o estado verde 28/07/2015

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Terra 2.0. Tem gente que não acredita mas a Nasa descobriu que o nosso planeta tem um primo-irmão, é o Kepler-452b, o primeiro, realmente, similar e que pode até vir a ter água. Será? PÁGINA 3 A cidade que invejamos Para a arquiteta e urbanista Maria Emília Schettini, “na ânsia de parecermos modernos e civilizados, destruímos nosso patrimônio histórico e ambiental”. PÁGINA 8 Parklets, a nova varanda urbana Nove anos depois de sua invenção, já é uma realidade em todo o mundo e em Fortaleza, também. Por aqui, são poucos, mas decreto municipal já regulamenta o novo equipamento público. PÁGINA 12 FOTO INTERNET/DIVULGACÃO O ESTADO Ano VI Edição N o 399 Fortaleza, Ceará, Brasil Terça-feira, 28 de julho de 2015 PLS 425/2014 Prorrogado o fechamento dos lixões Senado já fechou a questão e enviou o projeto para a Câmara. Por enquanto, o meio ambiente vai perdendo e os municípios vão ganhando tempo para tratar questão. Páginas 6 e 7

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Jornal O Estado (Ceará)

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Page 1: O Estado Verde 28/07/2015

Terra 2.0. Tem gente que não acreditamas a Nasa descobriu que o nosso planeta tem um primo-irmão, é o Kepler-452b, o primeiro, realmente, similar e que pode até vir a ter água. Será?PÁGINA 3

A cidade que invejamosPara a arquiteta e urbanista Maria Emília Schettini, “na ânsia de parecermos modernos e civilizados, destruímos nosso patrimônio histórico e ambiental”.PÁGINA 8

Parklets, a nova varanda urbanaNove anos depois de sua invenção, já é uma realidade em todo o mundo e em Fortaleza, também. Por aqui, são poucos, mas decreto municipal já regulamenta o novo equipamento público.PÁGINA 12

FOTO INTERNET/DIVULGACÃO

O ESTADO Ano VI Edição No 399 Fortaleza, Ceará, Brasil Terça-feira, 28 de julho de 2015

PLS 425/2014

Prorrogado o fechamento dos lixões

Senado já fechou a questão e enviou o projeto para a Câmara. Por enquanto, o meio ambiente vai perdendo e os municípios vão ganhando tempo para tratar questão.

Páginas 6 e 7

Page 2: O Estado Verde 28/07/2015

2 VERDE

DronesA partir de agosto, a equipe de auditores fiscais da Superintendência Regional

do Trabalho e Emprego no Rio de Janeiro usará cinco aparelhos voadores não tripulados, os drones, para a fiscalização no estado. Outro equipamento será doado à Polícia Rodoviária Federal (PRF), que segundo o chefe de Planejamen-to da Seção de Segurança e Saúde no Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Rio de Janeiro, Raul Vital Brasil, PRF é a principal parceira do órgão nas operações de combate ao trabalho análogo ao de escravo.

Acredite, mas o uso de drone até agora não foi regulamentado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Uma pena, a tecnologia já poderia estar sen-do usada para vigiar nossas fronteiras , assim como desmatamentos, queimadas e ocupações irregulares. Sem contar, o tráfico de drogas.

Levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT), mostra que cerca de 80% das empresas de transporte rodoviário de cargas do país monitoram algum indicador relacionado à gestão ambiental. Entre os indicadores monitorados estão os que controlam o consumo de combustível, o uso de água, a geração de resíduos, o uso de energia elétrica e a emissão de fumaça. E ainda segundo a CNT, as empresas têm também metas para reduzir o uso dos recursos relacionados com o meio ambiente. Esta é uma boa notícia!

Dilma disse que está “perseguindo o reequilíbrio das contas públicas, que é parte essencial para que a economia se recupere”. Se o Brasil está mesmo perseguindo esta meta, deve, primeiramente, cortar ministérios e cargos de confiança. Esta é a carne que deve ser cortada, mas não, cortar na nossa carne [povo], impedindo-nos, inclusive, de comer carne. Até aí, menos mal, já que ser vegetariano é mais saudável. O problema é que nem para comprar verduras e hortaliças, está dando: quase R$ 7,00 o quilo do tomate. O povo está cortando tudo, mas o Governo, sequer, corta uma dessas secretarias com status de ministério. Corta Dilma.

Saul Leblon, genial, em artigo publicado na Carta Maior, disse que , a alternativa de Dilma é o “velho arrocho neoliberal, que aplicado nos últimos seis meses, resultou em esférico fracasso”. Ele afirma que não se trata de uma crítica, mas, de fatos:

“O ministro Joaquim Levy não apenas deixou de entregar o que prometeu, como aprofundou desequilíbrios existentes e criou outros novos”.

“É transferência de renda direto na veia do mercado financeiro. Enquanto o governo economizava R$ 18 bi em direitos trabalhistas e na previdência social para reforçar o superávit, as despesas com juros atingiriam R$ 85 bilhões... Dezenas de Lava Jatos canalizadas gentilmente aos endinheirados brasileiros, fazendo a dívida bruta aumentar em R$ 227,8 bilhões, apenas no primeiro trimestre.”

Ainda de acordo com Leblon, “a genialidade neoliberal é vender como ciência uma geringonça ideológica em que o acelerador do ajuste aciona o freio da economia e faz a sociedade capotar.” É isso, estamos capotando.

Aonde vamos parar? Os números são insustentáveis. Segundo o Banco Central, em março de 2005 a família brasileira destinava 19,3% da renda ao pagamento de dívidas, enquanto em abril de 2015, 46,5%.

Natura. Quinta-feira (30),porta-voz de sustentabilidade da marca vai conversar com a imprensa sobre a nova linha de Ekos e a relação desta com o meio ambiente.

Reflexão: “Siga o seu destino e o universo irá abrir portas para você onde antes só haviam muros.” Joseph Campbel, estudioso norte-americano de mitologia.

O Estado Verde (OeV) é uma iniciativa do Instituto Venelouis Xavier Pereira, com o apoio do jornal O Estado, para fomentar o desenvolvimento sustentável no Ceará. EDITORA Tarcilia Rego CONTEÚDO Equipe OeV. JORNALISTA Katy Araújo DIAGRAMAÇÃO E DESIGN Rafael F.Gomes TELEFONES (85) 3033.7500/3033 7505 E (85) 8844.6873 ENDEREÇO Rua Barão de Aracati, 1320 — Aldeota, Fortaleza, CE — CEP 60.115-081. www.oestadoce.com.br/o-estado-verde

28 de JulhoDia do Agricultor

Quando o alimento chega à nossa mesa, muitas vezes ignoramos que os agricultores são os responsáveis, especialmente a agricultura familiar que, responde por 70% pela produção brasileira. Se hoje batemos recordes agríco-las de produção de grãos, devemos a esses homens e mulheres que levantam cedo para cuidar da lavoura, seja ela de grande ou de pequeno porte. São 25 milhões de trabalhadores rurais no Brasil. Diferentemente de outros profis-sionais, o agricultor interage com a natureza e dela tira o próprio sustento e o nosso, também. Não é por menos que o Dia do Agricultor é tão importante quanto os outros que comemoramos no Brasil e o mundo, como o Dia do Meio Ambiente da Água.

30 de Julho - Dia Internacional da Ami-zade Data criada pelo argentino Enri-que Ernesto Febbraro, para celebrar a amizade. Primeiramente adotado em Buenos Ayres, na Argentina, através de um decreto, a data, gradualmente, foi sendo adotada em outras par-tes do mundo e atualmente, quase todos os países comemoram o dia.

30 de Julho - Entrega do Prêmio Banco do Nordeste de Jornalismo O Prêmio Banco do Nordeste de Jornalismo em Desenvolvimento Regional será entregue no próximo dia 30, durante evento realizado na sede do Banco, em Fortaleza (Av. Dr. Silas Munguba, 5.700. Passaré), às 17h30.Na oportuni-dade, serão conhecidos os vencedores das premiações nacionais e regionais nas categorias Mídia Impressa – Tex-to, Mídia Impressa – Foto, Mídia Eletrônica – Rádio, Mídia Eletrônica – TV e Mídia Eletrônica – Internet.

Serão concedidos, também, prêmio especial pra trabalho produzido em cidades com menos de 100 mil habitantes e prêmios universitários.

Até 31 de Julho - Inscrições para edital Juventude Rural foram prorrogadas Projetos que estimulem o protagonis-mo da juventude rural, a promoção da igualdade de gênero, o fortalecimento de práticas sustentáveis e de cultivo agroecológico e da agrobiodiversidade têm até 31 de julho para participar da seleção pública lançada pela Fundação Banco do Brasil, em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimen-to Econômico e Social (BNDES). A proposta é apoiar iniciativas que visam estruturar empreendimen-tos econômicos coletivos de grupos de jovens rurais de 15 a 29 anos. O investimento social total será de R$ 5 milhões. Para saber mais acesse www.fbbb.org.br/quem-somos/licitaçoes/.

3VERDE

Você acredita que existam outros planetas com vida semelhante a que conhecemos aqui na Terra? Não, responde o jornalista Ro-

dolfo Oliveira. Mas a Agência Espacial Norte Americana (Nasa) anunciou dia 23 de julho, a descoberta de um novo planeta na chamada “zona habitável”, e de acordo com a agência espacial, a des-coberta, já denominada de Kepler 452b, é bem maior do que a Terra, mas muito semelhante ao nosso planeta, e por isso, já está sendo chamado de Terra 2.0.

Pela primeira vez, os cientistas encon-traram o que parece ser um mundo ro-choso que orbita uma estrela semelhante ao Sol e a quase exatamente, a mesma dis-tância que a Terra orbita o nosso Sol. En-quanto outros planetas, potencialmente habitáveis, foram encontrados antes, este é o primeiro que, realmente, poderia vir a ser outra Terra. Será? O jornalista Ro-dolfo disse que não acredita que o Kepler, possa ser, por exemplo, habitado, como a Terra. E por que não? Somos especiais? Segundo ele, “sob o ponto de vista bio-molecular, somos quase um milagre.

“Acredito que haja vida primitiva fora da Terra, mas a probabilidade desse arranjo bioquímico de compostos e moléculas que fez surgir a vida no nosso planeta, não acredito que tenha acontecido, em outro ponto do universo”. O analista de dados do centro de pesquisa em Moffett Field, Califórnia, Jon Jenkins, que lide-rou a equipe que fez a descoberta, disse que todos os ingredientes e as condições de vida necessárias devem existir nele. “Podemos pensar no Kepler-452b como um primo maior e mais velho da Terra, o que proporciona oportunidade para entender e refletir sobre o ambiente em evolução dela”, disse. Quem ficou feliz com a novidade, foi a moradora da Praia de Iracema, Tereza Tavares Gondim.

Ela acredita que existe vida em ou-tros planetas, assim como por aqui. “Aliás, acho que melhor”, disse a fun-cionária pública, aposentada que fre-quenta um centro espírita, aonde, se-gunda ela, “lá”, as pessoas, na grande maioria, acreditam na existência de “seres em outros planetas”.

“Eu penso que o Kepler 452b é mais um passo para compreendermos a exis-tência de muitos outros planetas habi-táveis que estão fora do nosso sistema

e que ainda serão descobertos. Se não fosse assim, não se investiria tanto nas pesquisas espaciais”.

Sobre o Kepler-452bKepler 452b, encontrado pelo teles-

cópio espacial Kepler, da Nasa, está lo-calizado 1.400 anos-luz de nós, situado na constelação do Cisne. Ele orbita uma estrela que tem 4% mais massa e é 10% mais brilhante do que o nosso Sol. O planeta em si é 1,6 vezes o tamanho da Terra - tornando-se uma super Terra,

mas os cientistas estão certos de que ele é um mundo rochoso, devido ao seu ta-manho e pelo tipo de estrela que orbita.

De acordo com os pesquisadores da Nasa, o telescópio Kepler - que se en-contra há seis anos a procura de plane-tas semelhantes à Terra, fora de nosso sistema solar, conclui que o Kepler 452b temo uma temperatura ideal para a exis-tência de água líquida. Também, que o novo planeta é mais antigo que a Terra, tendo mais de seis milhões de anos do que o planeta onde vivemos.

Será que agora temos uma segunda Terra?

KEPLER-452B

Cientistas da Nasa anunciaram a descoberta de um planeta primo irmão do

nosso. É um mundo rochoso que orbita uma estrela semelhante ao Sol, e pode ter água

POR TARCILIA REGO do OeV

FOTO DIVULGAÇÃO

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2 VERDE

DronesA partir de agosto, a equipe de auditores fiscais da Superintendência Regional

do Trabalho e Emprego no Rio de Janeiro usará cinco aparelhos voadores não tripulados, os drones, para a fiscalização no estado. Outro equipamento será doado à Polícia Rodoviária Federal (PRF), que segundo o chefe de Planejamen-to da Seção de Segurança e Saúde no Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Rio de Janeiro, Raul Vital Brasil, PRF é a principal parceira do órgão nas operações de combate ao trabalho análogo ao de escravo.

Acredite, mas o uso de drone até agora não foi regulamentado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Uma pena, a tecnologia já poderia estar sen-do usada para vigiar nossas fronteiras , assim como desmatamentos, queimadas e ocupações irregulares. Sem contar, o tráfico de drogas.

Levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT), mostra que cerca de 80% das empresas de transporte rodoviário de cargas do país monitoram algum indicador relacionado à gestão ambiental. Entre os indicadores monitorados estão os que controlam o consumo de combustível, o uso de água, a geração de resíduos, o uso de energia elétrica e a emissão de fumaça. E ainda segundo a CNT, as empresas têm também metas para reduzir o uso dos recursos relacionados com o meio ambiente. Esta é uma boa notícia!

Dilma disse que está “perseguindo o reequilíbrio das contas públicas, que é parte essencial para que a economia se recupere”. Se o Brasil está mesmo perseguindo esta meta, deve, primeiramente, cortar ministérios e cargos de confiança. Esta é a carne que deve ser cortada, mas não, cortar na nossa carne [povo], impedindo-nos, inclusive, de comer carne. Até aí, menos mal, já que ser vegetariano é mais saudável. O problema é que nem para comprar verduras e hortaliças, está dando: quase R$ 7,00 o quilo do tomate. O povo está cortando tudo, mas o Governo, sequer, corta uma dessas secretarias com status de ministério. Corta Dilma.

Saul Leblon, genial, em artigo publicado na Carta Maior, disse que , a alternativa de Dilma é o “velho arrocho neoliberal, que aplicado nos últimos seis meses, resultou em esférico fracasso”. Ele afirma que não se trata de uma crítica, mas, de fatos:

“O ministro Joaquim Levy não apenas deixou de entregar o que prometeu, como aprofundou desequilíbrios existentes e criou outros novos”.

“É transferência de renda direto na veia do mercado financeiro. Enquanto o governo economizava R$ 18 bi em direitos trabalhistas e na previdência social para reforçar o superávit, as despesas com juros atingiriam R$ 85 bilhões... Dezenas de Lava Jatos canalizadas gentilmente aos endinheirados brasileiros, fazendo a dívida bruta aumentar em R$ 227,8 bilhões, apenas no primeiro trimestre.”

Ainda de acordo com Leblon, “a genialidade neoliberal é vender como ciência uma geringonça ideológica em que o acelerador do ajuste aciona o freio da economia e faz a sociedade capotar.” É isso, estamos capotando.

Aonde vamos parar? Os números são insustentáveis. Segundo o Banco Central, em março de 2005 a família brasileira destinava 19,3% da renda ao pagamento de dívidas, enquanto em abril de 2015, 46,5%.

Natura. Quinta-feira (30),porta-voz de sustentabilidade da marca vai conversar com a imprensa sobre a nova linha de Ekos e a relação desta com o meio ambiente.

Reflexão: “Siga o seu destino e o universo irá abrir portas para você onde antes só haviam muros.” Joseph Campbel, estudioso norte-americano de mitologia.

O Estado Verde (OeV) é uma iniciativa do Instituto Venelouis Xavier Pereira, com o apoio do jornal O Estado, para fomentar o desenvolvimento sustentável no Ceará. EDITORA Tarcilia Rego CONTEÚDO Equipe OeV. JORNALISTA Katy Araújo DIAGRAMAÇÃO E DESIGN Rafael F.Gomes TELEFONES (85) 3033.7500/3033 7505 E (85) 8844.6873 ENDEREÇO Rua Barão de Aracati, 1320 — Aldeota, Fortaleza, CE — CEP 60.115-081. www.oestadoce.com.br/o-estado-verde

28 de JulhoDia do Agricultor

Quando o alimento chega à nossa mesa, muitas vezes ignoramos que os agricultores são os responsáveis, especialmente a agricultura familiar que, responde por 70% pela produção brasileira. Se hoje batemos recordes agríco-las de produção de grãos, devemos a esses homens e mulheres que levantam cedo para cuidar da lavoura, seja ela de grande ou de pequeno porte. São 25 milhões de trabalhadores rurais no Brasil. Diferentemente de outros profis-sionais, o agricultor interage com a natureza e dela tira o próprio sustento e o nosso, também. Não é por menos que o Dia do Agricultor é tão importante quanto os outros que comemoramos no Brasil e o mundo, como o Dia do Meio Ambiente da Água.

30 de Julho - Dia Internacional da Ami-zade Data criada pelo argentino Enri-que Ernesto Febbraro, para celebrar a amizade. Primeiramente adotado em Buenos Ayres, na Argentina, através de um decreto, a data, gradualmente, foi sendo adotada em outras par-tes do mundo e atualmente, quase todos os países comemoram o dia.

30 de Julho - Entrega do Prêmio Banco do Nordeste de Jornalismo O Prêmio Banco do Nordeste de Jornalismo em Desenvolvimento Regional será entregue no próximo dia 30, durante evento realizado na sede do Banco, em Fortaleza (Av. Dr. Silas Munguba, 5.700. Passaré), às 17h30.Na oportuni-dade, serão conhecidos os vencedores das premiações nacionais e regionais nas categorias Mídia Impressa – Tex-to, Mídia Impressa – Foto, Mídia Eletrônica – Rádio, Mídia Eletrônica – TV e Mídia Eletrônica – Internet.

Serão concedidos, também, prêmio especial pra trabalho produzido em cidades com menos de 100 mil habitantes e prêmios universitários.

Até 31 de Julho - Inscrições para edital Juventude Rural foram prorrogadas Projetos que estimulem o protagonis-mo da juventude rural, a promoção da igualdade de gênero, o fortalecimento de práticas sustentáveis e de cultivo agroecológico e da agrobiodiversidade têm até 31 de julho para participar da seleção pública lançada pela Fundação Banco do Brasil, em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimen-to Econômico e Social (BNDES). A proposta é apoiar iniciativas que visam estruturar empreendimen-tos econômicos coletivos de grupos de jovens rurais de 15 a 29 anos. O investimento social total será de R$ 5 milhões. Para saber mais acesse www.fbbb.org.br/quem-somos/licitaçoes/.

3VERDE

Você acredita que existam outros planetas com vida semelhante a que conhecemos aqui na Terra? Não, responde o jornalista Ro-

dolfo Oliveira. Mas a Agência Espacial Norte Americana (Nasa) anunciou dia 23 de julho, a descoberta de um novo planeta na chamada “zona habitável”, e de acordo com a agência espacial, a des-coberta, já denominada de Kepler 452b, é bem maior do que a Terra, mas muito semelhante ao nosso planeta, e por isso, já está sendo chamado de Terra 2.0.

Pela primeira vez, os cientistas encon-traram o que parece ser um mundo ro-choso que orbita uma estrela semelhante ao Sol e a quase exatamente, a mesma dis-tância que a Terra orbita o nosso Sol. En-quanto outros planetas, potencialmente habitáveis, foram encontrados antes, este é o primeiro que, realmente, poderia vir a ser outra Terra. Será? O jornalista Ro-dolfo disse que não acredita que o Kepler, possa ser, por exemplo, habitado, como a Terra. E por que não? Somos especiais? Segundo ele, “sob o ponto de vista bio-molecular, somos quase um milagre.

“Acredito que haja vida primitiva fora da Terra, mas a probabilidade desse arranjo bioquímico de compostos e moléculas que fez surgir a vida no nosso planeta, não acredito que tenha acontecido, em outro ponto do universo”. O analista de dados do centro de pesquisa em Moffett Field, Califórnia, Jon Jenkins, que lide-rou a equipe que fez a descoberta, disse que todos os ingredientes e as condições de vida necessárias devem existir nele. “Podemos pensar no Kepler-452b como um primo maior e mais velho da Terra, o que proporciona oportunidade para entender e refletir sobre o ambiente em evolução dela”, disse. Quem ficou feliz com a novidade, foi a moradora da Praia de Iracema, Tereza Tavares Gondim.

Ela acredita que existe vida em ou-tros planetas, assim como por aqui. “Aliás, acho que melhor”, disse a fun-cionária pública, aposentada que fre-quenta um centro espírita, aonde, se-gunda ela, “lá”, as pessoas, na grande maioria, acreditam na existência de “seres em outros planetas”.

“Eu penso que o Kepler 452b é mais um passo para compreendermos a exis-tência de muitos outros planetas habi-táveis que estão fora do nosso sistema

e que ainda serão descobertos. Se não fosse assim, não se investiria tanto nas pesquisas espaciais”.

Sobre o Kepler-452bKepler 452b, encontrado pelo teles-

cópio espacial Kepler, da Nasa, está lo-calizado 1.400 anos-luz de nós, situado na constelação do Cisne. Ele orbita uma estrela que tem 4% mais massa e é 10% mais brilhante do que o nosso Sol. O planeta em si é 1,6 vezes o tamanho da Terra - tornando-se uma super Terra,

mas os cientistas estão certos de que ele é um mundo rochoso, devido ao seu ta-manho e pelo tipo de estrela que orbita.

De acordo com os pesquisadores da Nasa, o telescópio Kepler - que se en-contra há seis anos a procura de plane-tas semelhantes à Terra, fora de nosso sistema solar, conclui que o Kepler 452b temo uma temperatura ideal para a exis-tência de água líquida. Também, que o novo planeta é mais antigo que a Terra, tendo mais de seis milhões de anos do que o planeta onde vivemos.

Será que agora temos uma segunda Terra?

KEPLER-452B

Cientistas da Nasa anunciaram a descoberta de um planeta primo irmão do

nosso. É um mundo rochoso que orbita uma estrela semelhante ao Sol, e pode ter água

POR TARCILIA REGO do OeV

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Poluição atmosférica leva morte às metrópolesA conclusão de recentes pesquisas desenvolvidas ao longo dos últimos vinte anos

por universidades europeias, dá conta de que o maior assassino nos grandes centros urbanos é a poluição atmosférica. O crescimento desordenado das cidades, a dese-ducação das populações e, sobretudo, o desenvolvimento industrial que coloca no ar toneladas de poluentes, estão na raiz desse mal até aqui insanável, que infelicita a sociedade moderna. Todos protestam contra a situação, mas ninguém deixa, por exemplo, de comprar um veículo automotor, por necessidade ou por mera vaidade. As nações se revezam em cúpulas de discussão sobre poluição atmosférica, mas as nações que mais poluem, como China e Estados Unidos são as primeiras a se ne-garem a assinar acordos que de� nam padrões mínimos de emissão de poluentes. O famoso Protocolo de Kyoto é um exemplo claro de que as nações industrialmente desenvolvidas e mais poluidoras sempre exigem que os países em desenvolvimento façam sua parte sem que elas, no entanto, façam o seu dever de casa.

Padrões de qualidade Segundo determina a Organização Mundial da Saúde – OMS, os “Padrões de Qualidade do Ar (PQAr) variam de acordo com a abordagem adotada para balancear riscos à saúde, viabilidade técnica, considerações econômicas e vários outros fatores políticos e sociais, que por sua vez dependem, entre outras coisas, do nível de desenvolvimento e da capacidade nacional de gerenciar a qualidade do ar. As diretrizes recomendadas pela OMS levam em conta esta heterogeneidade e, em particular, reconhecem que, ao formularem políticas de qualidade do ar, os governos devem considerar cuidadosamente suas circunstâncias locais antes de adotarem os valores propostos como padrões nacionais.

Níveis toleráveisNo Brasil os padrões de qualidade do ar foram estabelecidos pela Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente e seguem divisão em padrões primários e secundários. São padrões primários de qualidade do ar as concentrações de poluentes que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população. Podem ser entendidos como níveis máximos toleráveis de concentração de poluentes atmosféricos, constituindo-se em metas de curto e médio prazo. São padrões secundários de qualidade do ar as concentrações de poluentes atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem estar da população, assim como o mínimo dano à fauna e a � ora, aos materiais e ao meio ambiente em

geral. Podem ser entendidos como níveis desejados de concentração de poluentes, constituindo-se em meta de longo prazo.

Parâmetros regulamentadosA supramencionada Resolução do Conama que prevê a aplicação diferenciada de padrões primários e secundários requer que o território nacional seja dividido em classes I, II e III conforme o uso pretendido. A mesma resolução prevê ainda que enquanto não for estabelecida a classi� cação das áreas, os padrões aplicáveis serão os primários. Os parâmetros regulamentados pela legislação ambiental são os seguintes: partículas totais em suspensão, fumaça, partículas inaláveis, dióxido de enxofre, monóxido de carbono, ozônio e dióxido de nitrogênio. A mesma resolução estabelece ainda os critérios para episódios agudos de poluição do ar. Ressalte-se que a declaração dos estados de Atenção, Alerta e Emergência requer, além dos níveis de concentração atingidos, a previsão de condições meteorológicas desfavoráveis à dispersão dos poluentes.

Lei de poluentesPosteriormente, em 1993, como re� exo das exigências da conferência sobre meio ambiente ocorrida no Rio de Janeiro, em 1992 (ECO-92), o governo Itamar Franco propôs de� nições legais que foram editadas na Lei 8.723, a qual “dispõe sobre a redução de emissão de poluentes por veículos automotores e dá outras providências”.

[email protected]

Empreender não é fácil e nem simples. Enganam-se aqueles que pensam que para ter um negócio de sucesso basta apenas

investir um valor � nanceiro, em um determinado setor. Alcançar o sucesso empresarial é muito mais que abrir um negócio.

Uma pesquisa da União Europeia realizada na região e nas maiores eco-nomias do mundo colocou o Brasil como o segundo lugar entre os países com maior tendência para o empreen-dedorismo – de acordo com os resul-tados, 63% dos brasileiros preferem trabalhar em um negócio próprio. A pesquisa incluiu os 27 membros da União Europeia e mais 13 nações, en-tre elas, China, EUA, Rússia, Índia e Japão. O primeiro lugar � cou com a Turquia, com 82%.

Empreender é a força do fazer acon-tecer, em qualquer área, seja de forma inédita ou não. É o envolvimento de pessoas e processos. É o principal fator promotor do desenvolvimento econô-mico e social de um país. É identi� car oportunidades, agarrá-las e buscar os recursos para transformá-las em negó-cio lucrativo.

O empreendedor de sucesso é a pes-soa capaz de gerar bons resultados em qualquer área de atividade, é aquele que motiva ações e cultiva ideias em prol do bem estar comum. O empreen-dedor de sucesso é, de fato, aquele que tem um novo olhar sobre o mundo à medida que presencia a evolução. Para isso, ele precisa apresentar determina-das habilidades e competências

para criar, abrir e gerir um negócio, ge-rando resultados positivos.

As características técnicas de um empreendedor de sucesso envolvem a habilidade em saber escrever, ouvir as pessoas e captar informações. Além de ser organizado, saber liderar e traba-lhar em equipe. Para a segunda cate-goria, classi� camos as características gerenciais envolvidas na criação e ge-renciamento da empresa. O conheci-mento em marketing, administração, � nanças, operacional, produção, toma-da de decisão, planejamento e controle.

Finalizando as categorias, o empre-endedor de sucesso precisa ser extre-mamente disciplinado, assumir riscos, ser inovador, ter ousadia, persistência, ser visionário, ter iniciativa, coragem, humildade e principalmente ter paixão pelo que faz. Claro que existem outras características como criatividade, au-tocon� ança, pró atividade, otimismo e senso de oportunidade que comple-mentam o per� l.

E mesmo quando os aspirantes a empreendedores tem as características citadas acima, por vezes uma regra bá-sica é esquecida: é preciso conhecer o mínimo a respeito da atividade que se pretende desenvolver e do mercado no qual quer se envolver. Familiarizar-se com aquilo que se deseja vender, seja o que for, é essencial.

E completando, é claro que o suces-so empresarial tem uma boa dose de sorte. No entanto, atribuir o suces-

so dessas p e s s o a s ,

única e exclu-s i v a -m e n -te ao

f a t o r sorte, é um

raciocínio simplista e também uma injustiça com elas. Vale lembrar que errar também faz parte da vida de qualquer empreendedor. No entanto, no segundo caso, o mais importante é aprender com o erro e jamais cometê-

-lo novamente. O segredo é transformar seus erros e

fracassos em lições.

O empreendedor de sucesso

ARTIGOJanguiê Diniz

Emergência requer, além dos níveis de

condições meteorológicas desfavoráveis

tem um novo olhar sobre o mundo à medida que presencia a evolução. Para isso, ele precisa apresentar determina-das habilidades e competências

sorte. No entanto, atribuir o suces-so dessas

p e s s o a s , única e exclu-s i v a -m e n -te ao

f a t o r sorte, é um

raciocínio simplista e também uma injustiça com elas. Vale lembrar que errar também faz parte da vida de qualquer empreendedor. No entanto, no segundo caso, o mais importante é aprender com o erro e jamais cometê-

-lo novamente. O segredo é transformar seus erros e

fracassos em lições.

Reitor da UNINASSAU

5VERDE

Banco do Nordeste realiza Fórum deDesenvolvimento no próximo dia 31

R$ 11 mi em investimentos para educação, infraestrutura e abastecimento hídrico

As teorias sobre alianças e es-tratégias colaborativas são re-lativamente recentes. O que se observa ao longo das últimas

três décadas é que o mundo passou por um processo de rápidas e drásticas mudanças, imprimindo uma dinami-cidade jamais vista nas relações socioe-conômicas de grupos sociais, empresas e países, contexto que exige mudanças organizacionais radicais, inclusive for-çando as empresas e a sociedade a re-verem seus paradigmas tradicionais.

O presente artigo tem como objetivo principal responder à questão: Como a questão da sustentabilidade tornou-se estratégica para as empresas e de que forma alianças colaborativas contri-buem para esse novo paradigma orga-nizacional?

Ferramentas de gestão como os In-dicadores ETHOS de Sustentabilidade foram criadas com esse intuito, bem como a ISO 26000, norma internacio-nal de responsabilidade social; o GRI – Global Reporting Initiative; as Metas do Milênio estabelecidas pela ONU; dentre outros.

Certamente a falta de ferramentas não é o motivo principal.

O que está realmente carecendo é de crenças e valores sobre a real perti-nência desse novo paradigma em que o lucro deve ser visto também sob a ótica da ética e da responsabilidade com os diversos públicos que a empresa se re-laciona: clientes, fornecedores, comu-nidade do entorno, governo e público interno, para falar de alguns.

As organizações por muito tempo percebiam apenas que eram proces-sadoras de insumos para produzir produtos e para isso contratavam for-necedores e procuravam clientes inte-ressados nos seus produtos.

Com o título de “A Grande Ideia”, Porter & Kramer lançaram a idéia de Criação de Valor Compartilhado (CVC) em 2011. Em seu artigo “Estra-tégia e Sociedade: o elo entre a vanta-gem competitiva e responsabilidade social empresarial (RSE)”, publicado originalmente na Harvard Business Review (2006), criticam o fato de que as abordagens dominantes à RSE são tão fragmentadas e desvinculadas da empresa e da estratégia que ocultam muitas das grandes oportunidades

para que a empresa bene� cie a socie-dade.

Acredito que a nova geração de jovens, consumidores e funcioná-

rios, está demandando das empresas à adoção de um modelo gerencial que provoque mudanças positivas

em todos os seus públicos de in-teresse e que integre a responsa-

bilidade socioambiental ao seu contexto competitivo e assim respondemos à questão do início do arti-

go sobre como a questão da sustentabilidade é estratégica

e necessita de uma visão e de práticas colaborativas e de valor

compartilhado.

“O papel do banco de desen-volvimento na economia do século XXI” é o tema do XXI Fórum Banco do

Nordeste de Desenvolvimento, que acontece dia 31 de julho, na sede da instituição em Fortaleza (Av. Dr. Silas Munguba, 5.700, Passaré), a partir das 8h30. O evento comemora os 63 anos da maior instituição � nanceira de de-senvolvimento regional da América Latina, e tem o objetivo de mobilizar a classe empresarial e política, gover-nos, comunidade acadêmica e terceiro setor, em torno de questões relevantes para o desenvolvimento regional.

A programação contempla três pai-néis temáticos: “A promoção da inclu-são social”; “Produtividade, competiti-

vidade e inovação: perspectivas para o Nordeste”; e “Desa� os do � nanciamen-to à infraestrutura”. Além dos painéis, também haverá a entrega da Comenda Banco do Nordeste de Desenvolvimen-to Regional e lançamento do Selo “10 Anos de AgroAmigo”.

Participarão do fórum representan-tes de instituições parceiras como Mi-nistério da Fazenda, BNDES, Confe-deração Nacional da Indústria (CNI), Sebrae e Associação Nacional dos Cen-tros de Pós-Graduação em Economia. Também estarão presentes executivos da iniciativa privada, autoridades polí-ticas, professores, economistas, ONGs e promotores de políticas de desenvol-vimento em âmbito regional, nacional e internacional

Durante almoço com lideranças empresariais, o prefeito Roberto Cláudio, acompanhado do secre-

tário do Desenvolvimento Econômi-co de Fortaleza, Robinson de Castro, apresentou a nova Lei de Incentivos Fiscais nº 205/2015, dia 24, na Federa-ção das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). Aprovada na Câmara Municipal e sancionada pelo prefeito, a Lei de In-centivos Fiscais prevê atração de inves-timentos para cidade por meio da con-cessão de benefícios � scais às empresas instaladas em locais com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), além do apoio ao desenvolvimento de Parques Tecnológicos no Município.

Com a proposta de desconcentrar a instalação de novas empresas e desen-volver um ambiente propício aos negó-

cios, a Lei nº205/2015 favorecerá novas vocações econômicas no município, além de gerar empregos quali� cados.

A nova lei cria o Programa de De-senvolvimento Econômico do Muni-cípio de Fortaleza (Prodefor), que in-centiva o desenvolvimento econômico e social do município de Fortaleza, a partir da concessão de incentivos � s-cais às empresas instaladas nos bair-ros com menor Índice de Desenvolvi-mento Humano (IDH) e o Programa de Apoio a Parques Tecnológicos e Criativos de Fortaleza (Parqfor) para incentivar o desenvolvimento de par-ques tecnológicos e criativos na cidade e, como consequência, promover in-vestimentos em pesquisa e desenvol-vimento, além da geração de empregos formais mais quali� cados.

Governador Camilo Santana assi-nou, dia 26, um pacote de inves-timentos para o desenvolvimento da educação básica, infraestrutu-

ra e abastecimento hídrico do município de Saboeiro, a 434 km da Capital, na re-gião dos Inhamuns. Foram assinadas as ordens de serviços para construção do Centro de Educação Infantil (CEI), esco-

la padrão de ensino fundamental com 12 salas de aula equipadas, espaço edu-cacional, recreativo e de lazer do Açu-de Público Municipal, pavimentação das estradas que dão acesso aos distritos de Malhada, Barrinha, Flamengo e Sítio Barra, além do sistema de abastecimento de água comunidades de Aroeira Ferra-da e Canal.

Alianças colaborativas para a sustentabilidade

Prefeitura apresenta Lei de Incentivos Fiscais para estimular o surgimento de novos negócios

ARTIGOCybelle Borges

Socióloga

R$ 11 mi em investimentos para educação,

Certamente a falta de ferramentas não é o motivo principal.

muitas das grandes oportunidades para que a empresa bene� cie a socie-

dade. Acredito que a nova geração de

jovens, consumidores e funcioná-rios, está demandando das empresas à adoção de um modelo gerencial que provoque mudanças positivas

em todos os seus públicos de in-teresse e que integre a responsa-

bilidade socioambiental ao seu contexto competitivo e assim respondemos à questão do início do arti-

go sobre como a questão da sustentabilidade é estratégica

e necessita de uma visão e de práticas colaborativas e de valor

compartilhado.

e, como consequência, promover in-vestimentos em pesquisa e desenvol-vimento, além da geração de empregos

la padrão de ensino fundamental com 12 salas de aula equipadas, espaço edu-cacional, recreativo e de lazer do Açu-de Público Municipal, pavimentação das estradas que dão acesso aos distritos de Malhada, Barrinha, Flamengo e Sítio Barra, além do sistema de abastecimento de água comunidades de Aroeira Ferra-

Page 5: O Estado Verde 28/07/2015

4 VERDE4 VERDE

Poluição atmosférica leva morte às metrópolesA conclusão de recentes pesquisas desenvolvidas ao longo dos últimos vinte anos

por universidades europeias, dá conta de que o maior assassino nos grandes centros urbanos é a poluição atmosférica. O crescimento desordenado das cidades, a dese-ducação das populações e, sobretudo, o desenvolvimento industrial que coloca no ar toneladas de poluentes, estão na raiz desse mal até aqui insanável, que infelicita a sociedade moderna. Todos protestam contra a situação, mas ninguém deixa, por exemplo, de comprar um veículo automotor, por necessidade ou por mera vaidade. As nações se revezam em cúpulas de discussão sobre poluição atmosférica, mas as nações que mais poluem, como China e Estados Unidos são as primeiras a se ne-garem a assinar acordos que de� nam padrões mínimos de emissão de poluentes. O famoso Protocolo de Kyoto é um exemplo claro de que as nações industrialmente desenvolvidas e mais poluidoras sempre exigem que os países em desenvolvimento façam sua parte sem que elas, no entanto, façam o seu dever de casa.

Padrões de qualidade Segundo determina a Organização Mundial da Saúde – OMS, os “Padrões de Qualidade do Ar (PQAr) variam de acordo com a abordagem adotada para balancear riscos à saúde, viabilidade técnica, considerações econômicas e vários outros fatores políticos e sociais, que por sua vez dependem, entre outras coisas, do nível de desenvolvimento e da capacidade nacional de gerenciar a qualidade do ar. As diretrizes recomendadas pela OMS levam em conta esta heterogeneidade e, em particular, reconhecem que, ao formularem políticas de qualidade do ar, os governos devem considerar cuidadosamente suas circunstâncias locais antes de adotarem os valores propostos como padrões nacionais.

Níveis toleráveisNo Brasil os padrões de qualidade do ar foram estabelecidos pela Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente e seguem divisão em padrões primários e secundários. São padrões primários de qualidade do ar as concentrações de poluentes que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população. Podem ser entendidos como níveis máximos toleráveis de concentração de poluentes atmosféricos, constituindo-se em metas de curto e médio prazo. São padrões secundários de qualidade do ar as concentrações de poluentes atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem estar da população, assim como o mínimo dano à fauna e a � ora, aos materiais e ao meio ambiente em

geral. Podem ser entendidos como níveis desejados de concentração de poluentes, constituindo-se em meta de longo prazo.

Parâmetros regulamentadosA supramencionada Resolução do Conama que prevê a aplicação diferenciada de padrões primários e secundários requer que o território nacional seja dividido em classes I, II e III conforme o uso pretendido. A mesma resolução prevê ainda que enquanto não for estabelecida a classi� cação das áreas, os padrões aplicáveis serão os primários. Os parâmetros regulamentados pela legislação ambiental são os seguintes: partículas totais em suspensão, fumaça, partículas inaláveis, dióxido de enxofre, monóxido de carbono, ozônio e dióxido de nitrogênio. A mesma resolução estabelece ainda os critérios para episódios agudos de poluição do ar. Ressalte-se que a declaração dos estados de Atenção, Alerta e Emergência requer, além dos níveis de concentração atingidos, a previsão de condições meteorológicas desfavoráveis à dispersão dos poluentes.

Lei de poluentesPosteriormente, em 1993, como re� exo das exigências da conferência sobre meio ambiente ocorrida no Rio de Janeiro, em 1992 (ECO-92), o governo Itamar Franco propôs de� nições legais que foram editadas na Lei 8.723, a qual “dispõe sobre a redução de emissão de poluentes por veículos automotores e dá outras providências”.

[email protected]

Empreender não é fácil e nem simples. Enganam-se aqueles que pensam que para ter um negócio de sucesso basta apenas

investir um valor � nanceiro, em um determinado setor. Alcançar o sucesso empresarial é muito mais que abrir um negócio.

Uma pesquisa da União Europeia realizada na região e nas maiores eco-nomias do mundo colocou o Brasil como o segundo lugar entre os países com maior tendência para o empreen-dedorismo – de acordo com os resul-tados, 63% dos brasileiros preferem trabalhar em um negócio próprio. A pesquisa incluiu os 27 membros da União Europeia e mais 13 nações, en-tre elas, China, EUA, Rússia, Índia e Japão. O primeiro lugar � cou com a Turquia, com 82%.

Empreender é a força do fazer acon-tecer, em qualquer área, seja de forma inédita ou não. É o envolvimento de pessoas e processos. É o principal fator promotor do desenvolvimento econô-mico e social de um país. É identi� car oportunidades, agarrá-las e buscar os recursos para transformá-las em negó-cio lucrativo.

O empreendedor de sucesso é a pes-soa capaz de gerar bons resultados em qualquer área de atividade, é aquele que motiva ações e cultiva ideias em prol do bem estar comum. O empreen-dedor de sucesso é, de fato, aquele que tem um novo olhar sobre o mundo à medida que presencia a evolução. Para isso, ele precisa apresentar determina-das habilidades e competências

para criar, abrir e gerir um negócio, ge-rando resultados positivos.

As características técnicas de um empreendedor de sucesso envolvem a habilidade em saber escrever, ouvir as pessoas e captar informações. Além de ser organizado, saber liderar e traba-lhar em equipe. Para a segunda cate-goria, classi� camos as características gerenciais envolvidas na criação e ge-renciamento da empresa. O conheci-mento em marketing, administração, � nanças, operacional, produção, toma-da de decisão, planejamento e controle.

Finalizando as categorias, o empre-endedor de sucesso precisa ser extre-mamente disciplinado, assumir riscos, ser inovador, ter ousadia, persistência, ser visionário, ter iniciativa, coragem, humildade e principalmente ter paixão pelo que faz. Claro que existem outras características como criatividade, au-tocon� ança, pró atividade, otimismo e senso de oportunidade que comple-mentam o per� l.

E mesmo quando os aspirantes a empreendedores tem as características citadas acima, por vezes uma regra bá-sica é esquecida: é preciso conhecer o mínimo a respeito da atividade que se pretende desenvolver e do mercado no qual quer se envolver. Familiarizar-se com aquilo que se deseja vender, seja o que for, é essencial.

E completando, é claro que o suces-so empresarial tem uma boa dose de sorte. No entanto, atribuir o suces-

so dessas p e s s o a s ,

única e exclu-s i v a -m e n -te ao

f a t o r sorte, é um

raciocínio simplista e também uma injustiça com elas. Vale lembrar que errar também faz parte da vida de qualquer empreendedor. No entanto, no segundo caso, o mais importante é aprender com o erro e jamais cometê-

-lo novamente. O segredo é transformar seus erros e

fracassos em lições.

O empreendedor de sucesso

ARTIGOJanguiê Diniz

Emergência requer, além dos níveis de

condições meteorológicas desfavoráveis

tem um novo olhar sobre o mundo à medida que presencia a evolução. Para isso, ele precisa apresentar determina-das habilidades e competências

sorte. No entanto, atribuir o suces-so dessas

p e s s o a s , única e exclu-s i v a -m e n -te ao

f a t o r sorte, é um

raciocínio simplista e também uma injustiça com elas. Vale lembrar que errar também faz parte da vida de qualquer empreendedor. No entanto, no segundo caso, o mais importante é aprender com o erro e jamais cometê-

-lo novamente. O segredo é transformar seus erros e

fracassos em lições.

Reitor da UNINASSAU

5VERDE

Banco do Nordeste realiza Fórum deDesenvolvimento no próximo dia 31

R$ 11 mi em investimentos para educação, infraestrutura e abastecimento hídrico

As teorias sobre alianças e es-tratégias colaborativas são re-lativamente recentes. O que se observa ao longo das últimas

três décadas é que o mundo passou por um processo de rápidas e drásticas mudanças, imprimindo uma dinami-cidade jamais vista nas relações socioe-conômicas de grupos sociais, empresas e países, contexto que exige mudanças organizacionais radicais, inclusive for-çando as empresas e a sociedade a re-verem seus paradigmas tradicionais.

O presente artigo tem como objetivo principal responder à questão: Como a questão da sustentabilidade tornou-se estratégica para as empresas e de que forma alianças colaborativas contri-buem para esse novo paradigma orga-nizacional?

Ferramentas de gestão como os In-dicadores ETHOS de Sustentabilidade foram criadas com esse intuito, bem como a ISO 26000, norma internacio-nal de responsabilidade social; o GRI – Global Reporting Initiative; as Metas do Milênio estabelecidas pela ONU; dentre outros.

Certamente a falta de ferramentas não é o motivo principal.

O que está realmente carecendo é de crenças e valores sobre a real perti-nência desse novo paradigma em que o lucro deve ser visto também sob a ótica da ética e da responsabilidade com os diversos públicos que a empresa se re-laciona: clientes, fornecedores, comu-nidade do entorno, governo e público interno, para falar de alguns.

As organizações por muito tempo percebiam apenas que eram proces-sadoras de insumos para produzir produtos e para isso contratavam for-necedores e procuravam clientes inte-ressados nos seus produtos.

Com o título de “A Grande Ideia”, Porter & Kramer lançaram a idéia de Criação de Valor Compartilhado (CVC) em 2011. Em seu artigo “Estra-tégia e Sociedade: o elo entre a vanta-gem competitiva e responsabilidade social empresarial (RSE)”, publicado originalmente na Harvard Business Review (2006), criticam o fato de que as abordagens dominantes à RSE são tão fragmentadas e desvinculadas da empresa e da estratégia que ocultam muitas das grandes oportunidades

para que a empresa bene� cie a socie-dade.

Acredito que a nova geração de jovens, consumidores e funcioná-

rios, está demandando das empresas à adoção de um modelo gerencial que provoque mudanças positivas

em todos os seus públicos de in-teresse e que integre a responsa-

bilidade socioambiental ao seu contexto competitivo e assim respondemos à questão do início do arti-

go sobre como a questão da sustentabilidade é estratégica

e necessita de uma visão e de práticas colaborativas e de valor

compartilhado.

“O papel do banco de desen-volvimento na economia do século XXI” é o tema do XXI Fórum Banco do

Nordeste de Desenvolvimento, que acontece dia 31 de julho, na sede da instituição em Fortaleza (Av. Dr. Silas Munguba, 5.700, Passaré), a partir das 8h30. O evento comemora os 63 anos da maior instituição � nanceira de de-senvolvimento regional da América Latina, e tem o objetivo de mobilizar a classe empresarial e política, gover-nos, comunidade acadêmica e terceiro setor, em torno de questões relevantes para o desenvolvimento regional.

A programação contempla três pai-néis temáticos: “A promoção da inclu-são social”; “Produtividade, competiti-

vidade e inovação: perspectivas para o Nordeste”; e “Desa� os do � nanciamen-to à infraestrutura”. Além dos painéis, também haverá a entrega da Comenda Banco do Nordeste de Desenvolvimen-to Regional e lançamento do Selo “10 Anos de AgroAmigo”.

Participarão do fórum representan-tes de instituições parceiras como Mi-nistério da Fazenda, BNDES, Confe-deração Nacional da Indústria (CNI), Sebrae e Associação Nacional dos Cen-tros de Pós-Graduação em Economia. Também estarão presentes executivos da iniciativa privada, autoridades polí-ticas, professores, economistas, ONGs e promotores de políticas de desenvol-vimento em âmbito regional, nacional e internacional

Durante almoço com lideranças empresariais, o prefeito Roberto Cláudio, acompanhado do secre-

tário do Desenvolvimento Econômi-co de Fortaleza, Robinson de Castro, apresentou a nova Lei de Incentivos Fiscais nº 205/2015, dia 24, na Federa-ção das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). Aprovada na Câmara Municipal e sancionada pelo prefeito, a Lei de In-centivos Fiscais prevê atração de inves-timentos para cidade por meio da con-cessão de benefícios � scais às empresas instaladas em locais com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), além do apoio ao desenvolvimento de Parques Tecnológicos no Município.

Com a proposta de desconcentrar a instalação de novas empresas e desen-volver um ambiente propício aos negó-

cios, a Lei nº205/2015 favorecerá novas vocações econômicas no município, além de gerar empregos quali� cados.

A nova lei cria o Programa de De-senvolvimento Econômico do Muni-cípio de Fortaleza (Prodefor), que in-centiva o desenvolvimento econômico e social do município de Fortaleza, a partir da concessão de incentivos � s-cais às empresas instaladas nos bair-ros com menor Índice de Desenvolvi-mento Humano (IDH) e o Programa de Apoio a Parques Tecnológicos e Criativos de Fortaleza (Parqfor) para incentivar o desenvolvimento de par-ques tecnológicos e criativos na cidade e, como consequência, promover in-vestimentos em pesquisa e desenvol-vimento, além da geração de empregos formais mais quali� cados.

Governador Camilo Santana assi-nou, dia 26, um pacote de inves-timentos para o desenvolvimento da educação básica, infraestrutu-

ra e abastecimento hídrico do município de Saboeiro, a 434 km da Capital, na re-gião dos Inhamuns. Foram assinadas as ordens de serviços para construção do Centro de Educação Infantil (CEI), esco-

la padrão de ensino fundamental com 12 salas de aula equipadas, espaço edu-cacional, recreativo e de lazer do Açu-de Público Municipal, pavimentação das estradas que dão acesso aos distritos de Malhada, Barrinha, Flamengo e Sítio Barra, além do sistema de abastecimento de água comunidades de Aroeira Ferra-da e Canal.

Alianças colaborativas para a sustentabilidade

Prefeitura apresenta Lei de Incentivos Fiscais para estimular o surgimento de novos negócios

ARTIGOCybelle Borges

Socióloga

R$ 11 mi em investimentos para educação,

Certamente a falta de ferramentas não é o motivo principal.

muitas das grandes oportunidades para que a empresa bene� cie a socie-

dade. Acredito que a nova geração de

jovens, consumidores e funcioná-rios, está demandando das empresas à adoção de um modelo gerencial que provoque mudanças positivas

em todos os seus públicos de in-teresse e que integre a responsa-

bilidade socioambiental ao seu contexto competitivo e assim respondemos à questão do início do arti-

go sobre como a questão da sustentabilidade é estratégica

e necessita de uma visão e de práticas colaborativas e de valor

compartilhado.

e, como consequência, promover in-vestimentos em pesquisa e desenvol-vimento, além da geração de empregos

la padrão de ensino fundamental com 12 salas de aula equipadas, espaço edu-cacional, recreativo e de lazer do Açu-de Público Municipal, pavimentação das estradas que dão acesso aos distritos de Malhada, Barrinha, Flamengo e Sítio Barra, além do sistema de abastecimento de água comunidades de Aroeira Ferra-

Page 6: O Estado Verde 28/07/2015

6 VERDE

FOTO EBC

RESÍDUOS SÓLIDOS

As capitais e municípios de região metropolitana terão até 31 de julho de 2018 para acabar com o incômodo. Segundo especialistas é preciso estabelecer metas intermediárias

Senado aprova prorrogação do prazo para lixões até 2018

Os municípios estão aliviados, te-rão mais tempo para extinguir os lixões, ganharam, pelo me-nos, mais três anos. A redação

final do Projeto de Lei do Senado (PLS) 425/2014, que prorroga, de forma escalo-nada, prazo para os municípios se adap-tarem à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), foi aprovado, em seção do dia 1º de julho, no Plenário da Casa. O Projeto seguiu para análise da Câmara dos Deputados.

As capitais e municípios de região me-tropolitana terão até 31 de julho de 2018 para acabar com os lixões. Os municí-pios de fronteira e os que contam com mais de 100 mil habitantes, com base no Censo de 2010, terão um ano a mais para implementar os aterros sanitários. As cidades que têm entre 50 e 100 mil habitantes terão prazo até 31 de julho de 2020. Já o prazo para os municípios com menos de 50 mil habitantes será até 31 de julho de 2021. Para o presidente interino da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), Vanildo Simão, que também é prefeito de Mauriti, o PLS que altera a Lei nº 12.305/10 “é uma reinvin-dicação antiga”. A lei que criou a PNRS “é boa sob o ponto de vista jurídico, mas não ajudava a equacionar o problema”. O prazo original, previsto na norma, ven-ceu em agosto do ano passado.

Segundo Simão, construir aterros sanitários, além de complexo, é caro. “Entes federados devem ajudar os mu-nicípios a construírem os novos aterros sanitários, assim como fechar lixões. É impensável construir aterros e fechar li-

xões sem recursos.”, disse à nossa repor-tagem, o dirigente da Aprece, que aposta nos consórcios.

Consórcio: caminho do diálogo “É impensável, para cada um dos

cinco mil municípios construírem um aterro. Se tiver cooperação entre os três poderes, daremos um passo gran-de para resolver o impasse dos lixões. O caminho do diálogo é via os consór-cios.” Encerra. O PLS prevê que a União

vai editar normas complementares so-bre o acesso a recursos federais relacio-nados ao tema. A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), afirma que em 2014, quando da realização , em Brasília, do 11° Seminá-rio Nacional de Resíduos Sólidos (veja documento do encontro em http://abes--dn.org.br/eventos/seminario_residu-os_solidos/pdf/CARTADEBRASILIA.pdf), posicionou-se contrária ao adia-mento, como uma medida para forçar municípios e estados, juntamente com o Governo Federal, a encontrar saídas para a questão.

Mas, de acordo com o presidente na-cional da Abes, Dante Ragazzi Pauli, o

Somente no Brasil são produzidos cerca de 240 mil toneladas de lixo todos os dias

POR TARCILIA REGO do OeV Ceará A PNRS rege que cada

estado e município brasileiros tenham os seus próprios Planos de Resíduos Sólidos. No entanto, o Ceará adotou o método de regionalização de forma que uniu os 187 municípios em microrregiões, no total de 14. Segundo Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará (Arce), está medida foi tomada para tornar os custos e os processos de formatações de projetos viáveis para a grande maioria das cidades cearenses.Se a Arce é a reguladora, a Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Sema), é a articuladora da construção do Plano Estadual de Resíduos. Até o fechamento desta edição não conseguimos falar com representante da Sema, sobre a decisão do Senado Federal.

7VERDE

Programa de Recolhimento

de Embalagens percorre osmunicípios do Ceará

Minimizar os impactos am-bientais causados pelo descarte ou queima das embalagens in-devidamente, bem como melho-rar a saúde da população, são os principais objetivos do programa de Recolhimento Itinerante de Embalagens Vazias de Agrotóxi-cos. Trata-se de uma ação inicia-da ano passado e que diante dos resultados está sendo renovada e ampliada. O primeiro município a receber o programa nesta edição será Viçosa do Ceará, no dia 10 de agosto. O procedimento deve ser feito por agricultores com a trí-plice lavagem da embalagem após seu uso, guardando-a em local adequado para fazer a sua devo-lução. É importante que os agri-cultores façam a devolução das embalagens de agrotóxicos obe-decendo às leis federais 7802/89 e 9974/00 e evitando problemas e multas com a � scalização realiza-da pela Adagri e Semace.

Informações através do tele-fone (85) 3565.0116 ou acesse http://aprece.org.br/wp-content/uploads/2015/07/AQUI.pdf e co-nheça o cronograma de visitação do Recolhimento Itinerante nos municípios.

que falta é capa-cidade técnica e � nanceira para solucionar as questões de re-síduos sólidos e de saneamento em geral. “Os mu-nicípios, prin-cipalmente os menores, não tiveram e não têm capacidade técnica e f i na n-ceira para lidar com as questões dos resíduos sólidos”, a� rma. Dante Raga-zzi acredita que “se o governo resolve dar novos prazos, pelo menos tem que estabelecer metas intermediárias, para que o município não seja totalmente prejudicado, sem acesso a recursos. Por outro lado, o município precisa apre-sentar avanços na elaboração dos seus documentos o� ciais. A experiência em nosso país tem mostrado que somen-te estabelecer um prazo não resolve o problema”, analisa o dirigente que Ele concorda que a implementação de con-sórcios pode ser uma alternativa para encaminhar as questões dos resíduos.

“A Lei de Consórcio é uma lei mui-to inteligente, muito interessante para o Brasil. Temos que levar em conta que o Brasil é um país muito grande, com 5700 municípios, com realidades so-ciais e econômicas muito díspares, com regiões ainda muito pobres. E às vezes há uma mistura de falta de interesse político com falta de conhecimento da legislação. É uma pena que pouquíssi-mos consórcios tenham sido formados no Brasil até agora.”

Palavra fi nalO presidente do Sindicato das Empre-

sas de Reciclagem de Resíduos Sólidos

Domésticos e Industriais do Estado do Ceará (Sindiverde/CE), Marcos Albu-querque, disse que passados os quatro anos estipulados para a implantação da PNRS, muito pouco foi feito. “E agora, o Senado Federal, já deu a palavra � nal sobre o assunto e aprova a prorrogação do fechamento dos lixões”.

Albuquerque, que também preside o Conselho Temático de Meio Ambiente (Cotema) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), destaca que, por não ter sido implantada a PNRS, em Fortaleza e no Ceará, a indústria recicladora local continua a importar resíduos de outros estados do Nordeste. “Além de desperdício de matéria-prima, isto tem custo elevadíssimo para o se-tor”, frisa. Somente no Brasil são pro-duzidos cerca de 240 mil toneladas de lixo todos os dias, sendo que apenas 2% de tudo isso segue para reciclagem. O resultado é uma enorme quantidade de resíduos que precisa de uma nova desti-nação após sua vida útil.

Decisão políticaO engenheiro civil, Francisco Hum-

berto de Carvalho Jr., considera a deci-são do Senado, lamentável, e a� rma que o adiamento não vai resolver o proble-

ma, que segundo ele, “não é � nancei-ro, mas é de decisão, de vontade

política”, e questiona: “Por que tem recursos para contratar cantores e

bandas de forró e não tem para o saneamento público?”

Para Carvalho Jr. o que falta, além da von-

tade política, é projeto. Acrescenta ainda que a so-

lução é simples, passa também, pela contratação de um engenheiro [civil, ambiental, sanitário], que custa apenas 8 salários mínimos e meio, e ajudaria o município a resolver a questão e ain-da colaboraria para a captação de mais recursos. “Esconder o lixo sob o tape-te não vai resolver, muito menos adiar o fechamento dos lixões, é preciso pla-nejar”, encerra. Segundo o engenheiro, apenas cinco municípios do Estado em um total de 184, possuem aterros licen-ciados. A criação de planos de gestão de resíduos sólidos, seja estadual, mu-nicipal, é a condição para que os esta-dos e municípios possam ter acesso aos recursos da União ou recebam os bene-fícios por incentivos e/ou � nanciamen-tos de entidades federais de crédito. Os documentos devem contemplar a coleta seletiva, inclusão de catadores, educa-ção ambiental, mercado para reciclá-veis, respeito às normas ambientais e de sustentabilidade econômica.

Resultados signifi cativos Para o Ministério do Meio Ambiente

(MMA), em quatro anos, a PNRS pro-duziu resultados signi� cativos, segundo publicação no portal do órgão. “Um pou-co mais da metade dos resíduos sólidos urbanos coletados no Brasil já tem dis-posição � nal ambientalmente adequada, em aterros sanitários. Entre 2010 e 2014, o Governo Federal, por meio do MMA, Ministério das Cidades e Fundação Na-cional de Saúde (Funasa) destinou R$ 1,2 bilhão para implantar a PNRS e o núme-ro de municípios atendidos dobrou”.

Em 2008, a disposição � nal ambien-talmente adequada era uma realidade apenas em 1.092 dos 5.564 municípios então existentes, segundo dados da Pes-quisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) do Instituto Brasileiro de Ge-ogra� a e Estatística (IBGE). Já no � nal de 2013, esse número, de acordo com le-vantamento do MMA junto aos estados, era de 2,2 mil municípios.

- Aterro Sanitário: Técnica de disposição de resíduos sóli-dos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais (IPT, 1995).

- Plano de Resíduos Sólidos: Documento que atende a Lei Federal 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resí-duos Sólidos (PNRS), planeja metas para um período de 20 anos com o objetivo de minimizar os problemas da área am-biental e da saúde pública, benefi ciando, assim, a qualidade de vida da população.

- Lixão: Área de disposição fi nal de resíduos sólidos sem nenhuma preparação anterior do solo. Institucionalizados ou clandestinos, esses locais recebem volumes diários de lixo que são amontoados um por cima do outro. População civil e, em alguns casos, a própria prefeitura, são responsáveis por jogar o lixo coletado no local.

SAIBA MAISque falta é capa-cidade técnica e � nanceira para solucionar as questões de re-síduos sólidos e de saneamento em geral. “Os mu-

tiveram e não têm capacidade técnica e f i na n-ceira para lidar com as questões dos resíduos sólidos”, a� rma. Dante Raga- Domésticos e Industriais do Estado do

ma, que segundo ele, “não é � nancei-ro, mas é de decisão, de vontade

política”, e questiona: “Por

bandas de forró e não

que falta, além da von-tade política, é projeto.

Acrescenta ainda que a so-lução é simples, passa também, pela

contratação de um engenheiro [civil, ambiental, sanitário], que custa apenas

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7VERDE

Programa de Recolhimento

de Embalagens percorre osmunicípios do Ceará

Minimizar os impactos am-bientais causados pelo descarte ou queima das embalagens in-devidamente, bem como melho-rar a saúde da população, são os principais objetivos do programa de Recolhimento Itinerante de Embalagens Vazias de Agrotóxi-cos. Trata-se de uma ação inicia-da ano passado e que diante dos resultados está sendo renovada e ampliada. O primeiro município a receber o programa nesta edição será Viçosa do Ceará, no dia 10 de agosto. O procedimento deve ser feito por agricultores com a trí-plice lavagem da embalagem após seu uso, guardando-a em local adequado para fazer a sua devo-lução. É importante que os agri-cultores façam a devolução das embalagens de agrotóxicos obe-decendo às leis federais 7802/89 e 9974/00 e evitando problemas e multas com a � scalização realiza-da pela Adagri e Semace.

Informações através do tele-fone (85) 3565.0116 ou acesse http://aprece.org.br/wp-content/uploads/2015/07/AQUI.pdf e co-nheça o cronograma de visitação do Recolhimento Itinerante nos municípios.

que falta é capa-cidade técnica e � nanceira para solucionar as questões de re-síduos sólidos e de saneamento em geral. “Os mu-nicípios, prin-cipalmente os menores, não tiveram e não têm capacidade técnica e f i na n-ceira para lidar com as questões dos resíduos sólidos”, a� rma. Dante Raga-zzi acredita que “se o governo resolve dar novos prazos, pelo menos tem que estabelecer metas intermediárias, para que o município não seja totalmente prejudicado, sem acesso a recursos. Por outro lado, o município precisa apre-sentar avanços na elaboração dos seus documentos o� ciais. A experiência em nosso país tem mostrado que somen-te estabelecer um prazo não resolve o problema”, analisa o dirigente que Ele concorda que a implementação de con-sórcios pode ser uma alternativa para encaminhar as questões dos resíduos.

“A Lei de Consórcio é uma lei mui-to inteligente, muito interessante para o Brasil. Temos que levar em conta que o Brasil é um país muito grande, com 5700 municípios, com realidades so-ciais e econômicas muito díspares, com regiões ainda muito pobres. E às vezes há uma mistura de falta de interesse político com falta de conhecimento da legislação. É uma pena que pouquíssi-mos consórcios tenham sido formados no Brasil até agora.”

Palavra fi nalO presidente do Sindicato das Empre-

sas de Reciclagem de Resíduos Sólidos

Domésticos e Industriais do Estado do Ceará (Sindiverde/CE), Marcos Albu-querque, disse que passados os quatro anos estipulados para a implantação da PNRS, muito pouco foi feito. “E agora, o Senado Federal, já deu a palavra � nal sobre o assunto e aprova a prorrogação do fechamento dos lixões”.

Albuquerque, que também preside o Conselho Temático de Meio Ambiente (Cotema) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), destaca que, por não ter sido implantada a PNRS, em Fortaleza e no Ceará, a indústria recicladora local continua a importar resíduos de outros estados do Nordeste. “Além de desperdício de matéria-prima, isto tem custo elevadíssimo para o se-tor”, frisa. Somente no Brasil são pro-duzidos cerca de 240 mil toneladas de lixo todos os dias, sendo que apenas 2% de tudo isso segue para reciclagem. O resultado é uma enorme quantidade de resíduos que precisa de uma nova desti-nação após sua vida útil.

Decisão políticaO engenheiro civil, Francisco Hum-

berto de Carvalho Jr., considera a deci-são do Senado, lamentável, e a� rma que o adiamento não vai resolver o proble-

ma, que segundo ele, “não é � nancei-ro, mas é de decisão, de vontade

política”, e questiona: “Por que tem recursos para contratar cantores e

bandas de forró e não tem para o saneamento público?”

Para Carvalho Jr. o que falta, além da von-

tade política, é projeto. Acrescenta ainda que a so-

lução é simples, passa também, pela contratação de um engenheiro [civil, ambiental, sanitário], que custa apenas 8 salários mínimos e meio, e ajudaria o município a resolver a questão e ain-da colaboraria para a captação de mais recursos. “Esconder o lixo sob o tape-te não vai resolver, muito menos adiar o fechamento dos lixões, é preciso pla-nejar”, encerra. Segundo o engenheiro, apenas cinco municípios do Estado em um total de 184, possuem aterros licen-ciados. A criação de planos de gestão de resíduos sólidos, seja estadual, mu-nicipal, é a condição para que os esta-dos e municípios possam ter acesso aos recursos da União ou recebam os bene-fícios por incentivos e/ou � nanciamen-tos de entidades federais de crédito. Os documentos devem contemplar a coleta seletiva, inclusão de catadores, educa-ção ambiental, mercado para reciclá-veis, respeito às normas ambientais e de sustentabilidade econômica.

Resultados signifi cativos Para o Ministério do Meio Ambiente

(MMA), em quatro anos, a PNRS pro-duziu resultados signi� cativos, segundo publicação no portal do órgão. “Um pou-co mais da metade dos resíduos sólidos urbanos coletados no Brasil já tem dis-posição � nal ambientalmente adequada, em aterros sanitários. Entre 2010 e 2014, o Governo Federal, por meio do MMA, Ministério das Cidades e Fundação Na-cional de Saúde (Funasa) destinou R$ 1,2 bilhão para implantar a PNRS e o núme-ro de municípios atendidos dobrou”.

Em 2008, a disposição � nal ambien-talmente adequada era uma realidade apenas em 1.092 dos 5.564 municípios então existentes, segundo dados da Pes-quisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) do Instituto Brasileiro de Ge-ogra� a e Estatística (IBGE). Já no � nal de 2013, esse número, de acordo com le-vantamento do MMA junto aos estados, era de 2,2 mil municípios.

- Aterro Sanitário: Técnica de disposição de resíduos sóli-dos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais (IPT, 1995).

- Plano de Resíduos Sólidos: Documento que atende a Lei Federal 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resí-duos Sólidos (PNRS), planeja metas para um período de 20 anos com o objetivo de minimizar os problemas da área am-biental e da saúde pública, benefi ciando, assim, a qualidade de vida da população.

- Lixão: Área de disposição fi nal de resíduos sólidos sem nenhuma preparação anterior do solo. Institucionalizados ou clandestinos, esses locais recebem volumes diários de lixo que são amontoados um por cima do outro. População civil e, em alguns casos, a própria prefeitura, são responsáveis por jogar o lixo coletado no local.

SAIBA MAISque falta é capa-cidade técnica e � nanceira para solucionar as questões de re-síduos sólidos e de saneamento em geral. “Os mu-

tiveram e não têm capacidade técnica e f i na n-ceira para lidar com as questões dos resíduos sólidos”, a� rma. Dante Raga- Domésticos e Industriais do Estado do

ma, que segundo ele, “não é � nancei-ro, mas é de decisão, de vontade

política”, e questiona: “Por

bandas de forró e não

que falta, além da von-tade política, é projeto.

Acrescenta ainda que a so-lução é simples, passa também, pela

contratação de um engenheiro [civil, ambiental, sanitário], que custa apenas

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8 VERDE

A cidade de Fortaleza teima em construir uma imagem de cida-de acolhedora, agradável, que atrai turistas o ano inteiro. A

“Loura Desposada do Sol”. Eles vêm, sim, às carradas, porém

estão sempre de passagem entre um passeio e outro para as belas praias fora da cidade. Ocupam os hotéis, sim, que funcionam na qualidade de entreposto. Conhecem a área turística (o clássico pacote Feirinha da Beira Mar/Mercado Central/Monsenhor Tabosa) e se man-dam para outras paragens, aqui não há mais nada a se ver. Essa não é a Forta-leza do cidadão local e uma cidade aco-lhedora deve (ou deveria) priorizar seus habitantes. O acolhimento aos visitan-tes seria uma consequência.

Nos últimos anos, a cidade de Forta-leza tem se tornado extremamente hostil à sua gente e o pior é que nos acostuma-mos a isso. Acostumamo-nos a perma-necer trancados dentro de nossas casas e carros, isolados do convívio em socie-dade, porque sair à rua tornou-se uma aventura desagradável e perigosa apesar da luta e das tentativas de muitas pessoas de negar e reverter esse processo.

Cidade acolhedora tem gente nas ruas, personagens variados que com-põem o magní� co e belo mosaico do ir e vir da vida cotidiana. Na cidade acolhe-dora seus habitantes têm um sentimento de pertença, de identidade, de amor ao lugar. Como amar o que não conhece-mos? Como conhecer se não existe me-

mória? Estamos sempre buscando iden-tidade em outros lugares porque não conhecemos nem valorizamos o que é nosso: nossas tradições, nossa história, nossa natureza, nosso povo. Bom e bo-nito é acolá. Civilizado é aquele povo.

“Aquele povo”, chega aqui e pergunta: “ Onde estão as pessoas? Por que todas as construções são muradas? Por que uma cidade tão quente tem tão poucas

árvores? Por que tantos carros? Por que as vias têm mão única? Não enxergam que os carros gastam mais combustível, dando voltas e voltas, poluem mais e as pessoas � cam mais estressadas e estão sempre atrasadas? Por que não termi-nam as obras do metrô, se já gastaram dinheiro?” Difícil dar respostas convin-centes, porque elas não existem.

Na ânsia de parecermos modernos e

civilizados destruímos nosso patri-mônio histórico e ambiental. Tudo é ultrapassado e velho; que venha o novo, o concreto, o aço e os vidros azuis e espelhados e as palmeiras e aquela grama sempre verdinha. Ah, as palmeiras...

Árvores despejam folhas e � ores e frutos pelo chão, eles sujam e inco-modam. Quem precisa delas? Pra que sombra, se ninguém anda a pé? Temos nossos carros com ar-condicionado e estacionamos na sombra do vizinho que não se importa de varrer sua cal-çada. Admiramos e elogiamos prédios antigos e bem cuidados espalhados pelo mundo e passamos o trator por cima do nosso patrimônio histórico.

Não percebemos que nossa identida-de depende da nossa referência afetiva, da nossa história. Não percebemos que nossa existência neste mundo depende completamente da natureza e dos ser-viços por ela prestados a nós. Seguimos numa busca in� nita pelo progresso, mas não buscamos o desenvolvimento verdadeiro, com uma sociedade justa e em equilíbrio com o meio-ambiente.

Precisamos nos enxergar com olhos estrangeiros para perceber que nos diri-gimos para um futuro em que não gos-taremos de viver e deixamos uma he-rança que nos envergonhará perante as futuras gerações. É nossa responsabili-dade construir a cidade que invejamos.

Notícia publicada no O Estadão, in-forma que cientistas descobrem fóssil de cobra com 4 patas, que pode ter sido roubado do Brasil, Pesquisa foi feita na Europa, com fóssil de um museu ale-mão. Cientistas brasileiros acreditam que a peça, originária da Chapada do Araripe, no Nordeste, tenha saído ile-galmente do País. Departamento Na-cional de Produção Mineral (DNPM) vai pedir investigação.

Apesar de o fóssil ser patrimônio

brasileiro, os autores da pesquisa são todos estrangeiros, e não está claro como a peça saiu do País. A lei brasi-leira proíbe, desde 1942, a exploração e retirada de fósseis do território nacio-nal por estrangeiros sem autorização do poder público.

Os autores do trabalho dizem que a peça estava “há várias décadas” em uma coleção particular e que não há infor-mações sobre como, quando ou por quem ela foi coletada.

Fóssil de cobra com 4 patas da Chapada do Araripe está em museu alemão

OPINIÃO

Por Maria Emilia Schettini, Arquiteta e urbanista, membro do Movimento Pró-árvore

A Cidade que Invejamoscivilizados destruímos nosso patri-

Por Maria Emilia Schettini, Arquiteta e urbanista, membro do Movimento Pró-árvore

FOTO ROGERS TABOSA

Page 9: O Estado Verde 28/07/2015

8 VERDE

A cidade de Fortaleza teima em construir uma imagem de cida-de acolhedora, agradável, que atrai turistas o ano inteiro. A

“Loura Desposada do Sol”. Eles vêm, sim, às carradas, porém

estão sempre de passagem entre um passeio e outro para as belas praias fora da cidade. Ocupam os hotéis, sim, que funcionam na qualidade de entreposto. Conhecem a área turística (o clássico pacote Feirinha da Beira Mar/Mercado Central/Monsenhor Tabosa) e se man-dam para outras paragens, aqui não há mais nada a se ver. Essa não é a Forta-leza do cidadão local e uma cidade aco-lhedora deve (ou deveria) priorizar seus habitantes. O acolhimento aos visitan-tes seria uma consequência.

Nos últimos anos, a cidade de Forta-leza tem se tornado extremamente hostil à sua gente e o pior é que nos acostuma-mos a isso. Acostumamo-nos a perma-necer trancados dentro de nossas casas e carros, isolados do convívio em socie-dade, porque sair à rua tornou-se uma aventura desagradável e perigosa apesar da luta e das tentativas de muitas pessoas de negar e reverter esse processo.

Cidade acolhedora tem gente nas ruas, personagens variados que com-põem o magní� co e belo mosaico do ir e vir da vida cotidiana. Na cidade acolhe-dora seus habitantes têm um sentimento de pertença, de identidade, de amor ao lugar. Como amar o que não conhece-mos? Como conhecer se não existe me-

mória? Estamos sempre buscando iden-tidade em outros lugares porque não conhecemos nem valorizamos o que é nosso: nossas tradições, nossa história, nossa natureza, nosso povo. Bom e bo-nito é acolá. Civilizado é aquele povo.

“Aquele povo”, chega aqui e pergunta: “ Onde estão as pessoas? Por que todas as construções são muradas? Por que uma cidade tão quente tem tão poucas

árvores? Por que tantos carros? Por que as vias têm mão única? Não enxergam que os carros gastam mais combustível, dando voltas e voltas, poluem mais e as pessoas � cam mais estressadas e estão sempre atrasadas? Por que não termi-nam as obras do metrô, se já gastaram dinheiro?” Difícil dar respostas convin-centes, porque elas não existem.

Na ânsia de parecermos modernos e

civilizados destruímos nosso patri-mônio histórico e ambiental. Tudo é ultrapassado e velho; que venha o novo, o concreto, o aço e os vidros azuis e espelhados e as palmeiras e aquela grama sempre verdinha. Ah, as palmeiras...

Árvores despejam folhas e � ores e frutos pelo chão, eles sujam e inco-modam. Quem precisa delas? Pra que sombra, se ninguém anda a pé? Temos nossos carros com ar-condicionado e estacionamos na sombra do vizinho que não se importa de varrer sua cal-çada. Admiramos e elogiamos prédios antigos e bem cuidados espalhados pelo mundo e passamos o trator por cima do nosso patrimônio histórico.

Não percebemos que nossa identida-de depende da nossa referência afetiva, da nossa história. Não percebemos que nossa existência neste mundo depende completamente da natureza e dos ser-viços por ela prestados a nós. Seguimos numa busca in� nita pelo progresso, mas não buscamos o desenvolvimento verdadeiro, com uma sociedade justa e em equilíbrio com o meio-ambiente.

Precisamos nos enxergar com olhos estrangeiros para perceber que nos diri-gimos para um futuro em que não gos-taremos de viver e deixamos uma he-rança que nos envergonhará perante as futuras gerações. É nossa responsabili-dade construir a cidade que invejamos.

Notícia publicada no O Estadão, in-forma que cientistas descobrem fóssil de cobra com 4 patas, que pode ter sido roubado do Brasil, Pesquisa foi feita na Europa, com fóssil de um museu ale-mão. Cientistas brasileiros acreditam que a peça, originária da Chapada do Araripe, no Nordeste, tenha saído ile-galmente do País. Departamento Na-cional de Produção Mineral (DNPM) vai pedir investigação.

Apesar de o fóssil ser patrimônio

brasileiro, os autores da pesquisa são todos estrangeiros, e não está claro como a peça saiu do País. A lei brasi-leira proíbe, desde 1942, a exploração e retirada de fósseis do território nacio-nal por estrangeiros sem autorização do poder público.

Os autores do trabalho dizem que a peça estava “há várias décadas” em uma coleção particular e que não há infor-mações sobre como, quando ou por quem ela foi coletada.

Fóssil de cobra com 4 patas da Chapada do Araripe está em museu alemão

OPINIÃO

Por Maria Emilia Schettini, Arquiteta e urbanista, membro do Movimento Pró-árvore

A Cidade que Invejamoscivilizados destruímos nosso patri-

Por Maria Emilia Schettini, Arquiteta e urbanista, membro do Movimento Pró-árvore

FOTO ROGERS TABOSA

9VERDE

O ex-aluno do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/CE), Michel Silva das unidades Barra do Ceará e Ja-

carecanga, passou em uma seleção fei-ta pela Fundação Getúlio Vargas e vai estudar Arquitetura no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em Boston, Estados Unidos.

O estudante de 23 anos, com viagem marcada para setembro, atribui a con-quista pessoal e pro� ssional, ao incen-tivo encontrado junto aos professores do Senai após ter feitos os cursos de Programador Visual Grá� co, Edi� ca-ções, Tecnologia da Informação e Se-gurança do Trabalho.

ProjetoDurante os próximos três anos que

estudará no MIT, Michel terá que de-senvolver os protótipos do projeto de um bairro planejado com soluções ino-vadoras aplicáveis em qualquer cidade do mundo. Para conseguir êxito na aprovação do projeto na seleção, Mi-chel recebeu ajuda dos seus professores do Senai e da Universidade Federal do Ceará (UFC).

O ex-aluno do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial acredita que não há uma cartilha pronta para ino-var e empreender. “Arrisque-se, tente.

Cada pessoa pode e deve encontrar o seu potencial de inova-dor e empreende-dor. O cearense é um empreen-dedor por natu-reza”, aconselha. O jovem montou com sócios uma

pequena empresa de projetos em Ar-

quitetura e De-sign com foco na Construção Civil.

VínculosEm retribui-

ção e gratidão, Michel foi conhe-

cer no último dia 14 de julho, o Insti-

tuto Senai de Tecnolo-gia Eletrometalmecânica,

em Maracanaú, na Região Me-tropolitana de Fortaleza.

O estudante conheceu as instalações e foi apresentado aos pro� ssionais que trabalham lá. O propósito da visita é fortalecer vínculos e � car por dentro do trabalho feito naquele ambiente inovador para assim se preparar me-lhor como pro� ssional antes de come-çar os estudos no exterior.

Os institutos Senai de Inovação sur-giram pelo país a partir de um convê-nio da instituição com o MIT.

Fórum Mundial de Biodiversidade premia ações ambientais

Cagece disponibiliza aplicativo de auxílio no combate ao desperdício

Segundo notícia publicada em março, no portal O Globo (http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015), este ano, o número de estudantes brasileiros aceitos pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, de acordo com os representantes do instituto no Brasil, foi recorde.

O MIT é uma das instituições de ensino superior, mais prestigiadas e concorridas do mundo. Para entrar na instituição, o aluno precisa passar por um processo de aplicação onde constam:

- ensaios escritos pelos jovens com temas defi nidos pelo Instituto- dois exames específi cos (matemática, física, química e biologia) chamados de SATII- duas cartas de avaliação (uma de um professor da área de exatas e outra de um professor da área de humanas) - entrevista- histórico escolar do ensino médio- preenchimento de dados biográfi cos e menção a trabalhos desenvolvidos na comunidade, nas áreas humana e científi ca- prêmios obtidos, medalhas conquistadas em competições nacionais e internacionais, entre outras conquistas do candidato.O MIT já teve 77 ganhadores do Prêmio Nobel (incluindo graduados e professores) e 52 vencedores de medalhas nacionais de

ciências. Atualmente, possui em seu corpo docente oito professores vencedores do prêmio.

COMO SE CANDIDATAR A UMA VAGA NO MIT

Para registrar uma ocorrência através do Cagece Mobile basta acessar o aplicativo e escolher a opção “Registrar uma Ocorrência”. Na página de registro, o cidadão poderá escolher o tipo de ocorrência [vazamento de água, fraude, falta de água, buraco de água e esgoto, entre outros].

Após escolher a opção, o usuário deve registrar o ende-reço da ocorrência, um ponto de referência e uma mensa-gem para a Cagece.

No registro, também é possível incluir imagem, feita no próprio aplicativo ou armazenada no próprio smartphone. Feito isso, basta clicar na opção “Enviar”. O aplicativo irá abrir uma ocorrência e o protocolo de atendimento é enviado instantaneamente para o email informado pelo usuário, que poderá acompanhar todo o andamento da demanda.

O Cagece Mobile funciona a partir do iPhone 3GS, rodando em iOS cinco ou superior. Para iPad, poderá ser utilizado qual-quer iPad que use a versão 5 do iOS ou superior. Para smar-tphones e tablets, que rodem Android, o aplicativo funciona com a versão 3.0 ou superior.

SAIBA COMO USAR O APLICATIVO

O aplicativo dis-ponibilizado pela Cagece – pode ser baixado gratuitamente – permite ao cidadão um contato direto e instantâneo com a Compa-nhia. “A ideia é que cada um possa atuar como agente � scalizador no com-bate ao desperdício e às fraudes de água”, ressalta Neurisangelo Freitas, presiden-te da empresa. O Cagece Mobile possui layout e usabilidade simples e intuitiva, com diversas funcionalidades. Através dele, o cidadão pode registrar uma ocor-rência de falta de água, vazamentos, além de denúncias de fraudes, buracos, entre outros. As demandas são registradas ime-diatamente, inclusive com foto capturada no próprio aplicativo ou armazenada no smartphone. Após abrir uma ocorrência, é possível acompanhar todo o andamen-to através do aplicativo ou por email. É possível , também, emitir 2ª via de fatura, acompanhar dicas de como evitar vaza-mentos, além de conhecer mais sobre ati-vidades realizadas pela Cagece. A ferra-menta traz ainda, informações de todas as lojas de atendimento localizadas na capital e no interior e dúvidas frequen-tes, está disponível para IOS e Androide. Além dele, a população também pode en-trar em contato com a Cagece pelas redes sociais, ou pelo telefone 0800.275.0195. A ligação é gratuita.

FORMAÇÃO

Ele atribui a conquista ao incentivo encontrado junto aos professores

Ex-aluno do Senai/CE estudará Arquitetura no MIT

Cada pessoa pode e deve encontrar o seu

pequena empresa de projetos em Ar-

cer no último dia 14 de julho, o Insti-

tuto Senai de Tecnolo-

FOTO DIVULGAÇÃO

Page 10: O Estado Verde 28/07/2015

10 VERDE

EOARTEExposição Amazônia Ocupada exibe 75 fotografi as de João Paulo Farkas e apresenta histórias e confl itos da região

Amazônia e seus habitantes são temas de mostra em São Paulo

Estando na capital paulista, não deixe de visitar a exposição Amazônia Ocupada, em cartaz no Sesc Bom

Retiro. A mostra, que co-meçou no último dia 24 e termina 1º de novem-bro, reúne 75 imagens, a maioria delas, inédi-tas, feitas pelo fotógrafo João Paulo Farkas entre 1985 e 1993, na Amazô-nia, narram a ocupação da região. A curadoria da exposição é de Pau-lo Herkenho� e a entrada é franca. As fotos foram selecio-nadas a partir de um amplo ma-terial produzido em nove expedições de Farkas para a região amazônica, que resultaram em um acervo de 12 mil fo-tos. Quinze dessas imagens foram am-pliadas e expostas na rua, como relatou o fotógrafo, à Agência Brasil: “Haverá outra exposição do lado de fora, onde serão colocadas 15 imagens na rua, onde há muito tráfego de pedestres e automóveis.”

Dois lados Segundo Farkas, entre as imagens da

exposição, há também o registro de ho-mens que compõem o outro lado dessa história: os garimpeiros. “Fomos visitar índios Uru-Eu [Uru-Eu-Wau-Wau] e eles tinham matado um garimpeiro. Os ga-rimpeiros começaram a entrar na terra deles e eles os mataram. Então você via os dois lados da história”, contou o fo-tógrafo. Ele esteve na região amazôni-ca em diversas expedições e pretende

contar um pouco do que vivenciou por lá por

meio dessas ima-gens, direcio-

nadas sempre ao ponto de vista hu-mano. O pr i mei ro c o n v i t e que rece-beu para

fotografar a Amazô-

nia foi feito pelos próprios

garimpeiros de ouro e cassiterita,

dos garimpos fechados da região onde só era possível chegar por avião. “Essa história é contada do ponto de vista humano. Há garimpei-ros, agricultores, fazendeiros, comer-ciantes, barqueiros, seringueiros, ín-dios, missionários, prostitutas, pilotos de avião, donos de barcos”.

Rica em histórias O primeiro convite que recebeu para

fotografar a Amazônia foi feito pelos próprios garimpeiros de ouro e cassi-terita, dos garimpos fechados da região onde só era possível chegar por avião. “Na Amazônia há os garimpos abertos, onde qualquer um pode chegar de carro e há os fechados, aonde você só chega de avião. Os garimpos fechados ninguém conhecia. Havia toda uma realidade dos garimpos fechados que são administra-dos por grandes garimpeiros.”

“Fomos para conhecer alguns des-

ses garimpos e � camos muito impressionados com aquilo e resolvemos, por conta própria, voltar para retratar essa ocupa-ção que estava acontecendo na Amazônia”, disse ele. “Quando você mergulha naquela realidade onde a mata tem uma força, a chuva tem uma força, o ocupante tem outra força. E es-sas forças estão se digladiando e lutando lá. Então, do ponto de vista fotográ� co, é muito rico”, explicou. “Aprendi que a aventura humana é sempre rica em histórias e é preciso dar voz para aque-les que fazem a história todos os dias e não apenas aos grandes fatos e grandes personagens. O brasileiro anônimo nos con� ns da Amazônia tem muito a nos contar sobre os destinos da região”, des-taca Farkas. Toda essa história também é apresentada em um vídeo feito espe-cialmente para a exposição.

Garimpeiro no garimpo aberto do Apiacás. Mato Grosso, 1986

João Paulo Farkas, que é fi lho do fotógrafo húngaro naturalizado brasileiro Thomas Farkas, é forma-do em fi losofi a na Universidade de São Paulo (USP). Após terminar a graduação, mudou-se para Nova York onde estudou no International Center of Photography e na School of Visual Arts.

SOBRE O FOTÓGRAFO

Page 11: O Estado Verde 28/07/2015

11VERDE

Dentre os principais fatores que levam ao detrimento da biodiversidade no Ceará, destaca-se: a perda e degradação de habitat para a agricultura, a extração de recursos naturais pelos planos de infraestrutura e desenvolvimento, e as queimadas.

INFORMAÇÃO AMBIENTALPor Paula Amanda S. do Nascimento* e Bruno Edson Chaves**

Biodiversidade vegetal em riscoA sempre crescente atividade hu-

mana contribui de forma alar-mante no processo de extinção de espécies, ocasionando a re-

dução na diversidade dos mais distin-tos grupos de seres vivos.

Buscando reunir informações sobre a biodiversidade ameaçada, em 1963, a IUCN - International Union for Con-servation of Nature (União Internacio-nal para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais) criou um in-ventário mundial que compila, respal-dado por estudos cientí� cos, o estado de conservação de espécies e sub-es-pécies de plantas, algas, protozoários, animais e fungos, conhecido por “lista vermelha da IUCN”. Posteriormente vários países, inclusive o Brasil, cria-ram as suas próprias listas vermelhas, seguindo as mesmas categorias anali-sados pela IUCN.

As categorias estipuladas pela IUCN em ordem crescente quanto a sua pre-ocupação para o risco de extinção são: pouco preocupante, quase ameaçada, vulnerável, em perigo, em perigo críti-co, extinta na natureza (cujos exempla-res são encontrados apenas em cativei-ros) e realmente extinta.

No que se refere à biodiversidade vegetal mundial a lista vermelha da IUCN de junho de 2015 considerou 5.307 espécies vegetais como vulnerá-veis, 3.381 plantas como em perigo e 2.199 plantas em perigo crítico. Con-tudo, vale destacar que das estimadas 297.288 espécies de plantas descritas para o mundo, apenas 6,7% foram in-seridas neste estudo.

O Brasil, considerado um país de extrema diversidade, abriga 35.638 es-pécies vegetais, de acordo com a lista de espécies da Flora do Brasil. Destas, 5.195 (14,57% da � ora nacional) foram avaliadas pelo Centro Nacional de Con-servação da Flora (CNCFlora), sendo que 2.479 espécies (47,71% das espécies avaliadas) apresentam algum grau de preocupação quanto ao seu risco de ex-tinção e compõem o “Livro Vermelho da Flora do Brasil”, publicado em 2013 pelo Ministério do Meio Ambiente e atualizado neste ano.

Vinte e duas espécies da � ora cearen-

se constam no Livro Vermelho da Flora brasileira, das quais onze estão como vulneráveis, oito em perigo e três em

perigo crítico. Deste grupo de espécies ameaçadas de extinção, merecem des-taque treze que são endêmicas do Bra-

sil, sendo que cinco delas só ocorrem em nosso estado. Destas 22 espécies, 15 podem ocorrer no bioma Caatinga, 11 no Cerrado e 14 nos remanescentes de Mata Atlântica; assim representam 5,92%, 1,71% e 0,9% da � ora ameaçada destes biomas, respectivamente. Estes números podem parecer pequenos, mas vale ressaltar que no Livro Ver-melho da Flora do Brasil só foram ava-liadas 283 espécies presentes no Ceará, ou seja, 9,68% de toda a � ora do estado.

Dentre as espécies ameaçadas no Ceará destacam-se: a catuaba (Ane-mopaegma arvense), o cedro (Cedrela � ssilis), o jaborandi (Pilocarpus jabo-randi), algumas espécies de bromélias, cactos, entre outros. No Brasil, as bro-mélias é o segundo grupo de espécies vegetais mais ameaçadas, entretanto, ao se trazer para o contexto do Ceará, acaba se tornando o grupo mais ame-açado, com quatros espécies na lista vermelha da � ora. Dentre estas espé-cies Guzmania sanguinea só ocorre no Ceará, embora não seja nativa do Brasil; e apenas Guzmania monosta-chia ocorrem em outros estados da fe-deração.

Dentre os principais fatores que le-vam ao detrimento da biodiversidade no Ceará, destaca-se: a perda e degra-dação de hábitat para a agricultura, a extração de recursos naturais pelos planos de infraestrutura e desenvol-vimento, e as queimadas. Além disso, as ações antrópicas, indiscriminada-mente, estão tornando os ecossistemas cearenses e sua diversidade biológica cada vez mais vulneráveis, assim, di-minuindo não só a variedade de espé-cies vegetais e animais, mas também, quando somado aos fatores climáticos,

resultam na elevação dos riscos de de-serti� cação de algumas áreas.

Desta forma, é necessária a conserva-ção e valorização dos recursos naturais do estado, para que assim, não haja o aumento dos riscos às espécies vegetais do Ceará.

** Aluna de graduação do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Ceará (Uece); * Biólogo, professor do curso de Ciências Biológicas da Uece.

FOTO BRUNO EDSON

Page 12: O Estado Verde 28/07/2015

12 VERDE

CIDADANIANovo tipo de equipamento urbano estimula a convivência cidadã e já é uma realidade no Brasil

Decreto municipal regulamenta instalação de parklets em Fortaleza

Regulamentada a insta-lação dos parklets em Fortaleza. A abordagem inovadora e de enorme

sucesso para a gestão do espa-ço público, inventada em São Francisco, nos Estados Unidos, e que se espalhou pelo mundo, também, chegou a nossa Capi-tal. Os parklets fazem parte de um movimento global crescente para fazer ruas mais centradas no ser humano, mais verdes e mais acessíveis.

Para o prefeito Roberto Cláu-dio, o parklet será amigável para pedestres e ciclistas. “Nós esta-mos estimulando o uso das bici-cletas, estamos fazendo diversos quilômetros de calçadas novas, implantamos o Bilhete Único e corredores de ônibus exatamen-te para reduzir esta dependência do veículo” disse o executivo,

durante a entrega do primeiro trecho urbanizado do Parque Rachel, dia 25, no Bairro de São Gerardo. Na ocasião, ele assi-nou o decreto que regulamenta a instalação dos novos espaços que estimulam a convivência urbana. Segundo o decreto, os novos equipamentos poderão ser implantados por pessoa físi-ca, jurídica ou pela própria ad-ministração pública. Quando o interessado for um particular, deverá apresentar o projeto na Secretaria Regional do bairro onde deseja instalar o parklet. Ao ter sua proposta aprovada, virará um permissionário por dois anos prorrogáveis por mais dois anos. Dessa forma, poderá � xar placa com seu nome ou logomarca, explicitando que é o responsável pela manutenção daquele espaço.

Abraçado pelos cidadãos

Nove anos depois de sua invenção, o parklet ou varanda urbana, já é uma

realidade em todo o mundo. No Brasil, o mo-vimento começou em São Paulo, foi abraçado

pelos cidadãos, e provocou uma demanda por espaços amigos, levando mais pedestres às ruas da metrópole em decorrência da mudan-ça positiva que o equipamento provoca no ambiente urbano. Em Fortaleza, as pessoas podem aproveitar este tipo de espaço

na Avenida Beira-Mar, em frente ao espigão da Avenida Rui Barbosa.

SÀO PAULO

SÃO FRANCISCO, EUA

FORTALEZA