o nosso dever para com israel, por robert murray m'cheyne
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Traduzido do original em Inglês
Our Duty To Israel
By R. M. M'Cheyne
Via: MCheyne.Info
Tradução e Capa por William Teixeira
Revisão por Camila Almeida
1ª Edição: Dezembro de 2014
Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida
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Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.
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O Nosso Dever Para Com Israel Por Robert Murray M'Cheyne
[Este texto foi transcrito a partir de “Memórias e Lembranças”, edição de 1858]
“Primeiro do judeu.” (Romanos 1:16)
A maioria das pessoas se envergonha do Evangelho de Cristo. O sábio tem vergonha dele,
porque ele convoca os homens para crer e não para argumentar; o grande se envergonha
dele, porque ele traz todos para um só corpo; os ricos têm vergonha dele, porque ele deve
ser obtido sem dinheiro e sem preço; as pessoas alegres se envergonham, porque temem
que ele destruirá toda a sua alegria; e assim a boa notícia do glorioso Filho de Deus ter
vindo ao mundo como um Fiador para os pecadores perdidos, é desprezada e negligencia-
da, os homens têm vergonha dele. Quem não tem vergonha dele? Uma pequena compa-
nhia, aqueles cujos corações o Espírito de Deus tocou. Eles já foram como o mundo e do
mundo, mas Ele lhes despertou para verem o seu pecado e miséria, e que Cristo era um
refúgio, e agora eles clamam: ninguém senão Cristo, ninguém senão Cristo! Deus não per-
mita que eu me glorie senão na cruz de Cristo. Ele é precioso para o coração deles, Ele
mora ali, Ele está muitas vezes em seus lábios, Ele é louvado em sua família, eles de bom
grado O proclamam a todo o mundo. Eles têm sentido em sua própria experiência que o
evangelho é o poder de Deus para salvação, primeiro do judeu e também do grego. Que-
ridos amigos, esta é a sua experiência? Vocês já receberam o Evangelho não apenas em
palavras, mas em poder? O poder de Deus tem alcançado a sua alma junto com a palavra?
Então, esta palavra é sua: Porque não me envergonho do evangelho de Cristo.
Desejo chamar sua atenção para uma particularidade disto. Ele se gloria no Evangelho
como sendo o poder de Deus para salvação primeiro do judeu, do que eu extraio essa
doutrina, a saber, que o Evangelho deve ser pregado primeiro aos judeus.
(1) Porque o julgamento começará por eles: “Indignação e ira... primeiramente ao judeu”
(Romanos 2:6-10). É um pensamento terrível que o judeu será o primeiro a comparecer
perante o tribunal de Deus para ser julgado. Quando o grande trono branco for estabelecido,
e assentar-se Aquele de cuja presença os céus e a terra fugirão; quando os mortos, grandes
e pequenos, estarão diante de Deus, e os livros serão abertos, e os mortos serão julgados
pelas coisas que estão escritas nos livros, não é impressionante pensar que Israel – o pobre
cego Israel – será o primeiro a ser julgado por Deus?
Quando o Filho do Homem vier em Sua glória, e todos os anjos com Ele, quando Ele se as-
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sentará no trono da Sua glória, e diante dEle serão reunidas todas as nações, e Ele separará
uns dos outros, como um pastor separa as ovelhas dos bodes, quando a terrível sentença
sair de Seus lábios: apartai-vos malditos, e quando o culpado for lançado de Sua presença
para o castigo eterno; não é suficiente para fazer o mais descuidado entre vocês pararem
por um momento e considerarem que a indignação e a ira virão primeiro sobre o judeu, que
seus rostos serão marcados por uma palidez mais profunda, que seus joelhos baterão com
mais intensidade um contra o outro e que seu coração desfalecerá dentro de si mais do que
outros?
Por que isso? Porque eles tiveram mais luz do que qualquer outro povo. Deus os escolheu
do mundo, para serem Suas testemunhas. Cada profeta foi enviado primeiro para eles;
cada evangelista e apóstolo teve uma mensagem para eles. O Messias veio para eles. Ele
disse: “Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel” [Mateus 15:24]. A
Palavra de Deus ainda é dirigida a eles. Eles têm a pura e inalterada Palavra de Deus ao
seu alcance; ainda assim pecaram contra toda essa luz, contra todo esse amor. “Jerusalém,
Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! quantas vezes quis
eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não
quiseste!” [Mateus 23:37]. Seu cálice da ira será mais pleno do que o de outros homens,
seu mar de ira é mais profundo. Em suas próprias faces, vocês podem ler em cada sem-
blante, que a maldição de Deus está sobre eles.
Não é esta uma razão, então, pela qual o Evangelho deve ser pregado primeiro ao judeu?
Eles estão prestes a perecer, a perecer mais terrivelmente do que os outros homens. A
nuvem de indignação e ira que está mesmo agora represada acima do perdido, romperá
primeiro sobre a cabeça do culpado, infeliz e incrédulo Israel. E você terá nenhuma das
compaixões de Cristo em você, a ponto de correr primeiro para os que estão em tão triste
um caso? Em um hospital, o médico corre primeiro para a cama onde se encontra o doente
que está mais próximo da morte. Quando um navio está afundando, e os marinheiros
corajosos deixam a terra para salvar a tripulação que está naufragando, eles não esticam
o braço de ajuda primeiro àqueles que estão prestes a perecer entre as ondas? E não
devemos fazer o mesmo por Israel? As ondas de ira de Deus estão prestes a rebentar pela
primeira vez mais intensamente sobre eles, não devemos primeiramente buscar trazê-los
para a Rocha que é mais alta do que eles? O seu caso é mais desesperador do que o de
outros homens, não devemos trazer o bom Médico para eles, o único que pode trazer a
saúde e curar? Pois o Evangelho é o poder de Deus para a salvação, primeiro do judeu e
também do grego.
Eu não posso deixar este assunto sem falar uma palavra para aqueles de vocês que estão
em uma situação muito semelhante à de Israel, pois vocês têm a Palavra de Deus em suas
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mãos, e ainda são incrédulos e não-salvos. Em muitos aspectos, a Escócia pode ser cha-
mada o segundo Israel de Deus. Não existe nenhuma outra terra que tenha o seu Sabath
como a Escócia tem, nenhuma outra terra tem mais da Bíblia do que a Escócia, nenhuma
outra terra tem o Evangelho tão livremente pregado como o ar que respiramos, fresco como
o fluxo das colinas eternas. Oh! então, pensem por um momento, vocês que assentam-se
sob a sombra de ministros fiéis, e ainda permanecem indiferentes e não-convertidos, e não
são levados a se sentarem sob a sombra de Cristo, pensem em como como sua ira será
como a do judeu incrédulo. E considerem, mais uma vez, que a maravilhosa graça de Cristo
é pregada primeiramente a vocês. Por mais que os seus pecados sejam como a escarlata
e como o carmesim, maior e gratuito é o sangue para lavar-lhes e deixar-lhes brancos como
a neve; pois esta permanece a Sua palavra para todos os Seus ministros: comecem em
Jerusalém.
(2) É como se fosse Deus se preocupasse primeiro com os judeus. A principal glória e
alegria de uma alma é ser como Deus. Você se lembra qual era a gloriosa condição em que
Adão foi criado. “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”
[Gênesis 1:26]. Seu entendimento era claro. Ele viu, em alguma medida, como Deus vê.
Sua vontade fluiu no mesmo canal com a vontade de Deus. Suas afeições estavam postas
nos mesmos objetos que Deus também amou. Quando o homem caiu, perdemos tudo isso,
e nos tornamos filhos do diabo, e deixamos de ser filhos de Deus. Mas quando uma alma
perdida é trazida a Cristo, e recebe o Espírito Santo, Ele mortifica o velho homem, e forma
nele o novo homem, que é criado segundo Deus em verdadeira justiça e santidade. A nossa
verdadeira alegria neste mundo é ser semelhante a Deus. Muitos descansam na alegria de
ser perdoado, mas a nossa verdadeira alegria é ser como Ele é. Oh! não descanse, amado,
até que seja renovado segundo a Sua imagem, até que você participe da natureza Divina.
Anseie pelo dia em que Cristo se manifestará, e seremos como Ele, porque O veremos
como Ele é.
Agora, o que eu gostaria de insistir neste momento é que devemos ser como Deus, mesmo
nas coisas que são peculiares. Devemos ser como Ele na compreensão, na vontade, na
santidade e também nas suas afeições peculiares. “Qualquer que ama é nascido de Deus
e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor” [1 João
4:7-8]. Mas toda a Bíblia mostra que Deus tem um uma afeição peculiar por Israel. Você se
lembra quando os judeus estavam no Egito, gravemente oprimidos pelos seus exatores,
Deus ouviu o seu clamor, e apareceu a Moisés: “Tenho visto atentamente a aflição do meu
povo... e tenho ouvido o seu clamor... porque conheci as suas dores” [Êxodo 3:7].
E, novamente, quando Deus os conduziu através do deserto, Moisés lhes diz por que Ele
o fez: “O Senhor não tomou prazer em vós, nem vos escolheu, porque a vossa multidão era
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mais do que a de todos os outros povos, pois vós éreis menos em número do que todos os
povos” (Deuteronômio 7:7). Estranho, soberano e mui particular amor. Ele os amava,
porque Ele os amava. Será que não devemos ser como Deus nesta característica peculiar?
Mas você diz que Deus os enviou ao cativeiro. Ora, é verdade Deus os espalhou por todas
as terras: “Os preciosos filhos de Sião, avaliados a puro ouro, como são agora reputados
por vasos de barro, obra das mãos do oleiro!” (Lamentações 4:2). Mas o que Deus diz sobre
isso? “Desamparei a minha casa, abandonei a minha herança; entreguei a amada da minha
alma na mão de seus inimigos” (Jeremias 12:7). É verdade que Israel está entregue, por
um momento, na mão de seus inimigos, mas é tão verdadeiro que eles ainda são os amados
da Sua alma. Não deveríamos dar-lhes em nosso coração o mesmo que Deus lhes dá em
Seu próprio coração? Devemos nos envergonhar de cultivarmos o mesmo sentimento que
o nosso Pai celestial acalenta? Devemos nos envergonhar de sermos diferentes do mundo,
e semelhantes a Deus neste amor peculiar para com Israel que está cativo?
Mas você diz que Deus os rejeitou. Será que Deus rejeitou o Seu povo, que antes conhe-
ceu? De maneira nenhuma! Toda a Bíblia contradiz essa ideia. “Não é Efraim para mim um
filho precioso, criança das minhas delícias? Porque depois que falo contra ele, ainda me
lembro dele solicitamente; por isso se comovem por ele as minhas entranhas; deveras me
compadecerei dele, diz o Senhor” (Jeremias 31:20); “e plantá-los-ei nesta terra firmemente,
com todo o meu coração e com toda a minha alma” [Jeremias 32:41]. “Porém Sião diz: Já
me desamparou o Senhor, e o meu Senhor se esqueceu de mim. Porventura pode uma
mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu
ventre? Mas ainda que esta se esquecesse dele, contudo eu não me esquecerei de ti” (Isa-
ías 49:14-15); “E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador,
E desviará de Jacó as impiedades” [Romanos 11:26]. Agora, a pergunta simples para cada
um de vocês e para a nossa amada Igreja é: não deveríamos compartilhar com Deus a Sua
afeição peculiar por Israel? Se estamos cheios do Espírito de Deus, não devemos amar
como Ele ama? Não deveria Israel estar gravado sobre as palmas das nossas mãos? Não
deveríamos resolver que através da nossa misericórdia eles também alcançarão miseri-
córdia.
(3) Porque o seu acesso é peculiar aos judeus. Em quase todos os países que nós temos
visitado este fato é bastante notável; na verdade, parece, em muitos lugares, como se a
única porta deixada aberta ao missionário Cristão é a porta da pregação aos judeus.
Passamos algum tempo na Toscana, o estado mais livre em toda a Itália. Ali vocês não
ousam pregar o Evangelho à população Católica Romana. No momento em que você dá
um folheto ou uma Bíblia, ele é levado ao sacerdote, e pelo sacerdote ao Governo, e o
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banimento é o resultado certo e imediato. Mas a porta está aberta para os judeus. Ninguém
se preocupa com as suas almas; e, portanto, você pode levar o Evangelho a eles livremente.
O mesmo acontece no Egito e na Palestina. Você não ousa pregar o Evangelho aos iludidos
seguidores de Maomé; mas você pode ficar de pé no mercado livre e pregar o Evangelho
aos judeus, sem impedimento. Nós visitamos todas as cidades na Terra Santa, onde os
judeus são encontrados. Em Jerusalém e Hebrom falamos com eles todas as palavras
desta vida. Em Sicar discutimos com eles na sinagoga e na feira livre. Em Chaifa, no sopé
do Carmelo, nos reunimos com eles na sinagoga. Em Sidom também discorremos livre-
mente sobre Jesus. Em Tiro nós fizemos a primeira visita à sinagoga e à casa do rabino, e,
em seguida, eles nos visitaram também; pois, quando havíamos repousado em caravana
por causa do calor do meio-dia, chegaram a nós em multidões. A Bíblia Hebraica foi apre-
sentada, e passagem após passagem explicada, ninguém nos fez temer. Em Sarepta, e
Tiberíades, e Acre nós gozamos de liberdade. Há plena liberdade na Terra Santa para levar
o Evangelho para os judeus.
Em Constantinopla, se você fosse pregar para os turcos, como alguns têm tentado, o bani-
mento é a consequência; mas para os judeus você pode levar a mensagem. Em Valáquia
e Moldávia a menor tentativa de converter um grego atrairia a vingança imediata do santo
Sínodo e do Governo. Mas, em cada cidade, fomos livremente aos judeus, em Bucareste,
em Foxany, em Jassy e em muitas outras aldeias remotas da Valáquia, comunicamos a
mensagem a Israel sem impedimentos. A porta está aberta.
Na Áustria, onde nenhum missionário de qualquer tipo é permitido, ainda encontramos os
judeus dispostos a ouvir. Em suas sinagogas sempre encontramos um santuário aberto
para nós; e muitas vezes, quando eles sabiam que poderiam ter nos exposto, eles esconde-
ram que nós tínhamos estado ali.
Na Prússia da Polônia, a porta está aberta a quase 100.000 judeus. Você não ousa pregar
aos pobres Protestantes Racionalistas. Mesmo na Prússia Protestante isso não seria permi-
tido; mas você pode pregar o Evangelho aos judeus. Pela lei da terra, cada igreja é aberta
para um ministro ordenado; e um dos missionários me garantiu que ele sempre pregou para
400 ou 500 judeus e judias de cada vez. Escolas para crianças judias também são permi-
tidas. Visitamos três delas, e ouvimos as crianças ensinadas do caminho da salvação por
um Redentor. Há doze anos atrás, os judeus não teriam chegado perto de uma igreja.
Se estas coisas são verdade, eu apelo a todos vocês que conhecem esses países a dize-
rem se é assim ou não, a porta em uma direção está fechada, e a porta para Israel está mui
amplamente aberta. Oh! você não acha que Deus está dizendo por Sua providência, bem
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como através da Sua Palavra: ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel? Você acha
que a nossa Igreja, conhecendo essas coisas, será inocente se não obedecer ao chamado?
Pois o Evangelho é o poder de Deus para a salvação, primeiro do judeu e também do grego.
(4) Porque eles vão dar vida a um mundo morto. Muitas vezes pensei que um viajante refle-
xivo, passando pelos países deste mundo e observando a raça de Israel, em todas as ter-
ras, pode ser levado a imaginar, apenas a partir da luz de sua razão natural, que um povo
singular é preservado para um grande propósito no mundo. Há uma aptidão singular no
judeu para ser um missionário do mundo. Eles não têm esse apego peculiar à casa e país
que nós temos. Eles sentem que são rejeitados em todas as terras. Eles também estão
acostumados a cada clima; eles encontram-se em meio a neve da Rússia e sob o sol
escaldante de Hindoostan. Eles também são, em alguma medida familiarizados com todas
as línguas do mundo, e ainda têm uma língua comum, a língua sagrada, para se comunicar
uns com os outros. Todas estas coisas devem, penso eu, sugerir a cada viajante inteligente
enquanto ele passa por outras terras. Mas o que diz a Palavra de Deus?
“E há de suceder, ó casa de Judá, e casa de Israel, que, assim como fostes uma maldição
entre os gentios, assim vos salvarei, e sereis uma bênção” (Zacarias 8:13). Até hoje eles
são uma maldição entre as nações, por sua incredulidade, por sua avareza; mas o tempo
está chegando quando eles serão uma bênção tão grande quanto foram uma maldição.
“E o remanescente de Jacó estará no meio de muitos povos, como orvalho da parte do
Senhor, como chuvisco sobre a erva, que não espera pelo homem, nem aguarda a filhos
de homens” (Miquéias 5:7). Assim como nós temos encontrado, entre as colinas áridas de
Judá, que o orvalho da noite caindo silenciosamente deu vida para cada planta, criando a
grama para a primavera e as flores para exalar a sua doce fragrância, assim será o Israel
convertido quando então eles serão como orvalho sobre um mundo seco e morto.
“Assim diz o Senhor dos Exércitos: Naquele dia sucederá que pegarão dez homens, de
todas as línguas das nações, pegarão, sim, na orla das vestes de um judeu, dizendo: Iremos
convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco” (Zacarias 8:23). Isso nunca foi
cumprido; mas como a Palavra de Deus é verdade, isso é verdade. Talvez alguém pode
dizer: Se os judeus devem ser os grandes missionários do mundo, vamos enviar missões
somente para eles. Temos uma nova luz, vamos chamar de volta os nossos missionários
da Índia. Eles estão desperdiçando suas vidas preciosas ali em fazer o que caberia aos
judeus. Sofro ao pensar que qualquer amante de Israel deveria até agora perverter a verda-
de, a ponto de argumentar dessa forma. A Bíblia não diz que devemos pregar somente aos
judeus, mas primeiro ao judeu. “Ide e pregai o Evangelho a todas as nações”, disse o Salva-
dor. Vamos obedecer a Sua Palavra como criancinhas. Oh! Senhor apresse nossos amados
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missionários neste fervor. Oh, Senhor, dê-lhes um bom êxito, e nunca deixe uma dúvida
fulminante cruzar suas mentes puras quanto ao seu campo glorioso de trabalho. Tudo pelo
que nós suplicamos é que, ao enviar missionários para as nações não nos esqueçamos de
começar em Jerusalém. Se Paulo for enviado aos gentios, deixe Pedro ser enviado para as
doze tribos que estão dispersas; e não haja um adeus em um canto de seus corações a ser
dado a esta causa, não deixem que seja um apêndice em relação às outras obras da nossa
Igreja, mas sim que seja escrito na dianteira de seus corações, e sobre a bandeira da nossa
amada Igreja, “primeiro do judeu”, e “começando por Jerusalém” [Lucas 24:47].
Por último, porque há uma grande recompensa. Bem-aventurado aqueles que te abençoa-
rem; malditos os que te amaldiçoarem. Orai pela paz de Jerusalém; prosperarão aqueles
que te amam. Sentimos isso em nossas próprias almas. Ao passar de um país para outro,
sentimos que havia Alguém diante de nós preparando nosso caminho. Embora tenhamos
tido perigos nas águas e perigos no deserto, perigos de doença e perigos entre as nações,
de tudo isso o Senhor nos livrou; e se agradar a Deus restaurar os nossos reverenciados
companheiros e trazê-los desta missão em paz e segurança para suas famílias ansiosas1,
teremos então uma boa razão para dizer que na observância de Seus mandamentos há
grande recompensa.
Mas as suas almas serão enriquecidas e a nossa Igreja também, se esta causa encontrar
o seu lugar certo em suas afeições. Foi bem dito por alguém que tem um lugar especial em
suas afeições, e que está agora na Índia, que nossa Igreja não deve apenas ser evangélica,
mas também evangelística, se deseja esperar a bênção de Deus. Ela não deve apenas ter
a luz, mas dispensá-la também, caso ela deva continuar como um mordomo de Deus. Eu
não posso tomar a liberdade de acrescentar a esta declaração notável, contudo digo que
não só devemos ser evangelísticos, mas que Deus quer que sejamos evangelísticos. Que
não somente dispensemos a luz para todos os lados, mas a dispensemos primeiro para o
judeu.
Então Deus reavivará Sua obra no meio dos anos. Toda a nossa terra será refrescada como
Kilsyth tem sido. As teias de aranha da controvérsia serão varridas para fora de nossos
santuários, as desarmonias e ciúmes de nossa Igreja serão transformados em harmonia de
louvor, e as nossas próprias almas tornar-se-ão como um jardim bem regado.
Pregado em 17 de novembro de 1839,
após voltar da Missão para os judeus.
__________
[1] Os doutores Black e Keith estavam nesta época ainda detidos no exterior por conta de uma doença.
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10 Sermões — R. M. M’Cheyne
Adoração — A. W. Pink
Agonia de Cristo — J. Edwards
Batismo, O — John Gill
Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo
Neotestamentário e Batista — William R. Downing
Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon
Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse
Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a
Doutrina da Eleição
Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos
Cessaram — Peter Masters
Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da
Eleição — A. W. Pink
Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer
Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida
pelos Arminianos — J. Owen
Confissão de Fé Batista de 1689
Conversão — John Gill
Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs
Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel
Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon
Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards
Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins
Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink
Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne
Eleição Particular — C. H. Spurgeon
Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —
J. Owen
Evangelismo Moderno — A. W. Pink
Excelência de Cristo, A — J. Edwards
Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon
Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink
Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink
In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah
Spurgeon
Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —
Jeremiah Burroughs
Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação
dos Pecadores, A — A. W. Pink
Jesus! – C. H. Spurgeon
Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon
Livre Graça, A — C. H. Spurgeon
Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield
Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry
Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill
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— Sola Fide • Sola Scriptura • Sola Gratia • Solus Christus • Soli Deo Gloria —
Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —
John Flavel
Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston
Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.
Spurgeon
Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.
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Oração — Thomas Watson
Pacto da Graça, O — Mike Renihan
Paixão de Cristo, A — Thomas Adams
Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards
Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —
Thomas Boston
Plenitude do Mediador, A — John Gill
Porção do Ímpios, A — J. Edwards
Pregação Chocante — Paul Washer
Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon
Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado
Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200
Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon
Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon
Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.
M'Cheyne
Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer
Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon
Sangue, O — C. H. Spurgeon
Semper Idem — Thomas Adams
Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,
Owen e Charnock
Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de
Deus) — C. H. Spurgeon
Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.
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Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina
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Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.
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Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.
Downing
Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan
Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de
Claraval
Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica
no Batismo de Crentes — Fred Malone
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2 Coríntios 4
1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,
na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está
encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória
de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo
Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,
que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,
para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,
este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;
10 Trazendo sempre
por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus
se manifeste também nos nossos corpos; 11
E assim nós, que vivemos, estamos sempre
entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
nossa carne mortal. 12
De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13
E temos
portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,
por isso também falamos. 14
Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará
também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15
Porque tudo isto é por amor de vós, para
que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de
Deus. 16
Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
interior, contudo, se renova de dia em dia. 17
Porque a nossa leve e momentânea tribulação
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18
Não atentando nós nas coisas
que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se
não veem são eternas.