processo e objetivos da alfabetização
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ENCONTRO ENTRE PAIS E EDUCADORES
1º ANO - 2011
Na minha época, a alfabetização era tão diferente! Como o CIMAN trabalha a alfabetização?
Quando meu(minha) filho(a) vai começar a ler e a escrever?
Por que meu(minha) filho(a) traz tarefas para casa que envolvem a escrita se ele ainda não está totalmente
alfabetizado?Eu vi, no mural da sala do meu filho, algumas produções de crianças com palavras escritas “errado”. Por que isso
não é corrigido?Meu filho, quando vai escrever do “seu jeito”, deixa de
colocar algumas letras na palavra. Por que isso acontece?
Como devo orientar as tarefas de casa?
OBJETIVOS DA REUNIÃO
1- APRESENTAR COMO ENTENDEMOS
A ALFABETIZAÇÃO NO COLÉGIO CIMAN
OBJETIVOS DA REUNIÃO
2- COMPARTILHAR ALGUMAS PRÁTICAS DE ALFABETIZAÇÃO
UTILIZADAS NO CIMAN
OBJETIVOS DA REUNIÃO 3- SUGERIR AÇÕES E
POSTURAS (PARA A FAMÍLIA) QUE PODEM COLABORAR
COM O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
COMO ENTENDEMOS A ALFABETIZAÇÃO
NO COLÉGIO CIMAN?
DURANTE ALGUM TEMPO, ERA IMPOSSÍVEL FALAR DE
ALFABETIZAÇÃO SEM FALAR EM PERÍODO PREPARATÓRIO E EM
TORNAR A CRIANÇA PRONTA PARA A APRENDIZAGEM (“PRÉ-ESCOLA”)
PARADIGMA ANTERIORACREDITAVA-SE QUE O TREINO DE HABILIDADES, AS APRENDIZAGENS PRÉVIAS, E OS PRÉ-REQUISITOS DARIAM LUGAR ÀS “VERDADEIRAS” APRENDIZAGENS (POSTERIORES).
CONSTRUTIVISMO
A DIFERENÇA FUNDAMENTAL JÁ NÃO SE SITUAVA ENTRE APRENDIZAGENS PRÉVIAS OU PRÉ-REQUISITOS QUE
DARIAM LUGAR A APRENDIZAGENS POSTERIORES.
QUEBRA DE PARADIGMACONSTRUTIVISMO
APRENDIZAGENS CONVENCIONAIS (NORMATIVAS)
xAPRENDIZAGENS
NÃO CONVENCIONAIS ( NÃO NORMATIVAS)
“SENDO CAPAZES DE ACEITAR COMO APRENDIZAGENS AS RESPOSTAS NÃO NORMATIVAS DAS CRIANÇAS, ENTÃO, PODÍAMOS VER QUAIS OS
ANTECEDENTES QUE FAZIAM PARTE DA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO.”
Ana Teberosky
O TRABALHO PEDAGÓGICO DO CIMAN, INCLUSIVE DO
PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO, TEM O FOCO NA
APRENDIZAGEM DA CRIANÇA.
A APRENDIZAGEM É ENTENDIDA COM UM
PROCESSO CONTÍNO DE DESENVOLVIMENTO.
“...POR TRÁS DA MÃO QUE PEGA O LÁPIS,
DOS OLHOS QUE OLHAM, DOS OUVIDOS QUE ESCUTAM,
HÁ UMA CRIANÇA QUE PENSA" (EMÍLIA FERREIRO)
ALFABETIZAÇÃO = MUITOS DESAFIOS
1- DESVENDAR O SISTEMA ALFABÉTICO DE ESCRITA, OU SEJA,
DESCOBRIR COMO É POSSÍVEL, COM UM NÚMERO LIMITADO DE LETRAS (O ALFABETO), REPRESENTAR UM NÚMERO INFINITO DE PALAVRAS.
ALFABETIZAÇÃO = MUITOS DESAFIOS
2- COMPREENDER A TRANSFORMAÇÃO DE MARCAS
GRÁFICAS EM LINGUAGEM (O ATO DE LER ENVOLVE A
DECOFICAÇÃO E A ATRIBUIÇÃO DE SIGNIFICADO).
ALFABETIZAÇÃO = MUITOS DESAFIOS
APODERAR-SE DE UM SISTEMA DE GRAFIA QUE ENVOLVE RECONHECER E, PROGRESSIVAMENTE,ESTABELECER RELAÇÕES GRÁFICAS, SONORAS E ORTOGRÁFICAS.
AS CRIANÇASTêm muitos conhecimentos adquiridos ao longo da vida.
Têm histórias de vida (e de aprendizagens) diferentes.
AS CRIANÇASPensam e, portanto, são capazes de pensar sobre o que precisa ser feito, sobre o que fazem ou sobre o que queriam fazer.Aprendem quando são convidadas a pensar/repensar sobre suas ações e produções.
AS CRIANÇASDesenvolvem “lógicas próprias” para pensar sobre a escrita.São capazes de desenvolver, progressivamente e em momentos diferentes, habilidades para utilizar o
sistema alfabético da escrita.
Apropriar-se da língua escrita envolve, dentre
outras coisas, estabelecer relações entre dois
processos: ler e escrever.
Na aprendizagem desses processos, as crianças percorrem um longo caminho, passando por
diferentes momentos de elaboração.
A criança constrói hipóteses, resolve problemas e elabora
conceituações sobre o escrito – um processo que permite construções
não convencionais (não normativas).
HIPÓTESES
Pré-silábica
Ausência de correspondência entre letras e sons.Elas escrevem uma série de letras e depois leem-nas sem fazer nenhum tipo de análise.
O QUE ESSAS CRIANÇAS JÁ SABEM?
SilábicaA criança descobre que as partes do escrito (suas letras) podem ser controladas por meio das sílabas da palavra. As letras que utiliza podem ou não ser pertinentes sob o ponto de vista do valor sonoro; no entanto, sempre há uma correspondência entre quantidade de sílabas e quantidade de letras.
Uma letra para representar
cada sílaba...
ELEFANTE RÁPIDO
RONALDO
Uma letra para representar
cada sílaba...
PICOLÉROMERO BRITTO
VACA
QUADRO
Uma letra para representar
cada sílaba...
... BOTOU O GATO NA GAIOLA
Uma letra para representar
cada sílaba...
BEBÊ MALUCO
Uma letra para representar
cada sílaba...
EU TENHO MUITO CABELO
O QUE ESSAS CRIANÇAS JÁ SABEM?
Silábico-alfabético
A criança começa a superar a hipótese silábica e avança para a hipótese alfabética, podendo “misturar” as duas hipóteses na mesma palavra. A criança pode escolher as letras de forma
ortográfica ou fonética.
Oscilando entre usar uma letra para representar cada sílaba e a representação da sílaba completa...
Onde há muitos computadores?
Onde há cadeiras e mesas e fazemos nossas atividades todos os dias?
VOCÊ SABE ONDE É?
BAFO DE ONÇA
O QUE QUER DIZER?
BAFO DE ONÇA
O QUE QUER DIZER?
O QUE QUER DIZER?
PENTEAR A JUBA
O QUE É ?
PARA QUE SERVE ?
O QUE É ?
PARA QUE SERVE ?
O QUE É ? PARA QUE SERVE ?
O QUE ESSAS CRIANÇAS JÁ SABEM?
Alfabética
Caracteriza-se pela correspondência sistemática entre letras e fonemas,
mesmo que, muitas vezes, a ortografia não seja convencional.
Representa alfabeticamente (nem sempre ortograficamente) cada fonema da palavra...
PENTEAR A JUBA
O QUE QUER DIZER?
O QUE É ?
PARA QUE SERVE ?
Incluindo, progressivamente, aspectos ortográficos em sua produção escrita
Incluindo, progressivamente, aspectos ortográficos em sua produção escrita
O QUE ESSAS CRIANÇAS JÁ SABEM?
Podemos entender o processo de aquisição da escrita pelas crianças
sob diferentes pontos de vista.
O ponto de vista mais comum é o de que a escrita é imutável e deve seguir o
modelo "correto" do adulto.
APRENDIZAGENS CONVENCIONAIS (NORMATIVAS)
O ponto de vista da psicogênese da língua escrita
é o de que ela é um objeto de conhecimento, que leva em conta as
tentativas individuais infantis .O “erro” é construtivo – demonstra um
processo de construção. APRENDIZAGENS NÃO CONVENCIONAIS (NÃO NORMATIVAS)
Quando a criança “erra” é interessante:
perceber e verbalizar o que ela “acertou”(ter em mente que ela está aprendendo);desafiá-la, por meio de questionamentos, a refletir sobre o que fez e o que pretendia fazer; fornecer informações complementares;problematizar e/ou desafiá-la a revisar sua produção e a tentar novamente;
Quando a criança “erra”, NÃO é interessante:
criticá-la ou demonstrar aborrecimento por ela ter “errado” (ter em mente que ela está aprendendo);compará-la com outras pessoas que “erram menos” (irmãos, colegas, primos, com a mãe ou com o pai quando eram crianças); “desautorizar” a criança e toda a sua produção por causa dos “erros” – sua produção se baseia em uma hipótese sobre a escrita (aprendizagens não
normativas / convencionais).
Então, vamos deixar a criança fazer do seu jeito, escrever do seu jeito,
não se preocupar com os erros, deixar que ela vá aprendendo
sozinha, no seu ritmo?
NÃO!
Não é porque a criança participa de forma direta da construção do seu conhecimento que não é preciso
ensiná-la.
Nessa perspectiva, ENSINAR é organizar atividades e intervenções que favoreçam a reflexão da criança sobre a escrita, porque é pensando
que ela aprende.
AÇÃO – REFLEXÃO – AÇÃO
O PAPEL DO PROFESSOR É PROBLEMATIZAR...
O DA CRIANÇA É PENSAR E ENCONTRAR SOLUÇÕES QUE A AJUDEM A RESOLVER O PROBLEMA. ESSE PROCESSO PERMITE A AMPLIAÇÃO DA SUA HIPÓTESE.
Exemplo de uma possibilidade de mediação pelo professor para intervir
na hipótese da criança.
B_R__ _L_TA
Escrita inicial da criança para a palavra BORBOLETA. Hipótese silábico-alfabética.
Jogo proposto pela professora – Cada tracinho que você está vendo é uma letra que você terá que descobrir (pensando) qual é, pois faz parte dessa palavra.
Escrita final da criança. .
PARA NÍVEIS DIFERENTES, OBJETIVOS DIFERENTES.
PARA OBJETIVOS DIFERENTES, INTERVENÇÕES DIFERENTES E
DIVERSIFICADAS.
PRODUÇÕES EM DUPLA
INTERVENÇÕES DA PROFESSORA
ATIVIDADES DIVERSIFICADAS
NÍVEIS DIFERENCIADOS DE EXIGÊNCIA
1
2 3
4
P
LEITURA – GIBISILUSTRAÇÃO – ANIMAIS DO CERRADOJOGOS DE CONTAGEMESCRITA
ATIVIDADES DIVERSIFICADAS
NÍVEIS DIFERENCIADOS DE EXIGÊNCIA
ATIVIDADES DIVERSIFICADAS
NÍVEIS DIFERENCIADOS DE EXIGÊNCIA
ATIVIDADES DIVERSIFICADAS
NÍVEIS DIFERENCIADOS DE EXIGÊNCIA
ATIVIDADES DIVERSIFICADAS
NÍVEIS DIFERENCIADOS DE EXIGÊNCIA
Em que aspectos a criança precisa
pensar quando é convidada a escrever?
TROCAR A FOTO.
O que quero escrever?Como se escreve? Quantas letras usar? Quais letras usar?Como se fazem essas letras?Na segmentação dos espaços em branco.Na relação fonema-grafema.Para que/quem estou escrevendo?Quem ler o que escrevi vai entender?
DESAFIOS A SEREM VENCIDOS PELA CRIANÇA NO DECORRER DO 1o ANO
Refletir sobre o código escrito, avançar em suas hipóteses. Reconhecer e empregar letras e fonemas adequados ao que quer escrever.Transformar, progresivamente, a escrita “hipotética” em escrita “alfabética”.
DESAFIOS A SEREM VENCIDOS PELA CRIANÇA, NO DECORRER DO 1o ANO
Ter habilidade para se comunicar por escrito.Ter habilidade para decodificar e interpretar textos escritos.Ler e atribuir sentido ao que foi lido.Associar, progressivamente, algumas características ortográficas à escrita das palavras.
Produzir textos de autoria, com uma função social definida e com “leitores de verdade” (projetos).Conhecer e utilizar alguns elementos básicos de organização textual e pontuação.
Desenvolver habilidades para revisar o que escreveu. Conhecer, identificar, traçar corretamente e utilizar a letra cursiva.
E NAS TAREFAS DE CASA, COMO AJUDAR?
DEFINA E PREPARE UM LOCAL ADEQUADO.ORGANIZE ROTINA (CRITÉRIOS) E HORÁRIOS.A TAREFA É DA CRIANÇA – ENSINE-A A RESPONSABILIZAR-SE POR ELA.A TAREFA É REFERENTE A ALGO QUE ELA JÁ VIVENCIOU/APRENDEU NA ESCOLA. DIFERENCIE “AJUDAR” DE “FAZER POR”. OUÇA COM ATENÇÃO E, SEMPRE QUE POSSÍVEL, “DEVOLVA” AS PERGUNTAS DA CRIANÇA SOBRE A TAREFA AO INVÉS DE RESPONDÊ-LAS PRONTAMENTE. VALORIZE AS PRODUÇÕES DA CRIANÇA. SEJA CUIDADOSO AO FAZER COMENTÁRIOS.
É IMPORTANTE QUE A CRIANÇA TENHA, EM DIFERENTES MOMENTOS, CONTATO COM DIVERSOS MODELOS
DE LEITOR. LEIA PARA ELA!
A FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATES
O que é necessário para construir uma história de
sucesso na alfabetização?
O(A) protagonista – um(a) pequeno(a) aprendiz inteligente,
que realiza inferências, que estabelece relações, que procura
explicações, que pensa sobre o que faz.
Cenários (casa/escola)– ambientes (alfabetizadores)
ricos, estimulantes e organizados intencionalmente para que a
aprendizagem se estabeleça da melhor maneira possível.
Os (As) coprotagonistas – pais e professores que se interessam pelo(a)
pequeno(a), a quem ensinam, que dele(a)
se ocupam e o(a) ajudam a crescer. Pessoas solícitas, atentas, intuitivas,
instigantes, questionadoras, exigentes (não intransigentes) e apaixonadamente
interessadas pelo que a criança faz, diz e pensa.