pesquisa teorica
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Design e Sustentabilidade: O designer como mediador social de mudanças nos habitos de consumoTRANSCRIPT
EUGENIA TAMER LANGENFILIPE ROMANO RODRIGUES
LUÍS GUSTAVO PIZZINATÁLIA LAGÔA SODRÉ
NORTHON LUIZ DE CASTRO BLAIRSAMANTA SOARES MARTINS
SIMONE MONTAGNANI DE SOUSA
DESIGN E SUSTENTABILIDADE:O DESIGNER COMO MEDIADOR SOCIAL DE MUDANÇAS NOS HÁBITOS DE
CONSUMO
São Paulo2010 / 1
EUGENIA TAMER LANGENFILIPE ROMANO RODRIGUES
LUÍS GUSTAVO PIZZINATÁLIA LAGÔA SODRÉ
NORTHON LUIZ DE CASTRO BLAIRSAMANTA SOARES MARTINS
SIMONE MONTAGNANI DE SOUSA
DESIGN E SUSTENTABILIDADE:O DESIGNER COMO MEDIADOR SOCIAL DE MUDANÇAS NOS HÁBITOS DE
CONSUMO
Trabalho apresentado como exigência parcial para a disciplina Projeto Interdisciplinar, do curso de Graduação em Design – Habilitação Design Digital da Universidade Anhembi Morumbi, sob a orientação dos Profs. Álvaro Gregório e Marcelo Falco.
São Paulo2010 / 1
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 EUA - Área Devastada ..........................................................................11
Figura 2 EUA - Poluição da Água........................................................................11
Figura 3 EUA - População, Consumo dos Recursos e Produção de Lixo ..........11
Figura 4 Consumo Mundial ................................................................................ 12
Figura 5 Pierce Silver Arrow, 1933, carro com estilo barbatana de tubarão. ..... 16
Figura 6 Chrysler Airflow, de 1934, é considerado o primeiro Streamline.......... 16
Figura 7 Mesa que “cresce” ............................................................................... 20
Figura 8 Objetos velhos, utensílios novos.......................................................... 21
Figura 9 Campanha Bioconsciência - O Boticário.............................................. 21
Figura 10 Portal Ecodesenvolvimento.................................................................. 22
Figura 11 Portal Planeta Sustentável ................................................................... 22
Figura 12 Portal O Eco ......................................................................................... 22
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................ 5
1 CONSUMO E CONSUMIDORES ................................................................... 6
1.1 Consumo consciente.............................................................................. 8
2 SUSTENTABILIDADE .................................................................................. 10
3 DESIGN ........................................................................................................ 14
3.1 Styling e Streamline ............................................................................. 14
3.2 Designer como mediador social ........................................................... 17
3.3 Projetos que estão no caminho certo .................................................. 20
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 24
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................. 25
5
INTRODUÇÃO
O presente trabalho enfoca as necessidades contemporâneas de repensar
as atitudes da sociedade de consumo em prol do meio ambiente. Constitui-se de
uma pesquisa sobre a sustentabilidade, o consumo consciente e o papel de mediador
social do designer como catalisador de uma mudança comportamental nos consumi-
dores.
No primeiro capítulo é explicado o consumo em seus moldes atuais, dado a
percepção que a sociedade tem dele. Os dados são contextualizados historicamente,
e são apontadas críticas feitas por ambientalistas e filósofos. O consumo conciente é
abordado como forma alternativa que deve ser implementada e adotada em prol da
sustentabilidade.
Em seguida uma breve perspectiva sobre o tema sustentabilidade e a impor-
tância que vem ganhando o tema ao longo dos últimos anos. Alguns trabalhos de
grande impacto como o vídeo de Annie Leonard são mencionados.
Já no capítulo seguinte é contextualizado o design. Mais minuciosamente são
estudados movimentos do século passado como o Styling e o Streamline, em que o
design era ferramenta de estímulo ao consumo. Explica-se ainda a concepção de me-
diação social e o que faz do designer um mediador.
Conclui-se que os limites biofísicos do planeta foram atingidos e ultrapassados
e todos devem desempenhar seu papel no desenvolvimento de uma nova sociedade.
O papel do designer, como mediador social seria de catalisador dessas mudanças na
atual “sociedade de consumo”.
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1 CONSUMO E CONSUMIDORES
Na legislação brasileira os consumidores são descritos como “toda a pessoa
física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final”
(BRASIL, Código de defesa do consumidor. Lei no8.078, de 11 de Setembro de 1990.
Artigo 2). Essa é uma definição muito abrangente. No entanto, a compra em si é
apenas parte do processo de consumo:
O mais comum é as pessoas associarem consumo a compras, o que está correto, mas incompleto, pois não engloba todo o sentido do verbo. A compra é apenas uma etapa do consumo. Antes dela, temos que decidir o que consumir, por que consumir, como consumir e de quem consumir. Depois de refletir a respeito desses pontos é que partimos para a compra. E após a compra, existe o uso e o descarte do que foi adquirido. (INSTITUTO AKATU: online).
Esse tipo de conscientização do processo de consumo associado ao reconhecimento
dos limites biofísicos dos ecossistemas traz à tona a discussão de um consumo
consciente e sustentável. Annie Leonard em seu vídeo The story of stuffs (online)
descreve o consumo como sendo “o coração do sistema, o sistema linear chamado
economia dos materiais, o motor que o conduz.”
Em nossa economia, o consumo tem papel fundamental, inclusive durante a cadeia
produtiva, sendo certo que mesmo para a produção de um bem, destinado ao mercado
consumidor, há emprego e aquisição de recursos naturais e matéria prima.
O marco na questão do consumo de recursos naturais está na Revolução Industrial. Com ela, o carvão mineral passou a mover as máquinas a vapor e outros minerais, o ferro, por exemplo, passaram a ser utilizados como matérias primas para as indústrias que se desenvolviam rapidamente. No século XX, o petróleo tornou-se a fonte de energia mais importante e também matéria prima de milhares de produtos, entre eles, o plástico. (COIMBRA, TIBÚRCIO: 2002. p. 208)
Essa economia baseada em consumo não surgiu do nada. Foi desenvolvida após
a Segunda Guerra Mundial, quando procuravam uma solução para estimular a
economia, o analista de varejo Victor Lebow (1995, online) sugeriu:
Nossa economia altamente produtiva necessita que façamos do consumo o nosso modo de vida; que convertamos a compra e uso de produtos em
7
rituais; que busquemos nossa satisfação espiritual, a satisfação de nosso ego no consumo. Nós precisamos que as coisas sejam consumidas, queimadas, atualizadas e descartadas a uma taxa sempre cada vez maior.
Num ambiente permeado por diversas mídias em que existem profissões voltadas
exclusivamente à manipulação das grandes massas a ‘ritualização’ do consumo foi
facilmente estabelecida. Para tanto não bastou que, como aponta Portilho (2005),
na sociedade pós-industrial o centro das atividades fundamentais fosse o lazer e
o consumo. A imagem deste foi ainda, manipulada para que se transformasse no
equivalente autêntico da salvação. Ou seja, vendemos o consumo como a garantia de
felicidade:
A felicidade como fruição total e interior, felicidade independente de signos que poderiam manifestá-la aos olhos dos outros e de nós mesmos, sem necessidade de provas, encontra-se desde já excluída do ideal, de consumo, em que a felicidade surge primeiramente como exigência de igualdade (ou, claro está, de distinção) e deve, em de tal demanda, significar-se sempre a proposito de critérios visíveis. (BAUDRILLARD: 1991, p.47)
Naturalmente essa divulgação da felicidade como subproduto do consumo estimulou
a economia e a produção de bens. Entretanto a exploração indiscriminada dos recursos
naturais advinda da crescente demanda por bens e mercadorias, despertou a análise
e crítica dessa Sociedade de Consumo que se instalou no mundo ocidental a partir do
industrialismo.O consumo total da economia humana tem excedido a capacidade de reprodução natural e assimilação de rejeitos da ecosfera, enquanto fazemos uso das riquezas produzidas de uma forma socialmente desigual e injusta.(PORTILHO: 2005, p. 23)
O que quer dizer que, a despeito de estarmos exaurindo os recursos naturais,
e produzindo cada vez mais bens de consumo, esse tipo de riqueza é distribuída
de forma desigual pela sociedade. Soma-se a isso o descarte compulsivo, seja por
obsolescência programada, ou percebida, e o resultado é a atual crise ambiental.
Nessa idealização, os problemas advindos dessa sociedade, como por exemplo o
limitado alcance de certos indivíduos à essa felicidade (quase exclusiva àqueles com
poder aquisitivo) seria auto regulado pelo aumento da produção: o crescimento na
produção e, consequentemente, no volume de bens promoveria, em tese, o acesso
igualitário de todos à estes. Isso, como sabemos, não ocorre.
8
Ainda assim, consumimos idealizadamente objetos que simbolizem características,
as quais queremos ter. Ou seja, adquirimos objetos que signifiquem a felicidade que
queremos atingir, ignorando que o ideal de felicidade que muitas vezes perseguimos
não necessariamente corresponde ao nosso real desejo.
1.1 Consumo Consciente
Cientes de que todos os nossos atos implicam em impactos ambientais, podemos
então compreender que o consumo consciente não implica em eliminar o impacto
ambiental, mas sim reconhecer os limítes biosféricos e adequar nossas reais
necessidades à este.
O discurso que enfatiza o consumo como protagonista na problemática ambiental
é relativamente recente, intensificando-se somente a partir da década de 90. Como
esclarecido por Portilho (2005 p. 26), antes disso, a questão ambiental era focada na
produção:
A problemática ambiental começa a ser redefinida, relacionando-se aos altos padrões de consumo e estilos de vida. Essa redefinição se deu através de um segundo deslocamento, desta vez de uma preocupação com os ‘problemas ambientais relacionados à produção’ para uma preocupação com os ‘problemas ambientais relacionados ao consumo’.
Segundo Baudrillard (1973), ainda que em todos os tempos tenha se comprado,
possuído, usufruído e gastado, o consumo em si é uma exclusividade dos tempos
modernos. Isso porque, o consumo como temos hoje é dependente da manipulação
sistemática dos signos. Não consumimos objetos mas signos e para essa conversão
do objeto em signo é necessária uma mudança da relação humana com o consumo.
Explica ainda que, a ausência de limites no âmbito do consumo se dá especialmente
porque esse não é mais a resposta à uma necessidade, e sim a uma compulsão.
Bürdek apresenta esse consumismo exagerado, não mais de produtos, mais de
signos que simbolizam status. Ele afirma que:
Em paralelo ao papel do símbolo de status, os objetos têm também uma função de integração social. Isto pode ser observado com crianças e jonvens, já que eles estabelecem, com o uso de produtos ou marcas idênticas (branding),
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grupos de usuários. Especialmente, os fabricantes de artigos esportivos como Adidas, Nike ou puma se utilizam deste fenômeno no seu desenvolvimento de produtos e de design. A negação é então implícita: o não-uso (por qualquer motivo, não importa) destas “marcas” ocasiona desintegração social: tênis com duas tiras desclassificam seu usuário de forma perfeita. O que chama a atenção não é a falta da terceira tira, mas a negação da cultuada marca Adidas em sua totalidade. (BÜRDEK: 2006; p. 326)
Assim para estimular o consumo conciente é necessario primeiro a informação. Os
indivíduos precisam saber porque consumimos como consumimos e a insustentabilidade
dessa atitude. Após a concientização vem a parte realmente complicada, que é
incorporar ao dia a dia as mudanças no comportamento e na atitude.
Assim como os prisioneiros da caverna de Platão1, o primeiro instinto humano é
fugir da luz. Isso porque, se acostumar à ela, mudar os antigos costumes e hábitos
pode ser difícil e doloroso.
1) O mito da caverna, também chamado de Alegoria da caverna,foi escrita pelo filósofo Platão, e encontra-se na obra intitulada A República (livro VII). Trata-se da exemplificação de como podemos nos libertar da condição de escuridão que nos aprisiona através da luz da verdade. O prisioneiro liberto encontra primeiramente dificuldades em mudar sua posição e acostumar seus olhos com a luz, mas por fim prefiria viver na verdade do que voltar as sombras.
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2 SUSTENTABILIDADE
O tema sustentabilidade é cada vez mais comum, e vem ganhando destaque nas
mais variadas mídias. Isso porque percebemos que a relação entre o homem e o meio
ambiente não está caminhando de maneira tão tranquila e vem ultrapassando limites
que prejudicam essa ligação. Porém são muitas as pessoas que não entendem o que
realmente é sustentabilidade e a importância dessa atual preocupação para a vida
de todo o planeta. Segundo o professor Hans Michael van Bellen (2005), a discussão
sobre a relação entre a sociedade e o meio ambiente cresceu muito e é observada de
maneira mais crítica e globalizada.
O termo sustentabilidade apresenta inúmeras definições, uma das mais aceitas
foi elaborada a partir da World Commission on Environment and Development
(WCED, 1987), que afirma que “o desenvolvimento sustentável é aquele que atende
às necessidades das gerações presentes sem comprometer a possibilidade das
gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades.” Segundo o Portal da
Sustentabilidade (online):
Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana. Propõe-se a ser um meio de configurar a civilização e atividade humanas, de tal forma que a sociedade, os seus membros e as suas economias possam preencher as suas necessidades e expressar o seu maior potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais, planejando e agindo de forma a atingir pró-eficiência na manutenção indefinida desses ideais.
Porém, deixando de lado as definições, quando pesquisamos sobre sustentabilidade
podemos entendê-la como sendo uma nova maneira da sociedade se relacionar com
o meio ambiente. Esse novo modo visa garantir a integridade ambiental e um equilíbrio
entre as grandezas econômica e social.
O motivo principal para que este tema esteja sendo tão discutido, é o limite máximo
de degradação sem fronteira que chegamos. Para Annie Leonard, (The story of stuff -
vídeo online) a sociedade vem degradando o meio em que vive de forma devastadora.
Ela afirma que nos Estados Unidos, por exemplo, restam menos de 4% das florestas
originais, 40% das águas não são mais potáveis e apesar de possuir apenas 5%
11
da população mundial, os Estados Unidos consomem 30% dos recursos mundiais,
criando 30% do lixo mundial. Assim, se todos consumissem como os Estados Unidos,
iríamos precisar de 3 a 5 planetas. Podemos observar esses dados através das figuras
1, 2 e 3.
Fig. 1 - EUA - Área Devastada. Fonte: Grupo.
Fig. 2 - EUA - Poluição da Água. Fonte: Grupo.
Fig. 3 - EUA - População, Consumo dos Recursos e Produção de Lixo. Fonte: Grupo.
12
Já o Dossiê Terra, figura 4, publicado pela Revista National Geographic (out. 2009)
é mais específico: se todos consumissemos como os americanos, precisaríamos de
5,4 Terras para nos sustentar.
Kazazian (2005, p. 10) também faz um alerta:
O sistema econômico ocidental se baseia na demanda de bens industrializados constantemente renovados e, de forma implícita, na rentabilidade imediata da exploração dos recursos naturais da Terra.
Para Caco de Paula (online) devemos ter uma visão a longo prazo para podermos
agir de forma sustentável. É preciso ter a consciência do impacto que nossas relações
sociais e do nosso estilo de vida causam à vida ao nosso redor. Sabemos que
sustentabilidade caminha junto da nossa vida cotidiana, como nosso estilo de vida e a
forma como consumimos os mais diversos recursos e coisas. Ou seja, sustentabilidade
tem a ver com a atitude de cada um.
Segundo o doutor em ecologia Evaristo Miranda (online),
Os processos industriais, os serviços e o consumo gastam energia e sempre terão baixíssima sustentabilidade. Assim a conscientização ambiental, a racionalização de processos produtivos, o consumo consciente, a economia de energia e as novas atitudes dos cidadãos ajudam, mas não estão na base das soluções.
Para ele os sistemas ou modos de vida que se baseiam no verde e na fotossíntese
são os mais renováveis e os mais sustentáveis.
Fig. 4 - Consumo Mundial. Fonte: National Geographic: Dossiê Terra - O estado do planeta em 2010. São Paulo: Editora Abril, Outubro de 2009.
13
Podemos perceber então que sustentabilidade é um problema global, que necessita
da cooperação e entendimento de toda a sociedade, e principalmente do modo como
pensamos e agimos.
14
3 DESIGN
O termo design apresenta inúmeras definições. Uma delas é proposta por Mônica
Moura (2003, p.118), ela afirma que
Criar, desenvolver, implantar um projeto – o design – significa pesquisar e trabalhar com referências culturais e estéticas, com o conceito da proposta. É lidar com a forma, com o feitio, com a configuração, a elaboração, o desenvolvimento e o acompanhamento do projeto.
Paula Astriz (2004) diz que ser designer não se restringe à uma atividade técnica, o
designer “é capaz de imaginar soluções de forma lógica e criativa, motivadas não por
modismos, mas por critérios”. Astriz também afirma que
a função do designer não é apenas de solucionar problemas mas principalmente de criá-los, no sentido de questionar uma ordem vigente. Assim o designer é um formador de opinião, com um discurso ativo na produção de novas formas de conhecimento e contribuições significativas à nossa sociedade. (ASTRIZ: 2004; p.22)
Porém nosso objetivo não é definir o que é design, mas sim apresentar a importância
dessa atividade no mercado atual, assim como nas relações sociais vigentes. De
acordo com o professor Rique Nitzsche (online) o design era visto inicialmente como
“um processo de pensar, agir e tornar tangível uma solução para os problemas de
uma época plena de inéditas transformações radicais.” Porém, ainda de acordo com
Nitzshe, “o design se afastou das decisões estratégicas e ficou mais perto da forma
final do projeto se transformando em um atraente argumento de venda de qualquer
coisa.”
3.1 Styling e Streamline
O styling e o streamline foram movimentos que se desenvolveram nos Estados
Unidos na década de 30. Segundo Bürdek (2006; p.182) os designers deste período
tinham como principal objetivo
Tornar os produtos ‘irresistíveis’, isto é procurar interpretar os desejos ocultos e esperanças dos usuários e projetá-los sobre os objetos, de forma a
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estimulá-los à compra. Separados das soluções técnicas, os desginers eram empregados apenas para resolver os problemas da forma.
Após a Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos experimentou rápida ascenção
econômica e política. Isso porque, “a guerra destruiu 40% do potencial industrial
europeu e 30% de sua agricultura” (MELLO, COSTA, 2001: p. 291), fazendo com que
essa dependesse de importações de produtos oriundos dos Estados Unidos.
No entanto, a recuperação européia nos anos seguintes, contribuiu para a formação
de um excedente de produção nos Estados Unidos que culminou na grande depressão
de 1930.
Faggiani (2006: p. 56) explica que:
Após o ‘Wall Street Crash’ de 1929, o governo americano decidiu fazer de tudo para aumentar o consumo de produtos e assim estimular a economia. Dessa forma, tornou-se fundamental para os designers criarem produtos de forma que sua aparência e aspecto exterior instigassem os consumidores à compra.
Dessa necessidade de vender os produtos, surgiram o Streamline - com ênfase
nas características formas aerodinâmicas - e o styling, que por sua vez, “defendia
a valorização da função simbólica dos produtos e a preocupação em satisfazer os
caprichoes e oscilações do gosto, ou seja, da moda” (FAGGIANI, 2006, p. 56).
Um exemplo da produção do design da época são os automóveis americanos do tipo
“barbatana de tubarão”, veja na figura 5. No caso do streamline eram desenvolvidas
extensas pesquisas sobre a aerodinâmica, mas nem sempre o produto resultante era
bem recebido pelo público, como foi o caso do Airflow, da Chrysler, figura 6, projetado
por Carl Breer.
16
Em um país que acabara de sofrer uma crise o Streamline, assim como o Styling,
simbolizavam um futuro melhor. Segundo Kazazian (2005, p.15) “O design se torna
um potente catalisador de consumo para a época, e vai atrair ou influenciar numerosos
artistas e criadores.”
De acordo com Annie Leonard (vídeo online) foi após a Segunda Guerra Mundial que
o consumo passou a ser o meio de vida, onde as coisas tinham que ser consumidas
e descartadas o mais rápido possível. Segundo Leonard as estratégias usadas
para que o consumismo exagerado funcione são obsolência planejada e obsolência
percebida. A primeira consiste em fazer produtos que se tornem inúteis quase que
instantaneamente, para que sejam facilmente descartados e substituídos por novos. A
segunda é relacionada a interação social dos indivíduos: aquilo que vestimos, o carro
que dirigimos, tudo o que consumimos se tornou símbolo de nosso valor individual
assim como de status social.
Fig. 6 - Chrysler Airflow, de 1934, é considerado o primeiro Streamline. Fonte: < http://www.supercars.net/gallery/119513/1478/860496.jpg >
Fig. 5 - Pierce Silver Arrow, 1933, carro com estilo barbatana de tubarão. Fonte: < http://www.supercars.net/carpics/1439/1933_PierceArrow_SilverArrow2.jpg>
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Tambini (1996; p. 20) diz que nessa época,
com a introdução de pequenas mudanças estilísticas, as empresas lançavam versões de seus produtos a cada ano, atingindo aqueles que se preocupavam com o status social tornando obsoleto o estilo do carro do ano anterior. Mais preocupante era a decisão de incorporar a obsolência física: carecendo de durabilidade, o produto tinha vida limitada. A defesa polêmica desse desperdício de recursos era o aumento de empregos.
Ou seja, se fez de tudo para que os consumidores comprassem cada vez mais.
Os mesmos produtos aparecem reformulados apresentando apenas novas cores e
formatos, tudo isso para atrair o comprador a adquirir um produto mesmo que ele já
o possua.
Na época em que essa postura consumista foi idealizada para o estímulo da
economia, esta solução funcionou. Entretanto, não é mais possível se preocupar
exclusivamente com o crescimento econômico, de modo que a política de consumo
adotada, deve ser repensada.
Tambini afirma que na década de 90 as preocupações ecológicas começam a
aparecer.
Alguns designers têm a preocupação em reverter os danos infligiados ao planeta pelo homem com a industrialização em massa dos séculos XIX e XX, ou, pelo menos, procuram conter danos futuros. (...) A obsolência planejada começa a ser substituída por uma abordagem mais responsável da durabilidade de produtos. Além de incluir outros materiais recicláveis em seus produtos, os designers estão criando produtos mais eficientes no que se refere à energia, e que podem ser reciclados ou consertados. (TAMBINI: 1996; p. 28)
3.2 Designer como mediador social
As mudanças necessárias nas formas de produção e nos produtos em si, começam
com as mudanças no projeto, e por consequência no projetista. Assumir o designer
como projetista, que influi no caráter simbólico do produto final de forma a utilizá-lo
como ferramenta de mediação social significa considerá-lo como possível catalisador
de mudanças na cultura de consumo.
Para discutirmos a atitude de mediador social do designer é necessário primeiro
18
compreender o que é um mediador. De acordo com o Instituto Nacional de Mediação
e Arbitragem (online):
O Mediador é um profissional treinado, qualificado, que conhece muito bem o universo das negociações e dos negociadores e domina a Arte da Mediação. Mediação é um meio alternativo de solução de controvérsias, litígios e impasses, onde um terceiro, neutro/imparcial, de confiança das partes (pessoas físicas ou jurídicas), por elas livre e voluntariamente escolhido, intervém entre elas (partes) agindo como um “facilitador”, um catalisador, que usando de habilidade e arte, leva as partes a encontrarem a solução para as suas pendências. Portanto, o Mediador não decide; quem decide são as partes. O Mediador utilizando habilidade e as técnicas da “arte de mediar”, leva as partes a decidirem.
O mediador pode atuar em áreas diferentes, e atingir públicos diferentes. Na
realidade diversas profissões que mexem com grandes públicos são mediadores
sociais, ainda que não assumam essa atuação. O designer pode desempenhar o papel
de mediador social, buscando através de seus projetos mudar hábitos ou conceitos
de certa sociedade, de forma premeditada. Pode também desempenhar o papel de
mediador simbólico. Ortiz explica o porquê dos profissionais serem chamados de
mediadores simbólicos:
Se os intelectuais podem ser definidos como mediadores simbólicos é porque eles confeccionam uma ligação entre o particular e o universal, o singular e o global. Suas ações são, portanto, distintas daqueles que encarnam a memória coletiva. (ORTIZ: 1998, p. 139)
Essa ligação entre o particular e o universal, singular e global é feita quando o
designer através de seu projeto atinge uma sociedade e propõe algum tipo de reflexão
sobre aquilo que foi projetado, muitas vezes apresentando um novo conceito e solução
para um objeto, ou uma interface.
O designer Tim Brown (vídeo online), fez uma palestra durante a TEDGlobal 2009.
Nessa conferência Tim apontou que a “visão pequena” do design é um fenômeno
recente, que apareceu na segunda metade do século XX, quando o design se tornou
uma ferramenta de estímulo ao consumismo. Para ele, essa forma de design é capaz
de criar produtos divertidos e desejáveis, mas que não são muito importantes. Brown
acredita que os designers devem buscar coisas mais úteis e impactantes, e se libertar
das “coisas menores”. Ele sugere uma nova visão sobre o design que tenha um foco
19
menor no objeto e maior na metodologia de design (design thinking).
Tim Brown mostra de forma clara por que temos a necessidade de mudar:
Estamos no meio de grandes mudanças e essas mudanças estão nos forçando a questionar vários aspectos fundamentais da nossa sociedade. E nesses tempos nós precisamos destas novas escolhas porque as soluções existentes são simplesmente obsoletas. Então, por que a metodologia de design? Porque nos fornece uma nova maneira de lidar com problemas. Em vez de utilizar a nossa abordagem tradicional de ideias convergentes, quando optamos pela melhor escolha entre as alternativas disponíveis, a metodologia nos incentiva a adotar uma abordagem divergente, a explorar novas alternativas, novas soluções, novas ideias que não existiam antes. (TIM BROM: 2009, online)
Para pensarmos em mudanças sociais no que diz respeito à sustentabilidade
e consumo responsável, precisamos não só de projetos tecnológicos, mas sim de
iniciativas sociais. De acordo com o Manzini, o designer pode observar a sociedade,
tentar detectar algo interessante e então, a partir disso, fazer uma ponte com tecnologia.
Dessa forma, o designer pode pensar em consumo responsável e projetos ligados
à sustentabilidade, tendo como base iniciativas sociais.
Os conceitos de design estabelecidos e vigentes na sociedade atual, advém
do Styling e do Streamline, quando o design era usado para estimular o consumo.
Entretanto, não é possivel permanecer assim, desestimular esse consumo excessivo
é uma necessidade contemporânea, que o designer, como mediador social, deve
considerar prioridade. O consumo responsável deve ser objeto e objetivo de projetos
e conceitos pensados para que sociedade e integre-os no dia-a-dia.
3.3 Projetos que estão no caminho certo
Como vimos, o designer tem o poder de mudar os hábitos e a forma de pensar
da sociedade. Ele cumpre o seu papel criando alternativas sustentáveis tanto na
criação de produtos, na área gráfica e etc, como na formulação de uma nova maneira
de comportamento, ou seja, na construção de uma nova sociedade. O objetivo é a
conscientização de que o modo como vivemos se tornou insustentável.
20
Manzini diz que a conscientização acerca do problema ambiental levou à discussão e à reorientação de novos comportamentos sociais, isto é, da procura por produtos e serviços que motivem a existência de tais processos e, consequentemente, desses produtos. (MANZINI: 2005; p. 19)
Novas propostas estão surgindo nos mais diversos meios e os designers estão
criando projetos que já contemplam as necessidades ambientais. Quando tratamos
de design de produtos vemos ideias que estão ganhando espaço. Um exemplo é
a mesa criada pelo designer Olaf Schroeder, figura 7. Pensando como as crianças
crescem rápido e perdem sapatos, roupas e móveis, ele criou uma mesa que “cresce”
junto com a criança. Uma solução prática para a questão da obsolência planejada.
Propostas de reutilização de materais também vem ganhando destaque. Designers
passaram a utilizar materiais que iriam para o lixo na fabricação de seus produtos. O
designer alemão David Olschewski transforma enxadas e garfos de grama em cabides,
pregadores de roupa em luminárias e banheira velhas passam a servir de poltronas.
Grandes Empresas também buscam propostas sustentáveis. O Banco Real passou
a utilizar papel reciclado na impressao de seus boletos, cartas, etc. O Boticário criou
um programa que estimula a conscientização e a reutilização. O consumidor deve levar
suas embalagens vazias às lojas O Boticário, onde serão encaminhas à reciclagem e
se tornarão matéria prima em outros ciclos produtivos. Na figura 9, vemos o panfleto
disponível nas lojas, que apresenta esta proposta. O detalhe está no uso de papel
reciclado.
Fig. 7 - Mesa que “cresce”. Fonte: <http://www.ecodesenvolvimento.org.br/noticias/designer-cria-mesa-que-201ccresce201d-junto-com-a>
21
Entretanto a criação de objetos pensando o seu caráter simbólico para mediar
alterações nos hábitos e na cultura de consumo vigentes ainda são raros.
Um dos raros exemplos é o estilista Jum Nakao autor do livor “A costura do Invisível”.
Famoso por sua coleção no São Paulo Fashion Week 2004, quando despendeu
mais de 700 horas produzindo roupas de papel vegetal que foram rasgadas pelas
próprias modelos após o desfile. Vemos nesse gesto uma crítica à politica do descarte
e da produção de bens de uso único. Não só o uso do material, ambientalmente
pensado, mas a crítica dele ante a compra e o descarte compulsivo de algo que não
necessariamente precisaria ser substituído.
Na área digital podemos observer que cresce o número de sites, blogs, e centros de
discussão sobre o assunto. Eles trazem informações sobre o que é sustentabilidade,
além de produtos, ações, reportagens, artigos, últimas notícias etc.
Fig. 8 - Objetos velhos, utensílios novos. Fonte: <http://www.ecodesenvolvimento.org.br/noticias/designer-transforma-objetos-velhos-em-utensilios>
Fig. 9 - Campanha Bioconsciência - O Boticário. Fonte: Panfleto distribuido nas lojas O Boticário.
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Nas imagens vemos alguns desses portais online que buscam a conscientização
de um maior número de pessoas. O Portal do Ecodesenvolvimento, fig. 10, chama a
atenção pela grande quantidade de informação disponível. O site é dividido por temas,
como Água, Cidades Sustentáveis, Cultura, Biodiversidade, etc, em cada destes
assuntos vemos uma lista de reportangens. Temos ainda informações sobre eventos
Fig. 10 - Portal Ecodesenvolvimento. Fonte: <http://www.ecodesenvolvimento.org.br/ecodesenvolvimento>
Fig. 11 - Portal Planeta Sustentável. Fonte: <http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/bancoreal/patrocinador_481715.shtml>
Fig. 12 - Portal O Eco. Fonte: <http://www.oeco.com.br/>
23
de sustentabilidade que estão ocorrendo, como cursos, workshops e conferências.
Isso permite que cada vez mais pessoas se juntem pela mesma ideia.
Para os consumidores, existe o ShoppingEcoD, que traz produtos como mochilas,
cadernos, calçados, óculos, copos, luminárias, etc, todos sustentáveis. O site ainda
apresenta uma Biblioteca, com livros, pesquisas, artigos, todos com a disponibilidade
de dowloand. Para quem quer conhecer um pouco mais sobre sustentabilidade, e ter
a sensação de que essa nova maneira de relacionar ambiente e sociedade pode dar
certo, visitar esses portais é um bom começo.
O designer tem um vasto campo para a criação de seus projetos, e acreditamos
que a mídia digital, como a internet, por exemplo, pode contribuir muito para a
conscientização e a mudança nos hábitos. Isso por que o assunto começou a ser muito
discutido e aparece cada vez mais em programas de televisão. Assim, as pessoas que
se interessam vão em busca de mais informações e na maioria das vezes buscam a
internet pela facilidade em conseguí-las de forma rápida.
O trabalho do designer digital não é apenas criar interfaces atrativas, ele tem a
função de apresentar novas ideias, fazer as pessoas refletirem, e, se fizer um bom
trabalho, conseguir mudanças nas atitudes.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista tudo o que foi considerado durante o trabalho, conclui-se que a
conciêntização da população e a mudança nos hábitos de consumo, produção e
projeto são de extrema urgência.
O consumo de recursos além das capacidades biofísicas do planeta já está
gerando impactos de grande visibilidade. Essas devastações são um alerta, que não
tem como ser ignorado, e despertam o interesse da população abrindo portas para a
concientização.
Cada indivíduo na sociedade tem um papel a ser desempenhado, portanto, deve
contribuir de alguma forma para essas mudanças. O papel do designer não deve
se limitar a aceitação passiva de que existe em sua profissão uma característica
de mediação social, como também estudá-la a fim de aproveitá-la da melhor forma
possível para contribuir com a sociedade.
No caso, quando falamos em contribuir com a sociedade não estamos mais
falando em estimular a economia nos termos do século passado, do Styling e do
Streamline. Falamos em contribuir com a sociedade para edificá-la a se tornar melhor
e essencialmente mais sustentável.
Os projetos realizados pelos designers têm não só que contemplar meios de produção
mais limpos e econômicos, materiais ecossustentáveis mas também a significação
final que este produto vai ter no seu contexto social. À parte dos colecionadores, os
consumidores não valorizam produtos que não sejam “de última geração”. Muitas
vezes descartam um objeto, substituindo-o por outro com as mesmas características
funcionais, que diverge apenas em alguma forma ou “embalagem”.
Esse ritmo de consumo não é mais tolerável, mas naturalmente não consumir é
impossível. A mera existência dos seres humanos se insere nas leis da termodinâmica
e afeta o meio ambiente, assim a redução no consumo, e o consumo mais criterioso,
não é um empreitada rumo ao “impacto zero” mas sim rumo à uma vida em relação
simbiótica com o Planeta.
Por fim, cabe aos designers mediarem como for possível, através de seus projetos
e produtos essa mudança na consciência da atual “sociedade de consumo”.
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