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Temática: Ensino de Matemática na Educação Básica: potencialidades das Abordagens Metodológicas
Tangará da Serra/MT - 10 à 12 Junho de 2018
O SISTEMA MONETÁRIO: OBJETO DE UMA EXPERIÊNCIA EM
EDUCAÇÃO MATEMÁTICA.
Alcinete Campos de Oliveira1 Nelson Manoel da Silva2
Resumo: Este relato de experiência tem como proposito apresentar uma aula que desenvolvi com uma turma do 3º anos iniciais da Educação Básica, cuja temática abordei - O Sistema Monetário Brasileiro, atendendo as atividades proposta pela formação no PNAIC (Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa). Busquei instigar os alunos ao uso do conhecimento aprendido externo a escola e ao relacionado ao conteúdo proposto. Visto que A escola depois da família é o primeiro grupo social a que pertencemos. Acredita-la neutra e isentar-se da responsabilidade de sua função social, que visa propiciar condições, preparando e instrumentalizando seus alunos para participarem da transformação da sociedade. A Educação matemática é um campo amplo que possibilita ao professor o que as crianças precisam estar aprendendo em determinado momento observando a proposta curricular presente em cada instituição. Os números e as operações ocupam boa parte dos currículos e do tempo das aulas de matemática, onde as crianças desde cedo mantêm contato com esse mundo dos números. Aqui apresentei neste relato de experiência alguns pontos relevantes para o processo de construção de conhecimento. Palavras-chave: PNAIC, Sistema monetário Brasileiro, Educação Matemática.
1 Alcinete Campos de Oliveira, Filiada na SBEM (Sociedade Brasileira de Educação Matemática) e SIMS (Sindicato dos
servidores públicos de Sapezal - MT), [email protected]. 2 Nelson Manoel da Silva, Filiado no SIMS (Sindicato dos servidores públicos de Sapezal – MT,
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Introdução
Desde a origem dos tempos, os materiais são pensados e construídos para realizar
como objetos aquilo que deve corresponder a ideias ou propriedades que se deseja ensinar
aos alunos. Assim, os materiais podem ser entendidos como representações materializadas
de ideias e propriedades. Lévy (1993) diz que a simulação desempenha um importante
papel na tarefa de compreender e dar significado a uma ideia, correspondendo às etapas da
atividade. O tema Sistema Monetário, está presente no currículo escolar, e não há como
negar a sua existência. Visto que o mesmo está presente na formação básica do cidadão
brasileiro. Então falando em cidadão, e percebendo que não se pode negar a existência
desse tema no currículo, desenvolvi uma aula que envolveu troca de informações em um
contexto de cidadania. Percebendo a necessidade dos alunos em estabelecer uma melhor
compreensão com o tema - sistema monetário, apresentei uma aula pautada em momentos
de experiências e reflexões, onde os alunos pudessem vivenciar na pratica a importância de
se trabalhar esse conteúdo que está presente na vida escolar e na vida cotidiana de todo
cidadão. Explorar, desde os anos iniciais, as relações lógico-matemáticas e numéricas,
presentes nas situações que envolvem o uso do dinheiro é uma das tarefas fundamentais da
nossa proposta. Envolver a criança como autor de direito de aprender, bem como perceber
como se da o processo da construção de aprendizagem do mesmo. Desta forma apliquei
atividades envolvendo construção coletiva do mercadinho, Tive como finalidade estabelecer
a relação entre a teoria e a pratica, apresentar atividades simplificando uma melhor
compreensão e incorporação de aprendizagem da temática, Sistema Monetário Brasileiro.
Observando que a matemática ensinada na escola não pode estar alheia à realidade do
mundo externo. O papel da escola é, então, o de transformar o que as crianças sabem
sobre números por meios de sua vivência em conhecimento sistemático e orientar o uso da
linguagem adequada que permita a elas utilizar os números em diferentes situações e
entender a leitura e a escrita dos números, respeitando as regras do Sistema de Numeração
Decimal.
Entretanto, se posso partir do que as crianças sabem sobre números, é preciso que
as atividades permitam a análise de trocas de informações em contextos significativos. Isso
implica não limitar a apresentação e a discussão a um intervalo fixado, nem determinar que
os números sejam estudados em ordem numérica. Além disso, como é pela troca de
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experiências, nos debates e comunicação de ideias, que as crianças têm oportunidade de
elaborar seus conhecimentos, não podemos nos ater a atividades de escrita de números
apenas. As folhinhas de cópia e escrita de número e de associação de imagens a números
são exemplos muitos simplistas e bastante criticados pelos pesquisadores como estratégia
para o ensino de números.
O nosso objetivo diante dessa aula é oportunizar aos alunos o conhecimento do
sistema monetário através de experiências com cédulas e moedas, bem como desenvolver
atividades que envolva contagem, construção de ideias e possibilidades, facilitar o
aprendizado através da ludicidade. Explorar, desde as séries iniciais, as relações lógico-
matemáticas e numéricas presentes nas situações que envolvem o uso do dinheiro. Permitir
que os alunos construíssem alternativas próprias de calcular, apoiadas em. seu raciocínio e
não apenas em técnicas convencionais. Promover e estimular o uso da linguagem oral,
construção coletiva envolvendo teoria e pratica.
O presente relato de experiência esta pautado na metodologia de projetos, onde
busca inserir a criança como questionador, construtor de seus interesses. Na perspectiva de
Lerner e Sadovsky (2008), as crianças se aproximam do conhecimento do sistema de
numeração quando, diante das atividades apresentadas fazem levantamento de hipóteses,
levantam hipóteses e as coparam com as das outras crianças, explicavam e justificam seus
procedimentos pessoais, tornando possível a percepção dos seus próprios erros e
reelaborando seus conceitos de tal forma que possam grativadamente se apropriar da
compreensão da notação convencional de quantidades usando números. O cálculo mental é
o domínio privilegiado no qual se deve deixar que os alunos assumam suas individualidade e
utilizem a fundo m a oportunidade de aderir às soluções propostas pelos outros.
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Descrição do Desenvolvimento da aula
. Em primeiro momento percebi através do lançamento do tema que somente o falar não seria suficiente para o ato do desenvolvimento da aprendizagem. Algumas indagações sobre o assunto foram apresentadas, as crianças estavam entusiasmadas, abrindo um grande leque para aplicabilidade do tema matemático, assim propiciar momentos de aprendizagens significativas, busquei desenvolver uma aula com o tema Sistema Monetário Brasileiro, cuja questão temática atendesse a todos, de forma clara e não apenas hipotética. Então para isso abri discussão coletiva com o proposito de verificar o que as crianças traziam sobre, visto que é um assunto presente no cotidiano de cada um, busquei simplificar a compreensão e incorporar a aprendizagem do Sistema Monetário Brasileiro envolvendo a teoria e a prática como objeto de experiência de forma lúdica. Observando a construção coletiva proporcionando aos alunos enriquecimento dos conceitos matemáticos.
Leitura do livro: A Economia de Maria. Discutindo sobre o assunto: dinheiro
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Conhecendo o dinheiro.
Levei para sala de aula cédulas e moedas sem valor, propus aos alunos que fizessem
analise e reconhecimento de quantidades de número e valor. Na oportunidade instigar a
criança na discussão dos pré, conceitos que cada um traz consigo da vivencia cotidiana.
Confeccionando o dinheirinho. Na sala da aula partimos para a aplicabilidade, com
atividade de recorte, colagem de semelhantes às cédulas e moedas do Sistema
Monetário Brasileiro. Desta forma a criança terá intimidade com o reconhecimento
dos números e cédulas.
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Organização do espaço.
Os alunos trouxeram de casa embalagens vazias, onde eu juntamente com eles
(alunos), partimos para a organização do espaço na sala de aula onde será localizando o
mercadinho. Assim fiz com os grupos a coleta de embalagens, separação por rótulos,
demarcação de preços. Com esta atividade oportunizei a todos a leitura e reconhecimento
de embalagens. Houve vários questionamentos no processo de construção, e foi possível
perceber que com a participação coletiva todos saem ganhando, abrindo novas
oportunidades de aprendizagem.
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Dramatizando situações: No mercadinho, três alunos por vez (três caixa e três
compradores) realizam a atividade. O comprador de posse de uma quantia x de
dinheirinho escolhem os produtos e leva até o caixa. Este realiza os cálculos para
verificar o custo da compra. Com esta atividade as crianças demonstraram
entusiasmo em participar da construção do processo.
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Considerações Finais
A pesquisa em Educação Matemática vem sendo realizadas em vários países desde
a década de 1980. Muitos dos resultados desses estudos e experiências sobre o processo
de ensino e aprendizagem em Matemática já foram incorporados pelas orientações oficiais
que tem sido feita às escolas em um grande número de países, inclusive no Brasil. As
primeiras noções matemáticas são adquiridas durante a infância, quando a criança aprende
o valor das coisas que o cercam. Essa relação é construída principalmente por meio do
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manuseio de matérias concretos, em que na oportunidade desse relato aqui apresentei o
dinheirinho. Por isso trabalhar com atividades que envolva o uso de material manipulável
tornou a nossa aula mais prazerosa, onde percebi que as crianças se engajaram no
processo de construção no passo a passo, assim é missão do educador matemático, fazem
com que todos se engajem do processo. O nosso objetivo diante dessa aula foi oportunizar
os alunos na construção de ideias e possibilidades, facilitando o aprendizado através da
teoria e prática. Ubiratan D’ Ambrosio diz “que a educação matemática deve estar voltada
como uma estratégia para levar o aluno a estar em paz consigo mesmo, e como seu entorno
social, cultural e nacional” (2001). A criança traz consigo uma bagagem surpreendente do
espaço externo ao espaço escolar, cabe os nós educadores fazer uso desses
conhecimentos. Oportunizando o avanço de todos no processo de construção de
conhecimento. Vale considerar que nem todos apresentaram conhecimento de relação de
quantidades sobre as notas apresentadas, e não tinham noção dos preços dos objetos. Isso
dificultou o desenvolvimento de algumas atividades, devendo ser revista com, mas
profundidades em outro momento. Nesta perspectiva, espero que o presente relato de
experiência possa contribuir para o trabalho diário de colegas-professores da Educação
Básica.
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Referências
D’Ambrósio, Ubiratam. Teoria e Prática da Educação. Maringá, v.4, n.8, p.15. jun.2001. LÉVY, Pierre. A tecnologia da inteligência: o futuro do pensamento na área da informática. Trad.: Carlos Irineu da Costa. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993. LERNER, Délia; SADOVSKY, Patrícia. O sistema de numeração: um problema didático. Em: PARRA, Cecilia; Saiz, Irma. Didática da matemática: reflexões psicopedagogia. Porto Alegre: Artmed,2008. PACTO Nacional pela Alfabetização na Idade Certa: Grandeza e Medidas / Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica diretoria de Apoio à Gestão Educacional. – Brasília: MEC, SAB, 2014, Caderno 6. PACTO Nacional pela Alfabetização na Idade Certa: Ludicidade Na Sala de Aula / Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica diretoria de Apoio à Gestão Educacional. – Brasília: MEC, SAB, 2014, Caderno 4 PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: Matemática/ ministério da Educação. Área da Educação Fundamental. -3. Ed – 142p.: il: 16x23cm.