plano de aula síndromes cromossômicas, sociedade
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Plano de Aula Síndromes Cromossômicas, Sociedade.TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
FACULDADE DE BIOLOGIA
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS
BIOLÓGICAS
PIBID
PROF. Dr. SUED OLIVEIRA
Tema da Aula: SÍNDROMES CROMOSSÔMICAS, SOCIEDADE E PRECONCEITO.
Carlos Renato G. dos Santos
Componente Curricular: Biologia
Nível de Ensino: Ensino médio (EJA)
Série: 2º Etapa
Duração: 120’ (quatro aulas)
Apresentação da aula
A aula terá como foco proporcionar discussões sobre a importância social de se conhecer as
síndromes e as relações de preconceito que as pessoas afetadas sofrem; baseado nas principais
características dessas mudanças cromossômicas. Destacando nessa trajetória a importância do
professor de ciências, na construção e discussão desses temas que são na maioria das vezes
negligenciados no ensino de ciências, como afirma as autoras “[...] aspectos não menos
importantes são negligenciados ou omitidos no conjunto das investigações da área, como ocorre
com os problemas inerentes ou correlatos aos processos de construção e evolução da moral no
aluno: uma das questões básicas da ética no ensino.” (Razera & Nardi, 2006). As síndromes
cromossômicas são mudanças bruscas ocorridas ao nível de cromossomo e são determinadas
geneticamente ou condicionada por fatores ambientais. As manifestações clínicas são graves tais
como má formação congênita, retardo mental e do desenvolvimento. As pessoas que sofrem com
essas mudanças físicas e mentais, são grandes alvos de preconceitos e em algumas sociedades
eram vistas até como monstros.
Competências e Habilidades
H17 – Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação
usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas,
relações matemáticas ou linguagem simbólica.
Competência de área 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações
problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico- tecnológicas.
H30 – Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à
preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do ambiente.
Ciências humanas:
H25 – Identificar estratégias que promovam formas de inclusão social.
Conteúdos Relacionados
Conceitos de genéticas;
Estrutura e função dos cromossomos;
Estudos de cariótipos humanos;
Síndromes cromossômicas.
Estratégia Metodológica
Utilizaremos na aula a abordagem do multiculturalismo, onde pretendemos explorar dessa
forma, a construção e transmissão de valores como a tolerância e combate ao preconceito que é
uma das vertentes dessa abordagem de ensino, como enfatiza o autor: “As versões
emancipatórias do multiculturalismo baseiam-se no reconhecimento da diferença e do direito à
diferença e da coexistência ou construção de uma vida em comum além de diferenças de vários
tipos” (Santos, 2003, p. 33). Pretendemos que esses valores ao final da aula sejam alcançados
pelos alunos, em relação às síndromes cromossômicas.
Introdução da Aula (10’): Na introdução faremos a apresentação do tema e como vamos dividir
em pontos principais da aula, sendo guiado por um recurso diferente cada ponto.
Nesse primeiro momento usaremos a estratégia metodologia do debate, pois possibilita a
percepção e discussão de conceitos, idéias, que promovem assim o exercício da tolerância e do
combate ao preconceito. O momento do debate vai ser dividido em duas partes.
1° Etapa (15’): Imagens como despertadora de debates.
Para provocar esse primeiro debate na sala de aula, terá como recurso didático imagens de
sete síndromes (Síndrome de Down, Síndrome de Edwards, Síndrome de Turner, Síndrome de
Klinefelter, Síndrome de Patau, Síndrome do Cri-Du-Chat e Síndrome de Prader Willi) impressas
em folha A4. O debate vai se caracterizar da seguinte maneira, a turma será dividida em quatro
(4) grupos e para cada grupo daremos um conjunto de imagem com as setes síndromes, cada
síndrome possui características fenotípicas diferentes umas das outras. Pediremos que o grupo
observem as imagens e falem quais suas percepções sobre as mesmas como: O que é uma
síndrome cromossômica? Já tiveram contato com alguma pessoa que possui alguma dessas
síndromes? Uma criança com uma síndrome pode ir a uma escola comum? Por quê? Quais
preconceitos e exclusão uma pessoa com síndrome sofre? Você conhece algum colega de turma
com síndrome? Quais informações vocês escutam que são preconceituosas em relação às
síndromes?
Escolhi essas síndromes por serem umas das poucas que podem possibilitar algum tempo de
vida e que possivelmente os alunos podem encontrar ou se deparar com uma pessoa que as possui
dentro da sala de aula ou no seu dia-a-dia.
Assim nós (professores) iremos debatendo junto com os alunos as questões colocadas, como
também, irão ser discutidas os conceitos de tolerância, respeito e preconceito. As respostas serão
orais e escritas no quadro para serem feitas as discussões, proporcionando aos alunos obtenção da
habilidade 17, que é relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem.
2° Etapa (15’): Reflexão através de uma reportagem.
O segundo momento do debate vai ser baseado na segunda estratégia didática, que é a
leitura e reflexão em cima de uma reportagem: “A Síndrome de Down e o envelhecimento,
inclusão social e cuidado com a saúde garantem longevidade para a população essa alteração
genética” tirada do site: www.einstein.br (anexo 1); escolhi esse texto, pois discute muito bem as
questões das limitações que essa população tem, mas da um destaque de como o processo de
inclusão, estímulos, respeito e tolerância provocaram mudanças significativas no grau de
longevidade dessa população. Faremos a leitura em conjunto com a turma e ao final
perguntaremos em que os alunos já conseguem perceber uma mudança de percepção desde o
momento em que a aula começou, até a leitura do texto. Serão também discutidas dúvidas a
respeito de conceitos de genética, tratadas no texto, como: - O que é síndrome? O que é
envelhecimento? Assim como outros eventuais vocabulários que os alunos destacarem durante a
leitura, evidenciando também nesse ponto o incentivo a leitura e o uso de mídias digitais como
auxílio na produção da aula, sendo cruciais dentro dessa transformação
tecnológica/comportamental que as salas de aulas estão passando.
3º Etapa (20’): Expondo as principais características das síndromes (20’):
A terceira parte vai ser a exposição das principais características fenotípicas e
clinica/médica sobre as síndromes e assim vamos conversar sobre algumas limitações físico-
motora, psicológica e mental que as pessoas como essas mudanças, podem apresentar. Usarei o
terceiro recurso didático que é um pequeno resumo, frente ainda a carência de livro didático
compatível ao Ensino de jovens e adultos, como também pela falta de ferramentas tecnológicas
que poderiam auxiliar o professor dentro da sala de aula, como computadores, televisão,
Datashow, etc. No momento em que estivermos falando das características, pretendemos
desmitificar alguns estereótipos que ainda exista em relação às síndromes abordadas, como “o
jeito desastrado”, explicando que na verdade são limitações físico/motora que essas pessoas
possuem. O resumo foi baseado em sites educativos atualizados, sobre as novas descobertas
biológicas em relação às síndromes cromossômicas. Nessa fase pretendemos ser mais expositivos
no momento que falamos dos pontos específicos de conteúdos biológicos, porem não deixando
de parar e dialogar com os alunos as possíveis duvidas que irão surgir. Então ao final a estrutura
do resumo ficou assim: Nome da síndrome, o pesquisador que a descobriu, onde ocorre essa
mudança no cariótipo humano, termos biológicos, indivíduos que podem ser afetados (sexo),
principais características clínico/médica, questões de inclusão, respeito e algumas curiosidades.
Assim se fez para às setes mudanças genética em estudo.
Atividade (30’): Colagem de cariótipo e produção textual.
A atividade foi pensada de duas maneiras, a primeira para mostrar didaticamente como
seria o trabalho de um possível Citogeneticista que precisaria montar um cariótipo humano para
descobrir qual a possível síndrome que um recém-nascido poderia ter, dessa forma tentei
aproximar a ideia do cientista da realidade do aluno, mostrando que através de materiais simples
poderíamos ter o sentido desse trabalho. A segunda maneira foi à produção textual, onde os
alunos teriam que produzir um texto, expondo suas ideias sobre qual seria a síndrome que tinham
montado o cariótipo e colocando suas percepções sobre a inclusão e descriminação sofrida por
pessoas que teriam essa anomalia genética, assim pretendemos entender mais aprofundado como
os alunos estão pensando e refletindo esse tema, estaríamos avaliando também como os alunos se
portariam frente a questões problemas.
Os materiais usados para confecção do que seria didaticamente os cromossomos foram:
Papel cartão de varias cores (5 no mínimo), tesoura, lápis, folhas de papel A4, para servirem de
moldes e cola. Como sabemos o cariótipo humano normal e formado por 46 cromossomos, sendo
23 pares. Assim foram feitos 23 moldes em papel A4 de tamanhos diferentes e cores diferentes
(anexo 2), sendo igual apenas os pares homólogos de cromossomos. Ao total foram feitos seis
conjuntos de cariótipos, ao qual seriam três conjuntos para uma turma e três para a segunda
turma de EJA, então foram divididos as salas em três grupos com quatro alunos e cada grupo
ficou com um cariótipo diferente, sendo as síndromes escolhidas: Síndrome de Patau (trissomia
do cromossomo 13), Síndrome de Edwards (trissomia do cromossomo 18) e Síndrome de Down
(trissomia do cromossomo 21). Cada grupo tinha que colar e descobrir assim qual era a síndrome
que o grupo possuía e posteriormente deveria escrever o texto, dei algumas instruções de como se
deveria fazer a colagem. Os pares deveriam sempre ser colados do maior para o menor par e
sempre os pares homólogos, iguais em cores e tamanho (anexo 2).
Bibliografias
ARAUJO, Francisca Socorro. Multiculturalismo. In: Infoescola. Disponível em:
http://www.infoescola.com/sociologia/multiculturalidade/ <Acesso em>21, Mai., 2015.
SOUSA SANTOS, Boaventura, (2001). Dilemas do nosso tempo: globalização,
multiculturalismo, conhecimento. Educação & Realidade, v. 26, nº 1, p. 13-32.
__________, (2003). Reconhecer para libertar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
Biologia Aplicada em Sala -
http://biologiaplicadaemsala.blogspot.com.br/2013/04/sindromes-cromossomicas.html <Acesso
em> 05, Mar, 2015.
Principais Síndromes cromossômicas -
http://www.ebah.com.br/content/ABAAABaSgAH/principais-sindromes-cromossomicas
<Acesso em> 05, Mar, 2015.
RAZERA, Júlio César Castilho & NARDI, Roberto. Ética no Ensino de Ciencias:
responsabilidades e Compromissos com a Evolução Moral da Criança nas Discussões de
Assuntos Controvertidos. Disponível em:
http://www.if.ufrgs.br/public/ensino/vol11/n1/v11_n1_a3.html < Acesso em> 28, Maio,
2015.
Síndromes genéticas - http://www.ebah.com.br/content/ABAAAArq4AH/sindromes-geneticas
<Acesso em> 05, Mar, 2015.
Anexo 1
Anexo 2
Figura 1: Foto do cariótipo didático sendo montado por um grupo de alunos.
Fonte: Professora supervisora Claud’ne Sousa.