ção do Milênio, em 2000, foram bem--sucedidos em todo o mundo, embora existam deficiências. Os dados e análise apresentados no relatório mostram que, com intervenções específicas, estraté-gias sólidas, recursos adequados e von-tade política, até mesmo os países mais pobres fizeram progressos.

Há duas décadas Confirma que o estabelecimento de

objetivos tirou milhões de pessoas da pobreza, empoderou mulheres e me-ninas, melhorou a saúde e bem-estar, e forneceu vastas novas oportunidades para uma vida melhor. Há apenas duas décadas, quase metade do mundo, em desenvolvimento, vivia em extrema po-breza. O número de pessoas vivendo em extrema pobreza passou de 1,9 bilhão

em 1990, para 836 milhões em 2015.A taxa de crianças que morrem an-

tes do seu quinto aniversário diminuiu em mais da metade, caindo de 90 para 43 mortes por mil nascidos vivos desde 1990. Os números relativos à mortali-dade materna mostram um declínio de 45% em todo o mundo, com a maior parte da redução ocorrendo desde 2000.

Em todo o mundo, 2,1 bilhões ganha-ram acesso a um melhor saneamento e a proporção de pessoas que praticam a defecação a céu aberto caiu quase pela metade desde 1990. Ajuda pública ao desenvolvimento dos países desenvol-vidos viu um aumento de 66% em ter-mos reais entre 2000 e 2014, chegando a 135,2 bilhões de dólares.

Desigualdades persistemO relatório destaca que os ganhos sig-

nificativos foram feitos em várias metas dos ODM em todo o mundo, mas o pro-gresso tem sido desigual entre regiões e países, deixando lacunas significativas. No entanto, para o secretário-geral da ONU, nem tudo são flores. “Apesar de to-dos os ganhos notáveis, estou profunda-

mente consciente de que as desigualda-des persistem e que o progresso tem sido desigual”, afirmou Ki-moon, a imprensa, dia 6 de julho, durante a apresentação do relatório. Apesar do enorme progresso impulsionado pelos ODM, cerca de 800 milhões de pessoas ainda vivem em ex-trema pobreza e sofrem de fome. Crian-ças pertencentes a 20% das famílias mais pobres têm duas vezes mais chances de ter problemas de crescimento do que as

das 20% mais ricas e são também quatro vezes mais suscetíveis a estar fora da es-cola. Em países afetados por conflitos, a proporção de crianças fora da escola au-mentou de 30% em 1999 para 36% em 2012. No contexto do meio ambiente, as emissões globais de dióxido de carbono aumentaram mais de 50% desde 1990 e a escassez de água afeta agora 40% das pessoas no mundo; a estimativa é que esta proporção aumente.

ONU apresenta Relatório dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio de 2015

SUSTENTABILIDADE GLOBAL

Relatório revela 15 anos de esforços. Tirou milhões de pessoas da pobreza, mas as emissões globais de CO

2 aumentaram mais de 50% desde 1990 e a escassez de água ainda é problema

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Não queira ser peixe no BrasilA Justiça Federal suspendeu a Portaria nº 445 do Ministério do Meio Am-

biente (MMA), que proíbe a captura, o transporte, o manejo, armazenamento e comercialização de 475 peixes ameaçados de extinção no país. O desembar-gador Jirais Aram Meguerian, do Tribunal Regional da Primeira Região, deu ganho de causa para o Conselho Nacional de Pesca e Aquicultura e suspendeu a portaria dos peixes e invertebrados aquáticos. O magistrado entendeu que a norma não deveria ter sido editada unilateralmente pelo MMA, sem a colabo-ração do Ministério da Pesca.

A decisão, de caráter preliminar, motivou a união de diferentes entidades da so-ciedade civil e pesquisadores a lançar um manifesto pela manutenção da portaria do Ministério. O que existe mesmo, e é consenso entre ambientalistas, é o forte lobby do setor pesqueiro para que a portaria caia, mostrando mais uma vez a triste realidade da péssima gestão da pesca e do estado da conservação do ecossistema aquático no Brasil. Para especialistas como o coordenador da campanha Divers for Sharks, José Truda, a suspensão da portaria é uma decisão judicial vergonhosa mais um ataque contra a tentativa de proteger integralmente os peixes ameaçados no Brasil. Para o coordenador da campanha Divers for Sharks, José Trudda, “o artigo 225 da Constituição é letra morta, assim como o resto da gestão ambiental no País”. Aos meus olhos, é mais um exemplo da má gestão do governo Dilma.

Água. Segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), embora a maioria das metrópoles tenha sistemas que garantam a distribuição de água, estas grandes cidades não estão prontas para lidar com os desa� os que virão, como a incerteza em relação à disponibilidade de água, em decorrência da competição por acesso com produtores rurais, indústria e meio ambiente.

Enquanto os EUA têm oito mil cargos de con� ança, o Brasil tem 24 mil. A isso chamamos de aparelhamento de Estado, moeda de troca, incompetência, roubalheira ou sei lá mais o quê.

Estudo do Banco Mundial, “Trabalhando para acabar com a pobreza na América Latina e no Caribe (Alca): trabalhadores, empregos e salários”, apontam que o crescimento econômico gerado pelas commodities impulsionou setores como agricultura e serviços, na Alca e contribuiu para aumentar o percentual de pro� ssionais pouco

quali� cados contratados por grandes empresas, com acesso a diversos benefícios trabalhistas: só no Brasil, em 2013, chegou a 27,6%. Mas, segundo o próprio estudo, o � m do boom das commodities, leva a uma grande preocupação: destino desses trabalhadores.

Na tarde de hoje, a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) será homenageada pelos seus 65 anos em Sessão Solene na Assembleia Legislativa (AL). A homenagem, requerida, foi prontamente atendida pelo presidente da AL, deputado José Albuquerque (Pros).

Eu vi. Estão começando a carpir o matagal nas vias públicas Eduardo Girão e da Costa Barros. Carpir Fortaleza, também, faz parte dos deveres da gestão pública.

Refl exão: “Aquilo que você realmente irradia ou deliberadamente alimenta em sua mente, você, ininterruptamente, atrai.” Catherine Ponder, escritora.

O Estado Verde (OeV) é uma iniciativa do Instituto Venelouis Xavier Pereira, com o apoio do jornal O Estado, para fomentar o desenvolvimento sustentável no Ceará. EDITORA Tarcilia Rego CONTEÚDO Equipe OeV. JORNALISTA Katy Araújo DIAGRAMAÇÃO E DESIGN Rafael F.Gomes TELEFONES (85) 3033.7500/3033 7505 E (85) 8844.6873 ENDEREÇO Rua Barão de Aracati, 1320 — Aldeota, Fortaleza, CE — CEP 60.115-081. www.oestadoce.com.br/o-estado-verde

#CearáemfériasQuer saber quais os melhores

trechos para condições de ba-nho de mar em Fortaleza? Quer dar umas pedaladas de bike? Não? Ah, então quer atualizar a vacina das crianças? Saiba que tudo é possível nas férias em Fortaleza. O Governo do Esta-do disponibiliza desde a última sexta-feira (10), o especial #cearáemférias, uma nova ferramenta virtual para cearenses e turistas. Em um calendário no portal do Governo, secreta-rias e órgãos, o internauta pode ter acesso a toda a programação de ativida-des realizadas neste mês de julho. Ao clicar na data de preferência, a pessoa terá acesso a uma série de sugestões. Na página, será possível veri� car horá-rios, valores (ou gratuidade) e localização. Siga o link do calendário http://www.ceara.gov.br/ceara-em-ferias e boas férias.

14 de JulhoDia Universal da Liberdade de Pensamento

No dia 14 de julho o mundo ce-lebra o direito que cada um tem de manifestar as suas opiniões e ideias de forma livre, um conceito essen-cial nas democracias. Não por acaso, neste dia, comemora-se, a Queda da Bastilha, que marcou o início da Re-volução Francesa.

16 de JulhoDia do Comerciante

Considerado um dos pro� ssionais mais antigos do mundo, o comercian-te também tem a sua data especial, 16 de julho. Quem duvida da importân-cia do comerciante e do comércio? O setor de comercialização de produtos exerce relevante e estratégico papel no desenvolvimento socioeconômico do Estado e do País. Cumpre relevante função social ao atuar como impor-tante elo entre a produção das rique-zas e o mercado consumidor, gerando empregos, renda e tributos.

17 de JulhoDia de Proteção às Florestas

Um dia para que todos lembrem que os ecossistemas � orestais são res-ponsáveis pela manutenção do clima, das chuvas, além de ser o habitat natu-

ral de inúmeros espécimes. De acor-do com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimen-tação (FAO), o conceito de � oresta é: “área medindo mais de 0,5 ha com árvores maiores que 5 m de altura e cobertura de copa superior a 10%, ou árvores capazes de alcançar estes parâmetros in situ. Isso não inclui terra que está predominantemente sob uso agrícola ou urbano.”

Não apenas dia 16/7, mas todos os dias é preciso recordar que o desma-tamento das � orestas causa inúmeros problemas como a erosão do solo, a perda de biodiversidade e perda da vida animal, visto que sua casa é des-truída, entre outros tantos. A perda da cobertura vegetal do solo, ainda pode levar a deserti� cação. Segundo a ONU (Organização das Nações Uni-das), nos últimos 40 anos a média glo-bal per capita de � orestas caiu de 1,2 hectares para apenas 0,6 hectares por pessoa. O que é um dado alarmante.

3VERDE

Ban Ki-moon : “Estou profundamente consciente de que as desigualdades persistem e que o progresso tem sido desigual”

“A mobilização global por trás dos Objetivos de De-senvolvimento do Milênio (ODMs) produziu o movi-

mento antipobreza de maior sucesso da história.” É o que revela o Relatório dos Objetivos de Desenvolvimento do Milê-nio 2015 ou último balanço dos ODM, que a Organização das Nações Unidas (ONU), acaba de apresentar.

“Após ganhos profundos e consis-tentes, agora sabemos que a extrema pobreza pode ser erradicada dentro de uma geração”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. “Os ODMs têm contribuído grandemente para esse pro-gresso e nos ensinaram como os gover-nos, empresas e sociedade civil podem trabalhar juntos para conseguir avanços transformacionais”. Em setembro de 2000, 189 nações firmaram um com-promisso para combater a extrema po-breza e outros males da sociedade. Esta promessa acabou se concretizando em oito metas a serem ser alcançados até 2015. Em setembro de 2010, o mundo renovou o compromisso para acelerar o progresso em direção ao cumprimento desses objetivos. O relatório revela que os 15 anos de esforços para alcançar os oito objetivos estabelecidos na Declara-ção do Milênio, em 2000, foram bem--sucedidos em todo o mundo, embora existam deficiências. Os dados e análise apresentados no relatório mostram que, com intervenções específicas, estraté-gias sólidas, recursos adequados e von-tade política, até mesmo os países mais pobres fizeram progressos.

Há duas décadas Confirma que o estabelecimento de

objetivos tirou milhões de pessoas da pobreza, empoderou mulheres e me-ninas, melhorou a saúde e bem-estar, e forneceu vastas novas oportunidades para uma vida melhor. Há apenas duas décadas, quase metade do mundo, em desenvolvimento, vivia em extrema po-breza. O número de pessoas vivendo em extrema pobreza passou de 1,9 bilhão

em 1990, para 836 milhões em 2015.A taxa de crianças que morrem an-

tes do seu quinto aniversário diminuiu em mais da metade, caindo de 90 para 43 mortes por mil nascidos vivos desde 1990. Os números relativos à mortali-dade materna mostram um declínio de 45% em todo o mundo, com a maior parte da redução ocorrendo desde 2000.

Em todo o mundo, 2,1 bilhões ganha-ram acesso a um melhor saneamento e a proporção de pessoas que praticam a defecação a céu aberto caiu quase pela metade desde 1990. Ajuda pública ao desenvolvimento dos países desenvol-vidos viu um aumento de 66% em ter-mos reais entre 2000 e 2014, chegando a 135,2 bilhões de dólares.

Desigualdades persistemO relatório destaca que os ganhos sig-

nificativos foram feitos em várias metas dos ODM em todo o mundo, mas o pro-gresso tem sido desigual entre regiões e países, deixando lacunas significativas. No entanto, para o secretário-geral da ONU, nem tudo são flores. “Apesar de to-dos os ganhos notáveis, estou profunda-

mente consciente de que as desigualda-des persistem e que o progresso tem sido desigual”, afirmou Ki-moon, a imprensa, dia 6 de julho, durante a apresentação do relatório. Apesar do enorme progresso impulsionado pelos ODM, cerca de 800 milhões de pessoas ainda vivem em ex-trema pobreza e sofrem de fome. Crian-ças pertencentes a 20% das famílias mais pobres têm duas vezes mais chances de ter problemas de crescimento do que as

das 20% mais ricas e são também quatro vezes mais suscetíveis a estar fora da es-cola. Em países afetados por conflitos, a proporção de crianças fora da escola au-mentou de 30% em 1999 para 36% em 2012. No contexto do meio ambiente, as emissões globais de dióxido de carbono aumentaram mais de 50% desde 1990 e a escassez de água afeta agora 40% das pessoas no mundo; a estimativa é que esta proporção aumente.

ONU apresenta Relatório dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio de 2015

SUSTENTABILIDADE GLOBAL

Relatório revela 15 anos de esforços. Tirou milhões de pessoas da pobreza, mas as emissões globais de CO

2 aumentaram mais de 50% desde 1990 e a escassez de água ainda é problema

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SERVIÇO Campanha de Arrecadação para o Mês da Mobilidade + Escola Bike [email protected]://facebook.com/CiclovidaFortaleza “Bicicleta é veículo e tem direito à faixa. Mude de faixa para ultrapassar.”

A Associação dos Ciclistas Urbanos de Fortaleza (Ciclovida) lança campa-nha de financiamento coletivo para re-alizar as atividades programadas para o Mês da Mobilidade 2015. O evento aconteceu na manhã do último domin-go (12) , durante a Escola Bike Anjo (EBA), na Praça Luiza Távora.

Bater de porta em porta ou participar de eventos diversos já não são mais as estratégias preferidas das ONGs no que diz respeito à busca por recursos para os seus projetos. Por isso, a Ciclovida buscou mais uma vez, o financiamento coletivo que será realizado através da plataforma Catarse. A meta é arrecadar R$ 6.000,00 até o dia 07 de agosto. As contribuições podem ser realizadas por cartão ou boleto através do endereço ca-tarse.me/mobilidade2015.

Semana 2015Com o tema Educação: O segredo

para uma mobilidade mais humana, a semana organizada pela Ciclovida, con-tará com diversas atividades gratuitas, destinadas a promover o debate sobre mobilidade em Fortaleza. Realizado desde 2013 pela Ciclovida, a semana fomenta o Poder Público e a Sociedade Civil com informações relevantes para a construção de uma cidade com mais mobilidade e mais humanizada.

CiclovidaA Ciclovida, presidida pelo ciclista

Celso Sakuraba, é formada por cidadãos que utilizam a bicicleta como meio de

locomoção. Tem como missão o aper-feiçoamento da mobilidade urbana de Fortaleza, através do desenvolvimento de melhores alternativas de desloca-mento para o cidadão.

Bike anjo A Escola Bike Anjo oferece aulas gra-

tuitas para crianças, adultos e idosos re-alizarem o sonho de aprender a pedalar em um ambiente seguro e controlado. A iniciativa do projeto Bike Anjo acontece em 24 cidades brasileiras. Em Fortaleza, é realizada todo segundo domingo do mês na Praça Luiza Távora, ensinando por volta de 40 alunos a pedalar a cada edição. O grupo começou em São Paulo e hoje, conta com quase2 mil Bike Anjos cadastrados em mais de 250 cidades, in-cluindo Fortaleza.

Participe da campanhaSaiba como participar da campanha

Mês da Mobilidade 2015 da Associa-ção dos Ciclistas Urbanos de Fortale-za (Ciclovida) no Catarse acessando o link abaixo. Os participantes ganham recompensas especiais. https://www.ca-tarse.me/mobilidade2015.

CIDADANIA

Ciclovida lança campanha definanciamento para o Mês daMobilidade 2015, na Capital

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Guardar o meio ambiente é princípio determinado pelo criadorPreservar o ambiente e o ecossiste-

ma em que habitamos é imprescin-dível para a nossa sobrevivência e dos demais seres vivos com os quais con-vivemos, quer sejam animais, quer se-jam vegetais. Protegê-los e guardá-los, como manda o Criador, desde o prin-cípio do mundo é uma tarefa intransfe-rível do ser humano.

A Constituição Brasileira, ao reco-nhecer paradigmaticamente essa ne-cessidade de cuidar do meio ambien-te, expressou em seu texto claramente

os lineamentos para a tutela ambiental, o que está contido no artigo 225, o qual dispõe sobre o reconhecimento do direito a um meio ambiente sadio como uma extensão ao direito à vida, seja pelo aspecto da própria existência física e saúde dos seres humanos, seja quanto à dignidade desta existência, medida pela qualidade de vida. Este reconhecimento ditado pela Lei Maior do País impõe ao Poder Público e à coletividade a responsabilidade pela proteção ambiental.

Lei importanteO Brasil tem sido useiro e vezeiro em desrespeitar as normas legais que consideram crime as violações do fundamental direito a um meio ambiente sadio. A Lei nº 9.605, de 13 de fevereiro de 1998, também chamada Lei de Crimes Ambientais, constitui, sem dúvida, um dos diplomas mais importantes do ordenamento jurídico brasileiro, no respeitante a questão ambiental. Esta lei considera crime ambiental todo e qualquer dano ou prejuízo causado aos elementos que compõem o ambiente: flora, fauna, recursos naturais e o patrimônio cultural. Por violar direito protegido, todo crime é passível de sanção (penalização), que é regulado por lei.

DesafioAntes da criação da Lei 9.605, constituía enorme desafio a proteção ao meio ambiente, posto que havia apenas leis esparsas, o que causava dificuldade na aplicação das mesmas: havia muitos conflitos entre essas leis, como, por exemplo, a garantia de acesso livre às praias, sem que houvesse, no entanto, previsão para a devida punição criminal a quem o impedisse. Havia também inconsistências na aplicação das penalidades, que não estavam bem

claras. Matar um animal da fauna silvestre, mesmo para se alimentar era crime inafiançável, enquanto maus tratos a animais e desmatamento eram simples contravenções punidas com multa.

CentralidadeCom a edição da Lei de Crimes Ambientais, conseguiu-se dar centralidade à legislação ambiental no tocante à proteção ao meio ambiente. Desde a sanção da lei as penalidades foram uniformizadas e definiu-se a devida gradação, sendo também as infrações objetivamente definidas. Ao contrário do que ocorria anteriormente, a lei define a responsabilidade das pessoas jurídicas, permitindo que grandes empresas sejam responsabilizadas criminalmente pelos danos que seus empreendimentos possam causar à natureza. Permitindo, inclusive da desconsideração da personalidade jurídica de uma empresa poluidora, por exemplo. Pela lei, matar animais continua sendo crime, exceto para saciar a fome do agente ou da sua família; mas, também os maus tratos, as experiências dolorosas ou cruéis, o desmatamento não autorizado, a fabricação, venda, transporte ou soltura de balões, hoje são crimes que sujeitam o infrator à prisão.

[email protected]

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Alterações na base de cálculo do ICMS da Indústria Recicladora

As grandes catás-trofes naturais em nosso plane-ta, como secas,

enchentes e terremotos, muitas vezes são consequ-ências da atividade polui-dora do homem. O equilí-brio ambiental é vital, no planeta e, para nós seres humanos. Precisamos de ar puro, água limpa, tem-peraturas suportáveis a cada estação climática, ár-vores, animais e ecossiste-ma equilibrado.

A importância com o meio ambiente é nossa e, a Constituição, em seu artigo 225, se preocupa em garantir este direito a todos e, tam-bém, impor ao poder público, o dever de protegê-lo. Infelizmente, a cada dia nos deparamos com agressões ao meio ambiente, sejam por poluidores que in-sistem em jogar toneladas de CO² na atmosfera causando o efeito estufa que aumenta a temperatura no planeta, e, até mesmo, por quem joga lixo nos cór-

regos e rios, ouve som em volume alto e por aí vai.

Muito vem sendo feito pelas ONG s, ambienta-listas e, a própria Orga-nização das Nações Uni-das (ONU), no sentido de mudar esta realidade. Ocorre que a situação re-quer atitude pró-ativa de todos nós a começar pe-los nossos lares, empre-sas, cidades e países, onde o cidadão deve cobrar do poder público, a limpeza urbana, fiscalização e pu-nição de quem danifica o meio ambiente.

Além de a Constituição Federal dedicar o Capítu-

lo VI ao meio ambiente, ainda temos as Leis Nº 7.802-89 que trata do dano ao meio ambiente e a de Nº 9.605-98 que dispõe sobre os crimes ambientais. Por se tratar de um ramo emergente da ad-vocacia, o direito ambiental se relaciona com os demais ramos das ciências ju-rídicas. Já o direito tributário colabora para a preservação do meio ambiente,

através da tributação ambiental extra-fiscal. Podemos citar como exemplo, a redução de impostos para automóveis flex (álcool e gasolina) que emitem me-nos poluentes na atmosfera.

Fontes alternativas de energia limpa, reciclagem de resíduos, aproveitamen-to dos recursos naturais e mudança de hábitos, diários, como: usar o trans-porte coletivo, reduzir o desperdício de água e evitar o consumo de produtos que gerem muito lixo são formas que contribuem com a preservação do ha-bitat em que vivemos.

Recentemente, o Vaticano divulgou a Encíclica Laudato Si, onde o Papa Fran-cisco demonstra preocupação com o meio ambiente e pede que todos cuidem do planeta, chamado por ele de “nossa casa”. Mesmo que as mudanças climáti-cas já sejam consideradas, uma realida-de em nossas vidas, podemos, ainda, re-verter a atual situação. Isto será possível a partir da mudança de comportamento dos cidadãos, das empresas e do poder público. Só assim ainda será possível ga-rantir às futuras gerações um meio am-biente saudável, próspero e harmonioso. Tudo é possível, basta querer.

Meio ambiente: um grande desafioARTIGO

AUGUSTO LIMA ADVOGADO

Garrafa feita de plástico 100% da cana-de-açúcar

Entenda a notícia

Uma garrafa verde. A nova embala-gem , feita de plástico 100% de cana-de--açúcar, foi anunciada pela Coca-Cola. E o melhor, a “inovação pode repre-sentar em um futuro próximo o fim da utilização do petróleo como matéria--prima para a produção de polímeros”. A “PlantBottle” foi anunciada em junho na Expo Milano 2015. De acordo com a empresa, a embalagem parece com as tradicionais. O sistema de reciclagem, por exemplo, é o mesmo,. Mas com um plástico feito a partir da cana e não do petróleo, a “pegada ambiental” deixada no planeta é muito menor. Em 2009 a Coca-Cola já havia desenvolvido uma garrafa com 30% de plástico à base de planta. Essa versão já foi distribuída em 40 países nos últimos anos, em um total de 35 bilhões de embalagens, e em todo o mundo, representa 7% produção.

Calcula-se que, assim, 315 mil tone-ladas métricas de dióxido de carbono (CO2) anuais foram poupadas à atmos-fera. Essa quantidade de gases poluentes seria o equivalente a queimar 36 milhões de galões de gasolina (ou 743 mil barris).

O desenvolvimento das PlantBottles tem tudo para contribuir com a eco-nomia brasileira, uma vez que a Coca--Cola já adiantou que a maior parte da cana-de-açúcar usada nessas novas gar-rafas vem do Brasil.

Se a Assembleia Legislativa (AL) aprovou, dia 9, mensagem do governo estadual elevando em dois pontos percentuais o ICMS

de determinados produtos, em outros setores, a situação é diferente. A in-dústria de reciclagem e transformação de materiais reuniu-se, na manhã de ontem, com o secretário estadual de

Meio Ambiente (Sema), Artur Bruno, e com representantes da Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz), para discu-tir a redução do citado imposto.

Para o presidente do Sindicato das Empresas de Reciclagem de Resíduos Sólidos Domésticos e Industriais do Estado do Ceará (Sindiverde), Marcos Albuquerque, a expectativa de avan-

ço da questão, com a reunião, não foi atendida. “No próximo dia 20, acon-tecerá uma nova reunião”, segundo Albuquerque. O Sindiverde é filiado à Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).

Falta ainda uma regulamentação que será redigida pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Estado do Ceará (Semace), listando as condi-cionantes para que cada empresa ade-que-se ao Selo Verde. E ainda será defi-nido qual o órgão, entre Nutec e Senai que emitirá a certificação. O desconto do ICMS está condicionado à obtenção de um selo de acordo com o percentual de material reciclado usado no produto.

Até o fechamento desta edição a reportagem não conseguiu falar com representantes da Sema e nem com re-presentantes da Semace. A Sefaz não se pronunciou sobre o assunto.

A indústria recicladora poderá ter um “alívio” na alíquota do ICMS. O imposto sofrerá redução em até 10 pontos percentuais. A AL aprovou, dia 2 de julho, sem alterações, Pro-jeto de Lei que modifica dispositivos da Lei 15.086, de 28/12/ 2011, que criou o Selo Verde, um timbre para certificar bens de consumo produ-zidos a partir de matéria prima re-ciclada. O projeto foi enviado pelo Governo do Estado, através das se-cretarias de Meio Ambiente e da Fa-zenda e Semace. A condição para a redução da base de cálculo dos pro-dutos resultantes da industrialização de plástico, papelão e papel que te-nham em sua composição matéria--prima oriunda de reciclagem.

Page 5: O Estado Verde 14/07/2015

4 VERDE4 VERDE

SERVIÇO Campanha de Arrecadação para o Mês da Mobilidade + Escola Bike [email protected]://facebook.com/CiclovidaFortaleza “Bicicleta é veículo e tem direito à faixa. Mude de faixa para ultrapassar.”

A Associação dos Ciclistas Urbanos de Fortaleza (Ciclovida) lança campa-nha de financiamento coletivo para re-alizar as atividades programadas para o Mês da Mobilidade 2015. O evento aconteceu na manhã do último domin-go (12) , durante a Escola Bike Anjo (EBA), na Praça Luiza Távora.

Bater de porta em porta ou participar de eventos diversos já não são mais as estratégias preferidas das ONGs no que diz respeito à busca por recursos para os seus projetos. Por isso, a Ciclovida buscou mais uma vez, o financiamento coletivo que será realizado através da plataforma Catarse. A meta é arrecadar R$ 6.000,00 até o dia 07 de agosto. As contribuições podem ser realizadas por cartão ou boleto através do endereço ca-tarse.me/mobilidade2015.

Semana 2015Com o tema Educação: O segredo

para uma mobilidade mais humana, a semana organizada pela Ciclovida, con-tará com diversas atividades gratuitas, destinadas a promover o debate sobre mobilidade em Fortaleza. Realizado desde 2013 pela Ciclovida, a semana fomenta o Poder Público e a Sociedade Civil com informações relevantes para a construção de uma cidade com mais mobilidade e mais humanizada.

CiclovidaA Ciclovida, presidida pelo ciclista

Celso Sakuraba, é formada por cidadãos que utilizam a bicicleta como meio de

locomoção. Tem como missão o aper-feiçoamento da mobilidade urbana de Fortaleza, através do desenvolvimento de melhores alternativas de desloca-mento para o cidadão.

Bike anjo A Escola Bike Anjo oferece aulas gra-

tuitas para crianças, adultos e idosos re-alizarem o sonho de aprender a pedalar em um ambiente seguro e controlado. A iniciativa do projeto Bike Anjo acontece em 24 cidades brasileiras. Em Fortaleza, é realizada todo segundo domingo do mês na Praça Luiza Távora, ensinando por volta de 40 alunos a pedalar a cada edição. O grupo começou em São Paulo e hoje, conta com quase2 mil Bike Anjos cadastrados em mais de 250 cidades, in-cluindo Fortaleza.

Participe da campanhaSaiba como participar da campanha

Mês da Mobilidade 2015 da Associa-ção dos Ciclistas Urbanos de Fortale-za (Ciclovida) no Catarse acessando o link abaixo. Os participantes ganham recompensas especiais. https://www.ca-tarse.me/mobilidade2015.

CIDADANIA

Ciclovida lança campanha definanciamento para o Mês daMobilidade 2015, na Capital

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Guardar o meio ambiente é princípio determinado pelo criadorPreservar o ambiente e o ecossiste-

ma em que habitamos é imprescin-dível para a nossa sobrevivência e dos demais seres vivos com os quais con-vivemos, quer sejam animais, quer se-jam vegetais. Protegê-los e guardá-los, como manda o Criador, desde o prin-cípio do mundo é uma tarefa intransfe-rível do ser humano.

A Constituição Brasileira, ao reco-nhecer paradigmaticamente essa ne-cessidade de cuidar do meio ambien-te, expressou em seu texto claramente

os lineamentos para a tutela ambiental, o que está contido no artigo 225, o qual dispõe sobre o reconhecimento do direito a um meio ambiente sadio como uma extensão ao direito à vida, seja pelo aspecto da própria existência física e saúde dos seres humanos, seja quanto à dignidade desta existência, medida pela qualidade de vida. Este reconhecimento ditado pela Lei Maior do País impõe ao Poder Público e à coletividade a responsabilidade pela proteção ambiental.

Lei importanteO Brasil tem sido useiro e vezeiro em desrespeitar as normas legais que consideram crime as violações do fundamental direito a um meio ambiente sadio. A Lei nº 9.605, de 13 de fevereiro de 1998, também chamada Lei de Crimes Ambientais, constitui, sem dúvida, um dos diplomas mais importantes do ordenamento jurídico brasileiro, no respeitante a questão ambiental. Esta lei considera crime ambiental todo e qualquer dano ou prejuízo causado aos elementos que compõem o ambiente: flora, fauna, recursos naturais e o patrimônio cultural. Por violar direito protegido, todo crime é passível de sanção (penalização), que é regulado por lei.

DesafioAntes da criação da Lei 9.605, constituía enorme desafio a proteção ao meio ambiente, posto que havia apenas leis esparsas, o que causava dificuldade na aplicação das mesmas: havia muitos conflitos entre essas leis, como, por exemplo, a garantia de acesso livre às praias, sem que houvesse, no entanto, previsão para a devida punição criminal a quem o impedisse. Havia também inconsistências na aplicação das penalidades, que não estavam bem

claras. Matar um animal da fauna silvestre, mesmo para se alimentar era crime inafiançável, enquanto maus tratos a animais e desmatamento eram simples contravenções punidas com multa.

CentralidadeCom a edição da Lei de Crimes Ambientais, conseguiu-se dar centralidade à legislação ambiental no tocante à proteção ao meio ambiente. Desde a sanção da lei as penalidades foram uniformizadas e definiu-se a devida gradação, sendo também as infrações objetivamente definidas. Ao contrário do que ocorria anteriormente, a lei define a responsabilidade das pessoas jurídicas, permitindo que grandes empresas sejam responsabilizadas criminalmente pelos danos que seus empreendimentos possam causar à natureza. Permitindo, inclusive da desconsideração da personalidade jurídica de uma empresa poluidora, por exemplo. Pela lei, matar animais continua sendo crime, exceto para saciar a fome do agente ou da sua família; mas, também os maus tratos, as experiências dolorosas ou cruéis, o desmatamento não autorizado, a fabricação, venda, transporte ou soltura de balões, hoje são crimes que sujeitam o infrator à prisão.

[email protected]

5VERDE

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Alterações na base de cálculo do ICMS da Indústria Recicladora

As grandes catás-trofes naturais em nosso plane-ta, como secas,

enchentes e terremotos, muitas vezes são consequ-ências da atividade polui-dora do homem. O equilí-brio ambiental é vital, no planeta e, para nós seres humanos. Precisamos de ar puro, água limpa, tem-peraturas suportáveis a cada estação climática, ár-vores, animais e ecossiste-ma equilibrado.

A importância com o meio ambiente é nossa e, a Constituição, em seu artigo 225, se preocupa em garantir este direito a todos e, tam-bém, impor ao poder público, o dever de protegê-lo. Infelizmente, a cada dia nos deparamos com agressões ao meio ambiente, sejam por poluidores que in-sistem em jogar toneladas de CO² na atmosfera causando o efeito estufa que aumenta a temperatura no planeta, e, até mesmo, por quem joga lixo nos cór-

regos e rios, ouve som em volume alto e por aí vai.

Muito vem sendo feito pelas ONG s, ambienta-listas e, a própria Orga-nização das Nações Uni-das (ONU), no sentido de mudar esta realidade. Ocorre que a situação re-quer atitude pró-ativa de todos nós a começar pe-los nossos lares, empre-sas, cidades e países, onde o cidadão deve cobrar do poder público, a limpeza urbana, fiscalização e pu-nição de quem danifica o meio ambiente.

Além de a Constituição Federal dedicar o Capítu-

lo VI ao meio ambiente, ainda temos as Leis Nº 7.802-89 que trata do dano ao meio ambiente e a de Nº 9.605-98 que dispõe sobre os crimes ambientais. Por se tratar de um ramo emergente da ad-vocacia, o direito ambiental se relaciona com os demais ramos das ciências ju-rídicas. Já o direito tributário colabora para a preservação do meio ambiente,

através da tributação ambiental extra-fiscal. Podemos citar como exemplo, a redução de impostos para automóveis flex (álcool e gasolina) que emitem me-nos poluentes na atmosfera.

Fontes alternativas de energia limpa, reciclagem de resíduos, aproveitamen-to dos recursos naturais e mudança de hábitos, diários, como: usar o trans-porte coletivo, reduzir o desperdício de água e evitar o consumo de produtos que gerem muito lixo são formas que contribuem com a preservação do ha-bitat em que vivemos.

Recentemente, o Vaticano divulgou a Encíclica Laudato Si, onde o Papa Fran-cisco demonstra preocupação com o meio ambiente e pede que todos cuidem do planeta, chamado por ele de “nossa casa”. Mesmo que as mudanças climáti-cas já sejam consideradas, uma realida-de em nossas vidas, podemos, ainda, re-verter a atual situação. Isto será possível a partir da mudança de comportamento dos cidadãos, das empresas e do poder público. Só assim ainda será possível ga-rantir às futuras gerações um meio am-biente saudável, próspero e harmonioso. Tudo é possível, basta querer.

Meio ambiente: um grande desafioARTIGO

AUGUSTO LIMA ADVOGADO

Garrafa feita de plástico 100% da cana-de-açúcar

Entenda a notícia

Uma garrafa verde. A nova embala-gem , feita de plástico 100% de cana-de--açúcar, foi anunciada pela Coca-Cola. E o melhor, a “inovação pode repre-sentar em um futuro próximo o fim da utilização do petróleo como matéria--prima para a produção de polímeros”. A “PlantBottle” foi anunciada em junho na Expo Milano 2015. De acordo com a empresa, a embalagem parece com as tradicionais. O sistema de reciclagem, por exemplo, é o mesmo,. Mas com um plástico feito a partir da cana e não do petróleo, a “pegada ambiental” deixada no planeta é muito menor. Em 2009 a Coca-Cola já havia desenvolvido uma garrafa com 30% de plástico à base de planta. Essa versão já foi distribuída em 40 países nos últimos anos, em um total de 35 bilhões de embalagens, e em todo o mundo, representa 7% produção.

Calcula-se que, assim, 315 mil tone-ladas métricas de dióxido de carbono (CO2) anuais foram poupadas à atmos-fera. Essa quantidade de gases poluentes seria o equivalente a queimar 36 milhões de galões de gasolina (ou 743 mil barris).

O desenvolvimento das PlantBottles tem tudo para contribuir com a eco-nomia brasileira, uma vez que a Coca--Cola já adiantou que a maior parte da cana-de-açúcar usada nessas novas gar-rafas vem do Brasil.

Se a Assembleia Legislativa (AL) aprovou, dia 9, mensagem do governo estadual elevando em dois pontos percentuais o ICMS

de determinados produtos, em outros setores, a situação é diferente. A in-dústria de reciclagem e transformação de materiais reuniu-se, na manhã de ontem, com o secretário estadual de

Meio Ambiente (Sema), Artur Bruno, e com representantes da Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz), para discu-tir a redução do citado imposto.

Para o presidente do Sindicato das Empresas de Reciclagem de Resíduos Sólidos Domésticos e Industriais do Estado do Ceará (Sindiverde), Marcos Albuquerque, a expectativa de avan-

ço da questão, com a reunião, não foi atendida. “No próximo dia 20, acon-tecerá uma nova reunião”, segundo Albuquerque. O Sindiverde é filiado à Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).

Falta ainda uma regulamentação que será redigida pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Estado do Ceará (Semace), listando as condi-cionantes para que cada empresa ade-que-se ao Selo Verde. E ainda será defi-nido qual o órgão, entre Nutec e Senai que emitirá a certificação. O desconto do ICMS está condicionado à obtenção de um selo de acordo com o percentual de material reciclado usado no produto.

Até o fechamento desta edição a reportagem não conseguiu falar com representantes da Sema e nem com re-presentantes da Semace. A Sefaz não se pronunciou sobre o assunto.

A indústria recicladora poderá ter um “alívio” na alíquota do ICMS. O imposto sofrerá redução em até 10 pontos percentuais. A AL aprovou, dia 2 de julho, sem alterações, Pro-jeto de Lei que modifica dispositivos da Lei 15.086, de 28/12/ 2011, que criou o Selo Verde, um timbre para certificar bens de consumo produ-zidos a partir de matéria prima re-ciclada. O projeto foi enviado pelo Governo do Estado, através das se-cretarias de Meio Ambiente e da Fa-zenda e Semace. A condição para a redução da base de cálculo dos pro-dutos resultantes da industrialização de plástico, papelão e papel que te-nham em sua composição matéria--prima oriunda de reciclagem.

Page 6: O Estado Verde 14/07/2015

6 VERDE

PONTE ESTAIADA

Os 850 metros de extensão da ponte serão sustentados por cabos de aço e dois pilares. Para alguns, o projeto vai ligar o nada a lugar nenhum.

Primeiro PassoDe acordo com o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) do projeto – que inclui também um mirante e acessos viários entre os litorais norte e leste e a zona sul de Fortaleza -, áreas de manguezal, de dunas e da faixa marginal do curso d´água sofrerão intervenção da obra. Será, diretamente, afetada a vegetação em uma área aproxi-mada de 9,5 hectares (1,47 ha em manguezal e 8,09 ha em dunas).

Relevo e solo sofrerão alterações, máquinas e trabalhadores provo-carão “instabilidade ambiental e desorganização da dinâmica do ecossistema”, pontua o relatório. “Em relação ao meio biológico, o pro-jeto trará interferências em alguns setores do manguezal do rio Cocó, onde exemplares de mangue terão que ser removidos, e em setores onde há vegetação fixadora de dunas”, completa o prognóstico, que foi aprovado pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema), em 2013.

Impactos positivos e negativos sobre áreas do Rio CocóSem previsão para ser constru-

ída, a Ponte Estaiada sobre o Rio Cocó, gera discussões e divergências entre defensores

do meio ambiente. A proposta é fazer da mesma, um meio para melhorar o fluxo do tráfego na região das aveni-das Washington Soares e Sebastião de Abreu, integrando um conjunto de intervenções viárias, feitas pela Secre-taria da Infraestrutura do Ceará (Sein-fra). Além disso, a área ganhará ainda o Complexo de Cultura e Lazer Miran-te de Fortaleza, que será uma estrutura em forma de torre onde possibilitará uma visão panorâmica da Cidade.

A obra deve impactar áreas de man-guezal, de dunas e da faixa marginal do curso d’água. Segundo a Seinfra, pasta responsável pela obra, esse tipo de pro-jeto minimiza as interferências no meio ambiente desde a sua construção. De acordo com o planejado, em seus 850 metros de extensão, a ponte será sus-tentada por cabos de aço que utilizarão apenas dois pilares em forma da letra grega lambda, no trecho estaiado ou sustentado por estais, cabos – que com-preende 500 metros – evitando contato com o leito do rio.

Para alguns geógrafos e ambienta-listas, a colocação dos pilares e cons-trução das vias de acesso à ponte, e alguns trechos de áreas verdes serão retirados e manguezais aterrados. Se-gundo o professor do Departamento de Geografia da Universidade Fede-ral do Ceará (UFC), Jeovah Meireles, a ponte estaiada vai ocupar a unidade de proteção integral, as dunas da Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) do Cocó. “Além disso, vai ocupar seto-

res de nascentes que alimenta o ecos-sistema manguezal de águas rústicas, quando o lençol freático aflora forman-do pequenas lagoas”, explica.

Meireles, disse, ainda, que vai acon-tecer também o soterramento de vege-tação do mangue, tanto de um lado da margem, quanto da outra, até mesmo para colocar o mirante. O impacto so-bre o sistema de manguezal, também preocupa o ambientalista Leonardo Ja-les, membro do movimento Pró – Árvo-re, como por exemplo, a diminuição do espaço do parque. “Eu não sei precisar quantos hectares, mais são alguns e tem também o efeito de borda, que é todo o efeito negativo, que aquela ocupação humana vai fazer ao redor daquela in-tervenção”, esclarece.

Para Leonardo, “a ponte vai ligar o nada a lugar nenhum”. “A obra não é apenas a ponte, mas tem também os ei-xos de acesso, que são a construção de avenidas para interligar lugares até essa ponte porque como a gente bem sabe a

ponte liga o nada a lugar nenhum”.No entanto, segundo alguns geógra-

fos e ambientalistas,

Especulação imobiliáriaComo justificativa para o empreen-

dimento, a Seinfra explica que a Ponte Estaiada faz parte do projeto de melho-ria do transporte e da mobilidade em Fortaleza, desenvolvido pelo Governo do Estado. No entanto, o geógrafo e o ambientalista escutados pelo O Estado Verde apontam que o maior objetivo da obra é a especulação imobiliária. “Na realidade essa ponte, não facilita o trân-sito, ela simplesmente será construída para valorizar a especulação imobiliária tanto de um lado da ponte quanto de outro”, enfatizou Jeovah Meireles.

“O objetivo dela é só especulação imobiliária em terrenos de grandes em-presários. Esses eixos vão ocupar espa-ço de área verde, vão ocupar espaço de área de preservação. A ponte vai está aterrando e destruindo área de mangue,

área de dunas vegetadas e áreas de ma-tas de tabuleiros”, reforçou Leonardo.

Desafogar o tráfegoAtravés de uma nota enviada ao O

Estado Verde, a Seinfra justificou que Fortaleza tem registrado aumento con-siderável do tráfego e a obra é voltada a desafogar o tráfego de veículos. “Área em franco crescimento essa região da capi-tal tem registrado aumento considerável do tráfego, problema típico das grandes cidades. A principal via de ligação para essa “nova Fortaleza” é a Avenida Wa-shington Soares, que já se mostra sobre-carregada no chamado horário de pico. Tendo em vista a situação, os investi-mentos estaduais no projeto se justificam pelo fato da região necessitar de imediata melhoria na acessibilidade aos grandes polos geradores de tráfego como o Fó-rum, o Centro de Eventos do Ceará”.

Atualmente, os recursos para a efeti-

A Ponte Estaiada trará mobilidade urbanadeverá ser uma opção de acesso entre olitoral norte e leste e a zona sul

7VERDE

FOTO GOVERNO DO ESTADO

vação do projeto estão em fase de ava-liação junto ao Governo Federal. Uma vez resolvida essa fase, segue-se os de-mais processos.

Nem todos são contraA nossa reportagem foi até o bairro

Sapiranga – área que será impactada com a construção da Ponte-, conversar com a população sobre o que ela pensa sobre o empreendimento. O Sapiranga deverá sofrer uma “lotação” após a pon-te ficar pronta, impactando diretamente no dia a dia dos moradores, além disso, o bairro abriga uma grande área verde do Parque do Cocó, o que torna a região uma das mais ecológicas de Fortaleza.

Apesar de muitos moradores desco-nhecerem o projeto, muitos enxergam o empreendimento como sinal de de-senvolvimento, não somente para o bairro, como também, para os bairros vizinhos. Marcelo Teixeira, apontado por alguns moradores como um líder ambientalista da região, coloca-se fa-vorável à obra, e justifica que “a ligação trará desenvolvimento e consequente-

mente uma maior renda para a região”, gerando emprego e consequentemen-te educação, saúde e moradia digna e também favorecerá a mobilidade.

“A ponte estaiada trará desenvolvi-

mento, trará mobilidade urbana, para que as pessoas possam se deslocar. Atu-almente, Fortaleza é uma cidade para-da, todo mundo muito estressado. O que deve ser preservado é o mangue,

uma Área de Preservação Permanente (APP). As autoridades deveriam se pre-ocupar com isso porque ali é uma reser-va florestal”, enfatizou Marcelo.

Marcelo disse que tem grande preo-cupação com o bairro Sapiranga: “uma pequena comunidade que se formou em cima do mangue”. Ele conta que “essa” comunidade agride muito mais o man-gue, do quê a construção da ponte. “Ali, os barrancos tem uma faixa de 7 metros de altura, pessoas moram no nível do mangue, não têm condição de se fazer uma fossa, então, apara onde vão os de-jetos?”, pergunta.

Responde: “Para dentro do mangue. Ali, eles não têm nem água encanada, eles vivem sem o mínimo de dignida-de. Isso é muito mais preocupante do que a construção da ponte que pode até agredir o mangue, mas não chega nem perto da agressão que ele já vem sofrendo em decorrência dessa comu-nidade. Então, ao invés de o povo preo-cupar-se com a ponte estaiada, deveria preocupar-se com a realocação dessas pessoas”, encerra.

R$ 298,6 milhões A Ponte Estaiada terá 850 metros de comprimento, devendo ser implan-tada entre o bairro Cidade 2.000 e o Centro de Eventos do Ceará (CEC).A estrutura da ponte será suportada por dois mastros distantes 500 metros um do outro, de forma a intervir o míni-mo possível na área de preservação do rio. De arquitetura diferenciada a ponte terá dois trechos de acesso em laje de concreto, sendo do lado sul com 250 metros de extensão e do lado norte 100 metros; trecho es-taiado – seguro por cabos - com 500 metros sendo o vão central de 250 metros e dois adjacentes com 125 me-tros; quatro faixas de 3,60 metros de

largura; quatro faixas de segurança e barreiras de concreto lateral e central; dois mastros com 64 metros de altu-ra. O acesso será facilitado mediante a construção de uma rótula na con-fluência da Avenida Padre Antônio Tomás com a Rua Magistrado Pom-peu, na entrada da Cidade 2.000 e o alargamento da Rua Magistrado Pom-peu e da Avenida das Adenanteras, contornando aquela área residencial.Os equipamentos [ponte e mirante] serão construídos mediante uma Parceria Público Privada (PPP), estando orçados inicialmente em R$ 298,6 milhões, ficando a empresa ganhadora da licitação com a con-cessão dos serviços de manutenção e conservação por um prazo de 8 anos.

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FOTO GOVERNO DO ESTADO

vação do projeto estão em fase de ava-liação junto ao Governo Federal. Uma vez resolvida essa fase, segue-se os de-mais processos.

Nem todos são contraA nossa reportagem foi até o bairro

Sapiranga – área que será impactada com a construção da Ponte-, conversar com a população sobre o que ela pensa sobre o empreendimento. O Sapiranga deverá sofrer uma “lotação” após a pon-te ficar pronta, impactando diretamente no dia a dia dos moradores, além disso, o bairro abriga uma grande área verde do Parque do Cocó, o que torna a região uma das mais ecológicas de Fortaleza.

Apesar de muitos moradores desco-nhecerem o projeto, muitos enxergam o empreendimento como sinal de de-senvolvimento, não somente para o bairro, como também, para os bairros vizinhos. Marcelo Teixeira, apontado por alguns moradores como um líder ambientalista da região, coloca-se fa-vorável à obra, e justifica que “a ligação trará desenvolvimento e consequente-

mente uma maior renda para a região”, gerando emprego e consequentemen-te educação, saúde e moradia digna e também favorecerá a mobilidade.

“A ponte estaiada trará desenvolvi-

mento, trará mobilidade urbana, para que as pessoas possam se deslocar. Atu-almente, Fortaleza é uma cidade para-da, todo mundo muito estressado. O que deve ser preservado é o mangue,

uma Área de Preservação Permanente (APP). As autoridades deveriam se pre-ocupar com isso porque ali é uma reser-va florestal”, enfatizou Marcelo.

Marcelo disse que tem grande preo-cupação com o bairro Sapiranga: “uma pequena comunidade que se formou em cima do mangue”. Ele conta que “essa” comunidade agride muito mais o man-gue, do quê a construção da ponte. “Ali, os barrancos tem uma faixa de 7 metros de altura, pessoas moram no nível do mangue, não têm condição de se fazer uma fossa, então, apara onde vão os de-jetos?”, pergunta.

Responde: “Para dentro do mangue. Ali, eles não têm nem água encanada, eles vivem sem o mínimo de dignida-de. Isso é muito mais preocupante do que a construção da ponte que pode até agredir o mangue, mas não chega nem perto da agressão que ele já vem sofrendo em decorrência dessa comu-nidade. Então, ao invés de o povo preo-cupar-se com a ponte estaiada, deveria preocupar-se com a realocação dessas pessoas”, encerra.

R$ 298,6 milhões A Ponte Estaiada terá 850 metros de comprimento, devendo ser implan-tada entre o bairro Cidade 2.000 e o Centro de Eventos do Ceará (CEC).A estrutura da ponte será suportada por dois mastros distantes 500 metros um do outro, de forma a intervir o míni-mo possível na área de preservação do rio. De arquitetura diferenciada a ponte terá dois trechos de acesso em laje de concreto, sendo do lado sul com 250 metros de extensão e do lado norte 100 metros; trecho es-taiado – seguro por cabos - com 500 metros sendo o vão central de 250 metros e dois adjacentes com 125 me-tros; quatro faixas de 3,60 metros de

largura; quatro faixas de segurança e barreiras de concreto lateral e central; dois mastros com 64 metros de altu-ra. O acesso será facilitado mediante a construção de uma rótula na con-fluência da Avenida Padre Antônio Tomás com a Rua Magistrado Pom-peu, na entrada da Cidade 2.000 e o alargamento da Rua Magistrado Pom-peu e da Avenida das Adenanteras, contornando aquela área residencial.Os equipamentos [ponte e mirante] serão construídos mediante uma Parceria Público Privada (PPP), estando orçados inicialmente em R$ 298,6 milhões, ficando a empresa ganhadora da licitação com a con-cessão dos serviços de manutenção e conservação por um prazo de 8 anos.

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8 VERDE

Vários fatores podem ser elen-cados no estudo da seca no Nordeste Semiárido Equato-rial. Além dos elementos cli-

máticos e meteorológicos levamos em consideração: os oceanográficos, os geológicos, os desmatamentos, as tro-cas energéticas atmosfera-solo-água, os prognósticos do tempo e correntes aéreas, consignando as observações de técnicos estudiosos da quadra estacio-nal da nossa região.

É consenso ao longo do tempo que o calcanhar de Aquiles das nossas pre-cipitações é a irregularidade das mes-mas quando comparada às regiões se-miáridas dos países temperados, que apesar de chover muito menos que a nossa, não apresentam o fenômeno da seca como acontece em muitos países da Europa. É que neles não existem as irregularidades das chuvas.

Estudada de modo preventivo, um dos caminhos hoje é o da sua previsi-bilidade baseado no “Prognóstico do Tempo nas Correntes Aéreas”, lem-brando Jorge Coelho no seu trabalho Indústria da Seca. Segundo o autor, o Prognóstico do Tempo tem como fun-damento, uma série de dados históri-cos pesquisados no município de For-taleza e circunvizinhos, levando em conta a mediana da capital cearense, correlacionando-a com as chuvas nos demais estados do Nordeste no perío-do de 129 anos (1849-1978).

Neste período as curvas senóides de 13 em 13 anos e de 26 em 26 anos assinalam uma seqüência de sete anos consecutivos de estiagem com queda de precipitações em Fortaleza abai-xo de 1500 mm anuais. Esse aspecto consignava como de seca inclemente 7 anos que se repetiam com absoluta re-gularidade no período estudado. Este trabalho foi criticado como modelo matemático, mas vem se concretizando ao longo do tempo.

As correntes aéreas são outro indi-cativo de seca no Nordeste brasileiro sendo necessário para isso que acon-teça uma redução de poucos graus no percurso da Frente Intertropical (FIT) para o sul, o que é possível com a previsão de 3 a 6 meses da pressão na Ilha dos Açores. Se essa for elevada

em janeiro, teremos, então, a seca no Nordeste. Se for muito baixa, teremos muita chuva devido às invasões de ar frio do sul acompanhadas por outras frentes frias do Hemisfério Norte.

Os desmatamentos são danosos. Afi-nal as florestas são condicionadoras dos regimes de chuvas, pois funcionam como termostatos naturais através da transpiração dos estômatos das folhas quando a planta perde água para o ar em forma de vapor. Aí está o motivo da nossa preocupação, principalmente, em área de Caatinga onde esse procedimen-to não deveria ocorrer porque, assim, estão contribuindo para o processo de desertificação, como, os Sertões de São Francisco, na Bahia e em Pernambuco, Irauçuba, no Ceará, e, Gilbués no Piauí. Entretanto, como não se pode viver sem o uso do solo para a produção de ali-mentos, que os desmatamentos sejam realizados com processos de manejos florestais alternados.

Rebuscando os ensinamentos do ilustre cearense Dr. Theóphilo Otto-ni em palestra realizada na Assem-bléia Legislativa do Estado ao referir--se a seca do Nordeste, estas podem,

também, sofrer fortes influências dos obstáculos que defletem e resfriam as massas de ar a níveis de condensação provenientes das áreas oceânicas im-pelidas pelos ventos alísios e pela falta de uma cobertura equilibradora das trocas energéticas atmosfera-solo-água que perturbam o mecanismo gerador das precipitações.

Os elementos de oceanografia como a temperatura da superfície do mar, TSM, a complexa interação atmosfera--oceano e outros elementos de eustasia, aliados as variações da excentricidade e obliqüidade da eclíptica terrestre, po-dem ter relacionamento com a seca no Nordeste brasileiro e em outras regi-ões da Terra. A excentricidade fazendo com que a Terra em seu movimento de translação se aproxime do Sol (periélio) ou dele se afaste (afélio) e a obliqüidade da sua eclíptica com o seu aumento ou a sua redução ocasionando modifica-ções no clima do planeta.

Dizem que no caso presente, a seca está relacionada com a diminuição de 30 segundos da obliquidade da eclípti-ca da Terra que é o caminho descrito pela Terra no espaço.

Estudando a Seca do Nordeste IIARTIGO

Dizem que no caso presente, a seca está relacionada com a diminuição de 30 segundos da obliquidade da eclíptica da Terra que é o caminho descrito pela Terra no espaço.

Agrônomo, diretor social da Associação dos Servidores do Dnocs (Assecas)

Evandro Bezerra

Área de Preservação Permanente (APP)

Efeito de borda

As Áreas de Preservação Permanen-te (APPs) são espaços territoriais espe-cialmente protegidos de acordo com o disposto no inciso III, § 1º, do art. 225 da Constituição Federal. O Código Flo-restal (Lei Federal no 4.771, de 1965 – e alterações posteriores) traz um detalha-mento preciso das Áreas de Preserva-ção Permanente (aplicável a áreas rurais e urbanas), da Reserva Legal (aplicável às áreas rurais) além de definir outros espaços de uso limitado.

O conceito legal de APP relaciona tais áreas, independente da cobertura vegetal, com a função ambiental de pre-servar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversi-dade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas, como é o caso do manguezal. A grande importância do mesmo tem relação com o fato de o manguezal ser uma área de transição entre o mar e o continente.

O efeito de borda sobre o ecossis-tema natural é caracterizado por mu-danças abióticas (maior exposição a ventos, altas temperaturas e baixa umidade), biológicas diretas (mu-danças na abundância e distribuição de espécies causadas diretamente por variações nas condições físicas das bordas) e biológicas indiretas (que envolvem mudanças nas interações ecológicas entre as espécies).

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8 VERDE

Vários fatores podem ser elen-cados no estudo da seca no Nordeste Semiárido Equato-rial. Além dos elementos cli-

máticos e meteorológicos levamos em consideração: os oceanográficos, os geológicos, os desmatamentos, as tro-cas energéticas atmosfera-solo-água, os prognósticos do tempo e correntes aéreas, consignando as observações de técnicos estudiosos da quadra estacio-nal da nossa região.

É consenso ao longo do tempo que o calcanhar de Aquiles das nossas pre-cipitações é a irregularidade das mes-mas quando comparada às regiões se-miáridas dos países temperados, que apesar de chover muito menos que a nossa, não apresentam o fenômeno da seca como acontece em muitos países da Europa. É que neles não existem as irregularidades das chuvas.

Estudada de modo preventivo, um dos caminhos hoje é o da sua previsi-bilidade baseado no “Prognóstico do Tempo nas Correntes Aéreas”, lem-brando Jorge Coelho no seu trabalho Indústria da Seca. Segundo o autor, o Prognóstico do Tempo tem como fun-damento, uma série de dados históri-cos pesquisados no município de For-taleza e circunvizinhos, levando em conta a mediana da capital cearense, correlacionando-a com as chuvas nos demais estados do Nordeste no perío-do de 129 anos (1849-1978).

Neste período as curvas senóides de 13 em 13 anos e de 26 em 26 anos assinalam uma seqüência de sete anos consecutivos de estiagem com queda de precipitações em Fortaleza abai-xo de 1500 mm anuais. Esse aspecto consignava como de seca inclemente 7 anos que se repetiam com absoluta re-gularidade no período estudado. Este trabalho foi criticado como modelo matemático, mas vem se concretizando ao longo do tempo.

As correntes aéreas são outro indi-cativo de seca no Nordeste brasileiro sendo necessário para isso que acon-teça uma redução de poucos graus no percurso da Frente Intertropical (FIT) para o sul, o que é possível com a previsão de 3 a 6 meses da pressão na Ilha dos Açores. Se essa for elevada

em janeiro, teremos, então, a seca no Nordeste. Se for muito baixa, teremos muita chuva devido às invasões de ar frio do sul acompanhadas por outras frentes frias do Hemisfério Norte.

Os desmatamentos são danosos. Afi-nal as florestas são condicionadoras dos regimes de chuvas, pois funcionam como termostatos naturais através da transpiração dos estômatos das folhas quando a planta perde água para o ar em forma de vapor. Aí está o motivo da nossa preocupação, principalmente, em área de Caatinga onde esse procedimen-to não deveria ocorrer porque, assim, estão contribuindo para o processo de desertificação, como, os Sertões de São Francisco, na Bahia e em Pernambuco, Irauçuba, no Ceará, e, Gilbués no Piauí. Entretanto, como não se pode viver sem o uso do solo para a produção de ali-mentos, que os desmatamentos sejam realizados com processos de manejos florestais alternados.

Rebuscando os ensinamentos do ilustre cearense Dr. Theóphilo Otto-ni em palestra realizada na Assem-bléia Legislativa do Estado ao referir--se a seca do Nordeste, estas podem,

também, sofrer fortes influências dos obstáculos que defletem e resfriam as massas de ar a níveis de condensação provenientes das áreas oceânicas im-pelidas pelos ventos alísios e pela falta de uma cobertura equilibradora das trocas energéticas atmosfera-solo-água que perturbam o mecanismo gerador das precipitações.

Os elementos de oceanografia como a temperatura da superfície do mar, TSM, a complexa interação atmosfera--oceano e outros elementos de eustasia, aliados as variações da excentricidade e obliqüidade da eclíptica terrestre, po-dem ter relacionamento com a seca no Nordeste brasileiro e em outras regi-ões da Terra. A excentricidade fazendo com que a Terra em seu movimento de translação se aproxime do Sol (periélio) ou dele se afaste (afélio) e a obliqüidade da sua eclíptica com o seu aumento ou a sua redução ocasionando modifica-ções no clima do planeta.

Dizem que no caso presente, a seca está relacionada com a diminuição de 30 segundos da obliquidade da eclípti-ca da Terra que é o caminho descrito pela Terra no espaço.

Estudando a Seca do Nordeste IIARTIGO

Dizem que no caso presente, a seca está relacionada com a diminuição de 30 segundos da obliquidade da eclíptica da Terra que é o caminho descrito pela Terra no espaço.

Agrônomo, diretor social da Associação dos Servidores do Dnocs (Assecas)

Evandro Bezerra

Área de Preservação Permanente (APP)

Efeito de borda

As Áreas de Preservação Permanen-te (APPs) são espaços territoriais espe-cialmente protegidos de acordo com o disposto no inciso III, § 1º, do art. 225 da Constituição Federal. O Código Flo-restal (Lei Federal no 4.771, de 1965 – e alterações posteriores) traz um detalha-mento preciso das Áreas de Preserva-ção Permanente (aplicável a áreas rurais e urbanas), da Reserva Legal (aplicável às áreas rurais) além de definir outros espaços de uso limitado.

O conceito legal de APP relaciona tais áreas, independente da cobertura vegetal, com a função ambiental de pre-servar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversi-dade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas, como é o caso do manguezal. A grande importância do mesmo tem relação com o fato de o manguezal ser uma área de transição entre o mar e o continente.

O efeito de borda sobre o ecossis-tema natural é caracterizado por mu-danças abióticas (maior exposição a ventos, altas temperaturas e baixa umidade), biológicas diretas (mu-danças na abundância e distribuição de espécies causadas diretamente por variações nas condições físicas das bordas) e biológicas indiretas (que envolvem mudanças nas interações ecológicas entre as espécies).

9VERDE

• Informações sobre os programas do MDS: 0800-707-2003 e mdspravoce.mds.gov.br.

Jogo para celular criado por estudantes brasileiras combate desperdício de água

Batizado de The Last Drop (A Última Gota, em tradução livre), o jogo busca despertar a consciência ambiental em crianças. Ao longo de diferentes fases, a personagem Vitória precisa fechar as torneiras antes que acabe a água no pré-dio onde mora.

O aplicativo foi desenvolvido por cinco alunas de ensino médio da Escola Técnica Estadual Cícero Dias / NAVE Recife, da rede pública de Pernambuco. Elas se classificaram nas etapas regional e nacional do evento, que busca desper-tar interesse pela ciência da computação entre mulheres.

Cinco brasileiras A premiação do Technovation

Challenge 2015 ocorreu em 25 de ju-nho, em São Francisco, na Califór-nia, nos Estados Unidos. Na final da categoria para turmas de ensino mé-dio, as cinco estudantes brasileiras – Gabrielle Lopes, Jacqueline Alves, Jaqueline Rodrigues, Leonor Vitória e Sâmara Beatriz – concorreram com outras cinco equipes de Estados Uni-dos, Índia e Nigéria.

A equipe da Nigéria foi a vencedora, ficando com o prêmio de US$ 10 mil, o equivalente a cerca de R$ 30 mil.

Rio de Janeiro vai reunir a comuni-dade de líderes mundiais que querem repensar e transformar o mundo dos negócios por meio de soluções susten-táveis. De 25 a 27 de agosto de 2015, ocorre a Sustainable Brands 2015, orga-nizada pela Report Sustentabilidade, da Sustainable Life Media e de uma ampla rede de patrocinadores e apoiadores. A terceira edição das conferências Sustai-nable Brands acontece no Rio e em mais outras oito cidades pelo mundo (Barce-lona, Londres, Istambul, Bangkok, Kuala Lumpur, San Diego, Boston e Buenos Ai-res, simultaneamente). O tema deste ano

é “How Now” que apresenta “COMO a inovação em sustentabilidade gera escala na transformação dos negócios AGO-RA”. Para Álvaro Almeida, líder da plataforma Sustainable Brands, empre-sas que já fizeram progressos significa-tivos ao posicionar a sustentabilidade no centro da sua estratégia de negócios mostrarão o que isso significa em ter-mos de inovação.

A boa notícia que veio do Ministé-rio do Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS). Em Santa Rita do Araguaia (GO), a

dona de casa Mabiane Alves Pereira, de 32 anos, surpreendeu a gestão do Bolsa Família ao fazer a devolução do benefí-cio no início do mês de julho. Este foi o primeiro caso na cidade.

O marido, Gelson de Oliveira Go-mes, foi contratado recentemente como operador de caldeira júnior, com cartei-ra assinada. Ela recebia R$ 182 por mês. “Eu devolvi porque minha renda deu uma melhorada. Se eu precisar de novo, acredito que as portas estarão abertas.”

A segurança de Mabiane em fazer a devolução do cartão é mecanismo de desligamento voluntário, criado em 2011, com o Plano Brasil Sem Miséria. Durante três anos, ela pode retornar imediatamente a receber o Bolsa Fa-mília se precisar novamente. “Ela teve consciência diante da situação. Ela en-tendeu a importância da devolução”, conta a gestora do Bolsa Família no mu-nicípio, Walnice Maria de Lima. Mabia-ne é mãe de duas meninas e um menino.

30 devoluções voluntárias Em Campo Maior (PI), a prefeitu-

ra municipal iniciou uma campanha de conscientização, em março, voltada principalmente para os beneficiários que se formalizaram no mercado de trabalho, a partir de profissionalização da população pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e formalização como micro-empreendedores individuais.

Até o momento, já foram 30 devolu-ções voluntárias no município nordes-tino. A gestante Gardene Maria Soares dos Santos faz parte deste grupo. Men-salmente, a família recebia uma com-plementação de R$ 77. Durante uma das reuniões do serviço de convivência e fortalecimento de vínculos do Cen-tro de Referência da Assistência Social (Cras), ela entendeu as regras do pro-grama e decidiu devolver o benefício antes da próxima revisão cadastral.

O marido, Francisco das Chagas So-brinho Júnior, passou em concurso pú-blico municipal para trabalhar como vigilante. Segundo Gardene, o dinheiro do Bolsa Família ajudava a pagar a água e a luz. “Embora eu precise, tem gente que precisa mais, por isso fui lá e can-celei”, disse.

Foi lá e cancelou o Cartão Bolsa Família. “Se eu precisar de novo, as portas estarão abertas”

Em agosto, no Rio de Janeiro, acontece mais uma Sustainable Brands Rio 2015

CURTAS

DESLIGAMENTO VOLUNTÁRIO/RETORNO GARANTIDO O QUE É: O Desligamento Voluntário/Retorno Garantido possibilita que as famílias que tiveram aumento de renda so-

licitem o desligamento do programa, ato que lhes garante retorno facilitado ao programa caso percam a renda e voltem à situação de pobreza ou extrema pobreza.

QUEM PODE USUFRUIR: Famílias que obtêm renda mensal por pessoa superior a meio salário mínimo (R$ 362, neste ano) e que solicitem o desligamento voluntário do Programa Bolsa Família.

COMO PEDIR: O responsável familiar deve procurar a gestão do Bolsa Família em sua cidade e preencher declaração solicitando o desligamento voluntário. Com esta iniciativa, a família tem o direito de retornar automaticamente ao Bolsa Família, sem precisar passar pelo processo de reinclusão do benefício, por 36 meses, contados a partir da data de solici-tação do desligamento.

LEGISLACÃO: Implantado a partir do Plano Brasil Sem Miséria e regulamentado por meio da Instrução Operacional nº 48, de 13 de outubro de 2011.

SERVIÇO Evento: Sustainable Brands Rio 2015Quando: 25 a 27 de agosto de 2015Onde: Windsor Barra Hotel - Rio de Janeiro

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10 VERDE

FOTOS TARCILIA REGO

FORTALEZASaber cuidar! Retratos de uma cidade...

Insustentável: Dia 16 de julho flagrei um carroceiro despejando lixo sobre a calçada da Rua Padre Luiz Figueira, esquina com a Barão de Aracati.

Cidadã: Grupo musical tocando chorinho, em manhã de domingo, no Parque Rio Branco.

Sustentável: Família curtindo uma ensolarada manhã de domingo, sob as sombras das árvores do Parque Rio Branco.

Feia: Sob o poste, o mato cresce em uma das ruas mais movimentadas da Gentilândia. A fiação exposta, expõe os desmantelos que tomam conta da cidade.

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11VERDE

Sequenciamento genético consegue determinar traços físicos referentes ao DNA coletado

Ovetto Caixotede Reciclagem

Reciclar é preciso, é possível e com estilo

Neo lixeira (Neo trash)

Com novos produtos provenientes da reciclagem inundando o mercado, a cada dia, tanto no escritório como em casa, torna-se necessário, reduzir as pegadas de carbono deixadas pelos confortos da vida moderna, fazendo--se necessário a segregação dos resí-duos que produzimos.

Embora não pareça muito agradá-

vel ter uma lixeira em casa, e muitas vezes considerando o recipiente que recebe a infinita quantidade de deje-tos que produzimos diariamente, um incomodo, é possível encontrar mo-delos diferentes e “bacanas” de lixei-ras. Mas isso só é possível, graças à criatividade de designers espalhados pelo mundo.

Concebido pelo designer indo-nésio Ingrid Njono, a “Neo” é um conceito lixeira que segrega lixo em quatro categorias diferentes: eletrônico; lixo seco e composta-gem. Separa de tal forma que não suja o material reciclável.

Projetado por Gianluca Sólidos, o termo Ovetto significa reciclagem de ovo. Ostentando uma forma simples, mas elegante, esta lixeira tem dois compartimentos para cuidar do lixo no estilo bem verde. De forma oval é elegante o suficiente para ostentá--la em qualquer canto da casa, nunca atrás das portas.

CURIOSIDADES

CIDADANIA

Em Hong Kong, combinações digitais ajudam a descobrir pessoas que jogam lixo no chão

Sequenciamento genético identifica “sujismundos” através do DNA

Em Hong Kong, o “Desafio Lim-peza de Hong Kong”, uma or-ganização não governamental, e a Ogilvy & Mather, agência de

publicidade de atuação global, trans-formaram a vida dos cidadãos em uma espécie de Big Brother, desencadeando ondas de constrangimentos naqueles que não respeitam a limpeza urbana.

Cidadãos comuns tiveram o ros-to estampado em outdoors. E não foi nada agradável o motivo que os levou às ruas , afinal, todo mundo ficou sa-

bendo que eles são tremendos “sujis-mundos” e têm o péssimo hábito de jogar lixo no chão.

A Ogilvy recolheu lixo de locais ao redor de Hong Kong e enviou amos-tras para um laboratório nos Estados Unidos, o Parabon Nanolabs, especia-lizado em sequenciamento de DNA. O Parabon analisou o material e criou combinações digitais de como seria a aparência daquelas pessoas. As ima-gens finalizadas estamparam os outdo-ors pela cidade.

O designer baseado em Londres, Baha-rash Bagherian criou uma lixeira eletrônica inteligente, móvel e versátil, que pode ser programado para co-municar informações relevantes tanto com o usuário como com a empresa de recicla-gem, graças à Tecno-logia Touch Screen, integrado.

e-Bin

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OPINIÃO

Por Ângela Costa e Júlia Manta*

12 VERDE

A questão das podasNas cidades, diferente das � ores-

tas, árvores têm que conviver se adaptando aos espaços urbanos, interagindo com passeios, praças,

ruas, edi� cações e � ações. A essa adapta-ção das árvores nas cidades, acrescenta--se a intervenção do homem sobre elas, que varia de acordo com o amor, respeito e o conhecimento que se tem sobre a sua importância. Das intervenções, a que ora iremos tratar, é a questão das podas.

Inicialmente é importante re� etir sobre o fato de que cada planta possui sua própria arquitetura. Há árvores com copas mais redondas, outras se alongam na horizontal, outras na vertical. Al-gumas têm raízes super� ciais, outras profundas, ou ainda formando divi-sões tabulares em torno do tronco, os sapopemas. Assim, antes de mais nada, é importante a escolha da árvore mais apropriada pro local onde irá crescer, dar sombra e embelezar.

Os tipos de podas mais indicados são a de formação e a � tossanitária, que venham junto com um planejamento e cuidado das áreas verdes. A poda de formação é aquela que vai cerceando de acordo com a tendência da árvore, pre-servando as características de cada es-pécie. Desde a planta muito jovem, esta poda vai guiando a muda no espaço em que se encontra, sem deformá-la e per-mitindo que a árvore se revele em sua potência. Já a poda � tossanitária, trata--se de uma intervenção que visa prote-ger a árvore de alguma doença, ou de infestação de algum parasita que esteja pondo em risco sua sobrevivência.

Em qualquer lugar civilizado, quando uma árvore já se encontra em determi-nado lugar onde haverá uma intervenção urbana, respeita-se a árvore. Qual esta-tuto que determina que as vias devem ser retas, ao invés de outros desenhos dife-rentes, que preservem árvores que ali já

estavam? No entanto, fruto de um mau planejamento e escolhas equivocadas, quando não suprimidas, a poda mais comum é aquela em função dos espaços

urbanos. Mas, ainda assim, esse tipo de intervenção pode variar, como dito aci-ma, de acordo com o grau de amor, res-peito e conhecimento que se tem sobre

a importância das árvores nos centros urbanos. Infelizmente, podas drásticas e sem conhecimento técnico é o que mais vemos na nossa cidade.

A tirar pelo resultado das podas em Fortaleza, a impressão que nos causa é que qualquer indivíduo capaz de mane-jar um facão ou serra elétrica está apto a executar esta tarefa, na visão dos con-tratantes. Mas o despreparo dos encar-regados resultam em podas mau feitas, que são a semente da maioria de futuros problemas, tais como doenças, apodre-cimento de galhos e troncos inclinados que podem cair sobre as vias. Isso sem falar na mutilação causada às árvores e o aspecto horrível que deixam. No caso da � ação elétrica, por exemplo, há meios de interferir na copa da planta minimamen-te, sem comprometer sua saúde e convi-vendo com os � os.

Existem técnicas que envolvem desde o período mais propício à poda, o local correto para o corte até a proteção do local cortado, como um curativo, para evitar infestação de organismos que pos-sam causar doenças no futuro, compro-metendo sua saúde. Mas o que tempos visto é algo próximo do caos total, res-ponsáveis pelas autorizações deliberando na maioria a favor de cortes e podas sem critério, empresas terceirizadas execu-tando a tarefa como se fossem lucrar com o quilo da copa eliminada.

Árvores não nascem e crescem para serem vendidas em retalhos a granel, nem viver como zumbis esquartejadas, resistindo e morrendo, morrendo e re-sistindo. Árvores estas que muitas vezes fazem parte da memória paisagística da cidade, que tanto quanto bens arquitetô-nicos, se inscrevem na história de Forta-leza. Por isso saímos em sua defesa, para que a cidade reconheça a importância de suas áreas verdes bonitas, e que sejam respeitadas e bem-cuidadas.