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Portugal global Pense global pense Portugal Janeiro 2015 // www.portugalglobal.pt Entrevista Jorge Moreira da Silva Reformas na energia e renováveis aceleram mobilidade 6 Destaque Transporte eléctrico e sustentabilidade 12 Mercados Novos desafios no Brasil 36 Empresas Endutex 34

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PortugalglobalPense global pense Portugal

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EntrevistaJorge Moreira da SilvaReformas na energia e renováveis aceleram mobilidade 6

DestaqueTransporte eléctrico e sustentabilidade 12 MercadosNovos desafios no Brasil 36

EmpresasEndutex 34

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sumário

Janeiro 2015 // www.portugalglobal.pt

Entrevista // 6Jorge Moreira da Silva, Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, apresenta, em entrevista, uma ra-diografia do sector das energias renováveis, da mobilidade eléctrica e da gestão inteligente da energia, em que Portugal é líder mundial.

Destaque // 12A mobilidade inteligente do futuro passa pela utilização do veículo eléctrico, ou do híbrido numa fase de transição, como alternativa ao veículo convencional movido a combustível de origem fóssil. Um tema em análise nesta edição e que está, naturalmente, interligado às questões ambientais, de gestão avançada da energia e de sustentabilidade.

Roadshow Portugal Global // 30A 5ª sessão do Roadshow Portugal Global, promovido pela AICEP, teve lugar em Aveiro, tendo sido abordados os mer-cados do Reino Unido e do Senegal.

Empresas // 34ENDUTEX: vocação para exportar.

Mercado // 36O Brasil é o mercado em destaque nesta edição da Portugalglobal pela sua grande dimensão e pelas oportunidades que representa para as empresas portuguesas. Além das análises do Embaixador português em Brasília, Francisco Ribeiro Telles, e do director do Centro de Negócios da AICEP em São Paulo, Carlos Moura, conheça os casos de sucesso de empresas que apostaram neste mercado: ASL & Associados, BTOC, Get2C, MEGAJOULE, Psiengine, Rangel e TIS.

Análise de risco por país – COSEC // 54Veja também a tabela classificativa de países.

Estatísticas // 57Investimento directo e comércio externo.

AICEP Rede Externa // 60

Bookmarks // 62

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EDITORIAL

// Janeiro 2014 // Portugalglobal4

As opiniões expressas nos artigos publicados são da res-

ponsabilidade dos seus autores e não necessariamente

da revista Portugalglobal ou da aicep Portugal Global.

A aceitação de publicidade pela revista Portugalglobal

não implica qualquer compromisso por parte desta

com os produtos/serviços visados.

Revista PortugalglobalAv. 5 de Outubro, 101

1050-051 LisboaTel.: +351 217 909 500Fax: +351 217 909 578

Propriedadeaicep Portugal Global

Rua Júlio Dinis, 748, 9º Dto

4050-012 Porto

Tel.: +351 226 055 300

Fax: +351 226 055 399

NIFiscal 506 320 120

Conselho de AdministraçãoMiguel Frasquilho (Presidente),

José Vital Morgado,

Luís Castro Henriques,

Pedro Ortigão Correia,

Pedro Pessoa e Costa (Vogais).

DirectoraAna de Carvalho

[email protected]

RedacçãoCristina Cardoso

[email protected]

Vitor Quelhas

[email protected]

Rafaela Pedroso

[email protected]

Colaboram neste númeroCarlos Moura, Cristina Cândido,

Direcção Grandes Empresas da AICEP,

Direcção de Informação da AICEP,

Direcção Internacional da COSEC, Direcção PME

da AICEP, Duarte de Mesquita e Sousa, Francisco

Ribeiro Telles, Jorge Moreira da Silva, Jorge

Vasconcelos, José Henriques, José Rui Felizardo,

Pedro Costa, Rodrigo Maia, Teresa Ponce de Leão.

Fotografia e ilustração ©Embratur, ©Fotolia, Rodrigo Marques.

Publicidade Cristina Valente Almeida

[email protected]

SecretariadoCristina Santos

[email protected]

Projecto gráficoaicep Portugal Global

Paginação e programaçãoRodrigo Marques

[email protected]

ERC: Registo nº 125362

A entrevista que o atual responsável pelo Ambiente, Ordenamento do Ter-ritório e Energia (MAOTE), o Ministro Jorge Moreira da Silva, dá à nossa re-vista muito nos honra, e mostra como temos créditos firmados como produ-tores e gestores de informação de ex-celência destinada aos media, deciso-res e empresas.

A radiografia que é feita pelo responsá-vel do MAOTE, em torno da mobilidade elétrica, demonstra que não é possível falar desta e de sustentabilidade sem que outras valências fundamentais das políticas energéticas do país não sejam colocadas em perspetiva e consideradas no âmbito de uma estratégia integrada, como é o caso da eficiência energética, das energias renováveis, da redução da dependência energética, da segurança do abastecimentos, da gestão inteli-gente da energia, da criação de com-petitividade para a indústria e para os consumidores, da estruturação do setor da energia e da captação de investi-mento. Enfim, medidas que assegurem a sustentabilidade do crescimento e do ambiente em Portugal no contexto eu-ropeu e mundial.

O destaque desta edição está natural-mente focado sobre a mobilidade elétri-ca, eficiência e energias renováveis, tra-çando um panorama atualizado da evo-lução e inovação tecnológica do setor e dos investimentos em curso no mercado interno, e sobre o seu potencial expor-tador, bem como uma breve mostra de produtos de mobilidade elétrica já hoje disponíveis no mercado português.

O mercado do Brasil foi, desta vez, a nossa opção. Trata-se da primeira eco-

nomia da América Latina, e uma das dez maiores do mundo, assumindo um papel de liderança nesta região do glo-bo. Para além do interesse incontorná-vel para as empresas portuguesas, pela sua dimensão e proximidade cultural, assim como pelas suas oportunidades de negócio e de investimento, Portugal tem um posicionamento de destaque no mercado brasileiro, seja pelos pro-dutos que exporta, seja pelos serviços que as empresas portuguesas prestam, de forma crescente, em vários domínios. É igualmente um mercado que oferece oportunidades na área das políticas energéticas: projetos e infraestruturas de autossuficiência energética, energias renováveis e mobilidade elétrica urbana, ou seja, um conjunto de oportunidades que deve ser considerado pelas empre-sas portuguesas do sector.

O primeiro Roadshow Portugal Global do ano teve lugar em Aveiro, dando se-quência a um percurso de sucesso em matéria de informação sobre mercados e de proximidade física às empresas, que já passou por Leiria, Braga, Coim-bra e Guarda. Estaremos presentes em mais sete distritos, terminando esta pri-meira edição do programa no Porto, em setembro de 2015. Em foco estiveram dois mercados – Reino Unido e Senegal – que suscitaram grande interesse junto da comunidade empresarial da região de Aveiro e mostraram a importância de cada Roadshow no reforço das exporta-ções e na intensificação dos processos

de internacionalização das empresas.

MIGUEL FRASQUILHOPresidente do Conselho de Administração da AICEP

Mobilidade estratégica

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ENTREVISTA

// Janeiro 15 // Portugalglobal6

Embora licenciado em engenharia electrónica, a carreira do ministro Jorge Moreira da Silva está marcada pela consultoria, pela docência e pela intervenção institucional nas áreas do ambiente, energia e crescimento sustentável, bem como pelas respectivas políticas, tanto no plano nacional como internacional. Em entrevista, uma radiografia do sector das energias renováveis, da mobilidade eléctrica e da gestão inteligente da energia, em que Portugal é líder mundial.

JORGE MOREIRA DA SILVAMINISTRO DO AMBIENTE, ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E ENERGIA

RENOVÁVEIS E MOBILIDADE ELÉCTRICA ESTAMOS NO TOP TEN DA POLÍTICA ENERGÉTICA MUNDIAL

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ENTREVISTA

Portugalglobal // Janeiro 15 // 7

Os combustíveis fósseis estão em vias de extinção, o preço do petróleo é instável e é urgente reduzir o seu consumo e a dependência energética do exterior. Em que medida os transportes eléctricos fazem parte da visão do futuro?

O esforço de Portugal foi visível nas reformas estruturais que foram concretizadas, o que permitiu alterar o perfil energético do país, de modo a termos neste momento um nível recorde de energias amigas do ambiente. Por um lado, temos 62 por cento de renováveis na electricidade e, por outro, atingimos o nível mais baixo dos últimos 20 anos da nossa dependência energética do exterior – 71,5 por cento – enquanto em 2005 tínhamos uma dependência de 90 por cento.

Estes dados mostram que a evolução na electricidade foi muito positiva, embora tenhamos ainda níveis de dependência energética do exterior elevados e que, portanto, são inadequados no plano ambiental e do ponto de vista da nossa balança comercial. Assim, a aposta na eficiência energética e na mobilidade eléctrica permite responder a um dos maiores desafios que as sociedades actuais enfrentam, que é o da descarbonização do sector dos transportes e a substituição dos combustíveis fósseis por combustíveis renováveis.

Esta substituição é para Portugal fundamental e estratégica, pois o que se verifica é que noutros países se substituíram os veículos convencionais por veículos eléctricos, é certo, mas em matéria de combustíveis apenas se substituiu o petróleo por carvão, gás ou nuclear. No caso português não é assim: estamos a substituir petróleo por água, vento e sol. Logo, a aposta na mobilidade eléctrica, em Portugal, tem um valor muito relevante não só na questão ambiental, mas também no reequilíbrio da nossa balança comercial e na redução da dependência enérgica do exterior.

Quais são as medidas que tornam este sector atractivo para o investimento e para os consumidores finais de energia renovável?

A nossa política energética assenta em três objectivos. Primeiro, pretendemos reduzir a dependência energética do exterior. Segundo, queremos criar mais condições de competitividade para a indústria e para os consumidores. E em terceiro lugar, pretendemos assegurar a sustentabilidade ambiental e a segurança de abastecimento. Portanto, são estes os grandes objectivos da nossa política energética em matéria de renováveis e, nesta medida, é fundamental referir que não utilizámos o pretexto da crise económica e financeira para travar a aposta nas energias renováveis.

A Europa tem neste capítulo uma meta inferior à proposta por Portugal, que defendeu no pacote de energia uma meta de 40 por cento de renováveis enquanto a União Europeia fixou uma meta de apenas 27 por cento. No compromisso para o crescimento verde, desenvolvido pelo governo português, estamos a assumir um quadro mais ambicioso para clima e energia em Portugal: 40 por cento de renováveis em 2030; 30 a 40 por cento de redução das emissões de GEE em 2030, face a 2005. Assim, o país não só tem cumprido as

suas metas nas energias renováveis, como tem defendido, no contexto europeu e local, metas mais exigentes.

Em segundo lugar, o nosso objectivo é assegurar que esta aposta verde possa ser paga pelos portugueses e que não se transforme numa medida assistencialista ou despesista. Por isso, a par da aposta nas renováveis, avançámos com os cortes nas rendas excessivas de modo a eliminar a dívida tarifária que estava prevista para 2020, no valor de seis mil milhões de euros, e que assim ficará por 600 milhões a mil milhões de euros. No fundo fomos eliminando a dívida tarifária mas de uma forma que não pôs em causa o investimento verde, ou seja, a aposta nas energias renováveis.

Há um terceiro pilar, que é o do autoconsumo. Nós não devemos olhar para o consumo e para a produção de energia apenas numa perspectiva de grande escala mas fazendo dos consumidores também produtores de energia. E, por isso, o regime de autoconsumo que acabamos de aprovar, e que é muito relevante para a atracção de investimento internacional, é um caso de estudo à escala global, porque substituímos um modelo em que os cidadãos instalavam painéis solares em casa ou equipamentos de energias renováveis para vender energia subsidiada à rede, o que onerava a dívida tarifária e criava um sobre custo sobre todos

“Estamos a substituir petróleo por água, vento e sol, logo, a aposta na mobilidade eléctrica, em Portugal, tem um valor muito relevante não só na questão ambiental, mas também no reequilíbrio da nossa balança comercial e na redução da dependência enérgica do exterior.”

os consumidores. Este regime foi substituído por um modelo de autoconsumo, em que a produção de energia em nossa casa é feita para consumo próprio, sem estar a prejudicar a sustentabilidade do sector eléctrico. A venda de energia à rede passou a ter novas regras. Esta foi uma aprovação muito recente e vai dinamizar o sector da instalação, da produção de equipamentos e da produção descentralizada.

A mobilidade eléctrica é central e decisiva para a mudança das estratégias de mobilidade sustentável. Pensa que neste sentido há barreiras a eliminar?

Sem dúvida que sim. A primeira barreira é o carregamento eléctrico. Durante muitos anos, vivemos numa lógica de carregamento eléctrico essencialmente dependente da rede pública e dos respectivos pontos de carregamento. Mas é preciso dizer que essa lógica não resultou de uma forma plena, pois temos 1.300 pontos de carregamento para apenas 500 veículos eléctricos (felizmente esse valor tem vindo a aumentar nas últimas semanas). A par da rede pública, deve-se privilegiar o carregamento em casa e nos locais de trabalho. O regime jurídico da mobilidade eléctrica, aprovado há meia dúzia de meses, privilegia o carregamento nesses locais.

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ENTREVISTA

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A segunda barreira é o preço e a fiscalidade verde dá um incentivo muito forte à aquisição de veículos eléctricos ou híbridos.

A terceira barreira a vencer tem dimensão cultural: é preciso demonstrar que é possível viver e fazer a nossa vida normal substituindo veículos convencionais por veículos eléctricos ou híbridos.

De que modo a administração pública vai dar o exemplo?

Sendo uma questão de cultura, a administração pública tem a obrigação de liderar pelo exemplo. Por isso, temos em fase de conclusão um programa, que será apresentado em breve, de mobilidade eléctrica na administração pública. Este programa consiste na aquisição de 1.250 veículos pela administração pública até 2020 para substituir um número significativo de veículos convencionais. Dessa forma, vai ser possível verificar, em termos práticos, que é possível depender de forma efectiva e exclusiva de veículos eléctricos ou híbridos.

No Ministério do Ambiente e no meu Gabinete já vivemos exclusivamente, desde há seis meses, da utilização de veículos eléctricos e híbridos, e com esta opção conseguimos poupar entre 60 a 80 por cento da nossa factura energética. Este é um dado concreto, que está a ser monitorizado pela Agência Portuguesa do Ambiente. O que queremos agora é dar-lhe escala em toda a administração pública.

Portugal é um caso de sucesso nas energias renováveis. Acredita que também podemos ser bem-sucedidos na mobilidade eléctrica?

Consideramos que podemos ter na mobilidade eléctrica um caso de sucesso semelhante ao das energias renováveis. Aqueles que avançarem primeiro têm condições de liderar, de testar tecnologias, projectos e uma integração na rede. A aposta que estamos a fazer na mobilidade eléctrica visa o carregamento eléctrico, a redução de custos aos consumidores, a demonstração prática através da administração pública, a capacidade de dar escala a este projecto e depois, com isso, será mais fácil atrair investimentos e projectos que se fixem em Portugal.

Pode desenvolver um pouco mais esse tema?

Nesta fase estamos a falar de mobilidade eléctrica urbana e não tanto de mobilidade a grandes distâncias. Ora, os veículos eléctricos, em articulação com as redes inteligentes de energia, são uma oportunidade para demonstrarmos as nossas capacidades no âmbito das tecnologias de informação e comunicação aplicadas à gestão da energia. Portugal é um caso de estudo internacional não só pelo seu sucesso na produção de energias renováveis mas também pela eficiência e integração das suas redes inteligentes. E, neste sentido, a mobilidade eléctrica deve ser também encarada como uma forma de carregamento da electricidade que não precisamos durante a noite e que pode ser utilizada para carregar os veículos eléctricos.

Portanto, há um excedente para consumo próprio?

À noite temos uma sobrecapacidade eléctrica e, nesta medida, as barragens servem de armazenamento de energia, e as próprias eólicas trabalham de noite e de dia, produzindo o mesmo efeito. Assim, utilizamos essa eletricidade de que não necessitamos à noite, para bombar a água nas barragens para que no dia seguinte estas tenham água em quantidade para produzir a electricidade necessária durante o dia e nas horas de ponta. Na prática, usamos as barragens para armazenar a electricidade que poderíamos perder durante a noite e que tem origem nas eólicas. Os veículos eléctricos são também uma outra forma de armazenar energia. Durante a noite, podemos usar os carros eléctricos para o carregamento doméstico,

“A aposta que estamos a fazer na mobilidade eléctrica visa o carregamento eléctrico, a redução de custos aos consumidores, a demonstração prática através da administração pública, a capacidade de dar escala a este projecto e depois, com isso, será mais fácil atrair investimentos para Portugal.”

beneficiando da electricidade que está mais disponível a essa hora e que por essa via é menos onerosa. A mobilidade eléctrica deve ser encarada nesta lógica de relação entre renováveis, autoconsumo e redes inteligentes de energia.

E como estamos relativamente a centros de investigação na área das energias renováveis?

Nós temos centros de investigação de excelência em todas estas áreas e eu sem querer estar a excluir ninguém, vou tentar mencionar exemplos no Norte e no Sul. Por exemplo, o INESC é um centro de excelência no que diz respeito às redes inteligentes de energia. Ao nível das energias renováveis, temos o Instituto Superior Técnico, a Universidade de Coimbra, a Faculdade de Engenharia

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ENTREVISTA

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da Universidade do Porto, a Universidade do Minho, a Universidade de Évora e vários Institutos Politécnicos, que têm capacidades notáveis na área das energias renováveis. Por sua vez, na área da mobilidade eléctrica, temos o CEIIA, que tem dado cartas em termos internacionais com a sua capacidade de integrar tecnologias de informação e comunicação na área da energia e na área da mobilidade.

Dada a imagem positiva do país nesta matéria, de que modo a notoriedade beneficia o investimento?

O factor da reputação é uma forma eficaz de atrair mais investimento. Portugal nos últimos dois meses foi reconhecido como um dos líderes mundiais na área do planeamento e da energia. Em Dezembro de 2014, na Cimeira das Alterações Climáticas em Lima, no Peru, a rede das ONG internacionais considerou Portugal, tal como tinha acontecido em 2013, como o 4º melhor país do mundo em termos de política para as alterações climáticas, tanto ao nível da adaptação como ao nível da mitigação. Nessa cimeira, o secretário-geral das Nações Unidas, o Banco Mundial, a OCDE e a Comissão Europeia consideraram Portugal como o exemplo a seguir no que diz respeito à reforma da fiscalidade do Governo e à proposta do compromisso para o crescimento verde. Em Janeiro, no Fórum Económico Mundial, em Davos, foi publicada a lista da classificação dos países na política energética e Portugal, que no ano passado estava na 18ª posição, subiu para a 10ª posição. Portanto, estamos no top ten da política energética mundial.

Esta posição representa oportunidades de negócio, na medida em que existe uma procura cada vez maior de bens e de serviços verdes à escala internacional. A economia verde cresce quatro por cento ao ano e representa quatro mil milhões de dólares, com uma perspectiva de investimento ainda maior em energia, água, saneamento e resíduos. Logo, os países que têm infra-estruturas, talentos e recursos, têm mais condições para competir e vencer à escala global. Nós temos atributos nesta área pelo que considero que esta aposta no crescimento verde, no qual se inclui a mobilidade eléctrica, é uma aposta segura.

Do ponto de vista da atracção do investimento estrangeiro, existem casos de investimento na área das energias verdes ou algum projecto em curso?

Nós temos tido exemplos práticos de atracção de investimento nas energias renováveis. Muitos projectos na

área das energias renováveis resultaram de investimento internacional. Portugal tem condições únicas para a atracção de investimento internacional em áreas como a reabilitação urbana, a mobilidade eléctrica, as energias renováveis, o tratamento de resíduos, a reciclagem de materiais, os recursos biológicos e minerais, ou seja, áreas que são tratadas no âmbito deste Ministério. Quando recentemente o presidente Juncker solicitou aos Estados que identificassem projectos potenciais na área pública e na área privada, para o fundo que está a ser desenhado de 300 mil milhões de euros, mais de 50 por cento do volume financeiro para 2017 e 2020 resultam de projectos da área do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia. Até 2017 estão identificados oito mil milhões de euros e, até 2020, 15 mil milhões de euros de investimento necessário na área verde em Portugal.

Quando falamos de reformas na área da energia, de que estamos a falar?

Na área da energia, Portugal desenvolveu uma reforma de toda a sua política energética, do ponto de vista da sustentabilidade económico-financeira do sector até à reforma do mercado de combustíveis, com os combustíveis low-cost, com os preços de referência nos combustíveis, com a constituição da entidade nacional do mercado de combustíveis (ENMC).

Na área da electricidade e das energias renováveis, com o regime de autoconsumo, com o regime jurídico da mobilidade eléctrica e com a reforma da fiscalidade verde que introduz uma taxa de carbono para os sectores que não estão cobertos pelo comércio de emissões e que usa uma parte da receita para promover a mobilidade eléctrica.

Isso foi conseguido também noutras áreas, como por exemplo a reestruturação do sector dos resíduos e a reestruturação do sector das águas, reclamadas há décadas mas sempre adiadas. O regime excepcional de reabilitação urbana que está a eliminar várias regras que tornavam os custos da reabilitação urbana incomportáveis, porque eram tão ou mais elevados do que a nova construção. Com o novo regime jurídico, os custos serão reduzidos em 30 a 40 por cento, o que permite atrair durante sete anos um grande volume de investimento. A reforma do ordenamento de

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ENTREVISTA

// Janeiro 15 // Portugalglobal10

território vai concentrar todas as regras que estão dispersas nos vários planos e programas.

Pode falar um pouco sobre a situação do Mobi.e, que representa 1.300 postos já instalados, e do abastecimento dos veículos eléctricos?

Actualmente estamos numa fase de transição da fase piloto da mobilidade eléctrica, em que se utilizava a rede pública como a única forma de carregamento dos veículos para uma nova fase em que a rede, sendo pública, passa a ser mais concorrencial, não havendo uma entidade que seja dona dos pontos de carregamento. Assim, haverá a possibilidade de várias entidades poderem instalar pontos de carregamento, com mais concorrência e com maior envolvimento das autarquias locais. Paralelamente foram criadas mais condições para o carregamento em casa e nos locais de trabalho, com novas figuras jurídicas, como os operadores de rede e os comercializadores, dos pontos da mobilidade eléctrica.

França; é um tema europeu do qual todos poderão beneficiar. Além de ser uma questão de princípio, não é possível falar de mercado interno da energia; se existem interligações superiores a 10 por cento em praticamente toda a Europa, com a excepção de uma “ilha” energética que é a Península Ibérica, que tem apenas 1,6 por cento de interligações.

Neste cenário, Portugal pode tornar-se um exportador de energia de origem renovável?

Temos recursos renováveis em abundância e em qualidade, como água, vento e sol, de que não dispõem outros países europeus. Logo, para muitos desses países é preferível importar electricidade renovável do que cumprir as metas respectivas através da produção doméstica, porque poderá ser mais cara. Para Portugal a vantagem traduz-se em atracção de investimento, de projectos e de criação de emprego.

Estamos a falar do posicionamento de Portugal como exportador de energia, produzida com os seus recursos, o que é uma verdadeira revolução energética para um país que se habituou durante demasiado tempo a depender energeticamente do exterior, mas que cada vez mais poderá produzir electricidade renovável e abastecer a União Europeia. Por isso, diria que o compromisso para o crescimento verde associado a esta decisão europeia das interligações, de 10 por cento em 2020 e de 15 por cento até 2030, criam um quadro seguro para a atracção de investimento.

Por exemplo, estamos a assumir que queremos uma redução de 30 por cento de emissões de CO2 em 2030 em relação a 2005; queremos 40 por cento de renováveis em 2030, o que significa 80 por cento de electricidade renovável; queremos ter um crescimento das exportações verdes de 6 por cento ao ano; queremos um crescimento do emprego verde de 4,3 por cento ao ano; pretendemos reduzir as nossas quedas de água de 40 para 20 por cento; queremos passar o volume de negócios da reabilitação urbana de 10 para 23 por cento; e muitas outras metas, que no fundo configuram este quadro – ou pentágono – de desenvolvimento, que é certamente ambicioso, mas que é fundamental para assegurar a estabilidade e a previsibilidade do sector.

Ainda em matéria de energia, Portugal tem condições para se posicionar como um hub ibérico de gás, para que através da Península Ibérica, a União Europeia possa ser abastecida de GNL (gás natural liquefeito), diversificando as suas rotas de aquisição de gás. A União Europeia tem neste momento uma dependência muito significativa. Do ponto de vista estratégico, é relevante para a União Europeia diversificar as suas fontes e rotas de abastecimento. Portugal e Espanha beneficiam de sete terminais de GNL, nomeadamente o de Sines, e desde que exista um reforço das interligações entre Portugal, Espanha e França na área do gás, podemos vir a substituir cerca de 40 por cento das importações de gás na Rússia. Portanto, a área da energia tornou-se central em Portugal e Portugal tornou-se central no debate da energia europeia e mundial, o que é uma excelente notícia.

Existe uma meta fixada em termos da redução da dependência energética do exterior?

Não há uma meta fixada, há um objectivo estratégico para o qual Portugal muito contribuiu, e que foi aprovado em Outubro de 2014 aquando da aprovação do Conselho Europeu do pacote de clima e energia para 2030, e que diz respeito ao reforço das interligações. A partir do momento em que a União Europeia foi tomando decisões sobre o que devia ser o pacote do clima e energia para 2030, definindo metas como a redução das emissões de CO2, a promoção das energias renováveis e da eficiência energética, Portugal considerou que era condição indispensável a integração de uma quarta meta: a das interligações

Uma Europa interligada é uma Europa que consegue reduzir os seus custos energéticos em 40 mil milhões de euros anuais, logo as interligações não devem ser vistas com um dossier ibérico ou como um problema da relação ibérica com

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DESTAQUE

// Janeiro 15 // Portugalglobal12

O veículo eléctrico – ou mesmo o híbrido, numa fase de transição – como alternativa ao veículo convencional movido exclusivamente a combustíveis de origem fóssil, é um paradigma em aceleração em todo o mundo. Pese embora a batalha dos prós e dos contras, normal quando se trata de uma opção tecnológica-civilizacional incontornável, a mundialização das energias renováveis e do veículo eléctrico é hoje uma questão de tempo, não muito distante. Na realidade, cada vez mais a inovação e o desenvolvimento tornam o veículo eléctrico energética e tecnologicamente eficiente, e por todas as razões, atractivo para os consumidores, tendo-se convertido numa forte aposta de todas as grandes marcas mundiais que lideram na mobilidade, no sector automóvel e não só. E tendo o futuro por horizonte, todos parecem estar cada vez mais de acordo: a melhor solução de mobilidade para responder às questões críticas do ambiente, da energia e da sustentabilidade, as quais vão do aquecimento global à preservação da qualidade de vida, passando pela (in)dependência dos combustíveis fosseis e pela gestão avançada da energia, passa pela evolução rápida e inteligente dos veículos eléctricos (VE).

VEÍCULOS ELÉCTRICOS (VE)A MOBILIDADE INTELIGENTE DO FUTURO

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DESTAQUE

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A mobilidade será crescentemente enca-rada como um serviço. Cada pessoa po-derá escolher em tempo real a alternativa mais conveniente para se deslocar de A para B e poderá tomar outras decisões, como adicionar um seguro de viagem ou diferir a sua deslocação para um mo-mento fora da hora de ponta com a pos-sibilidade de pagar portagens inferiores, por exemplo. Os serviços de mobilidade, prestados ao cidadão por múltiplos ope-radores, poderão ser pagos no final do mês numa única fatura integrada, como se de uma utility se tratasse.

Mobilidade inteligente é sinónimo de maior sustentabilidade. A integração da mobilidade física com a mobilidade de informação e a energia produz um enor-me conjunto de dados, em tempo real, que geram informação de suporte à to-mada de decisão, permitindo que a es-colha das alternativas considere o custo e o tempo da deslocação mas também o seu impacto ambiental, possibilitan-

mização de créditos verdes, premiando o cidadão com as práticas de mobili-dade mais amigas do ambiente. Estas medidas influenciarão por sua vez as di-mensões tempo e custo de deslocação.

A implementação desta visão é, hoje, uma realidade através do mobi.me, o sistema de gestão de mobilidade para cidades criado pelo CEIIA, que surgiu da necessidade de integrar a gestão da mobilidade elétrica com os restantes serviços de mobilidade de uma cidade. Mas o mobi.me é mais do que isso, ligando redes de trans-portes, de energia e de telecomu-nicações para que as cidades sejam cada vez mais integradas, conecta-das e sustentáveis.

Cidades mais integradas, conectadas e sustentáveisAs cidades serão mais integradas por-que o mobi.me é uma plataforma in-

CEIIA

MOBILIDADE INTELIGENTE, CIDADE SUSTENTÁVEL> POR JOSÉ RUI FELIZARDO*, ADMINISTRADOR DO CEIIA, CENTRO PARA A EXCELÊNCIA E INOVAÇÃO

NA INDÚSTRIA AUTOMÓVEL

do ao cidadão quantificar e minimizar a sua pegada ecológica e aos gestores da cidade monitorizar e definir políticas destinadas a reduzir as emissões.

Entre estas políticas contam-se a pos-sibilidade de criação de corredores ver-des, dando prioridade aos meios de transporte mais sustentáveis, ou a dina-

Nas cidades do futuro a mobilidade será inteligente, em resultado da integração da mobilidade física com a mobilidade de informação e a energia de base renovável.

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DESTAQUE

// Janeiro 15 // Portugalglobal14

termodal aberta a qualquer operador de serviços de mobilidade, com múl-tiplas vantagens. Primeiro, qualquer operador pode desenvolver o seu ne-gócio em cima da plataforma. O mobi.me permite mesmo a integração com as plataformas que cada operador já tem em uso na sua relação com os seus clientes. Segundo, promove o sur-gimento de novos modelos de negócio como a possibilidade de o utilizador pagar o estacionamento junto com o carregamento da bateria do veículo elétrico ou os serviços de transporte público junto com os sistemas de sha-ring (como bicicletas). Terceiro, abre a possibilidade de entrada de players de outras áreas no negócio da mobi-lidade, contribuindo para a criação de ofertas integradas mobilidade.e-tele-comunicações ou mobilidade-energia, por exemplo. O mobi.me agrega todos os serviços de mobilidade de uma cida-de em função do cidadão, preservando os diferentes modelos de negócio de cada operador. Assim, as cidades serão mais conecta-das também, porque o mobi.me per-mite a ligação entre devices de mobili-dade de distintos operadores e destes devices com as infraestruturas da cida-de, possibilitando a criação de redes sociais de objetos que interagem entre eles e com os utilizadores, gerando in-formação em tempo real para a cidade e para os cidadãos.

E mais sustentável porque o mobi.me facilita a mobilidade da popula-ção com menores recursos, de que o projeto Maréanas que envolve o CEIIA e duas ONG do Rio de Janeiro, a Redes da Maré e o Observatório de Favelas, será um exemplo. Este pro-jeto, desenvolvido na Maré, o maior complexo de favelas do Rio, propõe a instalação de uma solução de mo-bilidade baseada num sistema de ciclovias e bicicletas partilhadas que integre, através do mobi.me, a Maré com o sistema de transportes do Rio. O projeto visa facilitar a circulação em todo o espaço da cidade de forma fá-cil e ambientalmente sustentável e contribuir para a redução da estigma-tização das populações de áreas eco-nomicamente mais deprimidas.

Programa mob-I | Iniciativa de-senvolvida em conjunto com a Itai-pu Binacional, a maior geradora de energia elétrica renovável do mundo, com o objetivo de desenvolver solu-ções de mobilidade urbana de nova geração a partir do mercado brasilei-ro. A primeira fase deste programa esteve focada na implementação, monitoramento e gestão de redes inteligentes de pontos de carrega-mento e de veículos elétricos e de soluções de compartilhamento. A se-gunda fase está focada na industria-lização de soluções de mobilidade.

eMI3 - Emobility ICT Interoperabi-lity Interest Group | Grupo de enti-dades do mercado global de veículos elétricos que visa harmonizar as defi-nições de dados das TIC, os formatos, os interfaces e os mecanismos de in-tercâmbio a fim de permitir uma lin-guagem comum entre todas as plata-formas de TIC para veículos elétricos.

Treaty of Vaals | Junta entidades responsáveis pelas infraestruturas de carregamento para veículos elétricos de sete países europeus (Portugal,

Bélgica, Holanda, Alemanha, Luxem-burgo, Áustria, Irlanda). Trata-se da primeira Câmara de Compensação europeia para a mobilidade elétrica, constituindo um acordo de colabo-ração para “e-roaming” que per-mite aos utilizadores de mobilidade elétrica usar os seus cartões nos ele-tropostos de qualquer das entidades signatárias, mesmo no estrangeiro.

MOBI-Europe | Projeto europeu que tem como objetivo promover a inte-roperabilidade de sistemas na Europa e desenvolver novos serviços disponi-bilizados a partir destas plataformas. O MOBI.Europe envolve parceiros de cinco países, incluindo a Renault, a cidade de Amesterdão ou a cidade de Limerick.

MOBI2Grid | Contempla a constru-ção de um corredor de Mobilidade Elétrica entre as cidades de Porto e Vigo (Galiza). Pretende-se com esta experiência que um utilizador por-tuguês ou espanhol consiga efetuar uma viagem entre estas duas cidades, carregando em eletropostos localiza-dos em ambos os lados da fronteira.

Projetos de Mobilidade Inteligente do CEIIA

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DESTAQUE

Portugalglobal // Janeiro 15 // 15

mobi.me: uma referência globalO mobi.me foi projetado a partir de Portugal, no CEIIA, tendo sido desen-volvido desde o início com uma ambi-ção global, ou seja, projetar Portugal.

A primeira fase de internacionalização re-sultou da necessidade de estar presente nos principais fóruns de normalização da indústria a nível internacional, nomeada-mente na Europa, promovendo a intero-perabilidade entre agentes e entre países, o que resultou na participação em plata-formas como o Treaty of Valls e o eMI3, ou em projetos europeus como o MOBI.Europe ou o Mobi2Grid. Isto permite ao CEIIA estar em contacto com outros players de destaque e com as últimas ten-dências na área da mobilidade e partici-par na definição de normas e standards.

A atual fase de internacionalização, a partir do Brasil, contribui para respon-der aos enormes desafios de mobilida-de que aquele país enfrenta. O mobi.me está implementado em cidades emble-máticas como Brasília, Curitiba, Cam-pinas ou Foz do Iguaçu, envolvendo entidades como a ITAIPU Binacional, a Aliança Renault-Nissan, a Prefeitura de Curitiba, o ICI, a CPFL ou os Correios do Brasil. Estes projetos estão focados em atividades como a gestão de redes de carregamentos de veículos elétricos, a gestão de serviços de car sharing, a gestão de frotas de logística urbana e de frotas públicas e ainda a integração com os transportes públicos.

O CEIIA “Engenharizar” a Criatividade

O CEIIA é um Centro de Engenha-ria e Inovação. Evoluiu de 50 enge-nheiros em 2006, orientados para o desenvolvimento de produto na indústria automóvel, para 260 em 2014, associados ao desenvolvi-mento de estruturas e sistemas complexos nas indústrias aero-náutica e offshore e ao desenvol-vimento de novos produtos e ser-viços na indústria da mobilidade.

Está presente em seis países e 70 por cento da sua faturação tem origem em mercados externos como o europeu e o brasileiro. Conta com unidades de I&D em Portugal e no Brasil.

O CEIIA presta serviços de enge-nharia para o mundo, em estru-turas e sistemas complexos, caso do Programa KC-390 (EMBRAER), mas também desenvolve produtos e serviços próprios (como o veículo inteligente BE, a Rede Social de i-Bikes ou o mobi.me).

O Brasil, pelos desafios que enfrenta no domínio da mobilidade e pela proxi-midade cultural, constitui um mercado que simultaneamente reúne um enor-me espaço de crescimento para a mo-bilidade inteligente e um significativo potencial de projeção para outras ge-ografias. De facto, a cooperação com o Brasil na integração de tecnologia em novos produtos abre a porta para a sua internacionalização para outros merca-dos da América Latina e para os EUA.

Esta convicção é partilhada pela Em-baixada de Portugal em Brasília que assinou um protocolo com o CEIIA com o objetivo de promover a tecnologia portuguesa de mobilidade inteligente no mercado brasileiro. Ao abrigo deste protocolo, e durante dois anos, a Em-baixada disporá de uma estação de car-regamento e de um veículo elétrico cuja gestão será integrada no mobi.me.

Outras dinâmicas de globalização de tec-nologia associada ao mobi.me desenvol-vida a partir de Portugal estão previstas em mercados como os EUA (Califórnia) e Emirados Árabes Unidos a partir do con-ceito de rede social de objetos, baseado no paradigma da Internet of Things.

A aposta do CEIIA na mobilidade in-teligente, baseada na plataforma mobi.me, tem-se revelado um suces-so. Em primeiro lugar porque cria valor para as cidades, para os operadores de serviços de mobilidade e para os uti-lizadores. Em segundo lugar porque

tem a capacidade de integrar múltiplas entidades, quer ao nível do desenvol-vimento de tecnologia quer da opera-ção, projetando e reforçando as suas ofertas, sem se sobrepor a essas mes-mas entidades. O sucesso do mobi.me resulta, por conseguinte, da capacida-de de cruzar engenharia de excelência com um modelo de negócio aberto. E esta pode ser uma das receitas do sucesso, projetar e testar em Portugal para projetar Portugal globalmente.

Em resultado deste trajeto, o mobi.me foi referência na Conferência do Clima da ONU realizada em Dezembro de 2014 em Lima, no Peru, como a pri-meira plataforma mundial de gestão de mobilidade que contabiliza em tempo real as emissões de CO2.

*O autor escreve de acordo com a nova grafia

www.ceiia.com

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DESTAQUE

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O Governo tem vindo a promover uma ampla reforma na mobilidade elétrica. Em primeiro lugar, através de um novo regime jurídico de mobilidade elétrica, aprovado em 2014, e que evolui rela-tivamente a uma primeira fase da estra-tégia de mobilidade elétrica que existe desde 2010. Neste regime promove-se uma nova estratégia de carregamento. Além da rede pública já existente, que se espera venha a tornar mais próxima dos cidadãos e dos seus hábitos, quere-mos que os condutores possam carregar as baterias dos veículos em casa, no lo-cal de trabalho, em centros comerciais e parques de estacionamento públicos. Espera-se que o mercado venha a dispo-nibilizar, por exemplo, cartões de pré ou pós-pagamento, com tarifas fixadas pelo comercializador e operador de ponto de carregamento de mobilidade elétrica.

Em segundo lugar, através da Reforma da Fiscalidade Verde, avançou-se para a minimização de um segundo constragi-mento da mobilidade elétrica: o preço. A Reforma da Fiscalidade Verde vem incen-tivar a utilização de carros elétricos, híbri-dos plug-in, através do IRS e do IRC, per-mitindo ainda a dedução do IVA da aqui-sição, fabrico ou importação, locação ou transformação de viaturas de turismo elétricas ou híbridas plug-in. Por outro lado, e também no sentido de desincen-tivar comportamentos mais poluentes e que afetam todos os portugueses, a taxa de carbono passa a incidir sobre os se-tores não incluídos no comércio europeu de licenças de emissão (CELE), sendo as taxas sobre os produtos petrolíferos agra-vadas em função das emissões de CO2.

As reformas efetuadas são reformas ambientais que contribuem para a re-dução da emissão de gases poluentes, que tornam as nossas cidades mais ver-

MAOTE

O CAMINHO FAZ-SE DE MODO MAIS VERDE> POR PEDRO COSTA*, ADJUNTO DO MINISTRO DO AMBIENTE, ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

E ENERGIA, RESPONSÁVEL PELO PROGRAMA DE DEMOSTRAÇÃO DE MOBILIDADE ELÉTRICA NO MAOTE

des, mas era preciso ir para lá do esta-belecimento de medidas e incentivos, era necessário dar o exemplo. Pergun-

tariam as pessoas, para quê incentivos à mobilidade elétrica se os nossos go-vernantes continuam a deslocar-se nos automóveis movidos a combustíveis fósseis? Quando se fala de mobilidade elétrica, surgem ainda outras questões: será que a bateria tem autonomia sufi-ciente para as deslocações necessárias ou vamos ficar no meio da estrada, quase como se de um smartphone se tratasse, em que tudo é ágil, exceto a bateria! Foi a pensar nestas respostas que, em maio de 2014, foi celebrado um protocolo entre o Ministério do Ambiente, Ordenamento do Territó-rio e Energia (MAOTE) e a Associação Portuguesa do Veículo Elétrico (APVE), tendo em vista a operacionalização de um programa de mobilidade elétrica nos gabinetes do ministro e dos três se-cretários de estado. O programa con-

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DESTAQUE

Portugalglobal // Janeiro 15 // 17

tou com a adesão de doze marcas, pra-ticamente todas as que comercializam veículos elétricos em Portugal.

Resultados? Até hoje não houve uma paragem por falta de energia e os da-dos confirmam as vantagens previstas.Além da diminuição drástica da emis-são de gases poluentes, a substituição da frota a gasóleo por veículos elétricos tem permitido que as deslocações se façam com uma poupança de cerca de 70 por cento dos custos.

Desengane-se quem pensa que o de-sempenho destes veículos fica aquém do desejado pelos aficionados de automó-veis. Durante estes meses foram percor-ridos milhares de quilómetros por todo o país, de Bragança a Faro, e até em todo terreno pelos montes da herdade alente-jana que recebeu os linces ibéricos.

O projeto em curso no MAOTE é as-sim considerado um pequeno projeto-piloto que tem permitido uma vasta aprendizagem a todos os agentes envolvidos. De notar que este pro-jeto tem permitido “sentar à mesma mesa” intervenientes de áreas dis-tintas a discutir este tema, de onde resultarão certamente frutos para o previsto programa na administração pública. O programa de mobilidade elétrica no MAOTE prevê que a cada um dos governantes seja disponibiliza-do um veículo elétrico para as desloca-ções, a que acresce um veículo híbrido para deslocações de maior distância a partilhar entre os diferentes gabinetes. De dois em dois meses são alterados os veículos utilizados, o que permite alargar o leque de experiências. Para além do período inicial de preparação, encontra-se previsto um período final de balanço, pelo que é expectável que o relatório final seja publicado no final do primeiro semestre de 2015. Os re-latórios de monitorização são disponi-bilizados ao público:

www.apambiente .p t / _zdata /DESTAQUES/2014/I_Relatorio_MAO-TE_Mobilidade_Eletrica.pdf

www.dgeg.pt

Tudo isto são boas razões para se alar-garem horizontes e estabelecer como objetivo a implementação de um pro-grama de mobilidade sustentável na

administração pública. No quadro de uma estratégia para o crescimento verde e do conjunto de compromis-sos em matéria de ambiente, clima e energia assumidos por Portugal, de-signadamente em termos de redução de emissões, de eficiência energética e de penetração de energia de fontes renováveis, incluindo nos transportes, o Estado deve dar o exemplo na alteração de paradigma que se exige à sociedade,

e monitorização das deslocações efe-tuadas; integração de ações relativas à tecnologia dos veículos e renovação da frota, com especial destaque para a promoção da mobilidade elétrica, esti-mando-se que a Administração venha a ter mais de mil veículos elétricos em cir-culação; e, por fim, a realização de um conjunto de iniciativas que visam pro-mover comportamentos sustentáveis, designadamente na escolha dos modos de transporte e na ecocondução.

Os efeitos ambientais da implementa-ção do Programa são diversos, nome-damente a redução de emissões de gases com efeito de estufa, de óxidos de azoto, de partículas, redução do ruído e contributo para o desconges-tionamento das cidades. O Programa contribui também para a redução da dependência energética do exterior, melhorando a segurança de abasteci-mento, incluindo por diversificação das fontes de energia primária.

Para além dos benefícios referidos, deve assinalar-se que as poupanças estimadas com o Programa são superiores aos cus-tos previstos. Trata-se assim de um pro-grama sustentável, com ganhos nas ver-tentes ambientais, sociais e económicas.

Caminhamos para uma mudança de paradigma no que respeita à mobili-dade, que no caso português significa transportes movidos a água, vento e, no futuro, sol, dada a riqueza do nosso país nestes recursos renováveis. Quere-mos deslocar-nos de modo mais verde, sem receios à mudança.

*O autor escreve de acordo com a nova grafia.

“Os efeitos ambientais da implementação do Programa são diversos, nomedamente a redução de emissões de gases com efeito de estufa, de óxidos de azoto, de partículas, redução do ruído e contributo para o descongestionamento das cidades.”

impulsionando o apoio a essa transição. Neste contexto, pretende-se incentivar a mobilidade sustentável na Adminis-tração Pública através da promoção de um padrão de mobilidade eficiente, da descarbonização do Parque de Veículos do Estado e a melhoria do seu desem-penho ambiental e energético.

O Programa aposta em três eixos de atuação: a Gestão da Mobilidade, que contempla um conjunto de iniciativas que visam a eficiência na mobilidade associada à Administração Pública e que inclui atuações para redução das necessidades de deslocação, escolha do modo de transporte mais adequado

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DESTAQUE

// Janeiro 15 // Portugalglobal18

ADENE

A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA SOCIEDADE>POR CRISTINA CÂNDIDO*, DIRECTORA DE MARKETING DA ADENE

O uso mais eficiente da energia per-mite também reduzir os custos por unidade de produto (ou serviço) dis-ponibilizado ao mercado, tornando assim a empresa (ainda) mais com-petitiva. Isto é aplicável quer a PME seja uma pequena unidade industrial, quer seja um pequeno edifício de ser-viços destinado, por exemplo, a ativi-dades hoteleiras.

O Sistema de Gestão dos Consumos de Energia (SGCIE) e o Sistema de Certificação Energética de Edifícios (SCE) contribuem, respetivamente, para a promoção da eficiência ener-gética nas instalações industriais com

A eficiência energética está na ordem do dia por diversos fatores, nomeadamente enquanto fator essencial para a redução de custos e para a sustentabilidade financeira e ambiental das empresas e das famílias.

grandes consumos de energia e para a promoção da eficiência energética nos edifícios de comércio e serviços. São instrumentos que permitem às empresas fazer uma monitorização ativa e periódica dos seus consumos de energia, especificamente com o objetivo de identificar oportunida-des e promover a implementação de medidas que reduzam esses consu-mos, tornando-as mais eficientes e competitivas.

Também ao nível do consumidor, a eficiência energética assume um pa-pel cada vez mais importante no seu quotidiano. O desenvolvimento de

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DESTAQUE

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APVE

MOBILIDADE SUSTENTÁVEL UMA APOSTA CLARA NOS VEÍCULOS ELÉCTRICOS>POR JORGE VASCONCELOS, PRESIDENTE APVE

A Associação Portuguesa do Veículo Eléctrico (APVE) foi criada em 1999 e tem por objecto estatutário a promoção de uma ampla utilização de veículos com propulsão eléctrica, integrada numa política de transportes e mobilidade sustentável.

A APVE, organismo de utilidade pú-blica, assume-se como associação do sector, representando a indústria, uni-versidades, politécnicos e organismos de investigação, organismos do Estado e municípios com interesses, negócio e conhecimento na área de mobilida-de eléctrica. A APVE acolhe também os utilizadores, identificando as suas necessidades e as suas aspirações, em articulação com outras associações, nomeadamente nas áreas dos trans-portes, energia e ambiente.

Quando se fala em mobilidade susten-tável não se sugere substituir a frota ac-tual de automóveis com motor de com-bustão por automóveis eléctricos numa relação um para um. Pensa-se, antes de mais, em novas formas de organização das nossas cidades, espaços em que a

mobilidade assume novas configurações e onde o transporte privado de quatro rodas é em grande parte substituído

uma sociedade não pode implicar um aumento do consumo de energia, mas sim traduzir-se na sua utiliza-ção responsável, sem que isso impli-que uma alteração na qualidade de vida, nem no conforto. O consumidor deverá ser racional na utilização de energia, existindo para isso opções e gestos simples que podem fazer toda a diferença: adquirir equipamentos etiquetados com boa classificação energética e adotar boas práticas quotidianas como apagar a luz ao sair de uma divisão ou colocar a máqui-na de lavar a funcionar com a carga completa, por exemplo.

São cada vez mais as soluções para um consumo energético eficiente no nos-so dia-a-dia. Desde a telecontagem e gestão inteligente dos consumos energéticos em casa, até à utilização de veículos elétricos e modos suaves de transporte (bicicletas, entre outros) como parte de um novo paradigma na

“O uso mais eficiente da energia permite também reduzir os custos por unidade de produto (ou serviço) disponibilizado ao mercado, tornando assim a empresa (ainda) mais competitiva.”

mobilidade. O futuro está aí e passa pela eficiência energética.

Os benefícios de um futuro energetica-mente eficiente são inegáveis e vão da economia ao ambiente, passando pela competitividade das empresas e pelo bem-estar das pessoas. Utilizar menos energia para fazer as mesmas ou mais atividades tem associado menores custos e redução do impacte ambiental. Em to-das as áreas da nossa sociedade, sejam as empresas ou o consumidor, se existir uma escolha e uma utilização conscientes dos sistemas energéticos, é possível poupar na fatura e poupar o ambiente.

*A autora escreve de acordo com a nova grafia.

www.adene.pt

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pelo transporte público, pelo transporte de duas rodas e pelo transporte auto-móvel partilhado. Pensa-se portanto no desenvolvimento de novos modelos de negócio em que a centralidade é assu-mida pelo serviço da mobilidade e não mais, como acontecia no passado, pela aquisição individual do automóvel.

Numa primeira fase de actividade, a APVE teve um papel essencialmente dis-seminador de informação sobre mobili-dade eléctrica: organizou conferências, criou uma página na internet, publicou relatórios e boletins de informação, pa-trocinou projectos-piloto e sessões de demonstração e experimentação de veículos eléctricos (em particular auto-carros em ambiente urbano), traduziu normas internacionais, assumindo as funções de Organismo de Normalização Sectorial (ONS), desenvolveu relações e parcerias internacionais, entre outras.

Nos últimos anos, a actividade infor-mativa tem vindo a ser crescentemen-te complementada por uma actuação mais assertiva na mobilização das com-petências e dos recursos disponíveis no sentido de definir e apoiar as es-

tratégias, mais adequadas à transição da mobilidade eléctrica, de uma fase de investigação e demonstração para uma fase de concretização industrial e comercial em larga escala, criando as condições necessárias para a formação de um cluster de desenvolvimento de tecnologia e know-how para aplicação em Portugal e para exportação.

Por último, importa recordar que sem mobilidade eléctrica Portugal não po-derá cumprir os objectivos que colec-tivamente a Europa definiu para 2050. A mobilidade eléctrica, associada ne-cessariamente à produção de energia eléctrica a partir de fontes renováveis, é a chave para reduzir emissões de gases de efeito de estufa e reduzir as impor-tações energéticas, tornando Portugal um país mais saudável e energetica-mente mais independente. As vanta-gens competitivas que o país adquiriu recentemente na área das energias re-nováveis reforçam e inspiram a constru-ção de um novo modelo de mobilidade sustentável, no qual os veículos eléctri-cos terão um papel incontornável.

www.apve.pt

Esta tem sido frequentemente impulsio-nada pelos efeitos e conceitos que de-rivam da influência e dependência que os combustíveis fósseis representam no quotidiano. Quando se concebem soluções, equacionam-se também as questões ambientais e económicas. Do ponto de vista eléctrico, o consumo de energia eléctrica e a eficiência das solu-ções são fundamentais para a validação e a aceitação dos sistemas projectados.

Quando se fala em mobilidade eléctrica e investigação, existe a tentação e am-bição de projectar cadeias de tracção completas. Este desiderato, sendo no-bre tanto do ponto de vista dos labora-tórios de investigação como industrial, tem que ser finalizado num espaço de tempo adequado e consome recursos materiais e humanos que não se com-paginam com os meios disponíveis.

Ao longo dos últimos anos, as opções tomadas ao nível dos trabalhos de in-vestigação, evoluíram, no nosso caso, para o estudo e desenvolvimento de soluções que contribuam para o desen-volvimento de sistemas de tracção mais eficientes. Os sistemas estudados, têm

INESC-ID

A MOBILIDADE ELÉCTRICA À ESCALA LABORATORIAL> POR DUARTE DE MESQUITA E SOUSA,

PROF. AUXILIAR DEEC/IST & INVESTIGADOR INESC-ID

A mobilidade eléctrica é um desígnio com diversas vertentes e que tem beneficiado dos desenvolvimentos provenientes de várias áreas do conhecimento.

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DESTAQUE

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tido como linha condutora a recupe-ração e o armazenamento de energia. As soluções analisadas tomam como referência a partilha e troca de energia entre diferentes sistemas integrando a mesma cadeia de tracção.

Dos sistemas conceptualizados, as solu-ções com mais potencial conjugam bate-rias electroquímicas com supercondensa-dores. Para a interligação entre estes dois

sistemas, os conversores electrónicos de potência podem basear-se em diversos tipos de topologias de acordo com as funcionalidades requeridas. Uma das concepções desenvolvidas, permite re-cuperar energia durante a travagem do veículo, sendo a energia armazenada ou nas baterias ou nos condensadores.

A energia armazenada nestes dois sis-temas é utilizada na alimentação da cadeia de tracção, sendo fornecida ou pelas baterias, ou pelos superconden-sadores ou simultaneamente por am-bos os sistemas de acordo com o modo de condução requerido em determina-do instante (arranque, aceleração ou velocidade de cruzeiro, por exemplo). Para a implementação das funcionali-dades referidas, o sistema requer um módulo de gestão de energia com pa-râmetros ajustáveis de acordo com as preferências do condutor do veículo, permitindo alterar o desempenho do veículo dentro de determinados limites.

A mobilidade eléctrica tem sido um tó-pico de investigação com diversas ver-tentes e que tem atraído jovens investi-gadores. No caso da equipa do INESC-

ID (Grupo de Energias Alternativas e Conversão de Energia), os contributos têm usufruído da experiência que os seus investigadores possuem em ener-gias renováveis, electrónica de potência, sistemas electromecânicos e conversão electromecânica de energia, entre ou-tras áreas. Para que a mobilidade eléc-trica seja efectivamente uma realidade estamos convictos de que desafio após

“Para que a mobilidade eléctrica seja efectivamente uma realidade, estamos convictos de que desafio após desafio as soluções desenvolvidas têm que sobreviver fora das paredes dos laboratórios de investigação.”

desafio as soluções desenvolvidas têm que sobreviver fora das paredes dos la-boratórios de investigação.

www.inesc.pt

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DESTAQUE

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O armazenamento de energia elétrica é uma das componentes para a sustentabi-lidade dos sistemas de energia. Mitiga a intermitência da generalidade das fontes renováveis pois o seu grande problema tem sido o armazenamento da energia que produzem. No entanto, devemos encarar o armazenamento sem amarras ao sistema atual e explorar as novas po-

LNEG

O VE TRAZ FLEXIBILIDADE AOS SISTEMAS DE ENERGIA> POR TERESA PONCE DE LEÃO*, PRESIDENTE DO CONSELHO DIRECTIVO DO LNEG,

LABORATÓRIO NACIONAL DE ENERGIA E GEOLOGIA

O LNEG tem trabalhado na investigação sobre novos materiais com as funcionalidades necessárias e menores custos para as baterias e está neste momento em processo de patenteamento de um novo produto com vista a acelerar a curva de aprendizagem. Tem ainda apostado no desenvolvimento de uma metodologia de monitorização e otimização dos ciclos de carga e descarga tendo desenvolvido um demonstrador.

tencialidades que surgem, por exemplo, de uma combinação da gestão da procu-ra em função da oferta disponível.

Os veículos elétricos são um exemplo, por excelência, de como as tecnologias de armazenamento podem revolucio-nar os sistemas dos transportes para modelos mais sustentáveis. São ainda exemplo da capacidade de gerir a ofer-ta pela procura, principalmente porque estamos na era em que equipamentos eletrónicos que se tornaram ubíquos na sociedade moderna e nos permitem tomar decisões de gestão das nossas próprias necessidades de energia.

A tecnologia dominante são as bate-rias ião-lítio capazes de abastecer todos os equipamentos eletrónicos portáteis assim como quase todos os VE. Mas, basta-nos pesquisar um pouco sobre o estado da arte destes equipamentos para percebermos que ainda há proble-mas com o peso e a fadiga das baterias sujeitas aos diferentes ciclos de carga/

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DESTAQUE

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descarga altamente limitativo da auto-nomia destes veículos.

Recentemente têm surgido novas solu-ções que poderão ser um acelerador de todo este movimento. É o caso dos super-condensadores, que usam um mecanis-mo diferente para o armazenamento. A energia é armazenada por um fenómeno electroestático, na superfície do material, e não envolve reações químicas. Isto via-biliza as cargas rápidas, com densidade de potência muito elevada e sem apre-sentar fadiga ao longo do tempo, mes-mo perante milhões de ciclos de carga/descarga. Como desvantagens, têm uma baixa densidade de capacidade de arma-zenamento de energia e elevado custo.

Não devemos olhar para as duas tecnolo-gias como competidoras mas antes como complementares. Os supercondensadores podem carregar na travagem e usar essa energia no arranque mas não conseguem manter o veículo em andamento pois a sua capacidade de armazenamento é pe-quena. As baterias entram em ação após arranque e não são sujeitas a ciclos abrup-tos de carga descarga. Esta conveniente combinação de tecnologias resolve o pro-blema da fadiga das baterias e do elevado

CRITICAL SOFTWARE

MOBILIDADE NA ERA DIGITAL>POR RODRIGO MAIA*, PRINCIPAL ENGINEER @ CRITICAL SOFTWARE

O virar da primeira para a segunda década deste novo milénio marcou o arranque de uma nova era. A Critical Software tem procurado manter-se na linha da frente do desenvolvimento de soluções para esta Era Digital, apostando, em particular, na área da mobilidade.

A empresa tem, por isso, vindo a de-senvolver soluções pioneiras nas áreas da mobilidade sustentável e inteligente acompanhando as tendências tecnoló-gicas dominantes e respondendo aos desafios civilizacionais da sustentabili-

dade e da crescente concentração da população em meios urbanos.

A participação no programa Mobi.E (www.mobie.pt), como parceiro res-ponsável pelo desenho da solução de gestão de postos de carregamento, marcou, em 2009, o arranque des-te percurso. Através desta solução foi possível conectar mais de um milhar de postos de carregamento de veículos elétricos de Norte a Sul do país cons-truindo-se assim a primeira rede nacio-nal de mobilidade elétrica.

Este percurso continuou depois a nível europeu com o projeto Mobi.Europe (www.mobieurope.eu), no qual a Critical Software teve a responsabilidade de con-ceber e desenvolver uma solução para roaming que permitisse a interoperabi-lidade entre sistemas de carregamento de veículos elétricos de diferentes países. Neste projeto estão presentes parceiros portugueses, holandeses, irlandeses,

“Os veículos elétricos são um exemplo, por excelência, de como as tecnologias de armazenamento podem revolucionar os sistemas dos transportes para modelos mais sustentáveis.”

peso fundamentalmente necessário para resolver o problema do arranque.

Como conclusão, gostaria de reforçar a mensagem de que a solução para a des-carbonização da nossa economia passa por soluções de alteração de paradigma que tornarão a gestão do sistema elétri-co muito flexível, ajustando a procura às disponibilidades da oferta onde o veículo elétrico se insere no seu duplo papel como consumidor e fornecedor inteligente.

*A autora escreve de acordo com a nova grafia.

www.ineg.pt

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DESTAQUE

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franceses e espanhóis, incluindo empre-

sas como a Renault, a Intel ou as princi-

pais utilities da Irlanda e da Holanda.

A mobilidade partilhada tem sido tam-

bém uma das áreas em que a Critical

Software tem apostado, sendo a solu-

ção de car-sharing, desenvolvida para

a MobiAG, um excelente exemplo

disso. Nesta solução, a Critical Soft-Soft-

re, consubstanciada, por exemplo, no projeto Tice.Mobilidade, no qual, em conjunto com o Instituto Pedro Nu-nes, coordenou um ecossistema de 26 parceiros nacionais. Neste projeto foi desenvolvida uma plataforma inte-gradora denominada One.Stop.Trans-port (www.ost.pt), com o objetivo de integrar um conjunto de protótipos, projetos e serviços na área da mobili-dade inteligente. A Critical, para além da coordenação, foi responsável pela construção de dois elementos mar-cantes desta solução integradora: um middleware de abstração de fontes de dados heterogéneos e um sistema de infotainment desenhado especifica-mente para a área da mobilidade elétri-ca e denominado MobiCarInfo.

Após quatro anos, e com um volume de negócios crescente na área da mo-bilidade inteligente e sustentável, a Cri-tical Software continua a trabalhar com os seus clientes no desenvolvimento de novas soluções alicerçadas não apenas num percurso sólido de desenvolvi-mento tecnológico, mas acima de tudo num forte conhecimento da realidade dos modelos de negócio desta área tão aliciante e promissora.

*O autor escreve de acordo com a nova grafia.

www.criticalsoftware.com

MAGNUM CAP

INOVAÇÃO NOS MODELOS ENERGÉTICOS PARA A MOBILIDADE> JOSÉ HENRIQUES,

CEO DA MAGNUM CAP

A Magnum Cap é uma das principais empresas portuguesas de produção de equipamentos para distribuição, armazenamento e gestão de energia, sendo líder em Portugal na fabricação de soluções de carregamento de veículos eléctricos.

“A Critical Software construiu uma plataforma agregadora de sistemas de car-sharing, permitindo assim criar as externalidades necessárias a um marketplace que pretende juntar clientes e provedores de viaturas partilhadas.”

ware construiu uma plataforma agre- construiu uma plataforma agre-gadora de sistemas de car-sharing,permitindo assim criar as externali-dades necessárias a um marketplace que pretende juntar clientes e prove-dores de viaturas partilhadas.

A mobilidade inteligente é outra das áreas de atividade da Critical Softwa-

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DESTAQUE

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A área da mobilidade eléctrica repre-senta actualmente mais de 60 por cen-to da actividade da empresa, e mais de 80 por cento do seu orçamento de investigação e desenvolvimento. Os seus produtos são comercializados em 30 países, com destaque para o Brasil, Croácia, Espanha, França, Itália, Macau e Polónia. Refira-se que a Magnum Cap foi a empresa eleita para carregar os veículos eléctricos mais rápidos do mundo, o Volar-e e o Rimac Concept One, tendo sido igualmente escolhida, este ano, para carregar o primeiro veí-culo eléctrico a participar no Dakar.

Faz parte da missão da Magnum Cap acelerar a transição mundial para a adopção eficiente de energias limpas e sustentáveis. Neste sentido, a empresa disponibiliza uma gama completa de produtos para carregamento de veícu-los eléctricos, incluindo soluções de car-regamento de veículos de duas e quatro rodas, sistemas de carregamento normal para utilização pública, carregamento privado em casa ou condomínios, e sis-temas de carregamento rápido.

A própria empresa conta com uma fro-ta de seis veículos eléctricos ligeiros de quatro rodas e dois veículos de duas ro-das, com mais de 300.000 quilómetros percorridos, o que corresponde a uma poupança de cerca de 26 mil euros em combustível e 36 toneladas de CO2 não emitido. Para além da utilização cativa da mobilidade eléctrica, a Magnum Cap utiliza ainda energia solar na sua unidade de produção e no carregamento dos ve-ículos enquanto parqueados na fábrica.

Muito mais do que uma evolução na motorização do automóvel, um veícu-lo eléctrico é uma revolução na forma como a mobilidade individual se integra na dinâmica diária e de desenvolvimen-to das cidades e da humanidade. Ao carregar a partir da rede eléctrica, um

VE poderá ser reabastecido em casa, na rua ou em parques de estacionamento, com custos de utilização muito infe-riores aos veículos convencionais, e/ou tirando partido da energia produzida através de fontes renováveis, ao mesmo tempo que preserva o ambiente, reduz as emissões de CO2, gases nocivos, maus cheiros e ruído nas cidades.

A empresa tem em processo de finali-zação o desenvolvimento de sistemas bidirecionais de carga e descarga, permi-tindo a interligação do veículo eléctrico com a rede ou com a casa, tornando o veículo uma parte integrante desta e po-dendo funcionar como consumidor ou produtor, mediante vários critérios. Tais sistemas poderão ser também particular-mente importantes na complementari-dade de soluções de autoconsumo base-adas em fontes de produção renovável, relativamente às quais um VE poderá ser utilizado como armazém de energia, absorvendo a produção em excesso, po-dendo fornecer energia ao edifício em períodos de maior consumo e menor produção, e abrindo caminho a novos modelos energéticos, mais sustentáveis e mais distribuídos, capazes de mudar o paradigma energético actual.

www.magnumcap.com

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DESTAQUE

// Janeiro 15 // Portugalglobal26

MOBILIDADE ELÉCTRICAOS TRANSPORTES DO FUTUROPortugal está a apostar cada vez mais em novos modelos energéticos para a mobilidade, que visam melhorar a nossa qualidade de vida a vários níveis, incluindo a vida nas cidades. Com este objectivo são lançados regularmente novos veículos eléctricos no mercado português, tanto de origem nacional como internacional. Estes transportes do futuro caracterizam-se pela inovação tecnológica e funcional, permitindo-nos construir um futuro energética e ambientalmente sustentável.

O Caetano 2500EL é o primeiro auto-carro eléctrico 100 por cento português, tendo sido desenhado e produzido pela Caetano Bus. Após a sua apresentação em 2011, foram realizadas demonstra-ções e testes em algumas cidades eu-ropeias. Recentemente, a Caetano Bus desenvolveu uma nova solução para uso

A Órbita é uma empresa portuguesa que se dedica à produção de bicicletas, tendo sido a primeira a produzir bicicletas eléctricas em Portugal. Ao longo dos anos, criou vários modelos distintos de bicicletas eléctricas com diferentes características, de modo a responder às exigências dos seus clientes. Para comemorar os seus 44 anos de existência, lançou um novo modelo totalmente inovador, com mais força (quatro níveis), mais autonomia (60/100 km) e uma bateria mais duradora (1.000 cargas).

Órbitawww.orbitabikes.com

exclusivo em aeroportos – o E.COBUS. O modelo já esteve em operação pela Portway nos aeroportos de Lisboa e do Porto com o objectivo de comprovar a sua tecnologia e fiabilidade operacional. Tem feito ainda demonstrações em alguns dos principais aeroportos europeus e ga-nhou recentemente um concurso para

o fabrico de seis unidades 100 por cento eléctricas para o aeroporto de Estugarda. Cada autocarro tem em média capacida-de para 112 pessoas e uma autonomia mínima de 100 quilómetros sem recarga de baterias.

Caetano Buswww.caetanobus.pt

O primeiro autocarro eléctrico 100 por cento português

Bicicletas eléctricas produzidas em Portugal

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DESTAQUE

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Scooter Eléctrica BMW C Evolution

A BMW iniciou em 2014 a produção da sua primeira scooter 100 por cento eléctrica, a C Evolution, com uma velocidade máxima de 120 km/h e uma bateria com capacidade de 8 kW/h. Esta scooter dispõe de um sistema inteligente de recuperação da energia e oferece quatro modos de condução: Estrada, Eco Pro, Sail e Dinâmico. A C Evolution proporciona emoções fortes, em silêncio e sem poluição.

BMW Portugalwww.bmw.pt

Projecto FST Novabase Primeiro Fórmula 1 Eléctrico Português

O Instituto Superior Técnico (IST) desenvolveu o primeiro car-ro de Fórmula 1 eléctrico português. Posteriormente, a equi-pa desenvolveu um segundo modelo mais inovador. Entre as especificações técnicas deste segundo modelo estão o chas-sis monocoque integral de fibra de carbono e o peso total de 200 kg. Na aceleração, atinge os 100 km/h em 2,8 segundos, sendo que o modelo anterior demorava quatro segundos. Ambos os carros participaram em várias corridas interna-cionais, tendo registado excelentes resultados, havendo no entanto problemas técnicos a resolver. Actualmente a equi-pa está a desenvolver um terceiro automóvel com diversos melhoramentos, que será lançado em Maio deste ano.

Projecto FST Novabasehttp://fst.ist.utl.pt

Soluções inovadoras de Mobilidade Eléctrica sénior

A EGIRO é uma empresa portuguesa focada em soluções inovadoras que permitem uma maior mobilidade do público sénior. Disponibiliza uma variada gama de cadeiras de rodas eléctricas, composta por cinco modelos distintos e que se adaptam às necessidades de cada um. Esta empresa que aposta em soluções de mobilidade eléctrica apelativas e de alta qualidade, disponibiliza ainda scooters de mobilidade, elevadores de escadas, plataformas elevatórias, soluções para o banho e poltronas reclináveis e elevatórias.

EGIROwww.egiro.pt

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DESTAQUE

// Janeiro 15 // Portugalglobal28

BMW i3O BMW i3 apresenta um design visionário e oferece uma experiência de condução isenta de emissões e praticamente inaudível. O seu espaço interior é bastante generoso e caracteriza-se por acabamen-tos com materiais nobres e sustentáveis. Este au-tomóvel prima pelo conforto, disponibilizando um elevado número de serviços de apoio inovadores.

Mercedes Classe B Electric DriveO novo mercedes Classe B Electric Drive chegou a Portugal este ano e oferece-lhe um prazer de con-dução ímpar. A condução silenciosa e sem emis-sões do novo Classe B é assegurada por um motor eléctrico de 132 kW (180 cavalos), o que permite chegar aos 100 km/h em apenas 7,9 segundos. Este veículo tem uma autonomia de 200 quiló-metros e disponibiliza três modos de condução: Economy Plus, Economy e Sport.

Nissan Leaf Com o Nissan Leaf, a condução 100 por cento eléc-trica alcançou um novo nível de emoção e comodi-dade. Disponível em três versões e com inovadoras características, que permitem um maior conforto. Este automóvel eléctrico possibilita ainda uma ace-leração dinâmica e velocidades de auto-estrada.

Peugeot iOn O Peugeot iOn é um automóvel eléctrico de pe-quenas dimensões, que se insere facilmente na cir-culação urbana. O seu carácter e a sua vivacidade asseguram-lhe presença e consideração no meio do tráfego. Este veículo oferece-lhe desempenhos úni-cos, com zero emissões poluentes e zero emissões de CO2.

Renault Zoe O Renault Zoe é um veículo ecológico, sem emis-sões poluentes. Com características ímpares, este exemplar revoluciona o sector dos automóveis eléctricos e adapta-se facilmente ao meio urbano. Uma opção inovadora e amiga do ambiente.

Automóveis Eléctricos

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PortugalnewsPromova a sua empresa junto de 19 mil destinatários em Portugal e nos mercados externos.

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ROADSHOW PORTUGAL GLOBAL

// Janeiro 15 // Portugalglobal30

5º SESSÃO DO ROADSHOW PORTUGAL GLOBAL

A FORÇA EXPORTADORA DE AVEIRO

Tal como aconteceu nas cidades e re-giões já percorridas pelo Roadshow da AICEP – Leiria, Braga, Coimbra e Guarda já receberam o evento e até Setembro mais oito vão receber o Por-tugal Global –, esta é uma iniciativa orientada para a identificação e gera-ção de oportunidades reais de negócio, que pretende dar um maior impulso às exportações e à internacionalização da

A iniciativa da AICEP, Roadshow Portugal Global, teve a sua primeira edição do ano em Aveiro, nas instalações da AIDA - Associação Industrial do Distrito de Aveiro, no dia 20 de Janeiro. A sessão plenária contou com a participação de Paulo Portas, Vice-primeiro-ministro, e do presidente da AICEP, Miguel Frasquilho, e ainda com o representante da Agência no Reino Unido, Miguel Fontoura, e a representante do Senegal, Aida Wane, Directora-geral Adjunta da APIX, e instituições parceiras e empresas convidadas. O numeroso público empresarial presente na sessão, assim como nas reuniões bilaterais promovidas no âmbito do evento, realça bem a importância da região de Aveiro na exportação e o interesse das suas empresas nestes mercados.

economia portuguesa através de uma política de proximidade às empresas, da qual faz parte a visita de represen-tantes da AICEP a unidades fabris ino-vadoras e exportadoras.

A escolha do distrito de Aveiro tem que ver não só com a presença de uma das lojas de Exportação da AICEP ali situada, mas sobretudo porque Aveiro destaca-se,

aparecendo no terceiro lugar dos distritos com mais PME Excelência 2014, logo a seguir ao Porto e Lis-boa, com 240 empresas distinguidas.

A AICEP aproveitou ainda o primeiro Roadshow do ano para realizar uma ses-são de esclarecimento sobre os progra-mas de apoio à internacionalização no âmbito do programa Portugal 2020.

Clique na imagem para ver o video do evento

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ROADSHOW PORTUGAL GLOBAL

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Porquê o Reino Unido

MERCADOS EM FOCONos dois mercados que estiveram em debate em Aveiro, a AICEP identificou, através do seu responsável no Reino Unido, Miguel Fontoura, as oportunidades de negócio para as empresas portuguesas do sector Casa, e através da representante do Senegal foram analisadas as oportunidades em sectores como a Construção e Obras Públicas, Ambiente e Energia.

Mercado muito competitivo, maduro, exigente e sofisticado, plataforma de acesso privilegiado aos países da Com-monwealth, o Reino Unido é um par-ceiro comercial estratégico para Portu-gal. É o 5º principal mercado de expor-tação de bens e o 1º de serviços. Tem ainda elevado potencial por explorar, sobretudo para produtos inovadores e de elevada incorporação tecnológica.

As vendas para este mercado aumenta-ram cerca de 10 por cento em 2013 e re-gistaram, entre Janeiro e Julho de 2014, um acréscimo de 15 por cento, por com-paração com o período homólogo.   

As empresas do distrito de Aveiro são fortes no sector Casa com uma ofer-

Porquê o Senegal

O Senegal, importador de bens de pro-dução, de consumo e de investimento, oferece inúmeras oportunidades de ne-gócio, em particular de investimento em condições vantajosas, para as empresas portuguesas. Grande potencial ainda por explorar nos grandes projectos em concurso nos sectores dos Transportes, Construção e Obras Públicas, Ambiente, Energia e privatizações em curso, muitos dos quais beneficiam de financiamentos concedidos por entidades multilaterais.

A estabilidade política e a vantajosa posição geográfica fazem do Sene-

gal uma importante plataforma económica para o acesso a pa-íses limítrofes.

Para falar sobre o mercado e as suas oportunidades esteve Aida Wane, representante da

ta completa que vai do mobiliário, à iluminação, passando pela decoração e revestimentos. Aveiro oferece quali-dade, inovação, design e preço. Van-tagens competitivas apreciadas pelo mercado inglês e que muitas empresas do distrito de Aveiro já oferecem aos consumidores do Reino Unido.

No distrito de Aveiro, o director da AICEP em Londres, Miguel Fontou-ra, focou os sectores da fileira Casa porque aumentar as vendas para este mercado de 64 milhões de consumi-dores, onde se destaca uma classe média/alta com um dos mais eleva-dos poderes de compra do mundo, constitui uma oportunidade e uma prioridade nacional. 

APIX, congénere senegalesa da AICEP. Refira-se que no âmbito da diploma-cia económica os esforços no sentido de dar maior ênfase ao potencial eco-nómico do mercado senegalês intensi-ficaram-se, tendo sido assinados dois importantes instrumentos facilitadores desse aprofundamento: a Convenção para Evitar a Dupla Tributação e o Acor-do de Promoção e Protecção Recíproca de Investimentos.

A comunidade empresarial de Aveiro en-cara o Senegal como uma aposta de fu-turo, apresentando pedidos de informa-ção crescentes em relação a este merca-do. Nesta sessão do Roadshow Portugal Global foram identificados os principais projectos em curso e as janelas de opor-tunidade que se abrem às empresas por-tuguesas nos sectores em análise.

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ROADSHOW PORTUGAL GLOBAL

// Janeiro 15 // Portugalglobal32

“O Senegal é uma terra de oportunidades, sendo um exemplo disso os seus inúmeros mercados. É o principal exportador afri-cano para o mercado eu-ropeu, para países como o Reino Unido, a Alema-

nha e a França. Está em for-te crescimento económico e o

seu ambiente económico é extre-mamente favorável à entrada de novas empresas, prin-cipalmente portuguesas. Actualmente, encontram-se a decorrer cinco projectos liderados por portugueses nos sectores da construção, da agricultura, da pesca e das peles. É visível que o Senegal encerra boas oportunida-des de negócio para as empresas portuguesas.”

Aida Wane, Directora-Geral Adjunta da APIX

“O Reino Unido é um mercado de exportação de grande volume de con-sumo, onde há inúmeras maneiras de vender e mui-to intervenientes envol-vidos no processo, sendo fundamental para as em-

presas portuguesas conhece-rem profundamente o merca-

do. As principais tendências de consumo são as ‘Pop Up Stores’, lojas com contratos de curta duração, que podem ir até aos seis meses; as Britain Connected, lojas de reta-lho onde se pode comprar pela internet qualquer hora do dia e levantar o produto na loja; e o Box Park, parque de contentores sofisticado no leste de Londres onde as em-presas expõem os seus produtos e têm contratos de curta duração que podem ir até aos seis meses. As principais vantagens do Box Park são os custos mais reduzidos de entrada no mercado e saber se o seu produto interessa aos consumidores britânicos. Existem já inúmeras empre-sas portuguesas bem sucedidas neste parque.É ainda importante salientar que as empresas portugue-sas têm alguns pontos fortes reconhecidos no mercado do Reino Unido, como a elevada qualidade dos produ-tos, o preço competitivo e a produção flexível.”

Miguel Fontoura, Director da AICEP no Reino Unido

“O comportamento das empresas e das expor-tações em Portugal des-mente visivelmente os economistas que diziam que Portugal já tinha atingido a sua capacida-de máxima de exporta-

ção. Terminámos este ano dois por cento acima do me-

lhor ano de sempre, que foi 2013. Ou seja, 2014 foi o melhor ano de sempre. A economia portuguesa tem sectores exportadores extremamente fortes e competitivos, que ao longo dos anos ganharam quotas e nichos de mercado, onde estão solidamente an-corados. Assim, é visível que a comunidade empresarial exportadora de Portugal é bastante dinâmica, o que per-mite que Portugal continue a crescer ao nível das expor-tações. O papel das empresas exportadoras foi funda-mental na diversificação dos mercados, pois quando os mercados tradicionais estavam estagnados, procuraram outras opções de exportação, como a China, Angola, Ar-gélia e Canadá. Para finalizar, é importante referir que o distrito de Aveiro está entre os mais dinâmicos nas expor-tações nacionais, pois exporta 5.700 milhões de euros em bens. Ao longo deste ano, a AICEP irá acompanhar ainda mais subsectores exportadores por sectores e visitar mais mercados, entre os quais os mercados da África Ociden-tal, onde a AICEP reforçará a sua presença.”

Paulo Portas, Vice-Primeiro-ministro

“Os valores das exporta-ções portuguesas partem do trabalho extraordiná-rio e laborioso que as em-presas têm feito ano após ano. A maior parte das nossas empresas foram capazes de reinventar os

seus próprios negócios e pro-curar mercados lá fora. A região

de Aveiro é exemplar no que diz respeito à exportação. Existem exemplos excepcionais de empresas que exportam para mercados de todo o mun-do. O panorama da exportação portuguesa revela que existem 120 grandes empresas responsáveis por 50 por cento das exportações. Enquanto as pequenas e médias empresas representam 35 por cento, sendo essencial o apoio da AICEP e dos Roadshows. Para além das exporta-ções, é importante abordar o tema da atracção de investi-mento em Portugal, em que é fundamental convencer os investidores internacionais a investirem no país através da criação das melhores condições para o fazerem.”

Pedro Ortigão Correia, Administrador da AICEP

O Roadshow em AveiroHIGHLIGHTS

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ROADSHOW PORTUGAL GLOBAL

Portugalglobal // Janeiro 15 // 33

“É com o maior gosto que a AICEP or-ganiza mais uma sessão do Roadshow Portugal Global, que já teve lugar em Leiria, Braga, Coimbra, Guarda, e hoje, aqui em Aveiro. Estaremos presentes em mais sete distritos, terminando esta primeira edição do programa no Porto, em Setembro de 2015.

Aqui em Aveiro focamos a nossa aten-ção em dois mercados e em temáticas de grande relevo relacionadas com o comércio internacional. Com este Road-Road-show pretendemos ajudar a reforçar as

ROADSHOW PORTUGAL GLOBAL EM AVEIRO

“ PORTUGAL É HOJE UM PAÍS MAIS COMPETITIVO E MAIS INTEGRADO NA ECONOMIA GLOBAL”

> EXCERTOS DO DISCURSO DE ABERTURA DE MIGUEL FRASQUILHO, PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA AICEP

exportações e os processos de interna-cionalização das empresas da região.

Pretendemos dar destaque às opor-tunidades de negócio no sector da casa no Reino Unido e nos sectores da Construção e Obras Públicas, Ambien-te e Energia no Senegal. Nestes merca-dos existem oportunidades de negócio adequadas a um tecido empresarial ex-periente, sofisticado e capaz de encarar vários tipos de mercados.

Face à crise e ao encolhimento do mer-cado interno, os empresários portu-

gueses estabeleceram e reforçaram as suas estratégias de internacionalização, permitindo que as relações económicas entre Portugal e o mundo conheçam um acentuado desenvolvimento. E os resultados estão à vista de todos.

São já mais de 40 mil as empresas por-tuguesas que exportam os seus bens e serviços para um crescente número de mercados, permitindo que as exporta-ções se situem perto dos 40 por cento do PIB. Actualmente, as nossas expor-tações para os mercados extracomuni-tários atingem cerca de 30 por cento do total, mais 10 por cento do que o verificado em 2008. Em 2012 e 2013, a balança externa portuguesa tornou-se positiva, uma situação totalmente distinta da tendência verificada nas úl-timas décadas.

Temos, portanto, mais empresas portu-guesas a vender os seus produtos e ser-viços em mais mercados, provando que o made in Portugal é hoje um activo reconhecido internacionalmente.

Os conjuntos de reformas que foram empreendidos em diversos domínios da nossa economia tornaram-nos mais competitivos, contribuindo para que Por-tugal reconquistasse a sua credibilidade internacional e seja hoje encarado como um país de confiança. Em suma, Portugal é hoje um país mais competitivo e mais integrado na economia global.

Na vertente da internacionalização, é preciso consolidarmos a nossa actu-ação nos países onde já estamos pre-sentes e encontrar oportunidades em novos mercados.

A AICEP está totalmente empenhada na internacionalização das empresas portu-guesas e, por isso, o nosso novo Plano Estratégico alarga o âmbito de cobertu-ra da nossa rede externa a 12 novos pa-íses. Assim, pretendemos acompanhar 65 mercados até ao final de 2016.

E reforçamos, ainda, a nossa atenção na captação de investimento, porque só captando investimento será possível sus-tentar a internacionalização das empresas e o crescimento das exportações.”

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EMPRESAS

// Janeiro 15 // Portugalglobal34

Especializada em têxteis técnicos, a Endutex exporta 80 por cento da produção e tem filiais nos principais mercados europeus, no Brasil e, mais recentemente, nos Estados Unidos. A empresa tem igualmente a investido na diversificação das áreas de negócio, concretamente no turismo, com a abertura de hotéis em Portugal e no Brasil.

ENDUTEX VOCAÇÃO PARA EXPORTAR

A Endutex Revestimentos nasceu em 1970 dentro de um grupo com uma forte componente têxtil e onde a em-presa representava um tipo de aca-bamento inovador para a época, no-meadamente nos plastificados e nos couros sintéticos.

Actualmente, esta actividade de reves-timentos têxteis em PVC e PU continua a ser o core business do Grupo, que tem sede em Vilarinho (Santo Tirso), uma filial também de produção no Bra-sil e escritórios/armazéns de distribui-ção em vários pontos da Europa.

A Endutex Revestimentos (Portugal, Bra-sil e demais filiais comerciais) emprega cerca de 470 pessoas e trabalha com vários sectores de actividade tais como o sector automóvel, impressão digital, ves-tuário de protecção, estofos e calçado, arquitectura têxtil, têxtil-lar, entre outros.

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EMPRESAS

Portugalglobal // Janeiro 15 // 35

EndutexRevestimentos Têxteis SA

Rua de Baiona, 22 4795-784 Vilarinho St. Tirso - PortugalTel.: +351 253 489 500Fax: +351 253 584 522

[email protected]

www.endutex.pt

Paralelamente, a Endutex Revestimentos tem vindo a desenvolver uma política de verticalização a montante com a produ-ção das malhas e telas que são posterior-mente usadas nos revestimentos.

“Procuramos ser uma empresa rentá-vel, assegurando assim a continuidade do nosso Grupo e dos colaboradores, assim como a confiança dos accionis-tas. O objectivo passa por uma forte componente de I&D, oferecendo arti-gos competitivos em preço, mas ino-vadores e com melhor qualidade e/ou desempenho funcional”, afirma Vitor Abreu, presidente do conselho de ad-ministração da Endutex.

De acordo com o mesmo responsá-vel, o Grupo apresenta bons resulta-dos e níveis de autonomia financeira superiores a 60 por cento, atingindo uma facturação anual da ordem dos 80 milhões de euros. De sublinhar que 80 por cento das vendas são realizadas no mercado externo, o que demonstra a importância que as exportações e a internacionalização assumem para o Grupo, que tem fi-liais em Espanha, Brasil, Polónia, Re-pública Checa, Hungria, Alemanha e, agora, EUA.

“Este trajecto [de internacionalização] teve início há mais de 20 anos, na al-tura com a nossa primeira experiência que foi a Endutex Ibérica. Com os pés bem assentes no chão queremos con-solidar e prosseguir esta rota de in-ternacionalização porque acreditamos que é o que melhor serve a nossa es-tratégia comercial”, conta Vitor Abreu, adiantando que a mais recente aposta do Grupo foi a abertura de um escri-tório e armazém de distribuição nos Estados Unidos.

O presidente da Endutex revela ainda que um dos principais projectos em curso na área produtiva da empresa é a instalação de um novo equipa-mento que permite fazer acabamen-tos especiais sobre têxteis até 500 cm de largura.

Uma aposta na hotelariaSeguindo uma estratégia de diversifi-cação das áreas de negócio, a Endutex

Alegre, no antigo cinema Astor, num investimento que ronda os oito mi-lhões de euros.

Todos os hotéis inaugurados pelo gru-po Endutex passarão a ter a marca Moov Hotel, lançada oficialmente no início de 2015. As primeiras unidades que receberam a nova designação fo-ram os B&B Hotéis do Grupo no Porto e em Évora, os primeiros investimentos da Endutex no sector hoteleiro, em 2011 e 2013, numa aposta do grupo nesta área de negócio.

prepara-se para investir 34 milhões de euros no sector hoteleiro em Portugal e no Brasil. O investimento será reali-zado na construção de cinco novos ho-téis, com a marca Moov Hotel, três dos quais no mercado nacional e os restan-tes no sudeste brasileiro.

O primeiro empreendimento deverá abrir portas já em Junho de 2015, na Quinta das Sedas, em Matosinhos. Para 2016, está prevista a abertura de duas novas unidades: uma em Oeiras e a outra em Curitiba, no Brasil, a pri-meira abertura além-fronteiras. O ano de 2017 será marcado, também, pela inauguração de dois novos empreen-dimentos hoteleiros. Em Maio, em Lis-boa, na zona do Parque das Nações, deverá nascer um novo Moov Hotel, num investimento que ronda os 10 milhões de euros. Está ainda prevista a inauguração do segundo empreen-dimento no Brasil, desta vez em Porto

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MERCADOS

// Janeiro 15 // Portugalglobal36

O relacionamento entre Portugal e o Brasil é, além de histórico, caracterizado pelos relevantes fluxos comerciais e de investimento entre ambos os países. Portugal é reconhecido neste país pelos bens, na sua maioria, ligados ao chamado “mercado da saudade”, mas nos últimos anos têm sido as empresas ligadas aos serviços a impor-se neste exigente e sofisticado mercado.O Embaixador de Portugal em Brasília, Francisco Ribeiro Telles, e o director do Centro de Negócios da AICEP em São Paulo, Carlos Moura, traçam o perfil de um mercado onde são vastas as oportunidades de negócio para as empresas portuguesas.Neste dossier, conheça também o testemunho de algumas empresas portuguesas com sucesso no mercado brasileiro: ASL & Associados, BTOC, Get2C, MEGAJOULE, Psiengine, Rangel e TIS.Ainda de salientar a tecnologia e inovação do mobi.me, um projecto do CEIIA que chegou já a várias cidades do Brasil, explicado em artigo publicado no Destaque desta edição da Portugalglobal.

BRASILUM MUNDO DE OPORTUNIDADES

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MERCADOS

Portugalglobal // Janeiro 15 // 37

“O Brasil ocupa um lugar

de destaque na diplomacia

económica portuguesa, fruto

não só da actual conjuntura

nacional e internacional,

mas também da crescente

especialização dos nossos

exportadores em sectores de

elevado valor-acrescentado.”

em sectores de elevado valor-acrescenta-do. O aprofundamento das nossas rela-ções económicas institucionais permitiu recentemente a conclusão de Acordos com inegável contributo para as ope-rações das empresas nacionais neste mercado, como o Memorando de En-tendimento (MdE) no domínio do azeite de oliva, e o MdE para a promoção e a cooperação no domínio dos produtos frutícolas, e as trocas comerciais têm-se intensificado e diversificado.

Os sinais que vêm do novo governo bra-sileiro apontam para uma maior aber-tura das relações económicas do Brasil com o mundo. Seja no âmbito de um futuro Acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul, seja a nível bilateral, Portugal é um parceiro estratégico para o Brasil. O nosso país dispõe de activos mundialmente reconhecidos na van-guarda da economia do conhecimento que permitem ao Brasil operar proces-sos de catching-up na sua indústria e subir na cadeia de valor internacional.

O Brasil continua a oferecer boas pers-pectivas para a internacionalização das nossas empresas. O investimento directo entre os dois países tem ganho novo fôle-go nos últimos anos, reforçando a nossa presença neste mercado, da construção à energia, passando pelo agro-negócio, o turismo e os serviços. Actualmente, estão instaladas no Brasil mais de 600 empre-sas portuguesas, onde empregam cerca de 110 mil trabalhadores. Boa parte das maiores empresas nacionais – Galp, EDP, CEIIA, TAP, Martifer, Teixeira Duarte, Mota Engil, Soares da Costa, Logoplas-te, Sonae Sierra, Grupo Pestana, Porto

Portugal ultrapassou, através de um exi-gente programa de ajustamento, uma das crises mais profundas de que há memória recente. Ao direccionar a nossa economia para novos rumos, esta crise também criou oportunidades que nos aproximaram ainda mais do Brasil. Há quase três anos como Embaixador no Brasil, testemunho diariamente a intensi-dade das nossas relações com este gran-de país. Como disse a Presidente Dilma em visita a Portugal em 2013: “em cada esquina, a gente vê um parente!”.

Partilhamos uma língua e uma história comuns, fortes laços económicos, cultu-rais e afectivos, mas também novos de-safios. Costumo dizer que o Brasil está a redescobrir Portugal. Desde logo pela presença da nossa Comunidade, espalha-da pelos quatro cantos do país, que é um exemplo de sucesso e de integração na sociedade brasileira. Mas também pela voz dos nossos artistas, pelos testemu-nhos dos mais de 5.500 estudantes bra-sileiros a frequentar universidades portu-guesas, pela excelência dos nossos cen-tros de investigação, pelas qualificações dos nossos profissionais, pela vanguarda das nossas empresas, pelos sabores dos nossos produtos, pelas recordações tra-zidas por mais de um milhão de turistas brasileiros que visitam o nosso país anual-mente. Hoje, o Brasil é o sexto maior mer-cado emissor de turistas estrangeiros para Portugal, e o primeiro fora da Europa.

Da nossa parte, e em parceria com a AICEP, a nossa rede consular e as 13 Câmaras de Comércio espalhadas por todo o país, procuramos dar a conhe-cer ao Brasil o que de melhor se produz

PORTUGAL E O BRASILJUNTOS A CRIAR VALOR>POR FRANCISCO RIBEIRO TELLES, EMBAIXADOR DE PORTUGAL

As relações entre Portugal e o Brasil pautam-se por recorrentes ciclos de aprofundamento e de actualização, que resultam numa aproximação crescente entre os nossos países e os nossos povos.

em Portugal, através da promoção dos fluxos de exportação e de investimen-to, e do apoio à projecção das nossas empresas, bens e serviços.

O Brasil ocupa um lugar de destaque na diplomacia económica portuguesa, fruto não só da actual conjuntura nacional e internacional, mas também da crescente especialização dos nossos exportadores

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MERCADOS

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Bay, Vila Galé, Grupo Grão Pará, Gallo, Sovena, Unicer, NORS, CGD, Millennium, Banif – estão presentes no Brasil.

Em sentido inverso, as empresas brasilei-ras olham cada vez mais Portugal, não apenas como uma “porta de entrada para o mercado europeu”, mas também como plataforma logística e de negócios para atingir mais de um continente. Con-ceituadas empresas brasileiras como a Embraer, a Camargo Corrêa ou a Globo não escondem as vantagens da escolha de Portugal para ali se instalarem.

Neste contexto, uma referência tam-bém à participação do Brasil no Progra-ma de vistos gold, ocupando a 2ª po-sição, com 53 autorizações concedidas e perto de 50 milhões de euros investi-dos. Trata-se de um inegável contributo para a recuperação do mercado imobi-liário português.

No turismo, o aeroporto de Lisboa fun-ciona cada vez mais como placa girató-ria para os brasileiros que viajam para a Europa, aproveitando o número cres-cente de voos oferecidos pela TAP, que são já 81 voos semanais directos entre Portugal e 12 cidades brasileiras.

No plano político, as visitas e os encon-tros aos mais diversos níveis reforçam as nossas relações e fixam os novos de-

safios: responder aos anseios dos nos-sos cidadãos.

Da última Cimeira luso-brasileira, que teve lugar em Lisboa, a 10 de Junho de 2013, destaco, pelo seu carácter inovador e a sua relevância para o futuro, o Acordo com o Biocant Park de Cantanhede, que se junta ao acordo de Cooperação com o Laboratório Ibérico Internacional de Na-notecnologia de Braga, ambos sinais cla-ros da aposta dos dois países em vencer os desafios tecnológicos do futuro.

um veículo eléctrico equipado com sis-tema de mobilidade inteligente.

Procurando a qualidade da tradição alia-da à excelência, estudam actualmente em universidades portuguesas 5.500 es-tudantes brasileiros. Com mais de 1.500 estudantes brasileiros, a Universidade de Coimbra é hoje a instituição de en-sino estrangeira com maior número de estudantes brasileiros fora do Brasil. É também a primeira universidade fora do Brasil a aceitar os resultados do ENEM (Exame Nacional de Ensino Médio brasi-leiro) para a inscrição de estudantes bra-sileiros nas suas faculdades, prática que se deverá estender em breve a todas as universidades públicas portuguesas.

Recordo também o Acordo assinado na última Cimeira entre o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e a Associação Nacional de Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Su-perior do Brasil que pretende agilizar os processos de reconhecimento e equiva-lência de diplomas entre universidades dos dois países.

Estes são apenas alguns exemplos de como as relações entre Portugal e o Brasil – intemporais e em contínua actualização –, se projectam cada vez mais para um futuro conjunto.

“O nosso país dispõe de activos

mundialmente reconhecidos

na vanguarda da economia do

conhecimento que permitem

ao Brasil operar processos de

catching-up na sua indústria

e subir na cadeia de valor

internacional.”

Também no capítulo da investigação e inovação, e prosseguindo o apoio à tecnologia portuguesa além-fronteiras, refiro o Protocolo que assinámos com o CEIIA (Centro para a Excelência e Ino-vação na Indústria Automóvel) para a colocação na Embaixada em Brasília de

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MERCADOS

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UM NOVO BRASIL A EXPLORAR>POR CARLOS MOURA, DIRECTOR DO CENTRO DE NEGÓCIOS DA AICEP NO BRASIL

Se este vasto mercado registou, na últi-ma década, taxas de crescimento muito superiores às verificadas nos últimos 30 anos, com indicadores francamente po-sitivos, a previsão de crescimento do PIB para 2015 e 2016, tal como a evolução de outras variáveis macroeconómicas (taxa de inflação, taxa de desemprego, ...) não são das mais animadoras.

Para Portugal, contudo, o Brasil é uma realidade constante em todos os aspec-tos. Mesmo que não se queira, os dois países estão intensamente ligados, há muito tempo, e não há forma de o ne-gar. Exemplos disso são as manifesta-ções na área cultural, literária, artística, musical, de arquitectura, empresarial, de turismo, etc., enfim, de Portugal no Brasil e do Brasil em Portugal.

Existe porém ainda um longo caminho a percorrer neste relacionamento tão real e verdadeiro.

Apesar do crescente conhecimento de parte a parte, potenciado pelo incremen-to do turismo na última década, em ter-mos económicos e empresariais, o Brasil ainda conhece pouco Portugal e Portugal ainda conhece pouco o Brasil. As causas deste desconhecimento mútuo não são aqui analisadas, mas entendo que das suas consequências poderemos retirar algumas ilações úteis para entender me-lhor o futuro deste relacionamento.

Portugal tem um posicionamento de destaque no mercado brasileiro, com forte presença nos produtos tradicio-nais, tais como os alimentares (com o azeite a liderar) e os vinhos, embora não seja ainda muito reconhecido en-quanto fornecedor de serviços (a em-presas) de excelência. Paradoxalmen-

O Brasil é um grande país, um grande mercado, repleto de oportunidades. Enquanto primeira economia da América Latina, e uma das dez maiores do mundo, assume um papel de liderança nesta região do mundo a todos os níveis.

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MERCADOS

// Janeiro 15 // Portugalglobal40

Dificuldades e desafios do mercado• Mercado proteccionista;

• Sistema fiscal complexo com impostos em cascata e elevada carga tributária (II, IPI, ICMS, COFINS, etc.);

• Elevadas taxas aduaneiras e Funcionamento das alfândegas, portos e afins;

• Especificações na rotulagem / etiquetagem em determinados produtos;

• Taxas de juro elevadas;

• Complexidade do sistema jurídico;

• Forte burocracia e morosidade;

• Mercado laboral caro, complexo e rígido com elevada rotatividade. Escassez de alguma mão-de-obra técnica e qualificada. Baixa produtividade;

• Custos de operação no país muito elevados;

• Diminuição da procura global de commodities;

• Grande desafio na melhoria da infra-estrutura existente;

• Mercado concorrencial;

• Diversidade de licenças e funcionamento de instituições como ANVISA (vigilância sanitária) e MAPA (Agricultura, Pecuária e Abastecimento);

• Diferenças culturais.

síduos, Ambiente, TIC, Arquitectura, Indústrias Criativas, Saúde, Educação, Serviços a Empresas (contabilidade, auditoria, qualidade, etc.) e Turismo. A este aspecto não será alheio o facto de a grande maioria das empresas portu-guesas que se instalaram no mercado nos últimos anos sejam justamente dos sectores acima referidos.

Mas quais são os motivos deste cres-cente sucesso dos serviços portugueses no mercado do Brasil?

A primeira explicação é a qualidade dos mesmos. Portugal tem-se vindo a afir-mar no mundo enquanto fornecedor de serviços de alta qualidade em vários dos sectores atrás referidos.

Por outro, as entregas que as empresas portuguesas tão bem fazem, cumprin-do os prazos.

O entendimento ou “tradução” das ne-cessidades das empresas brasileiras por parte das empresas portuguesas é outro

te, da análise da balança comercial de Portugal com o Brasil, detectamos, de imediato, um domínio da exportação de serviços face à exportação de bens. Sabemos contudo que o sector do tu-rismo/viagens representa muito nessa balança.

Encontramos ainda assim, de forma crescente no Brasil, serviços prestados por empresas portuguesas em variadís-simos segmentos da economia, nome-adamente nos sectores da Mobilidade Inteligente, Energias, Engenharia e Infra-estruturas, Tratamento de Re-

“Apesar do crescente

conhecimento de parte a parte,

potenciado pelo incremento

do turismo na última década,

em termos económicos e

empresariais, o Brasil ainda

conhece pouco Portugal

e Portugal ainda conhece

pouco o Brasil.”

dos factores recorrentemente apontados.Por fim, todos estes factores têm um grande aliado: o custo competitivo dos serviços e especialistas portugueses.

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MERCADOS

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Neste contexto não poderemos dei-xar de referir a importância do forte fluxo de emigração de altos quadros qualificados de Portugal para o Brasil, ao longo dos últimos cinco anos, em especial para a cidade de São Paulo. Cada vez mais, os executivos portu-gueses se afirmam no mercado bra-sileiro. Apesar de ainda não estarmos no patamar de promoção e imagem desejados, hoje, no Brasil, quando se fala de Portugal não se fala somen-te no bacalhau, no azeite e no Fado. Há uma crescente associação às em-presas portuguesas, aos executivos portugueses, às soluções inovadoras portuguesas e ao state of the art que Portugal é aos olhos dos brasileiros que nos visitam.

No Brasil, a AICEP, com escritórios em São Paulo e no Rio de Janeiro, para além do habitual trabalho desenvolvi-

• Estudar muito bem o mercado em que pretende actuar, antes de tomar qualquer decisão. É muito importan-te ter em consideração que não é um mercado de fácil penetração.

• Analisar e identificar a região (Esta-do) mais adequada ao seu negócio.

• Ter em atenção a diversidade jurí-dica, legislativa, fiscal, logística e cultural entre os vários Estados.

• Planear com rigor o negócio e iden-tificar bem o segmento-alvo.

• Questionar: O meu produto vende-se? Tenho preço? Há produção lo-cal? Quem são os países concorren-tes? Quem são as marcas/empresas concorrentes? Em quanto ficam os direitos aduaneiros? Quem são os potenciais parceiros? Quais os im-postos ao consumo? Quais são as principais feiras para promoção do meu produto? Quem são os princi-pais importadores e distribuidores? Devo criar uma empresa local? Etc.

• Obter o máximo de informações sobre os potenciais parceiros de negócios.

• Ter em consideração que o mercado brasileiro é sofisticado e exigente.

• Ter presença constante no mer-cado (acompanhamento próximo das operações). É difícil trabalhar o mercado brasileiro à distância.

• Ter obrigatoriamente assessoria jurídica.

• Necessidade de ter músculo finan-ceiro uma vez que os resultados demoram a acontecer.

• Participar em feiras e missões.

• Ter presente que, apesar da pro-ximidade cultural e da língua, o mundo dos negócios é diferente de Portugal.

• Ter em atenção que a concepção do espaço e do tempo é diferente.

• Existe um natural calor humano e de receptividade únicos no mundo.

• Existe uma certa informalidade no clima de negócios, até certa fami-liaridade, mas não em demasia.

• O ritmo e a dinâmica nos negócios no Brasil são diferentes.

• É um mercado onde tudo é difícil mas nada é impossível.

• Ser persistente, paciente… e não desistir.

Sugestões de abordagem ao mercado

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MERCADOS

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do no apoio à internacionalização das empresas portuguesas e à dinamiza-ção dos processos de exportação, tem vindo a afinar a sua estratégia de actuação com uma componen-te de diversificação regional (Ceará, Pernambuco, Minas Gerais, DF, etc.) e sectorial (mobilidade inteligente, engenharia e ambiente, arquitectura, etc.), nunca descurando a importân-cia eixo Rio – São Paulo, onde existe a maior concentração de empresas portuguesas, nem o acompanhamen-to prestado aos sectores tradicionais, que representam muito na nossa ba-lança e se têm sabido reinventar e manter competitivos.

Paralelamente, e com muita atenção, a AICEP Brasil tem vindo a focalizar crescentemente a sua actuação na captação de investimento brasilei-ro para Portugal, particularmente o estruturante e de matriz industrial. Temos vindo a ver reconhecidas, por parte de empresários brasileiros, as caraterísticas únicas e o potencial que Portugal apresenta, por exemplo, en-quanto plataforma de acesso aos mer-cados europeu e africano.

Por último, importa fazer referência ao êxito de outra das prioridades da AICEP no Brasil no que diz respeito à atracção de investimento para Portu-gal, o Regime ARI - Autorização de Residência para Actividade de Investi-mento. O Brasil assumiu, desde o lan-çamento desta iniciativa em 2012, um papel de destaque tendo, até Dezem-bro de 2014, sido atribuídas 66 auto-rizações de residência a investidores brasileiros que canalizaram recursos para a economia portuguesa. O país encontra-se, de resto, na segunda po-sição em termos globais neste progra-ma, logo a seguir à China.

ENERGIA

Alguns dados

• O Brasil tem o terceiro maior potencial hidroeléctrico do mundo;

• Condições climáticas extremamente favoráveis para o desenvolvimento da geração eólica;

• É um dos líderes globais na produção de electricidade com fonte na biomassa;

• Conta com a sexta maior reserva de urânio do planeta;

• Está entre as 20 maiores reservas de carvão;

• Pode tornar-se um dos dez principais produtores globais de petróleo e gás natural, com as descobertas da camada do Pré-sal;

sobretudo às condições hidrológicas desfavoráveis, o consumo de energia elétrica foi feito a partir geração térmica, principalmente das centrais movidas a carvão mineral (+75,7%).

• A energia eólica teve um acréscimo de 30,2 na geração de electricidade.

Sabia que...

• É o segundo maior produtor de etanol e biodiesel.

• O Brasil é um dos principais países do mundo na produção de energias renováveis. Cerca de 45% da energia utilizada no país é proveniente de fontes renováveis, um dos maiores índices entre os países industrializados.

Matriz Energética

• Em 2013, o consumo de energia eléctrica no país aumentou cerca de 3,6%.

• Com a redução de 5,4% da oferta de energia hidráulica, devido

• Em 2013 a participação das energias renováveis na matriz eléctrica brasileira foi de 79,3%.

• Até 2020, será investido um bilião de reais no sector, sendo mais de metade deste valor em petróleo e gás.

Política Energética

• O governo brasileiro pretende realizar mais investimentos para aumentar a produção energética.

• Em 2013, o Brasil ainda não era auto-suficiente em termos energéticos. Espera-se que nos próximos anos essa auto-suficiência seja atingida e o país se torne um exportador de energia, atingindo em 2020 um excedente de produção de 35,6%.

• Espera-se que o petróleo seja cada vez menos importante na matriz energética brasileira, passando de 36,9% do total para 31,8% em 2020.

• Segundo o Ministério de Minas e Energia, a previsão é de que as renováveis aumentem a sua representatividade de 41%, em 2013, para 46,2% em 2020.

AICEP Brasil Edif. do Consulado Geral de Portugal Rua Canadá, 324 - Jardim Europa 01436-000 São Paulo SP - BrasilTel.: +55 11 3084 1830 / 1832Fax: +55 11 3061 0595

[email protected]

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MERCADOS

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TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação

Alguns dados

• O Brasil consolida-se como o 4º maior mercado de TIC do mundo, depois de EUA, China, Japão.

• 4º maior mercado de Smart Connected Devices (Desktops, Notebook, Tablets, Smartphones) com uma estimativa de 71 milhões de aparelhos vendidos em 2014.

• Actualmente, o sector das TIC representa 8,8% do PIB (projecção de alcançar 10,7% até 2022).

• O mercado brasileiro de TIC terá crescido 9,2% em 2014.

• Este mercado movimentou 441 mil milhões de reais em 2013, um desempenho de 16,9% superior ao ano anterior.

• 175 mil milhões de dólares foram investidos em TIC em 2014.

• Existem 132 milhões de utentes de Banda larga móvel (3G e 4G).

• Mais de 90 milhões de utilizadores de Internet.

• 271 milhões de telemóveis.

• 89% da população brasileira é utilizadora da banda móvel 3G.

Algumas tendências e oportunidades

• Empresas amadurecerão as suas estruturas de Big Data / Analytics, mas o chamado “Socialytics” ainda é a principal aplicação.

• Escassez de mão-de-obra especializada continuará a ser um desafio.

• Investimento em capacitação/formação será necessário.

• Surgimento de empresas “data brokers” ou “analytics providers”.

• Data centers terão um papel fundamental.

• Modernização de aplicações vai continuar alavancando a adopção da cloud pública.

INFRA-ESTRUTURAS

Alguns dados

• Um modelo de décadas de baixo investimento, associado ao rápido aumento do poder de compra e da disponibilidade de rendimentos da população – efeito da ascensão da nova classe média brasileira – criaram uma maior procura por infra-estruturas básicas no Brasil.

• O lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em 2007, multiplicou os investimentos públicos e privados na economia brasileira, com destaque para o sector de infra-estruturas.

• A partir de 2011, o PAC entrou em sua segunda etapa. O PAC2 segue os passos do primeiro programa, estando centrado em seis eixos: – Água e Luz para Todos– Cidade Melhor– Transportes– Energia– Minha Casa, Minha Vida– Comunidade Cidadã

• EixoTransportes– Rodovias– Ferrovias– Portos– Hidrovias– Aeroportos– Equipamentos para Estradas Vicinais

• Eixo Água e Luz para Todos – Luz para Todos– Água em Áreas Urbanas – Recursos Hídricos

• Eixo Energia– Geração de Energia Eléctrica– Transmissão de Energia Eléctrica– Petróleo e Gás Natural– Refinação e Petroquímica– Fertilizantes e Gás Natural– Revitalização da Indústria Naval– Combustíveis Renováveis– Água e Luz para todos

• Eixo Cidade Melhor– Saneamento– Prevenção em Áreas de Risco– Mobilidade Urbana– Pavimentação

• Os avanços na área da infra-estrutura do Brasil têm contudo sido lentos:– 72º posição no ranking do Fórum

Económico Mundial dedicado aos países que mais avançaram em infra-estruturas.

– A nota que o Fórum Económico Mundial atribui à qualidade das infra-estruturas brasileiras subiu apenas 0,7 entre 2005 e 2013.

– No mesmo período, o aumento médio nas avaliações das dez nações que mais avançaram foi quase o dobro (+1,3).

– Outros países emergentes (Rússia, Turquia, China, Indonésia) progridem a um ritmo mais rápido.

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MERCADOS - TESTEMUNHOS DE EMPRESAS

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Fundada em 2006, em Leça da Palmeira; Matosinhos, a ASL Associados trabalha em infra-estruturas, estando fortemente vocacionada para a área de projecto e consultoria em engenharia civil.

Com um volume de negócios anual a ascender a 500 mil euros, a empresa iniciou a sua internacionalização em 2011, numa estratégia de conquista de mercados, alargando a sua activi-dade, designadamente, a países com economias emergentes, como o Brasil e Angola, e reforçando a sua presença no mercado espanhol. Reino Unido e Alemanha são os mercados onde a ASL Associados irá apostar a médio prazo.

Na abordagem ao Brasil, que actual-mente contribui com 50 por cento para o volume de negócios da empresa, pe-sou o facto de se tratar de uma econo-mia com a qual se identificavam, além de se falar a mesma língua. Após algu-mas viagens de prospecção, a ASL Asso-ciados celebrou parcerias com empresas locais no Rio de Janeiro e em São Paulo.

“Tivemos a felicidade de criar uma parceria sinérgica com a empresa OTZ Engenharia, que foi a empresa de ser-viços de engenharia que mais cresceu no Brasil em 2012. Nesse ano, a OTZ ganhou um contrato de 30 milhões de euros e precisou de confiar o trabalho a equipas experientes que garantissem a elaboração dos projectos dentro dos prazos. Foi assim que começámos a trabalhar em projectos para a Petro-brás, uma das empresas mais exigentes do Brasil, e dominar a área do petróleo e gás, nessa época em forte crescimen-

ANTÓNIO SANTOS LESSA & ASSOCIADOSAPOSTA CERTEIRA NUM MERCADO EXIGENTEA empresa de consultoria em engenharia António Santos Lessa & Associados, Lda. está no Brasil desde 2011. A sua abordagem a este exigente mercado envolveu a celebração de parcerias com empresas locais e a criação de uma empresa própria no Brasil.

to e que alavancou o nosso projecto de internacionalização”, explica António Lessa, director-geral da empresa.

O mesmo responsável adianta que para penetrar no mercado brasileiro a empre-sa teve de adquirir novas competências na área do projecto, estudar a legislação e normas brasileiras, escrever de acordo com a grafia brasileira, apostar na forma-ção no REVIT (BIM) e ainda deslocalizar al-guns dos seus colaboradores para o Brasil.

A evolução da ASL Associados no mer-cado levou à criação de uma empresa brasileira designada MFA Engenheiros e Associados, com sede no Rio de Ja-neiro, embora os seus projectos e clien-tes estejam, na sua grande maioria, em São Paulo. Refira-se que os principais clientes da empresa portuguesa são empresas de gestão de projectos, ate-liers de arquitectura e empresas públi-cas (CDHU, CPTM, etc.).

A qualidade do serviço prestado, a fle-xibilidade produtiva, a enorme capaci-dade de adaptação e de envolvimento da equipa, o cumprimento de prazos e as elevadas competências técnicas da

equipa são os factores de diferenciação apontados pela ASL Associados para o seu sucesso no Brasil.

António Lessa sublinha que o Brasil é um “mercado extremamente proteccionista, sobretudo nos sectores onde a os brasilei-ros são fortes, com sistemas jurídico e fis-cal complexos e uma elevada carga tribu-tária à importação”. Além disso, “é difícil accionar o acordo de isenção de dupla tributação vigente entre os dois países” e investir nesse mercado tem “elevados custos operacionais e de logística”. Igual-mente, o processo de instalação no mer-cado é “muito demorado e burocrático”.

No entanto, o Brasil é um país enorme onde existem muitas oportunidades e a necessidade de infra-estruturas é bem patente, acrescenta o director-geral da ASL Associados, que aconselha os empresários interessados no mercado a efectuar viagens de prospecção, a ad-quirir conhecimentos sobre a política e a cultura do país e a contratar um ad-vogado local experiente.

www.aslassociados.com

http://mfaengenheiros.com

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MERCADOS

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Considerando-se ela própria uma start-up, dado que data de 2010 a sua cons-tituição, a BTOC - Consultores de Ges-tão procurou com a internacionalização ganhar a dimensão que não conseguiria ter no mercado nacional e, simultane-amente, dar resposta aos clientes que procuravam novos mercados, em par-ticular os de língua oficial portuguesa.

Actualmente com uma presença glo-bal (Portugal, Espanha, Polónia, Brasil, Angola, Moçambique e Cabo Verde), a BTOC permite que os empresários su-portem as suas decisões e obtenham a informação de uma forma centralizada e global, através de um único prestador de serviços, facilitando a comunicação entre todas estas localizações e a consolidação de toda a informação contabilística.

“Procuramos oferecer soluções para os nossos clientes na área de consultoria de gestão, fiscalidade e contabilidade para os nossos clientes nos PALOP, pois sabemos as dificuldades que um pro-cesso de internacionalização encerra. No Brasil, as dificuldades de entrada no mercado são ainda maiores, pelas barreiras que o próprio mercado impõe à entrada de novos ‘players’ internacio-nais, como exemplo, muita complexi-dade fiscal e elevada burocracia. Deste modo, decidimos apostar neste merca-

BTOCCONSULTORIA DE GESTÃO COM SUCESSO NO BRASILA BTOC - Consultores de Gestão é uma empresa portuguesa de contabilidade e auditoria que apostou no Brasil, dedicando-se, numa primeira fase, às empresas portuguesas já presentes ou em processo da internacionalização para aquele mercado. Actualmente com escritórios no Rio de Janeiro e em São Paulo, a BTOC tem uma vasta carteira de clientes de matriz internacional e a operação no Brasil vale já cerca de 30 por cento do volume de negócios do grupo.

do e constituir uma solução para todas as empresas portuguesas, num primei-ro momento, e de outras geografias, numa fase posterior, para a entrada neste complexo e vasto mercado”, ex-plica Sérgio Ramos, sócio da BTOC e responsável pela empresa no Brasil.

Na abordagem ao mercado brasileiro, a empresa concentrou-se inicialmente na procura de um parceiro local enquanto ia desenvolvendo a sua actividade co-mercial e abordando potenciais clientes. Uma estratégia que, segundo Sérgio Ra-mos, teve um resultado muito positivo: “Ao fim de dois anos e meio temos es-critórios em São Paulo e no Rio de Janei-ro, uma estrutura de cerca de 30 pessoas e mais de metade da nossa carteira são clientes de matriz internacional”. Actu-almente, este mercado já corresponde a cerca de 30 por cento do volume de negócios do grupo português.

De acordo com o gestor, o investimento no Brasil permitiu à BTOC uma maior dispersão geográfica, que permite diluir o risco de negócio, e um maior apoio e satisfação dos clientes que dispõem, assim, de um prestador de serviços glo-bal. Além disso, a empresa beneficia de um mercado maduro e competitivo mas de grande dimensão como o brasileiro, o que lhe permite obter um crescimen-

to mais rápido do que num mercado de menor dimensão como o português.

A complexidade e burocracia do mer-cado brasileiro, que dificultam o dia-a-dia da empresa e dos seus clientes, a instabilidade económica, financeira e política que o país atravessa e o risco cambial são, por outro lado, algumas das desvantagens que Sérgio Ramos encontra no mercado brasileiro en-quanto destino de internacionalização das empresas portuguesas.

No entanto, afirma Sérgio Ramos, “embora seja um mercado de difícil implementação, estamos em crer que continua a ser muito apetecível, pela sua dimensão e dinamismo. Uma em-presa que tenha como objectivo trazer o seu negócio e acrescentar algo ao que já existe no Brasil terá com certeza resultados a médio prazo”.

O responsável da BTOC deixa ainda um alerta aos empresários interessados neste mercado: “o Brasil é um país caro e onde a implementação pode ser dispendiosa, pelo que convém efectuar um correcto planeamento e recolher o máximo de in-formação possível sobre o mesmo para que o projecto tenha sucesso”.

www.btoc.com.pt

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MERCADOS - TESTEMUNHOS DE EMPRESAS

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Fundada em 2011, a Get2C tem como principais áreas de actuação as polí-ticas climáticas nacional e internacio-nal, a gestão de activos de carbono e energias renováveis, a criação, avalia-ção e desenvolvimento de projectos de carbono e energia e a consultoria estratégica para clientes corporativos e industriais. Sedeada em Lisboa, a empresa possui parcerias na Ásia e em África, além do Brasil onde detém a Get2C Brasil (empresa brasileira detida a 100 por cento pela Get2C) com sede em São Paulo.

No Brasil, a empresa actua ao nível da política climática, gestão estratégica de carbono, trading de créditos de car-bono para compensação, mobilidade sustentável, projectos de inovação e desenvolvimento e acompanhamento de projectos ao abrigo do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL ou da sigla em inglês CDM) ou Standards Vo-luntários (ex. VCS).

De acordo com Pedro Martins Barata, CEO da Get2C, a decisão de entrada no mercado brasileiro foi potenciada pela possibilidade de desenvolvimento dos projectos MDL, tendo sido essa a base de partida para a instalação em definitivo naquele país.

“O início da actividade no Brasil passou pela coordenação e desenvolvimento do processo de MDL e de VCS para um con-junto de 13 projectos de gestão de re-síduos animais. Actualmente prestamos também serviços de consultoria tanto a empresas como ao sector público (autar-quias e governo federal) na definição das suas políticas de sustentabilidade e ges-

GET2CUMA APOSTA SÓLIDA NO BRASIL

A Get2C, uma empresa portuguesa especializada em mudanças climáticas, mercado de carbono e energias renováveis, tem no Brasil uma já sólida presença, participando em vários projectos de empresas e entidades locais. O bom desempenho da empresa no mercado brasileiro perspectiva uma evolução positiva.

tão de carbono, tendo realizado o apoio na identificação e selecção de créditos de carbono para compensação de emis-sões em algumas empresas brasileiras”, adianta o mesmo responsável.

sa, no seguimento de um crescimento gradual e sustentado. Explica Pedro Martins Barata que a grande vantagem da Get2C no mercado brasileiro “é a possibilidade de trazer a experiência internacional em alterações climáticas, carbono e energia, aliada à língua por-tuguesa e proximidade cultural”.

Dos mais recentes e principais projectos da Get2C Brasil, destacam-se os projec-tos MDL de gestão de resíduos animais desenvolvidos em parceria com as em-presas brasileiras Brascarbon e SP Car-bono, visando a utilização do efluente produzido em fazendas de suínos, num total de 170 fazendas em seis estados do Brasil para a captura e geração de biogás. Também na área do biogás, sa-lienta-se o projecto que a Get2C desen-volveu no âmbito do Edital de Inovação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI, com o objectivo de contribuir para a inovação no processo de gestão de resíduos e posterior re-cuperação e produção de biogás, com vários benefícios na vertente ambiental.

Também para a EDP Brasil, a Get2C Brasil tem vindo a prestar consultoria es-pecializada em gestão de carbono, em particular para garantir a continuidade de três projectos ao abrigo do MDL em Pequenas Centrais Hidroeléctricas.

Pedro Martins Barata destaca ainda o projecto-piloto Smart Driving, já insta-lado numa empresa do ramo petrolífe-ro no Brasil, e que pretende tornar a frota de veículos ligeiros das empresas um exemplo pioneiro de mobilidade eficiente e de baixo carbono.

www.get2c.pt/index_pt.html

Para o gestor, o Brasil apresenta-se como um mercado “extremamente interessan-te e com um enorme potencial quer a nível institucional, por ser um momento de reestruturação da política climática brasileira, quer a nível empresarial, por o tema estar neste momento a desper-tar maior atenção”. No entanto, ressalva Pedro Martins Barata, “é um mercado que apresenta vários desafios, quer ao nível da concorrência nacional quer pelos custos de estrutura que representa para uma empresa estrangeira”.

Em 2014 a Get2C Brasil alcançou os seus melhores resultados, até à data, face ao desempenho global da empre-

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Portugalglobal // Janeiro 15 // 47

Fundada em 2004, a MEGAJOULE é uma empresa portuguesa dedicada à consultoria em energias renováveis, lí-der na avaliação de recursos eólicos em Portugal, um dos mercados de referên-cia para a energia eólica.

A aposta da MEGAJOULE no mercado brasileiro surgiu no final de 2009, no seguimento de uma decisão estratégica

MEGAJOULEBRASIL FOI UMA APOSTA NATURALA MEGAJOULE está presente no Brasil desde 2009, numa aposta de sucesso num mercado difícil mas atractivo. Actualmente, a operação da MEGAJOULE no mercado brasileiro é responsável por cerca de 50 por cento do volume de negócios do Grupo.

de dispersão geográfica da actividade do Grupo, numa altura em que, com cinco anos de actividade, a MEGAJOU-LE era já uma referência internacional na consultoria técnica do sector das energias renováveis.

De acordo com Ricardo Guedes, di-rector técnico da MEGAJOULE e di-rector da empresa no Brasil, a gera-ção eléctrica por fontes renováveis, nomeadamente eólica, apresentava então “um potencial estratégico para o país, que necessitava de urgente-mente reduzir o grande défice entre a geração eléctrica e as necessidades de consumo, justificando uma aposta séria e consistente do governo brasi-leiro por muitos anos”.

Por outro lado, refere, o Brasil não era um mercado desconhecido para a empresa portuguesa: existiam experi-ências anteriores que podiam ser ca-pitalizadas e que tornaram fácil, numa primeira fase, encontrar o parceiro ideal para criar uma estrutura local.

Hoje a filial brasileira da MEGAJOULE é responsável por 50 por cento do volu-me de negócios consolidado do Grupo – presente em cinco mercados externos –, confirmando-se como uma aposta acertada e determinante.

Um percurso que, segundo Ricardo Guedes, “não foi isento de erros e acertos, mas esses formam um capital de experiência que nos permite, com a devida humildade, deixar aqui alguns

conselhos e alertas a quem hoje pensa iniciar actividade neste país”.

Neste contexto, o gestor aponta al-guns aspectos que devem ser tidos em conta: o Brasil vive hoje um clima de quase estagnação económica e contí-nua depreciação do Real, não sendo actualmente um mercado para negó-cios rápidos ou de grandes margens, pelo que a actividade neste país de-verá passar por uma escolha criteriosa do sector, pela “tropicalização” dos meios de produção de bens ou servi-ços. Importante também será a esco-lha da localização das empresas, dada a grande dimensão do Brasil e as suas limitações logísticas no transporte de pessoas ou mercadorias.

“A burocracia e complexidade tribu-tária, fiscal, legal e regulatória po-dem ser labirínticas. Um bom apoio contabilístico e legal, ou um parceiro de confiança, são estratégicos para o desenvolvimento do negócio. Ao par-tilhar a mesma língua, os investidores portugueses levam aqui uma clara van-tagem”, reforça o mesmo responsável.

Outras dificuldades apontadas são a es-cassez de mão-de-obra qualificada e a excessiva protecção do trabalhador em caso de litígio no que respeita à mão-de-obra não qualificada. Pelo contrá-rio, a integração de profissionais por-tugueses no mercado brasileiro é fácil e os processos de obtenção de vistos de trabalho, podendo ser demorados, são transparentes e seguros, frisa o gestor.

Ricardo Guedes considera ainda que este mercado deve ser encarado numa pers-pectiva a longo prazo, acrescentando que para o grupo MEGAJOULE, o Brasil continuará a ser uma aposta natural.

“Acreditamos que este Continente feito país revelará também grandes oportuni-dades para outras empresas portugue-sas que, com ponderação e sem ilusões, saibam escolher os sectores, seleccionar os parceiros, estruturar-se localmente e olhar os investimentos no longo prazo”, conclui o mesmo responsável.

www.megajoule.pt/?lingua=pt

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MERCADOS - TESTEMUNHOS DE EMPRESAS

// Janeiro 15 // Portugalglobal48

Desde que foi fundada, em 2001, que a Psiengine cria novas soluções em tecnologia para conquistar clientes de todo o mundo. Especialista em pro-jectos de software para a indústria de seguros, a empresa ajuda seguradoras e corretores a optimizar os seus proces-sos, e assim crescerem em parceria.

“O nosso objectivo é auxiliar os depar-tamentos de tecnologia de informação das empresas a baixar seus custos de desenvolvimento de ‘software’ e a iden-tificar e melhorar os seus indicadores de segurança e qualidade”, afirma o sócio da Psiengine, Rui Lacerda. “Trabalhamos em todas as etapas do desenvolvimento de software, incluindo arquitectura, re-quisitos, gestão, banco de dados, cons-trução, testes, métodos e processos, ge-renciamento de configuração, auditoria de segurança e métricas”.

Com capacidade de actuação mundial, devido à especialização de profissionais e parceiros nos vários âmbitos do pro-cesso de desenvolvimento, a Psiengine possui carteira de clientes de grandes empresas em Portugal, Espanha, Brasil, Colômbia e Angola.

Além do mercado segurador, a Psien-gine tem apostado no sucesso de sua nova solução, chamada Sharpblocks. Trata-se de uma plataforma de desen-volvimento web e mobile que permite aplicações integradas, com desenvolvi-mento único para diferentes sistemas operacionais, utilizando os recursos

PSIENGINE TECNOLOGIA DE PONTA NO MERCADO BRASILEIRO

A Psiengine, especializada em projectos de software para a indústria de seguros, nunca estabeleceu limites para sua actuação e é seu objectivo criar uma rede de parceiros para estar presente em toda a América Latina. O Brasil, com forte crescimento neste sector, é o ponto de partida para o desenvolvimento da estratégia da empresa portuguesa.

nativos de cada um deles, e que está a ter grande visibilidade quer no Brasil quer em alguns países da Europa. “Por permitir o desenvolvimento único para aplicações ‘web’ e ‘mobile’, sendo o que o mercado deseja, estamos com muitos protótipos em andamento. Ba-sicamente, para apresentação de pro-postas na área de seguros, antecipação de pagamentos e acesso à banca”, ex-plica o mesmo responsável.

Actualmente, o grande desafio da Psien-gine é estabelecer uma rede de parceiros para estar presente em toda a América Latina, sendo que o Brasil se destaca no mercado de seguros latino-americano e mundial, registando um importante crescimento nos últimos anos.

A Psiengine está presente no Brasil des-de o segundo semestre de 2012, tendo aberto um escritório em São Paulo, em 2014, com o objectivo de consolidar a sua actividade no mercado. A empresa tem participado em vários eventos nos principais estados brasileiros, desig-nadamente numa importante feira de tecnologia que decorreu em Setembro no Rio de Janeiro, em busca de novos parceiros comerciais.

“O resultado tem sido animador. Esta-mos a avançar no Brasil já com alguns parceiros, e vislumbramos um futuro promissor, tendo em conta as actuais perspectivas”, garante Rui Lacerda, acrescentando que o Brasil “é um país acolhedor e muito extenso, tendo espa-ço para diversas empresas operarem de forma segura. Mas para se destacar é preciso investir na qualidade dos produ-tos e garantir a excelência na prestação de serviços, contando com uma equipa de alto nível, tal como a Psiengine tem feito em todos os locais onde opera”.

Para o gestor, o Brasil pode e vai mul-tiplicar a actividade da Psiengine. “A nossa equipa tem profissionais com muita experiência e altamente qua-lificados, fazendo com que todo e qualquer serviço prestado, desde uma simples customização até um grande projecto, seja um grande sucesso”, conclui Rui Lacerda.

[email protected]

www.psiengine.com

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MERCADOS

Portugalglobal // Janeiro 15 // 49

Na continuação do processo de inter-nacionalização iniciado em 2006, a Rangel, em 2014, escolheu o mercado brasileiro, para a sua próxima etapa, criando uma empresa de raiz em São Paulo para prestar serviços de transpor-te marítimo e aéreo, serviços aduanei-ros e logística.

De acordo com Nuno Rangel, Vice-presidente da empresa, o seu objecti-vo é apoiar as empresas nos seus pro-cessos de exportação e importação, criando um “triângulo logístico de língua portuguesa”, facilitando o fluxo de negócios entre o Brasil, a Europa e África (Angola e Moçambique). Tendo em conta a existência de diversas em-presas, essencialmente portuguesas e brasileiras, que têm trocas comerciais regulares entre estes quatro países, o objectivo é ser líder neste mercado.

Para o responsável do Grupo, as van-tagens encontradas no investimento no Brasil é claramente a dimensão do mercado, a língua portuguesa e a rela-ção existente com a cultura portuguesa, embora inferior quando comparada com

RANGELLOGÍSTICA GLOBAL PASSA PELO BRASILA Rangel, constituída em 1980, é um dos maiores e mais activos operadores de logística global, sendo o Brasil a sua mais recente aposta no âmbito da estratégia de internacionalização da empresa.

outros países de língua portuguesa. En-tre as desvantagens encontradas estão a burocracia, a complexidade da legislação fiscal e laboral e a estrutura de logística insuficiente, aponta Nuno Rangel.

“O Brasil é um mercado mais difícil do que outros mercados de língua por-tuguesa, uma vez que, ao ser-se visto como uma empresa estrangeira, não se consegue alcançar a mesma dimen-são cultural que é característica nos últimos. Existe instalada muita concor-rência nacional e internacional, pelo que a necessidade de diferenciação é fundamental. O desenvolvimento tec-nológico pode e deve ser a ponte para esta diferenciação, assim como a espe-cialização por nichos. Ou seja, é extre-mamente importante fazer um estudo exaustivo do mercado e da estratégia a implementar e ao mesmo tempo estar-se bem preparado e assessorado em termos de escritório de advogados”, adianta o Vice-presidente da Rangel.

Quanto ao contributo desta nova apos-ta para o resultado global do Grupo, Nuno Rangel afirma ser ainda prema-turo avançar com valores, não só pelo facto de estar no seu arranque, mas também por ser uma aposta de curto/médio prazo, mas acredita que, no futu-ro, e a exemplo do que já acontece com as empresas Rangel instaladas noutros mercados, possa vir a representar uma mais-valia na ordem dos 10 por cento.

Através das instalações em São Paulo, a empresa já actua noutras regiões do Brasil, mas, a prazo, a estratégia passa por expandir e ganhar mais presença neste mercado com a instalação de no-vas filiais em zonas como o Rio de Janei-ro, Recife e Manaus, revela o empresá-rio, acrescentando que este crescimento poderá também acontecer por via de aquisição de empresas locais ligadas à logística e distribuição. “A Rangel estará atenta a uma possível oportunidade de aquisição de uma empresa no mesmo segmento de actividade ou que possa estar no âmbito da actividade da logísti-ca contratual”, adianta.

Segundo Nuno Rangel, o alargamento dos serviços Rangel no Brasil vai sobre-tudo ao encontro das oportunidades emergentes que vão sendo descobertas no terreno. Neste momento a aposta, que vai além dos serviços base ofere-cidos pela Rangel, tenta introduzir no mercado brasileiro serviços dedicados a segmentos específicos como a logís-tica integrada para o segmento dos vi-nhos, e, a prazo, os segmentos fashion e pharma, entre outros, já que são áre-as em que a empresa actua na Europa com bastante sucesso. O potencial que o mercado brasileiro demonstra nestes segmentos poderá levar a canalizar no-vos investimentos para este país, revela ainda o mesmo responsável.

www.rangel.com

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MERCADOS - TESTEMUNHOS DE EMPRESAS

// Janeiro 15 // Portugalglobal50

A TIS – Consultores em Transportes, Inovação e Sistemas, SA, está presente no mercado brasileiro, através da sua participada TIS.br, há cerca de 12 anos. A empresa tem actualmente em curso projectos de suporte às concessões ro-doviárias do país, do desenvolvimento de linhas de metro ligeiro e ainda na área da logística urbana.

De acordo com Miguel Gaspar, admi-nistrador da TIS, a decisão de avançar para o Brasil teve em conta três aspec-tos principais: a percepção de se tratar de um mercado em contraciclo com o português, a percepção de existir es-paço no mercado para consultores in-ternacionais para suporte ao programa em curso de desenvolvimento de infra-estruturas, e o conhecimento de pesso-as chave enquanto garante de porta de acesso ao mercado brasileiro.

TISCONSULTORIA PORTUGUESA DÁ CARTAS NO BRASIL

A TIS está presente há 12 anos no mercado brasileiro, onde tem vários projectos em curso. A celebração de parcerias com empresas locais tem sido um dos factores que contribuem para o sucesso da TIS num mercado competitivo e difícil como o brasileiro.

É objectivo da TIS garantir que este mer-cado contribua de forma sustentada com 10 a 25 por cento para os resul-tados globais do grupo, o que tem sido alcançado. Miguel Gaspar alerta porém para a importância de a empresa ter uma presença diversificada no mercado internacional para reduzir a exposição aos riscos próprios de cada mercado.

Na sua abordagem ao competitivo mer-cado brasileiro, a empresa tem apostado na celebração de parcerias com entidades locais, onde seja possível integrar equipas de diferentes especialidades e onde a competência e experiência da empresa seja uma mais-valia diferenciadora.

Miguel Gaspar adianta que o Brasil é, pela sua dimensão, “um mercado de elevado valor, particularmente relevan-te para a TIS num contexto de retrac-

ção do mercado português. Porém, é um mercado de risco significativo, com muitas realidades distintas, ritmos pró-prios e contextos complexos em termos de funcionamento”.

Para o administrador da TIS, “existem vantagens em estar presente no merca-do quer pelo retorno económico, quer pela experiência que resulta do desenvol-vimento de projectos de grande dimen-são, reforçando o portefólio da empresa para actuar em qualquer geografia”. No entanto, acrescenta, “a distância e as di-ferenças de contexto são desafios fortes que induzem custos à operação”.

Miguel Gaspar deixa ainda algumas observações aos empresários portu-gueses interessados neste país, que afirma tratar-se de “um mercado difícil, onde a língua, sendo similar, não deve ser vista como uma garantia de sucesso e de acesso fácil. O ponto de partida de uma empresa portuguesa não é mais favorável do que qualquer outra e não se sente qualquer relação preferencial relativamente a Portugal”.

O gestor considera que as empresas de-vem ter uma abordagem cautelosa ao mercado brasileiro, percebendo o impac-te que a dimensão do país tem no seu ne-gócio, e que será mais fácil obter sucesso se se encontrar uma entidade parceira ou cliente, que veja vantagens imediatas no desenvolvimento de actividade comercial conjunta, por oposição a uma entrada independente no mercado, em particular para produtos ou serviços tradicionais, onde provavelmente já existirá uma con-corrência competente no mercado.

Além disso, os custos de contexto, no-meadamente administrativos, fiscais, cambiais, e de deslocações são muito significativos, e em regra, o investimento inicial na área comercial é elevado e o re-torno demorado, reforça Miguel Gaspar.

Porém, vencida a barreira inicial e cria-da uma relação de negócio com o clien-te, o mercado é atractivo, reconhece o mérito, e as empresas de engenharia em Portugal conseguem habitualmen-te posicionar-se num patamar de eleva-da competência no mercado brasileiro, conclui o administrador da TIS.

www.tis.pt

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MERCADOS

Portugalglobal // Janeiro 15 // 51

No que respeita ao comércio de bens, em 2010, 2011 e 2013 o Brasil integrou o top 10 dos maiores clientes de Portugal, colocando-se também como o terceiro maior mercado de destino das nossas exportações fora do espaço da União Eu-ropeia em 2013 (o 4º cliente foi Angola e o 6º os EUA). Já em 2014, no período de Janeiro/Novembro, e de acordo com da-dos divulgados pelo INE, o Brasil passou para a 11ª posição como cliente devido a uma ligeira diminuição das exportações.

Como fornecedor de Portugal o Brasil ocupou a 12ª posição em 2013, sendo o 5º maior fornecedor fora da UE (6º for-necedor Angola, 9º a China, 10º a Rús-

RELACIONAMENTO ECONÓMICO PORTUGAL – BRASIL

O relacionamento económico entre Portugal e o Brasil assume grande importância quer pelos laços históricos existentes, quer pelo posicionamento deste mercado a nível mundial. As exportações portuguesas de bens e serviços para o mercado brasileiro cresceram nos últimos anos e são muitas as empresas nacionais que apostam no Brasil como destino de investimento directo.

sia e 11º os EUA), subindo para o 11º lugar nos meses de 2014 em referência. Embora se verifique que, ao longo dos anos, a balança comercial bilateral tem sido tradicionalmente desfavorável a Portugal, é de realçar a redução subs-tancial do défice em 2013 e o conse-quente aumento do coeficiente de cobertura das importações pelas expor-tações (89,5 por cento em 2013 contra 33,2 por cento em 2009).

As exportações portuguesas de bens para o Brasil atingiram 739 milhões de euros em 2013, enquanto as importa-ções do Brasil se cifraram em 832 mi-lhões de euros. No ano passado, nos

primeiros 11 meses, é de referir que as exportações portuguesas para o mer-cado brasileiro diminuíram 13,6 por cento face a idêntico período de 2013.Em 2013, da estrutura das exportações portuguesas para o Brasil, por grupos de produtos, destacam-se os produ-tos agrícolas (36,3 por cento do total exportado), as máquinas e aparelhos (14,8 por cento) e os metais comuns (11,7 por cento) que, no seu conjunto, representaram 62,8 por cento das nos-sas vendas para este mercado.

Dos restantes grupos, destacam-se ainda as exportações de minerais e minérios (9,5 por cento), de produtos alimentares (5,6 por cento), de veículos e outro ma-terial de transporte (5,6 por cento) e de combustíveis minerais (4,5 por cento).

No ano passado, até Novembro, regis-tou-se uma ligeira alteração na estrutu-ra das exportações portuguesas para o Brasil, mantendo-se o grupo dos pro-dutos agrícolas no primeiro lugar com 44,6 por cento do total, seguindo-se o das máquinas e aparelhos, que re-gistou uma quebra de 8,8 por cento face a período homólogo de 2013, e o grupo de veículos e outro material de transporte com 10,9 por cento do total (mais 91,2 por cento).

Segundo o Gabinete de Estratégia e Estu-dos do Ministério da Economia, cerca de

BALANÇA BILATERAL - COMÉRCIO DE BENS

2009 2010 2011 2012 2013 Var % 13/09a

2013 Jan/Nov

2014 Jan/Nov

Var % 14/13b

Exportações 294,5 439,5 583,1 680,8 739,0 26,8 671,3 579,9 -13,6

Importações 887,5 1.046,5 1.462,0 1.368,8 831,9 3,0 811,4 784,5 -3,3

Saldo -593,0 -607,0 -878,9 -687,9 -92,9 -- -140,1 -204,6 --

Coef. Cob. % 33,2 42,0 39,9 49,7 88,8 -- 82,7 73,9 --

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Unidade: Milhões de eurosNotas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2009-2013 (b) Taxa de variação homóloga 2013-20142009 a 2012: resultados definitivos; 2013: resultados provisórios; 2014: resultados preliminares

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MERCADOS

// Janeiro 15 // Portugalglobal52

48,6 por cento dos produtos industriais transformados exportados de Portugal para o Brasil, em 2013, que representa-ram 86,6 por cento do total das nossas vendas ao mercado, continham um grau de intensidade tecnológica baixa, 22,6 por cento média-baixa, 20,6 por cento média-alta e apenas 8,2 por cento alta.

De acordo com o INE, cifrou-se em 1.742 o número de empresas em Por-tugal que exportaram para o Brasil em 2013, aumentando relativamente aos anos anteriores.

Em relação à estrutura das nossas impor-tações do Brasil, em 2013, destacam-se os grupos de produtos agrícolas (46,3 por cento do total), de combustíveis mi-nerais (19,1 por cento) e de produtos alimentares (7,7 por cento), represen-tando globalmente 73,1 por cento do total importado do Brasil. Em 2014, nos meses de Janeiro a Novembro, os grupos de produtos mais importados foram os combustíveis minerais (38,4 por cento do total), seguindo-se os agrícolas e os veículos e outro material de transporte.

Segundo o GEE, 45,8 por cento dos pro-dutos industriais transformados impor-tados do Brasil (que representam ape-nas 32,1 por cento do total), em 2013, tinham um grau de intensidade tecno-lógica baixa, 29 por cento média-alta, 19,6 por cento com intensidade tecno-lógica alta e 5,5 por cento média-baixa.

Serviços Nos últimos 20 anos, a balança comer-cial de serviços foi tradicionalmente fa-vorável a Portugal, à excepção de 2003, atingindo um superavit na ordem dos 731 milhões de euros em 2013 e con-sequentemente uma taxa de cobertura elevada (288,5 por cento, a mais alta do período de 2009 a 2013).

As exportações de serviços para o Brasil

registaram uma taxa de crescimento mé-dia anual de cerca de 18 por cento nos últimos anos, enquanto as importações aumentaram, em média, 4,4 por cento. Dados do Banco de Portugal revelam que, num conjunto de 56 mercados, o Brasil foi o 7º maior cliente de serviços portugueses em 2013, caindo uma po-sição face ao ano anterior. As vendas de serviços portugueses ao Brasil, nes-se ano, representaram cerca de 5,1 por cento do total e 4,5 por cento de Janeiro a Setembro de 2014. Como fornecedor, o Brasil ocupou o 9º lugar do ranking em 2013, representando 3,6 por cento do total importado por Portugal.

Desde 2009 que as exportações de ser-viços têm aumentado de forma contí-nua, ultrapassando a barreira dos mil milhões de euros em 2011.

Os transportes (com 53,5 por cento) e as viagens e turismo (36,1 por cento) foram os tipos de serviços que mais contribuí-ram para um saldo positivo desta balan-ça, pois representaram cerca de 90 por cento do total dos serviços exportados em 2013, registando aumentos na or-dem dos 4,6 por cento e 1,2 por cento, respectivamente. Por outro lado, os servi-ços importados incidiram principalmente nas viagens e turismo (43,4 por cento do total) e nos transportes (36,6 por cento), com quebras face ao ano anterior.

Investimento e turismoO Brasil continua a ser um importan-te destino do investimento directo de Portugal no estrangeiro (IDPE), sendo igualmente de realçar que Portugal é também destino do investimento direc-to brasileiro (IDE).

Do investimento brasileiro em Portugal, destaca-se o da Embraer, que tem vin-do a impulsionar o desenvolvimento de um cluster aeronáutico no nosso país,

destacando-se ainda outros investi-mentos como os da CSN-Companhia Siderúrgica Nacional, da Weg Moto-res, da Marcopolo, o do anterior in-vestimento da Embraer nas OGMA, da Odebrecht, da Camargo Correa e da Haco (etiquetas), entre outros. O Brasil considera Portugal a porta de entrada para a União Europeia, tendo demons-trado interesse em várias empresas pú-blicas em processo de privatização.

Quanto ao IDPE, existem muitos exem-plos de investimentos portugueses no Brasil, nomeadamente os realizados no sector do turismo, dos quais se desta-cam os desenvolvidos pelo Grupo Vila Galé, pelo Grupo Pestana, pelo Aquiraz Golf & Beach Villas, pelo Grupo Dom Pedro e pelo Solverde.

Para além dos investimentos já referidos na área do turismo, apontamos outros realizados por empresas portuguesas que, pela sua importância, merecem des-taque: a hidroeléctrica de Peixe Angical (no Estado do Tocantins) cuja construção foi da responsabilidade da EDP Energias do Brasil em parceria com a estatal Fur-nas, constituindo uma grande obra infra-estrutural. Mais recentemente, novos investimentos da EDP e da GALP avolu-mam esta área de internacionalização.

No turismo, é de referir que o Brasil é dos principais emissores de turistas para Por-tugal fazendo parte do top 10 enquanto mercado gerador de receitas. Em 2013, Portugal acolheu mais de 529 mil hóspe-des brasileiros (mais 7 por cento face a 2012), registando mais de 1,2 milhões de dormidas (mais 7,1 por cento) e cerca de 404 milhões de euros em receitas (mais 1,2 por cento que no ano anterior). No período de Janeiro a Novembro de 2014, as receitas e as dormidas de turistas bra-sileiros no nosso país ascenderam, res-pectivamente, a 316,5 milhões de euros e a 1,28 milhões de dormidas.

BALANÇA BILATERAL - COMÉRCIO DE SERVIÇOS

2009 2010 2011 2012 2013 Var % 13/09a

2013 Jan/Nov

2014 Jan/Nov

Var % 14/13b

Exportações 599,4 882,6 1.001,5 1.103,5 1.119,2 18,1 1.038,1 955,3 -8,0

Importações 268,1 453,3 503,6 476,2 387,9 14,1 364,5 372,0 2,0

Saldo 331,3 429,2 497,9 627,4 731,3 -- 673,6 583,3 --

Coef. Cob. % 223,6 194,7 198,9 231,8 288,5 -- 284,8 256,8 --

Fonte: Banco de Portugal; Unidade: Milhões de eurosNotas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2009-2013; (b) Taxa de variação homóloga 2013-2014

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MERCADOS

Portugalglobal // Janeiro 15 // 53

ENDEREÇOS ÚTEIS

BRASIL EM FICHA

EMBAIXADA DO BRASIL Estrada das Laranjeiras, 144 1649-021 Lisboa - PortugalTel.: +351 217 248 510Fax: +351 217 267 623 [email protected]://lisboa.itamaraty.gov.br/pt-br/

CONSULADO GERAL DO BRASIL EM LISBOA Praça Luís de Camões, 22 – 1º Esq 1249-190 Lisboa - PortugalFax: +351 213 473 926 [email protected]

CONSULADO GERAL DO BRASIL NO PORTO Avenida de França, 20 – 1º 4050-275 Porto - PortugalTel.: +351 226 084 070Fax: +351 226 084 089 [email protected]/mundo/europa/republica-portuguesa/porto

CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-BRASILEIRA Av. Conselheiro Fernando de Sousa, nº 11 - 6º 1070-072 Lisboa - PortugalTel.: +351 213 477 475Fax: +351 213 424 388 [email protected]

EMBAIXADA DE PORTUGAL EM BRASÍLIA Avenida das Nações, Quadra 801, Lote 2 CEP 70 402-900 Brasília DF Tel.: +55 61 3032 9600Fax: +55 61 3032 9642 embaixadadeportugal@embaixadadeportugal.org.brwww.embaixadadeportugal.org.br

AGÊNCIA BRASILEIRA DE PROMOÇÃO DE EXPORTAÇÃO E INVESTIMENTOS – APEX Setor Bancário Norte – SBN Quadra 2 – Lote 11 Ed. Apex-Brasil 70040-020 Brasília – DF Tel.: +55 61 3426 0202 www.apexbrasil.com.br

Área: 8.515.692,3 km2 (IBGE – 5º país em extensão territorial)

População: 201 milhões (estimativa EIU de 2013)

Densidade populacional: 23,6 habitantes/Km2

Designação oficial: República Federativa do Brasil

Chefe do Estado e do Governo: Dilma Rousseff

Data da actual Constituição: Outubro de 1988, com alterações posteriores.

Principais partidos políticos: Governo - Partido dos Trabalhadores (PT); Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB); Partido Social Democrático (PSD); Partido Progressista (PP); Partido Democrático Traba-lhista (PDT); Partido da República (PR); Par-tido Comunista do Brasil (PC do B); Partido Socialismo e Liberdade (PSOL); Partido Verde (PV); Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Opo-sição - Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB); Democratas (DEM); Partido Socialista Brasileiro (PSB). As próximas eleições presi-denciais, estaduais e parlamentares (Senado e Câmara dos Deputados) estão agendadas para Outubro de 2018.

Capital: Brasília – 2,5 milhões de habitantes (IBGE, 2007)

Outras cidades importantes: São Paulo (11 milhões), Rio de Janeiro (6,1 milhões), Salvador (2,9 milhões), Fortaleza (2,4 mi-lhões), Belo Horizonte (2,4 milhões)

Religião: A maioria da população professa a religião Católica Romana (73,6%), embo-ra a Constituição consagre a livre prática de todas as religiões.

Língua Oficial: Português.

Unidade monetária: Real do Brasil (BRL)

1 EUR = 3,0512 BRL (Banco de Portugal – média de Maio 2014)

Risco País:

Risco geral – BBB (AAA = risco menor; D = risco maior) – EIU, Março 2014

Risco Político – BBB

Risco de Estrutura Económica – BBB

Risco de crédito: 3 (1 = risco menor; 7 = risco maior) – COSEC

Política de cobertura de risco: Operações de Curto prazo – Aberta sem condições res-tritivas; Operações de Médio / Longo prazo – Clientes soberanos: Aberta sem condições restritivas. Outros clientes públicos e privados: Aberta, caso a caso, com eventual exigência de garantia soberana ou bancária (COSEC).

Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU)

Brasil

Brasília

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// Janeiro 15 // Portugalglobal54

COSECNo âmbito de apólices individuais

Políticas de cobertura para mercados de destino das exportações portuguesas

ANÁLISE DE RISCO - PAÍS

África do Sul* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

AngolaC Caso a caso.

M/L Garantia soberana. Limite total de responsabilidades.

Arábia Saudita C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).

M/L Caso a caso.

ArgéliaC Sector público: aberta sem res-

trições. Sector privado: eventual exigência de carta de crédito irrevogável.

M/L Em princípio. exigência de garan-tia bancária ou garantia soberana.

Argentina T Caso a caso.

BareinC Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

BenimC Caso a caso, numa base muito

restritiva.

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva, e com exigência de garantia soberana ou bancária.

Brasil* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Clientes soberanos: Aberta sem condições restritivas. Outros Clien-tes públicos e privados: Aberta, caso a caso, com eventual exigência de garantia soberana ou bancária.

Cabo Verde C Aberta sem condições restritivas.

M/L Eventual exigência de garantia bancária ou de garantia soberana (decisão casuística).

Camarões T Caso a caso, numa base muito

restritiva.

Cazaquistão Temporariamente fora de cobertura.

Chile C Aberta sem condições restritivas.

M/L Clientes públicos: Aberta sem condições restritivas. Clientes privados: Em princípio, aberta sem condições restritivas. Eventual exigência de garantia bancária numa base casuística.

China* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

Colômbia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

Costa do Marfim C Caso a caso, com eventual

exigência de garantia bancária ou garantia soberana. Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses.

M/L Exigência de garantia bancária ou garantia soberana. Extensão do prazo constitutivo de sinistro de 3 para 12 meses.

Costa Rica C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Cuba T Fora de cobertura.

Egipto C Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso.

Emirados Árabes Unidos C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

EtiópiaC Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso numa base muito restritiva.

Filipinas C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

GanaC Caso a caso numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

GeórgiaC Caso a caso numa base restritiva,

privilegiando-se operações de pequeno montante.

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva e com a exigência de contra garantias.

Guiné-Bissau T Fora de cobertura.

Guiné Equatorial C Caso a caso, numa base restritiva.

M/L Clientes públicos e soberanos: caso a caso, mediante análise das garantias oferecidas, desig-nadamente contrapartidas do petróleo. Clientes privados: caso a caso, numa base muito restri-tiva, condicionada a eventuais contrapartidas (garantia de banco comercial aceite pela COSEC ou contrapartidas do petróleo).

Hong-Kong C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Iémen C Caso a caso, numa base restritiva.

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva.

Índia C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

Indonésia C Caso a caso, com eventual

exigência de carta de crédito irre-vogável ou garantia bancária.

M/L Caso a caso, com eventual exi-gência de garantia bancária ou garantia soberana.

Irão Sanções em vigor. Para mais informações, contactar a COSEC.

Iraque T Fora de cobertura.

Jordânia C Caso a caso.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

Koweit C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Líbano C Clientes públicos: caso a caso

numa base muito restritiva. Clientes privados: carta de crédito irrevogável ou garantia bancária.

M/L Clientes públicos: fora de cober-tura. Clientes privados: caso a caso numa base muito restritiva.

Líbia T Fora de cobertura.

Lituânia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária.

Macau C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Malásia C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Malawi C Caso a caso, numa base restritiva.

M/L Clientes públicos: fora de co-bertura, excepto para operações de interesse nacional. Clientes privados: análise casuística, numa base muito restritiva.

Marrocos* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Martinica C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

México* C Aberta sem restrições.

M/L Em princípio aberta sem restrições. A eventual exigência de garantia bancária, para clientes privados, será decidida casuisticamente.

Moçambique C Caso a caso, numa base restritiva

(eventualmente com a exigência de carta de crédito irrevogável, garan-tia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e aumento do prazo constitutivo de sinistro).

M/L Aumento do prazo constitutivo de sinistro. Sector privado: caso a caso numa base muito restritiva. Operações relativas a projectos geradores de divisas e/ou que admitam a afectação prioritária de receitas ao pagamento dos créditos garantidos, terão uma ponderação positiva na análise do risco; sector público: caso a caso numa base muito restritiva.

Montenegro C Caso a caso, numa base restritiva.

privilegiando-se operações de pequeno montante.

M/L Caso a caso, com exigência de ga-rantia soberana ou bancária, para operações de pequeno montante.

Nigéria C Caso a caso, numa base restritiva

(designadamente em termos de alargamento do prazo consti-tutivo de sinistro e exigência de garantia bancária).

Page 55: Portugalglobal_n72-_Jan15pdf

Portugalglobal // Janeiro 15 // 55

Políticas de cobertura para mercados de destino das exportações portuguesas

No âmbito de apólices globais

Na apólice individual está em causa a cobertura de uma única transação para um determinado mercado. enquanto a apólice global cobre todas as transações em todos os países para onde o empresário exporta os seus produtos ou serviços.

As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem bens de consumo e intermédio. cujas transações envolvem créditos de curto prazo (média 60-90 dias). não excedendo um ano. e que se repetem com alguma frequência.

Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices. a política de cobertura é casuística e. em geral. mais flexível do que a indicada para as transações no âmbito das apólices individuais. Encontram-se também fora de cobertura Cuba. Guiné-Bissau. Iraque e S. Tomé e Príncipe.

COSEC Companhia de Seguro de Créditos. S. A.Direcção Internacional

Avenida da República. 581069-057 LisboaTel.: +351 217 913 832 Fax: +351 217 913 839

ANÁLISE DE RISCO - PAÍS

[email protected] www.cosec.pt

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva, condicionado a eventuais garantias (bancárias ou contraparti-das do petróleo) e ao alargamento do prazo contitutivo de sinistro.

Oman C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão ca-suística).

Panamá C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Paquistão Temporariamente fora de cobertura.

Paraguai C Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

Peru C Aberta sem condições restritivas.

M/L Clientes soberanos: aberta sem condições restritivas. Clientes públicos e privados: aberta, caso a caso, com eventual exigência de garantia soberana ou bancária.

Qatar C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Quénia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

República Dominicana C Aberta caso a caso, com eventual

exigência de carta de crédito irrevo-gável ou garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC.

M/L Aberta caso a caso com exigência de garantia soberana (emitida pela Secretaria de Finanzas ou pelo Ban-co Central) ou garantia bancária.

Rússia Sanções em vigor. Para mais informações, contactar a COSEC.

S. Tomé e Príncipe C Análise caso a caso, numa base

muito restritiva.

Senegal C Em princípio. exigência de

garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e eventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro.

M/L Eventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro. Sector público: caso a caso, com exigên-cia de garantia de pagamento e transferência emitida pela Autori-dade Monetária (BCEAO); sector privado: exigência de garantia bancária ou garantia emitida pela Autoridade Monetária (preferência a projectos que permitam a alocação prioritária dos cash-flows ao reembolso do crédito).

Singapura C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Suazilândia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Tailândia C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).

M/L Não definida.

Taiwan C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Tanzânia T Caso a caso, numa base muito

restritiva.

Tunísia* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

Turquia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Ucrânia C Clientes públicos: eventual

exigência de garantia soberana. Clientes privados: eventual exigência de carta de crédito irrevogável.

M/L Clientes públicos: eventual exigência de garantia soberana. Clientes privados: eventual exigência de garantia bancária.Para todas as operações, o prazo constitutivo de sinistro é definido caso a caso.

Uganda C Caso a caso, numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

Uruguai C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).

M/L Não definida.

Venezuela C Clientes públicos: aberta caso

a caso com eventual exigência de garantia de transferência ou soberana. Clientes privados: aberta caso a caso com eventual exigência de carta de crédito irrevogável e/ou garantia de transferência.

M/L Aberta caso a caso com exigência de garantia soberana.

Zâmbia C Caso a caso, numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

ZimbabweC Caso a caso, numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

Advertência:

A lista e as políticas de cobertura são indicativas e podem ser alteradas sempre que se justifique. Os países que constam da lista são os mais representativos em termos de consultas e responsabilidades assumidas. Todas as operações são objecto de análise e decisão específicas.

Legenda:

C Curto Prazo

M/L Médio / Longo Prazo

T Todos os Prazos

* Mercado prioritário.

Page 56: Portugalglobal_n72-_Jan15pdf

A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Clas-sificativa de Países com a graduação dos mercados em função do seu risco de crédito. ou seja. consoante a probabilidade de cumprimento das suas obrigações externas. a curto. a médio e a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7). corres-

pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento e o grupo 7 à maior.As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do risco país. da definição das condições de cobertura e das taxas de prémio aplicáveis.

Tabela classificativa de paísesPara efeitos de Seguro de Crédito à exportação

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7

Hong-KongSingapura *Taiwan

Arábia SauditaBotswanaBruneiChina •EAUa

GibraltarKoweitLituâniaMacauMalásiaOmanTrind. e Tobago

África do Sul •ArgéliaBahamasBarbadosBrasil •Costa RicaDep/ter Austr.b

Dep/ter Din.c

Dep/ter Esp.d

Dep/ter EUAe

Dep/ter Fra.f

Dep/ter N. Z.g

Dep/ter RUh

FilipinasIlhas MarshallÍndiaIndonésiaMarrocos •MauríciasMéxico •MicronésiaNamíbiaPalauPanamáPeruQatarRoméniaTailândiaUruguai

ArubaBareinBulgáriaColômbia El SalvadorGuatemalaHungriaRússiaTunísia •Turquia

AngolaAzerbeijãoBolíviaCazaquistãoCroáciaCuraçauDominicana. Rep.GabãoGanaJordâniaLesotoMacedóniaNigériaPapua–Nova GuinéParaguaiS. Vic. e Gren.Santa LúciaVietnameZâmbia

AlbâniaArméniaBangladeshBelizeButãoCabo VerdeCamarõesCambojaComores CongoDominicaEgiptoEquador

FidjiGeórgiaHondurasKiribatiMoçambiqueMongóliaNauruNepal QuéniaSamoa Oc.SenegalSérvia Sri LankaSuazilândiaSuriname TanzâniaTimor-LesteTurquemenistãoTuvaluUgandaUzbequistãoVanuatu

AfeganistãoAnt. e BarbudaArgentinaBielorussiaBeninBósnia e HerzegovinaBurkina FasoBurundiCent. Af. Rep.ChadeCisjordânia / GazaCongo. Rep. Dem.Coreia do NorteC. do MarfimCuba • DjibutiEritreiaEtiópiaGâmbiaGrenadaGuianaGuiné EquatorialGuiné. Rep. daGuiné-Bissau • HaitiIemenIrão •Iraque •JamaicaKosovoLaosLíbanoLibériaLíbiaMadagáscarMalawiMaldivas

Mali MauritâniaMoldáviaMontenegro Myanmar Nicarágua Níger PaquistãoQuirguistãoRuandaS. Crist. e NevisS. Tomé e Príncipe •Salomão Seicheles Serra LeoaSíria Somália SudãoSudão do Sul TadzequistãoTogo Tonga UcrâniaVenezuelaZimbabué

Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos. S.A.* País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos.

• Mercado de diversificação de oportunidades • Fora de cobertura • Fora de cobertura. excepto operações de relevante interesse nacional

a) Abu Dhabi. Dubai. Fujairah. Ras Al Khaimah. Sharjah. Um Al Quaiwain e Ajma b) Ilhas Norfolk c) Ilhas Faroe e Gronelândiad) Ceuta e Melilha e) Samoa. Guam. Marianas. Ilhas Virgens e Porto Rico

f) Guiana Francesa. Guadalupe. Martinica. Reunião. S. Pedro e Miquelon. Polinésia Francesa. Mayotte. Nova Caledónia. Wallis e Futuna

g) Ilhas Cook e Tokelau. Ilhas Niveh) Anguilla. Bermudas. Ilhas Virgens. Cayman. Falkland. Pitcairn. Monserrat. Sta.

Helena. Ascensão. Tristão da Cunha. Turks e Caicos

NOTAS

COSECTABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES

// Janeiro 15 // Portugalglobal56

Page 57: Portugalglobal_n72-_Jan15pdf

ESTATÍSTICAS

Portugalglobal // Janeiro 15 // 57

POR PRINCÍPIO ACTIVO / PASSIVO 2013 tvh 2013/12 2013 Jan/Nov

2014 Jan/Nov

tvh 14/13 Jan/Nov

tvh 14/13 Nov/Nov

tvc 14/14 Nov/Out

Activo 6.199 64,6% 5.815 4.288 -26,3% 45,9% 78,3%

Passivo 6.626 -62,7% 4.996 3.827 -23,4% 264,0% -255,8%

Saldo -427 96,9% 819 460 -43,8% -205,2% -123,6%

ACTIVO POR INSTRUMENTO FINANCEIRO E TIPO DE RELAÇÃO ENTRE EMPRESAS 2013 Jan/Nov

2014 Jan/Nov

tvh 14/13 Jan/Nov

Títulos de participação no capital 641 3.122 386,9%

De investidores directos em empresas de investimento directo 641 3.080 380,3%

De empresas de investimento directo em investidores directos 0 10 --

Entre empresas irmãs 0 32 --

Instrumentos de dívida 5.174 1.166 -77,5%

De investidores directos em empresas de investimento directo 509 180 -64,7%

De empresas de investimento directo em investidores directos 3.156 1.139 -63,9%

Entre empresas irmãs 1.509 -153 -110,1%

PASSIVO POR INSTRUMENTO FINANCEIRO E TIPO DE RELAÇÃO ENTRE EMPRESAS 2013 Jan/Nov

2014 Jan/Nov

tvh 14/13 Jan/Nov

Títulos de participação no capital 2.649 7.026 165,3%

De investidores directos em empresas de investimento directo 2.649 6.710 153,3%

De empresas de investimento directo em investidores directos -1 -13 -2506,0%

Entre empresas irmãs 0 329 --

Instrumentos de dívida 2.348 -3.198 -236,2%

De investidores directos em empresas de investimento directo 2.259 645 -71,4%

De empresas de investimento directo em investidores directos -134 -4.087 -2945,5%

Entre empresas irmãs 223 243 9,1%

INVESTIMENTO DIRECTO COM O EXTERIOR

ACTIVO 2014 Jan/Nov tvh 14/13 Jan/Nov PASSIVO 2014 Jan/Nov tvh 14/13 Jan/Nov

Espanha 1.863 37,8% Brasil 3.573 3069,2%

Países Baixos 1.846 21,8% Espanha 1.009 -9,0%

Suíça 1.014 471,2% Irlanda 554 733,6%

Luxemburgo 231 11,1% Angola 512 312,9%

Irlanda 222 284,2% Alemanha 447 37,6%

União Europeia 28 4.511 -28,4% União Europeia 28 -1.693 -140,3%

Extra UE28 -224 53,8% Extra UE28 5.520 589,8%

>PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE). EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES.

INVESTIMENTO e COMÉRCIO EXTERNO

POR PRINCÍPIO DIRECCIONAL 2013 tvh 2013/12 2013 Jan/Nov

2014 Jan/Nov

tvh 14/13 Jan/Nov

tvh 14/13 Nov/Nov

tvc 14/14 Nov/Out

ID de Portugal no Exterior (IDPE) 1.510 120,7% 1.285 6.846 432,7% -78,1% 384,9%

ID do Exterior em Portugal (IDE) 1.938 -71,0% 466 6.386 1270,5% -32,6% 144,0%

Saldo -428 96,9% 819 460 -43,8% -205,2% -123,6%Unidade: Variações líquidas em Milhões de Euros

INVESTIMENTO DIRECTO - STOCK (posição em fim de período) 2011 Dez 2012 Dez 2013 Dez 2013 Set 2014 Set tvh 14/13

Set/Set

Stock Activo 63.329 67.507 72.764 72.051 74.757 3,8%

Stock Passivo 93.889 112.758 118.407 116.067 119.618 3,1%

Stock IDPE 52.180 46.434 49.120 49.062 50.810 3,6%

Stock IDE 82.740 91.685 94.762 93.079 95.671 2,8%

Unidade: Posição em fim de período em Milhões de Euros Fonte: Banco de Portugal

Page 58: Portugalglobal_n72-_Jan15pdf

ESTATÍSTICAS

// Janeiro 15 // Portugalglobal58

COMÉRCIO INTERNACIONAL

BENS (Exportação) 2013 tvh 2013/12

2013 Jan/Nov

2014 Jan/Nov

tvh 14/13 Jan/Nov

tvh 14/13 Nov/Nov

tvc 14/14 Nov/Out

Exportações bens 47.266 4,5% 43.720 44.449 1,7% -0,4% -10,5%

Exportações bens UE 33.235 3,5% 30.805 31.579 2,5% 0,0% -4,8%

Exportações bens Extra UE 14.032 7,2% 12.915 12.870 -0,3% -1,4% -22,3%

Unidade: Milhões de euros

Exportações bens UE 70,3% -- 70,5% 71,0% -- -- --

Exportações bens Extra UE 29,7% -- 29,5% 29,0% -- -- --

Unidade: % do total

Exp. Bens - Clientes 2014 (Jan/Nov) % Total tvh 14/13 Exp. Bens - Var. Valor (14/13) Meur Cont. p. p.

Espanha 23,5% 1,0% Reino Unido 310 0,7

Alemanha 11,9% 2,1% China 153 0,4

França 11,7% 3,0% França 150 0,3

Angola 6,6% 1,9% EUA 118 0,3

Reino Unido 6,1% 12,9% Alemanha 110 0,3

EUA 4,3% 6,5% Espanha 105 0,2

Países Baixos 4,0% 2,1% Marrocos -151 -0,3

Exp. Bens - Produtos 2014 (Jan/Nov) % Total tvh 14/13 Exp. Bens - Var. Valor (14/13) Meur Cont. p. p.

Máquinas, Aparelhos 14.4% -0,5% Veículos, Out. Mat. Transp. 304 0,7

Veículos e Outro Material de Transporte 11.1% 6,6% Agrícolas 241 0,6

Combustíveis Minerais 8.4% -17,9% Vestuário 230 0,5

Metais Comuns 8.0% 4,0% Plásticos, Borracha 174 0,4

Plásticos, Borracha 7.3% 5,7% Combustíveis Minerais -818 -1,9

SERVIÇOS (Exportação) 2013 tvh 2013/12

2013 Jan/Nov

2014 Jan/Nov

tvh 14/13 Jan/Nov

tvh 14/13 Nov/Nov

tvc 14/14 Nov/Out

Exportações totais de serviços 21.957 10,2% 20.001 21.085 5,4% -2,6% -22,0%

Exportações serviços UE 14.749 8,9% 13.578 14.337 5,6% -3,8% -26,1%

Exportações serviços extra UE 7.208 12,9% 6.423 6.748 5,1% -0,3% -13,1%

Unidade: Milhões de euros

Exportações serviços UE 67,2% -- 67,9% 68,0% -- -- --

Exportações serviços extra UE 32,8% -- 32,1% 32,0% -- -- --

Unidade: % do total

Page 59: Portugalglobal_n72-_Jan15pdf

ESTATÍSTICAS

Portugalglobal // Janeiro 15 // 59

BENS (Importação) 2013 tvh 2013/12

2013 Jan/Nov

2014 Jan/Nov

tvh 14/13 Jan/Nov

tvh 14/13 Nov/Nov

tvc 14/14 Nov/Out

Importações bens 56.906 0,9% 52.328 54.066 3,3% 2,8% -10,0%

Importações bens UE 40.959 1,6% 37.320 40.349 8,1% 3,4% -9,0%

Importações bens Extra UE 15.947 -0,8% 15.008 13.717 -8,6% 0,8% -13,2%

Unidade: Milhões de euros

Importações bens UE 72,0% -- 71,3% 74,6% -- -- --

Importações bens Extra UE 28,0% -- 28,7% 25,4% -- -- --

Unidade: % do total

Imp. Bens - Fornecedores 2014 (Jan/Nov) % Total tvh 14/13 Imp. Bens - Var. Valor (14/13) Meur Cont. p. p.

Espanha 32,3% 4,8% Alemanha 861 1,6

Alemanha 12,4% 14,7% Espanha 801 1,5

França 7,1% 9,7% França 339 0,6

Itália 5,3% 7,4% Congo Brazavile 280 0,5

Países Baixos 5,1% 6,0% Rússia -280 -0,5

Reino Unido 3,0% 7,1% Camarões -566 -1,1

China 2,7% 16,9% Angola -1,183 -2,3

Imp. Bens - Produtos 2014 (Jan/Nov) % Total tvh 14/13 Imp. Bens - Var. Valor (14/13) Meur Cont. p. p.

Combustíveis Minerais 17,4% -10,2% Veículos, Outro Mat. Transp. 1.180 2,3

Máquinas, Aparelhos 15,1% 8,0% Máquinas, Aparelhos 599 1,1

Veículos e Outro Material de Transporte 10,6% 25,9% Químicos 205 0,4

Agrícolas 10,4% -1,8% Vestuário 166 0,3

Químicos 10,4% 3,8% Combustíveis Minerais -1.070 -2,0

SERVIÇOS 2013 tvh 2013/12

2013 Jan/Nov

2014 Jan/Nov

tvh 14/13 Jan/Nov

tvh 14/13 Nov/Nov

tvc 14/14 Nov/Out

Importações totais de serviços 10.838 1,8% 9.991 10.959 9,7% 12,2% -10,9%

Importações serviços UE 6.862 4,8% 6.294 6.982 10,9% 13,6% -12,0%

Importações serviços extra UE 3.976 -2,9% 3.697 3.977 7,6% 9,8% -8,8%

Unidade: Milhões de euros

Importações serviços UE 63,3% -- 63,0% 63,7% -- -- --

Importações serviços extra UE 36,7% -- 37,0% 36,3% -- -- --

Unidade: % do total

Fontes: INE/Banco de Portugal Notas e siglas: Meur - Milhões de euros Cont. - Contributo para o crescimento das exportações p.p. - Pontos percentuais tvh - Taxa de variação homóloga tvc - Taxa de variação em cadeia n.d. - Não disponível

PREVISÕES 2014 : 2015 (tvh real %) 2013 2014 Jan/Set FMI CE OCDE BdP Min.

Finanças

INE INE Novembro 14 Dezembro 14 Novembro 14 Dezembro 14 Outubro 14

PIB -1,4 1,0 0,8 : 1,2 0,9 : 1,3 0,8 : 1,3 0,9 : 1,5 1,0 : 1,5

Exportações Bens e Serviços 6,4 2,6 3,5 : 4,5 3,6 : 4,6 3,1 : 5,3 2,6 : 4,2 3,7 : 4,7

Page 60: Portugalglobal_n72-_Jan15pdf

// Janeiro 15 // Portugalglobal6060

S. Francisco

Toronto

Cidade do México

Bogotá

Nova Iorque

Haia

BruxelasDublin

Londres

Paris

Milão

Barcelona

Praia

Rabat

São Paulo

Lima

Rio de Janeiro

Santiago do Chile

Buenos Aires

Argel

Zurique

Oslo

Madrid

Caracas

Panamá

Carlos [email protected]

Jorge [email protected]

Luís [email protected]

João Pedro PereiraÁFRICA DO [email protected]

Raul TravadoCANADÁ[email protected]

Miguel Porfí[email protected]

Rui Boavista [email protected]

REDE EXTERNA

Carlos [email protected]

Álvaro CunhaMÉ[email protected]

Eduardo [email protected]

Manuel [email protected]

[email protected]

Miguel FontouraREINO [email protected]

Armindo RiosCABO [email protected]

Rui [email protected]

Gonçalo Homem de MelloBÉ[email protected]

António SilvaFRANÇ[email protected]

João Renano HenriquesARGÉ[email protected]

Miguel CrespoCOLÔ[email protected]

Fernando CarvalhoMOÇ[email protected]

Page 61: Portugalglobal_n72-_Jan15pdf

Portugalglobal // Janeiro 15 // 6161

Copenhaga

BerlimHaia

Bruxelas

Luanda

Maputo

PretóriaGaborone

Windhoek

Tunes

Abu Dhabi

Estocolmo

Zurique

Moscovo

VarsóviaPraga

BudapesteViena

Bratislava

Liubliana Bucareste

BakuPequim

Nova Deli

Xangai

Tóquio

Macau Hong Kong

Guangzhou

Jacarta

Atenas

Tripoli

RiadeDoha

Ancara

Kuala Lumpur

Singapura

Eduardo Souto MouraSUÉ[email protected]

Nuno Lima LeitePOLÓ[email protected]

Maria José RézioRÚ[email protected]

Joaquim Pimpã[email protected]

Ana Isabel DouglasÁ[email protected]

João Guerra [email protected]

Pedro Macedo Leã[email protected]

AO SERVIÇO DAS EMPRESAS

Celeste [email protected]

Laurent ArmaosGRÉ[email protected]

Manuel Couto [email protected]

Nuno Vá[email protected]

Maria João LiewMALÁ[email protected]

Maria João Bonifá[email protected]

João CardimINDONÉ[email protected]

Filipe [email protected]

José Joaquim FernandesJAPÃ[email protected]

Alexandra Ferreira [email protected]

João RodriguesÍ[email protected]

Pier Franco SchiavoneITÁ[email protected]

Page 62: Portugalglobal_n72-_Jan15pdf

Com esta obra pretende-se dar a co-nhecer, de forma sistematizada, objec-tiva e sucinta, os principais conceitos, variáveis e técnicas da economia, as instituições internacionais com rele-vância nesta área do saber e o con-tributo dos principais pensadores que ajudaram a construir a ciência eco-nómica. As relações económicas são um elemento central da organização social contemporânea e assumem um lugar de destaque na vida quotidiana de todos nós. Nesta perspectiva, o Di-cionário Prático de Economia pretende ser um guia de referência para todos aqueles que pretendem manter-se informados e adquirir conhecimento sobre assuntos que vão desde a in-

BOOKMARKS

A informática e as tecnologias de in-formação invadiram o nosso dia-a-dia pessoal e profissional. A sua importân-cia é tal, que, sem qualquer receio, po-deremos afirmar que quem não domi-nar pelo menos os rudimentos básicos destas novas realidades delas se verá excluído, logo quebrados os laços para a construção de um futuro profissional e pessoal melhor.

Esta obra, com forte sentido pedagógi-co, passo a passo introduz o leitor nes-tas novas realidades. Os leitores que pre-tendam aceder e tirar partido das novas tecnologias de informação, mesmo par-tindo do zero, encontrarão neste livro um precioso auxiliar e “companheiro” na jornada emocionante para o futuro.

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tervenção do Estado na economia ao funcionamento dos mercados finan-ceiros, passando por muitas outras áreas como o comportamento dos agentes económicos, a organização dos mercados de bens e serviços, ou as flutuações cíclicas referentes ao de-sempenho agregado da economia no curto prazo.

www.silabo.pt/Conteudos/7882_PDF.pdf

// Janeiro 15 // Portugalglobal62

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VideoconferênciasAICEP Global Network

A AICEP disponibiliza um novo serviço de videoconferência para reuniões em directo, onde quer que se encontre, com os responsáveis da Rede Externa presentes em mais de 40 países.

Tudo isto, sem sair do seu escritório

Para mais informação e condições de utilização consulte o site:

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• Potenciais clientes• Canais de distribuição• Aspectos regulamentares• Feiras e eventos• Informações específicas sobre o mercado

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