por que o justo sofre e o impio prospera
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DIGITAÇÃO A.S.M.O
Kátia de Moura Domingos REVISÃO
Joel Silva REVISÃO FINAL
Patrícia Nunan CAPA
Marco Aurélio Design DIAGRAMAÇÃO
Lilian Teixeira
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Por que o justo sofre e o ímpio prospera? / Silas Malafaia Rio de Janeiro: 2005 64
páginas
ISBN: 85.7689.004-6
1. Bíblia - Vida cristã I. Titulo II.
As citações bíblicas utilizadas neste livro foram extraídas da Versão
Almeida Revista e Corrigida (ARC), salvo indicação específica, e visam incentivar
a leitura das Sagradas Escrituras.
É proibida a reprodução total ou parcial do texto deste livro por quaisquer
meios (mecânicos, eletrônicos, xerográficos, fotográficos etc), a não ser em
citações breves, com indicação da fonte bibliográfica.
Este livro está de acordo com as mudanças propostas pelo novo Acordo
Ortográfico, que entrou em vigor a partir de janeiro de 2009.
2a edição: abril/2009
Editora Central Gospel Ltda
Estrada do Guerenguê, 1851 - Taquara Cep: 22.713-001 Rio de Janeiro - RJ TEL:
(21)2187-7000 www.editoracentralgospel.com
SUMÁRIO
Apresentação............................................................5
Capítulo 1 - Dominado pela inveja............................7
O que é inveja?..........................................................8
Quais as consequências da inveja?.............................9
Coração amargurado................................................10
Doenças emocionais.................................................11
Capítulo 2 - Dominado pela ignorância....................15
Estado de ignorância................................................15
Declínio espiritual....................................................17
Capítulo 3 - Rumo à vitória......................................23
Primeiro passo: Controlar os impulsos.....................23
Segundo passo: Tentar entender a situação.............26
Terceiro passo: Buscar a Deus.................................29
Capítulo 4 - Encontrando respostas........................33
Primeira conclusão: O ímpio está destinado
ao sofrimento eterno...............................................34
Segunda conclusão: O ímpio perecerá.....................36
Terceira conclusão: O ímpio será destruído..............38
Capítulo 5 - Mais próximo de Deus..........................41
Quarta conclusão: Estar próximo de Deus................41
1. Confiar no sustento de Deus................................42
2. Não ter medo do futuro........................................43
3. Descobrir que depende totalmente de
Deus e desejá-lo......................................................43
4. Descobrir que o Senhor sustenta o seu ser..........44
5. Contar com um Provedor eterno...........................45
Quinta conclusão: Depositar a confiança
no Senhor.................................................................45
Capítulo 6 - Proclamar as grandezas
de Deus....................................................................49
Sexta conclusão: Anunciar todas as obras
do Senhor.................................................................49
Sétima conclusão: Reconhecer a bondade
de Deus....................................................................51
APRESENTAÇÃO
A Bíblia não esconde a história de homens que em algum
momento de fraqueza se deixaram levar pelos impulsos
carnais. No Salmo 73, por exemplo, o salmista Asafe, que foi
um dos principais músicos de Davi, tendo sido nomeado para
o ofício do louvor na casa de Deus, demonstrou que ficou
desgostoso ao observar a prosperidade dos ímpios, chegando
ao ponto de invejá-los.
O que acontece à pessoa dominada pela inveja? Afinal,
pode o cristão ser dominado por ela? Como vencer este
sentimento destrutivo?
O Salmo 73 nos alerta contra o nosso maior inimigo, que
somos nós mesmos, e exorta-nos a manter-nos sempre
alegres, louvando e glorificando ao Senhor mesmo em meio
ao sofrimento.
As lições desse texto bíblico nos ensinam a identificar a
inveja e o que devemos fazer para evitar essa obra da carne
(citada pelo apóstolo
Paulo em Gálatas 5.21), que tem causado tantos
transtornos, dissensões, guerras e pelejas entre o povo de
Deus.
Assim, neste livro, analisamos as características de quem
é invejoso, ressaltando que tal pessoa possui um coração
amargurado, sofre de doenças emocionais, vive em estado de
ignorância, e está sempre em declínio espiritual.
Também enfatizamos três atitudes do salmista que o
ajudaram a superar a inveja — ele controlou os impulsos da
carne, tentou entender a sua situação e buscou a ajuda de
Deus —, bem como comentamos sobre as conclusões a que
ele chegou: o ímpio está sujeito ao castigo e à destruição
eternos e perecerá, enquanto o justo estará cada vez mais
perto de Deus.
Que as lições preciosíssimas do Salmo 73 que
compartilhamos com você aqui possam ajudá-lo a confiar no
sustento de Deus, a não ter medo do futuro, a descobrir que
depende totalmente dele, a desejá-lo, a descobrir que Ele
sustenta o seu ser, a contar com um Provedor eterno e a
depositar a sua confiança nele, reconhecendo a bondade do
Senhor e anunciando as obras do Pai.
Boa leitura! CAPÍTULO l
DOMINADO PELA INVEJA
No Salmo 73.2, está escrito: Quanto a mim, os meus
pés quase que se desviaram; pouco faltou para que
escorregassem os meus passos.
Este versículo é composto de duas frases que revelam
momentos de grande fraqueza na vida do salmista. Ele disse:
Os meus pés quase que se desviaram e pouco faltou para
que escorregassem os meus passos. Por pouco o salmista
não caiu no laço armado pela inveja.
Afinal, por que o salmista foi dominado por este momento
de fraqueza? Por que este homem fiel a Deus quase se desviou
do caminho da vida eterna e esteve prestes a cair
espiritualmente? No versículo 3, encontramos a resposta: Pois
eu tinha inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade dos
ímpios.
O que é inveja?
Podemos dar duas definições a esta palavra: 1) desgosto
ou pesar pela felicidade de outras pessoas; 2) vontade
incontrolável de ser como outra pessoa é, ter o que ela tem e
fazer o que ela faz.
Por que o salmista foi dominado por este sentimento?
Porque quando desviamos o nosso olhar, que está centrado
em Deus, e começamos a observar outras pessoas, muitas
vezes somos levados a cometer um erro terrível que se chama
comparação. Quando comparamos a nossa vida com a de
outras pessoas no momento em que estamos atravessando
adversidades, com certeza nos sentimos inferiorizados, e
corremos o sério risco de ser tragados pelo sentimento de
inveja.
Neste caso, o salmista fez uma comparação. Vejamos o
que dizem os versículos 12, 13 e 14 do Salmo 73:
Eis que estes são ímpios; e, todavia, estão sempre em segurança, e se lhes aumentam as riquezas. Na verdade que em vão tenho purificado o meu coração e lavado as minhas mãos na inocência. Pois todo o dia tenho sido afligido e castigado cada manhã.
Nos versículos 4, 5 e 12 o salmista observou a
prosperidade dos ímpios. No final do versículo 12 e início do
13, após fazer uma comparação entre a sua vida, que era justa
diante de Deus, e a vida dos ímpios, o salmista indiretamente
se perguntou: "Afinal, será que está valendo a pena manter a
minha posição pura e justa?". Então ele mesmo concluiu: "Não
está valendo a pena servir a Deus, porque tenho padecido
muito. Os ímpios blasfemam, criticam, zombam de Deus,
praticam todo tipo de maldade e perversidade, e continuam se
dando bem. Como diz o adágio, continuam 'por cima da carne
seca"'.
O salmista estava vivendo momentos de tribulação. O
texto não revela as grandes adversidades que ele estava
enfrentando. Entretanto, foi neste momento de perplexidade
que ele desviou o seu olhar de Deus, comparou-se a outras
pessoas e se viu em uma situação inferior. Por isso teve inveja
daqueles que mesmo em pecado alcançavam a prosperidade.
Quais as consequências da inveja?
Aprendemos no Salmo 73 que a inveja produz pelo menos
quatro consequências no homem: um coração amargurado,
doenças emocionais, estado de ignorância e declínio
espiritual.
Coração amargurado
O salmista disse: Assim, o meu coração se azedou
(Salmo 73.21 a). Uma pessoa amargurada geralmente age de
duas maneiras: ou se mantém numa posição introspectiva,
evitando qualquer tipo de relacionamento pessoal, ou se torna
ranzinza, antipática, repugnante. Esse tipo de pessoa é
popularmente conhecido como "rabugento" ou "chatonildo".
Para ele, nada está bom, nada presta, tudo é ruim.
A Bíblia relata a história de um homem que ficou com o
coração amargurado porque teve inveja de seu irmão. Este
homem foi Caim. Em Gênesis 4.5 está escrito que ele irou-se
fortemente, e descaiu-lhe o seu semblante porque a sua
oferta de manjares foi rejeitada e a oferta de Abel foi aceita
pelo Senhor. Por causa da inveja, Caim matou Abel, tendo
cometido o primeiro homicídio na história da humanidade.
Os irmãos de José também tiveram inveja dele. E isto por
dois motivos. Primeiro porque Israel amava a José mais do
que a todos os seus filhos (Gênesis 37.3). Segundo, porque
José sonhava com uma vida de prosperidade e poder. Por
isso, o aborreciam ainda mais (Gênesis 37.5), e vende-
ram-no como escravo para os ismaelitas, que por sua vez o
venderam para o Egito.
Os escribas e fariseus foram movidos pela inveja a desejar
a morte de Jesus. Em Mateus 27.18 está escrito que Pilatos
Sabia que por inveja o haviam entregado. Eles foram
dominados por um sentimento de medo e amargura. Não
podiam resistir ao poder e à autoridade do Senhor.
A amargura causada pela inveja leva a pessoa a agredir e a
matar o próximo; faz aumentar a violência sobre a terra, como
aconteceu na época de Noé (Gênesis 6.13). Em nossos dias o
sentimento de amargura causado pela inveja continua sendo o
responsável pelo alto índice da violência, dos homicídios, da
divisão entre as famílias etc.
Oremos para que não sejamos dominados pela inveja, que
é uma das obras da carne registradas em Gálatas 5.21.
Doenças emocionais
A inveja também causa doenças emocionais. O salmista
disse: Sinto picadas nos meus rins (Salmo 73.21b). As
doenças psicossomáticas (a palavra origina-se do grego
psyche, que significa mente, e soma, que se refere a corpo),
que a psicologia e as ciências humanas têm pesquisado há
mais ou menos 50 anos, estão registradas neste texto bíblico
há mais de três mil anos.
A inveja causa perturbações emocionais e afeta o
organismo humano. A pessoa emocionalmente doente que é
dominada por este sentimento descarrega constantemente
grande quantidade de adrenalina no sangue, aumentando
assim a atividade do coração. Isto resulta em problemas
cardiovasculares.
A inveja causa conflitos mentais que podem tornar uma
pessoa mais sensível a doenças orgânicas como asma, úlcera
péptica (úlcera de estômago), artrite reumatóide (inflamação e
rigidez das juntas), neurodermatite (alterações crônicas da
pele), e hipertensão arterial (aumento da pressão sanguínea).
A pessoa invejosa geralmente sofre de estresse, sendo
esta uma das principais causas da baixa resistência do
organismo. Alguns cardiologistas acreditam que pessoas que
frequentemente ficam enfurecidas e guardam mágoas têm
mais chances de desenvolver doenças cardíacas e problemas
hipertensivos.
Todas estas doenças que acabamos de citar são
geralmente causadas por alguma deficiência patológica e
instabilidade emocional. Isto pode acontecer com qualquer
um de nós. Quando nos deixamos levar pelos momentos de
adversidades, tornando-nos ansiosos, perdemos a paciência e
a estabilidade emocional, e ficamos sujeitos a uma série de
doenças psicossomáticas. Se o sentimento de inveja nos
dominar, podemos ter problemas seriíssimos. Portanto,
estejamos atentos como bons soldados de Cristo.
CAPÍTULO 2
DOMINADO PELA IGNORÂNCIA
Estado de ignorância
O salmista declarou: Assim, me embruteci e nada
sabia; era como animal perante ti (Salmo 73.22).
A pessoa de coração invejoso se torna ignorante e
irracional. O que difere o ser humano dos animais é a
racionalidade, que nos coloca em um nível superior em
relação às demais criaturas. A racionalidade nos faz pessoas
inteligentes e intelectualizadas. Porém, se por algum motivo
agimos com irracionalidade, impulsionados pela inveja,
cometemos barbaridades.
A imprensa tem noticiado diariamente atos de violência e
desrespeito aos direitos humanos. Podemos citar, por
exemplo, os assassinatos monstruosos, roubos, assaltos,
traições etc.
Um instituto de pesquisa constatou que entre os anos de
1999 e 2000 cerca de 65% das mulheres foram violentadas. A
escalada da violência, a inflação fora de controle, a
desigualdade social, o desemprego, tudo tem contribuído
para dificultar a realização dos sonhos acalentados pela classe
menos favorecida.
Além disso, as dificuldades econômicas, as crises sociais
e familiares, também levantam obstáculos na vida dos jovens.
Muitos deles, por não terem oportunidade de emprego, nem
conseguirem estabilidade financeira, acabam entrando para a
marginalidade, fazendo uso de drogas, ou ingressando no
mundo do crime. Toda esta situação caótica é causada pela
inveja, cobiça e ambição de homens que praticam a
impiedade.
O apóstolo Judas falou sobre este tipo de pessoa nos
versículos 12 e 13 de sua epístola: São manchas em vossas festas de caridade,
banqueteando-se convosco e apascentando-se a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas; ondas impetuosas do mar, que escumam as suas mesmas abominações, estrelas errantes, para os quais está eternamente reservada a negrura das trevas.
Judas alertou a Igreja contra os falsos mestres, que
estavam duas vezes mortos. Isto porque, tendo conhecido
Jesus, desviaram-se do caminho da salvação, e agora
trabalhavam contra a Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo.
Por que neste mundo existem tantas guerras e pelejas?
Por que existem pessoas lutando umas contra as outras? Por
que existe tanto antagonismo, tantas discórdias e dissensões?
Tudo isto existe porque o homem tem sido dominado pela
inveja, tornando-se brutal e ignorante.
Declínio espiritual
A pessoa dominada pela inveja estará sujeita também ao
declínio espiritual. Nos versículos 2 e 3 do salmo em estudo,
Asafe disse: Quanto a mim, os meus pés quase que se desviaram;
pouco faltou para que escorregassem os meus passos. Pois eu tinha inveja dos
soberbos, ao ver a prosperidade dos ímpios.
Espiritualmente, a palavra cair quer dizer afastar-se de
Deus. A inveja leva a pessoa à derrota espiritual, afastando-a
de Deus.
O versículo 2 descreve o salmista à beira do precipício.
Isto observamos nesta frase: Os meus pés quase que se
desviaram; pouco faltou para que escorregassem os
meus passos. Faltou pouco para o salmista se desviar dos
caminhos do Senhor e escorregar para o mal. O salmista
chegou a um estágio de grande perigo espiritual. Estava sendo
derrotado pela inveja.
O sentimento de inveja começa com um simples olhar.
Segundo os especialistas, o olho consegue captar mais de 90%
das informações que nos são passadas em nosso dia-a-dia.
Isto quer dizer que, se a pessoa tiver alguma lesão em seus
olhos que resulte na queda da qualidade da visão, certamente
ela terá sérias limitações para manter uma perfeita relação
com o mundo ao seu redor.
A visão, este sentido tão importante de nosso corpo,
interage com o cérebro, onde são processadas e armazenadas
as informações. Os olhos captam as imagens de um
determinado ser ou objeto e as transmitem para a córnea e o
cristalino, focando-as de forma nítida sobre a retina. Em
seguida, estas informações são convertidas em impulsos
elétricos e chegam ao cérebro pelo nervo ótico. Jesus disse em
Mateus 6.22,23: A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus
olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz. Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!
O nosso desenvolvimento espiritual depende muito do
que vemos. Se dermos vazão à nossa natureza carnal,
estaremos fadados ao fracasso e certamente nos afastaremos
de Deus. Os nossos olhos serão a porta de entrada para as
vaidades do mundo e para cobiça. Tiago falou sobre esta obra
da carne: Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela
sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.
Tiago 1.14,15
Muitas vezes a tentação começa pelos olhos. São eles que
nos despertam para as inclinações do mundo e os desejos da
carne. Neste momento, se não estivermos vigilantes,
acabaremos espiritualmente derrotados. Você já parou para
fazer uma análise de sua vida? Já verificou qual o problema
que o impede de manter uma perfeita comunhão com Deus?
Os problemas o estão levando a passos largos para a derrota?
Se você estiver sendo bombardeado por muitos
problemas e passando por sérias dificuldades, faça como o
salmista. Ele deu três passos fundamentais para superar a
inveja, desviar-se do abismo e conquistar a vitória.
Quando o salmista percebeu que estava sendo dominado
por uma situação que o levaria ao distanciamento de Deus,
quando ele percebeu que seria conduzido a uma vida infeliz,
deu três passos decisivos para vencer a inveja. Ele controlou
os seus impulsos, tentou entender a situação em que estava
envolvido e, por último, entrou no templo para buscar a Deus.
Não sei o que tem dominado a sua vida, nem posso
julgá-lo. Porém, se porventura você estiver enfrentando
alguma situação difícil, saiba que a Palavra do Senhor tem uma
receita especial para ajudá-lo a sair dessa adversidade.
CAPÍTULO 3 RUMO À VITÓRIA
Examinemos mais detalhadamente cada um dos três
passos dados pelo salmista em sua busca para superar a
inveja: 1) controlar os impulsos; 2) tentar entender a situação;
e 3) buscar a Deus.
Primeiro passo: Controlar os impulsos
O salmista chegou a esta conclusão: Se eu dissesse:
Também falarei assim; eis que ofenderia a geração de
teus filhos (Salmo 73.15).
Verificamos no versículo acima que o primeiro passo do
salmista foi controlar os seus impulsos carnais. Ele disse: "Se
eu falar alguma coisa contra Deus, conforme esses ímpios, se
eu reclamar da minha situação, certamente estarei
blasfemando contra Deus". O salmista teve bom senso e, pela
fé, concluiu que, se blasfemasse contra o Senhor, estaria
rebaixando-se ao nível de infidelidade dos ímpios.
As constantes murmurações e as blasfêmias contra Deus
impediram os israelitas de entrar na terra de Canaã. Este povo
foi provado durante 40 anos no deserto e não soube controlar
os impulsos da carne. O juízo divino, então, recaiu sobre ele.
O Senhor disse: Tão certamente como eu vivo e como a glória do Senhor
encherá toda a terra, todos os homens que viram a minha gló-ria e os meus sinais que fiz no Egito e no deserto, e me tentaram estas dez vezes, e não obedeceram à minha voz, não verão a terra de que a seus pais jurei, e até nenhum daqueles que me provocaram a verá.
Números 14.21-23
Deus executou um juízo rigoroso sobre os israelitas por
causa das murmurações deles. Eles foram libertos
milagrosamente da escravidão do Egito, atravessaram o mar
Vermelho a pé enxuto, viram sair água da rocha, comeram
carne e maná, presenciaram a coluna de nuvem durante o dia
e a coluna de fogo durante a noite, porém mesmo assistindo a
todos estes milagres continuaram com o coração endurecido,
porque não souberam controlar os seus impulsos carnais.
Nós, a Igreja de Jesus Cristo, durante a nossa caminhada
por este deserto da vida, também devemos a cada instante
controlar os nossos impulsos carnais, sujeitando-nos à
vontade de Deus.
Se quisermos ser libertos da escravidão do pecado, ter o
nosso nome escrito no Livro da Vida, compartilhar com os
nossos irmãos em Cristo a alegria e o consolo do Espírito
Santo, temos de guardar a Palavra do Senhor no coração,
tomando sobretudo o capacete da salvação e a espada do
Espírito. Somente com ela poderemos desfazer os laços do
passarinheiro e controlar os impulsos da carne.
Deus nos garante total liberdade em Cristo, porém esta
liberdade está condicionada à obediência aos mandamentos
do Senhor.
Em João 8.31,32 está escrito: Se vós permanecerdes na
minha Palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos
e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.
Esta é a condição imposta pelo Senhor. Para
conseguirmos controlar os nossos impulsos, precisamos
guardar a Palavra de Deus. Isto implica obedecer aos
mandamentos dele, ter a mesma mente e os mesmos
sentimentos que Cristo, humildade e submissão a Deus,
conforme descrito em Filipenses 2.5.
Muitos cristãos querem gozar da liberdade em Cristo e
manter a comunhão com os irmãos na igreja, porém não
fazem nenhum esforço para controlar os próprios impulsos.
Controlar os impulsos, acima de tudo, permite-nos ter
alegria, mesmo em meio às provações, amar os que nos
caluniam, bendizer os que nos maldizem.
Controlar os impulsos implica negar a nós mesmos, dizer
não às nossas vontades carnais, carregar a nossa cruz,
exercitar a nossa fidelidade para com Deus. Agindo
assim,obedecemos ao Senhor.
Segundo passo: Tentar entender a situação
O salmista disse mais: Quando pensava em
compreender isto, fiquei sobremodo perturbado (Salmo
73.16).
Neste versículo observamos que o salmista tentou
entender a razão de seu sofrimento, fez uma análise
introspectiva. Todo ser humano quer aprimorar os seus
conhecimentos, para dirigir a sua vida. A ansiedade em dirigir
a si mesmo começa geralmente na adolescência, aos 14 anos
de idade, quando o jovem atinge a terceira fase de sua vida.
Neste período muitos pais cedem terreno à vontade do filho, e
este é influenciado pelo mundo.
Nesta fase a pessoa geralmente depara-se com ocasiões
em que é preciso tomar decisões importantes com relação aos
estudos e ao trabalho. Quando o jovem atinge a fase adulta,
aos 21 anos, assume completamente a direção de sua vida,
adquire mais experiências e torna-se responsável por seus
atos.
É para que os adolescentes adquiram base para a sua fé
em Deus e aprendam a interpretar o mundo não apenas com o
raciocínio lógico e materialista que os pais precisam
ensinar-lhes a Bíblia e orar com eles. Porém, não é isto o que
temos visto. Muitos pais cristãos não têm se preocupado em
educar os seus filhos nos caminhos do Senhor.
Por isso os adolescentes crescem sem o menor preparo
espiritual, não conseguindo olhar para si mesmos, para os
seus defeitos; não param sequer por um momento para fazer
uma introspecção, nem deixam Deus dirigir a vida deles. Há
muitos cristãos que se preocupam em analisar a vida dos
outros, mas dificilmente querem corrigir as suas atitudes
incorretas diante de Deus.
Porém, o salmista não agiu como um adolescente, que
muitas vezes desobedece aos seus pais e quer levar uma vida
independente. O salmista conhecia os seus limites, as suas
fraquezas, mas perguntou a si mesmo: "Por que estas pessoas
prosperam? Por que eu, que sou justo, estou enfrentando
tanta tribulação e o ímpio tem uma vida tranquila?"
O salmista avaliou a situação dos ímpios e fez uma análise
introspectiva de si mesmo, de sua comunhão com Deus. Isso o
deixou perturbado. Por quê? Porque ele não pôde encontrar
resposta com base em seu intelecto.
Talvez em meio a uma adversidade você tenha feito esta
oração: "Deus, eu sou justo, sou fiel, dou o dízimo todo mês, e
tu não olhas para a minha situação. Não consigo entender por
que existem ímpios que prosperam enquanto eu e minha
família passamos por tantas tribulações!".
O salmista tentou, por meio dos processos mentais, do
seu intelecto, descobrir o porquê de sua dificuldade. Ele
tentou usar o poder da razão. Às vezes o poder da razão nos
ajuda a entender as nossas adversidades. Porém, na maioria
das vezes, esse poder não nos dá uma resposta satisfatória
porque o que acontece conosco está numa esfera espiritual.
Mesmo sabendo que seria inútil tentar encontrar pelo
raciocínio alguma explicação que justificasse o seu
sofrimento, o salmista refletiu, analisou a sua situação e
acabou perturbado. Isto porque, como já dissemos, ele não
conseguiu chegar a nenhuma conclusão lógica. Então, deu o
seu terceiro passo, que é o mais importante para superar a
inveja.
Terceiro passo: Buscar a Deus
O salmista disse: Até que entrei no santuário de Deus;
então, entendi eu o fim deles (Salmo 73.17).
Neste terceiro passo está o grande segredo para
superarmos a inveja. Primeiro o salmista controlou os seus
impulsos carnais, depois analisou e tentou entender a sua
situação pelo poder da razão, e, por fim, entrou no santuário,
para se aproximar de Deus. Só então entendeu qual seria o fim
dos ímpios. Do homem são as preparações do coração,
mas do Senhor, a resposta da boca (Provérbios 1 6.1).
Somente Deus poderá abrir todas as portas e dar a
resposta de que precisamos nos momentos das adversidades.
Quando o salmista entrou no templo e aproximou-se de Deus,
entendeu o fim dos ímpios. O salmista compreendeu que o
espiritual está acima do racional.
Somente quando entramos no templo de Deus temos o
campo de nossa visão ampliado e conseguimos resolver os
nossos problemas aparentemente insolúveis. Somente
quando entramos no templo de Deus conseguimos desviar os
nossos olhos de nossos problemas e obter uma visão trans-
cendental. Somente quando entramos no templo podemos ver
o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e os
serafins voando de uma a outra parte, dizendo: "Santo, santo,
santo é o Senhor dos exércitos..."
Entrar no templo de Deus implica viver em santidade e
adoração, entender os mistérios da graça divina, obter forças
para vencer os obstáculos e alcançar a vitória, encontrar as
respostas para as nossas aflições. Tudo isto é possível quando
entramos no santuário de Deus.
Dentro do santuário, Ana encontrou alívio para as suas
aflições, e Samuel ouviu a voz de Deus. Ali, Israel celebrou
grandes festas e os sacerdotes ofereceram sacrifícios
contínuos ao
Senhor. O salmista Davi alegrou-se quando o convidaram
para entrar no santuário. Neste lugar encontramos segurança,
alegria, comunhão, santidade; enfim, o santuário é onde Deus
habita no meio de seu povo.
CAPÍTULO 4 ENCONTRANDO RESPOSTAS
No momento em que entrou no santuário de Deus em
busca de respostas para os seus questionamentos, o salmista
chegou a sete conclusões espetaculares, sendo três delas
sobre o futuro dos ímpios.
Ele concluiu que o ímpio está sujeito ao sofrimento
eterno, perecerá e será destruído. Entretanto, o salmista
percebeu que dentro do santuário estaria mais perto de Deus,
poderia depositar a sua confiança no Senhor, anunciar todas
as obras do Todo-poderoso e reconhecer a bondade do Pai.
Neste capítulo estudaremos as três conclusões quanto
aos ímpios: 1) ele está destinado ao sofrimento eterno; 2)
perecerá; e 3) será destruído.
Primeira conclusão: O ímpio está destinado ao sofrimento
eterno
O salmista expressou esta conclusão quando disse:
Então, entendi eu o fim deles (Salmo 73.17b).
O justo está sujeito ao sofrimento nesta vida, porém sabe
que um dia este chegará ao fim. Esta sua esperança está
fundamentada na Bíblia Sagrada, que diz que naquele grande
Dia Deus enxugará de nossos olhos toda lágrima.
O justo vive de fé em fé, aguardando pacientemente o
momento glorioso em que o Senhor cumprirá plenamente as
promessas de restabelecer a alegria e a plena comunhão no
seu Reino de paz, bem como de libertar seus filhos para
sempre da morte, da dor, da violência e da tristeza.
E quanto ao ímpio? O que acontecerá à pessoa que não se
arrepender de seus pecados e não se converter ao Evangelho?
Terá a recompensa que os seus atos merecem. Todo homem
que rejeita a Palavra de Deus, que é materialista e só busca os
seus interesses pessoais, haverá de sofrer eternamente o
dano da segunda morte. Estará distanciado para sempre de
Deus.
Jesus falou exaustivamente sobre o descanso eterno dos
justos e o tormento eterno dos ímpios.
Em Lucas 16.19-31 o Mestre abordou este assunto na
parábola do rico e de Lázaro. O rico vivia todos os dias
regalada e esplendidamente, enquanto Lázaro jazia cheio de
chagas e desejava alimentar-se das migalhas que caíam da
mesa do rico. Porém, chegou o dia em que ambos morreram,
sendo o rico transportado para um lugar de tormento, en-
quanto Lázaro foi levado pelos anjos ao Paraíso, para
desfrutar o descanso eterno.
O rico era um homem egocêntrico, andava no caminho do
mal, e por isso foi lançado nas trevas exteriores, no castigo
eterno. Porém, o pobre Lázaro, que tinha um coração reto
para com Deus e nunca abdicou de sua fé, foi levado pelos
anjos ao Paraíso.
As tribulações por que passamos neste mundo não mais
serão lembradas quando estivermos desfrutando da vida
eterna com Cristo. O choro pode durar uma noite, mas a
alegria vem ao amanhecer (Salmo 30.5)
Só passamos a entender a diferença entre nosso futuro e o
futuro dos ímpios quando entramos no santuário de Deus. Se
estamos confusos, se ainda não encontramos alguma
resposta para a situação difícil que estamos atravessando,
então a melhor coisa a fazer é entrar no santuário de Deus.
Somente nele obteremos as revelações de que tanto
precisamos para a nossa vida. O céu se abrirá, e veremos o
futuro de alegria nas mansões celestiais reservadas para os
que crêem em Jesus.
No momento em que entra no santuário, o cristão se
aproxima de Deus, aumenta o seu conhecimento com relação
às coisas espirituais e passa a entender mais claramente as
promessas do Senhor.
Segunda conclusão: O ímpio perecerá
O salmista disse: Pois eis que os que se alongam de ti
perecerão (Salmo 73.27a). Ao analisar a recompensa dos
ímpios, o salmista concluiu que eles perecerão. A pessoa
afastada de Deus, além de não encontrar saída para os seus
problemas, perecerá.
Teologicamente, o verbo perecer no versículo acima faz
referência à segunda morte, consequência final do
distanciamento de Deus. Depois da morte física, não resta
mais esperança de salvação para aqueles que rejeitaram Jesus
Cristo.
O escritor de Hebreus falou que aos homens está
ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o
juízo (Hebreus 9.27).Este versículo desmascara os falsos
ensinamentos reencarna-cionistas. Depois que morre, o
homem jamais poderá voltar a este mundo. Muitos defendem
este pensamento porque na verdade querem continuar
desfrutando eternamente de seus bens, suas riquezas e sua
luxúria. Sonham com a imortalidade. Porém, este pensamento
não passa de mera artimanha maligna para convencer os
homens de que estes são seres independentes, que não
precisam de Deus.
Em sua oração, no Salmo 90.9,10, Moisés falou que os
nossos anos acabam-se como um conto ligeiro, passam
rapidamente.
De que forma, então, poderemos agradar a Deus neste
curto período de nossa existência? A resposta está no Salmo
90.12.Neste versículo o salmista nos incentivou a pedir que o
Senhor nos ensine a contar os nossos dias.
Os nossos anos são poucos em relação à eternidade.
Devemos orar por uma sábia compreensão da brevidade da
nossa vida. Temos de aprofundar a nossa comunhão com o
Eterno, para quem mil anos são como o dia de ontem, que
passou, e como a vigília da noite (v. 4).
Os que se distanciam de Deus e priorizam os seus
próprios interesses egoísticos perecerão. Entretanto, as
promessas divinas de salvação se cumprirão na vida do cristão
fiel. Isto é o que está escrito em Apocalipse 2.11. Na carta ao
anjo da igreja em Esmirna, o Espírito Santo disse: O que
vencer não receberá o dano da segunda morte
(Apocalipse 2.11).
Naquele grande Dia, venceremos a morte. Diremos:
"Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó
inferno, a tua vitoriar'
O cristão que entra no santuário de Deus está revestido da
couraça da justiça, protegido com o capacete da salvação,
armado com a espada do Espírito e calçado com a preparação
do Evangelho da paz. Por isso não teme o seu inimigo
espiritual.
Terceira conclusão: O ímpio será destruído
Quando o salmista entrou no santuário de Deus, pôde
perceber que o ímpio será destruído. Esta terceira conclusão
está no Salmo 73.27b: Tu tens destruído todos aqueles
que, apostatando, se desviam de ti.
O salmista entendeu que a apostasia leva a pessoa à
destruição eterna. Observamos no versículo acima duas
palavras-chaves: destruir e apostatar. A primeira é uma
consequência da segunda. Quem apóstata da fé é
espiritualmente destruído. Apostatar quer dizer abandonar,
abjurar a fé, negar a fé que professa.
Quando o cristão está no santuário de Deus, ele é capaz
de discernir os tempos que precedem a volta de nosso Senhor
e Salvador Jesus Cristo. Ele sabe que o primeiro sinal será a
intensificação da apostasia. Paulo falou sobre isto em 1
Timóteo 4.1. O Espírito Santo revelou a este apóstolo que nos
últimos tempos muitos cristãos abdicarão de sua fé, dando
ouvidos a doutrinas de demônios e a espíritos enganadores.
Isso já está acontecendo, pois a vida espiritual de muitos
cristãos tem sido destruída por causa da apostasia e da
inversão dos valores espirituais. Muitos até chegam a sofrer
em seu corpo físico as consequências de sua apostasia, seja
por meio de alguma enfermidade, seja por um acidente.
Além da apostasia, a violência tem crescido,
atemorizando a população dos grandes centros urbanos.
Quem não perece pela violência urbana acaba refém de
vícios como o cigarro e o álcool, por exemplo, que têm
contribuído de forma direta para a destruição física e
espiritual do homem, multiplicando assim o número de
vítimas. Uma pesquisa revelou que o fumo é responsável por
12% das mortes no mundo, e que o alcoolismo é a terceira
doença que mais tem matado no Brasil.
As obras da carne exercem total domínio sobre a pessoa
distanciada de Deus e espiritualmente morta, levando-a à
destruição.
Quantos homens tornam-se dependentes do vício por
considerá-lo um meio de escapar dos problemas que o
afligem!
A pessoa viciada se envolve cada vez mais nos vícios em
busca de satisfação, e muitas vezes entra por um caminho
sem volta, morrendo prematuramente. Porém, quando o
homem viciado e marginalizado pela sociedade entra no
santuário de Deus e resolve fazer uma entrega total de sua
vida a Cristo, reconciliando-se com Deus, ele encontra a
satisfação almejada, e o vazio de seu coração é preenchido
pela paz imensurável do Espírito Santo.
Quem se distancia do santuário de Deus e apóstata da fé
corre o perigo de ser destruído eternamente, perde a visão
espiritual e é dominado pelo pecado. Contudo, quem entra no
santuário de Deus é capaz de discernir que tudo que está
acontecendo no mundo é um prenúncio da volta de Cristo.
Fiquemos atentos, oremos em todo o tempo, estejamos
dentro do santuário de Deus. Só assim não seremos
destruídos pelo implacável juízo de Deus!
CAPÍTULO 5 MAIS PRÓXIMO DE DEUS
O que se aproxima de Deus anda sempre em espírito e
vigilante, para que não seja dominado pela inveja, que é uma
das obras da carne. Foi essa a conclusão a que chegou o
salmista quando entrou no santuário de Deus.
Quarta conclusão: Estar próximo de Deus
O salmista percebeu que isto era importante. Ele disse:
Mas, para mim, bom é aproximar-me de Deus; pus a
minha confiança no Senhor Deus, para anunciar todas as
tuas obras (Salmo 73.28).
O livro de Salmos é um dos cinco livros poéticos da Bíblia.
Ele não obedece a um critério cronológico de acontecimentos.
Exemplo: No Salmo 73, o salmista começou expondo uma
conclusão logo no primeiro versículo: bom é Deus para com
Israel. Somente depois, poeticamente, narrou o drama de sua
vida.
Quando o salmista entrou no santuário de Deus, foram
abertos os seus olhos espirituais. Então ele pôde perceber a
importância de aproximar-se de Deus, confiar nele e anunciar
todas as obras do Senhor. O salmista verificou que a
segurança estava em Deus. Por isso resolveu aproximar-se
dele.
Afinal, quais as vantagens de quem se aproxima de Deus?
Existem muitas vantagens, porém destacamos aqui cinco
delas.
1. Confiar no sustento de Deus
Isto está explícito nestas duas declarações do salmista:
Tenho posto o Senhor continuamente diante de mim; por
isso que ele está à minha mão direita, nunca vacilarei
(Salmo 16.8). Todavia, estou de contínuo contigo; tu me
seguraste pela mão direita (Salmo 73.23).
A pessoa que se aproxima de Deus será guiada pela
Palavra do Senhor e entrará na glória celestial:
Guiar-me-ás com o teu conselho e, depois, me
receberás em glória (Salmo 73.24).
2. Não ter medo do futuro
A segunda vantagem de quem se aproxima de Deus é não
ter medo do futuro. O salmista sabia em quem ele confiava,
tanto que disse: A quem tenho eu no céu senão a ti? E na
terra não há quem eu deseje além de ti (Salmo 73.25).
O autor do salmo agiu sabiamente ao entrar no santuário
de Deus. Após este passo importante em sua vida, ele
conseguiu vislumbrar o futuro dos ímpios e o fim deles, e
reconhecer a grandeza do Senhor.
3. Descobrir que depende totalmente de Deus e desejá-lo
A terceira vantagem de uma pessoa que se aproxima de
Deus é perceber que ela é totalmente dependente dele.
Em uma linguagem figurada, o autor do Salmo 42
demonstrou que estava com sede de aprofundar a sua
intimidade com o Senhor. Ele disse: Como o cervo brama
pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma
por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus
vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de
Deus? (Salmo 42.1,2). Este salmista foi impulsionado por um
desejo profundo de relacionar-se com Deus. Isso porque ele
se aproximou de Deus.
Outra declaração interessante está no Salmo 73.26: A
minha carne e o meu coração desfalecem; mas Deus é a
fortaleza do meu coração. Neste versículo o salmista
expressou o seu mais veemente desejo de reviver no Senhor a
sua esperança. Embora o seu corpo estivesse desfalecido
pelas lutas e adversidades, ele sabia que em Deus encontraria
forças para o seu coração.
4. Descobrir que o Senhor sustenta o seu ser
A quarta vantagem de quem se aproxima de Deus é
descobrir que o Senhor sustenta o seu ser.
Se você estiver dentro do santuário de Deus, se estiver
próximo dele, o seu coração será sustentado por Ele.
A Bíblia considera o coração como a sede da inteligência,
da vontade e dos sentimentos.
Isto quer dizer que, quando nos aproximamos de Deus e
entramos no santuário do Senhor, temos a nossa alma e a
nossa psique sustentadas pelo Todo-poderoso. Portanto, não
há motivos para ficarmos emocionalmente abalados.
5. Contar com um Provedor eterno
Um outro motivo que nos faz aproximar de Deus é a
confiança de que Ele é o nosso provedor. Quando o cristão se
aproxima de Deus, pode contar com um Provedor eterno. No
Salmo 73.26b está escrito: [Ele é] a minha porção para
sempre.
O salmista estava falando de um Deus que é provedor
tanto da nossa vida biológica, psicológica e sociológica como
da espiritual. O Senhor nos sustenta nesta vida e na
eternidade. Este é o grande motivo que nos impele a estar
próximos dele.
Quinta conclusão: Depositar a confiança no Senhor
O salmista analisou o seu relacionamento com Deus e
chegou à conclusão de que precisava depositar sua confiança
no Senhor: Pus a minha confiança no Senhor Deus, para
anunciar todas as tuas obras (Salmo 73.28b).
Quando buscamos a Deus, encontramos as respostas para
as nossas dúvidas e conseguimos entender mais claramente
os porquês da vida. Compreendemos por que muitas vezes
sofremos e os ímpios prosperam. Quando confiamos no
Senhor, a inveja não nos domina, e concluímos que vale a
pena colocar a nossa vida nas mãos do Todo-poderoso. Entregue a sua vida a Deus e confie nele, pois os que
confiam no Senhor serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre. Como estão os montes à roda de Jerusalém, assim o Senhor está em volta do seu povo, desde agora e para sempre.
Salmo 125.1,2
O profeta Isaías disse: E os reis serão os teus aios, e as suas princesas, as tuas
amas; diante de ti, se inclinarão com o rosto em terra e lamberão o pó dos teus pés, e saberás que eu sou o Senhor e que os que confiam em mim não serão confundidos.
Isaías 49.23
No Salmo 20.7,8 está escrito: Uns confiam em carros, e outros, em cavalos, mas nós
faremos menção do nome do Senhor, nosso Deus. Uns encurvam-se e caem, mas nós nos levantamos e estamos de pé.
Isto nos leva à conclusão de que devemos entregar a
nossa vida ao Senhor! Somente Ele poderá guardar-nos da
inveja.
CAPÍTULO 6 PROCLAMAR AS GRANDEZAS DE DEUS
A sexta conclusão a que chegou o salmista, depois que
entrou na casa de Deus, foi que ele deveria anunciar todas as
obras do Senhor.
Sexta conclusão: Anunciar todas as obras do Senhor
No Salmo 73.28b está escrito: para anunciar todas as
tuas obras.
O salmista fez um propósito com o Altíssimo. Disse: "Vou
anunciar a todos que, apesar das minhas adversidades, há um
Deus que está no controle de todas as coisas, que é grandioso
e tremendo, um Deus poderosíssimo e maravilhoso que,
independente da minha situação, é o Senhor. Vou anunciar
que este Deus é maravilhoso, que Ele tem a resposta para
todos os questionamentos".
Na Bíblia é narrada a história de uma menina de Israel que
foi levada cativa pelo exército da Síria. Ela certamente
atravessava momentos de grande aflição, morando longe de
sua terra, dos seus pais e de sua família. Além disso, tinha que
trabalhar como escrava para a mulher de Naamã, que era
leproso, chefe do exército do rei da Síria.
Porém, mesmo vivendo em uma terra distante, essa
menina proclamou as boas novas e engrandeceu o nome do
Senhor. Disse que na sua terra, em Samaria, havia um profeta
do Deus todo-poderoso que tinha poder de curar a lepra de
Naamã: Tomara que o meu senhor estivesse diante do
profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua
lepra (2 Reis 5.3).
Naamã deu ouvidos às palavras da menina. Foi até
Samaria procurar o profeta Eliseu, e acabou sendo curado da
lepra. Depois disto Naamã exaltou o nome do Senhor,
reconhecendo que em toda a terra não havia outro Deus,
senão o de Israel (2 Reis 5.15).
Mesmo que esteja passando por tribulações, o cristão
deve seguir o exemplo dessa menina de
Israel. O nome dela não foi citado na Bíblia, mas o seu
bom testemunho como escolhida do Senhor ficou registrado
como exemplo para a Igreja de Cristo.
Se você estiver passando por momentos de dificuldades,
aproveite esta fase em sua vida para anunciar as obras do
Senhor. Lembre-se de que você tem um grande Deus, o Deus
do impossível, que abre caminho no meio do mar, faz sair
água da rocha, manda o maná do céu em meio ao deserto,
anda por sobre o mar e cura qualquer enfermidade. Tenha fé,
proclame e glorifique o nome do Senhor por toda a terra.
Sétima conclusão: Reconhecer a bondade de Deus
Em sétimo lugar o salmista concluiu que deveria
reconhecer a bondade de Deus, dizendo: Verdadeiramente,
bom é Deus para com Israel, para com os limpos de
coração (Salmo 73.1).
Ele concluiu que a bondade de Deus nos cerca. Só
continuamos vivos e com saúde em um mundo tão cheio de
violência por causa da bondade do Senhor. Fomos comprados
pelo sangue de Jesus Cristo e somente Ele pode nos perdoar,
transformar a nossa vida e libertar-nos da escravidão do
pecado. Eterna é a Sua bondade. Se você tem direito à vida
eterna, então agradeça ao Senhor por Sua benignidade. Louvai ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua
benignidade é para sempre. Louvai ao Deus dos deuses; porque a sua benignidade é para sempre. Louvai ao Senhor dos senhores; porque a sua benignidade é para sempre. Aquele que só faz maravilhas; porque a sua benignidade é
para sempre. Àquele que com entendimento fez os céus; porque a sua benignidade é para sempre. Àquele que estendeu a terra sobre as águas; porque a sua benignidade é para sempre. O sol para governar de dia; porque a sua benignidade é para sempre. A lua e as estrelas para presidirem a noite; porque a sua benignidade é para sempre. Louvai ao Deus dos céus; porque a sua benignidade é para sempre.
Salmo 136.1-9,26
Apesar de toda luta e adversidade, você está vivo e
continua na presença do Senhor, porque Ele é bom. Não
desvie o seu olhar para os problemas que você tem
enfrentado; olhe para Deus, Glorifique, louve, adore ao Senhor
Deus poderoso, Criador dos céus e da terra. Não fique
olhando para a prosperidade do ímpio nem tenha inveja dela,
porque em breve tudo isto será destruído. Glorifique o Senhor
por sua vida, por ter o privilégio de servi-lo e louvá-lo, pela
bondade de Deus.
Nós não continuamos vivos e com saúde porque somos os
melhores ou praticamos alguma obra de caridade. Vivemos e
temos saúde simplesmente porque o Senhor é bom e
cerca-nos com as Suas misericórdias.
Estávamos condenados à destruição, ao sofrimento nas
chamas eternas. Éramos por natureza filhos da ira de Deus,
porém, pela bondade do Senhor, fomos justificados pelo
sangue de Jesus Cristo. Ele morreu em nosso lugar, deu-nos o
direito à vida eterna e fez-nos servos do Altíssimo.
Deus acabará com todo o nosso sofrimento e com as
nossas adversidades. Naquele grande Dia, Ele enxugará de
nossos olhos toda lágrima. Isto porque a bondade de Deus
nos cerca. Somente Ele nos dará a vida eterna num lugar onde
não há doença, morte ou sofrimento.
O ímpio desfruta de seus bens e de suas riquezas aqui na
terra por pouco tempo. Se ele não se arrepender dos seus
pecados, se não aceitar Jesus Cristo como seu Salvador, se não
andar em obediência à Palavra de Deus, será consumido pela
ira do Todo-poderoso para sempre.
Porém, quem entregou a sua vida nas mãos do Senhor,
quem teme o nome glorioso de Jesus e medita em Sua Palavra
de dia e de noite, não sofrerá o dano da segunda morte. Pode
passar por adversidades e sofrimentos nesta terra, porém tem
certeza de que a bondade de Deus o cerca e lhe garante a vida
eterna. Entrará no gozo do Senhor, onde estará livre de toda
luta.
Vale a pena nos aproximarmos de Deus. Aleluia! Você já
louvou o Senhor hoje? Apesar das lutas, você tem agradecido
ao Senhor por todas as coisas? A Bíblia diz que Deus é bom
para com Israel. Quem é o Israel de hoje? A Igreja. Deus é bom
para com a Sua Igreja, Ele é bom para com os limpos de
coração.
Verdadeiramente, bom é Deus para com Israel, para
com os limpos de coração (Salmo 73.1). O salmista não
chegou a esta brilhante conclusão porque a sua luta havia
passado. O texto não diz isso. Ele continuava enfrentando
muitas dificuldades, porém conseguiu vencer um grande
obstáculo que atrapalhava o seu relacionamento com Deus: a
inveja.
Você também não sofrerá eternamente. Prepare-se para
receber a vitória de Deus. Ele fará um milagre. Abrirá as portas
em todas as áreas de sua vida, pois a bondade dele cerca você.
Tenho visto muitos cristãos fazerem comparações de si
com pessoas que ocupam posição social privilegiada ou
obtiveram muitos bens materiais. Isto me preocupa. Estes
cristãos não param para analisar o outro lado da vida destas
pessoas, que muitas vezes entregam-se ao vício das drogas,
do alcoolismo, do fumo, tudo para tentar driblar o vazio de
sua vida.
Assisti certa vez a uma reportagem que falava que a morte
de grandes personalidades estava diretamente ligada à
depressão profunda, à overdose, ao suicídio e ao alcoolismo.
Alguém pode conjecturar que as grandes personalidades
e os artistas famosos que diariamente aparecem na mídia são
felizes por causa de suas riquezas, mas a verdade é que sem
Deus não há completa felicidade. Isto não acontece com você,
que serve ao Senhor, que mesmo na adversidade glorifica a
Deus, alegra-se nele e tem prazer com a vida. O cristão
expressa a sua alegria mesmo em meio ao sofrimento porque
a bondade de Deus o cerca.
Não reclame da vida, pois seu futuro está nas mãos de
Deus. O salmista compreendeu isto e pôde superar a inveja.
Lembre-se de que você está perto de Deus, e por isso poderá
entender mais fácil os caminhos da vida.
O salmista entendeu que quem se distancia de Deus acaba
perdendo a salvação, mas quem se aproxima de Deus é
sustentado e fortalecido e desfrutará de um futuro melhor,
pois a bondade do Senhor o cerca. Só existe uma maneira de
nos aproximarmos de Deus: por intermédio de Jesus. Ele é o
caminho, a verdade, e a vida, e ninguém poderá ir ao Pai senão
por Ele (João 14.6).
O apóstolo Paulo, na primeira epístola a Timóteo 2.5,6,
disse: Porque há um só Deus e um só mediador entre
Deus e os homens, Jesus Cristo, homem, o qual se deu a
si mesmo em preço de redenção por todos, para servir
de testemunho a seu tempo.
Na Bíblia está escrito que, pelo sangue de Cristo, nós, que
estávamos longe de Deus, agora chegamos perto dele. Para se
aproximar de Deus, o homem precisa dar três passos
decisivos: arrepender-se de seus pecados, reconhecer que
Jesus é o único Mediador que pode levá-lo até Deus, e
obedecer aos mandamentos do Senhor.
Você precisa aproximar-se de Deus. Esta é a condição
descrita na Bíblia. Nem o pastor, nem o padre, nem o papa,
nem o bispo podem levá-lo até Deus. Somente Jesus poderá
fazer isto. Basta aceitá-lo como Salvador.
Se você está afastado de Deus, procure reconciliar-se com
Ele. O Senhor está pronto para receber a pessoa que se rende
aos Seus pés, como fez o filho pródigo. E há alegria diante dos
anjos de Deus por um pecador que se arrepende (Lucas
15.10).