out of the box. a arquitectura participativa de filipe balestra

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ResumoNuma era onde um terço da população mundial vive em bairros degradados, as questões da responsabilidade social começam a ganhar novo protagonismo. As questões formais tão enfatizadas pela prática do Star System, começam a ser postas em causa, pois apesar da sua espectacularidade, não se tem debruçado sobre o papel que a arquitectura deve desempenhar na solução dos problemas ambientais, sociais e urbanos da humanidade. As intervenções de Filipe Balestra integram-se numa tendência de recuperação dos valores éticos e sociais da arquitectura, que procura soluções menos espectaculares, mas mais eficientes, no sentido de melhorarem realmente as condições de vida das populações de deve servir. A participação das populações nos projectos participativos, pressupõem um novo entendimento daquilo que é o papel do arquitecto. Se por um lado o carácter autoral da prática sofre uma perda, por outro lado a participação das populações nos projectos, dá-lhes uma nova riqueza e eficiência. Procurar-se-á neste artigo descortinar as conquistas que os projectos participativos implicam na prática da Arquitecto. Em que medida que a procura criativa do projecto é limitada pela participação das populações, ou se pelo contrario, essa participação amplia as respostas do formais do Arquitecto. Palavras-chave:Arquitectura participativa, Filipe Balestra, Responsabilidade social, Dharavi, Cova do Vapor.

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Faculdade de ArquitecturaUniversidade Tcnica de Lisboa

Out of the box.A Arquitectura participativa de Filipe Balestra

Filipe Humberto Torres Mesquita Borges de Macedo

Fotografia: Pagina Tisa no Facebook

Artigo cientfico para a disciplina Reabilitao Urbana e Sustentabilidade do 1 ano do curso de Doutoramento em Arquitectura

D o c e n t e : Professor Doutor Rui Barreiros Duarte Lisboa, FAUTL, Setembro, 2011

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Faculdade de ArquitecturaUniversidade Tcnica de Lisboa

Ttulo do artigo: Outo of the box, a arquitectura participativa de Filipe Balestra . Nome do Aluno: Filipe Humberto Torres Mesquita Borges de Macedo Fotografia da Capa: Filipe Balestra Professor Doutor Rui Barreiros Duarte Curso de Doutoramento em Arquitectura Data: Setembro de 2011

ResumoNuma era onde um tero da populao mundial vive em bairros degradados, as questes da responsabilidade social comeam a ganhar novo protagonismo. As questes formais to enfatizadas pela prtica do Star System, comeam a ser postas em causa, pois apesar da sua espectacularidade, no se tem debruado sobre o papel que a arquitectura deve desempenhar na soluo dos problemas ambientais, sociais e urbanos da humanidade. As intervenes de Filipe Balestra integram-se numa tendncia de recuperao dos valores ticos e sociais da arquitectura, que procura solues menos espectaculares, mas mais eficientes, no sentido de melhorarem realmente as condies de vida das populaes de deve servir. A participao das populaes nos projectos participativos, pressupem um novo entendimento daquilo que o papel do arquitecto. Se por um lado o carcter autoral da prtica sofre uma perda, por outro lado a participao das populaes nos projectos, d-lhes uma nova riqueza e eficincia. Procurar-se- neste artigo descortinar as conquistas que os projectos participativos implicam na prtica da Arquitecto. Em que medida que a procura criativa do projecto limitada pela participao das populaes, ou se pelo contrario, essa participao amplia as respostas do formais do Arquitecto.

Palavras-chave:

Arquitectura participativa, Filipe Balestra, Responsabilidade social, Dharavi, Cova do Vapor.

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NDICE

1-Enquadramento ................................................................................................... 3 2-Filipe Balestra, apresentao ............................................................................. 3 3- Dharavi ................................................................................................................ 53.1- O inicio do processo ................................................................................................. 5 3.2- os pressupostos da interveno .............................................................................. 7 3.3- Puccas e Kacchas...................................................................................................... 9 3.4- O projecto. ................................................................................................................ 11 3.4- Partindo para a obra ................................................................................................ 13

4- Cova do Vapor, Trafaria ................................................................................... 154.1- O inicio do processo ............................................................................................... 15 4.2- os pressupostos da interveno ............................................................................ 19 4.4- O projecto. ................................................................................................................ 21 4.5- as consequencias do Projecto em curso. ............................................................. 21

5- Concluses....................................................................................................... 23 6- Bibliografia ....................................................................................................... 26

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NDICE DE ILUSTRAES

Ilustrao 1 CCTV, maquete do projecto da sede da televiso estatal da R.P. da China, Projecto do O.M.A. de Rem Koolhas, onde Filipe Balestra participou. ..................................................................................................... 2 Percurso de Filipe Balestra: ....................................................................................................................... 2 Alados propostos para a Escola da Rocinha e desenvolvimento da obra a partir do existente. ............. 4 Sala do terceiro piso da Escola da Rocinha, aps as obras, ....................................................................... 4 Vista de Dharavi em 2007. ......................................................................................................................... 6 Aco de formao da ONG Mahila Mila ( Mulheres Unidas) em Bombaim. ........................................... 6 Vista interior de uma Pucca. Fonte:. ......................................................................................................... 8 Vista interior de uma Kaccha. Fonte:. ....................................................................................................... 8 Planta de adaptao das tipologias ao espao dos lotes......................................................................... 10 Estratgia de desenvolvimento da Obra . ............................................................................................... 10 Vista area da proposta. .......................................................................................................................... 12 Simulao da interveno, Vista da Rua. ................................................................................................. 12 Membros da Mahila Milan explicando o projecto s populaes envolvidas. ......................................... 14 Membros da Mahila Milan explicando o projecto s populaes envolvidas. ........................................ 14 Cova do Vapor ......................................................................................................................................... 16 Vista Poente da Cova do Vapor. .............................................................................................................. 16 A Cova do Vapor ...................................................................................................................................... 18 Filipe Balestra .......................................................................................................................................... 18 Filipe Balestra e membros da TISA em pleno trabalho de levantamento. .............................................. 20 Os jovens estagirios da TISA.. ................................................................................................................ 20 Montagem final da maqueta da cova do Vapor ...................................................................................... 22 As maquetes ............................................................................................................................................ 22 Vista final da maqueta completa da Cova do Vapor. .............................................................................. 24 As ruas pavimentadas e o sistema de drenagem instalado ..................................................................... 24

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Faculdade de ArquitecturaUniversidade Tcnica de Lisboa

Out of the boxA Arquitectura participativa de Filipe Balestra

Filipe Humberto Torres Mesquita Borges de Macedo

Fotografia: Pgina da TISA no Facebook

Artigo cientfico para a disciplina Reabilitao Urbana e Sustentabilidade do 1 ano do curso de Doutoramento em Arquitectura D o c e n t e : Professor Doutor Rui Barreiros Duarte Lisboa, FAUTL, Setembro, 2011

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Ilustrao 1 CCTV, maquete do projecto da sede da televiso estatal da R.P. da China, Projectodo O.M.A. de Rem Koolhas, onde Filipe Balestra participou.

Ilustrao 2 Percurso de Filipe Balestra:A-Licenciatura em Edimburgo, 2003; B- Colaborao na OMA/ AMO de Rem Kolhas 2003-5; CMestrado em Estocolmo 2007; D- Escola da Rocinha, Rio de Janeiro 2007-8; E- Plano de Reabilitao Dharavi, Bombaim 2008-9; F- Plano Estratgico para Estocolmo, 2010; D- TISA, Cova do Vapor, Caparica 2011

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1-ENQUADRAMENTO Numa era onde um tero da populao mundial vive em bairros degradados, as questes da responsabilidade social comeam a ganhar maior protagonismo. As questes formais to enfatizadas pela prtica do Star System, comeam a ser postas em causa, pois apesar da sua espectacularidade, no se tem debruado sobre o papel que a arquitectura deve desempenhar na soluo dos problemas ambientais, sociais e urbanos da humanidade. Filipe Balestra integra-se numa tendncia de recuperao dos valores ticos e sociais da arquitectura, que procura solues menos espectaculares, mas mais eficientes, no sentido de melhorarem realmente as condies de vida das populaes que devem servir. Nesta tendncia podemos referenciar Samuel Mockbee atravs do projecto Rural Studio, Alejandro Aravena entre outros. (Gleiniger et al. 2008, p.66) A participao das populaes nos projectos participativos, pressupem um novo entendimento daquilo que o papel do arquitecto. Se por um lado o carcter autoral da prtica sofre uma perda, por outro lado a participao das populaes nos projectos, d-lhes uma nova riqueza e eficincia. Procurar-se- neste artigo descortinar as limitaes e as conquistas que os projectos participativos implicam na prtica do arquitecto. Em que medida que a procura criativa do projecto limitada pela participao das populaes, ou se pelo contrario, essa participao amplia as respostas formais do arquitecto. Este Artigo incide sobre os projectos desenvolvidos para o Bairro de Dharavi em Bombaim, e para a Cova do Vapor na Trafaria. 2-FILIPE BALESTRA, APRESENTAO Filipe Balestra, nascido no Rio de Janeiro em 1981, filho de pai portugus, arquitecto, e me brasileira, Urbanista, inicia a formao em arquitectura na Universidade de Edimburgo (2000-03), onde conclui o bacharelato. Entre 2003 e 2005 trabalha durante no OMA (Office of Metropolitan Architecture) de Rem Koolhaas, onde colabora em diversos projectos, nomeadamente no projecto para o museu Hermitage de S. Petersburgo e no projecto do edifcio sede da televiso chinesa, a CCTV, em Pequim. Desiludido com a vivncia que a prtica da arquitectura no Atelier do OMA, onde a prtica se centra na explorao formal do exerccio da profisso, retoma os estudos, concluindo o mestrado em arquitectura na Universidade de Estocolmo (2005-07).

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Ilustrao 3 Alados propostos para a Escola da Rocinha e desenvolvimento da obra a partir doexistente. Fonte: Filipe Balestra

Ilustrao 4 Sala do terceiro piso da Escola da Rocinha, aps as obras, Foto retirada do DossierSambarquitectura da Revista Arq/a n 73.

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Em 2007 decide iniciar a sua prtica assumindo a responsabilidade social do Arquitecto como ponto fulcral da sua investigao.(Dias & Milheiro 2009, p.89) Aceita ento o desafio da ONG Instituto Dois Irmos para conceber e construir uma escola na Rocinha (Ilust. 3 e 4). Dispem de um oramento de 12000$, e desenvolve o projecto de construo da escola com uma efectiva participao das populaes locais. Esta participao no se resumiu a um dilogo intenso durante o projecto, mas continuou durante o processo de construo, sendo realizada em auto construo. A sua vontade de encarar a prtica da arquitectura com responsabilidade social e sentido tico, ao servio de populaes desfavorecidas granjeou-lhe notoriedade internacional. Em 2008 funda com Sara Gransson o atelier Urban Nouveau que desenvolveu a reabilitao do bairro de Dharavi em Bombaim (David Basulto 2009), propondo solues com lgica prxima da acupunctura urbana de Jaime Lerner associado a princpios de habitao evolutiva. Desenvolveu ainda um plano estratgico para a cidade de Estocolmo e funda a T.I.S.A (The Informal School of Architecture) para reabilitar a aldeia da Cova do Vapor na Trafaria (2011). Neste artigo vamos investigar a metodologia do projecto do Bairro de Dharavi em Bombaim e do projecto da T.I.S.A. na Cova do Vapor na Trafaria

3- DHARAVI3.1- O INICIO DO PROCESSO

Aps a concluso do projecto da escola da Rocinha, Filipe Balestra assiste conferncia Informal Cities que decorreu em 2008 em Estocolmo. Nesta conferncia toma conhecimento do trabalho desenvolvido por Jockin Arputham, um activista social, que na altura procurava alertar a sociedade indiana e a comunidade internacional acerca das deplorveis condies de vida com que os habitantes de Daharavi eram confrontados no seu quotidiano.(Dias & Milheiro 2009, p.90) Sensibilizado pela situao, Filipe Balestra apresenta-se a Jockin Arputham, e demonstra interesse em poder colaborar em projectos que melhorem as condies de vida dos habitantes de Dharavi. A experiencia Filipe Balestra que tinha adquirido na elaborao do projecto da Escola da Rocinha, elaborado com intensa participao das populaes, desperta o interesse de Jockin Arputham.

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Ilustrao 5 Vista de Dharavi em 2007. Fonte: http://kurioso.files.wordpress.com/2009/02/dharavi_0.jpg

Ilustrao 6 Aco de formao da ONG Mahila Mila ( Mulheres Unidas) em Bombaim. Fontehttp://www.sparcindia.org

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Jockin Arphutan, em conjunto com Sheela Patel dirigem uma ONG, a SPARC (The Society for the Promotion of Area Centers) que desde 1984 desenvolve polticas de desenvolvimento para a erradicao da pobreza nos bairros degradados de Bombaim. O trabalho desenvolvido pela SPARC nos seus esforos de erradicao da pobreza, realizado atravs de uma rede informal de mulheres que habitam nesses bairros, a Mahila Milan (Mulheres Unidas) (Ilust. 6), pois cedo se verificou que so elas, as mulheres, as mais interessadas e responsveis no desenvolvimento dos projectos. Todos os projectos apadrinhados pela SPARC contam igualmente com um fortssimo envolvimento das populaes locais, pois poltica da SPARC apenas particionar solues que resultem do envolvimento e vontade das comunidades. E nesse aspecto particular, a capacidade de envolvimento com as populaes, que a experiencia de Filipe Balestra na Rocinha demonstrou, revela-se fundamental no aparecimento do convite por parte do SPARC. Durante as conversas iniciais desenvolvidas entre Jockin Arphutam e Filipe Balestra, ficou claro que a viso que ambos tinham em relao ao problema da qualificao destes bairros era coincidente. Perante estas coincidncias de opinio, foi elaborado o convite para Filipe Balestra e Sara Gransson, a gnese do recm-formado o Atelier Urban Nouveau, realizarem um projecto de reabilitao de uma rea com cerca de 1200 habitaes do Bairro de Dharavi em Bombaim para a SPARC.(David Basulto 2009)

3.2- OS PRESSUPOSTOS DA INTERVENO

Uma das marcas das intervenes patrocinadas pela SPARC a vontade de melhorar os ambientes e as condies das comunidades onde intervm. Filipe Balestra na interveno que realizou na escola da Rocinha tambm utilizou a mesma estratgia, ou seja, acrescentou pisos a uma construo existente, adaptando a pr existncia de modo a adapta-la s necessidades. O projecto de Dharavi ir seguir a mesma estratgia. Ao contrrio da estratgia habituais, que implica a demolio destes bairros de lata e posterior deslocamento das populaes, em Dharavi a interveno assenta num progressivo melhoramento do bairro. Deste modo os seus habitantes mantem-se nos locais onde habitam e onde desenvolvem as suas relaes sociais. Isto permite que os recursos necessrios, quer econmicos, quer construtivos sejam consideravelmente reduzidos. Isto torna estas intervenes particularmente eficazes.

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Ilustrao 7 Vista interior de uma Kaccha. Fonte: Urban Noveau.

Ilustrao 8 Vista interior de uma Kaccha. Fonte: Urban Noveau.

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As Mahila Milan e Filipe Balestra concordam igualmente que o projecto ter de fomentar a sustentabilidade da comunidade, ou seja no se trataria apenas de melhorar as condies das habitaes, da salubridade e de melhorar os espaos pblicos. A interveno teria de promover igualmente o desenvolvimento econmico e social da comunidade. Ficou igualmente acordado que esta interveno seria realizada medida das disponibilidades, e que parte dos melhoramentos seriam da responsabilidade das prprias populaes. Ou seja a experiencia de Filipe Balestra em processos participativos e de autoconstruo seria maximizada.3.3- PUCCAS E KACCHAS.

Confrontados com a rea de interveno, Filipe Balestra inicia uma primeira aproximao realidade. Esta aproximao seguiu duas direces complementares. Se por um lado existia a necessidade de realizar um levantamento das necessidade e das condicionantes fsicas, por outro lado existia a necessidade de compreender as necessidades das populaes. A nvel das condicionantes fsicas, Filipe Balestra compreendeu que existiam duas tipologias em Dharavi; as Puccas (Ilust.7), casas com estrutura em beto e tijolo, que correspondem s habitaes das populaes mais favorecidas da comunidade, tendo por isso um carcter mais definitivo e slido. A outra tipologia que abunda em Dharavi so as Kacchas(Ilust.8), que so as habitaes temporrias, habitualmente construdas com materiais de fraca qualidade e que muitas vezes aproveitam as empenas das construes mais slidas. (Macedo & Balestra 2011) A nvel das necessidades das populaes e resultado das observao das Puccas, as tipologias ocupadas pelas populaes com maior sucesso econmico, Filipe Balestra verificou que o seu nvel trreo era muitas vezes ocupado por um negcio, quer fosse uma oficina, ou uma corte de gado, ou um comercio local. Esta situao permitia s populaes que ocupam as Puccas uma maior estabilidade econmica. Verificou que a construo das Puccas, tal como a construo das casas na Rocinha, era um processo evolutivo, e tal como na Rocinha, esse processo era garantia de sustentabilidade e segurana financeira para a famlia. Na Rocinha, uma famlia normaldemora cerca de quatro anos a juntar o dinheiro para construir um s piso, Comea-se no rsdo-cho; quatro anos depois faz-se o primeiro andar, mais uns anos para um segundoA famlia acaba por ir morando para cima- Alugando o rs-do-cho. Voil, eis a reforma!(Dias & Milheiro 2009, p.89)

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Ilustrao 9 Planta de adaptao das tipologias ao espao dos lotes. Fonte: Urban Noveau.

Ilustrao 10 As trs Tipologias e um estudo de associao, de notar que no projecto a estruturaser compartilhada entre as casas adjacentes. Fonte: Urban Noveau.

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Durante o processo de levantamento cedo ficou clara que as intervenes apenas se realizariam nas Kacchas, ou seja nas habitaes mais provisrias da rea de interveno. Tornou-se igualmente claro que a maior parte da construo seria realizada pelos habitantes e que caso os recursos se tornassem escassos, a primazia seria dada estrutura.3.4- O PROJECTO.

Face a estes dados que resultaram do levantamento cadastral, e das necessidades programticas das novas habitaes, Filipe Balestra apresenta a sua proposta para as habitaes. Essa proposta consistiu na apresentao de trs tipologias de habitao; - A Casa A, uma casa de tradicional de dois pisos, com a estrutura preparada para poder ser ampliada verticalmente para trs pisos. -A Casa B, uma casa de trs pisos com o rs-do-cho propositadamente aberto. Deste modo os habitante pode utiliza-lo para poder ampliar a casa, ou guardar o riquex, ou ento utiliza-lo como comrcio, lavandaria ou at mesmo como corte do gado. - A Casa C, uma casa de trs pisos igualmente, mas desta feita com o segundo andar vazio, flexibilizando a sua utilizao, oficina, lavandaria, e salvaguardando a possvel ampliao da habitao.(Dias & Milheiro 2009)(Macedo & Balestra 2011)(David Basulto 2009) Todos os projectos so apresentados em maquete populao de modo a permitir-lhe a total compreenso das implicaes que a sua escolha ir ter na sua vida. A flexibilidade dos projectos est igualmente presente nas possibilidades de opes que as pessoas dispem para a sua escolhe pessoal. Existem vrios tipos de vos que as pessoas podem escolher, compondo de acordo com as suas necessidades os alados da sua casa. Do mesmo modo ficam em aberto o acabamento exterior e interior das habitaes. (Ilust 9 e 10) Este grau de flexibilidade no projecto proposto por Filipe Balestra no significa uma diminuio do papel do arquitecto. Aqui o arquitecto desenvolve um projecto que refora a poesia do lugar, qualificando uma realidade degradada consequentemente dignificando a vida dos seus habitantes, que papel tradicional que se espera de um arquitecto. (Ilust 11 e 12)

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Ilustrao 11 Vista area da proposta, de reparar como as tipologias que substituem as Kacchasse adaptam ao espao existente entre a Puccas. Fonte: Urban Noveau.

Ilustrao 12 Simulao da interveno, Vista da Rua. Fonte: Urban Noveau.

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Contudo, a sua abordagem de realizar um projecto utilizando parcos recursos, ao mesmo tempo procura garantir a sustentabilidade econmica e social da comunidade, ampliando as suas possibilidades de viver com dignidade, permitindo-lhes a possibilidade de se apropriarem emocionalmente da obra, abordagem peculiar e marcante. No seu projecto para Dharavi, Filipe Balestra comps um projecto em que o arquitecto concebe um sistema que permite a escolha individual dos seus utilizadores, quase com um lego. Mas concebe-o de modo que o seu resultado final no deixa de ser obra de arquitectura, apesar de nem sempre a sua configurao final ser de sua total autoria.(David Basulto 2009, p.61)

3.4- PARTINDO PARA A OBRA O projecto iniciado pelas ONG SPARC e Mahila Milan para reabilitao do bairro de Dharavi um processo lento e complexo. Lento porque os financiamentos so sempre coisa difcil de angariar e complexo, porque estes bairros informais tem muitas vezes uma gnese ilegal. Contudo neste caso pouco tempo depois do incio do projecto dirigido por Filipe Balestra, o Governo Indiano iniciou um programa de reabilitao e legalizao de bairros de gnese ilegal. Este programa consiste de um apoio de cerca de 4500 por agregado familiar. Filipe Balestra e a Mahila Milan viram neste programa uma oportunidade de ouro para consolidar o projecto.(SPARC 2011) Filipe Balestra fez-se acompanhar por um arquitecto local, e deste modo preparar a legalizao das habitaes. Por outro lado a SPARC e as Mahila Milan desenvolveram contactos polticos de modo a ultrapassar as condicionantes do programa do Governo Indiano. Este programa seguia o percurso tradicional, o Governo lana concurso, as casas so feitas e os habitantes recebem as casas. Outra condicionante deste programa era a necessidade dos habitantes contriburem com 10% do valor da obra. Mahila Milan conseguiu negociar com o Governo indiano as seguintes alteraes ao programa; a obra seria realizada pelos habitantes, dispensando o construtor, o que se traduziria numa poupana de custos, os habitantes podiam realizar a sua parte do valor da obra em materiais ou em mo de obra, sendo que em contrapartida, a Mahila Milan, organizao de enorme prestigio na ndia, fiscalizaria e daria formao aos habitantes de modo a garantir a boa execuo da obra. (Ilust. 13 e 14)

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Ilustrao 13 Membros da Mahila Milan explicando o projecto s populaes envolvidas.Fonte: Urban Noveau.

Ilustrao 14 Membros da Mahila Milan explicando o projecto s populaes envolvidas.Fonte: Urban Noveau.

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Deste modo foram ultrapassadas as dificuldades iniciais do projecto de reabilitao do Bairro de Dharavi. Temos de notar que este vai ser um processo demorado, cujos resultado s se faram sentir a longo prazo, mas que constituem per si uma estratgia alternativa para abordar a reabilitao de bairros degradados de gnese ilegal. O pressuposto base de manter as populaes no seu bairro, evitando a quebra de relaes de vizinhana e da estruturao social associada resulta num processo menos sofrido por parte das populaes envolvidas. Por outro lado num mundo escasso de recursos, esta estratgia pode ser uma mais valia, pois quando evitamos as demolies, que acarretam sempre desperdcios avultados. Quando se recicla e reutiliza estruturas existentes, estamos a mudar o paradigma habitual da construo contempornea e simultaneamente melhoram-se as condies de vida e de sustentabilidade econmica e social das populaes. De igual modo as infre estruturas seriam implementadas gradualmente no bairro.(Dias & Milheiro 2009)(Macedo & Balestra 2011) Este sentido de responsabilidade social, ambiental e tico demonstrado por Filipe Balestra revela bem uma alterao do paradigma encarnado pelo Star System que tem marcado a arquitectura das ltimas dcadas. Na sua prtica Filipe Balestra encara a arquitectura como um meio de melhorar as condies de vida das populaes que serve. Por vezes implica um menor controle criativo da obra final, mas por outro lado implica uma imensa vontade de criar obras de arquitectura que possam ganhar vida prpria. Ou seja, obras que no se cristalizem no projecto inicial, obras que possam evoluir marcadas pela vida e pela histria dos seus habitantes. Em suma obras que sirvam a quem se destinam, e no se quedem pela construo de uma carreira autoral do arquitecto que as concebeu. Como diz Filipe Balestra Architecture was used as a tool for human evolution (Filipe Balestra 2007)

4- COVA DO VAPOR, TRAFARIA4.1- O INICIO DO PROCESSO

Aps ter terminado o projecto de reabilitao do Bairro de Dharavi, Filipe Balestra e Sara Gransson retornam a Estocolmo em 2010. A desenvolvem o plano estratgico de Estocolmo tendo em vista a auto-suficincia alimentar e energtica da cidade, e dadas a suas condicionantes geogrficas de Estocolmo, do especial ateno s interligaes entre as diferentes zonas da cidade.

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Ilustrao 15 Cova do Vapor, Fonte: Google Mapps.

Ilustrao 16 Vista Poente da Cova do Vapor. Foto: Filipe Borges de Macedo

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No finais de 2010, e face s notcias que alastravam acerca da crise econmica que alastrava em Portugal, Filipe Balestra e Sara Gransson deslocam o Atelier Urban Noveau para Lisboa. Era sua vontade trabalhar na realidade portuguesa e contribuindo deste modo para uma possvel recuperao. Filipe Balestra cr que a mentalidade fatalista que grassa no inconsciente portugus no tem correspondncia com a realidade do pas. Filipe Balestra acredita que este fatalismo constitui um entrave para que as pessoas possam ver as vantagens e oportunidades que existem em Portugal. Mais, na sua viso filtrada pelo contacto com realidades onde a dificuldades so literalmente esmagadoras, os portugueses perante dificuldades, bloqueiam, esperando sempre uma soluo sebastianica, que resulte da vontade de uma entidade superior, seja ela o estado, o fado ou das boas graas de St Antnio.(Macedo & Balestra 2011) A devido experiencia que teve em zonas realmente necessitadas, como em Bombaim ou na Rocinha, Filipe Balestra, observou que nestas reas as populaes esforam-se por alterar as realidades. Com esforo e imaginao e passos simples, as populaes da Rocinha e de Dharavi vo melhorando a sua realidade em locais com falta de infra-estruturas, sem recursos e com uma massa humana sem qualificaes. Quando observa a realidade portuguesa, Filipe Balestra v oportunidades, recursos, infra-estruturas e uma massa humana muito qualificada, logo encontra muito mais condies para ultrapassar as dificuldades. Decide ento encontrar as oportunidades que lhe vo permitir realizar um trabalho que melhore efectivamente a vida das pessoas. Oportunidade 1 -Ao regressar, e aps contactos com colegas, ele verifica que existem numerosos jovens recm-licenciados que no conseguem atingir a profissionalizao. Oportunidade 2 Encontra no Bairro da Cova do Vapor uma comunidade piscatria, estruturada por 70 anos de existncia, com grande coeso social e forte laos de solidariedade, que se encontra num limbo jurdico. Situada nas margens do Tejo, em frente ao Bugio, esta comunidade piscatria de gnese ilegal no foi abrangida pelos processos de legalizao de reas de gneses ilegal, pois encontra-se em domnio publico martimo. Esta situao implicou que a Cmara Municipal de Almada nunca tivesse vontade poltica em regularizar a situao desta comunidade, e por sua vez, as autoridades martimas ao encontrarem-se perante uma situao urbana, de igual modo procedessem. Devido a estes factos a comunidade tem um grande historial em resolver os seus prprios problemas com os seus meios. Por exemplo a gua e electricidade existem no bairro porque este se mobilizou, e atravs de cotizaes de todos, realizou a obra. (Jos Vestia 2011)

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Ilustrao 17 A Cova do Vapor, entre o Mar e a realidade de um bairro de gnese ilegal, a coesoda comunidade piscatria marca a carga potica do espao. Foto Filipe Borges de Macedo

Ilustrao 18 Filipe Balestra mostrando o impacto meditico dado experiencia da TISA nosmdia. Foto Filipe Borges de Macedo.

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. Aliada a estas oportunidades, Filipe Balestra tem uma enorme vontade em transmitir as lies que tem aprendido com as arquitecturas informais com que se tem deparado. Na sua leitura da realidade, boa parte dos bairros histricos europeus nasceram de arquitecturas informais, em tempos a Mouraria de Lisboa ou a Ribeira do Porto, foram construdos informalmente pelas suas populaes, hoje so um patrimnio de valor incalculvel e geram numerosos benefcios econmicos para as suas populaes. Filipe Balestra relembra que no foram construdos por arquitectos e que a arquitectura informal foi relegada para um papel menor no ensino da arquitectura. Filipe Balestra encontra qualidades poticas, solues imaginativas e acima de tudo uma incrvel e imaginativa poupana de recursos na arquitectura informal. (Sobral 2011) Filipe Balestra acredita que uma escola informal de arquitectura tem razo de ser, pois permitiria a arquitectos encontrarem lies de arquitectura na informalidade, e permitiria a no arquitectos fazer arquitectura com mais conhecimento mantendo a liberdade criativa de quem trabalha sem cnones.4.2- OS PRESSUPOSTOS DA INTERVENO

Perante estas oportunidades Filipe Balestra delineia a seguinte estratgia de interveno: Fundar a TISA (The Informal School of Architecture) onde receberia os recmlicenciados das escolas profissionais, como engenheiros tcnicos, tcnicos de arquitectura, jornalistas, fotgrafos etc. Atravs de protocolos garantindo a concluso dos seus estgios profissionais. Elaborar um protocolo com a Associao de Moradores da Cova do Vapor, de modo a realizar um levantamento fsico e social da comunidade e depois propor uma estratgia que apoiasse melhoramento na comunidade. Que a escola motivasse uma reaco meditica que permitisse desbloquear o imbrglio jurdico que afecta a vida destas populaes, pois na sua viso, Filipe Balestra, acredita que uma exposio meditica ir motivar a vontade poltica, quer da Cmara Municipal de Almada, quer das Autoridades Martimas.(Macedo & Balestra 2011)

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Ilustrao 19 Filipe Balestra e membros da TISA em pleno trabalho de levantamento.Foto Filipe Borges de Macedo

Ilustrao 20 Os jovens estagirios da TISA. Foto Filipe Borges de Macedo.

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4.4- O PROJECTO.

Numa primeira fase o projecto da Cova do Vapor consistiu num levantamento sistemtico de todas as habitaes do bairro. Era vontade de Filipe Balestra encontrar as necessidades de cada um dos agregados familiares. Esta vontade permite na sua opinio atingir trs objectivos: em primeiro lugar o conhecimento especfico de cada uma das necessidades individuais habilita a equipa projectista e a comisso de moradores a ter um melhor diagnstico, deste modo tem melhores instrumentos para encontrar solues mais eficazes; em segundo lugar este levantamento, que para alm de permitir a realizao de plantas, cortes e alados de cada agregado familiar, permite tambm a realizao de uma base para eventuais processos de legalizao das casas; Por fim, mas de importncia fundamental, a realizao deste levantamento permite um envolvimento e dilogo directo com as pessoas da comunidade, o que ir aumentar a sua disponibilidade para participar em solues colectivas que iro melhorar as suas condies de vida.(Macedo & Balestra 2011) Os cerca de 50 estudantes que constituem a TISA iniciaram o processo de levantamento exaustivo da comunidade e em cerca de 2 meses, de Maio a Julho de 2011, levantaram todas as casas. Este levantamento constitudo pelos clssicos elementos de desenho, Plantas cortes e alados, e fichas de diagnstico, foi complementado pela maquete individual de cada casa. Desde modo os habitantes passaram a ter uma nova e compreensvel viso das suas casas. No final do Levantamento as maquetes individuais foram juntas tendo assim sido criada uma maqueta conjunta do bairro.(Ilust. 21,22 e 23)(Amaro 2011)(Sobral 2011)4.5- AS CONSEQUENCIAS DO PROJECTO EM CURSO.

Entre os alunos encontram-se muitos engenheiros tcnicos que rapidamente elaboram os projectos de escoamento de guas pluviais e pavimentao das ruas da comunidade. Tambm numa primeira aco Filipe Balestra comea a trabalhar a mediatizao do projecto, iniciando-se uma srie de reportagens acerca do Bairro da Cova do Vapor em alguns dos mais importantes ttulos da imprensa portuguesa, Dirio de Notcias, Publico, Jornal I, RTP etc.. Esta importncia meditica abre a porta a diversas oportunidades, em primeiro lugar iniciam-se reunies entre a Cmara Municipal de Almada e a comisso de moradores, assessorada por Filipe Balestra, com vista a possvel legalizao do Bairro da Cova do Vapor.

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Ilustrao 21 Montagem final da maqueta da cova do Vapor, Foto Pgina TISA no Facebook

Ilustrao 22 As maquetes no serviram apenas para um levantamento das habitaes, elasso elementos de dialogo e diagnstico com os moradores, Foto Pgina TISA no Facebook

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Em segundo Lugar so cotizadas via Comisso de Moradores as verbas necessrias para executar o sistemas de escoamento de guas pluviais e a pavimentao de algumas das ruas. Deste modo revitalizada a tradio comunitria de resolver os problemas pelas suas mos e pelos seus meios. Esta obra foi realizada e com recurso auto construo, sendo assessorada pelos estudantes da TISA.(Ilust. 24)(Leal 2011) Do mesmo modo e devido ao trabalho de diagnstico, trabalho esse que no se quedou pelos dados fsicos dos edifcios, mas inclui as necessidades humanas e sociais de cada agregados. Essas necessidades foram mais claramente identificadas pelo dialogo estabelecido com os moradores na presena da maquete da sua habitao, a comisso de moradores preparasse para comear a intervir nas situaes mais prementes. (Ilust. 24) Por ultimo e face exposio meditica, o Bairro da Cova do vapor despertou o interesse da Fundao EDP, que em conjunto com a TISA, deu incio ao estudo de um sistema de auto-suficincia energtica para a Cova do Vapor.(Jos Vestia 2011) Partindo de uma situao inicial desfavorvel; Um pas em crise econmica; jovem sem possibilidade de entrarem no mercado de trabalho, pois face crise no existiam possibilidades do mercado lhes fornecer o estgio profissional necessrio concluso da sua formao; uma comunidade num limbo jurdico que hipotecava o futuro das suas populaes. Filipe Balestra, com imaginao, voluntarismo e militncia, transforma estas dificuldades em oportunidades. Com uma estratgia que encara a escassez como um recurso, Filipe Balestra encontra meios de por a arquitectura ao servio das pessoas.

5- CONCLUSES Os processos de arquitectura participativa tendem a consubstanciar uma resposta mais completa da prtica arquitectnica, pois na essncia da arquitectura est sempre o pressuposto que projectamos um mundo melhor para um homem mais feliz. Essa uma noo fundamental da prtica ps Star System, pois a explorao formal do objecto arquitectnico objectivo de uma sociedade hper-consumista de a satisfao imediata da forma ofusca uma viso mais completa da realidade humana.

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Ilustrao 23 Vista final da maqueta completa da Cova do Vapor.Foto Pgina TISA no Facebook

Ilustrao 24 ~Com cotizaes e mo de obra dos moradores, as ruas so pavimentadas e osistema de drenagem instalado, Foto Pgina TISA no Facebook

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A aparente perda de controlo criativo por parte do autor, pode ser complementada pela riqueza criativa trazida pelos futuros utilizadores e acima de tudo, pela inequvoca capacidade de proporcionar um futuro melhor a populaes carentes. Sendo este o caso do Arquitecto Filipe Balestra nas intervenes de Dharavi e da Cova do Vapor. Filipe Balestra, procura libertar a obra do carcter icnico do objecto de autor, empenhando em enfatizar a vontade de servir as populaes como principal objectivo do projecto. Em Filipe Balestra encontramos um recentrar da prtica arquitectnica e esse recentrar baseia-se na implementao de trs princpios; - Em primeiro lugar num mundo de escassez e de necessidade, o projecto tem de se apoiar solues pragmticas e imaginativas, que resolvam eficazmente os problemas com que se depara. -Em segundo lugar, O arquitecto deve envolver-se com a realidade, e no deve basear esse envolvimento apenas em factores qualitativos, mas deve incluir uma relao de proximidade afectiva com as comunidades onde se intervm. Desta interaco o arquitecto retirar uma mais completa compreenso da realidade, logo, responder ao projecto de um modo mais eficaz. Architecture was used as a tool for human evolution, communicated verbally, human to human (Filipe Balestra 2007) -Em terceiro lugar, o projecto deve servir a quem se destina, logo quem habita a comunidade onde se intervm deve poder intervir nos projectos de modo a optimizar as solues. Esta postura no significa executar sem critrio as vontades imediatas das populaes, ela significa ouvir (absorver/interpretar) e falar (propor alternativas/ dialogar). uma troca, uma aprendizagem mtua. (Dias & Milheiro 2009, p.92) Para alm de todas as consideraes de ordem formal, esttica e metodolgicas, o acto de criar e conceber arquitecturas onde as populaes so parte primordial do processo de concepo, facilita e promove aquele que o grande propsito da arquitectura, criar um mundo melhor para um homem mais feliz.

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6- BIBLIOGRAFIA Fontes primrias Entrevista a Filipe Balestra realizada por Filipe Borges de Macedo, na Cova do Vapor, Almada no dia 12 de Maio de 2011. Registo em Vdeo, Durao 42 minutos. Fontes secundrias:

Amaro, C., 2011. Lio de arquitectura na Cova do Vapor. Notcias Magazine, (1002), pp.38-45. David Basulto, 2009. Incremental Housing Strategy in India / Filipe Balestra & Sara Gransson | ArchDaily. Available at: http://www.archdaily.com/21465/incrementalhousing-strategy-in-india-filipe-balestra-sara-goransson/ [Acedido Julho 5, 2011]. Dias, M.G. & Milheiro, A.V., 2009. Os Pobres tm sido os meus professores. Entrevista a Filipe Balestra. Jornal dos Arquitectos, (236). Filipe Balestra, 2007. Sambarchitecture on Vimeo, Available at: http://vimeo.com/5359169 [Acedido Junho 30, 2011]. Gleiniger, A. et al., 2008. Complexity. Desing strategy and world view. Andrea Gleiniger and Georg Vrachliotis., Basel, Switzerland: Brrkhauser. Jos Vestia, 2011. RTP - 30 MINUTOS. TISA. Available at: http://tv2.rtp.pt/programasrtp/index.php?p_id=23840&e_id=&c_id=1&dif=tv [Acedido Junho 30, 2011]. Leal, L., 2011. Moradores da Cova do Vapor juntaram-se e pagaram obras. Telejornal. Available at: http://www.rtp.pt/noticias/?t=Moradores-da-Cova-do-Vapor-juntaramse-e-pagaram-obras.rtp&headline=20&visual=9&article=471565&tm=8 [Acedido Agosto 21, 2011]. Macedo, F.B. de & Balestra, F., 2011. Entrevista a FilipeBalestra 12 de Maio 2011, Cova do Vapor. Sobral, C., 2011. A cova do vapor no um bairro de lata, um tesouro fantstico. Publico, pp.38-39. SPARC, 2011. SPARC. (the Society for the Promotion of Area Resource Centre. Available at: http://www.sparcindia.org/sparcindia.aspx [Acedido Julho 22, 2011].

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