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PROJETO FORMARE

Coordenação Geral

Beth Callia

Supervisão Pedagógica

Alfredo Vrubel

Colaboração

Zita Porto Pimentel

Apoio

Ministério da EducaçãoPROEP – Programa de Expansão da Educação Profissional

Iniciativa

Fundação Iochpe

Realização

Formare

Programa FORMARE / Fundação Iochpe • fone/fax: (11) 3060.8388Alameda Tietê, 618 - casa 1 – 01417-020 – São Paulo – SP

e-mail: [email protected]

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Química e BiologiaFundamentos de

O Programa Formare tem a missão de desenvolver as potencialicialidades

de jovens de 15 a 17 anos para integrá-los à sociedade como profis-

sionais e cidadãos. Constituído por escolas independentes, localizadas

junto às unidades fabris das empresas parceiras, sob a coordenação geral

e técnica da Fundação Iochpe, oferece oportunidade de formação pro-

fissional e de inserção social. Os alunos Formare, residentes em comu-

nidades vizinhas às empresas, são encaminhados ao mercado de traba-

lho e acompanhados em seu período inicial de atividade.

As primeiras escolas foram criadas pela Iochpe-Maxion S. A., em 1988,

no Rio Grande do Sul e em São Paulo. A partir de 1995, o Programa

passou a buscar o aperfeiçoamento dos cursos oferecidos e o crescimen-

to em âmbito nacional, em um processo comparável à lapidação de uma

pedra bruta para transformá-la em puro diamante.

Como modelo vitorioso de franquia social, o Formare já se encontra com

mais de duas dezenas de escolas implantadas no Brasil e na Argentina.

Cerca de 85% dos jovens formados empregaram-se em pequenas, mé-

dias e grandes empresas, triplicaram sua renda em três anos, e muitos

prosseguiram seus estudos até o nível superior.

Os cursos e materiais pedagógicos Formare são estruturados de acordo

com as linhas do Programa de Expansão da Educação Profissional do

Ministério de Educação (PROEP/MEC), bem como dos princípios da

educaçõo tecnológica contemporânea. Assim, os cursos Formare ajudam

a desenvolver características essenciais para um bom desempenho pro-

fissional: multifuncionalidade, flexibilidade, comunicabilidade, responsa-

bilidade e criatividade, com base em pesquisa para identificar as carên-

cias e necessidades do mundo do trabalho nas regiões em que as es-

colas são implantadas.

Formare: uma escola para a vida

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áreas: Logística � Administração e Serviços Industriais

Logística

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CADERNO TÉCNICO

Orientação PedagógicaAlfredo Vrubel

AutoriaCarlos Cziulik

Revisão de textoJuliana Macedo Rocha

Produção Editorial e GráficaModus Operandi Ltda.

Curitiba – Paraná[email protected]

Créditos das Imagens

© Corel Corporation / © IMSI

IniciativaFundação Iochpe

SETEMBRO 2005

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Apresentação

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Este material tem por objetivo proporcionar ao leitor uma visãoabrangente dos aspectos envolvidos na administração e movimentação demateriais, cujo termo representativo é logística.

Os diversos conteúdos foram divididos em capítulos, com fundamentosteóricos, ilustrações e tabelas, visando facilitar a compreensão dos temastratados. Exercícios resolvidos e outros propostos finalizam cada capítuloe servem para que o leitor aplique os conhecimentos adquiridos em diver-sas situações práticas. Os padrões esperados para os exercícios propos-tos podem ser encontrados no Capítulo 6.

No Capítulo 1, são apresentados os principais conceitos associados àlogística, envolvendo seus componentes, funções e importância no contex-to atual. Também são caracterizados os principais tipos de logística exis-tentes atualmente.

A administração logística, com o necessário enfoque no custo, definiçõesde níveis de estoque, curva ABC, cadastramento e inventário são os te-mas do Capítulo 2.

O Capítulo 3 trata especificamente da logística de distribuição. Assim,são discutidas suas operações características, técnicas de armazenagem eprincipais equipamentos de movimentação. Atenção especial é dedicadaàs questões de segurança na movimentação de materiais.

No Capítulo 4, desenvolve-se um projeto de logística para um turno detrabalho de oito horas.

Finalmente, os indicadores de desempenho e as principais tendências nosetor logístico são examinados no Capítulo 5.

Com este material, pretende-se que o leitor adquira um conjunto de infor-mações fundamentais acerca da logística, podendo identificar os princi-pais fatores que contribuem para que uma empresa seja competitiva nocenário econômico globalizado em que o Brasil se encontra inserido.

Para facilitar a leitura deste texto, as seguintes convenções foramadotadas:� O símbolo (*) denota que a definição da palavra ou expressão imedia-

tamente anterior encontra-se expressa no Capítulo 7, Glossário.� i.e., – expressão do latim, id est, será utilizada para abreviar a expres-

são isto é.� e.g. – expressão do latim, exempli gratia, será utilizada para abreviar

a expressão por exemplo.

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Muitos autores e especialistas consideram que a logística (*) éhoje responsável pelo sucesso ou fracasso das organizações.Constituindo-se de quatro atividades básicas (aquisição, movi-mentação, armazenagem e entrega de produtos), demanda quehaja planejamento e cuidados redobrados com sua implemen-tação.

O termo logística deriva do francês, logistique. É a parte daarte da guerra que trata do planejamento e da realização deprojeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transpor-te, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de mate-rial (e.g., para fins operativos e administrativos). Também envol-ve recrutamento, incorporação, instrução e adestramento, desig-nação, transporte, bem-estar, evacuação, hospitalização e des-ligamento de pessoal (isto no âmbito militar). Finalmente, definee demanda de contratos ou prestação de serviços.

É preciso ressaltar que, desde o Império Romano, o ser humanovem estudando questões logísticas. Senão, como seria o trans-porte de tropas, animais e alimentos nas grandes jornadasguerreiras que se empreendiam naqueles tempos? É por essasrazões que o meio militar tem uma preocupação particular coma logística.

Foi após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), todavia, e,principalmente, após o advento da globalização nos anos1990, que o termo logística passou a ser estudado com maisdetalhes.

No mundo fabril ideal, não deveria existir estoques. Os produ-tos teriam de ser fabricados e prontamente entregues aos con-sumidores. Sabe-se, porém, que isso é muito difícil de ser ob-tido. Cabe à logística industrial, portanto, manter os níveis deestoque em patamares compatíveis com as linhas de produçãoe os setores de distribuição e, ao mesmo tempo, entregar osprodutos nas quantidades, especificações e prazos requeridospelos clientes.

Introdução

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Dessa forma, a partir desse contexto, pretende-se com este ca-derno convidar o leitor a conhecer os fundamentos da logística(e.g., administração de materiais, operações características, in-dicadores e tendências).

Uma vez dominados os conceitos e principais tipos de logística,pode-se discutir os principais fatores que influenciam a adminis-tração logística (e.g., tipos de depósitos, layouts, cadastramentode materiais). A partir daí, o foco passa para a logística dedistribuição, em que a ênfase acontece nas técnicas deprocessamento de pedidos, técnicas de armazenagem e equipa-mentos de movimentação.

Um trabalho prático serve para consolidar os conhecimentosdiscutidos anteriormente, assim como para dar uma noção cla-ra da formatação de um projeto de planejamento logístico.

Finalmente, são destacados os indicadores de desempenho e astendências mais modernas em termos de logística (e.g., tercei-rização, uso de internet, entre outras).

O objetivo dos conteúdos tratados, assim, é demonstrar a im-portância dos conceitos, indicadores e ferramentas de planeja-mento, operação e controle das atividades da logística de pro-dução e distribuição. Os padrões de desempenho dos diversossegmentos econômicos podem estar em consonância com astendências mais modernas de produtividade e melhoria contí-nua. Também, quando necessário, este material pode servir defonte de consulta para a correta análise da adequação doambiente logístico (e.g., segurança de operação de equipamen-tos, tipos de embalagens, entre outros).

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Índice

1. LOGÍSTICA: CONCEITOS E TIPOS 131.1. Conceitos 141.2. Componentes e funções 151.3. Tipos e características 17

1.Exercícios 21

2. ADMINISTRAÇÃO LOGÍSTICA 232.1. Conceitos 242.2. Planejamento da logística 242.3. Componentes do custo logístico 252.4. Tipos de depósito 272.5. Nível de estoque 302.6. Curva ABC 322.7. Sistema MRP 342.8. Inventário de materiais 351 Exercícios 39

3. LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO 413.1. Conceitos 423.2. Operações características 423.3. Técnicas de armazenagem 443.4. Equipamentos de movimentação 46

Exercícios 51

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4. TRABALHO PRÁTICO: PROJETO DE LOGÍSTICA 534.1. Formulação do problema 544.2. Descrição do produto 544.3. Informações para a operação logística 554.4. Informações complementares 564.5. Tarefas a serem desenvolvidas 564.6. Apresentação dos trabalhos 57

5. LOGÍSTICA: INDICADORES E TENDÊNCIAS 595.1. Conceitos 605.2. Indicadores de desempenho 605.3. Tendências em logística 661.3. Exercícios 71

6. GABARITOS DOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS 73

7. GLOSSÁRIO 77

8. ANEXOS 80

9. LEITURA COMPLEMENTAR 87

10.REFERÊNCIAS 88

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11.1. Conceitos

1.2. Componentes e funções

1.3. Tipos e características

1.3. Exercícios

CONCEITOS E TIPOSLOGÍSTICA:

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LOGÍSTICA

1LOGÍSTICA: CONCEITOS E TIPOS

1.1. Conceitos

O conceito de logística é utilizado desde os tempos mais re-motos. Na Bíblia, e.g., muitos personagens fazem referênciase se utilizam de seus fundamentos para movimentação deprodutos de colheitas e animais; líderes militares, como Na-poleão Bonaparte, preparavam-se para guerras, quase sem-pre longas e em campos de batalha distantes. Nas duas situ-ações, eram necessários grandes deslocamentos de uma loca-lidade para outra, obrigando que as pessoas levassem con-sigo todo o suprimento necessário para as jornadas.

Assim, quer para movimentar grãos, deslocar soldados outransportar armas, era necessária uma organização logística.No caso de guerras, é preciso considerar que era necessário,entre outras coisas, transporte, armazenagem(*) e distribuiçãode alimentos, munição e armas.

Durante muitos séculos, a logística esteve associada apenas àatividade militar. Gradativamente, conhecimentos e experiên-cias adquiridos durante as várias campanhas passaram a serutilizados em atividades civis.

Por ocasião da Segunda Guerra Mundial, contando com umatecnologia mais avançada, a logística acabou por abrangeroutros ramos da administração militar. Assim, os civis a elaforam incorporados, transferindo a eles os conhecimentos e aexperiência militar.

Pode-se dizer que a logística trata do planejamento,organização, controle e realização de atividades rela-cionadas à armazenagem, transporte e distribuição debens e serviços.

Primeiras guerras X necessidades logísticas

Napoleão: um estrategista logístico

Abordagem PDCA(*) para logística

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LOGÍSTICA

A indústria japonesa, e.g., situada em ilhas, produz ele-troeletrônicos competitivos, que são comercializados nomundo todo. Para conseguir esses resultados, equipes pro-jetaram, desenvolveram e manufaturaram produtos de acor-do com as necessidades dos clientes, armazenando-os cor-retamente, controlando os estoques, transportando, distri-buindo e prestando assistência técnica requerida.

Com esse exemplo, percebe-se que mesmo com a distânciaexistente entre o local da manufatura e o ponto de consumo épossível, com a logística, atender satisfatoriamente aos consumido-res.

No Brasil, por sua vez, os alimentos são transportados das zonasrurais até os centros urbanos; e os produtos manufaturados sãolevados até o campo, percorrendo, muitas vezes, grandes distân-cias.

1.2. Componentes e funções

Por ser capaz de promover a integração descrita naseção anterior é que o transporte é a atividadelogística mais importante.

Transportar mercadorias garantindo a integridade dacarga, no prazo combinado e a baixo custo exige oque se chama de logística de transporte.

Os modos de movimentação dos produtos podemocorrer por meio:a) rodoviário;b) marítimo;c) ferroviário;d) aeroviário.

A escolha depende do tipo de mercadoria a ser transportada, dascaracterísticas da carga (e.g., volume, massa), da urgência e,principalmente, dos custos.

O Brasil apresenta como característica o emprego do meio rodo-viário para o transporte de suas mercadorias. Nesse caso, hánecessidade de adequar o equipamento à carga sendo transpor-

Localização do Japão: Extremo Oriente

Produto oriundo do campo sendocomercializado na cidade

Transporte terrestre: fundamental na logística

Transporte marítimo: uma opção

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LOGÍSTICA

tada (Tabela 1). Assim, deve-se notar que é a característica da carga quedefine o tipo de transporte a ser empregado. Com isso, percebe-se que umadas funções da logística é reduzir as distâncias entre os centros produtores eos centros de consumo dos bens. Cabe à logística assegurar um perfeito de-sempenho dessa movimentação, com custos adequados, garantindo que osserviços de transporte sejam competitivos.

Para empresas de manufatura, os bens devem ser levados aos consumidores.No caso de serviços, não há transporte, pois o serviço é criado na presençado cliente.

Mercadorias encaixotadas, fardos

Automóveis

Líquidos em geral

Toras e madeiras em geral

Material a granel (e.g., areia, pedrabritada), com sistema de descarga rápida

Transporte de resíduos e outros materiais

Tabela 1 – Caracterização de elementos do transporte rodoviário

NOME EXEMPLOS TIPO DE PRODUTO TRANSPORTADO

Caminhão-baú

Cegonheiro

Caminhão-tanque

Caminhão-toco

Caminhão-graneleiro

Caminhões especiais

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LOGÍSTICA

Um sistema de transporte eficiente e barato, portanto, contri-bui para aumentar a concorrência no mercado e acompetitividade entre as empresas, elevar as economias con-siderando diferentes escalas de produção e reduzir os pre-ços das mercadorias, fortalecendo a geração de riquezas deum país.

A Tabela 2 contém um quadro comparativo dos desempenhos re-ferentes aos principais modais de transporte de mercadorias quepodem ser empregados por empresas manufatureiras e de distri-buição.

Na Tabela 2, percebe-se que a velocidade de entrega doavião não implica em boas condições de confiabilidade,qualidade e custo. Já o transporte rodoviário apresentagrande flexibilidade quanto às rotas; todavia, é deficientequanto aos custos. Finalmente, destaca-se que o transportepor dutos(*) apresenta desempenho interessante em váriosaspectos, mas é precário quanto à flexibilização das rotas.

1.3. Tipos e características

1.3.1. Logística de manufatura ou de produção

A logística de manufatura ou de produção, dentro de um ambien-te fabril, busca sincronizar a produção com as demandas dosclientes (normalmente originárias das áreas de vendas). A produ-

Velocidade deentrega

Confiabilidade deentrega

Qualidade

Custo

Flexibilidade darota

DESEMPENHO DAPRODUÇÃO RODOVIÁRIO

MODOS DE TRANSPORTE

Tabela 2 – Desempenhos da produção para diferentes modos de transporte

FERROVIÁRIO AÉREO HIDROVIÁRIO POR DUTOS(*)

2

2

2

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1

3

3

3

4

2

1

4

4

5

3

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5

5

2

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4

1

1

1

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Fonte: Adaptado de Slack; Chambers; Johnston (2002)1 = melhor desempenho, 5 = pior desempenho

Logística X contexto global

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LOGÍSTICA

ção tem como objetivo principal, assim, transformar os mate-riais em produtos finais ou acabados, respeitando principal-mente os prazos de entrega dos mesmos.

A logística de produção é responsável por acompanharo fluxo do pedido desde o Plano Mestre de Produção(MPS, do inglês Master Production Schedule), oriundodo Setor de Planejamento e Controle da Produção, ge-rado a partir de pedidos específicos (Figura 1). Essaárea tradicional dentro das empresas de manufaturatem um apoio maciço de computadores para processarelevado volume de informações a partir de listas demateriais, definição de rotas dos pedidos, compati-bilização entre necessidades de materiais e capacida-des de fabricação.

1.3.2. Logística de suprimentos

Também conhecida como Inbound, a logística de suprimentos é aetapa que envolve a movimentação de materiais de sua origematé o ponto de produção ou armazenagem. Diferencia-se dalogística de produção por relacionar-se com o ambiente externo(i.e., fornecedores, empresas terceirizadas), que trará componen-tes de outro local até a empresa. Também deve ter seu fluxo demateriais associado a um planejamento de utilização dos compo-nentes para evitar estoques.

A logística de suprimentos também é conhecida como logística dofornecedor, pois o componente movimentado deve passar por al-guma outra etapa dentro do processo produtivo.

1.3.3. Logística de distribuição

Estando o produto apto para ser embalado e despachado aoconsumidor, entra em cena a logística de distribuição, responsávelpor fazer com que os produtos cheguem ao consumidor final, de

Figura 1 – Exemplo de planilha de um Plano Mestrede Produção que orienta ações logísticas

Parafusos e porcas normalmente sãofornecidos para outras etapas demontagem no processo produtivo

A produção depende de logística confiável

Atendimento ao cliente: fundamental na logística de distribuição

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LOGÍSTICA

acordo com as características e prazos definidos (e.g., denada adianta entregar a carga correta de ovos de chocolatedepois do domingo de Páscoa).

A logística de distribuição é predominantemente composta deserviços de entrega expressa (mesmo que envolvam longas dis-tâncias).

Com a logística de distribuição fica mais evidente a necessida-de de racionalização de toda a cadeia de suprimentos, hajavista o aumento da competitividade entre as empresas aliadoao aumento do giro de estoque e à diminuição do ciclo devida dos produtos(*). É devido a esses fatores que as organi-zações produtivas cada vez mais terceirizam a distribuição,exigindo dos operadores logísticos maior velocidade efracionamento das entregas.

Como a idéia é trabalhar com o mínimo de estoques [geral-mente empregando o sistema just-in-time (*)], há a necessidadede se ter visibilidade total do processo de distribuição de seusprodutos.

A logística de distribuição vem sendo dominada por grandestransportadoras e centros de distribuição que entregam de car-gas pesadas a pequenos volumes.

1.3.4. Supply Chain Management

Supply Chain Management (SCM), ou Gestão da Cadeia de Su-primentos, representa nova e promissora abordagem da adminis-tração de materiais, permitindo uma visão abrangente de toda acadeia produtiva. A SCM pressupõe que as empresas devam es-tabelecer estratégias competitivas e funcionais bastante claras jun-to a seus fornecedores e clientes.

A SCM tem por objetivo caracterizar uma unidade virtual de ne-gócio (i.e., conjunto de unidades, geralmente representadas porempresas distintas, que compõem uma determinada cadeia produ-tiva; e.g., empresas de autopeças lideradas por uma montadora),

América Latina Logística (ALL)Importante operador logístico no sul do Brasil

Aspecto de um centro de distribuição

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Logís

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LOGÍSTICA

gerando os benefícios da tradicional integração vertical, sem queocorram perdas em termos de custos e flexibilidade.

Assim, a unidade virtual de negócios deve concentrar seus esfor-ços em garantir a competitividade do produto perante o consumi-dor final e o desempenho de toda a cadeia produtiva, demandan-do uma sistemática de gestão integrada (Figura 2). Um bomexemplo de integração de toda a cadeia de suprimentos é omodelo de consórcio modular, implementado pela empresaVolkswagen e oito fornecedores de autopeças na fábrica de cami-nhões e chassis de ônibus da montadora em Resende, no Rio deJaneiro.

Figura 2 – Exemplo de esquema que destaca a integração entreos vários setores envolvidos no processo produtivo

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LOGÍSTICA

Exercícios

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. De maneira ampla e considerando o contexto de movimentaçãode materiais, qual é o objetivo principal da logística?RESPOSTA: Atender satisfatoriamente as necessidades dos clientesem relação aos produtos da empresa, independentemente dasdistâncias envolvidas.

2. Quais são os fatores que influenciam na escolha do tipo detransporte de produtos, considerando o contexto logístico?RESPOSTA: A escolha do tipo de transporte é influenciada pelamercadoria, pelas características da carga (e.g., volume, mas-sa), pela urgência e, principalmente, pelos custos.

3. Qual é o principal documento que norteia as ações no âmbitoda logística de produção?RESPOSTA: É o Plano Mestre de Produção (MPS, do inglês MasterProduction Schedule), que direciona o fluxo do pedido.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Em equipe de dois alunos, discutam e apresentem em relatórioo motivo de o conceito de logística ser utilizado já em temposbíblicos.

2. Considerando a Tabela 2, em equipes de dois alunos, façamuma análise do desempenho dos modais ferroviário e hidroviá-rio. Dêem pelo menos três exemplos de produtos transportadosem cada categoria.

3. Pense em uma fábrica de refrigerantes. Considerando que todaa produção é envasada e colocada em engradados em seupátio, qual é o tipo de logística que deve ser acionado? Qualé o tipo de transporte mais recomendado para a movimentaçãonecessária?

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LOGÍSTICA

4. Em equipes de quatro alunos, considerando o negócio princi-pal da empresa mantenedora da Escola Formare, caracterizeme descrevam a logística típica encontrada, destacando os tiposde produtos movimentados e as freqüências de transporte en-volvidas.

5. Em que categoria de logística (i.e., de produção, de suprimen-to) pode ser enquadrada a movimentação e armazenagem depeças de reposição?

6. Em equipes de quatro alunos, considerando o negócio princi-pal da empresa mantenedora da Escola Formare (i.e., fornece-dor primário, montadora, distribuidora), descrevam em relató-rio uma unidade virtual de negócios dentro do conceito deSupply Chain Management.

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22.1. Conceitos

2.2. Planejamento da logística

2.3. Componentes do custo logístico

2.4. Tipos de depósito

2.5. Nível de estoque

2.6. Curva ABC

2.7. Sistema MRP

2.8. Inventário de materiais

Exercícios

ADMINISTRAÇÃOLOGÍSTICA

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LOGÍSTICA

2.1. Conceitos

Reforçando os conceitos já apresentados e aborda-gens consagradas, a logística envolve um processo deplanejamento, implementação e controle do fluxo earmazenagem eficientes e de baixo custo de matérias-primas, estoque em processo, produto acabado e in-formações relacionadas, desde o ponto de origem atéo ponto de consumo, com o objetivo de atender aosrequisitos do cliente.

Dentro desse contexto, o planejamento da logísticaassume um papel fundamental, já que verifica as con-dições disponíveis e faz a previsão dos recursos queserão necessários para que os materiais sejam movi-mentados dentro dos requisitos estabelecidos (i.e.,prazos, quantidades, rotas de mínimo custo, tipos detransportes necessários).

2.2. Planejamento da logística

O planejamento logístico consiste em definir metas, estabe-lecer modelos, concatenar(*) processos e implementar açõesde maneira que o fluxo de materiais atenda às necessidadesespecificadas.

O planejamento logístico geralmente abrange três níveis (Figura 3):a) estratégico (e.g., posicionamento no mercado);b) tático (e.g., por distribuidoras terceirizadas);c) operacional (e.g., distribuidoras de pequeno porte, com moto-

cicletas).

2ADMINISTRAÇÃO LOGÍSTICA

Planejamento: atividade primeira na logística

Planejamento: verificaçãoe previsão de recursos

Figura 3 – Exemplo da disposição dostrês níveis de planejamento logístico

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LOGÍSTICA

Figura 4 – Exemplo de uma planilha computacionalpara simulação de cenário, considerando vários

meses e envolvendo diferentes parâmetros

O planejamento logístico deve contemplar os seguintes aspectos:a) posicionamento da empresa no mercado de atuação;b) contínua observação dos concorrentes, caracterizando seus

meios de atuação no mercado;c) melhoria contínua de todos os processos logísticos (i.e., internos

e externos), focando na redução de custos e no aprimoramentoda qualidade dos produtos e serviços;

d) identificar as necessidades de investimento, definindo priorida-des e mecanismos de aplicação dos recursos;

e) identificar e caracterizar as oportunidades tecnológicas (e.g.,uso da tecnologia da informação).

Finalmente, cabe ao planejamento logístico desenca-dear um processo de simulação (Figura 4) que, comcustos reduzidos, permita identificar os principaispontos fortes e fracos do planejamento, o que pres-supõe o uso de ferramentas computacionais.

Uma empresa (seja mercearia, farmácia, supermer-cado, atacadista ou montadora), portanto, deve es-tar preparada para gerenciar de maneira eficiente eeficaz os processos logísticos (i.e., internos e exter-nos), nos melhores e piores cenários, garantindo acompetitividade da organização.

2.3. Componentes do custo logístico

Para que haja administração logística eficiente, é necessário quese tenha a definição clara do custo logístico das operações demovimentação de materiais.

O custo logístico nada mais é do que a soma dos custos dearmazenagem, manutenção de estoque e transporte.

Custos: fator fundamental na logística

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LOGÍSTICA

2.3.1. Custo de Armazenagem (CA)

Parcela do custo logístico que envolve a armazenagem (nor-malmente em almoxarifado) de matérias-primas e embalagens(nesse caso, considerados produtos acabados).

Os principais componentes de custo de armazenagem são:a) salários de pessoal de movimentação, escritório do almoxari-

fado, entre outros;b) horas extras;c) encargos sociais;d) transporte dos funcionários;e) aluguel dos imóveis relacionados com a armazenagem;f) manutenção (i.e., peças de reposição, serviços);g) material de escritório;h) despesa com energia e seguros, entre outros.

2.3.2. Custo de Manutenção do Estoque (CME)

O raciocínio é o seguinte: produtos em estoque implicam em di-nheiro aplicado que não está rendendo. Considera-se, assim, quea diferença que a empresa não está recebendo pelo capital inves-tido(*) é o custo de manutenção do estoque.

Uma maneira de levantar esse custo é considerar o saldo médiode estoque de cada item e multiplicar pelo custo respectivo defabricação. Totalizando os custos individuais, multiplica-se pelataxa de interesse mensal típica com a qual a empresa trabalha(e.g., rendimento da caderneta de poupança, que é de 0,5% aomês). Multiplicando o resultado parcial por 12 meses, obtém-se ocusto de manutenção do estoque por ano.

2.3.3. Custo de Transporte (CT)

O custo de transporte pode ser contabilizado de diferentesmaneiras:a) empresa de transporte terceirizada – neste caso, deve ser

considerado o valor pago às empresas contratadas;

Armazenar um produto corretamente tem custos

Trabalhar com baixo nívelde estoques reduz os custos

Os custos de transporte devem ser cuidadosamentecontabilizados no custo logístico

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LOGÍSTICA

b) frota própria – devem ser considerados como custos: saláriosde motoristas e carregadores; encargos sociais; horas extras;licenciamento/IPVA; depreciação dos veículos; seguro obrigató-rio; pneus, combustível, entre outros;

c) sistema misto (frota própria e terceirizados) – fazer o somató-rio dos dois componentes de custos.

2.3.4. Custo logístico (CL)

Uma vez levantadas todas as parcelas discutidas nas seções ante-riores, pode-se fazer o cômputo do custo logístico, que é dadopor:

CL = CA + CME + CT

Definido o custo logístico, deve-se analisá-lo detalhadamente comvistas a reduzi-lo, partindo de ações que podem ser definidaspara cada um dos componentes de custo. Considerando dados efatos, aspectos de custos podem ser clarificados, permitindo queas metas estabelecidas sejam mais rapidamente atingidas.

Não se pode melhorar aquilo que não se mede.

2.4. Tipos de depósito

A armazenagem de materiais ocorre em depósitos, locais previa-mente definidos e com infra-estrutura adequada para acomodaros itens de interesse. Os depósitos desempenham as seguintes fun-ções:a) recebimento de produtos;b) armazenagem de produtos;c) coleta de produtos de acordo com pedidos dos clientes (que

podem ser internos ou externos);d) preparação dos produtos para entrega no cliente.

Os depósitos podem ser de vários tipos e apresentar diferentesconfigurações e finalidades. A Tabela 3 contém um apanhado dosprincipais tipos de depósito, suas características e exemplos.

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LOGÍSTICA

A movimentação eficiente e efetiva de materiais depende emgrande parte do layout existente no depósito. Os parâmetros ge-néricos a serem considerados na definição de um layout são:a) permitir a utilização máxima do espaço disponível;c) permitir flexibilidade nas mudanças de estocagem e movimen-

tação;d) ser modelo de organização;e) garantir a integridade física dos colaboradores.

Tabela 3 – Principais tipos de depósito

NOME EXEMPLOS CARACTERÍSTICAS

Depósitos demercadorias

Depósitos deestocagem de

granéis

Depósitos deestocagemrefrigerada

Depósitos deeletrodomésticos

Depósitos decargas em geral

Trabalham com certos grupos demercadorias; podem ser

especializados em estocagem emovimentação de perecíveis ou

não-perecíveis.

Estocagem e movimentação deprodutos a granel (e.g., substânciasquímicas, óleos, sal, grãos); podem

incluir serviços de mistura efracionamento de volumes.

Têm controle de temperatura;trabalham com produtos perecíveis(e.g., frutas, vegetais, remédios).

Locais especializados paraestocagem e movimentação de

eletrodomésticos e móveis.

Movimentam praticamente todo tipode mercadorias; não são

necessárias instalações especiais.

Eletrônicos

Farinha

Frutas

Eletrodomésticos

Pedras

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LOGÍSTICA

Os parâmetros que dizem respeito a fatores específicos podem serobservados na Tabela 4.

A Figura 5 apresenta exemplo de layout de depósito. Note asdocas(*) para carga e descarga dos caminhões e o tipo emprega-do de pilha de mercadorias, o que permite inferir que se trata deum produto de características leves e volumosas.

Figura 5 – Exemplo de layoutde um depósito de mercadorias

Tabela 4 – Fatores específicos na definição do layout de armazenagem

FATOR AÇÃO

Intensidade de uso

Semelhança

Tamanho

Características dosmateriais

Utilização do espaço

Produtos com elevada rotatividade(*) devem serestocados próximos ao ponto de uso.

Itens recebidos e expedidos juntos devem possuirlocalização próxima; itens com forte correlação (e.g.,parafuso e porca) deve ficar próximos.

Produtos pesados, volumosos e de difícil movimentaçãodevem ser estocados próximos ao ponto de uso;produtos pesados: preferir locais com altura de tetobaixa; produtos leves: empregar locais com altura deteto elevada; sempre considerar o tamanho total doestoque dos itens.

Prever locais adequados para itens perecíveis; preverproteção para materiais perigosos; maximizar autilização do espaço para produtos com formatosdiferentes.

Projetar o layout em torno de obstáculos; sempre utilizarcorredores retos e com largura suficiente para amovimentação eficaz, sem desperdício de espaço; evitaro bloqueamento do estoque; as pilhas de mercadoriasdevem ser retas e estáveis; os corredores devem sermarcados; deve-se manter o registro do estoque.

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LOGÍSTICA

2.5. Nível de estoque

Estoque pode ser definido como o acúmulo adequadamentearmazenado de recursos materiais em um sistema que en-volve transformação.

Um hotel, e.g., estoca itens de alimentação e limpeza; um hospi-tal, gaze, algodão, remédios; uma montadora de televisores, ga-binetes, tubos de imagem, placas (Figura 6).

O estoque existe porque há uma diferença no ritmo do forneci-mento e da demanda pelo item. Dessa forma, estoque nada maisé que um mecanismo utilizado para criar independência das fasesprodutivas, conforme Figura 7.

Existem quatro tipos fundamentais de estoque:a) Estoque de proteção: tem por finalidade compensar as defasa-

gens e incertezas (i.e., a venda dos produtos é maior do quea capacidade de produzi-los) que ocorrem entre fornecimentoe demanda dos produtos. O mesmo pode ocorrer entre dife-rentes setores dentro da organização [e.g., a fabricação deprodutos torneados(*) é menor, devido à quebra de máquinas,do que a capacidade de montá-los; logo, há necessidade deum estoque de proteção].

b) Estoque de ciclo: é necessário porque os diferentes estágios naprodução do bem não podem fornecer simultaneamente todosos itens que manufaturam/montam. Normalmente, o estoquede ciclo existe porque as produções acontecem em lotes queserão consumidos ao longo do processo produtivo.

c) Estoque de antecipação: ocorre quando as demandas peloproduto são muito flutuantes mas apresentam certa previsibili-dade (e.g., ovos de chocolate para a Páscoa). O produto é

Figura 6 – Diferentes exemplos deestoque: pedras em uma marmoraria

e carros em um distribuidor

Figura 7 – Esquema queilustra o conceito de estoque

Exemplo de estoque de antecipação

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LOGÍSTICA

fabricado ao longo do ano (estando em estoque) para fazerfrente à demanda quando necessário.

d) Estoque no distribuidor: ocorre na medida em que não é pos-sível o produto estar instantaneamente no ponto de venda, nomomento ou logo após sua fabricação. Assim, depois que oproduto é criado, é embalado, transportado e descarregado nodistribuidor. Nesse caso, o produto normalmente está indisponí-vel ao consumidor, ficando, portanto, em estoque no canal dedistribuição.

Produtos acabados, matérias-primas e demais componentes queos setores mantêm em estoque requerem custo de conservaçãopara permanecerem em condições de uso para clientes internos eexternos à empresa. Assim, o principal objetivo da administraçãode estoques é o de determinar o tamanho do lote de produtos oucomponentes [Lote Econômico (LE), conforme esquema contido naFigura 8], que minimiza todos os tipos de custo envolvidos nestagestão.

Os principais custos envolvidos na gestão de estoques são:a) Custo de aquisição: composto de duas parcelas – custo que

deve ser pago ao fornecedor (custo de produção do item) ecustos da emissão de ordem de compra (aí entram custos ad-ministrativos, de transporte e de inspeção).

b) Custo associado à existência de estoques: ocorrem devido amovimentação de materiais, armazenagem, impostos, seguros,

Figura 8 – Relação entre quantidade a ser comprada e custo total mínimo

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LOGÍSTICA

furtos, obsolescência(*) do item, aluguel, capital empregado naaquisição do item e que está parado, entre outros.

c) Custo associado à falta de estoque: nesse caso, se houver faltado item no estoque, deve-se emitir uma ordem extra de compraou produção. Também deve-se considerar que o não-atendi-mento da demanda pode implicar na perda do cliente e nanão-realização da venda.

Para seqüenciamento e emissão das ordens de compra, um mode-lo bastante utilizado é o do lote econômico simples, mostrado naFigura 9. Assim, as ordens de compra são emitidas conformesolicitações do cronograma de produção que, sempre que possí-vel, deve ser balanceado para evitar flutuações indesejáveis nosistema de produção.

2.6. Curva ABC

O princípio da classificação ABC(*) (também conhecida comoCurva 80 – 20), que é atribuído ao italiano Vilfredo Paretto, es-tabelece, de maneira abrangente, que um dado elemento de inte-resse (renda, riqueza ou item de estoque) está normalmente 80%concentrado em uma pequena parcela de uma classe (algo emtorno de 20%). Como exemplo, tem-se que 80% da riqueza deuma nação estão nas mãos de menos de 20% da população.

Exemplo de gráfico de Paretto

Figura 9 – Esquema ilustrativo de lote econômico

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LOGÍSTICA

A curva ABC, que é uma ferramenta gerencial, permite identificarquais itens justificam atenção e tratamento adequados quanto àsua importância relativa. Tem sido bastante utilizada em ambien-tes industriais, comerciais ou de prestação de serviços, para:a) administração de estoques;b) definição de políticas de vendas;c) planejamento da distribuição;d) programação da produção, entre outras.

2.6.1. A técnica ABC

Classicamente, uma análise ABC consiste na separação dos itensde estoque em três grupos, de acordo com o valor de demanda(i.e., produtos acabados) ou valor de consumo (i.e., para produ-tos em processo ou matérias-primas e insumos). Na seqüência, ovalor de consumo anual ou demanda anual é computado pelamultiplicação de seu preço/custo unitário por seu consumo ou de-manda anual. A partir daí, podem ser obtidos três grandes gru-pos de itens que representam:

a) classe A: itens que possuem alto valor de demanda ou deconsumo anual;

b) classe B: itens que ocupam posição intermediária em termos deconsumo;

c) classe C: itens que indicam demanda ou consumo anual baixo.

A Figura 10 apresenta exemplo típico de curva ABC, indicandoque 20% dos itens considerados classe A correspondem a 65% doconsumo ou demanda anual. A mesma leitura pode ser feita paraas demais classes.

Finalmente, uma análise por meio da técnica ABC serve para in-dicar quais itens devem ser controlados com mais rigor, haja vistaseus impactos de custos, permitindo, assim, a definição de priori-dades.

Figura 10 – Curva ABC típica

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LOGÍSTICA

2.7. Sistema MRP

O conceito de Materials Resource Planning (MRP), ou Planejamen-to das Necessidades de Materiais, surgiu com a necessidade deuma programação efetiva de materiais e insumos(*) para atendera demanda por ordens de produção e de compra. O MRP (tam-bém conhecido como MRP I) compreende, então, um sistema deinformações que é capaz de computar a quantidade de determi-nado tipo de material necessária para um instante na linha deprodução. Esse cálculo tem como base pedidos em carteira(*) eprevisões de pedidos.

O sistema MRP verifica se todos os elementos neces-sários para compor os pedidos solicitados estão dis-poníveis a tempo para completá-los, caracterizandoassim um plano de produção (também conhecidopor plano mestre de produção). Com isso, pode-seobservar que a preocupação principal do MRP é odimensionamento de lotes, visando a sua otimização(Figura 11).

É preciso ressaltar que os sistemas MRP tradicionaisnão apresentam alternativas de planos de produçãoque permitam distintas avaliações. Também não pro-curam minimizar os custos de produção.

Um avanço do MRP é o Manufacturing Resource Planning

(MRP II), ou Planejamento de Recursos de Manufatura. Nessecaso, o sistema permite um planejamento integrado de todos osrecursos demandados por uma empresa de manufatura, os quaispodem ser oriundos de:

a) manufatura;b) engenharia;c) marketing;d) finanças;e) pessoal.

O MRP II depende de uma base de dadosfuncional (Figura 12), que possa ser acessadapor todos os indivíduos da empresa, confor-me suas necessidades.

Figura 11 – Exemplo de um sistema de planejamento demateriais (no caso, alimentos), para um restaurante

Figura 12 – Diagrama esquemático defuncionamento de um sistema MRP II

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LOGÍSTICA

Finalmente, cabe destacar que uma vi-são mais moderna de apoio ao plane-jamento de recursos é o Enterprise

Resources Planning (ERP), ou Planeja-mento de Recursos da Empresa. OERP(*) é um modelo baseado fortemen-te em sistema computacional que facilita o fluxo de informaçõesentre todos os departamentos da empresa e suas atividades, taiscomo fabricação, logística, finanças e recursos humanos. É base-ado em um banco de dados único, operando em uma plataformacomum, que envolve um conjunto integrado de aplicações, conso-lidando todas as operações do negócio em apenas um ambientecomputacional.

2.8. Inventário de materiais

Padronizar e manter um cadastro de materiais unificado ga-rante redução de custos junto à armazenagem de materiaise permite pronto atendimento das demandas por parte dosdiversos setores da organização.

Um bom cadastro de materiais deve conter informações su-ficientes para assegurar a correta compra de um item espe-cífico, sempre que necessário. Se o cadastro não é bom oueficiente, as empresas até conseguem comprar e manter seusestoques, mas de forma muito complexa e cara, enfrentan-do, diariamente, diversos problemas que comprometem seuresultado operacional e sua produtividade. Exemplos típicosde não-conformidades oriundas de cadastros deficientes são:a) materiais recebidos com especificação diferente;b) materiais com qualidade inferior à necessidade da apli-cação;c) tempo de aquisição demasiado longo;d) necessidades de amostras, entre outros.

É fácil perceber que esses problemas podem conduzir a problemasdurante a produção e montagem de componentes, podendo gerarestoque de materiais inservíveis.

Exemplo de ERP

Cadastro de materiais: elemento importante paraa correta aquisição e armazenagem de itens

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LOGÍSTICA

Figura 13 – Sistema automatizado de cadastro de materiais

A automação de um sistema de supri-mentos (Figura 13) depende de um ca-dastro de materiais que possua infor-mações completas, corretas, sem dupli-cidade, ou com fornecedores exclusi-vos.

Um cadastro de materiais eficiente influencia na maneira comodevem ser armazenados. Dessa forma, são possíveis diferentesclassificações, conforme apresentado na Tabela 5.

Finalmente, um cadastro de itens de estoque pode conter os pa-râmetros de nível de estoque atual mínimo, máximo e última com-pra, classificação contábil dos materiais, indicação de fornecedo-res, entre outros. Na indústria, normalmente o documento deempenho é o elemento gerador da aquisição do item e servirá debase para seu cadastro.

Para que os itens cadastrados na empresa tenham sua localizaçãoprecisa e eficiente, há necessidade de definir um código paraeles. Existem inúmeros mecanismos de codificação, desde sistemasalfanuméricos até aqueles que usam etiquetas com emissores defreqüência de rádio. Os mais populares atualmente, todavia, sãoos códigos de barras, que representam grande evolução em rela-ção às tradicionais fichas cadastrais.

O código de barras é uma forma de representar numeração queviabiliza a captura automática dos dados por meio de leituraóptica nas operações automatizadas (e.g., recebimento, formação

Tabela 5 – Classificação de materiais para efeitosde cadastro e armazenagem

FATOR EXEMPLOS

Características do material

Características físicas

Outras

- Sólidos, líquidos ou gasosos- Peças individuais ou a granel- Facilidade de transporte

- Tamanho (i.e., comprimento, altura, largura)- Peso- Forma (i.e., cúbica, cilíndrica, achatada, curva)- Risco de danos (i.e., frágil, tóxico, corrosivo)- Condições (i.e., instável, pegajoso, perecível)

- Quantidade (i.e., intensidade de uso, volume, lotes)- Cronometria (i.e., regularidade, urgência)- Medidas especiais (i.e., regulamentos e normas especiais)

Exemplo de transição das fichaspara o código de barras

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LOGÍSTICA

Exemplo de scanner para código de barras

de pedidos, inventário). O aparelho para fazer aleitura ótica do código de barras é chamado descanner (*).

Os padrões de código de barras mais freqüentemente utilizadosna indústria são os apresentados na Tabela 6.

O sistema EAN.UCC reconhece três simbologias de código debarras para representar as estruturas de numeração padronizada:a) EAN/UPC 2 ;

b) ITF-14 3;c) UCC/EAN-128.

A Figura 14 apresenta um exemplo de código de barras de acor-do com o código EAN-13.

1 O decreto presidencial 90.595/84 instituiu o código de barras padrão internacional EuropeanArticle Numbering (EAN), administrado pela Uniform Code Council (UCC).

2 Universal Product Code (UPC).

3 Interleaved Two of Five (ITF).

CÓDIGO 39

CÓDIGO ITF

EAN.UCC 1

Código alfanumérico indicado paraimpressão em materiais de baixa qualidade.

Código largamente empregado em caixasde papelão.

Código normalmente impresso junto àembalagem de apresentação do produto.

Tabela 6 – Diferentes padrões de código de barras

PADRÃO CARACTERÍSTICAS

Figura 14 – Exemplo de um códigode barras conforme código EAN-13

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LOGÍSTICA

A Figura 15 mostra o detalhamento do código apresentado naFigura 14. Nesse caso, os nove primeiros dígitos apresentam da-dos da empresa. Os três seguintes, informações do produto. Porfim, aparece o dígito verificador, que garante a consistência dasinformações.

A entidade GS1 Brasil é responsável pela organização e conces-são de informações referentes à automação industrial e comercialem nosso país.

O uso de código de barras, ou outras formas de codificação,ajuda muito na manutenção da rastreabilidade(*) dos materiais,bem como na realização de inventários eficientes. Na indústria, otermo inventário também é empregado para designar estoque. Oinventário de materiais nada mais é do que uma conferência dositens em estoque, que pode ser realizada a qualquer tempo.

Atualmente, são inúmeras as tecnologias empregadas para reali-zar o inventário de materiais. O uso de computadores de mão,associados à tecnologia celular móvel, é um dos exemplos maisutilizados. A Figura 16 exemplificainventário de estoque sendo realiza-do junto à gôndola de um supermer-cado, com uso de sistema informa-tizado de transmissão de dados.

Figura 15 – Detalhamento do significado do código EAN-13

Figura 16 – Exemplo de inventário de estoque

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LOGÍSTICA

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. O que o planejamento logístico objetiva caracterizar com o em-prego das técnicas de simulação?RESPOSTA: Busca identificar (com custos reduzidos) os pontosfortes e fracos do planejamento, permitindo efetuar correçõesno mesmo.

2. Considerando o custo de manutenção do estoque, que análisebásica pode ser realizada com relação ao volume do capitalinvestido?RESPOSTA: A análise deve sempre considerar que o dinheiro a-tualmente aplicado no estoque poderia estar rendendo juros emoutro tipo de investimento (e.g., poupança, títulos de capitaliza-ção).

3. Analisando a Figura 8, como é definida a quantidade de pro-dutos a ser comprada?RESPOSTA: É definida pela determinação do ponto onde o custototal é mínimo (ponto inferior da curva de custo total).

4. Qual é a diferença conceitual entre MRP I e MRP II?RESPOSTA: No MRP I são consideradas apenas as necessidadesde material da empresa. No MRP II são incluídas todas asnecessidades de recursos para a manufatura (e.g., pessoal,máquinas disponíveis).

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Em duplas, entrevistem o responsável pela logística (e.g., ge-rente, supervisor) junto à empresa mantenedora da Escola For-mare. Em relatório, caracterizem a atuação logística da empre-sa nos níveis estratégico, tático e operacional.

2. Considerando o modelo de custo logístico apresentado, verifi-que junto à empresa mantenedora da Escola Formare qual das

Exercícios

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parcelas envolve maior volume de recursos. Em relatório, citempelo menos dois exemplos de fatores de custos para cada par-cela.

3. Com base na Tabela 3, identifique o tipo de depósito que maisse aproxima do que é empregado na empresa mantenedorada Escola Formare. A seguir, com base na Tabela 5, identifiqueos dois principais fatores empregados nesse depósito para de-finição do layout de armazenagem. Produza relatório.

4. Considerando o pátio de estacionamento de carros dos colabo-radores da empresa mantenedora da Escola Formare, em equi-pe de quatro alunos, façam um levantamento característico(e.g., modelo, cor, ano) dos carros ali existentes. A seguir,assumam que esse é o estoque de uma empresa montadora deveículos. Produzam uma classificação com o emprego da técni-ca ABC para duas características levantadas.

5. Em equipes de quatro alunos, entrevistem o responsável pelalogística (e.g., gerente, supervisor) na empresa mantenedorada Escola Formare. Com base na entrevista, caracterizem emrelatório o sistema de planejamento de recursos (i.e., MRP I ouMRP II) empregado. Anexem dois modelos de documentos(e.g., ficha de cadastro de materiais) empregados pelo sistemaem uso.

6. Em duplas, desenvolvam uma ficha cadastral para registrar ascaracterísticas de cinco tipos diferentes de canetas existentesentre os alunos da turma. A seguir, desenvolvam um códigoalfanumérico simples que possa ser afixado junto às canetas eque permita sua pronta identificação.

7. Em duplas, façam um levantamento de dois tipos de códigosde barras (e.g., para produtos e para etiquetas de transporte)empregados na empresa mantenedora da Escola Formare. Ve-rifiquem junto ao setor de logística qual é o tipo de código(e.g., EAN-13) empregado. A seguir, produzam relatório quecontenha os principais recursos de inventário que a empresautiliza.

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LOGÍSTICA

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33.1. Conceitos

3.2. Operações características

3.3. Técnicas de armazenagem

3.4. Equipamentos de movimentação

Exercícios

LOGÍSTICA DEDISTRIBUIÇÃO

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LOGÍSTICA

3ADMINISTRAÇÃO LOGÍSTICA

Exemplo de rotas de transporte mundial

Exemplo de rede de distribuição

Exemplo de mapa para localização de endereço

3.1. Conceitos

Nos últimos anos, verificou-se grande evoluçãoda logística de distribuição em razão de váriosfatores que aceleraram o desenvolvimento e aprofissionalização do setor. Houve, dessa forma,necessidade maior de classificar as embalagensde transporte. Entre os fatores citados tem-se:a) crescente internacionalização da produção;

b) redução dos ciclos de produção;

c) mais liberdade para o transporte de bens.

Assim, foi necessário aperfeiçoar as redes de distribuição comvistas a atender os mercados cada vez mais afastados (i.e., deri-vados da globalização). Com o aumento médio da distância detransporte, o retorno em vazio de caminhões, navios e aviões(contendo as embalagens dos produtos originalmente transporta-dos) implica em aumento dos gastos que repercutem no custo finaldo produto.

3.2. Operações características

A logística de distribuição pode ter atua-ção tanto interna quanto externa à empre-sa.As principais operações que ocorrem noâmbito da logística de distribuição dizemrespeito a:a) localização de endereços;

b) abastecimento da área de separaçãode pedidos;

c) controle de expedição;

d) definição de roteiros de transporte ur-bano.

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LOGÍSTICA

Os principais objetivos da logística de distribuição são:

a) redução do número de erros do cumprimento dos pedidos (in-ternos ou externos);

b) atendimento dos pedidos da empresa com agilidade e qualida-de;

c) segurança de rastreabilidade dos pedidos; isso facilita a apura-ção de eventuais ocorrências (e.g., reclamações de clientes,desvios de produtos);

d) funcionalidade do sistema de distribuição, de maneira quequalquer pessoa treinada possa executar bem as tarefas neces-sárias.

É importante ressaltar que um atendimento rápido ecorreto permite à empresa mostrar para mercados alta-mente competitivos que é capaz de suprir suas deman-das. Do contrário, pode-se ter um cliente infeliz, quecertamente relutará em adquirir bens e produtos daempresa.

O processamento dos pedidos pode ocorrer de diferentes manei-ras, envolvendo colaboradores se movimentando a pé e coletandoos produtos manualmente até sistemas totalmente automatizados.O processamento do pedido tem por finalidade fornecer o pedidona cor, tamanho, estilo, sem danos, na data marcada e na quan-tidade pedida.

No processamento manual, para compor o pedido, utiliza-se umcarrinho que é movimentado ao longo da linha de separação, sen-do carregado manualmente. Já no sistema motorizado, são empre-gados veículos que transportam ou elevam o colaborador ao longoda linha de separação, montando dessa forma o pedido.

Finalmente, nos sistemas auto-matizados (Figura 17), umprograma de computador seencarrega de orientar o cola-borador a se conduzir ao en-dereço demarcado para fazera coleta na quantidade indi-cada no pedido.

Cliente não atendido= cliente insatisfeito

Exemplo de separação de pedidocom auxílio motorizado

Figura 17 – Exemplo de sistemaautomatizado de separação de pedidos

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LOGÍSTICA

O planejamento da distribuição envolve vários fatores. Entre elesé importante citar:

� Definição do critério para administração dos estoques.Envolve basicamente as abordagens:a) Primeiro que Entra, Primeiro que Sai (PEPS): o item mais antigo

em estoque deve ser expedido em primeiro lugar;b) Último que Entra, Primeiro que Sai (UEPS);

� Definição do tipo de separação a ser adotada (i.e., separaçãodescontínua: um pedido é separado por vez; ou separação porlotes: nesse caso, vários pedidos são processados por vez).

� Definição do layout para separação dos pedidos.

� Definição de métricas(*) para sinalizar a eficiência na distribui-ção dos pedidos.

Finalmente, cabe reforçar que nos dias de hoje a logística dedistribuição deve ser tão eficiente ao ponto de manter os níveis deestoques em patamares mínimos.

3.3. Técnicas de armazenagem

As técnicas de armazenagem ou armazenamento envolvem oacondicionamento de produtos de modo que possam ser transpor-tados de maneira segura e sem danos. Para tanto, o conceito deunitização(*) deve ser bem compreendido. A carga unitizada (Fi-gura 18) envolve o acondicionamento ou arranjo de diversos vo-lumes de mercadorias (e.g., pacotes de açúcar, garrafas de refri-gerante) de modo a formarem unidades maiores, conforme tipose formatos padronizados. O objetivo da carga unitizada é facili-tar o transporte de forma que possa ser mecanicamente movimen-tada ao longo de todo o percurso de transporte. Isso evita múlti-plos e desnecessários manuseios da carga fracionada.

A unitização é o conceito fundamental de um sistema integradode acondicionamento e movimentação de materiais. Os ele-

mentos que a implementam (chamados de unitiza-dores) possuem como características uso repetitivoe recursos (encaixes, juntas) que permitem erguere movimentar a carga como um todo. A pale-tização (Figura 19) tem sido reconhecida como aprincipal forma de unitização.

Exemplo de emprego do critério PEPS

Figura 18 – Exemplo de carga unitizada

Figura 19 – Exemplo de carga unitizada suportada por paletes

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LOGÍSTICA

Paletes (adaptação da palavra ingle-sa pallet) ou estrados são plataformasdestinadas a suportar cargas (i.e., produtosunitizados) (Figura 20), permitindo sua movimentaçãopor elementos projetados para isso (i.e., garfos), dinamizandoa movimentação mecânica na produção industrial e em depósitos,facilitando a carga e a descarga. Os paletes têm como função amovimentação em grande escala.

Apesar da evidente vantagem do sistema paletizado sobre a mo-vimentação manual, os dois convivem simultaneamente no Brasil.O motivo é o alto custo da implantação do sistema paletizado emcomparação com o do sistema convencional.

Os elementos que estão sob a responsabilidade da logística dedistribuição devem ser mantidos íntegros. Para tanto, devem sertomados todos os cuidados para que não sejam danificados du-rante seu manuseio. Também devem ser tomadas precauçõesquanto à degradação por umidade, raios solares, calor, ratos (eoutros animais ou insetos) e substâncias químicas.

As embalagens, no contexto da logística de distribuição, por suavez, desempenham algumas funções importantes.

Figura 20 – Exemplo de paletee seu transporte

Exemplo de dano em fios elétricoscausados por ratos

Suprir às mercadorias todos os tipos de proteçãonecessários (mecânica, física, química).

Têm por função comunicar-se com o cliente; nessecaso, está relacionada à função de venda do

produto.

Em certas situações, a embalagem custa mais queo produto em si. Logo, atenção especial deve ser

dispensada a esse item.

Tecnológica

Mercadológica

Econômica

Tabela 7 – Principais funções da embalagem na logística

FUNÇÃO DESCRIÇÃO

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LOGÍSTICA

Exemplos de embalagens feitascom diferentes materiais

Exemplos de cartaz indicando reciclagem

As embalagens podem ser feitas dos mais diversos materiais,dentre os quais destacam-se:a) plásticos de diferentes tipos;b) papel;c) metal;d) madeiras;e) materiais naturais.

Cabe ressaltar, no entanto, que os plásticos ocupam lugar dedestaque no campo das embalagens. Há grande preocupaçãocom seus impactos ambientais, devido a sua longa permanênciasem degradação na natureza. Dessa forma, atenção especial deveser dispensada às marcações nas embalagens quanto a sua pos-sibilidade de reciclagem ou reúso.

Finalmente, as embalagens podem ser:a) do tipo rígido ou flexível;b) para acomodar líquidos, sólidos, pastas e pós;c) de diferentes formatos, entre outros.

Cabe à logística de distribuição prover os mecanismos adequadospara fazer frente às diferentes demandas dos produtos em suasrespectivas embalagens.

3.4. Equipamentos de movimentação

Os equipamentos de movimentação devem ser selecionados demodo que a administração do fluxo de materiais e produtos sejaeficiente e segura. A aquisição desses equipamentos deve obede-cer a uma diretriz geral, evitando-se aquisições esparsas ou muitoespecíficas. É preciso reforçar que os equipamentos de movimen-tação representam um ativo, cujo investimento muitas vezes é alto.

Normalmente, os equipamentos de movimentação estão associadosaos tipos de movimentos que são necessários para uma atividadeespecífica (e.g., fabricação, abastecimento do ponto de venda).

A Tabela 8 apresenta os principais equipamentos de movimenta-ção e suas características.

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47

LOGÍSTICA

Roteiro

Freqüência demovimentação

Distânciaspercorridas

Ambiente fabril

Direção do fluxo

Acionamento

Tabela 8 – Movimentação: características e equipamentos

MOVIMENTAÇÃO EXEMPLOEQUIPAMENTOCARACTERÍSTICAS

Programação repetitiva

Programção aleatória

Fluxo contínuo demateriais

Fluxo intermitente demateriais

Distâncias curtas efreqüentes

Distâncias longas esistemáticas

Interno

Externo

Horizontal

Vertical

Manual

Motorizados

Monovia

Empilhadeira

Correia e correntetransportadora

Tratores para movimentaçãohorizontal

Empilhadeira

Comboios tracionados portratores industriais

Empilhadeiras elétricas (evitamcontaminação de mercadorias e

colaboradores)

Tratores [movidos a GLP(*) oudiesel]

Tratores industriais

Elevadores de cargas eempilhadeiras

Paleteiros

Ver itens 1 e 5Empilhadeiras e tratores industriais

Ver item 1

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LOGÍSTICA

Os equipamentos de movimentação podem atuar em diferentesáreas da logística industrial, exercendo diferentes tarefas. Assim,do momento que um produto é concebido pela equipe de projetosaté o momento em que ele chega ao consumidor final (Figura 21),existe um longo caminho a ser percorrido, passando por diversasáreas (dentro da indústria e junto à cadeia de distribuição).

A Tabela 9 mostra um resumo das principais áreas envolvidas nopercurso fabricação-cliente, assim como as tarefas relacionadas acada uma delas.

Figura 21 – Percurso entre a linha demontagem e o cliente (produto desejado)

Logística deabastecimento

Logística demanufatura

Logística dedistribuição

Logística devarejo

Responsável pelotransporte de materiaisdos fornecedores até a

empresa.

Responsável porabastecer os postos deoperações fabris e demontagem, seguindo

ordens e cronogramasdefinidos.

Responsável pelaadministração do

centro de distribuição.

Responsável pelaadministração do pontode venda do produto.

- Descarregamento no recebimento earmazenamento de matérias-primas ecomponentes.

- Definição dos módulos de abastecimento.- Embalagem de materiais.- Retorno de embalagens.

- Movimentação de produtos semi-acabados ecomponentes.

- Armazenagem de semi-acabados noalmoxarifado.

- Deslocamento de produtos acabados da linhade montagem para os armazéns.

- Localização de endereços.- Abastecimento da área de separação de

pedidos.- Controle de expedição.- Definição de roteiros de transporte urbano.

- Armazenagem de mercadorias.- Abastecimento de gôndolas.- Controles de desperdícios, extravios e furtos.- Homologação de fornecedores.

Tabela 9 – Caracterização das áreas e tarefas da logística industrial

ÁREA TAREFAS PRINCIPAISCARACTERÍSTICAS

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LOGÍSTICA

Pode-se concluir que, ao fazer compras em um supermercado (Fi-gura 22), uma pessoa realiza movimentação de material que seenquadra num contexto maior da logística industrial (i.e., logísticade distribuição e logística de varejo).

A movimentação de materiais que muitas vezes envolve o manu-seio de cargas pesadas, com equipamentos grandes e em movi-mento rápido, deve ser uma atividade segura. Para tanto, todos osenvolvidos com movimentação de materiais devem estar atentos àsnormas de segurança. Uma das principais é a Norma Regula-mentadora 26 (NR-26 , consta no Anexo), que define os principaisparâmetros de sinalização de segurança que devem ser do conhe-cimento de todos.

Por ser a empilhadeira um dos equipamentos mais utilizados emmovimentação de materiais na área de logística, serão abordadosalguns tópicos a seu respeito, de maneira que possa ser operadacom segurança.

A estabilidade da empilhadeira deve ser sempre garantida. Docontrário, a carga a ser transportada pode elevar as rodas dian-teiras do equipamento. Outro fator de suma importância é queseja respeitada a capacidade de carga da empilhadeira, assimcomo o centro de carga do material a ser transportado (i.e., adistância entre o centro de gravidade da carga e a parte traseirados garfos da empilhadeira). Do contrário, podem ocorrer aciden-tes de graves proporções, conforme mostra a Figura 23.

O operador de empilhadeira deve saber com clareza quais são asdimensões de referência para que não ocasione acidentes invo-luntários (Tabela 9).

Figura 23 – Exemplo deacidente com empilhadeira

Tabela 9 – Dimensões de referência paraoperação segura de empilhadeiras

PARÂMETRO DESCRIÇÃO

Largura total

Raio de giro

Altura do protetor

Altura dos garfos

Comprimento sem garfos

Distância entre as partes laterais da empilhadeira.

Raio necessário para a empilhadeira manobrar, tendo comoreferência a roda traseira contrária ao lado que está girando.

Altura máxima do sistema de proteção do operador. Define otamanho mínimo de lugares restritos onde a empilhadeirapode entrar.

Define a máxima altura que a parte superior dos garfos daempilhadeira é capaz de elevar uma carga.

Distância da face externa do contrapeso até a face externada estrutura de suporte dos garfos.

Figura 22 – Exemplo de operaçãologística em supermercado

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50

LOGÍSTICA

A Figura 24 contém um diagrama das principais dimensões deuma paleteira e uma empilhadeira, muito empregadas na logísticaindustrial.

Esquema com as principais dimensões de uma empilhadeira

Figura 24 – Principais dimensões aserem respeitadas no transporte deprodutos com paleteiras e empilhadeiras

Esquema com as principais dimensões de uma paleteira

© D

ay

Brasi

l

Em ambientes de movimentação de materiais, é muito comum aocorrência de cartazes que chamam a atenção para os princípiosde segurança que devem ser respeitados (Figura 25). É importanteque um operador de empilhadeira esteja familiarizado com essetipo de informação.

Finalmente, é importante destacar que as demais normas de segu-rança inerentes ao funcionamento da organização devem ser res-peitadas pelo setor de movimentação de materiais.

Figura 25 – Exemplo de cartazes e selos ilustrativos que alertam para questõesde segurança em ambientes logísticos

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LOGÍSTICA

Exercícios

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. Por que a logística de distribuição vem ganhando importâncianos últimos anos?RESPOSTA: Devido à internacionalização da produção, que fazcom que muitos itens sejam manufaturados em um país e co-mercializados em outros.

2. Por que a logística de distribuição deve ter uma preocupaçãoespecial com a rastreabilidade de seus pedidos e expedições?RESPOSTA: Para garantir resposta rápida e precisa quando deuma eventualidade (e.g., reclamação por atraso, danificaçãode um item entregue). Assim, é importante saber quem separouo pedido, quando isso ocorreu, quem transportou, entre outros.

3. Por que uma compra em um supermercado é uma operaçãologística?RESPOSTA: Porque envolve separação de um pedido (i.e., a listade itens do cliente), movimentação de itens da prateleira parao carrinho, conferência do pedido no caixa e transporte dosprodutos até a casa do cliente.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Em duplas, façam uma visita técnica ao centro de distribuiçãoda empresa mantenedora da Escola Formare e entrevistem oresponsável. Caracterizem em relatório o sistema empregadopara processar os pedidos.

2. Em duplas, façam uma visita técnica ao centro de distribuiçãoda empresa mantenedora da Escola Formare para observar otipo de unitização empregado pela empresa. Registrem em re-latório (descrevam quantidades de produtos, volumes, dimen-sões, peso, entre outros).

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LOGÍSTICA

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3. Em duplas, façam uma visita técnica ao centro de distribuiçãoda empresa mantenedora da Escola Formare para examinaremcinco paletes aleatoriamente. Caracterizem em relatório aqueleque é mais freqüentemente utilizado, listando suas dimensões,tipo de material de que é feito e principais usos.

4. Em equipes de três alunos, coletem pelo menos seis embala-gens vazias diferentes que acondicionem distintos produtos(e.g., materiais sólidos, líquidos, pós). Produzam um relatório,utilizando recursos gráficos, caracterizando cada uma das em-balagens quanto a forma, material da embalagem, produtoembalado e cuidados.

5. Em equipes de três alunos, façam uma visita técnica ao centrode distribuição da empresa mantenedora da Escola Formare.De acordo com a Tabela 8, identifiquem os principais sistemasde movimentação existentes. Em relatório, descrevam seus prin-cipais usos.

6. Em duplas, façam uma entrevista com um operador de em-pilhadeira que atue no centro de distribuição da empresa man-tenedora da Escola Formare. Em relatório, descrevam os prin-cipais procedimentos de segurança adotados e se o profissio-nal já enfrentou alguma situação insegura.

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44.1. Formulação do problema

4.2. Descrição do produto

4.3. Informações para a operação logística

4.4. Informações complementares

4.5. Tarefas a serem desenvolvidas

4.6. Apresentação dos trabalhos

TRABALHO PRÁTICO:

53

PROJETO DE LOGÍSTICA

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LOGÍSTICA

4TRABALHO PRÁTICO: PROJETO DE LOGÍSTICA

Figura 26 – Produto-referência:carrinho industrial

Alça de acionamento

Plataforma

Este capítulo objetivo que os alunos, em equipes de até três pes-soas, sejam capazes de desenvolver um projeto integrado delogística. Os resultados do trabalho devem constar em relatóriofinal, o qual deve apresentar rigor nos conceitos bem como tabe-las, desenhos, diagramas e ilustrações.

4.1. Formulação do problema

Com base no produto proposto, conforme Figura 26 (ou outroescolhido/proposto pelo educador voluntário), e considerando osdados de produção estabelecidos, a equipe deve desenvolver oprojeto de planejamento de logística para um turno de trabalhode oito horas de produção.

4.2. Descrição do produto

O produto proposto e manufaturado pela empresa AlfaBeta con-siste de um carrinho de transporte de produtos para ambientesindustriais, conforme Figura 26.

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LOGÍSTICA

04

18

18

36

1,8 m

2,5 m

0,4 m²

0,4 m²

Fornecedor A

Fornecedor B

Fornecedor B

Fornecedor C

Fornecedor D

Fornecedor E

Fornecedor F

Fornecedor G

Unitário

Caixa com 100

Caixa com 50

Pacote c/ 200

Barra c/ 6 m

Barra c/ 6 m

Chapa c/ 6 m²

Por m/linear

COMPONENTE QUANTIDADE

Tabela 11 – Informações de referência: componentes

DESCRIÇÃO OBSERVAÇÃO

Rodízio

Parafuso

Porca

Arruela

Tubo de aço

Barra perfil “l”

Chapa de madeira

Proteção de borracha

Sabe-se que a empresa AlfaBeta realiza serviços de corte, dobrae soldagem dos componentes plataforma e suporte de aciona-mento. O serviço de pintura, todavia, é integralmente terceirizado.

4.3. Informações para a operação logística

Dados importantes para referências logísticas:

a) a empresa fica situada no interior do Paraná;

b) os fornecedores A, B e C estão localizados fora do estado doParaná e atendem pelo serviço de 0800;

c) os fornecedores D e E estão localizados a uma distância de100 km da sede da empresa;

d) a empresa terceiriza seus serviços de distribuição;

e) os principais consumidores do produto são das regiões Sudestee Nordeste do Brasil.

Alguns dados dos componentes que integram o produto podemser encontrados na Tabela 11.

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56

LOGÍSTICA

4.4. Informações complementares

A empresa possui apenas um concorrente nesta linha de produtos,o qual não tem conseguido atender à demanda do mercado.Sabe-se também que a empresa AlfaBeta pratica os indicadoreslogísticos apresentados na Tabela 12.

A empresa AlfaBeta trabalha em dois turnos de oito horas e pos-sui um corpo de funcionários capacitados nas várias áreas deatuação.

Nota: as informações aqui apresentadas são consideradaselementares; se houver necessidade de outros dados, aequipe deve buscá-los junto aos colaboradores da empresamantenedora da Escola Formare ou, em último caso,arbitrá-los(*).

4.5. Tarefas a serem desenvolvidas

Com base nos dados disponibilizados, espera-se que as equipesdesenvolvam as seguintes tarefas:a) estruturação de um estudo pormenorizado do produto e suas

características – a equipe deve estudar cuidadosamente a ima-gem contida na Figura 26, identificando cada componente(i.e., manufaturados na empresa AlfaBeta e aqueles adquiridosde outras empresas);

b) preparar fluxograma simplificado de produção, definindo pos-tos de trabalho e respectivas capacidades;

INDICADOR

Tabela 12 – Indicadores logísticospraticados pela empresa AlfaBeta

VALOR

Pedidos completos e no prazo

Tempo de ciclo do pedido

Precisão do inventário

Utilização da capacidade de estocagem

Coletas no prazo

Recebimento de produtos dentro das especificaçõesde qualidade

96%

36 h

88%

106%

96%

91%

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57

LOGÍSTICA

c) preparar fluxograma simplificado de suprimentos, considerandoas informações contidas nas Tabelas 11 e 12;

d) partindo dos fluxogramas definidos, estabelecer quantidades ecustos respectivos (e.g., de movimentação, de armazenagem,do produto);

e) entrevistando pessoas ligadas à área de logística, definir possí-veis técnicas de abastecimento para o sistema de produçãoproposto;

f) com base nas técnicas de movimentação estudadas e observa-das na empresa mantenedora da Escola Formare, definir astécnicas de movimentação para o sistema de produção propos-to;

g) sugerir pelo menos três mecanismos de controle (e.g., procedi-mentos de recebimento, formulários) para o setor de logística;

h) com base nas informações contidas na Seção 4.3., caracterizaros mecanismos de distribuição externa dos produtos (e.g., nú-mero de expedições por semana para a região Nordeste).

O tempo estimado para a realização do projeto é de duas sema-nas.

4.6. Apresentação dos trabalhos

As equipes devem apresentar o trabalho por escrito, providencian-do ilustrações e textos que permitam o completo entendimento dasatividades desenvolvidas. O projeto também deve ser apresentadoformalmente para as demais equipes, com previsão de tempopara discussão junto aos demais participantes.

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59

5LOGÍSTICA:

INDICADORES ETENDÊNCIAS

5.1. Conceitos

5.2. Indicadores de desempenho

5.3. Tendências em logística

1.3. Exercícios

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LOGÍSTICA

5LOGÍSTICA: INDICADORES E TENDÊNCIAS

5.1. Conceitos

As empresas buscam garantir a eficiência de seus diversossegmentos de maneira a assegurar a qualidade de seus pro-dutos/serviços ao cliente final. Essa percepção de qualidade édependente do comportamento operacional da empresa, quedeve fazer frente à estratégia definida pela alta direção. Paratanto, o monitoramento de indicadores de desempenho servepara analisar o cumprimento dos objetivos traçados no plane-jamento estratégico da organização. O sistema Kanban(*) éum exemplo de abordagem para gerenciamento da produçãopartindo de indicadores e cujo enfoque é logístico.

5.2. Indicadores de desempenho

Os indicadores logísticos buscam avaliar e auxiliar o controle daperformance logística da organização. Atualmente, as empresasdevem ter uma preocupação com a total integração dos parceirosda cadeia de suprimentos. Assim, os indicadores de desempenhologístico permitem monitorar as atividades logísticas.a) Internas à empresa: conferem o desempenho dos processos

internos à empresa (e.g., tempo de rotação do estoque, loteeconômico de suprimento, entre outros).

b) Externas à empresa: monitora a performance dos serviçosprestados pelos parceiros da empresa (i.e., fornecedores). Nes-se caso, tem-se tempo de ressuprimento do fornecedor e núme-ro de entregas fora do prazo, entre outros.

5.2.1. Principais indicadores de desempenho nalogística interna

Atualmente, há vários processos logísticos dentro das empresasque influenciam na performance logística interna da organização,principalmente na necessidade de contínua melhoria dos proces-sos e pelo maior fluxo de dados e informações que são movimen-tados entre os diversos setores da empresa. É preciso ressaltarque a produção dos indicadores de desempenho logístico depen-

Gráficos representam indicadores logísticos

Contexto que influencia a cadeiade suprimentos

Triângulo mágico: qualidade, tempo ecusto são elementos essenciais na função

logística das organizações

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61

LOGÍSTICA

de da coleta de dados relativos aos diversos processos da empre-sa. Tal coleta deve ser equilibrada para que não prejudique, emtermos de custo e complexidade, os diferentes processos envolvi-dos. Finalmente, cabe destacar que o uso de indicadores é defundamental importância para a tomada de decisões (o que podese tornar difícil com informações dispersas pela organização).

No âmbito interno da organização, os indicadores de de-sempenho logístico podem ser categorizados nas seguintesáreas:a) atendimento do pedido ao cliente;b) gestão de estoques;c) armazenagem;d) gestão de transportes.

As seções a seguir contêm um apanhado dos principais indicado-res logísticos, separados por área de interesse. Sempre que possí-vel, serão fornecidos exemplos que representem os mesmos.

5.2.1.1. Atendimento do pedido do cliente

A Figura 27 apresenta um exemplo e uma caricatura de que nãodevem ser medidos esforços para aentrega ocorrer no prazo determi-nado.

Coleta de dados: etapa importantena geração de indicadores

Figura 27 – Entregas no prazo:importante indicador logístico

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LOGÍSTICA

Pedido perfeito

Pedidos completose no prazo

Entregas no prazo

Taxa deatendimentodo pedido

Tempo de ciclodo pedido

Tabela 13 – Indicadores de desempenho no atendimento do pedido do cliente

INDICADOR VALOR DE REFERÊNCIACÁLCULODESCRIÇÃO

Determina a taxa depedidos sem erros emcada etapa deformação da solicitaçãodo cliente

Sinaliza as entregasque ocorreram dentrodo prazo nasquantidades eespecificações definidas

Indica a % de entregasrealizadas dentro doprazo acordado com ocliente

Indica a % de pedidosatendidos dentro dasquantidades eespecificações indicadas

Tempo transcorrido entrea formalização dopedido pelo cliente e adata de entrega domesmo

Em torno de 70%

Em torno de 75%

Entre 95% a 98%

Em torno de 99,5%

Para localidadespróximas, o índice deve

ser menor ou iguala 24 horas

% de precisão no registro dopedido do cliente X % de precisãona separação do pedido X % de

entregas no prazo X % de entregassem danos X % de pedidos

faturados corretamente

Entregas no prazo

Entregas realizadas*100

Pedidos integralmente atendidos

Total de pedidos expedidos*100

Entregas perfeitas

Entregas realizadas*100

Data da entrega – data daformalização do pedido

Figura 28 – Uso racional dos armazéns:definidores de indicadores logísticos

5.2.1.2. Indicadores para a gestão de estoques

A Figura 28 representa a preocupação com o uso racional dosespaços de armazenagem, uma vez que eles têm grande influên-cia no desempenho logístico da organização.

A Tabela 13 contém um apanhado dos principais indicadores re-lacionados ao atendimento do pedido ao cliente.

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63

LOGÍSTICA

Tempo da docapara o estoque

Precisão doinventário

Vendas perdidas

Estoqueindisponívelpara venda

Utilização dacapacidade de

estocagem

Tabela 14 – Indicadores de desempenho para a gestão de estoques

INDICADOR VALOR DE REFERÊNCIACÁLCULODESCRIÇÃO

2 horas

99,9% dos itens nomesmo dia

No Brasil, 95%

Variável

Variável

Próximo a 100%

Tempo da doca até o estoque

Tempo da doca até o ponto de venda

Receita não concretizada (emreais) uma vez que o item

não estava em estoque

Estoque físico atual

Estoque físico contábil*100

Estoque indisponível

Estoque total

Tempo despendido dachegada da mercadoria nadoca de recebimento atésua efetiva armazenagemfísica

Sinaliza a diferença entrea contagem física doestoque e os valores deregistro contábil do mesmo

Indica o valor das vendasnão-realizadas em razãodo item solicitado nãoestar no estoque (i.e.,indisponível)

Indica o valor do estoqueindisponível para venda,em decorrência de danosda movimentação,armazenagem, datas devencimento e/ouobsolescência (em reais)

Métrica empregada paraindicar:a) utilização volumétricado armazém;b) número de posiçõesdisponíveis de estocagem

Posições de armazenagem ocupadas

Número total de posições armazenagem *100

Ocupação média

Volume total de armazenagem*100

Figura 29 – Elementos que influenciamno custo de armazenagem

63

5.2.1.3. Indicadores de produtividade da armazenagem

A Figura 29 apresenta alguns elementosque influenciam nos custos de armaze-nagem.

A produtividade da armazenagem émedida pelos indicadores contidos naTabela 15.

Os indicadores que caracterizam o desempenho organizacionalna gestão de estoques estão apresentados na Tabela 14.

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LOGÍSTICA

Pedidos por hora

Custo por pedido

Tempo médio decarga e descarga

Tempo médio depermanência do

veículo detransporte

Utilização dosequipamentos de

movimentação

Tabela 15 – Indicadores de desempenho para armazenagem

INDICADOR VALOR DE REFERÊNCIACÁLCULODESCRIÇÃO

Variável(depende do tipo

de negócio)

Variável(depende do tipo

de negócio)

Variável(depende do tipo

de veículo e carga)

Variável(depende de

procedimentos daempresa)

Mínimo de 95%

Indica a quantidade depedidos separados/acondicionados por hora

Indica o valor de rateiodos custos referentes àarmazenagem pelaquantidade de pedidospreparados e expedidos

Métrica para sinalizar otempo de permanência dosveículos de transporte nasdocas de recebimento eexpedição

Indicador que inclui ostempos de manobra,trânsito interno,autorizações, vistorias

Indica o grau de utilizaçãodos equipamentos demovimentação disponíveisem uma operação demovimentação earmazenagem

Custo total de armazém

Total de pedidos expedidos

Hora de saída doca – horasde entrada na doca

Quantidade pedidos preparados

Total de horas trabalhadas no armazém

Hora de saída da portaria – horasde entrada na portaria

Horas em operação

Horas disponíveis de uso*100

Figura 30 – Capacidade de carga notransporte deve ser considerada

5.2.1.4. Indicadores de desempenho na gestão detransportes

A Figura 30 ilustra que a capacidade de carga do modal(*) detransporte é um elemento decisivo na composição de custos que agestão de transportes deve considerar na organização.

A gestão de transportes emprega alguns dos indica-dores contidos na Tabela 16.

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65

LOGÍSTICA

Custo do frete porunidade expedida

Coletas no prazo

Utilização dacapacidade de

carga doscaminhões

Avarias notransporte

Não conformidadeem transportes

Tabela 16 – Indicadores de desempenho para a gestão de transportes

INDICADOR VALOR DE REFERÊNCIACÁLCULODESCRIÇÃO

Variável(depende do tipo

de negócio)

Em geral, este valordeve estar situado entre

95% e 98%

Em geral, este valor deveestar situado em torno de

85%

Variável(depende do tipo

de negócio)

Variável(depende do tipo

de negócio)

Indica o custo do fretepor unidade expedida.

Métrica que revela opercentual de coletasconcretizadas no prazoacordado

Indica a utilização dacapacidade de carga dosveículos de transporteutilizados

Computa a participaçãodas avarias emtransporte no totalexpedido (em reais)

Indica a participação docusto extra do fretepartindo de re-entregas,devoluções, atrasos eoutros, considerando ocusto total do transporte(em reais)

Coletas no prazo

Total de coletas*100

Carga total expedida

Capacidade teórica totaldos veículos utilizados

*100

Avarias no transporte

Total expedido

Custo adicional frete não-conformidade

Custo total de transporte*100

Custo total de transporte

Total de unidades expedidas

5.2.2. Principais indicadores de desempenho nalogística externa

Além dos indicadores internos, nas relações comerciais atuais há anecessidade de monitorar os indicadores que traduzem a per-formance de desempenho dos parceiros da cadeia logística, osquais podem ser importantes em eventuais negociações, bem comopara avaliar as influências destes nos processos internos à organi-zação. Dessa forma, partindo do atendimento dos parâmetros dedesempenho estabelecidos como aceitáveis para o tipo de negóciono qual a empresa atua predominantemente, é possível assegurarque toda a cadeia de suprimentos seja competitiva.

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66

LOGÍSTICA

Entregasrealizadas dentro

do prazonegociado

Entregasdevolvidas (parcialou integralmente)

Recebimento deprodutos dentro

das especificaçõesde qualidade

Atendimento dopedido realizado

Tempo de entregados produtos

Tabela 17 – Indicadores de desempenho da logística externa

INDICADOR VALOR DE REFERÊNCIACÁLCULODESCRIÇÃO

Próximo a 100%

Próximo a 100%

Variável(depende do tipo

de negócio)data/hora do pedido – data/hora

da entrega

Medida que reflete a taxade entregas realizadasdentro do prazo acordadocom o fornecedor

Métrica que revela asentregas devolvidaspartindo de uma falhanão-aceitável dofornecedor

Indica a quantidade deprodutos que foramentregues dentro dasespecificações dequalidade, conformeacordo com o fornecedor

Métrica que revela se ofornecedor entrega aquantidade de produtossolicitados

Indicador que revela otempo que o fornecedorleva para entregar umproduto

Número de entregas no prazo

Número de entregas totais *100

Entregas devolvidas(parcial ou integralmente)

Total de entregas recebidas*100

Produtos com qualidade ok

Total de produtos aceitos*100

Número produtos entregues

Número de produtos pedidos*100

Figura 31 – Ilustração que define a necessidade demonitoramento dos indicadores logísticos externos

5.3. Tendências em logística

Devido à constante mutação(*) e influência de diferentes áreas(e.g., tecnologia da informação, sensoriamento de transportes),várias tendências são continuamente introduzidas em logísticacom o intuito de aprimorar o processo de armazenagem e movi-mentação de materiais, interna e externamente. Algumas quemerecem ser citadas são abordadas nas próximas seções.

A Figura 31 apresenta uma ilustração que ca-racteriza a necessidade de integração dos di-versos atores no cenário logístico.

Os principais indicadores de desempenho dalogística externa constam na Tabela 17.

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67

LOGÍSTICA

ISO 14000: influenciando a logística

Figura 33 – Vigilância e limpeza:típicas atividades terceirizadas

5.3.1. Logística reversa(*)

Considerando os processos de manufatura e comer-cialização modernos, uma área que vem ganhando im-portância é a logística reversa, a qual envolve estudo,tratamento e deliberações sobre o retorno de produtos,embalagens ou materiais ao seu centro produtivo.

Como exemplo de logística reversa, pode-se citar a indústria debebidas que há vários anos adota a prática de reutilização dosvasilhames de vidro [i.e., o produto (bebida) chega ao consumidorfinal e a embalagem (garrafa) retorna ao centro produtivo parareúso]. Com o uso de embalagens descartáveis, todavia (i.e., latasde alumínio e garrafas PET), aparentemente, esse processo foi in-terrompido.

As normas ISO 14000, no entanto, têm incentivado as empresas aadotarem um posicionamento positivo em relação à gestão am-biental, o que tem induzido ao surgimento da “logística verde”.Assim, tornou-se comum a prática da reciclagem de materiais,com destaque para as embalagens descartáveis (e.g., latas dealumínio, garrafas plásticas, caixas de papelão, entre outras) quedeixaram de ser consideradas lixo.

Considerando o processo de reciclagem, percebe-se a ocorrênciada logística reversa, haja vista que há retorno de materiais aoscentros produtivos em forma de matéria-prima.

5.3.2. Terceirização

Importante conceito surgido no final do século XX, a terceirizaçãonada mais é que a subcontratação de serviços que não podem seratendidos internamente na organização. Seu foco principaltem sido o da economia e racionalização de recursos, já quea empresa não necessita investir recursos para ampliar/habi-litar suas capacidades.

A terceirização torna-se relevante na medida em que o ciclode vida dos produtos é cada vez mais curto. Novos produtossão lançados diariamente (basta ver exemplos nos supermer-cados). Dessa forma, as empresas concentram-se em seu ne-gócio principal, evitando perdas de tempo com atividadesque não façam parte do núcleo mencionado (ver Figura 33).

Figura 32 – Conceito de logística reversa eembalagens de madeira: aplicações

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LOGÍSTICA

Assim, uma fábrica de sabão em pó concentra-se em criar novase melhores formulações do produto a cada dia, estabelecendovínculos com os clientes.

Com isso, a empresa (e.g., negócio central: fazer sabão em pó)deve permitir que outras terceirizadas façam as tarefas (e.g.,transporte e distribuição de sabão em pó) nas quais são maiscompetentes que a própria empresa. Dessa maneira, a empresanão desvia a atenção para atividades que não sejam essenciais,focando em satisfazer as necessidades dos clientes.

A decisão sobre o que será terceirizado deve considerar o seguinteposicionamento: terceiriza-se tudo o que puder ser feito melhor poralguém e que possa liberar os colaboradores da empresa para quese concentrem no seu negócio principal. Assim, pode-se fazer maise melhor aquilo que tem competência para fazer.

5.3.3. Logística e internet

O termo internet também surgiu no final do século XX, apresen-tando expansão poucas vezes vistas na história.

Considerando as formas de comércio hoje existentes, que envol-vem empresas e clientes posicionados em várias partes do globo,logística e internet são conceitos imediatamente associados. Surgedessa relação o conceito de comércio eletrônico, também chama-do de e-business. Com o emprego dos métodos e procedimentoslogísticos associados às diferentes tecnologias de informação, épossível reduzir de 10% a 30% os gastos de armazenagem e mo-vimentação, quando comparados às abordagens convencionais.

As compras realizadas por meio de catálogos e serviços telefôni-cos do tipo 0800 também fazem uso da tecnologia da informaçãoe são conhecidas por business to consumer (B2C, comércio com oconsumidor). Com essa maneira de comércio, o cliente fica dis-pensado de se locomover à loja para adquirir os produtos quedeseja.

Com o advento da internet, surgiram empresas virtuais (tambémconhecidas por empresas sem endereço), como a Amazon, querepresenta várias editoras, gravadoras e indústrias eletroeletrô-

B2C: modalidade de comércio atual

Internet: tecnologia versátil

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LOGÍSTICA

nicas. Certamente, uma das preocupações princi-pais dessa empresa é com a logística, uma vezque almeja ser a maior, a melhor e a mais rápi-da.

Se o número de pedidos cresce com o empregoda internet, há necessidade de que as entregasocorram conforme especificações e prazos acor-dados. Os pedidos dispersos ao redor do globotendem a aumentar a complexidade logística pa-ra empresas que trabalham com a internet.

Situações semelhantes às descritas podem ocorrerno âmbito do business to business (B2B, comérciode empresa com empresa), em que o uso datecnologia da informação facilita as relações en-tre as organizações. As pressões por preços eprazos, todavia, podem aumentar substancial-mente.

Com isso, as empresas interessadas em praticar e-commerce de-vem avaliar cuidadosamente seu suporte logístico para decidir seestão preparadas para atender seus clientes de acordo com suasexpectativas.

5.3.4. Integração organizacional

A empresa alemã SAP desenvolveu um software de in-tegração organizacional baseado em ERP (ver Seção2.7.) chamado SAP/R3. Esse produto tem como confi-guração fundamental um sistema cliente/servidor queatua em:a) base de dados no centro do sistema;b) servidores de aplicação;c) servidores finais (i.e., computadores nas mesas de

gerentes e colaboradores).

B2B: internet nocomércio entre empresas

SAP/R3: sistema de integraçãoorganizacional popular nas empresas

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LOGÍSTICA

ÁREA

Tabela 18 – Sistema SAP/R3 e suas áreas de atuação

DESCRIÇÃO

Comporta módulos de:a) gestão de materiaisb) PCPc) manutenção de fábrica, entre outros

Inclui módulos de:a) gestão do consumidorb) gestão de pedidos de comprasc) gestão de transportesd) carregamento, entre outros

Contempla módulos de:a) contas a pagar e a receberb) custosc) fluxos de caixa, entre outros

Contém módulos de:a) folha de pagamentob) contrataçãoc) desenvolvimento de pessoald) programação de mão-de-obra, entre outros

Manufatura elogística

Vendas e distribuição

Contabilidadefinanceira

Recursos humanos

As quatro áreas fundamentais de atuação do sistema SAP/R3 sãoapresentadas na Tabela 18.

Uma das maiores preocupações quando da implantação de umsistema informatizado de integração do negócio é seu custo, jáque normalmente os softwares e treinamentos são caros.

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LOGÍSTICA

Exercícios

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. Considerando o âmbito externo, o que se busca determinarcom o emprego de indicadores logísticos?RESPOSTA: Monitorar a performance dos parceiros da cadeia desuprimentos, com vistas a garantir competitividade e atendi-mento das demandas dos clientes.

2. Considerando que uma empresa realiza 75 entregas perfeitasem um total de 112 realizadas, pede-se:a) com base nas tabelas da Seção 5.2.1., identifique o tipo deindicador que pode ser utilizado para monitorar esse desempe-nho;b) calcule o valor do indicador;c) emita opinião acerca do desempenho da empresa.RESPOSTA: Para esse caso, o indicador recomendado é o contidona Tabela 13 (pedidos completos e no prazo). O valor compu-tado é de aproximadamente 67% de entregas perfeitas. Pode-se concluir que a empresa pode melhorar sua performance, jáque há aproximadamente 1/3 de retrabalho.

3. Considerando a movimentação de frutas e verduras em umafeira livre (ou Ceasa), o que pode se afirmar, sob o ponto devista da logística, acerca das caixas de madeira utilizadasnesses locais?RESPOSTA: As caixas de madeira podem ser consideradas exem-plos de logística reversa, uma vez que podem ser reutilizadasno transporte de frutas e verduras. No caso das feiras, asdonas de casa transportam os produtos em sacolas. O reúsodas caixas de madeira também contribui para a redução doimpacto ambiental.

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LOGÍSTICA

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Considerando que uma empresa receba 56 pedidos e consigaatender 48 deles integralmente:a) determine que indicador pode ser utilizado para avaliaresta performance;b) calcule o valor para os dados apresentados;c) comente o valor computado.Emita relatório considerando as informações produzidas.

2. Considerando o indicador de utilização da capacidade deestocagem contido na Tabela 14, o que se pode concluir se oíndice, depois de calculado, estiver acima de 100%?

3. Considerando o indicador de recebimento dos produtos dentrodas especificações de qualidade, contido na Tabela 17, o que sepode concluir se o índice estiver em torno de 80%?

4. Em equipe de dois alunos, produzam relatório com o levanta-mento de cinco indicadores logísticos empregados pela empresamantenedora da Escola Formare. Ilustrem cada indicador com umexemplo e comparem quantos indicadores da empresa podem serencontrados na Seção 5.2.1.

5. Em equipes de dois alunos, identifiquem em revistas, jornais ououtro meio pelo menos três produtos que são vendidos predomi-nantemente através de serviço 0800 ou internet. Caracterizem asdemandas logísticas envolvidas e os custos associados às mesmas.Emitam relatório com opinião acerca da viabilidade de uso de umdos serviços mencionados/pesquisados no negócio da empresamantenedora da Escola Formare.

6. Em equipes de dois alunos, produzam relatório indicando pelomenos duas atividades que são terceirizadas, no âmbito da lo-gística, pela empresa mantenedora da Escola Formare. Identifiquepelo menos duas razões que levaram a empresa a adotar talestratégia.

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GABARITO DOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS6

CAPÍTULO 1

1. Deve constar no relatório que as grandes migrações bíblicasrequeriam movimentação de alimentos, roupas e animais. Seforem consideradas as guerras da Idade Antiga, a logísticapode ser encontrada na movimentação de armas e exércitos.

2. Devem constar no relatório análises acerca dos dois modais,considerando, principalmente, velocidade, flexibilidade e cus-tos. Transporte ferroviário: cimento, grãos, minérios; transportehidroviário: grãos, carros, contêineres(*).

3. Deve ser acionada a logística de distribuição, na qual o tipo detransporte recomendado é o rodoviário, devido a sua flexibili-dade para definição das rotas (i.e., atendimento a supermerca-dos, bares, restaurantes).

4. Deve-se registrar no relatório a logística principal (i.e., de pro-dução, de suprimentos, de distribuição). Na seqüência, carac-terizar os principais produtos movimentados, bem como suafreqüência de movimentação.

5. A movimentação de peças de reposição deve ser enquadradana logística de distribuição, já que têm por objetivo chegar aoconsumidor final.

6. Se a empresa mantenedora da Escola Formare for uma forne-cedora primária, os educandos devem descrever quais são asempresas intermediárias (e.g., montadoras) e quais são os dis-tribuidores (e.g., concessionárias, rede de lojas). O relatóriodeve conter diagramas descritivos.

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CAPÍTULO 2

1. O relatório deve mostrar como a empresa mantenedora daEscola Formare se posiciona no mercado (nível estratégico), seterceiriza atividades e quais são suas principais operações,destacando como as realiza (i.e., entrega no atacado, de portaem porta).

2. O relatório deve conter a parcela que mais influencia no custologístico (i.e., custo de transporte, custo de manutenção do es-toque ou custo de armazenagem) da empresa mantenedora daEscola Formare. Os exemplos devem ser característicos de ca-da uma das parcelas (e.g., salários, aluguel, impostos).

3. O relatório deve informar se a empresa mantenedora da Esco-la Formare possui depósito de mercadorias, depósito de es-tocagem de granéis ou outro tipo constante da tabela. Os fa-tores de definição do layout (e.g., intensidade de uso) devemser representativos para o tipo de depósito descrito.

4. O relatório deve apresentar o levantamento dos carros, carac-terizando modelo, cor, ano ou outro fator relevante. É necessá-rio que seja feita a tabulação das características e informarqual é o modelo preferido por 60% dos funcionários. A seguir,indicam qual é a cor mais encontrada. Outras classificaçõespodem ser produzidas.

5. O tipo de sistema empregado deve ser detalhadamente descritono relatório, juntamente com as razões para sua adoção. Osmodelos de documentos a serem anexados podem ser extraí-dos do computador.

6. As equipes devem identificar pelo menos cinco tipos diferentesde canetas. A ficha cadastral a ser desenvolvida deve contercampos que permitam a inclusão de qualquer um dos tipos(e.g., fornecedor, cor, tipo, forma). O código desenvolvidodeve ser testado com etiquetas colantes junto aos demais alu-nos da turma.

7. As equipes devem buscar dois códigos de barras diferentes.Junto ao pessoal de logística, devem pesquisar o padrão quea empresa adota (i.e., EAN-13). Finalmente, caracterizam osmecanismos para inventário disponíveis (e.g., contagem ma-nual, scanners, palmtops).

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CAPÍTULO 3

1. Após visita ao centro de distribuição, espera-se que no relató-rio os educandos descrevam com detalhes o tipo de sistemapara processar os pedidos (e.g., manual, automatizado). Tam-bém é interessante que sejam mostrados os procedimentos ado-tados pela empresa.

2. Espera-se que seja produzido um relatório em que se identifi-que uma carga unitizada. A partir dela, devem ser apresenta-dos os detalhes solicitados.

3. Espera-se que a dupla examine e colete informações de cincopaletes disponíveis na empresa mantenedora da Escola For-mare. Na seqüência, deve ser identificado aquele mais fre-qüentemente utilizado (e.g., 1 m x 1 m). Finalmente, o paletedeve ser caracterizado em detalhes.

4. A equipe deve coletar as seis embalagens, analisá-las e regis-trar seus detalhes no relatório, se possível estabelecendo cate-gorias para as mesmas.

5. Espera-se que os educandos consultem a Tabela 8 e identifi-quem os principais equipamentos de movimentação existentesna empresa mantenedora da Escola Formare. No relatório,devem constar seus principais usos.

6. Após a entrevista com o operador da empilhadeira, as duplasdevem descrever os procedimentos mais empregados e relatarcom detalhe alguma situação insegura já vivenciada.

CAPÍTULO 4

Espera-se que ao final do trabalho as equipes tenham visãoglobal dos processos de logística envolvidos na manufatura deum produto. Além de buscarem informações junto a pessoas esetores da empresa mantenedora da Escola Formare, os edu-candos devem demonstrar atitude pró-ativa para com o proje-to, identificando dados e fontes de informação. O trabalhoescrito deve apresentar rigor, visando assegurar rastreabilidadedas informações nele contidas. A apresentação do trabalho(i.e., defesa) para os demais deve ser estruturada, clara eobjetiva. Espera-se que todos participem da apresentação erespondam às eventuais perguntas.

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CAPÍTULO 5

1. O relatório deve conter o indicador de taxa de atendimentodo pedido contido na Tabela 13. O valor computado é de85,71%, o qual indica que a empresa deve desenvolver umesforço para reduzir o número de pedidos não atendidos (algoem torno de 15%), o que certamente deve provocar insatisfa-ção junto aos clientes.

2. Indica que provavelmente a empresa está utilizando corredorese outras áreas inadequadas para estocagem de seus produtos.

3. Significa que não se está filtrando produtos que estejam foradas especificações recomendadas. Como conseqüência, devemacontecer custos extras (i.e., retrabalho).

4. O relatório deve conter cinco indicadores levantados junto àempresa mantenedora da Escola Formare (partindo de entrevis-tas ou documentos), cada um deles devendo ser ilustrado comexemplo extraído de dados reais. Finalmente, o relatório deveconter quantos e quais são os índices da empresa que podemser encontrados na Seção 5.2.1.

5. O relatório deve conter exemplos de produtos vendidos pelosserviços de 0800 ou internet (e.g., Cogumelo do Sol; automó-vel Celta Internet). É necessário levantar a localização da uni-dade fabril dos mesmos e os possíveis custos de transporte.Finalmente, a equipe deve analisar se esse tipo de serviçopode ser aplicado no negócio da empresa mantenedora daEscola Formare.

6. No relatório devem estar indicados pelos menos dois serviços/atividades que são terceirizados na área da logística pela em-presa mantenedora da Escola Formare. Em entrevistas com ge-rentes ou supervisores, os educandos devem identificar pelomenos duas razões que levaram a empresa a adotar tal estra-tégia.

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LOGÍSTICA

GLOSSÁRIO7

ABC (p. 32): Activity Based Costing ou Custeio Baseado em Ativi-dades. Método contábil que permite à empresa adquirir melhorentendimento sobre como e onde realiza seus lucros.

ARBITRÁ-LOS (p. 56): decidir seguindo a própria consciência.

ARMAZENAGEM (p. 14): parte da logística responsável pelaguarda temporária de produtos em geral (i.e., produtos acabados,matérias-primas, insumos, componentes). Pode ter uma variaçãode tipo de local físico, conforme característica e necessidade doproduto (e.g., local coberto, local descoberto, local com tempera-tura controlada).

CAPITAL INVESTIDO (p. 26): montante de dinheiro que é aplicadopara realizar negócio (e.g., compra de um terreno).

CICLO DE VIDA DOS PRODUTOS (p. 19): abordagem modernaem ambientes fabris, que consiste em analisar os produtos desdesua concepção até seu descarte.

CONCATENAR (p. 24): juntar numa cadeia ou seqüência lógica.

CONTÊINERES (p. 73): equipamentos de metal em formato degrande caixa que servem para transportar diversos materiais, fa-zendo, assim, unitização de cargas que, acondicionadas em seuinterior, não sofrem danos durante o percurso e nem em caso detransbordo para outros modais. São reutilizáveis e possuem quatrotamanhos principais: 30, 25, 20 e 10 toneladas.

DOCAS (p. 29): locais adequadamente preparados para recebercaminhões e permitir sua adequada descarga.

DUTOS (p. 17): canais, condutores.

ERP (p. 35): Enterprise Resource Planning ou Planejamento dos Re-cursos do Negócio.

GLP (p. 47): sigla de Gás Liqüefeito de Petróleo.

INSUMOS (p. 34): itens necessários para desenvolvimento de umproduto ou serviço (e.g. adubo é um insumo agrícola para desen-volver uma lavoura).

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JUST-IN-TIME (p. 19): filosofia de administração da manufaturaque focaliza o aprimoramento do processo produtivo em ganhosde qualidade e produtividade como estratégia para ajudar umaempresa a alcançar e/ou manter vantagem competitiva em custo.

KANBAN (p. 60): técnica japonesa com cartões que proporcionaredução de estoque, otimização do fluxo de produção, reduçãode perdas e aumento da flexibilidade.

LOGÍSTICA (p. 8): processo de planejar, implementar e controlareficientemente, ao custo correto, o fluxo e a armazenagem dematérias-primas e estoque durante a produção e produtos acaba-dos, bem como as informações relativas a essas atividades, desdeo ponto de origem até o ponto de consumo, visando atender aosrequisitos do cliente.

LOGÍSTICA REVERSA OU INVERSA (p. 67): no mercado é consi-derada como o caminho que a embalagem toma após a entregados materiais, no sentido da reciclagem das mesmas, nunca vol-tando para a origem. Muitos profissionais também utilizam essaexpressão para considerar o caminho inverso feito para a entre-ga, voltando para a origem, só que agora somente com as em-balagens. Nesse caso, trata-se de embalagens reutilizáveis ouretornáveis, que são mais caras e específicas para acondicionardeterminados materiais. Ocorre muito no setor automotivo para otransporte de pára-choques e painéis, entre outros.

MÉTRICAS (p. 44): parâmetros definidos e mensuráveis que per-mitem avaliar determinado produto ou processo.

MODAL (p. 64): tipo/meio de transporte existente: ferroviário (porferrovias), rodoviário (por rodovias), hidroviário (por água), du-toviário (por dutos) e aeroviário (de forma aérea).

MUTAÇÃO (p. 66): alteração, modificação, transformação.

OBSOLESCÊNCIA (p. 32): envelhecimento (geralmente tecnológi-co) de um produto (e.g., discos de vinil tornaram-se obsoletos emrelação aos CDs e DVDs).

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PDCA (p. 14): método que se baseia no controle de processos, noqual análise e medição dos processos é relevante para a manuten-ção e melhoria dos mesmos, contemplando inclusive o planeja-mento, padronização e a documentação destes. A sigla vem doinglês: P (plan = planejar), D (do = executar), C (check = verifi-car), A (action = agir).

PEDIDOS EM CARTEIRA (p. 34): pedidos que se encontram emfase de preparação mas que ainda não foram expedidos.

PRODUTOS TORNEADOS (p. 30): geralmente de formato cilíndri-co, obtidos em uma máquina-ferramenta chamada torno.

RASTREABILIDADE (p. 38): característica de produto ou serviçoque permite determinar com precisão os elementos formadores dosmesmos. Com ela é possível saber que funcionário fez a inspeçãodo motor de determinado veículo em uma indústria montadora ouquem é o fornecedor da matéria-prima.

ROTATIVIDADE (p. 29): movimentação cíclica de um item ou pa-râmetro por unidade de tempo (e.g., rotatividade de pessoal emum setor).

SCANNER (p. 37): aparelho ou sistema eletrônico que converte,através de leitura óptica, informações codificadas em numeraçãoal-fanumérica ou simbolização em barras.

TRANSPORTE POR DUTOS (p. 17): sistema de transporte de ma-teriais, principalmente a granel, composto de tubos, permitindoligar dois pontos distanciados entre si.

UNITIZAÇÃO (p. 44): formação de um volume único para facilitararmazenagem e transporte.

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LEI 6514/77PORTARIA 3214/78NR 26 – SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA (126-000-6)

26.1 COR NA SEGURANÇA DO TRABALHO.

26.1.1 Esta Norma Regulamentadora (NR) tem por objetivo fixaras cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para pre-venção de acidentes, identificando os equipamentos de segurança,delimitando áreas, identificando as canalizações empregadas nasindústrias para a condução de líquidos e gases e advertindo con-tra riscos.

26.1.2 Deverão ser adotadas cores para segurança em estabele-cimentos ou locais de trabalho, a fim de indicar e advertir acercados riscos existentes. (126.001-4/I2)

26.1.3 A utilização de cores não dispensa o emprego de outrasformas de prevenção de acidentes.

26.1.4 O uso de cores deverá ser o mais reduzido possível, a fimde não ocasionar distração, confusão e fadiga ao trabalhador.

26.1.5 As cores aqui adotadas serão as seguintes:- vermelho;- amarelo;- branco;- preto;- azul;- verde;- laranja;- púrpura;- lilás;- cinza;- alumínio;- marrom.

26.1.5.1 A indicação em cor, sempre que necessária, especial-mente quando em área de trânsito para pessoas estranhas aotrabalho, será acompanhada dos sinais convencionais ou da iden-tificação por palavras. (126.002-2/I2)

26.1.5.2 Vermelho. (126.003-0/I2)O vermelho deverá ser usado para distinguir e indicar equipa-mentos e aparelhos de proteção e combate a incêndio. Não de-verá ser usado na indústria para assinalar perigo, por ser de

ANEXOS8

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pouca visibilidade em comparação com o amarelo (de alta visibi-lidade) e o alaranjado (que significa Alerta).É empregado para identificar:- caixa de alarme de incêndio;- hidrantes;- bombas de incêndio;- sirenes de alarme de incêndio;- caixas com cobertores para abafar chamas;- extintores e sua localização;- indicações de extintores (visível a distância, dentro da área de

uso do extintor);- localização de mangueiras de incêndio (a cor deve ser usada no

carretel, suporte, moldura da caixa ou nicho);- baldes de areia ou água, para extinção de incêndio;- tubulações, válvulas e hastes do sistema de aspersão de água;- transporte com equipamentos de combate a incêndio;- portas de saídas de emergência;- rede de água para incêndio (sprinklers);- mangueira de acetileno (solda oxiacetilênica).A cor vermelha será usada excepcionalmente com sentido de ad-vertência de perigo:- nas luzes a serem colocadas em barricadas, tapumes de constru-

ções e quaisquer outras obstruções temporárias;- em botões interruptores de circuitos elétricos para paradas de

emergência.

26.1.5.3 Amarelo. (126.004-9/I2)Em canalizações, deve-se utilizar o amarelo para identificar gasesnão liquefeitos.O amarelo deverá ser empregado para indicar “Cuidado!”, assi-nalando:- partes baixas de escadas portáteis;- corrimões, parapeitos, pisos e partes inferiores de escadas que

apresentem risco;- espelhos de degraus de escadas;- bordas desguarnecidas de aberturas no solo (poços, entradas

subterrâneas, etc.) e de plataformas que não possam ter corri-mões;

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- bordas horizontais de portas de elevadores que se fecham ver-ticalmente;

- faixas no piso da entrada de elevadores e plataformas de car-regamento;

- meios-fios, onde haja necessidade de chamar atenção;- paredes de fundo de corredores sem saída;- vigas colocadas a baixa altura;- cabines, caçambas e gatos-de-pontes-rolantes, guindastes, esca-

vadeiras, etc.;- equipamentos de transporte e manipulação de material, tais

como empilhadeiras, tratores industriais, pontes-rolantes, vago-netes, reboques, etc.;

- fundos de letreiros e avisos de advertência;- pilastras, vigas, postes, colunas e partes salientes de estruturas e

equipamentos em que se possa esbarrar;- cavaletes, porteiras e lanças de cancelas;- bandeiras como sinal de advertência (combinado ao preto);- comandos e equipamentos suspensos que ofereçam risco;- pára-choques para veículos de transporte pesados, com listras

pretas.Listras (verticais ou inclinadas) e quadrados pretos serão usadossobre o amarelo quando houver necessidade de melhorar a visi-bilidade da sinalização.

26.1.5.4 Branco. (126.005-7/I2)O branco será empregado em:- passarelas e corredores de circulação, por meio de faixas (loca-

lização e largura);- direção e circulação, por meio de sinais;- localização e coletores de resíduos;- localização de bebedouros;- áreas em torno dos equipamentos de socorro de urgência, de

combate a incêndio ou outros equipamentos de emergência;- áreas destinadas à armazenagem;- zonas de segurança.

26.1.5.5 Preto. (126.006-5/I2)O preto será empregado para indicar as canalizações de infla-máveis e combustíveis de alta viscosidade (ex: óleo lubrificante,asfalto, óleo combustível, alcatrão, piche, etc.).O preto poderá ser usado em substituição ao branco, ou combi-nado a este, quando condições especiais o exigirem.

26.1.5.6 Azul. (126.007-3/I2)O azul será utilizado para indicar “Cuidado!”, ficando o seu em-prego limitado a avisos contra uso e movimentação de equipa-mentos, que deverão permanecer fora de serviço.- empregado em barreiras e bandeirolas de advertência a serem

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localizadas nos pontos de comando, de partida, ou fontes deenergia dos equipamentos.

Será também empregado em:- canalizações de ar comprimido;- prevenção contra movimento acidental de qualquer equipamento

em manutenção;- avisos colocados no ponto de arranque ou fontes de potência.

26.1.5.7 Verde. (126.008-1/I2)O verde é a cor que caracteriza “segurança”.Deverá ser empregado para identificar:- canalizações de água;- caixas de equipamento de socorro de urgência;- caixas contendo máscaras contra gases;- chuveiros de segurança;- macas;- fontes lavadoras de olhos;- quadros para exposição de cartazes, boletins, avisos de segu-

rança, etc.;- porta de entrada de salas de curativos de urgência;- localização de EPI; caixas contendo EPI;- emblemas de segurança;- dispositivos de segurança;- mangueiras de oxigênio (solda oxiacetilênica).

26.1.5.8 Laranja. (126.009-0/I2)O laranja deverá ser empregado para identificar:- canalizações contendo ácidos;- partes móveis de máquinas e equipamentos;- partes internas das guardas de máquinas que possam ser remo-

vidas ou abertas;- faces internas de caixas protetoras de dispositivos elétricos;- faces externas de polias e engrenagens;- botões de arranque de segurança;- dispositivos de corte, borda de serras, prensas.

26.1.5.9 Púrpura. (126.010-3/I2)A púrpura deverá ser usada para indicar os perigos provenientesdas radiações eletromagnéticas penetrantes de partículas nuclea-res.Deverá ser empregada a púrpura em:- portas e aberturas que dão acesso a locais onde se manipulam

ou armazenam materiais radioativos ou materiais contaminadospela radioatividade;

- locais onde tenham sido enterrados materiais e equipamentoscontaminados;

- recipientes de materiais radioativos ou de refugos de materiais eequipamentos contaminados;

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- sinais luminosos para indicar equipamentos produtores de ra-diações eletromagnéticas penetrantes e partículas nucleares.

26.1.5.10 Lilás. (126.011-1/I2)O lilás deverá ser usado para indicar canalizações que conte-nham álcalis. As refinarias de petróleo poderão utilizar o liláspara a identificação de lubrificantes.

26.1.5.11 Cinza. (126.012-0/I2)a) Cinza claro – deverá ser usado para identificar canalizações

em vácuo;b) Cinza escuro – deverá ser usado para identificar eletrodutos.

26.1.5.12 Alumínio. (126.013-8/I2)O alumínio será utilizado em canalizações contendo gases lique-feitos, inflamáveis e combustíveis de baixa viscosidade (ex. óleodiesel, gasolina, querosene, óleo lubrificante, etc.).

26.1.5.13 Marrom. (126.014-6/I2)O marrom pode ser adotado, a critério da empresa, para iden-tificar qualquer fluido não identificável pelas demais cores.

26.2 O corpo das máquinas deverá ser pintado em branco, pretoou verde. (126.015-4/I2)

26.3. As canalizações industriais, para condução de líquidos egases, deverão receber a aplicação de cores, em toda sua exten-são, a fim de facilitar a identificação do produto e evitar aciden-tes. (126.016-2/I2)

26.3.1 Obrigatoriamente, a canalização de água potável deveráser diferenciada das demais. (126.017-0/I2)

26.3.2 Quando houver a necessidade de uma identificação maisdetalhada (concentração, temperatura, pressões, pureza, etc.), adiferenciação far-se-á através de faixas de cores diferentes, apli-cadas sobre a cor básica. (126.018-9/I2)

26.3.3 A identificação por meio de faixas deverá ser feita demodo que possibilite facilmente a sua visualização em qualquerparte da canalização. (126.019-7/I2)

26.3.4 Todos os acessórios das tubulações serão pintados nas co-res básicas de acordo com a natureza do produto a ser transpor-tado. (126.020-0/I2)

26.3.5 O sentido de transporte do fluido, quando necessário, seráindicado por meio de seta pintada em cor de contraste sobre acor básica da tubulação. (126.021-9/I2)

26.3.6 Para fins de segurança, os depósitos ou tanques fixos quearmazenem fluidos deverão ser identificados pelo mesmo sistemade cores que as canalizações. (126.022-7/I2)

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26.4 Sinalização para armazenamento de substâncias perigosas.

26.4.1 O armazenamento de substâncias perigosas deverá seguirpadrões internacionais. (126.023-5/I3)a) Para fins do disposto no item anterior, considera-se substância

perigosa todo material que seja, isoladamente ou não, corrosi-vo, tóxico, radioativo, oxidante, e que, durante o seu manejo,armazenamento, processamento, embalagem, transporte, possaconduzir efeitos prejudiciais sobre trabalhadores, equipamen-tos, ambiente de trabalho.

26.5 Símbolos para identificação dos recipientes na movimentaçãode materiais.

26.5.1 Na movimentação de materiais no transporte terrestre, ma-rítimo, aéreo e intermodal, deverão ser seguidas as normas técni-cas sobre simbologia vigentes no país. (126.024-3/I3)

26.6 Rotulagem preventiva.

26.6.1 A rotulagem dos produtos perigosos ou nocivos à saú-de deverá ser feita segundo as normas constantes deste item.(126.025-1/I3)

26.6.2 Todas as instruções dos rótulos deverão ser breves, pre-cisas, redigidas em termos simples e de fácil compreensão.(126.026-0/I3)

26.6.3 A linguagem deverá ser prática, não se baseando somentenas propriedades inerentes a um produto, mas dirigida de modoa evitar os riscos resultantes do uso, manipulação e armazenagemdo produto. (126.027-8/I3)

26.6.4 Onde possa ocorrer misturas de 2 (duas) ou mais substân-cias químicas, com propriedades que variem em tipo ou grau da-quelas dos componentes considerados isoladamente, o rótulodeverá destacar as propriedades perigosas do produto final.(126.028-6/I3)

26.6.5 Do rótulo deverão constar os seguintes tópicos: (126.029-4/I3)- nome técnico do produto;- palavra de advertência, designando o grau de risco;- indicações de risco;- medidas preventivas, abrangendo aquelas a serem tomadas;- primeiros socorros;- informações para médicos, em casos de acidentes;- e instruções especiais em caso de fogo, derrame ou vazamento,

quando for o caso.

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26.6.6 No cumprimento do disposto no item anterior, dever-se-áadotar o seguinte procedimento: (126.030-8/I3)

- nome técnico completo, o rótulo especificando a natureza doproduto químico. Exemplo: “Ácido Corrosivo”, “Composto deChumbo”, etc. Em qualquer situação, a identificação deverá seradequada, para permitir a escolha do tratamento médico corre-to, no caso de acidente.

- Palavra de Advertência – as palavras de advertência que devemser usadas são:

- “PERIGO”, para indicar substâncias que apresentem alto risco;- “CUIDADO”, para substâncias que apresentem risco médio;- “ATENÇÃO”, para substâncias que apresentem risco leve.- Indicações de Risco – As indicações deverão informar sobre osriscos relacionados ao manuseio de uso habitual ou razoavelmen-te previsível do produto. Exemplos: “EXTREMAMENTE INFLAMÁ-VEIS”, “NOCIVO SE ABSORVIDO ATRAVÉS DA PELE”, etc.- Medidas Preventivas – Têm por finalidade estabelecer outras me-didas a serem tomadas para evitar lesões ou danos decorrentesdos riscos indicados. Exemplos: “MANTENHA AFASTADO DOCALOR, FAÍSCAS E CHAMAS ABERTAS” e “EVITE INALAR APOEIRA”.- Primeiros Socorros – medidas específicas que podem ser toma-das antes da chegada do médico.

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LEITURA COMPLEMENTAR9

9.1. Logística: conceitos e tiposhttp://www.guiadelogistica.com.br/http://www.geocities.com/sjuvella/PaginadeLogistica.htmlhttp://www.tecnologistica.com.br/site/5,1,54.asphttp://www.nato.int/docu/logi-en/logist97.htm

9.2. Administração logísticahttp://www.blinkenlights.com/pc.html

http://www.embraer.com.br (Centro de Realidade Virtual)

9.3. Logística de distribuiçãohttp://members.aol.com/interlogis/artigos/tecnica_unitizacao.htm

http://www.multisign.com.br/root/nav/normas.html

http://www.sobes.org.br/nr26.htm

9.4. Trabalho prático: projeto de logísticahttp://www.pmelink.pt/pmelink_public/EC/0,1655,1005_39754-3_41104—view_429,00.html

http://www.cel.coppead.ufrj.br/fs-busca.htm?fr-art-benchmarking.htm

9.5. Logística: indicadores e tendênciashttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-530X2004000300015&script=sci_arttext&tlng=pt

http://www.canaldotransporte.com.br

http://www.gelog.ufsc.br

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REFERÊNCIAS10

ÂNGELO, Lívia B. Indicadores de desempenho logístico. 2005.Disponível em: <http://www.gelog.ufsc.br/Publicacoes/Indicadores.pdf>Acesso em: 17 ago. 2005.

BALLOU, Ronald H. Logística empresarial. Porto Alegre: Bookman,2001.

BRASIL. Ministério do Trabalho e do Emprego. NR 26 – Sinalizaçãode Segurança (126-000-6). Brasília, 2003. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/Empregador/segsau/Legislacao/Normas/conteudo/nr26/> Acesso em: 12 de julho de 2005.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Hollanda. Novo Dicionário da LínguaPortuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

GURGEL, Floriano do Amaral. Logística industrial. São Paulo: Atlas,2000.

MOURA, Reinaldo A. Armazenagem e distribuição física. v. 2. SãoPaulo: IMAM, 1997.

_____. Equipamentos de movimentação e armazenagem. São Paulo:IMAM, 1997.

_____. Sistemas e técnicas de movimentação e armazenagem demateriais. São Paulo: IMAM, 1998.

MOURA, Reinaldo A.; BANZATO, José M. Embalagem:acondicionamento, unitização e conteinerização. São Paulo: IMAM,1990.

O QUE É ERP? Disponível em: <http:// http://www.softdata.com.br/erp/> Acesso em: 11 ago. 2005.

SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administraçãoda produção. São Paulo: Atlas, 1996.

SOBRAL, Fernando H. de A. Técnicas de unitização de cargas empaletes. São Paulo, 2004. Disponível em: <http://www.members.aol.com/interlogis/artigos/tecnica_unitizacao.htm>Acesso em: 11 de julho de 2005.