pÁgina central assessoria de comunicação social – ano...

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informação Revista da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Assessoria de Comunicação Social – Ano XXIX Nº 128 – Março-Abril/2006 PÁGINA CENTRAL UNIVERSIDADE FINANCIA BOLSAS DE PÓS-GRADUAÇÃO PÁGINA 9 OFICINA LITERÁRIA: DUAS DÉCADAS DE RECONHECIMENTO PÁGINAS 36 E 37 Meio século de promoção da cultura Coral da PUCRS, um dos mais prestigiados do Estado, participa da montagem de óperas PÁGINAS 6 A 8 Entrevista com Barbara Pozzo Foto: Marcos Colombo

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informaçãoRevista da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulAssessoria de Comunicação Social – Ano XXIXNº 128 – Março-Abril/2006

PÁGINA CENTRAL

UNIVERSIDADE FINANCIA BOLSAS DE PÓS-GRADUAÇÃO PÁGINA 9OFICINA LITERÁRIA: DUAS DÉCADAS DE RECONHECIMENTO PÁGINAS 36 E 37

Meio século depromoção da cultura

Coral da PUCRS, um dos mais prestigiados do Estado, participa da montagem de óperasPÁGINAS 6 A 8

Entrevista comBarbara Pozzo

Foto

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24ENTREVISTALeis ambientaisprecisam adequar-seà realidade –BARBARA POZZO

35 BASTIDORES

Coral emocionamultidões

2 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006

NESTA EDIÇÃO

45EU ESTUDEINA PUCRS

Denise Cezar,primeira mulher

a presidir a Ajuris

CampusViamão:

agradável paraestudar e conviver

ReitorJoaquim ClotetVice-ReitorEvilázio Teixeira

Diretor-Editor daPUCRS InformaçãoCarlos Alberto Carvalho([email protected])

Editora ExecutivaAna Paula Acauan

([email protected]) Interina

RepórteresBianca Garrido

([email protected])Carine Simas

([email protected])Greice Beckenkamp

([email protected])Mariana Vicili

([email protected])

EstagiáriasCaroline Eidt

Marina TodeschiniMariana Assis Brasil

FotógrafosGilson Oliveira

([email protected])Marcos Colombo

([email protected])Arquivo Fotográfico

Cléo Belicio([email protected])

RevisãoJosé Renato

Schmaedecke([email protected])

CirculaçãoMirela Vieira

da Cunha Carvalho([email protected])

Relações PúblicasSandra Becker

([email protected])

DocumentaçãoLauro Dias

WebmasterRodrigo Ojeda

([email protected])Conselho Editorial

Ir. Elvo Clemente,Délcia Enricone e

Solange Medina KetzerImpressãoEpecê-Gráfica

Projeto Gráfico eEditoração Eletrônica

Pense Design([email protected])

PUCRS Informaçãoé editada pela Assessoriade Comunicação Social

da Pontifícia UniversidadeCatólica do Rio Grande do Sul

Avenida Ipiranga, 6681,Prédio 1, 5º andar

CEP 90619-900Porto Alegre – RS

Fone: (51) 3320-3500,ramais 4446 e 4338Fax: (51) [email protected]/revista

Tiragem: 45 mil exemplares

A PUCRS é uma Instituiçãofiliada à ABRUC

6 CAPA 13 Pelo Campus – Feira auxilia na escolha da profissão

14 Pelo Campus – Graduação voltada a educadores populares

15 Panorama – PUCRS empossa novos diretores

19 Em Foco – Lançado Programa de Bolsas de Pós-Graduação

10 Novidades Acadêmicas – Administração e Contabilidade são modernizadas

11 Novidades Acadêmicas – Enfermagem tem mudanças no currículo

12 Pesquisa – Acesso à cultura ajuda fluência verbal

13 Pesquisa – Estudo aperfeiçoa sistema de busca

14 Pesquisa – Instituições para idosos necessitam de mudanças

15 Radar – Cursos tratam da Previdência

16 Saúde – Hospital e Centro Clínico têm novidades

17 Saúde – Congresso traz pioneiro na área de células-tronco

18 Saúde – Estudo torna-se recomendação da Nasa

19 Pelo Rio Grande – Universidade apóia criação de indústria de pescado

20 Ciência – Pesquisa ajuda a decifrar evolução dos primatas

21 Ciência – MCT entrega Plano Ambiental de Gravataí

22 Tecnologia – Raiar expande atividades para Viamão e Uruguaiana

23 Tecnologia – Etiquetas inteligentes com marca nacional

26 Universidade Aberta – Atividade física a serviço da socialização

27 Gente – Filosofia atrai profissionais de diferentes áreas

28 Alunos da PUCRS

32 Lançamentos da Edipucrs

33 Mercado de Trabalho – Publicidade e Propaganda

34 Memória – FACE completa 75 anos

36 Cultura – Oficina Literária: duas décadas de reconhecimento

38 Cultura – Lya Luft: “Celso continuará ensinando”

39 Ação Comunitária – Cooperativa leva esperança para vila

40 Sinopse

44 Perfil – Thomé mantém vigor científico

46 Social – Poesia contribui para alfabetização

47 Opinião – Novas geotecnologias e aplicações no ensino – Regis Alexandre47 Opinião – Lahm, da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006 3

PELO CAMPUS

Escolher uma profissão traz o desafio deoptar pela carreira certa e implica deci-sões quanto ao futuro. Segundo a pro-

fessora da Faculdade de Psicologia da PUCRSAna Maria Pereira, o conhecimento é funda-mental para uma opção consistente. Visõesde mercado e perfil do profissional tambémsão peças-chave. Com o objetivo de auxiliaros estudantes nessas e em outras questões,foi realizada a Feira das Profissões. No perío-do das inscrições para o Concurso Vestibularcom ingresso em 2006/1, a comunidade, comentrada franca, pôde conhecer mais sobre oscursos de graduação.

O público foi bastante variado. Criançasbrincaram nos experimentos, pais e avós des-cobriram novas tecnologias e entenderam

melhor sobre o mundo dos filhos e netos, jo-vens analisaram os espaços que mais lhe in-teressavam com atenção. Os que estavamdecididos quanto à futura profissão tambémforam ao evento. Para Juliana Lourenço, 20anos, a Feira foi importante mesmo paraquem já optou pelo curso: “Tentarei Medicina,mas é sempre bom tirar dúvidas e obter maisesclarecimentos”.

Nos estandes, professores e monitoresprestavam esclarecimentos e ofereciam infor-mações sobre cursos e setores da Universida-de. Arenas com bate-papos entre visitantes eprofissionais, palestras, sorteios, demonstra-ção de experimentos do Museu de Ciências eTecnologia, atividades numa miniacademia doParque Esportivo, telão com vídeos da Insti-

EMPREENDEDORISMO E SUCESSÃO FORMA PRIMEIRA TURMA

Ocurso de Empreendedorismo e Su-cessão, ligado à Faculdade de Ad-

ministração, Contabilidade e Econo-mia, formou a primeira turma em janeiro. Amodalidade, inédita no Brasil, prepara os alu-nos para abrir os próprios negócios ou partici-par da condução das empresas familiares. NoBrasil apenas 5% desse tipo de empreendi-mento chegam à terceira geração e 25%, àsegunda geração. Os empreendedores tam-bém enfrentam dificuldades em levar adiantesuas idéias. A coordenadora Flavia Caudurodestaca que as disciplinas têm um enfoqueprático, propiciando o contato com o mercadoe as estratégias para montar negócios e fazê-los avançar.

Entre os 18 formandos, Michael Sopper,

22 anos, herdeiro da Cádiz Construções, dizque as aulas o ajudaram a compreender oprocesso sucessório. Desde os 18 trabalha naempresa dirigida pelo pai, que tem 25 anos deexperiência em administração. Atualmenteestá na área de Marketing. No Plano de Negó-

tuição e show com a banda Cidadão Quemforam algumas das principais atrações.

Criatividade, interação e dinamismo mar-caram o evento. Um simulador de vôo estavaà disposição nas Ciências Aeronáuticas. NaEnfermagem bonecos usados nas aulas práti-cas foram expostos. Outra curiosidade foi apirâmide alimentar em acrílico apresentadapela Nutrição. Na Geografia podia-se localizarpontos de Porto Alegre por meio de imagensde satélite. Mudas de plantas foram distribu-ídas pelo Instituto do Meio Ambiente. No es-tande de Jornalismo era possível fazer repor-tagens e entrevistas.

Mais de 5 mil visitantes estiveram naFeira, que, ocupando 5,6 mil metros quadra-dos do Centro de Eventos do Campus Cen-tral, contou com o trabalho de mais de milpessoas. Segundo a Pró-Reitora de AssuntosComunitários, Jacqueline Moreira, a intençãoé que a Feira passe a ser anual. “Atingimoso nosso objetivo, com um bom movimentode público e uma integração interna e com acomunidade.”

cios exigido como trabalho de conclusão decurso, estudou a viabilidade de um empreen-dimento imobiliário que a empresa lançaráem março. Como resultado de trabalho feitoem outra disciplina sobre desenvolvimentosustentável, implantou na Cádiz uma siste-mática de reutilização e separação de materi-ais no canteiro de obras.

O egresso Maguil Korogui, 32 anos, dizque o curso propiciou a profissionalização doseu restaurante, o Temari Culinária Oriental.Conta que vinha obtendo sucesso como em-preendedor, mas a partir de um certo momen-to o negócio parou de crescer. Na faculdadeaprendeu ferramentas para atuar melhor emáreas como planejamento, marketing e recur-sos humanos.

Grupo comemora conquista

Famílias visitaram evento

Foto: Mateus Martins dos Reis/Eventual Produtora

FEIRA auxilia naFEIRA auxilia naescolha da profissão

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ESPAÇO DO LEITOR

Parabéns pela qualidade dostrabalhos que vocês têm realiza-do, é de primeira!

Maria Izabel MallmannFaculdade de Filosofia

e Ciências Humanas/PUCRS

Parabéns ao pessoal da As-com pelo Prêmio Destaque emComunicação Sinepe/RS. Vocêsmerecem pelo excelente trabalhoque desenvolvem.

Luciano KlöcknerJoão Brito de Almeida

Faculdade de ComunicaçãoSocial/PUCRS

Há algum tempo, vi a novacara da Revista. Ficou linda. Asmatérias, como sempre, com oalto padrão de qualidade editori-al. Parabéns pelo expressivo tra-balho.

Débora BragaJornalista

Agradeço o envio da RevistaPUCRS Informação, que a cadabimestre me oportuniza maioresinformações sobre a PUCRS, seumundo universitário, pesquisas,avanços tecnológicos e a suaatuação social na comunidade.

Professor GarciaVereador de Porto Alegre

Sou ex-aluna da PUCRS –Jornalismo, me formei em 2003 egosto muito desta publicação.Gostaria de saber como faço paracontinuar recebendo a revista?Isso é possível?

Daniele Mascherin PastoreJornalista

Gostaria de receber periodica-mente a Revista PUCRS Informa-ção. Faço tal solicitação, pois fuialuno da PUCRS de 1985 a 1990,onde me formei. Desejo manter-me bem informado sobre o quetem acontecido na minha Univer-sidade tão querida. Antecipoagradecimentos e aguardo ansio-so a chegada da próxima revista.

Alcir D. SoriaPorto Alegre

Parabenizo-os pela excelente re-portagem publicada na edição demaio/junho de 2005 da revista sobreDom Cláudio Hummes (Dom CláudioHummes Ganha Destaque Mundial).Ganhei a revista de um amigo e gosteimuito. Parabéns! Gostaria de recebera Revista PUCRS Informação gratuita-mente.

Joel dos Santos RodriguesPalmares do Sul

N.R.: O conteúdo da RevistaPUCRS Informação está disponí-vel no site www.pucrs.br/revista,na íntegra, e em formato PDF. Aagenda semanal de eventos daUniversidade e outras notíciastambém podem ser acessadasnos endereços www.pucrs.br/boletim e www.pucrs.br/imprensa.

Dou os parabéns à equipe da As-com pela PUCRS Informação de no-vembro/dezembro. As matérias estãomuito interessantes. Destaco, entreoutras, as pautas sobre os fotógrafos(na seção Bastidores) e o AnonymusGourmet (Eu Estudei na PUCRS).

Eduardo BorbaJornalista/Incubadora Raiar/

Tecnopuc

PELO CAMPUS

4 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006

Graduação voltada aeducadores populares

Aassinatura de um acordo de cooperação técnica en-tre a PUCRS, o Ministério da Educação (MEC) e a As-sociação de Educadores Populares de Porto Alegre

(Aeppa) concretizou a criação da Licenciatura em Pedagogia –ênfase em Educação Popular. Com uma proposta inovadora, ocurso busca atender às necessidades de profissionais queatuam em creches e na educação de jovens e adultos. Partici-param da cerimônia de assinatura do documento o Reitor Joa-

quim Clotet, o se-cretário executivodo MEC, Jairo Jor-ge, e a presidenteda Aeppa, TamarGomes de Oli-veira. Estiverampresentes tam-bém o Vice-ReitorEvilázio Teixeira,a Pró-Reitora deGraduação, So-

lange Medina Ketzer, a diretora da Faculdade de Educação(Faced), Maria Helena Menna Barreto Abrahão, e a vereadoraSofia Cavedon, integrante da Comissão de Educação, Culturae Esportes da Câmara Municipal de Porto Alegre.

O curso, com a duração de oito semestres, oferece, a par-tir deste mês de março, duas habilitações: Educação Infantile Magistério dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Asaulas são no turno da noite, de segunda a sexta-feira, e tam-bém aos sábados pela manhã. Cada uma das habilitaçõesdisponibiliza 60 vagas.

“A PUCRS terá a primeira graduação do País voltada aeducadores populares e utilizando a filantropia para financiarbolsas integrais”, elogiou Jairo Jorge. A iniciativa está servin-do de exemplo a outras instituições de ensino superior brasi-leiras, que manifestaram o interesse em desenvolver propos-ta similar, informou o representante do MEC. O Reitor Clotetdestacou que “a Instituição demonstra mais uma vez o com-promisso com a inclusão social e o desenvolvimento do País”.

O currículo, estruturado a partir da realidade profissionaldos educadores populares, foi elaborado por um grupo com-posto por integrantes da Faced, Aeppa e Conselhos Munici-pais de Educação e dos Direitos da Criança e do Adolescente.“Para nós, é um avanço, significa a qualificação do trabalho euma perspectiva de melhor remuneração”, comemorou apresidente da Aeppa, que calcula atuarem, apenas em PortoAlegre, 2,3 mil educadores populares, atendendo 15 mil crian-ças e adultos. “Em quatro anos, os acadêmicos aprenderãotemas relacionados aos fundamentos, à teoria e à prática daeducação, além de aspectos mais específicos da educaçãopopular”, disse Maria Helena Abrahão.

A seleção dos alunos para o curso foi feita a partir daaprovação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Oscandidatos também precisavam ser formados em Magistério/Normal, além de atuar em entidades registradas nos Conse-lhos Municipais, Aeppa ou instituição equivalente.

Clotet e Jorge firmaram documento

ESCREVA PARAA REDAÇÃO:

Av. Ipiranga, 6681 – Prédio 15º andar – CEP 90619-900

Porto Alegre – RSE-mail: [email protected]

Fone: (51) 3320-3500,ramais 4446 e 4338Fax: (51) 3320-3603

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PANORAMA

PUCRS empossaNOVOS DIRETORESAPUCRS tem sete

novos diretores.No Campus Uru-

guaiana, assumiu CleitonTambellini Borges, que jáocupou o mesmo cargo em2000. Também foi diretor daFaculdade de Administra-ção, Contabilidade e Infor-mática e coordenador ad-ministrativo do Campus, em1987 e 1988. Paulo HornRegal passa a dirigir a Fa-culdade de Arquitetura eUrbanismo do Campus Cen-tral. Na Universidade desde1996, coordenou o Departa-mento de Expressão Gráficae o curso de pós-graduaçãona mesma área. A Matemá-tica está sob a responsabi-lidade de Augusto VieiraCardona, docente da PUCRShá 15 anos. Avelino Fran-cisco Zorzo é o novo diretorda Faculdade de Informáti-ca, onde já coordenou o Departamento deComputação Aplicada de 2000 a 2002. A ex-diretora Vera Strube de Lima agora coordena oPós-Graduação da Pró-Reitoria de Pesquisa ePós-Graduação.

Na direção da Física, assumiu Ana MariaMarques da Silva, professora da PUCRS des-de 2002. Continua como coordenadora doNúcleo de Pesquisa em Imagens Médicas daFaculdade, que funciona no Parque Tecnológi-

co (Tecnopuc). A Faculdade de ComunicaçãoSocial agora é dirigida por Mágda Rodriguesda Cunha, que já exerceu as funções de vice-diretora (2005) e coordenadora do Departa-mento de Jornalismo (de 1999 a 2004). Pro-fessora da PUCRS desde 1986, também inte-grou a Assessoria de Comunicação Social de1989 a 1997. Antonio Carlos Araújo de Souzaassumiu o Instituto de Geriatria e Gerontolo-gia, onde está desde 1981.

REVISTA RECEBE PRÊMIO SINEPE PELA 3ª VEZ

Pela terceira vez consecutiva, aPUCRS Informação recebeu oPrêmio Destaque em Comuni-

cação Sinepe/RS na categoria EnsinoSuperior – Revista. O PUCRS Notí-cias obteve o 2º lugar em EnsinoSuperior – Boletim. Nesta 3ª ediçãodo Prêmio concedido pelo Sindicatodos Estabelecimentos do Ensino Pri-vado no Estado (Sinepe), houve 23finalistas em todas as categorias. Onúmero de inscrições chegou a 99,

Psicopedagogosingressam no

mercado

OBrasil conta com 41 novos psi-copedagogos que ajudarão

crianças, jovens e adultos comproblemas de aprendizagem. Em janeirose formou a turma pioneira de graduaçãoem Psicopedagogia do País. O curso ofe-recido pela PUCRS, na Faculdade deEducação, tem a duração de quatro anose é o primeiro com habilitação nas áreasclínica e institucional. “Durante quatroanos trabalhamos com empenho e cora-gem diante do desconhecido. Sinto-meemocionada e confiante com os resulta-dos alcançados, os convênios realizadose a aprendizagem dos acadêmicos”,destaca a coordenadora do curso, MariaBeatriz Jacques Ramos.

O curso destaca as práticas e estágios.Os estudantes realizaram trabalhos noCentro Social Marista (Bairro Mario Quin-tana, Zona Norte de Porto Alegre), CentroVida, Hospital São Lucas e Núcleo deAtenção à Saúde de Crianças e Adoles-centes em Idade Escolar da PrefeituraMunicipal, além de clínicas e escolas par-ticulares, estaduais e municipais. Nos lo-cais foram elaborados, sob supervisão deprofessores, planos de intervenção e rea-lizados inúmeros atendimentos. “Nas in-tervenções muitos dos adolescentes e cri-anças atendidos conseguiram aprovaçãoà série seguinte em função do trabalhodos estudantes”, garante Maria Beatriz.

Um grupo de recém-formados preten-de criar o Conselho Regional de Psicopeda-gogia com o apoio da Associação Brasilei-ra de Psicopedagogia. A idéia é cuidar dequestões como a remuneração, já que nãohá um valor de referência atual.

com aumento de 43% em relação aoano anterior.

A Rede Marista foi a que mais so-mou prêmios: totalizou cinco troféus,dois conquistados pela Província. Du-rante a cerimônia, 40 instituições doRio Grande do Sul receberam distin-ção especial de Escola Centenária. Fo-ram comemorados ainda os 57 anosdo Sinepe e houve homenagem à As-sociação Riograndense de Imprensa(ARI).

Marcos Colombo, Carlos Alberto Carvalho,Ana Paula Acauan, Magda Achutti e Mariana Vicili

Souza, Zorzo, Mágda, Reitor Clotet, Ana Maria, Regal e Cardona

Autoridades na posse de Cleiton Borges

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006 5

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CORAL emociona multidõesPor Ana Paula Acauan

Em todas as óperas apresentadas peloInstituto de Cultura Musical da PUCRSuma visita é sempre esperada. Trata-se

de um senhor anônimo que coleciona os ticketsdo espetáculo, o programa, as fotos tiradas porele mesmo e algum objeto que pôde resgatar:de lantejoulas a um pedacinho de tecido. Paraos protagonistas desse espetáculo, importa oque esse homem e milhares de pessoas guar-dam na memória e no coração após as exibi-ções. Esse é o princípio básico de um trabalhoque se desenvolve há 50 anos na Universidade.O Coral, um dos mais prestigiados do Estado,tem por missão espalhar a cultura pela PUCRSe pela comunidade gaúcha. “Univer-sidade não é somente conhecimento,mas também formação, o que envol-ve o alimento da alma”, destaca o di-retor do Instituto, maestro FredericoGerling Junior.

Há muitos relatos emocionadosde pessoas que aprenderam a gostarde música graças ao trabalho feitopela PUCRS. Uma mãe conta que o fi-lho, hoje com 18 anos, cresceu indo aexibições do Coral e Orquestra daUniversidade. Diz que, se a entradanão fosse franca, não teria comooportunizar os espetáculos ao jovem.

Outros “perseguem” o grupo em programa-ções no Interior, não faltam aos eventos e ain-da assistem pela TV Com (Canal 36-UHF).

Para a equipe do Instituto, fazer músicatraz satisfação para quem a executa a partirdo momento em que consegue transmitiremoção. “É grande a felicidade dos músicosquando constatam que os ouvintes sentiramsua mensagem e perceberam que sua perfor-mance foi direcionada a cada coração, des-pertando emoções diversas que certamenteenriquecem suas vidas”, diz o maestro. Porisso um dos trabalhos nos ensaios e nos mo-mentos principais é fazer com que todos este-jam em sintonia. Antes de cada apresentação,todos dão as mãos e rezam um Pai-Nosso.

Gerling Junior exige não apenas a perfeição denotas musicais, ritmos e melodias. Para ele, a“entrega” de todos os coralistas e instrumen-tistas é fundamental. “O Coral não tem umtrabalho somente artístico, mas precisa abra-çar o evento”, destaca.

Em 2005 pelo menos 120 mil pessoas as-sistiram aos espetáculos, sem contar os queacompanharam o Coral pela televisão. Foram85 eventos no total. Destacam-se os oito con-certos no Natal Luz (Gramado), a montagemda ópera Os Palhaços (de R. Leoncavallo) e oEncontro com Beethoven. Para este ano come-morativo, está programada a realização daópera Um Baile de Máscaras (G. Verdi), alémdo Encontro com Mendelssohn e dez apresen-

tações dos Concertos Comunitários Zaffa-ri. Outras novidades são o lançamento deum DVD com momentos marcantes dos50 anos do Coral, mesclando vários gêne-ros musicais, e de dois CDs.

A parceria com a Companhia Zaffaridura 18 anos. O gerente de Marketing daempresa, Márcio Corá de Lima, destacouque os Concertos Comunitários são umdos mais bem-sucedidos projetos cultu-rais do Brasil. “O principal ganho comessa parceria é levar beleza, cultura ealegria à comunidade sem objetivos co-merciais. Por meio das vozes do Coral po-demos ver a emoção de uma comuni-Crianças, adultos e idosos comparecem aos eventos

Foto: Adriana Franciosi

CAPA

6 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006 7

dade e a dedicação de cada com-ponente, que engrandece uma es-cola, um povo, um estado e umanação.”

Segundo o maestro, é rara aentidade que realiza tantos even-tos no Estado quanto o Instituto deCultura Musical e nenhuma faz amontagem de óperas e operetas.No total já foram apresentadas 20,incluindo A Viúva Alegre (F. Lehar),O Guarani (C. Gomes), La Traviata,Rigolleto, Aída (G. Verdi), Carmen (G. Bizet), Fausto(C. Gounod), O Barbeiro de Sevilha (G. Rossini) eCavalleria Rusticana (P. Mascagni). O Coral partici-pou da primeira temporada lírica em 1974, apre-sentando as óperas Dido and Aeneas (H. Purcell) eA Flauta Mágica (W. Mozart). Até hoje é o único emnível universitário a integrar esse tipo de evento noPaís, além de apresentar repertório sacro e popular.

Gerling Junior acredita que um dos “segredos”para o sucesso é manter programação mista demúsicas populares e folclóricas e outras com ar-ranjos sinfônicos. Para a coordenadora e produtorado Instituto, Adriana de Almeida, é preciso romper abarreira que separa popular e erudito. “Há músicade boa qualidade independentemente do gênero.”

O Coral e Orquestra se apresentam em muitasoportunidades com convidados especiais. Já parti-

Do planejamentoà execução

O trabalho do Instituto deCultura Musical não pára dejaneiro a dezembro. No iníciodo ano é preciso fazer o plane-jamento, quando as idéiassurgem para garantir as novi-dades ao público. Tudo é defi-nido com bastante antecedên-cia visando a assegurar os pa-trocínios e agendar os compro-missos com artistas convida-dos. A seleção do repertóriotambém deve ser pensadalogo para que o Coral e Or-questra ensaiem.

No caso de óperas, trêsmeses antes da apresentaçãocomeça a preparação do figu-rino – o Instituto tem mil pe-ças de roupa – e dos cenários.Duas costureiras e outras as-sistentes são contratadas paraa tarefa de adaptar o vestuárioao “clima” da ópera. Muitasintegrantes do Coral partici-pam dessa etapa, ajudando adar forma aos personagens.

Adriana de Almeida seconsidera privilegiada por par-ticipar de todas as etapas dotrabalho do Instituto. Comocantora lírica, pode expressar-se e sentir a reação do públi-co. Como coordenadora e pro-dutora, acompanha passo apasso etapas como a capta-ção de patrocínio, os ensaiose a concepção de figurinos.

Maestro assistiu à primeira apresentaçãoO maestro Frederico Gerling Junior está há

33 anos no Instituto de Cultura Musical daPUCRS. Natural de Jaraguá do Sul (Santa Catari-na), não morava na Capital gaúcha em 1956,mas, coincidentemente, estava na cidade ecompareceu à primeira apresentação do Coral,no dia 30 de outubro, no Colégio Marista Rosário,na época sede da Universidade. A regente eraDinah Nery Pereira, que atuou até 1960. A partirde então, a direção do Coral foi dividida entre aprofessora Charlotte Kahle e o Ir. Fidêncio (Er-nesto Dewes), que mantiveram a programaçãodas apresentações, com acompanhamento de

Preparo para apresentações

piano, em diversas cidades do Estado.Quando Gerling Junior assumiu a regência, o

Coral começou uma nova fase. O repertório, quedesde a fundação era composto por músicasfolclóricas e peças sacras, passou a ser forma-do por oratórios, cantatas e missas dos grandesautores eruditos, incluindo orquestra.

O maestro reúne um material raro em par-tituras e libretos. A cada ano são importadosoutros tantos. Além de regente, Gerling Junior écompositor. Apresentou, com o Coral e Orques-tra da PUCRS, algumas de suas obras, comoCantata Rei dos Reis, Stabat Mater, Te Deum,

Missa Bre-ve e DoisPoemas aoSol.

GerlingJunior fazbrincadeiras,como regero público

ciparam Kleiton e Kledir, Milton Nascimento, Fafá deBelém e MPB 4. Para as óperas, são chamados ba-rítonos, tenores e sopranos do País e do exterior. AOrquestra da PUCRS passou a ter formação fixa em2004, incluindo mais de 40 músicos. Com os en-saios mais freqüentes junto aos coralistas, a quali-dade dos concertos melhorou, aumentando o entro-samento entre músicos, cantores e o maestro. A Or-questra é filarmônica, nome que se dá aos gruposmantidos por entidades privadas com patrocínio.

Para 2006, uma das metas do Instituto de Cul-tura Musical é dar impulso ao Pólo Cultural, ampli-ando o número de apresentações aos públicos in-terno e externo e as aulas de música. Está planeja-da a realização de oficinas de teatro e balé. Há oprojeto de construir um prédio para ensaios e au-las, liberando o Salão de Atos às apresentações.

Flávio Leite, Fafá e Adriana de Almeida

Foto: Adriana Franciosi

Foto: Adriana Franciosi

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CAPA

8 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006

Aabnegação dos componentes do Co-ral (em torno de 80) e o comporta-mento do público expressam o su-

cesso de um trabalho que é medido menospela perfeição das notas, dos ritmos e da afi-nação e mais pela empatia, emoção e envol-vimento. Os coralistas não recebem salários,mas têm direito a lanches e transporte emviagens de apresentações.

A PUCRS é vista como extensão de suascasas. Durante a preparação para as óperas,eles vêm todos os dias à Universidade. Emgeral, os ensaios de naipes (soprano, contral-to, tenor e baixo) ocorrem uma vez por sema-na e o geral, aos sábados. O Coral é prepara-do por Pedro Spohr (vocal), Hingrid Kujawinskie Polyane Schneider (pianistas). Os interessa-dos podem fazer aulas de teoria musical.

Marlene Souza Lopes, 57 anos, aproveitatodas as oportunidades e ainda se reúne comum grupo de colegas do Coral para aprofun-dar os estudos. Coleciona óperas e sempreprocura assistir a concertos. Em janeiro, comum calor em torno de 40 graus, era uma das

presenças assíduas nas oficinas oferecidasna PUCRS. Marlene integra o Coral desde2000. Começou como contralto (voz femininamais grave) e agora é soprano (voz mais agu-da). “Consegui trabalhar minha voz e agoratenho mais conhe-cimento da área. Va-lorizo muito esseaprendizado.” Tam-bém se sente renova-da ao ser apresenta-da ao mundo do tea-tro, da dança e da ex-pressão corporal.

A m a z o n e n s e ,Marlene está desde1975 em Porto Alegre,mas confessa quenão conhecia direito acidade antes de se aposentar. “Ia cedo paraCachoeirinha trabalhar e voltava à noite. Ago-ra posso fazer tudo o que quero.” Agrônoma,atuava no Instituto Rio-Grandense do Arroz.Conta que o Coral a ajudou a aumentar o cír-culo de amizades. “Antes convivia somentecom produtores rurais e pesquisadores.”

Maria Gorete Castro Mendes, 39, outraintegrante do Coral, também está satisfeitaporque ampliou suas relações. É contadora daPrefeitura de Porto Alegre e incentiva os cole-gas a fazerem outras atividades, além dasprofissionais. Até o seu marido já foi do Coral,mas teve de afastar-se devido aos compro-missos. Formada pela PUCRS em 1990, inte-grou-se ao grupo em 2002. Procurou maisbase, fazendo parte de corais dos servidores eda Associação dos Procuradores do Municí-pio. “Lembro até hoje a emoção de ter sido

escolhida. Senti-me privilegiada.” Na Semanado Servidor, em 2005, apresentou-se na Pre-feitura e foi muito elogiada pelos colegas. “To-dos se surpreendiam. Queriam certificar-sese era eu quem estava cantando.”

A participação no Coral exige muita dedi-cação e, segundo Gorete, muitas vezes sãoultrapassados limites. “Cantamos por duashoras em pé, muitas vezes enfrentando o ca-lor. Mas nos espelhamos no maestro, que dáo máximo de si”, destaca, lembrando que Fre-derico Gerling Junior também motiva muito ogrupo. Todos o conhecem pelo olhar. Sabemse a performance está boa ou não.

O perfil dos integrantes do Coral é bastan-te diverso. Existem estudantes, aposentados eprofissionais em atividade. A maioria é mu-lher e há uma rivalidade “saudável” entre assuas vozes e as dos homens. O convívio in-tenso entre os colegas faz com que surjamcasais no grupo. Também é comum que fami-liares e amigos se tornem tietes dos coralis-tas. Isso compensa um pouco a falta de tem-po e os finais de semana ocupados com oscompromissos na PUCRS.

Entre os ex-coralistas que se destacamno cenário da música estão o pianista MiguelProença, o tenor Flávio Leite – que estuda naEspanha e seguidamente integra apresenta-ções da PUCRS –, o maestro da Orquestra deCâmara da Ulbra, Tiago Flores, e o tenor Jure-mir Vieira, radicado na Suíça.

No início de março há as convocações denovos cantores. Os selecionados passam acontar com as aulas teóricas e de técnica vo-cal. Sua expectativa, no entanto, parece serexperimentar a sensação de causar emoção,provocar lágrimas e sorrisos. Também háoportunidades nos Corais da Totalidade (vol-tado a idosos) e Experimental, formado poriniciantes, muitos com potencial para integraro grupo principal depois de preparação. Maisinformações no site www.coraldapucrs.comou pelo telefone (51) 3320-3582.

As VOZES se unem

Coralistas têm aulas de técnica vocal

Ópera Os Palhaços trouxe convidados internacionais

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006 9

EM FOCO

INSTITUÍDO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

A partir deste semestre, os alunos eprofessores da PUCRS que enfren-tam dificuldades relativas ao pro-

cesso ensino-aprendizagem, como os de cará-ter cognitivo, afetivo, de relacionamento ou mo-tivacional, poderão recorrer ao Centro de Aten-ção Psicossocial, coordenado pela Pró-Reitoriade Assuntos Comunitários (Prac). Profissio-nais qualificados procurarão ajudar a minimi-

zar as dificuldades. Os atendimentos serão fei-tos numa sede própria, no prédio 17, com pro-cura espontânea dos interessados ou por en-caminhamentos pelas Unidades Acadêmicas.

A equipe que desenvolverá as atividadesterapêuticas é formada por professores deServiço Social, Educação, Medicina e Psicolo-gia, atendendo de forma individual ou grupal,conforme a necessidade evidenciada, e reali-

zando encaminhamentos para profissionaisda PUCRS ou externos, além de acompanharos atendidos. Segundo a Pró-Reitora de As-suntos Comunitários, Jacqueline Poersch Mo-reira, o Centro poderá contribuir, de forma sig-nificativa, para a saúde mental de professo-res e alunos e com a sociedade de um modogeral, a partir da superação de dificuldadesnos meios acadêmico e social.

Lançado Programa deBOLSAS DE PÓS-GRADUAÇÃOAPUCRS lança neste ano o Programa

de Bolsas de Mestrado e Doutorado.Um de seus principais objetivos é

atrair número maior e mais qualificado dealunos, permitindo a ampliação da produçãocientífica dos professores a partir da orienta-ção de dissertações e teses. O Programa visaainda a contemplar quem tem dificuldades fi-nanceiras para pagar o curso. A partir destesemestre serão alocadas até cem bolsas demestrado e 30 de doutorado. Daqui a cincoanos, haverá até 200 de mestrado e 120 dedoutorado.

As áreas prioritárias da Universidade te-rão preferência na concessão das bolsas.Para a distribuição, serão levadas em conta atradição da PUCRS em pesquisa e os camposde conhecimento emergentes, alinhados comas atuais políticas públicas e demandas dasociedade. Entre outros critérios para escolhados candidatos estão a avaliação da Coorde-nação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ní-vel Superior (Capes), a situação financeira doaluno, o estágio de desenvolvimento dos cur-sos, o seu equilíbrio acadêmico em termos deorientadores e disciplinas, o equilíbrio econô-mico-financeiro dos programas de pós e aqualificação do corpo docente.

As bolsas serão somente destinadas aopagamento das taxas. Haverá isenções de100% e 50%. Os coordenadores de pós-gra-duação poderão desdobrá-las, segundo a or-dem de classificação na seleção.

O Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Gradua-ção, Jorge Audy, destaca que o Plano de Bol-sas é uma decorrência natural do estágio quea Universidade atingiu na pós-graduação, vi-sando a aproveitar na plenitude o seu poten-cial. “Buscamos melhorar a qualidade dos

cursos por meio da ampliação da produçãocientífica e atração de alunos com mais dis-ponibilidade para a pesquisa”, completa.

Outra novidade para este ano, com osmesmos objetivos gerais do Programa de Bol-sas, é a implantação de uma nova matriz devalores dos cursos. Os dados atuais das prin-cipais universidades comunitárias e confes-sionais do País serviram de parâmetro paraas mudanças. Os valores praticados pelaPUCRS estão altamente competitivos no mer-cado gaúcho. O plano de bolsas foi discutidopelas Pró-Reitorias de Pesquisa e Pós-Gra-duação e de Administração e Finanças aolongo de todo o ano passado, tendo sido apro-vado pelo Conselho de Curadores no final de2005.

A iniciativa busca atrair alunos qualificados para os cursos

CRITÉRIOS PARA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO

Prioridades da PUCRS na área de pesquisa epós-graduaçãoAvaliação da CapesSituação financeira do alunoEstágio de desenvolvimento dos cursosEquilíbrio acadêmico dos cursos, em termos deorientadores e disciplinasEquilíbrio econômico-financeiro dos programasde pósAtendimento aos procedimentos definidos pelaPró-Reitoria de Pesquisa e Pós-GraduaçãoProposta de utilização das bolsas pelos cursosde pós-graduaçãoQualificação do corpo docente

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NOVIDADES ACADÊMICAS

10 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006

CURSO CAPACITA PROFESSORES DE ENSINO RELIGIOSO

OPrograma de Pós-Graduação emTeologia oferece uma nova opção

de curso para capacitar profissio-nais da Educação que atuam ou desejamatuar na rede pública e particular, a Espe-cialização em Ensino Religioso. Em sintoniacom os critérios nacionais exigidos pelo Mi-nistério da Educação, pretende atender prin-cipalmente a professores da Região Metro-politana, com aulas às sextas-feiras, no pe-ríodo da noite, e aos sábados, pela manhã.Haverá no mínimo um final de semana livrepor mês para facilitar o aprofundamento dosconteúdos.

Fazem parte do curso disciplinas comoDidática do Ensino Religioso, História das Re-

ligiões, Tradições Indígenas, Psicologia e Reli-gião e Realização Humana e Mística. O coor-

denador Leomar Brustolin acredita que a ini-ciativa é de vanguarda e espera suprir umalacuna na formação de docentes na área. “Ocurso reflete uma mudança de mentalidade,um novo ensino religioso, com diálogo entrediferentes religiões e culturas, inclusive indí-gena e afro. Essa concepção pode ajudar a ci-ência na busca do conhecimento e na forma-ção do cidadão”, salienta.

Para estimular a participação, a PUCRStornou a especialização mais acessível finan-ceiramente. As aulas ocorrerão de abril de2006 a abril de 2007. Podem inscrever-seprofissionais que tenham concluído qualquergraduação. Informações: (51) 3320-3572 ouwww.pucrs.br/fateo/pos/ensinoreligioso.

Administração e Contabilidadesão modernizadas

Os cursos de Administração de Em-presas e Contabilidade foram rees-

truturados para atender às novasdemandas do mercado de trabalho. Na Admi-nistração estão sendo extintas as habilitaçõese ênfases, cumprindo determinação do Minis-tério da Educação, que mudou a legislaçãoreferente ao curso. O diretor da Faculdade deAdministração, Contabilidade e Economia,Sergio Lessa de Gusmão, acredita que asmudanças promoverão uma formação maiscompleta do futuro administrador. “Agora háum único curso de Administração de Empre-sas, forte, consistente e moderno. Contudo,contará com as linhas de formação específi-ca, inserindo um conjunto de disciplinas queformam o aluno num determinado campo deatuação.” As linhas oferecidas são Adminis-tração de Empresas, Gestão de Tecnologia daInformação, Marketing, Comércio Internacio-nal e Empreendedorismo e Sucessão. NoCampus Viamão e na PUCRS Zona Norte fun-ciona a linha única de Administração de Em-presas.

As disciplinas comuns a todas as linhasrepresentam 75% do total do curso. As 25%restantes serão específicas de cada linha deformação, distribuídas ao longo do curso, des-de o início. “Acreditamos que proporcionardesde o primeiro semestre disciplinas volta-das à sua área de interesse é um fator de mo-tivação para o estudante”, observa Gusmão.

O curso, com du-ração de quatro anos,não terá mais pré-re-quisitos. Apenas ficammantidos nas discipli-nas ligadas ao traba-lho de conclusão. Al-gumas matérias foramextintas, modificadasou criadas, como asde Gestão de Cadeiasde Suprimentos, Ad-ministração de Servi-ços e Gestão paraQualidade.

Outra novidadeserá a realização de20% das disciplinas adistância, um método pioneiro nos cursos degraduação da PUCRS. A cada semestre, umadisciplina será nessa modalidade. O aluno re-ceberá CDs com as aulas gravadas e materialde apoio, podendo estudar em casa ou no lo-cal que desejar. Entretanto, duas vezes aosemestre deverá comparecer à Universidadepara fazer as provas. “Buscamos com issomais flexibilidade ao aluno. Ele poderá teraquele horário da disciplina livre ou utilizá-lopara cursar alguma que esteja atrasada, porexemplo”, comenta o diretor da Faculdade.Para se comunicarem com os professores ecolegas poderão utilizar ferramentas da inter-

net, como fóruns, e-mails e chats.Contabilidade também terá aulas a dis-

tância no mesmo modelo e dispensará pré-requisitos, exceto nas disciplinas vinculadasao trabalho de conclusão. Além disso, é ofere-cido agora em linha única: Contabilidade –Controladoria e Finanças. “Essa área é muitoprocurada pelas empresas. Nossos alunosestarão desenvolvendo habilidades adicio-nais”, afirma Gusmão. Dentre as disciplinasnovas estão as de Prática Societária e Nego-cial, Contabilidade Governamental, Tópicos deContabilidade Avançada e Internacional eControladoria.

Gusmão aposta em formação mais completa

Estímulo ao diálogo entrediferentes religiões e culturas

Foto: Arquivo PUCRS

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006 11

Enfermagem temmudanças no currículoOcurso de Enfermagem co-

meça 2006 com mudan-ças curriculares, buscan-

do atualização e atender às de-mandas do mercado de trabalho. Aduração foi reduzida de nove paraoito semestres, com aulas realiza-das em turno único, alternados en-tre manhã e tarde. Segundo a coor-denadora, professora Valéria Cor-bellini, essa variação de horáriosera uma solicitação antiga, princi-palmente dos alunos. “O turno úni-co permite ao aluno desenvolveratividades remuneradas e partici-par de bolsas de monitoria de iniciação cientí-fica.” A carga horária do estágio supervisiona-do, nos dois últimos semestres, foi ampliada.

Entre outras mudanças está a integraçãode alguns temas complementares em discipli-nas únicas, como Anatomia e Histologia. Des-de o início, as matérias básicas e profissiona-lizantes serão mescladas para que os acadê-micos logo vivenciem a prática de sua futuraprofissão. Temas como bioética, família e oser humano em todo o seu ciclo vital não es-tarão a cargo apenas de uma disciplina, masserão abordados ao longo do curso.

No processo de mudança foram consulta-

Especializaçãoem Engenhariade Manutenção

AEspecialização em Engenha-ria de Manutenção, ofereci-da a partir deste ano pelo

Programa de Pós-Graduação em En-genharia, é pioneira no Estado. Ainiciativa faz parte de um convêniode cooperação entre a PUCRS e aAssociação Brasileira de Manuten-ção (Abraman). A coordenação estáa cargo do professor Edir dos San-tos e do engenheiro Rudimar Trarba-ch, da Associação.

A integração entre a Universida-de e o mercado de trabalho é o dife-rencial do curso. Além dos professo-res, as aulas contarão com a partici-pação de profissionais com forma-ção de mestres ou doutores queatuam em grandes empresas. Dentreelas, Varig Engenharia de Manuten-ção (VEM), Refinaria Alberto Pasqua-lini (Refap), Companhia Petroquímicado Sul (Copesul), Ipiranga, Braskeme Gerdau-AFP. Trarbach salienta queessa representatividade das empre-sas dá sustentação e prestigia o cur-so, auxiliando a capacitar profissio-nais de acordo com as demandas domercado.

Mesclando teoria e prática, se-rão abordadas disciplinas dentro detemas estratégicos como confiabi-lidade e informatização da manu-tenção, manutenção de instalações,manutenção de sistemas mecânicos,administração econômica, estratégiase gestão, planejamento e fator hu-mano. Santos acredita que o merca-do absorve bem esse tipo de profis-sional, que será capaz de atuar egerenciar atividades na área de ma-nutenção de maneira abrangente.

As aulas ocorrerão de abril de2006 a abril de 2007, nas sextas ànoite e aos sábados pela manhã. As-sociados da Abraman têm preferênciana ocupação das vagas. Informaçõespelo telefone (51) 3320-3500, ramal4094, ou site www.pucrs.br/feng/pos/lato/eman.

Aulas enfocam arquitetura e patrimônio

AEspecialização em Arqui-tetura e Patrimônio Arqui-tetônico no Brasil passa

a ser oferecida a partir deste ano.A demanda de profissionais quali-ficados na área fez a Faculdade deArquitetura e Urbanismo buscar opreenchimento dessa lacuna pelainexistência de cursos dessa natu-reza no Estado. As aulas são volta-das a arquitetos, engenheiros, pes-quisadores, pedagogos, historiado-res e profissionais das áreas de tu-rismo e patrimônio.

Haverá seminários sobre as artes decora-tivas na arquitetura, o patrimônio azulejarbrasileiro, a cor na arquitetura, cultura regio-nal como patrimônio – o caso da colonizaçãoitaliana no Rio Grande do Sul, ações para re-

dos alunos, professores e representantes deinstituições que recebem os estudantes comoestagiários. Além disso, todos os acadêmicosdo 1º ao 5º nível, que migraram para o novocurrículo, receberam orientações individuali-zadas no final de 2005.

A coordenadora da Enfermagem salientaque as mudanças estão de acordo com a di-versidade e os desafios da área da saúde.“Preparamos os alunos para que sejam enfer-meiros e profissionais mais críticos, reflexi-vos, atuantes e que cumpram com as deman-das do SUS, além da nova realidade complexada atenção à saúde”, destaca.

verter processos de deterioração urbana e ex-periências práticas na área de restauro. Ocurso terá a duração de dois semestres, cominício em março. Mais informações pelo tele-fone (51) 3320-3564.

Curso é inédito no Estado

Acadêmicos vivenciam logo a prática

Ilustração: Günter Weimer

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PESQUISA

12 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006

Por Greice Beckenkamp

Pessoas com uma vida social ativa eacesso permanente à cultura, entreoutros fatores, têm uma maior proba-

bilidade de continuar com uma boa fluênciaverbal na terceira idade. Essa foi uma dasconstatações do Grupo de Pesquisa Avaliaçãoe Intervenção Psicológica no Ciclo Vital, doPrograma de Pós-Graduação em Psicologiada PUCRS, com o estudo A escolaridade e afluência verbal nos idosos. Coordenado pelaprofessora Irani Argimon, o grupo fez suaspesquisas em Veranópolis, entrevistando 126idosos voluntários, sendo 81% mulheres e19% homens entre 59 e 89 anos, com escola-ridade média de 3,3 anos. A pesquisa recebeuo 1º lugar na categoria pôster na 2ª JornadaGaúcha de Terapias Cognitivas, realizada emoutubro na Associação Médica do RS.

Irani alerta para uma cultura em que aspessoas acabam esperando do idoso a mes-ma rapidez de raciocínio do adulto. “Nossaexpectativa quando um idoso nos responde auma pergunta é a mesma em relação a umadulto? Se dermos um tempo maior para umapessoa de 80 anos, ela pode dar respostasmuito bem elaboradas”, observa a professo-ra, salientando que, nesse caso, a pessoanão teria perdido a capacidade quanto à inte-ligência, somente precisaria de um tempomaior para solucionar a questão proposta.

Segundo a coordenadora do trabalho, ahabilidade que está relacionada à produçãoda fala espontânea nos idosos foi um dospontos de partida da pesquisa, com o objeti-vo de descobrir quais seriam os fatores queinfluenciariam a fluência verbal dessa faixaetária. Por meio do estudo das funções cogni-tivas, como a memória, a atenção e a lingua-gem, o grupo se propôs a descobrir se a ida-de seria um fator de risco para essas pesso-as perderem tais funções, e os possíveis as-pectos que as protegeriam. Dentre as habili-dades, a linguagem é a que se perde maistarde. Durante a pesquisa, observou-se quea convivência social, escolaridade, leituraperiódica de revistas e jornais e acesso à TVe rádio seriam “fatores protetores” da fala,

permitindo que a lin-guagem dos idososseja tão boa quantoa das pessoas demenor idade.

Para a pesquisaforam utilizados tes-tes específicos, esti-mulando os idosos afalar em um minutoquantos nomes deanimais lembravam,com base num nú-mero mínimo que seesperava de respos-tas. Entre outras per-guntas que foramaplicadas aos idososestavam como seriao lazer, como ocu-pam seu tempo e quetipos de atividadesdesenvolvem no seudia-a-dia. A pesqui-sa mostrou que a idade não é um fator que al-tera a fluência da linguagem e que somente aescolaridade produz essa diferença. “Umapessoa com 65 anos sem uma vida social ecultural ativa pode ter menos fluência verbaldo que uma pessoa de 80 anos que adota es-ses costumes para a sua vida”, ensina. Du-rante os testes, pessoas entre 59 e 70 anosproduziram 13,6 palavras, de 71 a 80 anosproduziram 12,5 e idosos com mais de 81anos produziram em média 13,2 palavras.

Irani chama a atenção para a qualidadede vida dos idosos que responderam à pes-quisa, todos residentes em Veranópolis: “Elestêm uma vida muito ativa, são todos muitoreligiosos, participam de festas da igreja e oshomens jogam bocha com os amigos”. Se-gundo a professora, existem pesquisas quemostram que todas as habilidades cognitivassão estimuladas e protegidas, desde queusadas.

A coordenadora diz que o que mais cha-mou sua atenção durante o desenvolvimentoda pesquisa foi a capacidade de as pessoasmais ocupadas em seu dia-a-dia lidarem

melhor com sentimentos de tristeza, ocasio-nados por situações como perda de familia-res, aposentadoria, mudança de endereço esalário baixo. Segundo a pesquisadora, aspessoas que se ocupam mais e têm umarede social maior, ficam mais protegidas e li-dam melhor com os momentos tristes. “Elasnão ficam sem saída, encontram estratégiaspara poder lidar melhor com seus problemas.Essas pessoas têm uma rede social intensa,seja um vizinho para conversar, tomar chi-marrão, jogar bocha, fazer um trabalho vo-luntário ou ir à igreja. Essas atividades sãomuito importantes para a qualidade de vidado idoso”, completa.

A intenção da pesquisa é mostrar aos jo-vens o quanto é importante estar atento aquestões de raciocínio lógico e leitura, parachegar à terceira idade com uma fala consi-derada normal. Irani conclui: “Não adiantaalguém esperar chegar aos 80 anos para co-meçar a adquirir esses hábitos. Se essapreocupação começar desde cedo, quandoessa pessoa chegar à terceira idade, vai sen-tir a diferença”.

Acesso àcultura ajuda

fluência verbal

Foto

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Pesquisadoras com idosas de Veranópolis

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006 13

Ogrande número de informações di-gitais, que aumenta a cada dia,

torna difícil a sua recuperação. Osite de busca Google faz a procura por con-teúdo na internet segundo as palavras digita-das pelo usuário. O sistema Aleph, utilizadopela Biblioteca Central Irmão José Otão daPUCRS, baseia-se em palavras-chave de tí-tulo, autor e assunto para o interessado en-contrar um livro. O professor da Faculdade deInformática Marco Antonio Gonzalez desen-volveu um sistema de recuperação de infor-mações que leva em conta não apenas cadatermo do texto, mas também a sua relaçãocom os outros. O modelo proposto é indicadopara bibliotecas digitais, pois exige um pro-cessamento mais pesado, tornando difícilatualmente o uso na internet.

Na tese de doutorado de Gonzalez, defen-dida no Programa de Pós-Graduação em

Estudo aperfeiçoasistema de busca

Computação da UFRGS, há testesdemonstrando que a proposta é efi-ciente, com coincidência entre o queo usuário buscava e os documentosencontrados. O sistema leva emconta o cálculo da representativida-de das palavras (o número de vezesque se relaciona com outros ter-mos), o que traz vantagens em relação aocálculo baseado somente na freqüência daocorrência. A avaliação do modelo foi feitapor meio da análise de consulta a 4.156 tex-tos do jornal Folha de S. Paulo. Os interessa-dos em verificar o sistema podem acessar osite www.inf.pucrs.br/~gonzalez/tr+.

Gonzalez partiu do princípio de que umtexto é mais do que uma simples seqüênciade caracteres ou palavras. “Há característi-cas de estrutura das palavras e ligações en-tre elementos da frase que não podem ser

O sistema de busca de documentosdesenvolvido pelo professor Marco Anto-nio Gonzalez leva em conta o conceito deevidência, utilizado no cálculo do pesodos descritores (palavras que represen-tam conceitos). Para exemplificar, Gonza-lez cita os documentos A (“A fiel gover-nanta, que trabalhou na casa de campo,e o mordomo fugiram”) e B (“O fiel mor-domo, que fugiu para o campo, trabalhouna casa da governanta”). O termo “cam-po” no documento A e “governanta” nodocumento B estão envolvidos em rela-

ções não-evidentes. Essas relações necessi-tam de informações semânticas para seremidentificadas. Por exemplo, em “trabalhou nacasa de janeiro a maio” a preposição “de”não associa o que vem depois dela com“casa”, ao contrário de “trabalhou na casade campo” e “trabalhou na casa da gover-nanta”.

Embora os documentos A e B apresentemos mesmos termos que, por freqüência deocorrência, não se destacam, a representati-vidade, com cálculo baseado em evidência,aponta diferenças. Por exemplo, a represen-

tatividade do termo “governanta” é gran-de no documento A e pequena no docu-mento B. Uma consulta com o termo “go-vernanta” teria o documento A apontadocomo mais relevante. Se o usuário procu-rasse por “fuga de mordomo” recuperariaos dois documentos, tendo o B maior va-lor de relevância. Em “fuga de governan-ta” o texto A viria como mais relevante.Nos gráficos a espessura das setas e otamanho dos caracteres são proporcio-nais aos pesos dos descritores para si-mular a representatividade dos mesmos.

esquecidas na descrição de conceitos pre-sentes no texto”, explica. O modelo de depen-dência de palavras proposto pelo professorinclui a transformação de advérbios, verbos eadjetivos em substantivos. Por exemplo, se ousuário digitar “feira dominical”, a palavra“domingo” será considerada na pesquisa.Uma solução já utilizada por sites de buscaleva em conta o radical do termo, evitandoque as variações interfiram na busca, como“procur”, para procurar, procurado, procura eprocuraremos.

COMO FUNCIONA O MODELO

DOCUMENTO A DOCUMENTO B

Grande número de informações dificulta procura

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PESQUISA

As instituições de longa permanên-cia assumiram o papel de atençãointegral ao idoso, mas ainda

transmitem para a sociedade a sensaçãode abandono, falta de autonomia e dificul-dade de manutenção da infra-estrutura.Essa constatação foi feita pela vice-direto-ra da Faculdade de Enfermagem, Nutriçãoe Fisioterapia da PUCRS, Marion Creutz-berg. Na sua tese de doutorado, defendidano Programa de Pós-Graduação em Geron-tologia Biomédica da Universidade, a pro-fessora fez uma ampla investigação sobreesses locais e suas relações com os siste-mas de saúde, econômico, político, científi-co, educacional, jurídico, familiar, religiosoe artístico. Propõe reformulações para asinstituições, que enfrentam, segundo ela,um “problema crônico”. Uma das suges-tões é que haja espaço para as famílias,mas faltam estratégias que as integremefetivamente ao ambiente. A área artísticapoderia ser mais explorada, proporcionan-do integração entre idosos e ênfase nassuas potencialidades.

Para realizar a tese, a professora en-trevistou idosos e dirigentes de instituições,analisou material de 52 filantrópicas e pú-blicas de diferentes estados brasileiros e28 publicações que são referência na área.A análise foi realizada na perspectiva deNiklas Luhmann, sociólogo alemão e umdos precursores do pensamento sistêmicoaplicado aos sistemas sociais.

Marion evitou usar a palavra “asilo”na pesquisa, pois ainda hoje tem uma co-notação de segregação. O termo surgiu noinício do século passado para denominaros locais que reuniam órfãos, pessoas por-tadoras de deficiências e com problemaspsiquiátricos. Seu papel estava relaciona-do à caridade, numa perspectiva assis-tencialista que determinava a homogenei-zação dos idosos, a percepção da velhicecomo degeneração e decadência.

Por meio dos depoimentos, fica evi-denciado que os idosos acreditam estarinseridos numa nova família na institui-ção. A maioria pede mais respeito à auto-nomia individual. Os quartos são coletivose o grande número dificulta o atendimento

às necessidades particulares. Segundo pu-blicações revisadas no trabalho, em tornode 60% dos casos no Brasil, os idososparticiparam da escolha da moradia; em16% foi decisão de terceiros; e os demaisnão encontraram outra alternativa. Os en-trevistados também relatam o medo de ainstituição não poder mantê-los devido àsquestões econômicas. Alguns comentamque têm vergonha de contar aos outrosque vivem nos asilos.

Os dirigentes apontam o dilema entrelutar para mudar essa imagem negativa eao mesmo tempo precisar dela para con-tinuar recebendo doações, pois a socieda-de é estimulada mais pela caridade doque por reconhecer esses idosos como ci-dadãos. O custo de cada idoso é, em mé-dia, de R$ 600 por mês. Os aposentadosrepassam 75% do seu dinheiro, segundoestabelece o Estatuto do Idoso. As insti-tuições recebem mais R$ 60 por cada mo-rador do governo, mas esses valores nãosão suficientes para manutenção.

A professora destaca que o problemanão está apenas nas condições dos lo-cais, mas também nas relações com asfamílias. Cita que a violência intrafamiliaré maior do que a institucional. “As pesso-as buscam quem cuide dos idosos devidoà falta de tempo ou ao alto custo do cui-dado domiciliar ou mesmo pelo esgota-mento dos recursos emocionais, físicos e

INSTITUIÇÕES PARA IDOSOSnecessitam de mudanças

financeiros.” Marion defende que o ideal éhaver mais suporte social para que as fa-mílias continuem com os idosos em casa.“Por outro lado, a permanência nem sem-pre é desejada pelos idosos e também nãoé sinônimo, necessariamente, de envelhe-cimento bem-sucedido.”

Na tese foi apontado que as institui-ções estão excluídas do sistema de saúdee carecem de equipes multiprofissionais.Estudos demonstram que grande parteatende à exigência de ter enfermeiro, mé-dico e assistente social. A maioria faz par-ceria com universidades para ofereceratendimento em outras áreas. Nova legis-lação de 2005 da Agência Nacional de Vi-gilância Sanitária (Anvisa) reforça a obri-gação de que os asilos sejam atendidospelas equipes das unidades básicas desaúde. A legislação prevê a realização derelatórios anuais das instituições queapontem o número de casos de queda/fratura, doenças diarréicas e outros indi-cadores. “As leis muitas vezes não sãocumpridas, mas instigam para que hajamudanças”, pondera a professora. Acre-dita que as instituições sejam passíveisde influências e reformulações e há espa-ços possíveis de um envelhecimento bem-sucedido. Para isso, cita a necessidadede projetos continuados que incluam a in-serção na comunidade, evitando a exclu-são.

14 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006

Moradores se preocupam com dificuldades de manutenção dos asilos

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RADAR

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006 15

LANÇADA A PARTIR DESTE ANO A REDE INOVA PUCRS

AUniversidade é reconhecida por suasiniciativas inovadoras, como a linhade formação em Empreendedorismo

e Sucessão (Faculdade de Administração,Contabilidade e Economia), disciplinas eleti-vas na área para cursos de graduação e pós,além da existência do Parque Tecnológico(Tecnopuc), Incubadora Raiar, empresa júniore Escritório de Propriedade Intelectual e Trans-ferência de Tecnologia. Fazer com que as a-ções não ocorram de forma isolada, ampliar oconhecimento sobre elas e incentivar a suarealização são objetivos da Rede InovaPUCRS, que funciona a partir deste ano. Entreas medidas previstas estão a criação de umselo oferecido pela Universidade que destaca-rá projetos inovadores, a promoção de eventose a elaboração de relatório anual específico.

A Rede funciona junto à Pró-Reitoria dePesquisa e Pós-Graduação (PRPPG) e é coor-

denada pela professora Gabriela Cardozo Fer-reira, do Programa de Pós-Graduação em Ad-ministração. O trabalho começará com aidentificação das ações inovadoras daPUCRS, por meio do contato com as UnidadesUniversitárias, e seguirá para uma segundaetapa, de incentivar o desenvolvimento des-sas iniciativas.

A Rede surgiu de um grupo de trabalhoque se reuniu de setembro a dezembro de2005 para discutir o conceito de inovação aser adotado pela Universidade e propor umasérie de ações na área. Fizeram parte do de-bate representantes de todas as Pró-Reitoriase de diversas Faculdades, coordenados pelovice-diretor da Faculdade de Administração,Contabilidade e Economia, André Duhá. O gru-po, que não tem composição fixa, continua aassessorar a Rede Inova, que, embora ligadaà PRPPG, envolverá toda a Universidade.

Um processo de criação de algonovo que, de alguma forma, agreguevalor à Universidade e, por conseqüên-cia, à sociedade. Pode significar melho-ria do ensino e da pesquisa, captação derecursos financeiros e fortalecimento daimagem da PUCRS, entre outros. A ino-vação não está vinculada, necessaria-mente, a novas tecnologias ou a ativida-des de pesquisa e desenvolvimento, po-dendo surgir a partir de idéias criativas eoportunidades percebidas por integran-tes de qualquer área da Universidade.

Fonte: Grupo de trabalho coordenado porFonte: André Duhá

O QUE É INOVAÇÃO

Cursos tratam da PREVIDÊNCIAAPUCRS está investindo na pesquisa

e no ensino relacionados à Previdên-cia Social com o objetivo de prepa-

rar profissionais para atuarem com as novasleis. A formação se faz cada vez mais neces-sária num cenário de aumento de expectativade vida da população e de busca de alternati-vas para manter o sistema. Neste semestreserão lançados os cursos de especializaçãoem Gestão em Previdência Complementar aDistância e em Gestão de Regimes Própriosde Previdência Social, além do Básico deAtuária para Não-Atuários e Avançado deAtuária. Haverá nova turma de Gestão emPrevidência Complementar presencial. As au-las transmitidas pela PUCRS Virtual buscamatingir profissionais de outros estados, caren-tes de especialização nessa área.

Os cursos são um dos primeiros resulta-dos do convênio assinado com o Ministério daPrevidência Social para fomentar a pesquisa edifundir o estudo de graduação e pós-gradua-ção. Em contrapartida, o governo federal finan-ciará projetos da PUCRS na área. Em 2001, co-meçou a aproximação com o Ministério pormeio de um termo de cooperação técnica.

Para desenvolver essas iniciativas, a Uni-versidade constituiu em 2004 o Núcleo deEstudos e Pesquisa em Previdência Social(Neprevs), com professores de áreas como

Direito Previdenciário, do Trabalho, Adminis-trativo e Constitucional e 14 alunos da Facul-dade de Direito. No ano passado o grupo seexpandiu a partir do ingresso de representan-tes da Faculdade de Administração, Contabi-lidade e Economia (FACE). Os estudos privile-giam a previdência complementar, regimespróprios da Previdência Social e acidentes detrabalho e meio ambiente.

A coordenadora do Neprevs, professoraMariangela Guaspari, do Direito, destaca queoutras Faculdades poderão integrar o grupo.Segundo ela, há demanda de projetos relacio-

nados a acidentes de trabalho e reinserção nomercado. Também fazem parte do Neprevs osdocentes Orci Teixeira, Cristiane de Oliveira,Janete Deste, Bruno Ely, Carlos Henkin e InezTavares. Todos têm projetos de pesquisa eajudam a organizar eventos. Um dos exem-plos é o Previdência Fim de Tarde: Debate eOpinião, que ocorrerá mensalmente na pri-meira terça-feira, de março a dezembro. Nes-te semestre serão selecionados acadêmicosda FACE como auxiliares de pesquisa. Os alu-nos atuam voluntariamente, mas a idéia éoferecer bolsas de iniciação científica.

Professores e alunos integram Núcleo de Estudos e Pesquisa

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SAÚDE

C amas elétricas, ar con-dicionado e mobiliáriomais moderno. Essas

são algumas das novidadesque o Hospital São Lucas (HSL)passa a oferecer a partir deste semestre. Fo-ram reformados 153 leitos dos 7º, 8º e 9º an-dares para melhor atender os pacientes. Tam-bém foram adquiridos novos equipamentos:dois aparelhos de ecografia, um de raio-X eum sistema de digitalização de imagem.

Para o primeiro semestre está prevista afinalização do projeto de ampliação do bloco8 do HSL, que atualmente tem quatro anda-res. “Vamos construir até o 9º. Dessa formaaumentaremos a nossa capacidade de inter-nação”, destaca o diretor clínico e acadê-mico do HSL, pneumologista Carlos CezarFritscher. Os pacientes encaminhados peloSistema Único de Saúde (SUS) irão ocuparessa nova área, do 6º ao 9º andar.

A construção de uma torre para o CentroClínico, composta por oito pavimentos com96 conjuntos de 50 metros quadrados cada,estacionamento, restaurante e lojas conve-niadas terá início na mesma época.

O projeto de reestruturação do HSL e doCentro Clínico começou a ser colocado em

prática no final do ano passado. O CentroCirúrgico e Obstétrico ganhou um acréscimode 470 metros quadrados em sua área físi-ca, totalizando 3.050 metros quadrados, emsete ambientes específicos para pacientespós-cirúrgicos do SUS e conveniados, alémda ampliação de 36 para 61 leitos.

Outra novidade é a sala de recepção daunidade que propiciará às gestantes cuida-dos especiais e triagem antes do parto, pos-sibilitando um aumento de 20% na médiaanual de cirurgias e partos.

Fritscher acredita que o investimento pro-porcionará maior conforto, privacidade e se-gurança aos clientes. Entre as metas paraeste ano encontram-se a criação de áreasde traumatologia e do Laboratório de Patolo-gia, além de reformas no 5º pavimento e dasUnidades de Tratamento Intensivo. A área as-sistencial receberá especial destaque. “Re-forçaremos o treinamento de pessoal paraum atendimento humano e qualificado”, afir-ma o médico.

HOSPITAL ECENTRO CLÍNICO

têm novidades

MedicinaNuclear adquire

equipamento

OServiço de Medicina Nucleardo HSL possui um novo sis-

tema de GamaCâmera quediagnostica com imagem o funciona-mento dos órgãos e doenças, principal-mente nas áreas da cardiologia, onco-logia e neurologia. O equipamento mo-delo Forte Epic, da marca Philips, comdois detectores concebidos segundo osmais modernos princípios da robótica,tem a capacidade de se comunicar comoutras modalidades de diagnóstico porimagem, como tomografia computado-rizada e ressonância magnética.

“Com a GamaCâmera, controla-seo tratamento e a cura de muitas doen-ças. O sistema avalia o aspecto funcio-nal das enfermidades com o uso de di-ferentes materiais radioativos e pormeio de imagens planares, tomográfi-cas ou de corpo inteiro”, ressalta o mé-dico Osvaldo Estrela Anselmi, respon-sável técnico pelo Serviço. O equipa-mento é usado também para avaliarpacientes com problemas psiquiátricos,como depressão, déficit de atenção,demências ou seqüelas neurológicascausadas pelo uso de drogas. “Eleaponta como anda o funcionamento docérebro”, complementa.

O Serviço de Medicina Nuclear doHSL sempre se destacou na área dediagnósticos por imagem, tendo sido oprimeiro a incentivar a participação deprofessores e alunos de outras Unida-des da Universidade, como das Facul-dades de Física, Química e Informática,no desenvolvimento de atividades as-sistenciais e de pesquisa. “Ter adquiri-do o GamaCâmera foi uma grandeatualização para o Hospital São Lu-cas”, destaca Estrela.

GamaCâmera se aplica a diversas áreas

Centro Cirúrgico eObstétrico ampliado

Novos consultórios serão construídos

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Congresso trazpioneiro na área deCÉLULAS-TRONCORicardo Ribeiro dos Santos, coordena-

dor da parte experimental do projetoque oportunizou a realização dos pri-

meiros transplantes do mundo de células-tronco em pacientes com problemas no fíga-do, em Salvador (Bahia), esteve na PUCRSpara participar do 1º Congresso Brasileiro deCélulas-Tronco. Professor e coordenador doInstituto do Milênio de Bioengenharia Tecidual,foi o presidente de honra do evento, promovi-do pelo Centro de Terapia Celular do Institutode Pesquisas Biomédicas da Universidade.Na sua conferência, destacou os bons resul-tados obtidos com os procedimentos, inicia-dos em setembro de 2005.

O método é usado em hepatopatias crôni-cas (doenças do fígado), a exemplo da cirrose(destruição das células do fígado causada porvírus ou ingestão de álcool), no Hospital SãoRafael. Santos destaca que, anualmente,morrem aproximadamente 5 mil pessoasatendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS)devido a esse tipo de doença. “A lista de es-pera para transplantes é enorme. Queremos

melhorar a qualidade de vida desses pacien-tes.” Disse, porém, que o uso de células-tron-co não substituirá a necessidade do trans-plante do órgão, mas visa a oferecer uma so-brevida a quem espera por um doador.

O especialista pondera que o procedimen-to ainda está sob investigação e não faz parteda prática médica. A técnica será aplicadaem 30 pacientes, mediante autorização daComissão Nacional de Ética em Pesquisa (Co-nep). Atualmente está sendo executada a pri-meira fase da pesquisa, da qual participamcinco pacientes com cirrose e insuficiênciahepática crônicas. “Todos tiveram melhorassignificativas”, destaca Santos. Apesar denão existirem dados experimentais suficientespara saber se os resultados serão permanen-tes, o médico está esperançoso: “A melhoranos camundongos submetidos ao procedi-mento foi tão expressiva que gerou uma ex-pectativa muito grande”. Depois de um perío-do de seis meses a um ano, o uso de células-tronco nesses casos poderá ser validado,contando com cobertura do SUS.

A POTENCIALIDADEAs células-tronco são imaturas. Não

possuem forma nem função definidas. Nafase adulta, têm grande capacidade decrescimento, diferenciação e reparo teci-dual. Quando embrionárias, dão origem atodos os outros tipos de células responsá-veis pela formação do corpo humano.

COMO FUNCIONA A TÉCNICA DA BAHIAConsiste na retirada de uma quantida-

de de líquido produzido pela medula ósseada bacia do próprio paciente que será sub-metido ao transplante. Posteriormente, omaterial é purificado para a retirada dascélulas-tronco. Elas são injetadas por umcateter na artéria hepática.

Durante o 1º Congresso Brasileiro deCélulas-Tronco receberam destaque qua-tro pesquisas, sendo três da PUCRS euma da Universidade de São Paulo, com aaluna Gaelle Stukart-Parsons. Os estudoscontaram com a participação de profes-sores, residentes e alunos de graduação.O trabalho do estudante Affonso Vitola, daMedicina da PUCRS, visou a reduzir ascrises convulsivas em ratos epilépticos.Após o transplante de células-tronco hou-ve diminuição de 70% das crises a partirdo 7º dia de acompanhamento. O estudofoi orientado pelo diretor do Instituto dePesquisas Biomédicas da PUCRS, neuro-logista Jaderson Costa da Costa.

O aluno Daniel Gehlen, também deMedicina da PUCRS, participou do projetoque desenvolveu um modelo experimentalde paraplegia em ratos para estudo da re-generação da medula com a utilização decélulas-tronco da medula óssea. No expe-

rimento provocou-sea paralisação daspatas posterioresdos camundongos.Depois de seis me-ses do transplante,os animais voltarama adquirir, gradati-vamente, os movi-mentos. O estudo écoordenado peloprofessor JeffersonBraga Silva, especialista em Cirurgia da Mãoe Microcirurgia.

O trabalho apresentado por Mariana Araú-jo, aluna do Curso de Extensão em DoençasNeurovasculares do Serviço de Neurologia doHSL, foi realizado em pacientes com acidentevascular cerebral (AVC) isquêmico – obstru-ção de uma ou mais artérias do cérebro inter-rompendo o fluxo sangüíneo que leva oxigêniopara o tecido cerebral (isquemia) – compro-

metendo mais de um terço da região daartéria cerebral média. A utilização dascélulas-tronco (retiradas da medula ósseado próprio paciente) não trouxe complica-ções no tratamento e a recuperação mos-trou-se mais rápida do que a esperadanesses casos. O projeto, aprovado pelaComissão Nacional de Ética em Pesquisa,é de responsabilidade do neurologistaMaurício Friedrich e terá continuidade.

Alunos se destacam

Vitola, Gaelle, Bernardo Garicochea, Gehlen e Mariana

Santos apresentou resultados de pesquisas

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SAÚDE

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Otrabalho de conclusão de cur-so de Leonardo Martinelli,

graduado na Faculdade deFarmácia, ultrapassou fronteiras e tor-nou-se recentemente base de umanova recomendação médica da agên-cia espacial norte-americana (Nasa).Durante dez meses, em parceria com oLaboratório de Microgravidade do Ins-tituto de Pesquisas Científicas e Tec-nológicas (IPCT) da PUCRS, Martinelliinvestigou qual seria a dieta mais apro-priada para participantes de vôos pa-rabólicos (testes feitos em aviões emqueda livre, simulando a microgravi-dade, usados em treinamentos de as-tronautas), que resultou no projeto Aavaliação da interação de uma dietacontrolada com a escopolamina naprevenção da desorientação espacial.A dieta é simples e muito comum aosbrasileiros: café com açúcar, pão, man-teiga e uma fatia de queijo.

Participaram dos testes cinco ho-mens e cinco mulheres, entre 20 e 40

Estudo torna-serecomendação da NASA

anos, com peso superior a 45kg, queingeriam um comprimido e meio (0,45mg) do medicamento escopolamina(contra vertigem e náusea), em jejumou com a dieta sugerida, variando operíodo de tempo que antecedia a se-gunda parte do exame. No momentoseguinte, com o auxílio de uma cadeiragiratória desenvolvida no próprio labo-ratório, eram simulados os sintomasde desorientação espacial sofridos porastronautas, como vômitos, náusea, dorde cabeça e diminuição cognitiva. Nofinal foi verificado que os efeitos eramsentidos com menor intensidade quan-do os participantes ingeriam o medi-camento e a dieta padronizada umahora antes de passarem pelos testesna cadeira.

Martinelli, agora mestrando em En-genharia Biomédica, na Engenharia Elé-trica da PUCRS, desenvolve seu traba-lho final do curso com o Laboratório deMicrogravidade e promete mais novi-dades na área.

BANCO DE TECIDOS: ESPERANÇA DE TRATAMENTOS

Materiais biológicos que seriamdescartados após operações po-dem ajudar na descoberta de no-

vos tratamentos, diagnósticos e medicamen-tos. Amostras de tumores como de câncer demama, próstata, ovário e reto são armazena-das no Banco de Tecidos do Hospital São Lu-cas (HSL), um dos pioneiros no Rio Grande doSul. O material se encontra no Laboratório deBiologia Tumoral do Instituto de PesquisasBiomédicas (IPB) da PUCRS.

Com a prévia autorização dos pacientes,quando os tumores são retirados por meiode cirurgias uma pequena parte é guardadaem tanques de nitrogênio líquido dentro depequenos tubos de vidro especiais, que nãoestouram com a baixa temperatura (-180ºC).Além disso, são recolhidas amostras de te-cido normal de sangue da pessoa operada.

O coordenador do Laboratório, professorBernardo Garicochea, explica que as peque-nas porções de sangue poderão ter grandeutilidade. “Futuramente há a chance de al-

guns exames de sangue detectarem maisprecocemente a presença de cânceres ou tu-mores que hoje são diagnosticados somentequando a doença está muito avançada. Asamostras doadas por esses pacientes per-mitem que trabalhemos em busca de precio-sos marcadores”, observa. Em dois anos defuncionamento do Banco de Tecidos, mais de500 amostras foram recolhidas.

Com o material guardado ficam os dadosclínicos dos pacientes, que são atualizadosconstantemente. Dentre as informações está,por exemplo, como eles responderam aos tra-tamentos. Atendendo a critérios estabeleci-dos, tudo o que há no Banco de Tecidos podeser utilizado por pesquisadores da Universi-dade em teses e dissertações, bem comopor bolsistas de iniciação científica.

Garicochea lembra que muitas descober-tas sobre cânceres foram feitas em diversasinstituições pelo mundo com a ajuda de ban-cos de tecidos e espera que a PUCRS siga atendência. “O Brasil é um país grande, com

muita diversidade genética, por isso é muitoimportante que exista esse tipo de banco.Essa proposta, além de científica, é estraté-gica, garantindo a nossa autonomia para es-tudos que envolvam genômica e câncer”,aponta.

Tubos guardam amostras de tumores

Martinelli sugere dieta simples para astronautas

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PELO RIO GRANDE

URUGUAIANA GUARDA ARTEFATOS ARQUEOLÓGICOS

Mais de 1,7 mil materiaisarqueológicos que es-tavam sob posse parti-

cular foram entregues para o Cam-pus Uruguaiana. Foi a maior doaçãodessa natureza no município e de-corre de um trabalho de cinco anosde conscientização realizado junto aestudantes – por meio de palestrase exposições – e populações ribeirinhas. Elessão informados sobre a legislação e necessi-dade de preservação dos artefatos, que cons-tituem parte da memória da Nação. A iniciati-va, da qual participam alunos voluntários doCampus, partiu do professor Flamarion Go-mes, do curso de História.

Os objetos doados, provenientes das mar-gens do rio Uruguai, na região do arroio Itapi-

Universidade apóia criaçãode INDÚSTRIA DE PESCADO

tocai, podem ser classificados em líticos (pe-dras) e cerâmicos. No primeiro, destacam-se200 pontas-de-projétil e 160 boleadeiras, en-tre outras peças, que, somadas, chegam a1,3 mil. Os instrumentos eram utilizados porgrupos humanos de caçadores-coletores doperíodo pré-colonial. Também integram a co-leção aproximadamente 400 fragmentos deobjetos como vasilhas e potes. A cerâmica é

de origem guarani, fato constata-do por causa da sua técnica deprodução, forma e decoração va-riadas.

Para Gomes, a doação garan-te a preservação do material.“Existe um comércio clandestinoque tem lesado o patrimônio bra-sileiro e enriquecido coleções par-

ticulares nos países vizinhos e, até mesmo,na Europa”, salienta.

A Universidade oferece espaço para aacomodação do material e posterior estudo.“Com a reestruturação do Museu do Cam-pus, pretendemos abrir a exposição à co-munidade.” A Polícia Federal e o MinistérioPúblico colaboram com o trabalho de preser-vação.

AFaculdade de Zootecnia, Veterinária eAgronomia (Campus Uruguaiana),por intermédio do Setor de Piscicul-

tura, apóia a criação de uma indústria em Ita-qui por meio de transferência de tecnologia econsultoria. A iniciativa é um dos resultadosda interação dos professores e pesquisadorescom produtores da região mediante a ofertade cursos e treinamentos para o manejo cor-reto do pescado e sua viabilização econômi-ca. A partir deste mês de março serão realiza-dos seminários na região, incluindo os muni-cípios de São Borja e Alegrete, para a adesãode interessados. A criação da indústria aindadepende de financiamentos.

O processo é conduzido pela CooperativaAgropecuária Itaquiense. Mais de 80 produto-res estão associados à idéia. A indústria temlocal cedido por 20 anos pela Prefeitura deItaqui. Foram construídos poços artesianos eseis tanques. Estudo de viabilidade técnicagarantiu que o empreendimento é viável paraa região, e pesquisa de mercado apontou queo consumo de peixe somente não cresce pornão haver oferta adequada. O vice-presidenteda Cooperativa, Silberto Grützmacher, que li-dera a iniciativa, destaca que existe mercadopara filés, bolinhos e fish burgers. A idéia édistribuir os alimentos em colégios, creches,hospitais e penitenciárias.

A carpa será o principalpeixe, economicamente maisviável, segundo Grützmacher. Aparticipação dos associados sedá como produtores que entre-gam o produto, investidores esócios, que têm cotas na in-dústria e ao mesmo tempo sãopiscicultores. No Campus Uru-guaiana, prestam assistênciaaos produtores os professoresMarcus Vinicius Querol, que co-ordena o Setor de Piscicultura,e Douglas Thompson, respon-sável pelo Pólo de Moderniza-ção Tecnológica da Fronteira-Oeste. Mas essa relação nãocomeçou recentemente. O pro-fessor Henrique Querol Chivalembra que o Campus Uruguaiana começou ainvestir na área da piscicultura em 1978,quando foram construídos tanques e barra-gens, com o apoio dos professores Jeter Ber-toletti e Airton Batista Santos. No mesmo ano,foram oferecidos dois cursos de 360 horas-aula cada para técnicos em aquacultura. OCampus Uruguaiana foi o primeiro centro noPaís a fazer inseminação artificial de jundiás.

Nos anos 90, o Setor recebeu recursos doPólo de Modernização Tecnológica, do governo

do Estado, realizando um programa que atin-giu 33 municípios. Além da promoção de pa-lestras, foi incentivada a criação de associa-ções de piscicultores. Algumas ainda estão emfuncionamento. “Há 30 anos, procuramos a-proveitar o potencial de recursos hídricos deUruguaiana e ainda hoje a piscicultura é umaalternativa de renda para pequenos produto-res”, explica Henrique Chiva. Destaca que o en-foque está em incentivar o consumo das espé-cies nativas, conhecidas pela população.

Carpa será o principal peixe

Fotos: Divulgação

Cerâmica de origem dos guaranis Pontas-de-projétil

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CIÊNCIA

Pesquisa ajuda a decifrarEVOLUÇÃO DOS PRIMATAS

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Apartir da análise de como duas espé-cies de sagüis amazônicos enfren-tam os desafios sociais (relaciona-

mento com outros indivíduos dentro do grupo)e ecológicos (como localizar os alimentos nafloresta), surgiu uma nova proposta para en-tender a evolução da inteligência dos prima-tas, incluindo o homem. A iniciativa partiu doprofessor Júlio César Bicca-Marques, do La-boratório de Primatologia, da Faculdade deBiociências da PUCRS. Ele realizou um traba-lho experimental de campo na Amazônia, pro-duto da sua tese de doutorado na Universityof Illinois at Urbana-Champaign. O artigo foipublicado no International Journal of Primato-logy (EUA) em dezembro de 2005.

Para Bicca-Marques, o crescimento do cé-rebro (em proporção ao tamanho corporal) e odesenvolvimento das habilidades cognitivasdos primatas – responsáveis pela forma comoadquirem, processam e armazenam informa-ções e agem no ambiente – são influenciadospelos dados sociais e ecológicos. Relacionaressas duas hipóteses sobre a inteligência nosprimatas é a grande inovação da pesquisa.

A coleta de dados ocorreu durante 125dias ininterruptos. “Os sagüis foram captura-dos, marcados e devolvidos à floresta. Passá-vamos 10 horas por dia esperando-os chega-rem aos locais escolhidos para o estudo”, lem-bra. Na área foram montadas quatro estaçõesde alimentação com oito plataformas cada.

Os experimentos testaram a habilidadedos sagüis em encontrar as duas plataformasde cada estação que continham uma recom-

pensa alimentar (banana) pelo uso de infor-mação visual (diferença entre bananas verda-deiras e bananas falsas), olfativa (bananasverdadeiras têm cheiro, enquanto as falsasnão têm) ou espacial (as plataformas combananas verdadeiras são sempre as mes-mas), entre outras. “Para controlar o tipo deinformação que os sagüis podiam utilizar, emalguns experimentos as bananas verdadeirase falsas ficavam escondidas debaixo de fo-lhas”, explica.

Para obter alimento, cada sagüi deveriatambém levar em consideração as informa-ções sociais, a posição hierárquica de cadaindivíduo dentro de seu grupo. Na estação de

São quatro as principais hipótesespara explicar o aumento do tamanho docérebro nos primatas. Duas das mais di-fundidas e aceitas correspondem aos as-pectos ecológico (forrageio extrativo e im-portância dos frutos na dieta) e social(também conhecida como hipótese da in-teligência maquiavélica).

Quanto ao forrageio extrativo, o de-senvolvimento do cérebro seria decorrên-cia de os animais conseguirem retirar danatureza a comida que não enxergam. “Os

babuínos africanos comem tubérculos e osmacacos-prego sul-americanos pegam os cu-pins escondidos nos troncos podres dealgumas árvores”, exemplifica Júlio CésarBicca-Marques.

A outra corrente acredita que a quanti-dade de frutos na alimentação de algumasespécies exigiria uma maior ou menor capa-cidade intelectual por causa da distribuiçãoaleatória da comida no hábitat. “Os maca-cos que incluíssem mais frutos em seu car-dápio precisariam ser capazes de aprender

a localização de suas fontes para retor-nar no futuro.”

A capacidade de entender o grau deafinidade entre os membros do grupopara manipular aliados e adversários seconstitui na principal característica dahipótese social. “Nem sempre o maisforte fisicamente comanda. Ele sabe comquem deve se dar bem, fazer alianças etrocar favores. O líder precisa ter capa-cidade de manipular a informação so-cial”, enfatiza.

Hipóteses sobre a inteligência dos animais

alimentação ou numa árvore frutífera, os cha-mados batedores (normalmente subordina-dos) ficam responsáveis pela procura dos ali-mentos, usando informação ecológica, en-quanto os líderes tendem a se comportarcomo usurpadores, usando informação social.Eles observam a ação dos demais e podemexpulsá-los das fontes de alimento encontra-das. Em outras situações os papéis pareceminverter-se. Enquanto os dominantes muitasvezes comandam o deslocamento do grupocom um tipo de “mapa mental” da floresta,os subordinados não têm alternativa senãosegui-los para usufruírem dos benefícios davida em grupo.

Sagüi-bigodeiro da Amazônia foi incluído em experimentos

Foto: Júlio César Bicca-Marques

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MCT entrega PLANOAMBIENTAL DE GRAVATAÍ

Este ano a cidade de Gravataí passa acontar com um Plano Ambiental. O pro-jeto, elaborado pelo Museu de Ciên-

cias e Tecnologia (MCT) da PUCRS, buscaincentivar o desenvolvimento sustentável domunicípio por meio de um maior conheci-mento sobre o patrimônio natural e socioe-conômico e a situação ambiental, como apoluição dos mananciais hídricos, destino deresíduos sólidos e desmatamento. O estudocontou com a participação de profissionaisdas mais diversas áreas, além de estagiá-rios da Universidade.

O material começou a ser organizado emagosto de 2005. Passou por versões prelimi-nares, seminários técnicos e audiência pú-blica com a comunidade. Na última, houve aparticipação de dezenas de pessoas, entretécnicos e moradores que aproveitaram aocasião para apresentar sugestões referen-tes ao aprimoramento do projeto.

A versão final do trabalho, entregue àFundação Municipal do Meio Ambiente

(FMMA), é composta por quatro volumes. Oprimeiro contém diagnósticos e prognósticosrelativos à legislação, administração e edu-cação ambiental, demandas dos moradorese os serviços públicos de saúde, água e sa-neamento.

O segundo analisa dados e informaçõessobre o ambiente natural da cidade. Há tam-bém o diagnóstico e o prognóstico socioeco-nômico referente aos patrimônios arqueoló-gico, histórico e cultural. Integram esse con-texto os impactos ambientais causados porassentamentos habitacionais irregulares,agropecuária, silvicultura (cultura de árvo-res florestais), indústria, comércio e servi-ços. Estão entre os destaques alguns alertassobre os cuidados ambientais que devem seradotados com as seis sub-bacias hidrográfi-cas existentes em Gravataí, pois a maior par-te da poluição produzida na região é nelasdespejada.

As propostas de solução para os proble-mas detectados aparecem no terceiro volu-

me. Os técnicos definiram restrições e reco-mendações de uso e ocupação e dez progra-mas ambientais subdivididos em 79 proje-tos. Algumas das sugestões apresentadas fo-ram educação ambiental, adoção de tecno-logias compatíveis com o desenvolvimentosustentável e incentivo à mudança de atitu-de por meio de vantagens e tarifações. Noquarto e último volume encontra-se a docu-mentação cartográfica do município, consti-tuída por sete cartas temáticas em escalade semidetalhe, editadas pelo Laboratório deTratamento de Imagens e Geoprocessamen-to, da Faculdade de Filosofia e Ciências Hu-manas da Universidade.

O trabalho foi aprovado por unanimidadepelo Conselho Municipal de Meio Ambienteda Câmara Municipal. A coordenação ficou acargo do engenheiro agrônomo e vice-diretordo MCT, Mario Teixeira. O Museu realiza es-tudos ambientais no Brasil desde a décadade 60, contabilizando mais de 50 com gran-de relevância.

ESPAÇO DA ARTE: UMA NOVA PROPOSTA DO MUSEU

Apartir de abril, o Museu de Ciênciase Tecnologia (MCT) abrirá uma ex-posição temporária, no 3º andar,

para comportar algumas das obras doadas àinstituição por artistas plásticos do Rio Gran-de do Sul. Procurando tornar a novidade ain-da mais interessante, a coordenadora de ex-posições do Museu, Ana Bertoletti, teve aidéia de proporcionar oficinas de arte no lo-cal, ministradas pelos artistas do MCT.

O acervo teve início em 1999 com a ar-tista plástica e ex-aluna da Universidade Elai-ne Karam. Ela quis prestar uma contribuiçãocarinhosa à Instituição, oferecendo as pri-meiras obras de arte ao MCT, além de tersido a interlocutora para contatar artistasplásticos reconhecidos, alguns até mesmo in-ternacionalmente.

A proposta do Espaço da Arte é voltadaa crianças. Tem por objetivo possibilitar ainteração com a arte, facilitando a sua inte-gração com o ambiente da exposição do Mu-seu. Em dias e horários preestabelecidos se-rão oferecidas diversas atividades como pin-tura sobre papel, desenho cego, restauração

Local abrigará exposição temporária e oficinas a partir de abril

de brinquedos, modelagem com plasticilina,construção de maquetes, releitura de obrasde arte, carimbos e registros. No anfiteatro

ocorrerão palestras com artistas convidados.Mais informações podem ser obtidas no sitewww.mct.pucrs.br.

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TECNOLOGIA

22 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006

RAIAR expande atividadespara Viamão e Uruguaiana

Depois de dois anos de atividades jun-to ao Parque Tecnológico da PUCRS

(Tecnopuc) no Campus Central, emPorto Alegre, a Incubadora de Base Tecnológi-ca Raiar passa a atuar também nos CampiViamão e Uruguaiana. A expansão tem inícioem março com o próximo processo de seleçãoabrindo vagas para Viamão, onde primeira-mente três empresas passarão a integrar aIncubadora. O espaço destinado à Raiar foireformado e tem 200 metros quadrados. Po-derá ser ampliado conforme a demanda. EmUruguaiana, numa parceria com o setor públi-co, o início da atividade está previsto para osegundo semestre.

O número de empreendimentos e postosde trabalho entre sócios, funcionários, esta-giários e bolsistas cresceu nos últimos anos aponto de exceder o espaço físico disponível noTecnopuc. No final de 2005 as oportunidadesse multiplicaram, chegando a 135 postos de

trabalho. “Com as novas incubadoras em Via-mão e Uruguaiana, a Universidade valorizatambém o potencial empreendedor dessasregiões, promovendo seu desenvolvimento apartir da inovação e permitindo que os em-presários usufruam dos mesmos benefíciosque disponibilizamos em Porto Alegre, como o

Serviço de Apoio à Gestão, nosso maior dife-rencial”, afirma o engenheiro Marcos Barros,gerente da Raiar. O serviço inclui o planeja-mento da gestão e de marketing dos empre-endimentos, criação da sua programação vi-sual, suporte em informática e assessoria deimprensa.

Incubando inovaçõesPara integrar o grupo de empresas da Raiar, o empreendedor precisa apresentar um

projeto com características inovadoras e de base tecnológica. A seleção é feita por meiode editais, publicados em média duas vezes ao ano. Após a entrega da documentação ne-cessária, os inscritos passam por um curso para elaborarem seus planos de negócio, quesão submetidos à avaliação de uma banca formada por integrantes da PUCRS.

Conforme o professor Vicente Zanella, coordenador acadêmico da Incubadora e umdos avaliadores dos projetos, “a Raiar tem respondido de forma direta como alternativade emprego e renda para os alunos que acreditam nas suas idéias”. Informações adi-cionais podem ser encontradas no site www.pucrs.br/agt.

PROJETO DA ENGENHARIA BUSCA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

OGrupo de Pesquisa emGestão de Energia

(GPGE) da Faculdadede Engenharia, que se destacana área entre equipes brasileiras,começa a nova etapa de um pro-jeto de pesquisa e desenvolvi-mento tecnológico para a con-cessionária AES Sul, abordandode maneira diferenciada a ques-tão do trato da energia. Sua pro-dução, transporte, distribuição euso final são estudados nos sen-tidos técnico, econômico, am-biental e social. Intitulado Gestãode Energias em ProgramasAnuais de Eficiência Energéticae Promoção do Uso Racional, oprojeto busca alternativas tecnológicas capa-zes de proporcionar uma maior distribuição deenergia elétrica aos seus clientes, preservan-do seu uso eficiente; modernização dos servi-ços e/ou dos processos produtivos; e correla-cionar o comportamento de clientes monitora-dos, indicando oportunidades e riscos quedecorrem dos diferentes usos energéticos.

Na primeira fase, foram realizados estu-

dos de campo com o auxílio dos estudantesde Agronomia do Campus Uruguaiana e comorizicultores (cultivadores de arroz) da região.Foi verificado o impacto para a AES Sul dacarga de energia consumida ao bombear aágua utilizada na irrigação das lavouras. Commelhorias, a eficiência energética das técni-cas convencionais conseguiu reduzir o con-sumo em média 50%. Agora o grupo preten-

de chegar a valores que superem70% com diferentes técnicas.Uma delas é o desenvolvimentode pequenas unidades hidrelétri-cas para a produção descentra-lizada de energia junto aos canaisde irrigação e às saídas das bar-ragens, possibilitando que o ori-zicultor, por exemplo, opere emhorários de pico e que reduzaseus requisitos de energia elétri-ca. Segundo um dos líderes doGPGE, professor José WagnerKaehler, proporcionar essa redu-ção de consumo pode aliviar osistema de distribuição de ener-gia da AES Sul e, conseqüente-mente, seus gastos.

O projeto, que tem duração prevista detrês anos, conta com uma grande equipe deprofessores, funcionários, estagiários de ini-ciação científica e outros estudantes, renden-do quatro dissertações de mestrado em anda-mento e dois trabalhos de conclusão de cursoconcluídos. Informações adicionais e outrosprojetos podem ser vistos no site do grupo:www.pucrs.br/feng/gpge.

Foto: Divulgação

Pesquisadores buscam reduzir carga para irrigar lavouras

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006 23

BRASIL PODE PRODUZIR TV E JORNAL DO FUTURO

APUCRS participa de pesquisas ino-vadoras que podem revolucionar aforma como se vê televisão ou lê

jornal. Universidades e empresas brasileirasestão trabalhando para que o País desenvol-va tecnologias com material orgânico (à basede carbono). Além de menos onerosas doque o cristal líquido e o plasma – atualmen-te em expansão –, abririam inúmeras possi-bilidades. Com o Organic Light-Emitting Dio-de (Oleds), ou diodo orgânico emissor de luz,a imagem do televisor, por exemplo, pode serexibida num filme flexível. O telespectadorassistiria de qualquer lado da tela. As corti-nas também podem usar a tecnologia, per-mitindo que haja controle da quantidade deluz emitida do sol. As células fotovoltaicasdeixariam de ser feitas com silício, que tem

alto custo no processo de fabricação.“Cada um domina uma etapa do processo,

por isso devemos nos unir, permitindo que oBrasil produza a sua tecnologia”, destaca aprofessora Mara Rizzatti, coordenadora doGrupo de Física das Radiações (GFR), do Cen-tro de Pesquisa e Desenvolvimento em Físicalocalizado no Parque Tecnológico (Tecnopuc).O Grupo foi selecionado em dois editais. Umdeles, da Financiadora de Estudos e Projetos(Finep), do Ministério da Ciência e Tecnologia(MCT), terá duração de 18 meses. O segundo,do Conselho Nacional de Desenvolvimento Ci-entífico e Tecnológico (CNPq), será desenvol-vido em 36 meses e busca fomentar a coope-ração e qualificação de 29 grupos de pesquisaintegrantes da Rede do Instituto do Milênio dosMateriais Poliméricos.

A PUCRS, por meio do GFR, está apta aparticipar da etapa final do processo, atestan-do se o dispositivo funciona e quais são suasfunções e potencialidades. O projeto financia-do pela Finep tem a participação da Associa-ção Brasileira de Tecnologia das Radiações(Asbrater) e da empresa LC.

ETIQUETAS INTELIGENTEScom marca nacional

OGrupo de Sistemas Embarcados(GSE) da Faculdade de Informática(Facin) da PUCRS se uniu à empre-

sa Innalogics, incubada da Raiar, para criaretiquetas eletrônicas inteligentes e sistemascomputacionais de controle com preço com-petitivo para o mercado nacional e exporta-ção. O projeto, coordenado pelos professoresFabiano Hessel e Eduardo Bezerra, foi con-templado com verba da Financiadora de Estu-dos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciên-cia e Tecnologia. Em 18 meses, serão desen-volvidos dois protótipos de chips e sistemasde software para gerência e manipulação dasetiquetas. A tecnologia vem sendo utilizada noexterior e faz parte de projetos pilotos degrandes grupos nacionais.

As etiquetas inteligentes são uma espéciede “DNA digital” dos produtos. Permitem o ar-mazenamento de uma série de in-formações e a sua consulta re-motamente usando a tecno-logia RFiD (Radio FrequencyIdentification). Um tag RFiDpode ser um objeto peque-no, do tamanho de uma eti-queta de identificação auto-adesiva. O sistema contéminformações sobre localiza-ção, preço, data e hora de

fabricação e fabricante.Hessel adverte que a tec-

nologia traz o risco de compro-meter o direito à privacidadedos cidadãos. Supermercadosque usassem as etiquetas, porexemplo, teriam condições derastreá-las, por meio de um lei-tor, de fora das residências. Háa possibilidade de as informa-ções serem usadas para finscomerciais, com a elaboraçãode perfis dos consumidores.Aplicações favoráveis à popu-lação seriam nas áreas da se-gurança pública (para rastrearcarros roubados, por exemplo,com tecnologia mais barata do que o satélite) eda saúde (reunindo resultados de exames).

A parceria da PUCRS com a Inna-logics visa a desenvolver sistemas

para a rastreabilidade bovina. Oschips poderiam localizar-se noorganismo dos animais, con-tendo informações que os iden-tifiquem. O grupo trabalha nadefinição de áreas de seguran-ça (com técnicas de criptogra-fia) e sistemas anticolisão,para evitar que várias etique-

tas respondam ao mesmo tempo ao leitor.Após a criação dos protótipos, a expectativa,segundo Hessel, é de produção dos chips noCentro de Excelência em Tecnologia Avançada(Ceitec), que se instalará no Bairro Lomba doPinheiro, na Capital.

Uma das propostas de Hessel é que, como novo prédio da Facin (de número 32), hajaetiquetas inteligentes nos crachás de profes-sores, funcionários e alunos credenciados.Isso facilitaria a entrada nos laboratórios,sem exigir senhas, e também a localizaçãodas pessoas por parte da secretaria.“DNA digital” guarda dados

Bezerra, Hessel e Fábio Pankowski trabalham no projeto

Imagem é exibida em filme flexível

Foto: Universal

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24 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006

ENTREVISTA

BARBARA POZZO

Leis ambientais precisamadequar-se à realidade

Por Mariana Vicili

Com o aumento dos danos contra omeio ambiente em todo o mundo,crescem também as discussões

em torno das leis que regulamentam puni-ções a infratores. Segundo a professoraitaliana Barbara Pozzo, coordenadora doDoutorado em Direito e do Mestrado emDireito Ambiental da Università degli Studidi Milano, há impedimentos à aplicaçãomais eficiente das regras na Europa, espe-cialmente porque as legislações de diver-sos países precisariam ser unificadas.Barbara destaca que faltam critérios pararesponder a perguntas como o que deveser protegido, como punir cada caso,quem pode ser punido e quem pode punir(o cidadão, corporações ou governos). Ad-verte que não há como garantir que oscustos cubram o que pode ser restauradoe como avaliar algo um dano irreversível.

O QUE SE TEM DEBATIDO ATUALMENTE NAEUROPA SOBRE A RESPONSABILIDADECIVIL AMBIENTAL?

As leis de hoje que dizem respeito à res-ponsabilidade civil por danos ambientaistêm sido um grande problema para muitospaíses europeus, foco de muitas discus-sões. A proposta é revisar a regulamentaçãosobre o assunto, criando regras comuns atodos da Comunidade Européia.

POR QUE ESSA UNIFICAÇÃO?Com a proximidade dos países euro-

peus, muitas vezes algum desastre ambien-tal é provocado num local, mas acaba es-palhando-se para outros. Uma indústriaalemã, por exemplo, pode causar a conta-minação de um rio e poluir águas francesasao mesmo tempo. Como as legislações sãodiferentes, com punições e taxas distintas, oprocesso fica muito mais complexo. Hátambém uma questão econômica. Se a mul-ta por algum dano é mais barata em umpaís, certas empresas podem preferir insta-lar-se no mesmo para ter menos prejuízoscom indenizações. Não queremos competi-ção, mas harmonizar as leis.

ALÉM DE QUESTÕES GEOGRÁFICAS EECONÔMICAS, HÁ OUTROS PROBLEMASENCONTRADOS PARA QUE ESSA UNIFICA-ÇÃO SEJA EFETIVADA?

Certamente. Ainda há muitas lacunas,principalmente por questões técnicas. É di-fícil identificar com precisão o que pode serconsiderado meio ambiente, o que deve serprotegido, como punir cada caso, quempode ser punido e quem pode punir. O cida-dão? Corporações? Governos? Quem ou oque deve ser beneficiado? Como quantifi-car? É mais grave poluir um rio, o ar ou des-matar uma grande área? Como garantir queos custos cubram o que pode ser restaura-do, e como avaliar algo um dano irreversí-vel? Em muitos casos não é possível identi-ficar quem foi o causador do dano e se foi

“Em muitos casos não é possível identifi-car quem foi o causador do dano e se foiapenas um. Em outros, os efeitos demorama aparecer, retardando as investigações”,alerta a professora, que veio à PUCRS par-ticipar do 9º Seminário de Direito Ambien-tal Internacional, promovido pelo Departa-mento de Direito Público da Faculdade deDireito, Núcleo de Estudo e Pesquisa Ambi-ente e Direito e Grupo de Estudos em Di-reito Internacional Econômico da Universi-dade. O evento também debateu temascomo o Protocolo de Kyoto, o caso da em-presa Borregaard e o direito ambiental noMercosul.

Nascida em 1964 na Itália, Barbaratambém é professora da Faculdade de Di-reito da Università dell’Insubria e autorade diversas obras e artigos sobre respon-sabilidade civil e danos ambientais. Sobreesses temas ela falou à Revista PUCRS In-formação.

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apenas um. Em outros, os efeitos demorama aparecer, retardando as investigações. Emalguns casos, a apuração acaba sendo pra-ticamente impossível, como no caso dacontaminação de um lençol d'água. É muitocomplexo, passível de várias respostas e asdefinições ainda estão muito vagas. Umepisódio ocorrido em 1976 em Seveso, naItália, é considerado um marco nessa ques-tão, que gerou grandes discussões na área.

O QUE OCORREU?Em julho de 1976, ocorreu uma explosão

na indústria química ICMESA, na pequenacidade de Meda, no Norte da Itália, gerandouma nuvem tóxica de dioxina, que acabousendo levada pelo vento para a cidade vizi-nha de Seveso, causando efeitos tambémem outros povoados próximos. A empresanão avisou a princípio a população do altís-simo risco que corria, e muitas pessoas aca-baram tendo graves problemas de pele, dis-túrbios gastrintestinais e câncer, inclusivedurante muitos anos após o acidente. So-mente depois de mais de uma semana a popu-lação foi avisada pelo governo. Muitos aban-donaram suas casas e animais. A empresanão colaborava com as investigações e pou-co fez para ajudar os prejudicados. Poste-riormente a ICMESA foi condenada a pagaruma grande indenização, mas o caso geroudiversas discussões para que as leis fossemmais severas na época, chamando a aten-ção de outros países para que tornassemesse controle mais rígido. Seis anos depoisos governos da União Européia aprovaramuma lei, chamada de Seveso, para preveniracidentes industriais graves e limitar suasconseqüências. Em 1996 ela foi substituídapela Seveso II, que é muito mais rigorosa.

QUAIS PAÍSES DA EUROPA ESTÃO MAISAVANÇADOS NAS QUESTÕES AMBIENTAIS?

Alguns países têm legislações bem es-truturadas, como Alemanha, Itália, Portugale Suíça, mas o que há ainda não pode serconsiderado suficiente.

JÁ EXISTEM PROPOSTAS PARA MUDANÇAS?Há várias sugestões, mas ainda é preci-

so fazer muito. A Comissão das Comunida-des Européias elaborou recentemente oWhite Paper on Environmental Liability compropostas para delimitar responsabilidadesambientais mínimas que servirão comobase para reformas. Ele sugere, entre outrosaspectos, que haja a cobertura de danos

REGRAS NO BRASIL

Segundo o professor Orci Bretanha Tei-xeira, do Núcleo de Estudo e Pesquisa Ambi-ente e Direito, da Faculdade de Direito daPUCRS, a legislação no Brasil, no que se re-fere à responsabilidade civil ambiental, ésuficiente. Cita três instrumentos básicosque têm funcionado muito bem no País. Umdeles é a lei 6.938/81, da Política Nacionaldo Meio Ambiente, que introduziu a questãoda responsabilidade civil objetiva sem cul-pa, ou seja, não se precisa provar a culpapara haver uma punição, basta que se de-monstre a existência de um dano e quem ocausou. O segundo instrumento é a lei7.347/85, que disciplina ação civil públicade responsabilidade por danos causados aomeio ambiente, e o terceiro, a Constituiçãode 1988, ao consolidar a legislação ambien-tal. “Os Ministérios Públicos Federal, Esta-duais e do Trabalho têm proposto milharesde ações de responsabilidade pelo dano,com muito sucesso”, completa Teixeira.

A Constituição Federal, de acordocom seu artigo 225, protege tanto o meioambiente natural como o artificial, o cul-tural e o do trabalho: “Todos têm direitoao meio ambiente ecologicamente equili-brado, bem de uso comum do povo e es-sencial à sadia qualidade de vida, im-pondo-se ao poder público e à coletivida-de o dever de defendê-lo e preservá-lopara as presentes e futuras gerações”.

O professor ainda observa que atual-mente o Ministério Público do Trabalhotambém está propondo ações para a de-fesa do meio ambiente do trabalho. “A de-fesa do meio ambiente interno, tratandode questões como a poluição sonora, porexemplo, resultará, num futuro próximo,em melhores condições de trabalho, po-dendo reduzir o número de aposentado-rias precoces e casos de invalidez, entreoutros. É algo que já começou, mas trarábons resultados nas próximas décadas.”

ENTRE EM CONTATONúcleo de Estudo e Pesquisa Ambiente eDireito (Nepad) – Departamento de Direi-to Público da Faculdade de DireitoSite: www.pucrs.br/direito/nepadE-mail: [email protected]: (51) 3320-3634

não somente à biodiversidade, mas também apessoas, por exemplo. Outros estudos estãosendo feitos para desenvolver as propostas,tomando esse documento como base.

E QUANTO À LEGISLAÇÃO BRASILEIRA?Não tenho muito conhecimento da legisla-

ção brasileira sobre o assunto, mas acreditoque no futuro as discussões na Europa pos-sam auxiliar a aprimorar legislações de outrospaíses, como o Brasil.

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26 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006

UNIVERSIDADE ABERTA

Por Greice Beckenkamp

Não é novidade que a ati-vidade física traz bene-fícios imediatos e visí-

veis para pessoas da terceira ida-de, ajudando em muitos casos aténa recuperação de doenças gra-ves. Porém, o exercício quandofeito em grupos traz outras van-tagens, como o aumento da auto-estima e a socialização. Interes-sada na melhoria da qualidade devida do idoso, aliada à possibili-dade da prática profissional dosalunos, a Faculdade de EducaçãoFísica e Ciências do Desporto(Fefid) da PUCRS promove se-mestralmente o projeto AtividadeFísica para Terceira Idade, vincu-lado à disciplina Atividade Moto-ra Adaptada, cuja programaçãofoi focalizada pelo programa Glo-bo Repórter.

Pelo projeto, cerca de 300idosos fazem exercícios físicosgratuitamente, monitorados poralunos do 5º semestre da Facul-dade. Durante as aulas são de-senvolvidas atividades de ginásti-ca, incluindo dança, recreação,jogos adaptados, alongamentos ecaminhadas. A iniciativa é coor-denada pelos professores da FefidJane Gonzalez, Rogério Voser eDaniela Bocardi.

As turmas são formadas por 30 idosos, deidades entre 50 e 90 anos, que participam detodas as atividades, buscando os muitos be-nefícios que elas trazem para a sua vida.“Nos cinco anos em que eu venho para aPUCRS, notei uma melhora enorme no meucorpo. Minha saúde melhorou mil por cento,sinto mais agilidade e disposição. Apenas ofato de vir até aqui e ter contato com outraspessoas da minha faixa etária me ajuda mui-to, não me sinto isolado”, conta Sérgio Mestri-ne, 77 anos.

A aposentada Alda Schneider, 84 anos,destaca o quanto a atividade física é impor-tante para manter a sua vivacidade. “Façoexercícios há muitos anos, mesmo em casa,

ATIVIDADE FÍSICAa serviço da socialização

danço e corro. Desde en-tão melhorei bastante aminha saúde, fiquei maiságil, meu corpo já não dóitanto. Além do mais, agente conquista muitasamizades.”

Os resultados obtidoscom os idosos são vistoscom muita satisfação pe-los alunos que participamda atividade. Para a aca-dêmica Camila Mostar-deiro, o mais gratificanteé ver a evolução das pes-soas ao longo das ativi-dades: “No primeiro dia

de aula, muitos não conseguiam nem ter acoordenação motora de pôr o braço para fren-te e hoje eles conseguem fazer todos os exer-cícios propostos”. Para ela, é também umagrande lição de vida. “A gente aprende comessa experiência que a pessoa envelhece,mas continua com alegria e disposição. Não épreciso ficar em casa escondida, tem de estaraberta para viver”, destaca.

O professor Voser afirma que o exercíciofísico para a terceira idade vai além do cultoao corpo, comum em jovens: “Quando se falaem envelhecimento, se fala de mudança. Paraos idosos, inclui três campos: social, psicoló-gico e físico”. Acredita que essas áreas inte-ragem, pois muitos participam das atividadespara se relacionar com outras pessoas, con-

Doença estásendo vencida

Os be-nefícios tra-zidos pelaatividade fí-sica são vi-síveis para aaposentadaEva Santos,60 anos. Elateve um aci-dente vas-cular cere-bral (AVC)há três anose como conseqüência o lado esquerdodo seu corpo ficou com as funçõescomprometidas. Aconselhada pelo mé-dico, começou a praticar exercícios físi-cos e, desde então, a melhora é cres-cente a cada dia que passa: “Eu nãotinha força num lado do corpo. Hoje jáconsigo fazer os exercícios propostos erecuperei quase todos os movimentosda mão e da perna”. Eva acrescentaque seu irmão gêmeo também teveAVC, mas não seguiu recomendaçõesmédicas. “Ele não está bem como eu.Sei que posso vencer esse problema eo medo de não conseguir foi superado.Hoje quase não tenho mais seqüelas”,comemora.

versar sobre seus problemas e acabam tendouma melhora significativa na saúde. “Muitosrelatam que diminuíram o medicamento parapressão arterial. A atividade física regularizatoda a funcionalidade do coração”, exemplifi-ca. O professor acrescenta que a conseqüên-cia dessa interação é uma maior qualidade devida: “Futuramente, com o avanço da medici-na, as pessoas viverão até 90, 100 anos, masé preciso que esse tempo a mais tenha quali-dade”.

Idosos participam de projeto gratuito da Fefid

Alda mantém vivacidade

Período de inscrições: De 8 a 12 de marçoInformações: (51) 3320-3683As vagas são limitadas, com prioridade paraparticipantes de 2005.

SERVIÇO

Eva teve um AVC

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006 27

GENTE

Por Mariana Vicili

Os cursos de Bacharelado e Licen-ciatura em Filosofia oferecidos pela

PUCRS são cada vez mais procu-rados por profissionais graduados em outrasáreas, como Direito, Medicina, Comunicaçãoe até em cursos considerados mais técnicos,como Engenharia e Ciências Aeronáuticas.Esses alunos em geral ingressam medianteapresentação do diploma de curso superior.

O que explicaria essa opção por uma áreaque, em boa parte, difere de suas ativi-dades profissionais? Cada um traz con-sigo uma motivação, mas se percebeque se trata de uma procura principal-mente pessoal, como é o caso da procu-radora da República Carolina da SilveiraMedeiros, aluna desde 2004.

Ela conta que certa vez ganhou deuma amiga o livro História do Pensa-mento Ocidental: A Aventura das Idéiasdos Pré-Socráticos a Wittgenstein, deautoria do filósofo e matemático Ber-trand Russel. “Fiquei bastante impres-sionada em ver que muitos dos questio-namentos que eu tinha sobre o ser hu-mano, seu papel no mundo, capacidadede admiração, o bem e o mal, a nature-za, a alma, a liberdade e até mesmo Deus,eram objeto de discussão e análise da Filoso-fia. Resolvi então ingressar nesse universoque trata de questões tão familiares, mas às

quais dedicamos tão pouco tempo de refle-xão”, lembra. Por atuar na área do Direito,observa ainda que muitos conteúdos vistospodem ser aplicados em sua atividade profis-sional.

A procuradora regional da Fazenda Nacio-nal Dolizete Michelin concorda e vai além.“Estudar Filosofia tem sido fundamental. Re-forçou meu gosto pela atuação profissional eestou pensando em fazer o mestrado.” No fu-turo, quando se aposentar, pensa em dar au-las de Filosofia para adolescentes.

Dolizete, que se diz apaixonada pelo cur-so, há muito tempo queria voltar a estudar.“Quando me formei em Direito a disciplina deFilosofia era opcional e num horário em queeu não tinha disponibilidade, pois trabalhava.Foi uma grande frustração. Agora pude fazer ocurso, pois as aulas são à noite e há a vanta-gem do desconto de 40% para os cursos delicenciatura. Estou muito satisfeita”, revela.

Outro que realizou um antigo sonho foi ooncologista e agora filósofo Humberto Lam-bert, graduado em janeiro. Lambert conta queo curso correspondeu às suas expectativas.“A Filosofia consegue classificar todo o co-nhecimento, dar uma visão do todo. Facilita aordem do pensamento para verificar alternati-vas, possibilidades de acerto e erro e com elaé possível perceber melhor as situações colo-cadas pelas doenças e pela ciência”, observa.

Quando o engenheiro eletrônico AntonioCesar Manfrin começou o curso, em 2002,teve de enfrentar a surpresa de alguns cole-gas pelo fato de trabalhar com as exatas.

FILOSOFIA atrai profissionaisde diferentes áreas

Manfrin abre caminhos fora da Engenharia

Ele queria mesmo fazer algo que não tivessevinculação com sua atividade profissional esegue o curso muito satisfeito, mostrando quea Filosofia pode ser mais abrangente do quese imagina.

Graduado em 1985 pela Faculdade deEngenharia da PUCRS, sempre quis voltar aestudar. Como funcionário da Universidade,aproveitou o desconto oferecido e não perdeua oportunidade. Manfrin é metrologista nosLaboratórios Especializados em Eletroeletrôni-ca (Labelo), na área de ensaios, mas como

não tem muito tempo livre cursa apenasduas disciplinas por semestre. “Querocurtir o curso, ter tempo para ler, refletire não fazer tudo correndo. Surpreendi-me positivamente, principalmente comos pensadores pré-socráticos, que na-quele contexto histórico, praticamenteisolados, propuseram modelos como oátomo. Acredito que a Filosofia traz fer-ramentas para entendermos melhor omundo e sermos mais críticos”, observa.

A proximidade com os professores esua alta capacitação são pontos muitoapontados e valorizados pelos alunos,que se sentem à vontade para partilharopiniões e expor suas visões de mundo.O diretor da Faculdade de Filosofia e

Ciências Humanas, professor Draiton Gonza-ga de Souza, acredita que, para o Departa-mento de Filosofia, o ingresso de profissio-nais de outras áreas representa enriqueci-mento, possibilitando diálogo interdisciplinare grande troca de experiências.

Lambert buscou visão mais ampla

Procuradora Dolizete pretende dar aulas

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ALUNOS DA PUCRS

28 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006

Destaques emConcurso de Oratória Engenharia

promove viagemde estudos

Durante a 14ª Semana da Enge-nharia, 30 alunos tiveram a

oportunidade de conhecer umpouco da arquitetura e das obras deengenharia em viagem à Argentina e aoUruguai. Visitas orientadas por profes-sores locais e integração entre os estu-dantes dos últimos semestres do cursode Engenharia Civil foram alguns dosobjetivos. Com acompanhamento doprofessor Almir Schaefer, conheceram osítio histórico de Colônia do Sacramen-to e passearam de barco pelo Rio daPrata. No Uruguai, apreciaram obrascomo a Ponte de Maldonado e o PalácioSalvo. Na Argentina, estiveram entre asatrações as pontes estaiadas (comapenas dois pilares no canal de nave-gação, reduzindo a interferência nomeio ambiente) do complexo Zárate-Brazo Largo e o túnel subfluvial Her-nandarias.

Para os alunos, tratou-se de umaexperiência inesquecível. Uma dasgrandes surpresas foi a atuação doprofessor Schaefer, que os acompa-nhou durantes os seis dias. Acostuma-dos com o docente somente em sala deaula, o clima de descontração possibi-litou um maior envolvimento entre to-dos. Thiago Zozula destaca o ineditis-mo da atividade: “Deveria haver sem-pre”. Há alguns anos foi realizada umaatividade semelhante, também comacompanhamento de Schaefer, porémorganizada pelos alunos.

Y uri Monti e João Pau-lo Azeredo, alunos docurso de Língua Japone-

sa, do Instituto de Cultura Ja-ponesa da PUCRS, foram osvencedores das categorias B(intermediário) e C (básico) do11º Concurso Nacional de Ora-tória em Língua Japonesa, emSão Paulo. Os estudantes rece-beram troféus e uma bolsa deestudos para ficarem duranteduas semanas no Japão com tudo pago. Oevento, promovido pela Fundação Japão, con-tou com a participação de aproximadamente400 pessoas de todo o Brasil nas suas eta-pas regional e nacional.

O tema da oratória foi escolhido pelos es-tudantes. Azeredo falou sobre os ideogramas(signos que representam palavras inteiras ouconceitos) e Monti abordou a questão das ar-tes marciais. Os jurados avaliaram o conteú-do, expressão, fonética e desenvoltura dosparticipantes na comunicação com o público.Logo após a apresentação, a banca examina-

dora fez perguntas referentes ao tema, objeti-vando avaliar o conhecimento dos jovens nosassuntos escolhidos.

Para os acadêmicos, a experiência foi vá-lida. “Essa foi a primeira vez que o pessoal seintegrou tanto”, lembra Monti. Azeredo tam-bém cita a visita ao bairro japonês em SãoPaulo, além de almoços e jantares típicos.

Quem tiver interesse em conhecer maissobre a cultura japonesa pode entrar em con-tato com o Instituto de Cultura Japonesa pelosite www.pucrs.br/icj, e-mail [email protected] ou telefone (51) 3320-3583.

Conscientização de futurospublicitários recebe incentivo

Buscando estimular a cria-tividade dos futuros publi-citários na criação de pe-

ças de cunho social na área dotrânsito, o Detran/RS promoveu,em parceria com a Faculdadede Comunicação Social (Fame-cos), mais uma edição do PrêmioDetran/RS Publicidade pela Vida.Conquistaram o 1º lugar os alu-nos Davi dos Santos, Clarice deAbreu, Cristina Silva, FrancineKelen, José Francisco Silva eRodrigo Vicencio. Com a campanha Cinto nobanco de trás, ou você usa ou você voa, re-ceberam um cheque de R$ 3 mil. O tema des-ta edição foi Uso do cinto no banco de trásdos veículos.

O desenvolvimento das peças gráficas eeletrônicas ocorreu durante um semestre econtou com um planejamento de divulgação,baseado na verba sugerida pela entidade. Par-

ticiparam da análise das propostas os profes-sores da Famecos Gerson Lattuada e SílviaKoch, além de uma equipe do Detran/RS eprofissionais. A 2ª colocação foi entregue paraa campanha Cinto no banco de trás, use ago-ra e não pague depois, ganhando R$ 2,5 mil.Em 3º lugar ficou a proposta Olhe para trásenquanto é tempo, que dividiu entre os inte-grantes do grupo a quantia de R$ 1,5 mil.

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Monti e Azeredo ganharam bolsa de estudos

Grupo premiado pela Famecos e Detran

Ida à Argentina incluída no roteiro

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006 29

SALÃO DE INICIAÇÃOCIENTÍFICA oferece prêmio

Orecém-formado em Direito PedroGuilherme Adamy obteve o 1º lu-

gar no 6º Salão de Iniciação Científi-ca da PUCRS, realizado no final de 2005, como tema Tratados Internacionais em MatériaTributária e a Isenção de Tributos Estaduais eMunicipais. A premiação, que elege o melhortrabalho entre os destaques, ocorreu pela pri-meira vez no Salão. Adamy apresentará seutrabalho na 58ª Reunião Anual da Socieda-de Brasileira para o Progresso da Ciência(SBPC), no mês de julho, em Florianópolis. Aoseu orientador, professor Paulo Caliendo, serádada a oportunidade de participar de um con-gresso de âmbito nacional ou internacional.

A pesquisa de Adamy recebeu a distinçãonas categorias geral e ciências humanas esociais aplicadas. O trabalho obteve notamáxima e abordou a relação entre os tratadostributários internacionais feitos pelo Brasil e

as isenções sobre tributos estaduaise municipais. O ex-aluno conta que aescolha pelo tema se deveu ao inte-resse por áreas internacionais e pe-los intercâmbios realizados. Adamypassou um ano na Alemanha por in-termédio da Assessoria para Assun-tos Internacionais e Interinstitu-cionais da PUCRS.

Os demais destaques do Salãoforam os alunos: Thiago Danilevicz(categoria geral e ciências humanase sociais aplicadas), Paula Keller-nann (geral e ciências da saúde), ReginaBarcellos (ciências da saúde), Viviane dosSantos (ciências da saúde), Aricia Dallanora(ciências exatas e da terra e engenharia), Re-gina Poletto (ciências exatas e da terra e en-genharia), Sergio Garcia (ciências exatas eda terra e engenharia), Tiago Carvalho (ciên-

cias biológicas), Juliana Stephanie Teixeira(ciências biológicas), Andersonn Prestes (ci-ências biológicas), Cristiane Gabriela Ma-chado (ciências humanas e sociais aplica-das). O Salão de Iniciação Científica é promo-vido pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Gra-duação.

Estudante premiado emreunião de Odontologia

Leonardo Teixeira Schamann conquis-tou o 2º lugar na categoria PesquisadorIniciante de Odontologia durante a 22ª

Reunião Anual da Sociedade Brasileira dePesquisa Odontológica, que ocorreu em Águasde Lindóia, São Paulo. Concorreram na moda-lidade 64 trabalhos de diversas universida-des. O acadêmico da PUCRS recebeu R$ 815em materiais odontológicos.

Entre as finalidades do estudo esteve a deavaliar novas possibilidades de aplicação clí-nica dos sistemas adesivos na odontologia.Para as análises, foram utilizados quatro des-ses sistemas com diferentes composições quí-micas e formas de ação. O acadêmico deter-minou a espessura da camada adesiva e me-diu o padrão de falha após testes de resistên-cia do material. Os resultados mostraram queas resinas aplicadas em duas camadas obti-veram melhores resultados de resistência.

Aequipe universitária de FutsalMasculino da PUCRS obteve o 1ºlugar na 18ª Copa Unisinos. Os

jogos foram disputados no Ginásio Munici-pal Celso Morbach, em São Leopoldo. Nafinal, a equipe da Universidade, comanda-da pelo professor Rogério Voser, venceu aUSP por 2 x 1. A Copa Unisinos foi criadaem 1986 e em sua última edição jogaram14 times do Rio Grande do Sul, Santa Ca-tarina, Paraná, São Paulo e Uruguai. No to-tal, o evento contou com 1,5 mil pessoas.

Para o aluno do curso de Educação Fí-sica Diogo Athayde Tavares, 22 anos, aCopa promove a integração com times defora do Estado e até mesmo do País, como oUruguai. Segundo Tavares, ala e pivô daequipe de futsal masculino, o clima de ami-zade e união entre os jogadores é um dosresponsáveis pelas vitórias. O time vemacumulando títulos: é bicampeão da CopaUnisinos, bicampeão nos Jogos Universitá-rios Gaúchos (Jugs), campeão da Copa LaSalle e campeão da Federação Universitá-ria Gaúcha de Esportes (Fuge), entre ou-tros. Juntos há mais de dois anos, as atle-tas do futsal são mais do que simples cole-

gas, o que facilita o entrosamento e o bomdesempenho durante os treinos e disputas.

As demais modalidades praticadas naUniversidade também participaram daCopa Unisinos. As equipes são supervisio-nadas pela Pró-Reitoria de Extensão e pelaFaculdade de Educação Física e Ciênciasdo Desporto e têm o apoio da Faculdade deEnfermagem, Nutrição e Fisioterapia, pormeio da atuação de seus alunos no acom-panhamento de primeiros socorros. Umdos próximos desafios para as equipes sãoos Jugs, que neste ano serão realizadosnos dias 27 e 28 de maio, no Parque Es-portivo da Universidade.

Futsal masculino vence Copa Unisinos

Adamy participará da reunião da SBPC

Schamann apresentou trabalho em São Paulo

Time acumula títulos

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ALUNOS DA PUCRS

30 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006

Projeto automatizabraço mecânico

Reduzir custos, aumentar a produtivida-de e melhorar a ergonomia. Esses fo-

ram alguns dos fatores que motiva-ram o estudante Felipe Ferreira, da Enge-nharia Mecatrônica, a criar um projeto deautomação para os braços mecânicos utiliza-dos pela Siemens, empresa localizada na Ge-neral Motors (GM), em Gravataí. O equipa-mento, usado para deslocar o painel dos au-tomóveis produzidos pela GM, tem, aproxima-damente, 3,5 metros de altura, sendo opera-do, hoje, de forma manual.

As pessoas que trabalham com essa ta-refa fazem força inicial de 25kg a 30kg paramover o “braço”, sendo que essa é emprega-da 250 vezes por turno. Visando a facilitar aatividade, Ferreira desenvolveu um ControleLógico Programável (CLP), cujos comandosobedecem a um sensor colocado no equipa-mento. “Quando necessário, o CLP pode serdesligado e voltar a funcionar manualmente,não impossibilitando o cumprimento da tare-

fa”, acrescenta. A pesquisa, orientada peloprofessor Júlio César Lima, será apresentadano trabalho de conclusão do estudante.

Felipe Ferreira criou o projeto

Intercâmbiono exterior

enriquece vivência

Uma ótima oportunidade para co-nhecer outras culturas, desen-volver a independência e aumen-

tar os conhecimentos acadêmicos é parti-cipar de intercâmbios. A partir deste anoa PUCRS formalizou, por meio da Asses-soria de Assuntos Internacionais e Inte-rinstitucionais (AAII), o Programa de Mo-bilidade Acadêmica Internacional. A ini-ciativa oportuniza aos alunos de gradua-ção cursarem um ou dois semestres eminstituições de ensino superior estrangei-ras. Atualmente, estudam no exterior cer-ca de cem acadêmicos da Universidade.

Um dos que viveram essa experiên-cia foi Maurício Ferrão Pereira Borges,graduado em Direito pela PUCRS, mestree doutorando na área pela Universidadede Tübingen (Alemanha). Ele acreditaque o objetivo do intercâmbio acadêmicotranscende o aprendizado da língua. “Éuma forma de adquirir na instituição es-trangeira conhecimentos que proporcio-nem vantagens para a universidade deorigem. A vivência no exterior tem tudopara impulsionar a carreira profissional”,ressalta em entrevista por e-mail à Re-vista PUCRS Informação.

O estudante de Engenharia ElétricaGiuliano Sasso complementa seu cursona Universidade do Porto. “Os métodosaplicados em Portugal são um pouco di-ferentes. Vale a pena vir no final do cur-so, quando se tem um conhecimentomaior da área de atuação”, salienta.

Interessados em participar podementrar em contato com a AAII (CampusCentral, prédio 1, sala 205, por meio dapágina www.pucrs.br/aaii, e-mail [email protected] ou telefone (51) 3320-3660.

Prêmio de iniciaçãocientífica do CNPq

Bianca Barea, recém-formada emMedicina, recebeu menção hon-rosa no 3º Prêmio Destaque do

Ano de Iniciação Científica 2005, emBrasília. A distinção é concedida anual-mente aos bolsistas de iniciação cientí-fica do CNPq. Nessa edição foram ava-liados 98 trabalhos. A pesquisa de Bi-anca, orientada pela professora MagdaLahorgue Nunes, procura demonstrar seas crianças que apresentam crises con-vulsivas nos primeiros anos de vida te-rão mais chances de serem epiléticasno futuro.

Talentos da PUCRS em destaque

Estudantes de diversoscursos da PUCRS sedestacaram no 17º

Salão de Iniciação Científicada UFRGS. Duas acadêmi-cas foram indicadas para oPrêmio Jovem Pesquisador.Caroline Rückert, da Far-mácia, apresentou o traba-lho Influência de metaispesados sobre as ativida-des nucleotidásica e coli-nesterásica em glânduladigestiva de Helix aspersa(molusco), que consistenuma parte da dissertaçãode mestrado de Kelly Dahm.Caroline avaliou o efeito invitro (experimento realizadoem laboratório) dos metaiszinco, cobre e cádmio naglândula digestiva do mo-lusco. O animal pode serutilizado como bioindicadorda contaminação ambiental.

A pesquisa de PriscilaMaciel, da Biociências, fo-

calizou a Biometria e locali-zação dos parasitos cimoto-ídeos em espécies de pei-xes do Guaíba/RS (Crusta-cea; Isopoda; Cymothoi-dae). O trabalho buscouampliar os conhecimentossobre o parasitismo causadopor esses crustáceos nospeixes de água doce, pois apresença deles pode acarre-tar prejuízos para quem vivedo pescado.

Os outros acadêmicosda Universidade destacadosno evento foram FernandaMegiolaro (Biociências),Daniele Escouto (Medici-na), Rafael Fernandes (Fi-sioterapia), Fabiana Rodri-gues (Serviço Social), Ga-briella Howes (Psicologia),Grazieli Pereira (Psicolo-gia), Gustavo Rohenkohl(Psicologia), Paula Mous-quer (Psicologia) e RodrigoMassia (História).

Caroline Rückert

Priscila Maciel

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006 31

Egressos têm sucessono EXAME DA OABOdesempenho dos ex-alunos da Fa-

culdade de Direito no Exame deOrdem dos Advogados do Brasil

(OAB) tem sido expressivo. É o que mostramos resultados obtidos no primeiro semestrede 2005. Na primeira fase o percentual dehabilitados formados pela Universidade fi-cou em 88,2%. Na prova prática-profissio-nal (segunda etapa) o índice chegou a 83,3%na área de Direito Penal e a 81,7% em Civil.Para o coordenador do Departamento de Di-reito Penal e Processual Penal, AlexandreWunderlich, a conscientização dos alunos eo vasto acervo jurídico da Biblioteca Ir. José

Otão contribuem para essa conquista.Helena Lima, graduada em julho do ano

passado, foi um dos destaques. Ela decidiuprestar o exame sem fazer cursinho. A notaobtida mostrou que a bacharel estava bempreparada. “Conquistei média nove na se-gunda fase. A Faculdade me ajudou muitonessa etapa. Os professores de Penal sãoexcelentes”, afirma.

A partir de 2006 a prova da OAB passaráa ocorrer três vezes ao ano. Haverá um au-mento do número de questões objetivas de50 para 100 e a segunda fase será transfor-mada em teórico-prática. “Mesmo com as

alterações pretendemos continuar como umadas faculdades com maior aprovação no Exa-me. Faremos no último nível do curso provassimuladas nos moldes da OAB”, afirmaWunderlich.

Helena passou na prova sem fazer cursinho

Pesquisa trata da calibraçãoautomática de relógios

Isaac Newton, diretor Bortolini, Garcia e Beck

Oex-aluno EduardoGarcia, da Facul-dade de Engenha-

ria, recebeu o Prêmio YehanNumata, concedido pela Asso-ciação Brasileira de Engenha-ria e Ciências Mecânicas(ABCM) e pela empresa Mitu-toyo. O estudo teve como co-autor o professor João CarlosPinheiro Beck e como coor-denador o professor IsaacNewton Lima da Silva.

O trabalho de conclusão decurso de Garcia, enviado àABCM para concorrer na cate-goria de Melhor Projeto de For-matura em Metrologia, con-quistou o 1º lugar. Como prê-mio, ganhou uma viagem aOuro Preto (Minas Gerais) paraparticipar da cerimônia de en-trega no Congresso Brasileirode Engenharia Mecânica.

O estudo apresenta umdispositivo que faz a calibraçãode relógios de medição de de-feitos, rolamentos, profundida-des e alturas de peças industri-ais automaticamente, por meiode captação de imagens. A ca-libração é realizada sem a in-terferência do operador. O temasurgiu, segundo o professorIsaac Newton, pelas necessi-dades observadas durante asdisciplinas de Controle Dimen-sional e Qualidade Dimensio-nal. No procedimento manual –analógico – alguns inconveni-entes foram detectados, comoproblemas com a equação pes-soal de quem o realiza, consi-derando que a temperatura docorpo altera o efeito da expan-são dos materiais. “Além disso,o método cansa e é repetitivo”,completa.

Estudantes testamminiempresa

Um grupo de19 alunosdos cur-

sos de graduaçãoda Faculdade deEngenharia daPUCRS participoudo Programa Mini-empresa JuniorAchievement, queteve a duração dedois meses e meio.Os estudantes criaram a miniem-presa de sushi doce Sugarko. Aequipe foi assessorada por pro-fissionais voluntários da áreaempresarial, que orientaram so-bre marketing, finanças, recursoshumanos e produção. Após elegero presidente e diretores, os alu-nos selecionaram o produto, fize-ram pesquisas, realizaram estu-dos de viabilidade do negócio ecapitalizaram a empresa pormeio da venda de ações. Produzi-ram, trabalharam em equipe, de-senvolveram uma estratégia demarketing e finalmente realiza-ram as vendas.

Houve pagamento de impos-tos, de salários e comissões devenda, realização da contabilida-de e os estudantes foram audita-

dos. Ao final dos encontros, reali-zaram o balanço, distribuíram osdividendos aos acionistas e fe-charam a empresa.

Para a presidente da mini-empresa, Mônica Sederhen, 20anos, a experiência foi positiva.Como a maioria dos componen-tes do grupo, Mônica cursa Enge-nharia de Produção e explica aescolha do produto na área gas-tronômica: “Para fazermos algoligado à Engenharia precisaría-mos manusear metais, plásticos,o que não seria possível devidoàs normas de segurança. Acaba-ríamos como meros espectado-res”. Ela ainda destaca que apreocupação maior era com oprocesso e não com a realizaçãodo produto em si.

Sushi doce foi o produto escolhido

Foto: Divulgação

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LANÇAMENTOS DA EDIPUCRS

32 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006

EDUCAÇÃO SUPERIOR:VIVÊNCIAS E VISÃO DE FUTURO

Délcia Enricone e Marlene Grillo(orgs.) – 207p.

A permanente capacitação docente éum objetivo fundamental das Institui-ções de Ensino Superior, incluindo re-flexões sobre a qualidade profissional,a responsabilidade social, a produçãocultural-científica e, principalmente, aformação continuada de quem tem nocotidiano o compromisso com a reali-zação da pessoa. O livro reúne estu-dos e experiências sobre a temáticaque foi objeto do Projeto CapacitaçãoDocente: Vivências e Visão de Futuro,realizado na PUCRS.

CIÊNCIA E ÉTICA:OS GRANDES DESAFIOS

Ricardo Timm de Souza (org.) – 168p.O livro surge como conseqüência na-tural do processo de aproximação delinguagens em torno à preocupação co-mum. Como o trabalho nasce da diversi-dade – ao melhor estilo da instituiçãouniversitária – traz a marca das especi-ficidades de abordagem da questãocentral, a articulação Ciência e Ética.

OS SACRAMENTOSDA IGREJA CATÓLICA

Urbano Zilles486p. – Coleção Teologia

Na terceira edição de sua obra, o autor ex-

põe a doutrina católica dos sete sacramen-

tos que constituem a base da vida da Igreja

e de cada um dos seus membros. No livro,

cada sacramento é apresentado de maneira

sistêmica, dando ênfase ao aspecto antro-

pológico, bíblico, histórico e teológico. Em

abordagens rápidas, a exposição é enrique-

cida com considerações litúrgicas, pastorais

e ecumênicas.

PIERRE BOURDIEU E O CAMPODA COMUNICAÇÃO: POR UMA TEORIA

DA COMUNICAÇÃO PRAXIOLÓGICALuciano Miranda

193p. – Coleção Comunicação 34O tema do presente trabalho é o percursoteórico e investigativo que leva Pierre Bour-dieu, da polêmica com a crítica cultural dosanos 60 à prática da polêmica sociológicacom a cultura de mercado surgida na pre-sente etapa do processo de globalização.No centro da reflexão, despontam assuntoscomo a discussão sobre as teorias da cul-tura de massa, as práticas sociais da foto-grafia, o mercado de bens culturais, o poder da mídia e a autonomia e sentido daintervenção intelectual na sociedade capitalista.

FONTES ORAIS E HISTORIOGRAFIA:AVANÇOS E PERSPECTIVAS

Rejane Silva Penna235p. – Coleção Nova et Vetera 7

As fontes orais, recusadas por muito tempo

pela historiografia tradicional, tomam, pouco a

pouco, espaço privilegiado na nova historio-

grafia. A obra busca esclarecer se a ampliação

do número de pesquisadores envolvidos com

esse tipo de fonte e a utilização dos resultados

obtidos em suas pesquisas foi acompanhada

pelo aprofundamento metodológico, implican-

do avanços reais na discussão historiográfica.

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MERCADO DE TRABALHO

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006 33

Criatividade movePUBLICITÁRIOS

Criar e manter a boa imagem de pro-dutos, serviços, pessoas, empresas

ou instituições partindo da defini-ção do perfil do mercado e do consumidor.Essas são as funções de um publicitário.Para exercer a profissão, independente-mente do ramo de atuação, a criatividadeé indispensável. “Em todas as áreas domercado é preciso ser inovador”, salientao coordenador do curso de Publicidade ePropaganda da PUCRS, José Fernando deAzevedo.

A profissão se caracteriza pelo trabalhoem equipe e interação entre os diversossetores, fundamentais para o bom funcio-namento dos projetos. “Por isso, não háquase paredes nas agências”, exemplificaAzevedo. Planejamento e mídia são algu-mas das áreas bem-sucedidas da carreirae criação, a mais procurada. O mercado ébastante competitivo, o que pode intimidaros recém-formados. Guilherme Miorando,21 anos, ex-aluno da PUCRS, confessa quea situação o assustou, mas não pretendedeixar a criação. De volta à Universidade,ele cursa a Especialização em Imagem Pu-blicitária.

Os profissionais podem atuar não so-mente em agências de publicidade, mastambém em veículos de comunicação, de-partamentos de marketing, eventos e pro-duções de áudio e vídeo. A profissão não ésindicalizada, por isso inexiste piso salari-al. O pagamento inicial é em torno de R$600, segundo Azevedo. Esse valor podeaumentar rapidamente de acordo com odesempenho profissional. Os melhores sa-lários estão na Região Sudeste, mais espe-cificamente em São Paulo e no Rio de Ja-neiro. “Lá o mercado é maior. Um publicitá-rio que aqui recebe R$ 4 mil por mês lá ga-nhará em torno de R$ 15 mil. Mas isso estáligado diretamente à sua capacidade”, afir-ma o coordenador.

O curso da PUCRS fez 40 anos em2005. Com uma infra-estrutura completa eum corpo docente com conhecimento domercado e excelente titulação, é possívelaprender todas as ramificações da profis-são num ambiente próximo da realidade, oque explica a grande procura pelo curso daInstituição.

Disciplinas como Criatividade, Foto Pu-blicitária, Produção Gráfica, Mídia e Plane-jamento integram o currículo, composto poroito semestres. Há ainda o Laboratório e aAgência Experimental de Publicidade e Pro-paganda. Ambos estabelecem rotinas se-melhantes aos processos operacionais domercado, sendo o Laboratório responsávelpelo atendimento à Faculdade de Comuni-cação Social e a Agência pela divulgação eprogramação visual de cursos, oficinas,conferências, palestras e todo tipo deevento promovido pelos Campi da Universi-dade, Colégio Marista Champagnat, Hospi-tal São Lucas e Edipucrs. Há, conforme adisponibilidade de vagas, estágios voluntá-rios, curriculares e remunerados. A PUCRSoferece também Mestrado e Doutorado emComunicação Social e Especialização emImagem Publicitária.

Ramo do design é valorizado

ONDE CURSARFaculdade de Comunicação Social – CampusCentral – Av. Ipiranga, 6681, prédio 7Informações: (51) 3320-3569, [email protected] ou www.pucrs.br/famecos

ÁREAS DE ATUAÇÃO

ATENDIMENTO OUGERENCIAMENTO DE CONTA

Atua como facilitador do cliente, reali-zando a interação com os diversos depar-tamentos e especialistas da agência.

PLANEJAMENTOPor meio do briefing (definição do per-fil do cliente, do seu produto e do mer-cado), estabelece objetivos de marke-ting e comunicação. Trabalha compesquisa de mercado e prospecção denovas possibilidades para o cliente.

CRIAÇÃOTem idéias para serem transformadasem peças publicitárias. Esse departa-mento funciona com dupla de criação,formada pelo diretor de arte e redator.

MÍDIADefine os veículos que terão a funçãode levar a mensagem para o seu pú-blico-alvo e negocia a compra de es-paço publicitário junto aos veículos decomunicação.

PRODUÇÃO GRÁFICARealiza anúncios para a mídia impres-sa, malas-diretas e outros materiaisgráficos.

PRODUÇÃO ELETRÔNICAFaz o contato com as produtoras decinema, áudio e vídeo. Solicita a exe-cução de jingles, spots, trilhas sono-ras, filmes e videoteipes.

O ex-aluno da PUCRSAlexandre Rossi, 25 anos, édesigner da agência JSMax.Quando criança, gostava dedesenhar e aos poucos pas-sou a se interessar pelas ar-tes gráficas. Consciente dasvantagens do mercado deSão Paulo, pensou na possi-bilidade de se mudar para acidade, mas, com a crescen-te consolidação na empresa,Rossi pretende continuar naCapital gaúcha. Ele destaca ocrescimento do ramo do de-sign, que nos últimos anos vem sendovalorizado em indústrias como as demóveis e embalagens. Está cursando a

Especialização em Expressão Gráfica, naFaculdade de Arquitetura e Urbanismoda PUCRS.

Rossi atua como designer

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MEMÓRIA

34 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006

FACE completa 75 anosNo dia 15 de março o Curso Superior

de Administração e Finanças, em-brião da PUCRS, completa 75 anos.

A partir da influência que exerceu sobre o en-sino superior comercial, foi criada a Faculda-de de Ciências Políticas e Econômicas, em 30de junho de 1931, pioneira no Sul do Brasil. Aprimeira turma de formandos tinha nove alu-nos. Ao longo das sete décadas e meia, a Uni-dade encaminhou mais de 15 mil profissio-nais ao mercado de trabalho. Desde 1998 édenominada Faculdade de Administração,Contabilidade e Economia (FACE).

Estudam na FACE atualmente cerca de4,5 mil alunos de graduação e 170 de pós-graduação. Um terço dos 120 professoresatua em regime de 40 horas. A Faculdade ofe-rece graduação em Ciências Contábeis, Ciên-cias Econômicas, Secretariado Executivo eAdministração de Empresas. O último cursotem as linhas de formação em Administraçãode Empresas, Gestão de Tecnologia da Infor-mação, Marketing, Comércio Internacional eEmpreendedorismo e Sucessão.

“Procuramos oportunizar ao aluno nãoapenas a formação em sala de aula, mastambém a atuação em projetos que envolvema sociedade”, destaca o diretor da FACE, Ser-gio Lessa de Gusmão. Essa aproximação sedá, por exemplo, com a participação em inici-ativas envolvendo o poder público, como os

Programas de Redes de Cooperação e Exten-são Empresarial, que oferecem auxílio a em-preendedores. Neste ano será implantado, emconjunto com a Prefeitura, o site Observatórioda Cidade. A PUCRS ficará responsável pelomapeamento socioeconômico da Capital. Como Estado é negociada a vinda de um ConselhoRegional do Desenvolvimento (Corede) para aUniversidade. Os Coredes são instâncias quereúnem líderes comunitários para a escolhadas prioridades das regiões e posterior vota-ção por meio da Consulta Popular.

Incluindo o setor privado, outras iniciati-vas deste ano serão o desenvolvimento da bi-

A Universidade Católica foi constituídaem 1948, quando era formada por quatrofaculdades, mas a sua história começoumuito antes, em 1931. Os Irmãos Maris-tas, desde o início do século 20 no RioGrande do Sul, dedicaram-se à criação econsolidação de escolas. Uma delas, o Gi-násio Nossa Senhora do Rosário, na Aveni-da Independência, abrigava o Instituto Su-perior do Comércio. Os peritos contadoresformados apelaram para a abertura deuma Faculdade. O então diretor, Ir. Afonso,com sua visão profética e empreendedora,e os professores Eloy José da Rocha e Elpí-dio Ferreira Paes deram o passo inicial daPUCRS ao criar a Faculdade de CiênciasPolíticas e Econômicas.

A primeira turma de bacharéis diplo-

mados, em 1933, teve como paraninfoo interventor federal no Estado, gene-ral José Antônio Flores da Cunha. Porocasião do cinqüentenário da Facul-dade, um dos primeiros professores,Francisco Juruena – diretor de 1939-1941, 1943-1951 e 1954-1960 –, aosaudar o corpo docente disse que“seria a primeira pedra lançada paraconstruir o grande e soberbo edifícioque é a nossa PUCRS, sem contestação, umdos orgulhos das universidades brasileiras”.

Professor desde 1975, Vicente PessatoNetto avalia que, quando surgiu a Faculdade,as áreas de Ciências Econômicas e Contábeiseram muito procuradas por pessoas de outrasprofissões. Esse interesse hoje é maior pelaAdministração. Pessato, que se formou em

lhetagem eletrônica na Capital (com a Associ-ação dos Transportadores de Passageiros) e acriação do Laboratório de Mercado de Capi-tais – no qual os alunos poderão fazer simu-lações sobre o funcionamento de bolsas devalores. Gusmão anuncia também o projetode uma empresa júnior.

Na pós-graduação, a FACE oferece osMestrados em Administração e Economia e háprojeto de doutorados. Os cursos de especia-lização são Auditoria e Perícia, Controladoria eFinanças, Gestão da Inovação e PropriedadeIntelectual, Gestão e Inteligência Competitiva,Governança e Estratégia em Tecnologia da In-formação, Marketing Estratégico, Mercado deCapitais, Negócios Internacionais e Tributos eGestão Tributária.

Unidade tem 4,5 mil alunos de graduação

Economia pela PUCRS em 1954, conta queos professores eram mais distantes. “Hojeé preciso comunicar-se e adotar outra pos-tura. Isso não significa que falte respeito.”Também profissional de Direito e CiênciasContábeis, Pessato se realiza com o magis-tério. “O contato com os alunos é gratifi-cante. Por isso estou até hoje aqui.”

EVENTOS DATADescerramento de placa 15 de marçocomemorativa e MissaHomenagens na Assembléia MarçoLegislativa e na Câmara MunicipalJantar com premiações AbrilFesta jovem MaioJantar dos Diplomados JunhoTorneio Esportivo e Festival de Música AgostoSemana Acadêmica e Gincana Setembrodo ConhecimentoLançamento do livro dos 75 anos Outubro75 Faces da Competência – Novembropremiação de empresas e profissionais

Nove alunos formados em 1933

Foto: Arquivo PUCRS

Primeira Faculdade da PUCRSPrimeira Faculdade da PUCRS

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BASTIDORES

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006 35

CAMPUS VIAMÃO: agradávelpara estudar e conviver

Um lugar calmo, longe dosgrandes centros urbanos,com vasta área verde.

Agregado a isso, um clima famili-ar entre alunos, professores efuncionários. É nesse ambiente deintegração e tranqüilidade quefunciona o Campus Viamão daPUCRS. Localizado em terrenocom 13 hectares, o Campus temserviços de cantina, fotocópias,estacionamento e segurança. Dis-põe de áreas de convívio ao ar li-vre e agradáveis recantos emmeio à natureza.

A antiga Faculdade de Filoso-fia Nossa Senhora ImaculadaConceição (Fafimc) oferecia oscursos de graduação em Filosofia e Pedagogia.A partir da criação do Campus, em 2004, Di-reito e Administração de Empresas e Especia-lização em Planejamento e Gestão Escolar fo-ram acrescentados. Com uma área construídasuperior a 32 mil m², apresenta infra-estrutu-ra adequada para atendimento dos acadêmi-cos e comunidade em geral, com laboratóriode informática, biblioteca e salas para açãopedagógica, convivência, monitoria e estudos.

A proximidade entre as pessoas que cir-culam pelo Campus é uma das característi-cas marcantes. Como há apenas um prédio,os 520 alunos, 31 funcionários e 41 professo-res convivem muito. “Conheço praticamentetodos os alunos pelo nome”, salienta o secre-tário Ednilson Roesler. Para aumentar aindamais a integração, semanalmente é promovi-do um jantar entre os professores.

A relação com o município de Viamão éestreita. Como única universidade da região, oCampus tem parcerias com a prefeitura e co-légios, sendo o Auditório (com 250 lugares) eo Salão de Atos (capacidade para 380 pesso-as) utilizados para eventos da cidade. Alémdesses locais, há o Salão de Festas e chur-rasqueiras à disposição da comunidade uni-versitária, bastando agendamento prévio.

Os dois centros acadêmicos existentes,da Pedagogia e da Filosofia, caracterizam-se,segundo o diretor do Campus, Thadeu Weber,pela isenção político-partidária e constantepreocupação em organizar eventos, como aSemana Acadêmica. No local, há uma sede

do Serviço de Atendimento Jurídico Gratuito(Sajug).

No interior da arquitetura de largas colu-nas e amplas peças é possível encontrar mó-veis, utensílios e ornamentos da época doSeminário Maior Nossa Senhora da Concei-ção, aberto de 1954 a 2002. Na construção,há modelos industriais antigos de panelasde pressão e máquinas de lavar louça do

Passeando pe-los corredores demais de 4m de al-tura do prédio 87do Campus Via-mão, é inevitávellembrar que há al-guns anos ali fun-cionava o Seminá-rio Maior NossaSenhora da Con-ceição. Na Capela Central, construída em1958, um órgão chama a atenção pelotamanho e pela beleza. O padre AnúncioJoão Caldana, no Seminário desde 1957,conta que o instrumento musical foi mon-tado com recursos próprios e doações decristãos da Alemanha e era tocado todasemana pelo Ir. Renato Koch. No Salão deAtos, antiga capela, vitrais feitos em Por-

Recantos ao ar livre tornam o ambiente acolhedor

refeitório. Na lavanderia, cordasde aço atravessam a sala, tan-ques enormes e máquinas depassar roupa continuam no mes-mo lugar. Na cozinha e na la-vanderia minielevadores permi-tiam a passagem de alimentos eroupas. Cabines telefônicas, ca-mas, armários, cadeiras, mesas,máquinas de escrever e imagensreligiosas. O clima é de nostal-gia e, com tantos indícios de umaépoca que ficou para trás, é fá-cil viajar no tempo e imaginarcomo era a vida no local.

Segundo o diretor Weber, háplanos de aproveitar o local paraa instalação de novos cursos e

projetos. Cogita-se a montagem de estúdioscinematográficos, aproveitando o espaço e alocalização do Campus. Em breve, a Raiar,Incubadora de Empresas da PUCRS, será ins-talada. Segundo o gerente da Raiar, MarcosBarros, a iniciativa objetiva aliviar a deman-da do Campus Central, abrindo vagas para aseleção de empresas e criando oportunida-des na região.

Vestígios do antigo Seminário

Órgão na Capela Central

Vitral retratavocação sacerdotal

to Alegre retratama história da vo-cação sacerdotale mostram ima-gens de persona-gens importantes da época, como DomVicente Scherer, que foi Arcebispo de Por-to Alegre e Chanceler da PUCRS, e o PapaPio XII.

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36 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006

CULTURA

Por Ana Paula Acauan

AOficina de CriaçãoLiterária do Pro-

grama de Pós-Graduação em Letras daPUCRS completou 20 anosno final de 2005 com umtrabalho consolidado e reco-nhecido. O vice-diretor daFaculdade de Letras, escri-tor Luiz Antonio de AssisBrasil, que ministra as au-las desde o início das ativi-dades da Oficina, recebeutroféu especial da Universi-dade. A iniciativa foi desta-cada pelo Júri Oficial do Prê-mio Fato Literário, da RBSem parceria com o Banrisule o governo do Estado. Masas principais evidências dosucesso da Oficina são ex-pressas em números: 35 li-vros Contos de Oficina pu-blicados e participação de 620 alunos, dosquais quase 60 lançaram obras individuais.

Para Assis Brasil, a Oficina Literária nãotorna ninguém notório, mas abrevia caminhos,simplifica rotas e mostra aos participantes quesão capazes. “Como ensinam pintores, arquite-tos, bailarinos e escultores, é possível fazer omesmo na literatura.” Mas adverte: “Não sepode abrir mão do talento”.

A idéia de que o escritor nasce pronto fezcom que a atividade fosse vista com desconfi-ança no início. A PUCRS deu apoio para AssisBrasil levar adiante a sugestão dada pelo escri-tor e jornalista Jaime Cimenti, que fez parte daprimeira turma. Com duas décadas de trabalhona área da criação literária, a PUCRS segue atendência do exterior de ter a maioria dos escri-tores ligada a universidades. Nos EUA, informaAssis Brasil, a quase totalidade dos autoresatuais surgiu em oficinas.

Na PUCRS, os participantes passam poruma seleção para receber pessoas que revelemintimidade com a literatura. As aulas são minis-tradas em dois semestres letivos. Os alunos en-tram em contato com a experimentação narrati-va e realizam exercícios para constatarem quepodem criar. Também há introdução de elemen-

OFICINA LITERÁRIA: duasdécadas de reconhecimento

O ex-aluno da Oficina de Criação Literá-ria da PUCRS Amilcar Bettega Barbosa re-cebeu a maior distinção literária do País, oPrêmio Portugal Telecom de Literatura Brasi-leira de 2005. Foi destacado o livro de con-tos Os lados do círculo, de 2004. Amilcarreside em Orléans (França), onde é leitor dePortuguês na Universidade de Sorbonne(Paris III). Nascido em São Gabriel, tem 42anos e é mestre em Literatura Brasileira.

Quando integrou a Oficina da PUCRS,em 1992, Amilcar tentava encontrar-se emoutra profissão. Formado em Engenharia Ci-vil, trabalhava na área, mas não estava sa-tisfeito. Começou a escrever e sentia faltade orientação. “Saímos mais críticos deuma oficina. Discutir os textos alheios e osseus próprios é um grande exercício paraquem quer escrever”, observa, em entrevis-

Reitor Clotet entrega troféu a Assis Brasil

Ex-aluno recebe prêmio máximo

ta por e-mail à Revista PUCRS Informa-ção. Amilcar destaca que é preciso reco-nhecer “a tremenda generosidade intelec-tual de Assis Brasil, que, já consagrado,poderia estar confortavelmente se dedi-cando apenas à sua obra”. Acrescentaque o trabalho do escritor pela literaturado RS é inestimável.

Amilcar Barbosa mora na França

tos teóricos sobre o tempo da narrativa, espaço,diálogo e estruturas. No segundo semestre,ocorre a prática de contos que, por seu tamanho

reduzido, permitem aanálise durante os en-contros. Há a leitura derenomados escritores eseminários sobre as pro-duções dos alunos. No fi-nal é publicada a antolo-gia com contos da turma.Um momento em que amaioria quer repetir aOficina e manter as ori-entações de Assis Brasil.“Muitos mencionam quepretendem rodar, masum ano é tempo justo”,brinca o professor.

Os escritores interes-sados em aprofundar osconhecimentos na áreapodem realizar o Mestra-do em Escrita Criativa,inédito no Brasil, com iní-cio das aulas a partirdeste mês de março. Onovo eixo de estudos da

pós-graduação resulta da experiência da Uni-versidade com a Oficina. Informações sobre oMestrado e a Oficina: (51) 3320-3676.

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006 37

Colonização italianaexpressa em fotos

Imagens que mos-tram hábitos, pe-culiaridades, coti-

dianos, viagens, fes-tas, retratos de famí-lia, lembranças de in-fância. Momentos e-ternizados em fotogra-fias puderam ser vis-tos na mostra come-morativa aos 130 anosda colonização italianano Estado, que contoucom o apoio da PUCRSe da Universidade deCaxias do Sul (UCS).Na exposição, realizada no Memorial do Rio Grande doSul, os visitantes apreciaram 500 fotos selecionadas,distribuídas em 12 eixos temáticos. O curador da mostrafoi o cônsul-geral da Itália, Mario Panaro.

As fotos, tiradas entre 1875 e 1960, foram buscadasem diversos acervos pelo Estado, arquivos históricos decidades, como o de Caxias do Sul, Centro Calabrese delRio Grande do Sul e coleções particulares. Parte das fo-tos foi reproduzida no livro De pioneiros a cidadãos, quetraz também especialistas apresentando cada eixo temá-tico, como o Ir. Elvo Clemente (Religiosidade) e os profes-sores da PUCRS Maria Lúcia Bastos Kern (Artes Plásti-cas), Günter Weimer (Arquitetura) e Núncia de Constan-tino (Vida Urbana).

Participaram da organização da mostra e do livro asprofessoras Núncia (Departamento de História da Facul-dade de Filosofia e Ciências Humanas da PUCRS) e Cleo-des Julio Ribeiro (UCS), com o auxílio de egressos do Mes-trado em História e estagiários do Centro de História Oraldo Programa de Pós-Graduação em História. SegundoNúncia, um CD com as fotos expostas será doado a insti-tuições pelo Consulado Italiano. “O projeto envolveu mui-tas pessoas durante um ano. O livro é uma forma de pre-servar essas fotos, reconstruir por meio de imagens comoera a vida dos colonizadores italianos”, observa.

Imagens estão reproduzidas em livro

Famílias eram numerosas

Foto: Umberto Zanella/Acervo Arquivo Municipal João Spadari Adami

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CAIO RITER, vencedor do1º Prêmio Barco a Vapor de Lite-ratura Infantil e Juvenil, EdiçõesSM, 2005: “Esta a função de umaoficina literária: a sedução da pala-vra. São 20 anos, tempo de colheita.O maior ganho? Dar ao aprendiz asferramentas necessárias para o seudesejo. Ferramentas que são troca.Ferramentas de liberdade, instru-mentos indicadores de possibilida-des e não de fins. Sem forjas, semreceituários ou manuais. Pistas, ca-minhos, apenas. O olhar da experi-ência a aparar arestas, a suscitarveredas. Luz.”

CÍNTIA MOSCOVICH,finalista do Prêmio Portugal Tele-com de Literatura 2005 e 3º lugarno Prêmio Jabuti: “Tive o privilégiode freqüentar a Oficina entre 1994 e1995. Ficou grudada na minha vida:foram as aulas mais impressionan-tes e ricas que tive em minha exis-tência – e olha que não sou maisnenhuma guria. Assis é um daque-les professores vocacionados paraensinar. Melhor dito: para repartir.Quem sentou naqueles bancos pôdetomar contato com o conhecimentoacumulado numa vida dedicada à li-teratura. Aulas saborosas, ministra-das por um dos mais generosos esábios seres sobre a face do globo,com direito à preciosa interlocuçãode gente que ama a literatura tantoquanto a gente. O Assis faz isso:reúne. E é em torno dele, de sua

obra, de sua Oficina, que gira umadas literaturas que mais têm sedestacado no cenário nacional. AOficina é, desde já, um marco nahistória literária deste País, semprecisar que o tempo prove maisnada. Dizem que, para os justos, aposteridade sempre chega antes.Pelo menos por aqui, já chegou.”

CLECI SILVEIRA, 5º lugarno Prêmio Jabuti 2005: “Era inver-no de 1993. Numa idade em que al-guém de mais juízo talvez preferisseficar em casa, lendo ou tricotando,eu enfrentava um vento gelado nasveredas do Campus da PUCRS. Nopeito, a expectativa de uma criançaa caminho de seu primeiro dia nojardim de infância: ia para a Oficinado Assis. Fiz bem. Tricotar, não sei. Aler, aprendi lá, isto é, a ler melhor,de maneira crítica, sob um outroprisma. No início, algum sofrimento.Foi preciso exorcizar fantasmas,mandar para o espaço companhiasmalditas, que atendiam pelos no-mes de literatice, ecos, clichês. Olado bom veio com o aprendizado detécnicas literárias, os exercícios emestilos distintos de narração e diálo-go. Nas atitudes do Assis, o toquehumano. Rigoroso, franco na análisedos textos, encorajava-nos. Desco-brimos o valor da aceitação da críti-ca para melhor escrever, aprende-mos a jogar a toalha nos jogos daarrogância, a caprichar no humor.Um tempo inesquecível, instigante.”

DEPOIMENTOS DE PARTICIPANTES

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CULTURA

38 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006

LYA LUFT:“Celso continuará ensinando”Por Bianca Garrido

Numa cerimônia emocio-nante, a família Luft en-tregou à PUCRS mais de

1,5 mil itens do acervo do pro-fessor e pesquisador da LínguaPortuguesa Celso Pedro Luft.“Agradeço à Universidade poracolher de maneira fidalga, ami-ga e profissional o acervo do Cel-so”, declarou a escritora Lya Luft,viúva do professor. Durante a en-trega do acervo, Lya enfatizou di-versas vezes a satisfação por sa-ber que os materiais estarão àdisposição de estudantes e pes-quisadores. “Comove-me muitoem saber que ele continuará en-sinando.” A Universidade foi es-colhida porque a família confiano trabalho realizado na área,permitindo o acesso e o cuidadodo material.

Durante a solenidade foi as-sinado um termo de doação en-tre o Reitor, Ir. Joaquim Clotet, ea escritora Lya Luft. Após, houveuma visita ao local onde o mate-rial está guardado, no 4º andardo prédio 8. Na oportunidade, aescritora comentava com os fi-lhos, Eduardo e Susana, que asfichas de estudo não estavammais em caixas de sapato, masse encontram organizadas em pe-quenos arquivos e catalogadas.

O acervo conta com 1.408 obras da bi-blioteca particular de Luft, 20 livros de suaautoria, dez cadernos manuscritos que tra-tam de aspectos da fonologia, sintaxe, se-mântica, lexicologia, estilística, filologia, dia-letologia e ensino da língua e 21 textos deportuguês e lingüística produzidos por outrosespecialistas da área. Há ainda 12.217 fi-chas de estudo que registram questões so-bre a morfologia da língua portuguesa e acoleção de artigos O Mundo das Palavras,publicados por Luft no jornal Correio do Povo,de 1970 a 1984.

O material está sob os cuidados da Fa-culdade de Letras da Universidade e é orga-

obras, registros de comentáriossobre a leitura e autógrafos, alémdos dados de referência bibliográ-fica. O processo seguiu o Manualde Organização do Acervo Literá-rio de Erico Verissimo, publicadopela professora Maria da GlóriaBordini nos Cadernos do Centrode Pesquisas Literárias do Pro-grama de Pós-Graduação em Le-tras da PUCRS, em 1995.

Entre os 1.408 livros da bi-blioteca pessoal de Luft doados àPUCRS se encontram Novo Dicio-nário de Dificuldades da LínguaPortuguesa (de 1943), de VascoBotelho de Amaral; Dicionário deRegimes de Substantivos e Adje-tivos (de 1955), de FranciscoFernandes; Novo VocabulárioNacional (de 1923), de CarlosTeschauer; e Lições de FitologiaPortuguesa, de J. Leite de Vascon-celos. A obra mais antiga é de1918, o Novo Dicionário Francez-Portuguez, de Souza Pinto.

Luft dedicou mais de 50 anosao estudo e à pesquisa da Lín-gua Portuguesa. Formado em Le-tras Clássicas pela PUCRS, lecio-nou na Universidade, na UFRGSe na Faculdade Porto Alegrensede Educação, Ciências e Letras.Publicou gramáticas, dicionáriose guia ortográfico. Em 1985 pu-blicou Língua e Liberdade, que,

para Cláudia Brescancini, contribui para adiscussão sobre o papel da gramática no en-sino de Língua Portuguesa. Luft morreu emdezembro de 1995.

Escritora e Reitor inauguraram espaço

nizado pela professora Cláudia Brescancini.Para a diretora, Maria Eunice Moreira, a res-ponsabilidade de receber os materiais semistura à satisfação. “A PUCRS agora é guar-diã do acervo. Assumimos o compromisso depreservar e cumpriremos com a tarefa de es-timular o saber”, enfatizou. Os materiais es-tarão disponíveis para consultas e pesquisasna sala do Projeto de Variação Lingüística Ur-bana do Sul do Brasil (Varsul) e por meio dainternet, no catálogo on-line Winis. Por moti-vos de preservação, os documentos não se-rão retirados, mas consultados no local.

A catalogação, feita por quatro bolsistasde iniciação científica, em andamento, incluiuelementos como estado de conservação das

Visita ao local que guarda material

ACERVO NA FACULDADE DE LETRAS

1.408 obras da biblioteca particular de Luft

20 livros de sua autoria

10 cadernos manuscritos

12.217 fichas de estudo

40 pastas com artigos da colunaO Mundo das Palavras

ACERVO NA FACULDADE DE LETRAS

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AÇÃO COMUNITÁRIA

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006 39

FAMILIARES DE PACIENTES TÊM MAIS CONFORTO NO HSL

Os acompanhantes das crianças en-caminhadas pelo SUS à Internação

Pediátrica e UTI Neonatal do Hospi-tal São Lucas (HSL) receberam um presenteespecial. A partir de uma campanha internaforam arrecadadas e doadas 50 poltronaspara as unidades. Os familiares dos peque-nos, que passam semanas e, até mesmo,meses no local, podem agora ficar melhoracomodados. A campanha foi organizada peloCentro de Pastoral e Solidariedade da Univer-sidade e direção do HSL.

O agente de pastoral Fabiano Vian citaque o público-alvo da ação foram pessoascarentes, que muitas vezes não têm condi-ções nem de pegar um ônibus para voltarpara casa. Uma das beneficiadas foi SusanaMuterle, 34 anos. Ela ficou 55 dias no Hos-pital acompanhando o filho que fez uma ci-rurgia para epilepsia. “As poltronas ajuda-

ram bastante. Dá para ficar bemmais à vontade.” Uma das assis-tentes sociais do HSL, Magda Fer-reira, comenta que, quanto maistempo as mães permanecem jun-to aos seus filhos, mais seguros etranqüilos eles se sentem. “Issoaumenta as chances de sucessono tratamento.”

Colaboraram com a campa-nha professores, alunos, equipesdas mais diversas áreas da Pre-feitura Universitária e colabora-dores do HSL – considerado amaior obra social da ProvínciaMarista no Rio Grande do Sul. Deacordo com o assessor da direção do Hospi-tal Fernando Lopes, chega a 62% o númerode pacientes atendidos pelo SUS. “Com re-cursos próprios seria muito difícil oferecer

C ontribuir para a melhoria da quali-dade de vida dos moradores da VilaJoana D’Arc, na Zona Leste de Porto

Alegre, é um dos principais objetivos do pro-jeto Joana D’Arc em Luta pela Dignidade,que começa neste semestre. Promovido pelaExtensão Comunitária da Pró-Reitoria de Ex-tensão da PUCRS, o projeto foi um dos trêscontemplados no Rio Grande do Sul pelo Pro-grama Petrobras Fome Zero – Desenvolvi-mento com Cidadania, que visa a auxiliar na

luta pela inclusão social e erradicação damiséria no Brasil.

Será criada uma cooperativa com 36 mo-radoras da vila, que aprenderão a confeccio-nar pães, doces e salgados, além de lidarcom questões sobre autogestão, constituiçãode grupo, cidadania e organização de traba-lho coletivo. As mulheres devem ter mais de18 anos, estar desempregadas ou num su-bemprego e ter filhos em idade escolar, fre-qüentando o ensino formal.

Também serão desenvolvidas atividadeseducativas e reflexivas com as beneficiadas,além de proporcionados espaços de vivêncialúdico-educativa e extra-escolar para seusfilhos. A coordenadora do projeto, AlineAccorssi, explica o motivo da inclusão dospequenos: “Cada mulher da vila tem, em mé-dia, três filhos. Percebemos que naquele lo-cal está destinado a elas o papel de cuidardas crianças. Realizar atividades com os fi-lhos estimula as mães a participarem e per-manecerem no projeto”.

Atuarão na iniciativa professores daPUCRS e alunos estagiários dos cursos dePsicologia, Pedagogia, Educação Física, Admi-nistração de Empresas e Nutrição, além deuma psicóloga e um dentista. O professor Ed-gar Erdmann, coordenador da Extensão Co-munitária, lembra que o projeto traz benefí-cios tanto para a comunidade como para osestudantes da Universidade. “Participando deum projeto de ação social, é possível viven-ciar uma situação real com os colegas de di-ferentes faculdades e profissionais”, salienta.

O projeto terá duração de um ano. Ao fi-nal, as moradoras estarão estruturadas paraseguir com a produção da cooperativa, parti-ciparão de uma rede de empreendimentossemelhantes e terão os equipamentos neces-sários. Os organizadores estão em busca denovos apoios, principalmente para montaruma biblioteca voltada às crianças e adquirirmateriais como jogos e brinquedos.

ajuda a todas essas pessoas, principalmen-te aos pais e mães que precisam permane-cer junto aos filhos durante o período deinternação”, acredita Fabiano Vian.

Poltronas na Internação Pediátrica

COOPERATIVA levaesperança para vilaCOOPERATIVA levaesperança para vila

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40 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006

SINOPSE

BERTOLETTIRECEBE

HOMENAGENS

O diretor do Museu de Ciências eTecnologia (MCT), Jeter Bertoletti, re-cebeu cumprimentos de autoridadesdo Brasil e do exterior pela conquistado Prêmio Kalinga 2005 para a Popu-larização da Ciência, concedido pelaUnesco. Isoladamente, ele foi o ter-ceiro brasileiro agraciado com a dis-tinção, entregue em Budapeste (Hun-gria) pelo diretor-geral da Unesco,Koïchiro Matsuura (foto). Entre os inú-meros cumprimentos dirigidos a Ber-toletti estão os do ministro da Ciênciae Tecnologia, Sergio Machado Rezen-de, e do governador Germano Rigotto,que destacaram a repercussão do seutrabalho para a divulgação científica.O Senado, por indicação do gaúcho Pe-dro Simon, também aprovou Voto deLouvor ao diretor do Museu. A Socie-dade Brasileira para o Progresso daCiência (SBPC) exaltou a premiaçãodurante reunião-almoço em que esti-veram presentes a secretária regio-nal, Rita Maria Silva Carnevale, e osecretário adjunto, Luiz AlexandreSchuch.

TECNOLOGIAA coordenadora do Escritório de Transfe-

rência de Tecnologia da Pró-Reitoria de Pes-quisa e Pós-Graduação, Elizabeth Ritter dosSantos, recebeu menção honrosa da bancaque avaliou a sua tese, apresentada na Uni-versidade Nacional Autônoma do México. Elaobteve o título de Doutor em Ciências da Ad-ministração com o trabalho La Gestión de laTransferencia de Tecnología de la Universi-dad al Sector Productivo: un Modelo paraBrasil. A professora foi orientada por JoséLuis Solleiro, considerado um dos mais im-portantes professores/pesquisadores na áreade inovação tecnológica.

PESQUISA EPÓS-GRADUAÇÃO

O Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Gradua-ção da PUCRS, Jorge Audy, foi eleito para in-tegrar a Diretoria Nacional do Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação. Audypassa a representar a Região Sul na diretoriadurante o período 2006-2007.

LABELO CONQUISTATROFÉUS

O Labelo (Laboratórios Especializados emEletro-Eletrônica, Calibração e Ensaios) rece-beu dois troféus do Selo Procel 2005 referen-tes à atuação nas áreas de Refrigeração eIluminação. O Labelo, único do Rio Grande doSul a conquistar as distinções, é consideradoum dos principais laboratórios de ensaiospara avaliação da eficiência energética dosprodutos elétricos etiquetados no Brasil. Osprodutos analisados pelo Labelo que já rece-bem o Selo Procel são lâmpadas fluorescen-tes compactas, reatores, refrigeradores econdicionadores de ar.

ENGENHARIA QUÍMICA A DISTÂNCIAO curso de graduação em En-

genharia Química a Distância daPUCRS foi reconhecido por maisquatro anos pelo Ministério daEducação (MEC), tendo alcança-do a pontuação máxima no pro-cesso avaliativo do Instituto Na-cional de Estudos e PesquisasEducacionais Anísio Teixeira(Inep/MEC). O curso também re-cebeu autorização para a aber-tura de novas turmas. O primeiro grupo, que faz parte de um convênio com a empresado Pólo Petroquímico Braskem, terá sua formatura em 2006.

FAMECOSA Brigada Militar homenageou

três professores da Faculdade deComunicação Social. Jerônimo Bragarecebeu a medalha Grande Mérito doEnsino. A comenda do aniversário daInstituição foi concedida tambémaos professores Antonio Hohlfeldt eCristiane Finger.

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FISIOTERAPIAA apresentação oral do trabalho Acu-

rácia do índice de respiração rápida su-perficial na extubação de crianças emventilação mecânica, da professora Cín-tia Johnston, da Faculdade de Enferma-gem, Nutrição e Fisioterapia, recebeu oPrêmio Jovem Pesquisador durante o Con-gresso Latino-Americano de Terapia In-tensiva Pediátrica em Cancún, no México.

MARISTASIr. Lauro Francisco Hochscheidt tomou

posse, no dia 3 de dezembro, como provinci-al da Província Marista do Rio Grande doSul, marcando o início do II Capítulo Provin-cial realizado em Veranópolis. Ficaram defi-nidos também, durante a assembléia, os in-tegrantes do Conselho Provincial: Ir. RoqueSalet, Ir. Solimar Amaro, Ir. Evilázio Teixeira,Ir. Pedro Ost, Ir. Dionísio Rodrigues e Ir. LédioMatias. Entre os conselheiros eleitos peloscapitulares, o novo provincial escolheu paracompor sua equipe o Ir. Solimar (vice-pro-vincial) e o Ir. Roque (ecônomo). Em seu dis-curso de posse, o Ir. Lauro prometeu o máxi-mo de esforço para atender às expectativasda comunidade marista do RS, formada por203 Irmãos. Relembrou, na oportunidade, aabrangência de atuação e a responsabilida-de social da Província, que conta com umauniversidade (PUCRS) e um hospital, 22 es-colas, 29 obras sociais e 32 comunidadesde religiosos, além de missionários em ativi-dade na Amazônia e em Angola (África).

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006 41

GINÁSTICALABORAL

Durante o período dematrículas, objetivandomelhorar a qualidade devida dos funcionários doSetor Financeiro da Universidade, em seu ambiente de trabalho, a Gerência de RecursosHumanos, o Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho e a Faculda-de de Educação Física e Ciências do Desporto (Fefid) promoveram 15 minutos de ginás-tica laboral duas vezes ao dia no setor. Para a diretora da Fefid, Sônia Gomes, o resul-tado da atividade é uma maior satisfação dos funcionários ao realizar suas tarefas. “Seo funcionário que atua como negociador não sente dor, estará melhor humorado e con-seqüentemente em harmonia para atender às expectativas de quem o procura.”

AULAS DEHISTÓRIA EM VILAS

A PUCRS e a Secretaria Municipal daCultura (SMC) assinaram convênio com afinalidade de promover oficinas de históriaem vilas da Capital. Com a parceria, o pro-jeto Historiando: Brincando com o Temposerá ampliado. Os alunos do curso de Histó-ria ministrarão aulas em seis comunidadescarentes por semestre. A SMC viabilizará otransporte dos estudantes e concederá cer-tificado de participação.

DIREITO

O diretor da Faculdade de Direito, JarbasLima, e o coordenador do Departamento deDireito Público, Paulo Abrão Pires Junior, fo-ram homenageados pelo Tribunal de Contasdo Estado. Eles receberam a réplica do qua-dro Carga Farrapa. A honraria destaca os re-levantes serviços prestados pelos professo-res ao Sistema de Fiscalização dos GastosPúblicos do Tribunal.

ATLAS DOESPORTE NO RS

Durante o 2º Congresso Internacional deTreinamento Esportivo da Rede do Centro deExcelência Esportiva, em Gramado, ocorreu olançamento em CD-ROM do Atlas do Esporteno Rio Grande do Sul. A obra faz o mapea-mento do esporte e áreas correlatas, desdeas suas origens até o momento atual. A Fa-culdade de Educação Física e Ciências doDesporto, por meio do Grupo de Pesquisa emEstudos Olímpicos (GPEO), está representadaem 11 capítulos. Entre os autores estão osprofessores Alessandra Scarton, Nelson Todte Roberto Mesquita (coordenadores adjuntosdo Atlas) e o ex-aluno da Faculdade e mem-bro do GPEO Luís Henrique Rolim (membroda comissão organizadora).

GALERIA DEEX-PRÓ-REITORES

A foto do diretor da Faculdade deTeologia, Urbano Zilles, foi inauguradana galeria de Ex-Pró-Reitores de Pes-quisa e Pós-Graduação. Zilles, que per-maneceu no cargo de 1987 a 2004, en-cerrou a solenidade lembrando uma fra-se que, segundo ele, foi a base de suagestão: “Uma universidade deve mos-trar que o centro da preocupação daciência é o homem”.

PRIMEIRO ANODE GESTÃO

A publicação 2005: um ano de ações einiciativas, organizada pelo Reitor JoaquimClotet e pelo assessor de Planejamento eMarketing, Alziro Rodrigues, apresenta umasíntese das atividades que marcaram os pri-meiros doze meses de gestão da nova admi-nistração da PUCRS. Registra ações de cará-ter acadêmico, administrativo e sociocultural,além mensagens do Reitor, prêmios e distin-ções que honraram a Instituição.

FARMÁCIADenise Milão, professora do Departamen-

to de Produção e Controle de Medicamentosda Faculdade de Farmácia, foi eleita para in-tegrar a Comissão de Ensino da AssociaçãoBrasileira de Farmácia Homeopática.

DOCENTESVISITAM MUSEUOitenta e cinco professores de várias Fa-

culdades da PUCRS participaram de atividadeinterativa, programada pela Pró-Reitoria deExtensão, no Museu de Ciências e Tecnologiada Universidade. Na ocasião, os docentesacompanharam palestra do diretor do MCT,Jeter Bertoletti, e receberam informações eesclarecimentos sobre os inúmeros experi-mentos distribuídos na área de exposições.

10º PRÊMIODE EXCELÊNCIA

EM VAREJOOs dois primeiros lugares do 10º Prêmio

de Excelência em Varejo – organizado pelaFundação Instituto de Administração da Uni-versidade de São Paulo – foram conquista-dos por um aluno e professores do Programade Pós-Graduação em Administração daPUCRS. O artigo intitulado Vai uma coca-colacom leite aí, freguês, de autoria de Luis Hen-rique Gutterres (aluno), Marcelo Perin e Cláu-dio Sampaio (professores), recebeu o prêmiode melhor trabalho. Em segundo lugar ficou oestudo Análise das Variáveis Antecedentes edas Conseqüências do Uso de DiferentesSistemas de Entrega de Serviços, do docenteVinicius Brasil.

Foto: Divulgação

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SINOPSE

42 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006

FEIRA DO LIVROINFANTIL DO HSL

O Hospital São Lucas (HSL) realizoua 2ª Feira do Livro Infantil. O patrono foio mesmo da 51ª Feira do Livro de PortoAlegre: Frei Rovílio Costa. Na ocasião, ospequenos pacientes do HSL tiveram àdisposição, além dos livros, uma peçateatral encenada pelo grupo A Hora doConto, da Faculdade de Letras. Tambémestiveram presentes autores infantispara sessão de autógrafos.

PSICOLOGIAO professor Pedrinho Guareschi, do

Programa de Pós-Graduação em Psi-cologia, proferiu três palestras na Lon-don School of Economics and PoliticalScience. Os assuntos abordados tive-ram como foco o seu livro Psicologiasocial crítica como prática de liberta-ção (Edipucrs, 2004), Paulo Freire eJürgen Habermas.

DIREITOSHUMANOS

O documentário Sobrevivências,feito por Ana Brenner, Gisleine Guerra,Luciana Rangel, Mariana Dutra, Ma-riane de Luca e Tatiana Mantovani –ex-alunos da Faculdade de Comuni-cação Social – foi o vencedor da ca-tegoria Protagonismo Juvenil na Pro-moção dos Direitos Humanos do Prê-mio Direitos Humanos no Rio Grandedo Sul. A distinção é concedida pelaComissão de Cidadania e Direitos Hu-manos da Assembléia Legislativa, Fun-dação Maurício Sirotsky Sobrinho eUnesco.

TERAPIAINTENSIVA

O trabalho Índices preditivos deextubação em bronquiolite, apresenta-do de forma oral pela residente de Me-dicina Adriana Rodrigues, recebeu des-taque pelos avaliadores durante o Con-gresso Sul-Brasileiro de Terapia Inten-siva, em Florianópolis. Orientaram oestudo os professores Cíntia Johnston(Faculdade de Enfermagem, Nutrição eFisioterapia) e Jefferson Piva (Facul-dade de Medicina).

ENFERMAGEMO curso de Enfermagem da PUCRS

foi selecionado pelos Ministérios daSaúde e da Educação para participardo Programa Nacional de Reorienta-ção da Formação Profissional em Saú-de (Pró-Saúde). O objetivo do Progra-ma consiste em incentivar transfor-mações do processo de formação, ge-ração de conhecimento e prestação deserviços à população, na perspectivado Sistema Único de Saúde (SUS).

TROFÉU DEPUTADOCARLOS SANTOSA professora da Faculdade de Serviço So-

cial Jane Cruz Prates foi agraciada com o Tro-féu Deputado Carlos Santos, na área de As-sistência Social. O prêmio é concedido pelaCâmara Municipal de Porto Alegre.

INFORMÁTICA PARAFUNCIONÁRIOS

Em novembro de 2005 ocorreu a forma-tura da 1ª turma do Curso Básico de Informá-tica para funcionários da Prefeitura Universi-tária. A iniciativa, realizada com o grupo doPrograma de Educação Tutorial (PET) Infor-mática, integra o Programa Vida com Quali-dade da Pró-Reitoria de Assuntos Comuni-tários.

ERICO VERISSIMOAs professoras Regina Zilberman e Maria

da Glória Bordini, da Faculdade de Letras,estiveram em Portugal participando comoconvidadas especiais das Jornadas Comemo-rativas do Centenário de Nascimento de EricoVerissimo, promovidas pelas Universidadesde Coimbra, do Porto e de Lisboa. No eventoconjunto, denominado Gato Preto em Terrasde Portugal, as professoras realizaram confe-rências sobre o escritor e acompanharam aexposição itinerante do Acervo Literário deVerissimo. A atividade proporcionou a reintro-dução da figura e o reencontro da crítica coma obra do escritor que, em Portugal, foi omais lido dos brasileiros da Geração de 30.

O BOM NA PUCRS É...Ana Helena Silva, Ana Laura Bernardes, André Matias Barros, Eloisa Moura, Lílian

Branco, Luis Gustavo Longhi, Maria de Lurdes Santiago, Newton do Nascimento, Rosân-gela Horn, Roseli Santos, Simone Rocha e Vani Pauli foram os vencedores do Concurso

Cultural “O bom na PUCRS é...”,promovido pela Pró-Reitoria deAssuntos Comunitários. Os par-ticipantes deveriam completar afrase. As vencedoras estão in-cluídas na agenda 2006 da Uni-versidade. A entrega dos prê-mios ocorreu durante almoço noRestaurante Panorama. Cadaagraciado recebeu um kit con-tendo um rádio, um porta-cane-ta e uma caneta.

TELEVISÃO UNIVERSITÁRIAO presidente do Conselho Gestor da UNITV

(canal 15 da NET), Carlos Alberto Carvalho, foireeleito diretor de Comunicação Social da As-sociação Brasileira de Televisão Universitária(ABTU). A eleição ocorreu em João Pessoa, naParaíba, durante o 9º Fórum Brasileiro de Te-levisão Universitária.

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EPILEPSIAA professora Magda Lahorgue Nunes, da

Faculdade de Medicina, passou a integrar aComissão de Neurobiologia da Liga Interna-cional contra Epilepsia. O órgão tem por mis-são criar estratégias para o desenvolvimentode pesquisas na área.

CRIAÇÃOPUBLICITÁRIA

O gaúcho Guga Ketzer, redator da Lo-ducca22, foi promovido a diretor de criaçãoda Agência. A comunicação foi feita pelo pre-sidente da empresa, Celso Loducca, que de-finiu Guga como “um profissional de muitotalento, caráter irretocável e grande capaci-dade para agregar e liderar pessoas”. For-mado pela Faculdade de Comunicação Social(Famecos) da PUCRS, o publicitário começoua sua carreira na Escala (RS) e, em 2001, foirepresentante do Brasil no Young Creatives,em Cannes, conquistando, na oportunidade,o único Leão de Ouro brasileiro na categoria.

CULTURA GAÚCHA NA CHINAA diretora

da Faculdadede Letras, Ma-ria Eunice Mo-reira, estevenas cidades deBeijing e Shan-ghai (China).Na primeira,participou do1º Mês da Cul-tura Brasileira,promovido peloNúcleo de Cul-tura Brasileira.Durante o pe-ríodo em quepermaneceu no país aproveitou para visitar as Universidades de Comunicação da Chinae Internacional de Shanghai, tendo organizado exposições sobre autores sul-rio-granden-ses, entre eles Erico Verissimo e Mario Quintana.

ENCONTROINTERNACIONALA professora Leonia Capaverde Bulla, da

Faculdade de Serviço Social, participou deevento em Connecticut (EUA), promovido peloCentro Coordenador de Investigação da Fede-ração Internacional das Universidades Cató-licas (Fiuc). A Instituição, que congrega uni-versidades católicas do mundo inteiro, reuniupesquisadores de 28 países. Leonia proferiuuma palestra no painel sobre Os Desafios doDesenvolvimento e foi convidada para direto-ra do Projeto sobre Migrações Internacionais,desenvolvido a partir de convênio assinadoentre a PUCRS e a Fiuc. Do trabalho partici-pam, ainda, as docentes Jussara Mendes eJane Cruz Prates, além de vários alunos degraduação e pós-graduação.

LIVRE DOCÊNCIAO professor Jefferson Braga da Silva, da

Faculdade de Medicina, obteve o título deLivre Docente em Cirurgia da Mão pela Uni-versidade Federal de São Paulo (Unifesp),Escola Paulista de Medicina. O estatuto daPós-Graduação da Unifesp foi modificadopossibilitando ao docente fazer o concurso,que era oferecido exclusivamente aos pro-fessores da Instituição e da Universidade deSão Paulo.

50 ANOS DE FORMATURAA Faculdade de Serviço Social e a turma de formandos de 1955 comemoraram no dia

15 de dezembro de 2005 os 50 anos de formatura. Para lembrar a data, foi celebradaMissa na Igreja Cristo Mestre e realizado almoço no Restaurante Panorama.

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006 43

RELATÓRIO SOCIALAs principais atividades desenvolvidas em 2004 nas dimensões acadêmica, laboral, exten-

são comunitária, ambiental e cultural estão presentes no Relatório Social da Universidade.Naquele ano, foram realizados 1,4 milhão de atendimentos entre consultas médicas, examese internações. As ações do Serviço de Assistência Jurídica Gratuita (Sajug) também estiveramentre os destaques. Chegaram a 7,71 mil as orientações e os encaminhamentos. Vinte milpessoas foram beneficiadas pelos atendimentos de enfermagem, fisioterapia, nutrição, psico-logia, odontologia e medicina realizados na Vila Fátima. O Projeto Museu Itinerante (Promusit),que leva ciência e conhecimento para cidades do interior do Estado, recebeu 164 mil visitas. OInstituto de Cultura Musical apresentou-se com o Coral e Orquestra para um público superiora 119 mil pessoas.

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PERFIL

44 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006

THOMÉ mantémo vigor científico

Oprofessor da PUCRS José Willibal-do Thomé é um dos especialistas

mundiais em moluscos e tem amaior coleção bibliográfica do País na área,incluindo 10 mil artigos científicos, algunsdo século 18. Aos 75 anos, continua com umaprodução numerosa. A cada ano, publicatrês trabalhos com orientandos. Somente acongressos e salões, entrega de dez a 15 re-sumos. Coordenador do Laboratório de Ma-lacologia da Faculdade de Biociências, Tho-mé está na PUCRS desde 1959 como pro-fessor – de 1956 a 1959 foi aluno de Licen-ciatura e Bacharelado em História Natural.

Desse período até hoje reúne váriasconquistas na Universidade: idealizou oPós-Graduação em Zoologia, que começouem 1978, e o seu contato com o então dire-tor do Instituto de Zoologia da Universidadede Tübingen, Wolf Engels, rendeu um con-vênio, em 1983, entre as duas Instituiçõesque ainda está em vigência e resultou nacriação do Centro de Pesquisas e Conser-vação da Natureza Pró-Mata, em São Fran-cisco de Paula. De 1990 a 1996 dirigiu aFaculdade de Biociências.

Na luta pela criação do Pós-Graduaçãoem Zoologia da PUCRS, Thomé contou como apoio do especialista José Cândido Car-valho, renomado zoólogo, que era amigo doentão Reitor, Ir. José Otão. Pediu sua inter-ferência para convencer o Reitor de quehavia reconhecimento externo do trabalhorealizado na Universidade, garantindo opreparo para levar adiante o curso. Ir. Otãoacatou a idéia e Thomé aposta que foi porcausa de Carvalho.

O renome de Thomé na área de molus-cos traz para a PUCRS estudantes de dife-rentes países, como Argentina, Uruguai,México, Peru, Chile e Espanha. Orientadorde mais de 200 bolsistas, publicou 115 ar-tigos em periódicos e 12 livros (incluindoos organizados por ele). Os problemas car-díacos apenas o impedem de prosseguircom as viagens para coletas.

Antes de cursar História Natural e setornar pesquisador, Thomé percorreu diver-sos caminhos. Foi bancário, balconista, re-

servista do Exército no Aeroporto SantosDumont, no Rio de Janeiro, funcionário pú-blico, vendedor de livros e professor de Edu-cação Física em colégio. Mas nunca deixoude estudar. Pensou em ser médico, mas, aoingressar em História Natural, desistiu.Apesar de o curso ser novo e incomum naépoca, apreciou as aulas. Logo no início docurso pediu transferência para o MuseuRio-Grandense de Ciências Naturais – erafuncionário público – e começou a se inte-ressar pela pesquisa sobre os moluscos.

Nascido em Estrela, Thomé passou ainfância em contato com a natureza. Foisacristão, aprendeu latim sem saber o quesignificavam as palavras e gostava de pen-durar-se no sino da igreja. Falava alemãoem casa devido à origem da família. Porcausa disso sentiu os efeitos da guerra,quando os descendentes foram proibidosde pronunciar o idioma. Filho de marcenei-ro e agricultor, teve de trabalhar desdecedo para garantir o sustento, mas comprioridade para a sala de aula.

Cursou o ginásio em Lajeado, no Colé-gio Marista São José, hoje estadual. Cadamanhã se tornava uma aventura. Parachegar à cidade vizinha, era preciso atra-vessar o rio de barca. O percurso, de ape-nas 7 quilômetros, levava uma hora. Tem-po suficiente para os rapazes encontra-rem as moças, pois no colégio ficavamseparados. Thomé foi aluno do Ir. Libera-to, mais tarde Reitor da PUCRS. Nas ho-ras vagas o marista treinava a turma paracantar e tocar tambor. Após, Thomé rea-lizou o Técnico em Contabilidade, noinício em Estrela e depois no Riode Janeiro, quando ingressouno serviço militar, ainda aos16 anos. Aos 18, voltoupara o interior gaúcho.

O curso superior otrouxe a Porto Alegre, de ondenão mais saiu, exceto para viagens aoexterior. Somente para a Alemanha foi vá-rias vezes a estudos. No país começou a sefocar na área de zoologia dos invertebra-dos. Com o passar dos anos Thomé se tor-

nou especialista em lesmas terrestres (Ve-ronicelídeos) que ocorrem no mundo todo.Recebe materiais de diferentes países paraidentificar espécies. Descreveu animaisdesconhecidos pela ciência.

O professor é doutor em História Natu-ral, pós-doutor e livre docente. Recebe bol-sa de produtividade em pesquisa nível 1Ado Conselho Nacional de DesenvolvimentoCientífico e Tecnológico, a mais alta cate-goria do órgão. Para obtê-la é preciso terprodução científica considerável, orientaralunos e acumular mais de cinco anos deexperiência em pesquisa e ensino.

Nos momentos de lazer, o professor lêmuitos livros de filosofia e faz companhiapara a esposa Clélia. Eles não tiveram fi-lhos, mas a famíliaé numerosa en-tre sobrinhose sobrinhosnetos.

Professor éespecialistaem moluscos

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EU ESTUDEI NA PUCRS

AAssociação dos Juízes do Rio Grandedo Sul (Ajuris) elegeu, pela primeiravez em 61 anos de fundação, uma

mulher como presidente. Denise Oliveira Ce-zar assume, a partir de 2006, o desafio de li-derar uma equipe que pretende propor alter-nativas para o Poder Judiciário e aproximá-locada vez mais da sociedade.

Nascida em Porto Alegre há 46 anos, lem-bra que o pai, procurador do Estado aposen-tado, foi um grande incentivador para que se-guisse a área do Direito, presenteando-a commuitos livros e dando orientações sempre quenecessário. No primeiro vestibular passoupara Arquitetura, mas no mesmo ano desistiue ingressou no curso de Direito da PUCRS,graduando-se em 1983.

Denise acredita que a formação foi decisi-va para o seu sucesso profissional. “Creditominha trajetória principalmente ao curso etambém porque sempre fui uma aluna muitoesforçada e curiosa. A época em que estivena PUCRS foi muito agradável.” Lembra comcarinho dos seus colegas, muitos deles tam-bém magistrados, os quais costuma reencon-trar. “O barzinho da Faculdade sempre foi umlugar importante, onde nos reuníamos paraconversar, inclusive com os professores, comquem tínhamos muito contato. Havia um cli-ma de companheirismo”, recorda.

A juíza ainda diz que, devido à flexibilida-de de horários, podia cursar disciplinas pelamanhã ou à noite. Conseguiu fazer vários es-tágios, que a ajudaram a definir o seu cami-nho profissional.

Durante a cerimônia de formatura, ocor-reu um fato curioso. Enquanto aguardava an-siosa para receber o diploma, viu os colegassendo chamados, mas seu nome foi esqueci-do. Preocupada, conseguiu escrever rapida-mente num pedaço de papel seu nome e umrecado: “Esqueceram de mim”. O bilhete pas-sou de mão em mão pelos colegas até chegarà mesa das autoridades. Os professores logoreconheceram o equívoco e a chamaram,quase no final da lista de formandos, para oalívio de Denise e da família angustiada.

Depois do episódio, iniciou a carreira pro-fissional como pretora (magistrado de alçadainferior à do juiz de Direito) em Santa Maria ePorto Alegre. Como juíza, atuou nos municípiosgaúchos de Pelotas, Faxinal do Soturno, São

Borja, Canoas e novamente Porto Alegre. A 3ªVara da Fazenda Pública e a Corregedoria-Ge-ral da Justiça foram alguns dos locais em quetrabalhou. Antes de ser eleita para a presidên-cia da Ajuris, desempenhou também outrasdiversas funções na entidade. “Acredito quenão me escolheram por eu ser mulher, mas porconhecerem minha atividade. Havia uma ex-pectativa, pois nunca outra mulher sequer ha-via concorrido ao cargo. Agora a curiosidadecontinua em relação ao meu exercício, se con-seguirei manter a mesma autoridade e exce-lência de outros que ocuparam o cargo. Tenhoo azar de suceder a magistrados extraordiná-rios. É um desafio enorme”, confessa.

Para assumir o cargo, Denise conta queteve de interromper o curso de doutorado,deixando o tempo livre para aproveitar com omarido, as duas filhas (Paula, 18 anos, e Ro-berta, 14), os dois cachorros e suas leituras.

DENISE CEZAR, primeiramulher a presidir a Ajuris

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006 45

O esposo é companheiro também na áreaprofissional. José Antônio Daltoé Cezar é juizda 2ª Vara do Juizado da Infância e da Juven-tude de Porto Alegre. A filha mais velha segueos passos dos pais e do avô e está começan-do o curso de Direito.

Questionada sobre planos para o futuro,pensa primeiramente em dar atenção ao novocargo, que ocupará no biênio 2006/2007. “Oque podem esperar de mim é muito esforçoe dedicação. Tenho como propósito prosse-guir com o trabalho da gestão anterior. Pelaimportância do Poder Judiciário, devemosmanter a preocupação com o Estado, o cida-dão e o aprimoramento da vida social. Pre-tendemos realizar um trabalho em equipe,com mais espaço para juízes do interior, pro-pondo alternativas e discutindo o Poder Ju-diciário, principalmente no que diz respeito àsua cúpula”, revela.

Magistrada defende aproximação do Judiciário com a sociedade

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SOCIAL

46 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006

Em cada verso, uma descoberta; emcada rima, um sorriso; em cada aula,um mundo novo a ser explorado. Cri-

anças de escolas e realidades diferentes doRio Grande do Sul foram beneficiadas peloprojeto Mundo Mágico da Poesia – Potencia-lidades Lingüísticas e Alfabetização, da Fa-culdade de Letras.

Durante o segundo semestre de 2005,três alunas bolsistas do segundo nível da gra-duação em Letras e uma mestranda em Teo-ria da Literatura visitaram, duas vezes porsemana, a Escola Estadual Professora LéaRosa C. Brum, na Vila Divinéia, Zona Leste dePorto Alegre. Com uma turma de 1ª série doEnsino Fundamental, formada por criançascarentes entre 7 e 12 anos, realizaram ativi-dades lúdicas paralelas àsaulas, utilizando poesiaspara ajudar a desenvolversuas potencialidades lingüís-ticas.

Segundo a coordenadorado projeto, professora e Pró-Reitora de Graduação daPUCRS, Solange Medina Ket-zer, trabalha-se com o pres-suposto de que a poesia per-mite brincar com as pala-vras, pelo jogo rítmico, sono-ro e de outros efeitos não en-contrados na linguagem refe-rencial (que transmite infor-mações objetivamente). “Ascrianças pequenas apresen-tam extrema sensibilidadeem relação a esse aspecto, o

os resultados. “Temos notado melhorias noaprendizado das crianças. É muito bom que aUniversidade venha para a escola, tanto paraos nossos alunos como para os que serão fu-turos professores.”

Trabalho semelhante foi realizado no inte-rior do Estado, em três turmas de 1ª série doColégio Marista Santa Maria, sob conduçãoda professora Maria Rita Bertollo. Com fre-qüência, a professora vinha ao Centro de Re-ferência para o Desenvolvimento da Lingua-gem (Celin), da Faculdade de Letras, paraencontros de planejamentos e relatos do tra-balho.

Priscila Holkem, uma das alunas bolsis-tas, lembra que no início estava um pouco in-segura, mas que aos poucos ela e as colegasconquistaram a confiança e o afeto das crian-ças e puderam desenvolver o projeto de ma-neira satisfatória. As outras participantes,Ana Maria Rezende Neves e Kristine Figueiró,concordam com a colega e acreditam que le-varão a experiência para a vida toda.

A professora Solange conta que a idéia darealização dessas atividades surgiu com osresultados obtidos em sua tese de doutorado,sobre a poesia como possibilidade de desen-volvimento das potencialidades lingüísticasde crianças pré-escolares. “Temos consegui-do juntar esforços para alimentar um proces-so tão significativo que é o de entrar no mun-do da linguagem das crianças, de tal formaque despertem um gosto especial pela magiaque ele pode fazer emergir”, observa.

Neste ano o projeto terá continuidade,mas de maneira diferente. A experiência serásocializada com professores de escolas públi-cas em encontros quinzenais no Celin. Além

das orientações, será disponibi-lizada aos professores uma co-letânea de poemas para utiliza-rem em sala de aula.

A professora Vera Pereira,que também participa do proje-to, acredita que esse tipo de ati-vidade traz um impacto social.“O texto poético na sala de aula,por seu caráter metafórico esimbólico, traz importantes be-nefícios cognitivos às crianças edesenvolve suas potencialida-des lingüísticas, contribuindopara o aprendizado da leitura eda escrita. O trabalho com osprofessores pode auxiliar paraque o projeto continue em suasescolas, facilitando a aprendi-zagem das crianças.”

que se evidencia pela rápida fixação das es-truturas lingüísticas dos versos e do poemacomo um todo”, salienta.

Os alunos aceitaram bem a proposta eaguardavam ansiosos os encontros seguintes,com brincadeiras de motivação, trocas depalavras e rimas. Atentos, os pequenos inte-ragiam, repetiam e decoravam poemas, aju-dando a criar alguns com o auxílio das bolsis-tas. Difícil para elas era conseguir que as cri-anças as deixassem ir embora.

No início e no fim do projeto foram aplica-dos testes de potencialidades lingüísticaspara verificar se houve melhora. Além do de-senvolvimento cognitivo, foram observadosefeitos positivos na afetividade das crianças.A diretora da escola, Lúcia Araújo, comemora

Crianças da Vila Divinéia participaram de projeto

POESIA contribuiPOESIA contribuipara alfabetização

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OPINIÃO

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 128 – MAR-ABR/2006 47

Novas GEOTECNOLOGIASe aplicações no ensinoApartir do lançamento dos primeiros

satélites artificiais e o conseqüentedesenvolvimento de novas tecnolo-

gias, o (re)conhecimento de nosso planetavem merecendo uma nova abordagem. A co-leta e interpretação de dados provenientesda aquisição de imagens orbitais da superfí-cie da Terra auxiliam diagnósticos ambien-tais, de implicações socioeconômicas, políti-cas e culturais no espaço geográfico, contri-buindo de maneira substancial para o plane-jamento dessas áreas.

Conforme salienta a autora da área deSensoriamento Remoto aplicado à EducaçãoVânia Santos, é na escola que encontramos oespaço adequado para introduzir e processarnovas informações, transformando-as emconhecimentos. Por meio desse processo, épossível formar cidadãos preparados paradesenvolver sua função social de maneiraconsciente e construtiva.

A partir da nova Lei de Diretrizes e Basesda Educação, destaca-se a necessidade de aescola trabalhar com conteúdos e recursosque qualifiquem o cidadão para viver na so-ciedade moderna tecnológica. Paralelo a issohá os parâmetros curriculares nacionais esuas diretrizes, que pregam a importância doconhecimento científico e tecnológico nessesníveis de ensino.

A introdução de novas tecnologias comoo sensoriamento remoto no Ensino Funda-mental e Médio se torna fator relevante, umavez que essas se revelam conteúdos e recur-sos didáticos inovadores nos processos deensino e aprendizagem, diante das atuaisexigências de reformulação da escola. Enten-de-se por sensoriamento remoto a tecnologiaque permite a aquisição de informações dasuperfície da Terra e em sua atmosfera semum contato físico com as mesmas.

O Laboratório de Tratamento de Imagense Geoprocessamento (LTIG) da Faculdade de

Filosofia e Ciências Humanas cum-pre com esses novos desafios, des-mistificando a idéia de que umatecnologia de ponta não pode serusada no Ensino Médio e Fundamen-tal como recurso didático-pedagógico.O LTIG abriu suas portas para escolas apartir de 2003 e, por meio de palestras eoficinas pedagógicas, os alunos puderamdescobrir o espaço visto do espaço.

Os encontros são divididos em três eta-pas. Na primeira os alunos são recepciona-dos no auditório onde recebem informaçõespor meio de tecnologias de última geraçãoreferentes a imagens orbitais que possibili-tam a compreensão das relações humanas edas conseqüências do uso e ocupação dosespaços e implicações com o meio ambiente.

Segundo Vânia Santos, inicialmente oaluno deve explorar regiões conhecidas, ob-servar as imagens o tempo que for necessá-rio para sozinho localizar seus principais ele-mentos, familiarizando-se com essa novarepresentação do espaço. Dessa forma per-mite-se que se encontre na paisagem e adescreva por si só. A utilização do sensoria-mento remoto, por meio da análise de ima-gens de satélite, tem propiciado aos alunoscondições de compreender o meio ambientelocal e regional; refletir sobre a realidade so-cioambiental; e propor soluções para os pro-blemas identificados. Exercitam a cidadaniapor meio de ações da escola, visando a umamelhoria da qualidade de vida.

Na segunda etapa os alunos são levadosao Laboratório, onde conhecem o ambientede trabalho do geógrafo. Mantêm contatodire- to com a pesquisa utilizando hardwa-res, softwares e aparelhos como GPS (GlobalPosition System), planímetro e curvímetro.Na terceira etapa, incluindo as oficinas peda-gógicas, os alunos conhecem e aprendem amanusear o GPS, coletando pontos no Cam-

pus Central da PUCRS e localizando-os emcartas do Exército existentes no acervo doLTIG.

Essa proposta de trabalho é um desafio,uma vez que não pode limitar-se a umamera transferência de informações, mas re-fletir e trabalhar suas relações com o trata-mento dos conteúdos curriculares, visando àconstrução de conhecimento por professorese alunos. O autor Francisco Gutierrez, espe-cialista em Educação, diz que o mero fato deinterpretar ou apropriar-se de um saber nãoé suficiente para que, com propriedade determos, possa-se falar em aprendizagem au-têntica. Somente pode ser considerado au-têntico o conhecimento que em si mesmo epor si mesmo seja produtivo e transformador,o que requer do preceptor que ele o transfor-me em conhecimento próprio e reestruture àsua maneira a informação. Dessa forma, oLTIG busca aproximar a Universidade e a co-munidade escolar criando um espaço de diá-logo entre a tecnologia e o saber.

A utilização do sensoriamento remoto, por meio da análise

de imagens de satélite, tem propiciado aos alunos do Ensino Fundamental

e Médio condições de compreender o meio ambiente local e regional;

refletir sobre a realidade socioambiental; e propor soluções para os problemas

identificados. Exercitam a cidadania por meio de ações da escola,

visando a uma melhoria da qualidade de vida.

REGIS ALEXANDRELAHM

REGIS ALEXANDRELAHM

Coordenador do Laboratóriode Tratamento de Imagens

e Geoprocessamento da Faculdadede Filosofia e Ciências Humanas

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