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Projecto Pedagógico 2013/2014

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Projecto Pedagógico 2013/2014

Projecto Pedagógico 2013/2014

“A Arte na Creche”

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Educadora: Cátia Ramos

Auxiliar: Vânia Gavancha

Instituição: Colégio Atalaia Jardim

Projecto Pedagógico 2013/2014

“A Arte na Creche”

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ÍNDICE

1) Introdução………………………………………………………………………………………….……….Pág. 5

2) Curriculum educativo……………………………………………………………………………...…Pág. 6, 7

2.1) Princípios Orientadores……………………………………………………….……….…..…Pág. 7, 8

3) Características Gerais da faixa etária: 24 meses/36 meses…….Pág. 9, 10, 11

4) Caracterização do ambiente educativo……………………………………….…………Pág. 12

4.1) Caracterização do espaço…………………………………………………………….…….Pág. 12, 13

4.2) Caracterização e organização da equipa pedagógica……………………..Pág. 13

4.3) Caracterização do grupo………………………………………………………………….…Pág. 13, 14

4.3.1) Dados de dinâmica…………………………………………………………..Pág. 14, 15, 16

4.4) Rotina……………………………………………………………………………………………….Pág. 17, 18, 19

5) Projecto da Sala: “A Arte na Creche”…………………………………………………Pág. 20, 21

5.1) Fundamentação Teórica……………………………………………………..Pág. 21, 22, 23, 24

5.2) Metodologia……………………………………………………………………………………….Pág. 25, 26

5.3) Objectivos Pedagógicos……………………………………………..Pág. 27, 28, 29, 30, 31

5.4) Estratégias…………………………………………………………………………………...Pág. 31, 32, 33

5.5) Trabalho com a família…………………………………………………………………….Pág. 33, 34

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“A Arte na Creche”

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5.6) Exemplo de actividades…………………………………………………………………….Pág. 34, 35

6) Avaliação………………………………………………………………………………………………….Pág. 36, 37

7) Conclusão………………………………………………………………………………………………….Pág. 38, 39

8) Bibliografia ……………………………………………………………………….……………………..Pág. 40, 41

9) Plano Anual de Actividades/ Calendarização ………………………………......Pág. 42, 43

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“A Arte na Creche”

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“Falar de crianças é falar das emoções que sentimos ao vê-las nascer, dos

medos e dos receios que nos atormentam quando as vimos crescer e do

prazer

imenso de as ver sorrir… é, principalmente, falar do que elas são, do que elas

fazem, do modo como nos surpreendem, dia após dia, num festival de

inovação e de criatividade sem limites, mas também da sua capacidade de

aprender e de ultrapassar obstáculos e dificuldades.”

(António Brito Avô)

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“A Arte na Creche”

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1) INTRODUÇÃO

Nos dias de hoje, a forma de vida dá pouco espaço e tempo à criança…as

nossas casas são pequenas, as creches e jardins de infância ficam

encaixados em edifícios restritos, os jardins são inexistentes, inseguros ou

inadaptados e o ritmo de vida dos nossos pais é vertiginoso… Cada vez mais

cedo se define o fim do momento de relação continuada mãe/filho e, por

isso, surgem com abundância as instituições designadas creches que

recebem crianças com idades inferiores a 3 anos. E, porque nestas idades as

crianças são significativamente susceptíveis a tudo aquilo que as rodeia,

surge a preocupação de enfatizar a importância da creche e das primeiras

aquisições que nela se realizam. É, sem dúvida, o desafio que temos de

atender a esta principal preocupação enquanto educadoras.

O projeto que se segue é respetivo à sala dos Moranguinhos e basear-se-á

sobretudo na caracterização do grupo que acolhe no seu dia-a-dia e na

explicitação dos princípios que consideramos fundamentais para uma sala de

creche. Não pretendemos, assim, revelar-se enquanto elemento de

discriminação de conteúdos ou temáticas a desenvolver, mas sim das

dinâmicas de relação que façam sentido para o grupo em questão e que

enfatizem a necessidade de complementação entre a instituição escolar

(creche) e o ambiente familiar (casa).

Parece-nos importante ainda referir que este projeto fica aberto a

olhares e perspetivas diferentes daqueles que queira perpassar, pelo que,

pode ser alvo de discussão entre os intervenientes diretos da ação

educativa, a realizar na sala dos Moranguinhos.

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“A Arte na Creche”

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2) CURRICULUM EDUCATIVO

A minha filosofia da educação é valorizar uma troca de saberes contínuo

(trocas das crianças e minha) para assim a criança adquirir conhecimentos,

acredito numa aprendizagem contínua e facilitadora através da experiência.

A minha pedagogia é uma pedagogia centrada na aprendizagem, porque

tenho como preocupação saber como as crianças realizam as suas

aprendizagens e coloco à disposição das crianças meios de aprender e de

ultrapassar todos os obstáculos para que adquiram essas aprendizagens. O

meu papel é de mediador e facilitador da aquisição das aprendizagens das

crianças, pois estas fazem-se dentro e fora da instituição, por isso tenho

em conta as aprendizagens no exterior (transmitidas pelos familiares) e

adquiridas na escola.

O meu modelo pedagógico tem como base o M.E.M. (Movimento da Escola

Moderna), pois este vê a escola como um espaço de iniciação das práticas de

cooperação e democracia e acredita que esta deve, promover a

aprendizagem de valores fundamentais, tais como: o respeito pelo outro, a

tolerância, a solidariedade e o respeito pelas práticas culturais dos

diferentes alunos.

Os pressupostos/princípios orientadores da minha prática pedagógica são

o facto das decisões serem feitas através de um consenso que é negociado,

a escola é visto como um espaço de iniciação à cooperação e à solidariedade,

valores necessários para uma vida democrática. É através das decisões

construídas paritariamente que se reconstituem, se recriam e se produzem

os saberes.

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“A Arte na Creche”

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Na minha opinião, o papel do educador deve ser de: dinamizador da

cooperação, animador do treino democrático, estar sempre disponível para

ouvir e provocar uma atitude de crítica e de livre expressão, promover a

responsabilização de cada criança face ao grupo e às suas necessidades e de

gestor do processo de avaliação através de registos, comunicações,

debates, reflexões individuais e de grupo.

Pretendo estabelecer uma forte ligação com as famílias e com a

comunidade, pois estas são uma fonte de conhecimentos e formação muito

importante para as crianças. E na minha prática pedagógica valorizo muito as

experiências vividas pelas crianças, as suas ideias e opiniões, por isso estou

sempre disponível, para as crianças, para registar as suas mensagens e para

estimular as suas produções. Para isso, permito às crianças o tempo lúdico

para as actividades exploratórias, de modo a que ocorra interrogações nas

crianças.

2.1) PRINCÍPIOS ORIENTADORES

Considero que cada criança é um ser, com necessidades e

comportamentos diferentes, os que pretendo respeitar e fazer com

que sinta orgulho em si própria, vou procurar investir numa atenção

individualizada;

Pretendo favorecer a formação e desenvolvimento equilibrado da

criança, tendo em conta a inserção na sociedade como ser autónomo,

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responsável e livre, proporcionando sempre um ambiente de bem-

estar, segurança e muito afecto.

Acredito que todos os momentos/rotinas são verdadeiros suportes

educativos para o bem-estar e desenvolvimento da criança

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3) CARACTERISTICAS GERAIS DA FAIXA ETÁRIA: 2 AOS 3

ANOS

Desenvolvimento sócio-afectivo

É capaz de executar pequenas tarefas

Agradece e diz obrigado

Brinca com roupas de adulto e partilha com outras crianças

Partilha objectos e materiais com os amigos

É capaz de fazer uma escolha

É capaz de compreender e exprimir sentimentos

Canta e dança ao som da música

Cumpre as regras de um jogo

É capaz de esperar pela sua vez

Desenvolvimento da Autonomia

É capaz de comer sózinho segurando colher/garfo e copo, sem

entornar/sujar

É capaz de lavar e limpar as mãos e a cara

Espeta o garfo no comida, e lava-o a boca

Pede para ir à casa de banho

Descalça e calça os sapatos

Despe e veste a roupa quando vai fazer as necesidades

Usa a torneira sózinha

Sabe qual é a frente da roupa

Limpa o nariz quando se pede

Ajuda na arrumação da sala

Participa em pequenas tarefas/recados

Desenvolvimento Cognitivo

É capaz de encontrar um livro/ imagem/objecto específico

Nomeia 4 imagens comuns

Desenha uma linha vertical e horizontal (por imitação)

Copia círculo /uma cruz

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É capaz de juntar materiais com a mesma textura

Conhece e associa as cores: azul, amarelo, verde e encarnado

É capaz de diferenciar o “grande” e o “pequeno”

Coloca (e distingue) objectos “dentro de”, “em baixo”, “em

cima”

Identifica objectos e sabe a sua utilização

Identifica animais/objectos pelo som

É capaz de construir pequenos puzzles

Descreve acções por imagens

Junta formas geométricas ás imagens que a representam

Desenvolvimento Motor

Enfia contas

É capaz de dar a volta às maçanetas/puxadores das portas

Salta com os pés juntos no mesmo lugar

Anda para trás

Dá passos grandes/pequenos

É capaz de virar uma a uma as folhas de um livro

É capaz (por imitação) de dobrar uma folha ao meio

Enrosca e desenrosca brinquedos

Faz bolas com massa/ plasticina

Desenvolvimento da Linguagem

Dá resposta a palavras de acção

Utiliza adjectivos (cansado, contente, frio calor,grande, etc)

Responde à pergunta: - O que estás a fazer?

Escolhe o que quer fazer

Utiliza verbo e nome

Combina duas palavras para expressar posse

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Aponta/nomeia pormenores nas imagens

Selecciona um objecto descrito pela sua função

Ao falar de si, refere-se pelo próprio nome

Responde quando se faz a chamada

Consegue contar pequenas histórias

Indica a sua idade

Fala com o adulto sobre o que fez ou o que está a fazer

Identifica personagens (conhecidas)

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4) CARACTERIZAÇAO DO AMBIENTE EDUCATIVO

O ambiente educativo deve ser promotor do desenvolvimento, da

aprendizagem e deve proporcionar condições de segurança à criança, pois é

durante a infância que esta adquire as bases estruturantes da sua

personalidade, sendo estas fundamentais para o seu desenvolvimento ao

longo da vida.

Este ambiente educativo tem de ser pensado como um todo, porque este

diz respeito não só à interacção entre a equipa pedagógica e a criança, mas

também, à gestão de tempo/rotinas.

4.1) CARACTERIZAÇAO DO ESPAÇO

A sala dos dois anos é bastante iluminada pela luz natural, é muito

arejada, uma vez que tem duas portas de vidro que dão acesso ao espaço

exterior, é ampla e tem um ambiente apelativo, o que permite que as

crianças autonomamente façam as suas escolhas.

O arranjo do espaço é importante, porque afecta tudo o que a criança faz,

afecta as escolhas que ela pode fazer e a facilidade com que é capaz de

concretizar os seus planos, e afecta também as relações da criança com as

outras pessoas e o modo como esta utiliza os materiais.

É através da criação deste tipo de contexto, onde se permite a decisão de

escolhas por parte das crianças, que estas vão ganhar auto-confiança,

tornando-se independentes à medida que tomam decisões e resolvem

problemas.

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As crianças usufruem dos seguintes espaços: do dormitório/sala, da casa de

banho, do refeitório/sala polivalente e do espaço exterior/recreio.

A sala é dividida em áreas de trabalho distintas, que correspondem às

áreas de interesse das crianças, ou seja, a área de acolhimento e dos livros,

a área das construções, a área da casinha, a área dos jogos e a área das

actividades.

4.2) CARACTERIZAÇAO E ORGANIZAÇAO DA EQUIPA PEDAGOGICA

A equipa de trabalho é constituída por uma Educadora de infância e por

uma Auxiliar de acção educativa.

4.3) CARACTERIZAÇÃO DO GRUPO

(2 anos)

A caracterização do grupo de crianças da sala dos Moranguinhos perpassa

não só por uma abordagem e explicitação dos dados estruturais do grupo,

mas também por uma caracterização da dinâmica inerente ao mesmo.

O grupo de crianças da Sala dos Moranguinhos é composto por 12

crianças, 7 são do sexo masculino e 5 do sexo feminino e têm idades

compreendidas entre um e dois anos (todas as crianças terão 2 anos até

final de Dezembro). Quanto à frequência na instituição, 10 das crianças

passaram da sala de 1ano para a de 2anos o que lhes concede uma certa

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familiaridade com os espaços, rotinas, adultos e pares. As restantes 2

frequentam a instituição pela primeira vez.

Neste momento, 8 crianças usam fralda e 10 ainda usam chucha apenas

para dormir.

Ao nível motor, todas estão no desenvolvimento normal.

Ao nível da alimentação, todos comem sozinho o 2º prato e já tentam

comer a sopa sozinhos.

Ao nível da linguagem, todos se exprimem verbalmente ainda que, alguns

com vocabulário limitado e pouco perceptível.

As crianças da sala dos Moranguinhos têm, todas elas, nacionalidade

portuguesa.

Três crianças têm um irmão que frequentou o nosso colégio e outra que

ainda o frequenta.

No que respeita ao contexto familiar, as crianças da sala dos

Moranguinhos coabitam com os dois progenitores e são os mesmos que

assumem a responsabilidade de entregar/vir buscar a criança ao colégio.

Neste sentido, os avós também contribuem com o seu apoio, sempre que os

pais assim o determinam.

4.3.1) DADOS DE DINÂMICA

A caracterização do grupo de crianças, nomeadamente a sua dinâmica

relativa ao desenvolvimento e aprendizagem apresenta-se como processo um

pouco complexo pois, apesar de estamos com o referido grupo de crianças

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apenas pouco tempo, reconhecemos que cada criança é única e tem o seu

próprio ritmo de desenvolvimento e aprendizagem, ou seja, um “Eu” muito

próprio que acima de tudo tem de ser respeitado.

Neste sentido, as características que possamos atribuir ao grupo não

serão rígidas nem imutáveis, serão sim generalizadas e suscetíveis de

alteração a qualquer instante.

O grupo de crianças da sala dos Moranguinhos é sereno, unido e muito

afetuoso. Revela grande motivação para a música e para a dança e, por isso,

tem picos de excitação muito altos. É um grupo que evidencia a

felicidade…ela vê-se nos seus sorrisos…

Atendendo ao facto de 3 crianças do grupo da sala dos Moranguinhos

estar a fazer integração no colégio, enquanto primeira instituição escolar,

devemos referir que regra geral se exercitam agora as primeiras rotinas,

mas a principal ajuda são das restantes crianças que já frequentavam o

colégio, e por isso, tem-se um grupo já um pouco coordenado; cuja disciplina

se implementa dia a dia na constante e coerente repetição de ações e

atitudes.

No entanto, no que respeita às inter relações entre os elementos do grupo

devo referir o respeito denotado ao longo destas semanas, o qual nos

surpreendeu grandemente pela positiva. Em momento algum reparamos em

atitudes de rejeição por parte das crianças do grupo. Pelo contrário, existe

já uma preocupação de saudação e despedida dos amigos, sendo evidente o

apreço pelos companheiros de sala, assim como pelos adultos responsáveis.

Perfeitamente de acordo com as idades em questão, o grupo de crianças

da sala dos Moranguinhos revela necessidade de segurança extrema, por

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parte do adulto, exige a sua colaboração e presença constantes e solicita

afectividades (crianças-crianças, crianças-adultos responsáveis pela sala e

crianças-outros adultos afetos à instituição).

O facto de o grupo ser homogéneo, relativamente às idades que integra,

determina uma dinâmica muito própria. Se por um lado, o grupo de crianças

um pouco mais novas é fortemente motivado e estimulado, uma vez que toma

como exemplo ou até como modelo o grupo de crianças um pouco mais velhas;

os últimos exploram processos complexos que lhes permitam colaborar,

explicar, ajudar, exemplificar e, sobretudo, exercitar o cuidado perante os

elementos mais sensíveis.

Noutro campo, este grupo reage de forma contígua relativamente à

personalidade e estado de espírito dos adultos, uma vez que as suas reações

e os seus comportamentos entram em conformidade com a calmia ou

excitação/irritabilidade do adulto. Assim, no decurso da orientação

pedagógica do grupo em questão, prevalecerá um ambiente de calmia e

serenidade de modo que esse ambiente perpasse nas “atitudes” do grupo.

Em conformidade com esta característica, está o facto de saber que, para

promover a boa aprendizagem e desenvolvimento das crianças devemos

disponibilizar atenção, tempo e dedicação; sem que a pressa ou a excitação

se deixe apoderar de nós e nos leve a transmiti-la às crianças.

Projecto Pedagógico 2013/2014

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4.4) ROTINA

Para as crianças tempo significa o presente, o agora, o momento da acção.

À medida que estas começam a ter noções básicas de tempo, começam: a

antecipar acontecimentos familiares – como a chegada dos pais – a reparar

no início e no fim de um intervalo de tempo, a experimentar objectos e a

movimentá-los de uma forma depressa ou devagar e a repetir acções que já

realizaram experienciando causa e efeito (utilizam objectos para que ocorra

nestes o efeito pretendido por elas, efeito esse que já terá ocorrido

anteriormente).

As rotinas asseguram um sentido de segurança para as crianças durante o

tempo que estas estão fora de casa. Os horários e rotinas permitem que a

criança antecipe o que vai acontecer de seguida, mas têm de ser flexíveis de

modo a favorecerem o ritmo e temperamento individual de cada criança.

Os horários e rotinas são suficientemente repetitivos para permitirem

que as crianças explorem, treinem e ganhem confiança nas suas

competências em desenvolvimento, embora permitam que cada criança passe

suavemente, ao seu próprio ritmo de uma experiência para outra.

Os educadores devem fazer horários e rotinas que sejam centradas nas

necessidades e interesses das crianças, de modo a proporcionar-lhes um

sentimento de controlo e pertença, por isso devem permanecer atentos ao

ritmo, aos hábitos alimentares e aos hábitos de higiene de cada criança.

Quando os horários e rotinas são previsíveis para as crianças faz com que

estas se sintam seguras e confiantes.

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Tanto os educadores como as crianças precisam de ter conhecimento

sobre o decurso do dia, para saber o que é que acontecerá a seguir a

determinada acção, por isso as rotinas são tão importantes.

As referências temporais são securizantes para as crianças e servem

como fundamento para a compreensão do tempo: passado, presente, futuro;

contexto diário, semanal, mensal, anual. Deste modo, as crianças

interiorizam, ou seja, registam a passagem do tempo. Porque o tempo é de

cada criança, do grupo de crianças e do educador importa que haja uma

organização do tempo decidida pelo educador e pelas crianças. Trata-se de

prever e organizar um tempo simultaneamente estruturado e flexível em

que os diferentes momentos tenham sentido para as crianças.

As rotinas são repetições diárias de actividades e de ritmos sociais e

biológicos, que situam a criança no tempo. São fundamentais para a

educação, de acordo com as necessidades das crianças e, ao mesmo tempo,

compatíveis com os materiais disponíveis. Os materiais são elementos de

apoio, mas necessários para que a criança identifique, claramente, a

passagem do tempo.

O tempo educativo tem geralmente uma distribuição flexível, porém

corresponde a momentos repetitivos com uma certa periodicidade. Uma

rotina que é educativa baseia-se na sucessão de cada dia, sendo planeada

pelo educador. Esta é conhecida pelas crianças, pois sabem o que podem

fazer em determinados momentos.

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Rotina da sala:

7:30 às 10:00 – Acolhimento

9:15 às 9:30 – Fruta matinal

9:30 às 10:30 – Actividades Pedagógicas/Lúdicas

10:30 às 11:00 - Higiene

11:00 às 12:00 – Almoço

12:00 às 15:00 – Sesta

15:00 às 15:30 – Higiene

15:30 às 16:00 – Lanche

16:00 às 17:00 – Actividades Pedagógicas/Lúdicas

17:00 às 17:30 - Higiene

17:30 às 19:30 – Saída

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5) PROJECTO PEDAGOGICO: “A ARTE NA CRECHE”

O meu projecto tem como título “A Arte na Creche”, ou seja, com este

projecto pretendo mostrar a importância que a arte tem para o

desenvolvimento das crianças nesta fase.

O projecto educativo nesta fase etária permite respeitar o ritmo

biológico e de desenvolvimento de cada criança num ambiente seguro,

tranquilo e alegre com afecto e confiança.

Este projecto surgiu na constatação de que a arte permite que a criança

descubra o mundo que a rodeia e, através dela, explicar a sua interpretação

do mundo e as suas experiências.

À medida que a criança vai interagindo com os objectos e com as outras

pessoas, vai construindo relações e conhecimentos a respeito do mundo em

que vive, e isso permite-lhe a aquisição de novas competências motoras e

psíquicas.

A arte está profundamente ligada à aprendizagem, principalmente nos

primeiros anos, e é através das pinturas/desenhos e brincadeiras (jogo

dramático) que a criança descobre e explica o seu papel no mundo.

Muito pode ser trabalhado a partir da arte: contar histórias (literatura),

dramatizar (teatro), jogar com regras, desenhar, pintar, entre outras

actividades, constituem meios para uma melhor e maior aprendizagem.

As crianças atingem cada nova etapa de desenvolvimento durante um

período relativamente curto, de total predisposição para adquirirem uma

nova competência, assim, é por isso necessário estar consciente e preparado

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“A Arte na Creche”

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para realçar e estimular o desenvolvimento dos mesmos em todas as áreas

de desenvolvimento (motora, cognitiva e social).

Em suma, a arte é a chave da aprendizagem, não só porque através dela a

criança aprende coisas importantíssimas e treina habilidades mas também

porque permite à criança expressar os seus sentimentos e desejos, dar azo

às suas fantasias e libertar as suas frustrações.

Cabe ao educador estimular a criança para que esta descubra e adquira

todas as competências que a arte lhe pode dar.

5.1) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A arte infantil acontece, devido a um conjunto de circunstâncias naturais

e sociais que se repercutem nas crianças, ao longo do seu desenvolvimento,

tanto a nível motor como cognitivo. Esta, como forma de expressão e

comunicação é um conceito de arte, cuja definição a considera como forma

de pensamento e não como manifestação dos estados emocionais/afectivos

da criança.

Os desenhos das crianças partem de impulsos espontâneos, que excluem a

premeditação, respondem aos imperativos do seu nível do estado de

desenvolvimento, não têm estilo são um jogo entre símbolos e imagens.

Deste modo, a expressão artística da criança, de modo consciente ou

inconsciente é uma forma de comunicação, visto que por vezes, transmite a

mensagem da criança, ou seja, aquilo que está a pensar e que quer dizer, mas

não consegue.

Projecto Pedagógico 2013/2014

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Assim, a linguagem através do desenho é uma actividade importante, por

isso, todos os educadores devem ser capazes de compreender aquilo que as

crianças querem transmitir com o desenho.

O educador deve estar preparado para estimular, promover e aceitar a

linguagem gráfica da criança como factor importante do seu

desenvolvimento.

Nem sempre as palavras exprimem, em toda a sua plenitude, a intensidade

de uma vivência, e por vezes são necessários meios diferentes de

expressão, como os jogos, as actividades artísticas, que permitem a

realização dos desejos, a satisfação de necessidades pessoais e a afirmação

do Eu.

É através da expressão livre que a criança realiza a síntese entre a

expressão do Eu e a submissão ao real. Para a criança, todas as experiências

que conduzem à criação devem ser educativas, logo o resultado não é

importante, mas sim o processo que o originou, é nele que se desenvolvem a

percepção, a imaginação, a observação, o raciocínio, o controle gestual …

capacidades psíquicas que influenciam a aprendizagem.

A criação artística liberta tensões e energias, instaura uma disciplina

formativa interna de pensamento e acção e favorece a manutenção do

equilíbrio necessário para que a aprendizagem se processe sem barreiras e a

integração social sem dificuldades. Quando a criança pinta, desenha,

modela, constrói, faz música, teatro… regularmente, a evolução acelera-se.

A pedagogia da arte deve ser orientada no sentido da criação, da

afirmação de si mesmo pela invenção pessoal.

Projecto Pedagógico 2013/2014

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A pintura é a transformação do pensamento da criança em formas e cores,

sendo um acto criativo que amplia o relacionamento com o mundo. Existem

vários tipos de actividades com pintura: com esponja, com o dedo, com

pincel, com escova, com cola, sopro e muitas outras. Numa actividade de

pintura, as crianças descobrem as cores e suas misturas; estimula a

interacção social; liberta emoções; desenvolve a concentração e a atenção;

trabalha com o corpo e os sentidos; desenvolve a criatividade, etc.

No desenho, a criança tem acesso ao papel e lápis para desenhar à

vontade, tendo espaço e liberdade e, com o tempo vai aprendendo a

controlar os movimentos, aprimorando o seu desenho e colorido.

Arte é cognição, o ensino realizado através da arte utiliza todos os

processos envolvidos na cognição. A arte desenvolve a capacidade cognitiva

da criança de maneira que ela possa ser melhor aluno em outras disciplinas.

A arte está presente no quotidiano da vida infantil. Ao rabiscar, desenhar,

pintar objectos, cantar e até mesmo através do seu próprio corpo, a criança

pode utilizar a arte para expressar experiência. No geral arte na escola,

tem sido somente “desenhar”, mas arte não se resume apenas no acto de

desenhar, arte vai muito mais além do que desenhar, arte é poesia, teatro,

música, dança, desenvolvimento das habilidades, ampliação da capacidade de

criar e produzir, enfim arte é uma representação da experiência estética

individual.

A arte pode contribuir imensamente para o desenvolvimento da criança,

pois é na interacção com seu meio que se inicia a aprendizagem. A arte tem

início quando os sentidos da criança estabelecem o primeiro contacto com o

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ambiente, e ela reage a essas experiências sensoriais. Tocar, cheirar, ver,

manipular, saborear, escutar, enfim, qualquer método de perceber o meio e

reagir contra ele é, de fato, a base essencial para a produção de formas

artísticas.

Por meio da arte a criança será capaz de desenvolver a sua percepção e

imaginação; desenvolver a sua capacidade crítica, além de contribuir para

que ocorra o estímulo, criando mundos possíveis, novas possibilidades de ser

e sentir-se.

Portanto, através da arte o homem pode despertar a sua imaginação,

levando a experienciar factos distantes de sua realidade, além de

proporcionar acesso ao mundo dos sentimentos, pois a arte leva a pessoa a

ter essa oportunidade que muitas vezes não tem no seu quotidiano.

Desta forma acredita-se que a arte é um factor essencial para que ocorra

o desenvolvimento pleno do ser humano, desde o desenvolvimento do

pensamento lógico até ao acto de ir além do que sua realidade lhe permite.

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5.2) METODOLOGIA

A metodologia escolhida deverá envolver toda a comunidade educativa de

forma efetiva, ativa e responsável dando resposta às necessidades dessa

mesma comunidade.

1ª Fase – Teórica 2º Fase - Prática

Recolha e organização de

documentos Recolha de texto relacionados com o

tema Reuniões com os pais e a equipa

pedagógica da escola

Estabelecer iniciativas conjuntas entre

a escola e as famílias Realização de atividades que

envolvam os diferentes grupos Exposições abertas à comunidade

FORMAÇÃO PESSOAL E SOCIAL

(Autonomia e Socialização)

Criar hábitos sociais Sentar à mesa

Estar a mesa

Comer sozinho

Brincar com o outro

Respeitar o outro

Criar hábitos de higiene Fazer controlo dos esfíncteres

Ir à casa de banho

Lavar as mãos

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“A Arte na Creche”

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EXPRESSÕES

Oral Aquisição e enriquecimento do

vocabulário.

Iniciação da construção de frases.

Motora Conhecimento do corpo, fazendo

enumerações das diferentes partes de

si e no outro.

Consolidação do andar e da marcha.

Que saiba transpor obstáculos em vez

de contornar.

“Aprendizagem” e consolidação de

corrida e de trepar.

Jogos de movimento e dança.

Plástica

E

Musical

Contribuir para a criança expressar-se

enquanto ser individual nas diferentes

atividades plásticas.

Exploração de diferentes texturas e

materiais.

Desenho, pintura, modelagem, recorte

e colagem, utilizando diferentes

técnicas. Canções, audição de vários estilos

musicais, lenga-lengas, destrava-

línguas, poesias, construção de

instrumentos musicais, etc

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5.3) OBJETIVOS PEDAGÓGICOS

Subjacente aos príncipios orientadores atrás enunciados, estes são os

objetivos que visam definir as ações que correspondem à intenção

pedagógica preconizada.

Proporcionar à criança momentos de partilha de experiências e

saberes entre pares.

Favorecer o trabalho cooperativo entre as salas com vista a

desenvolver a autonomia, a responsabilidade, a auto-estima e a

interajuda.

Possibilitar à criança um meio relacional e material equilibrado e

harmonioso.

Fomentar boas relações a nível de todo o pessoal docente e não

docente, pais e encarregados de educação e às crianças.

Reconhecer a importância da família na participação das atividades

promovidas pela escola, como uma das formas habituais de

organização da vida humana e valorizar a sua utilidade.

Desenvolver nos docentes e não docentes, atitudes de investigação,

reflexão crítica e troca de experiências que contribuam para

melhorar a consciência e satisfação profissional.

Cultivar a avaliação sistemática de todas as crianças, assim como do

pessoal docente e não docente, no sentido de inventariar

objectivamente as necessidades, suprir as falhas e melhorar a

qualidade da escola na sua globalidade.

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Promover uma articulação estreita com a comunidade local, com base

numa gestão integrada de recursos, e no desenvolvimento de

actividades de âmbito educativo, cultural, desportivo e recreativo.

Despertar os pais e encarregados de educação para a importância de

se organizarem em associações, com o objetivo de intervirem

ativamente, zelando pela qualidade do processo educativo dos seus

educandos.

Criar um sistema regular de informação e interajuda, onde a escola se

revitaliza, enriquece e ganha valor social de pertença.

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OBJETIVOS ESPECÍFICOS PARA O GRUPO DE CRIANÇAS DA

SALA DOS MORANGUINHOS (2 ANOS)

OBJETIVOS

METAS

Desenvolver

a linguagem

- Diz 5 palavras diferentes (pode usar a mesma para várias coisas) - Responde ao “Não há” - Produz o som do animal ou emprega-o para identifica- lo -Obedece a 3 ordens diferentes não acompanhadas de gestos - Aponta 3 a 5 ilustrações num livro quando nomeadas - Aponta para 3 partes do seu próprio corpo - Diz o seu nome próprio ou diminutivo quando se lhe pede - Aponta para si quando se pergunta “Onde está…” - Combina palavras e gestos para manifestar os seus desejos - Responde à alternativa “s/n” com respostas afirmativas ou negativas --------------------------------------------------------------------------- - Reage certo a adjetivos comuns (cansado, alegre, frio, grande, pequeno) - Usa adjetivos comuns (quente, grande, etc.) - Responde à pergunta “Que estas a fazer?” em atividades comuns - Combina formas verbais em frases de 2 palavras (ex: bola grande) - Mima ações e repete palavras do final de cada frase numa canção - Seleciona um objeto pela sua função - Responde a perguntas com interrogativa (ex:Onde?)

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Promover

o desenvolvimento da criança a nível das

competências cognitivas

- Aponta uma parte do corpo - Junta objetos semelhantes - Faz rabiscos - Aponta para uma figura nomeada - Encontra um livro específico a pedido - Faz um puzzle e 3 peças - Copia o círculo - A pedido aponta para o grande e o pequeno - A pedido coloca objetos, dentro, em cima e em baixo

Promover a autonomia

da criança

- Come sozinho com uma colher - Bebe por um copo com uma mão - Consegue estar sentado no bacio durante 5 minutos - Põe e tira o chapéu da cabeça - Tira as meias - Tira os sapatos quando desapertados e soltos --------------------------------------------------------------------------- - Pede para ir à casa de banho - Calça os sapatos - Lava as mãos e a cara com sabonete - Pendura o casaco no cabide - Não se molha durante a sesta - Veste o casaco, camisola e camisa - Tira a toalha das mãos e seca a cara e mãos - Chupa líquidos por uma palhinha

Proporcionar á

criança experiências

a nível da

motricidade

- Sobe para uma cadeira de adulto, volta-se e senta-se - Constrói torres de 3 cubos - Faz riscos com lápis normais ou de cera - Anda sozinho - Empurra e puxa brinquedos enquanto anda - Sobe escadas sem ajuda - Dobra-se pela cintura para apanhar objetos, sem cair ---------------------------------------------------------------------------

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NOTA: O grupo desta sala é composto por 13 crianças de 2 anos.

5.4) ESTRATÉGIAS

A maneira como está organizada a Instituição, a forma como atuamos, a

escolha do modelo pedagógico, assim como as atividades da escola, e o seu

regulamento interno, refletem as estratégias que estão harmoniosamente

correlacionadas com os objetivos que pretendo atingir.

Criar condições específicas de apoio às crianças com necessidades de

apoio educativo, nomeadamente pedir auxílio da Educadora de Intervenção

Precoce.

Apostar na formação em diferentes áreas da intervenção educativa.

- Anda para trás - Desce escadas com ajuda - Constrói uma torre de 5-6 blocos - Vira as páginas de um livro uma a uma - Dá cambalhotas para a frente com ajuda - Faz bolas de barro ou plasticina

Fomentar a

aquisição de

hábitos sociais

- Imita o adulto em tarefas simples - Participa em brincadeiras com outras crianças, empurrando carrinhos, rolando bolas, durante 2 a 5 minutos - Explora ativamente o seu meio ambiente - Entrega um livro ao adulto para que ele o leia ou partilhe - Puxa outra pessoa para mostrar uma ação ou objeto - Brinca com 2 ou 3 crianças da mesma idade --------------------------------------------------------------------------- - Traz ou leva um objeto ou pessoa de outro quarto a pedido - Presta atenção à música ou a histórias durante 5-10 minutos - Diz “por favor” e “obrigado” quando se lhe chama a atenção - Escolhe, quando se lhe pede para o fazer

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Comemorar as datas festivas solicitando a colaboração dos pais na

realização de atividades ou participação em festas, tais como:

Dia de S. Martinho

Dia Mundial Música

Festa de Natal

Dia de Reis

Dia dos Namorados

Carnava

Dia do Pai

Dia da Mãe

Dia dos Avós

Dia Mundial Alimentação

Festa de Final de Ano

Dia do Livro

Dia da Dança

Páscoa

Dia da Árvore

Dia da Família

Participar e fomentar reuniões de equipa.

Realizar exposições com trabalhos das crianças.

Realizar visitas de estudo de acordo com trabalhos/projetos ou

temáticas desenvolvidos na sala.

Elaborar e ajustar as rotinas de acordo com as necessidades

manifestadas pelas crianças.

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Organizar áreas de interesse de acordo com as sugestões e

interesses do grupo de crianças.

Promover encontros individuais e em grupo com as famílias.

5.5) TRABALHO COM A FAMÍLIA

A participação da família no processo de aprendizagem da criança na

escola deve ser algo considerado como indispensável e enriquecedor.

É fundamental que os pais:

Dêem informações sobre as rotinas diárias das crianças, assim

como as suas preferências (no sono e na alimentação, por

exemplo);

Consultem o caderno de registos diários das atividades e de

faltas para poderem repor materiais em falta e apropriarem-se de

avisos comuns;

Participem nas reuniões de pais e dêem o seu parecer quando

pretenderem;

Colaborem na continuidade da aquisição de competências

iniciadas na escola;

A família da criança deve estar estritamente relacionada com o processo

de aprendizagem da mesma, de forma que todos possam cooperar para um

melhor aperfeiçoamento de competências e para o alargamento de

conhecimentos. É na valorização da família que a criança sente também a sua

importância enquanto membro da mesma e enquanto pertença de relações

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afetivas ancoradoras. Se os pais participam e valorizam o processo de

aprendizagem da criança, ela sentir-se-á apta e estimulada para maiores

desafios e, consequentemente, para melhores concretizações.

Parece importante realçar que, apesar das dificuldades inerentes à

cooperação partilhada entre pais, pessoal da instituição e da comunidade,

todos procuram o melhor para as crianças; sendo que ninguém é o detentor

da razão.

5.6) EXEMPLO DE ATIVIDADES

Histórias simples;

Lenga-lenga;

Brincar com papéis coloridos

Colagem

Farinha maizena/Espuma de barbear

Digitinta

Desenho livre e com vários tipos de materiais

Pinturas coletivas e individuais

Balões com cores

Bolas com sabão

Sacos cheios com materiais diversos

Bolas

Blocos grandes

Brincar com caixas de papelão

Brincar com caixas de cartão

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Músicas (canções de roda, mímica)

Fantoches

Brincar com água

Jogos de sombras

Contacto lúdico com alimentos

Saída ao meio que envolve a escola

Pintura com diferentes técnicas

Celebrações relativas às passagens de etapas (largar a chucha,

largar a fralda…)

Vivência das festas escolares

Celebração dos aniversários de cada criança

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6) AVALIAÇÃO

A avaliação é o processo pelo qual o educador, os pais e as crianças

poderão ter consciência de toda a aprendizagem, das competências

exercitadas, assim como dos conhecimentos adquiridos. É importante, por

isso, que o educador faça uma avaliação continuada e construtiva com a

própria criança, no sentido de orientar a sua ação e o processo de ensino-

aprendizagem. Por outro lado, deve realizar uma avaliação de grupo,

nomeadamente no decurso do trabalho de projeto, concretizando-a ao longo

das várias iniciativas e descobertas do grupo. Este tipo de avaliação

realizada com as próprias crianças será sobretudo uma avaliação qualitativa

embora mereça ser designada como avaliação pois revela-se como processo

realmente importante, significativo e de ponderação.

Por outro lado, o educador deverá avaliar o grupo, assim como a criança na

sua individualidade. Para tal, na sala, observa comportamentos e aquisições e

nas reuniões de equipa partilha experiências e saberes que lhe permitam

uma dinâmica reflexiva acerca do projeto.

Já no que concerne às famílias, deve existir igualmente um sem número de

conversas informais com os pais, momentos de partilha e explicação de

atividades, reuniões de encarregados de educação e atendimentos

individuais.

Na sala dos Moranguinhos existirá ainda uma grelha de observação

individual da criança (1 ano e 2 anos) a qual será preenchida pelo Educador

ao longo do ano letivo.

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Essa avaliação será enviada aos pais no primeiro trimestre devolvendo-nos

assim que for feita a verificação para prosseguirmos com a avaliação da

criança os próximos trimestres.

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7) CONCLUSÃO

É imprescindível ter em conta que a creche/jardim de infância são a base

do processo de ensino aprendizagem. Constituem-se enquanto primeiros

anos de escolaridade que a criança levará consigo para o resto da vida. É,

portanto, fundamental que nos preocupemos em lhes possibilitar todas as

condições e oportunidades, para que se revelem quando homens.

“Longe vai a época em que se considerava que toda a problemática do

desenvolvimento e comportamento residia na própria criança, nas suas

potencialidades e nas suas capacidades, como se vivesse isolada e nela

residisse toda a «culpa» das suas dificuldades.

Felizmente também já se afastou a ideia de que o desenvolvimento da

criança constituía uma rígida sequência de etapas, mais ou menos

previsíveis, que invariavelmente reproduziam em todas as crianças, e que os

pais seguiam com ansiedade e preocupação.” (António Brito Avô)

Assim, o desenvolvimento da criança não é linear nem se realiza numa só

direção, de forma imposta e predeterminada. Importa, com isto saber

identificar as competências e aptidões que fazem da criança uma mais valia

em determinada área ou das capacidades que podemos despoletar nelas para

um desenvolvimento global harmonioso.

Este desenvolvimento não depende apenas da criança mas também das

oportunidades que o meio envolvente lhe vai possibilitando.

“O facto de encontrarmos crianças da mesma idade com capacidades e

competências muito diferentes, não nos permite fazer comparações, nem

emitir juízos de valor e muito menos estabelecer prognósticos levianos…

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Todas as crianças contêm em si próprias um grande potencial de

desenvolvimento que se irá manifestar em plenitude se lhes soubermos

proporcionar as condições e as oportunidades e se respeitarmos o seu ritmo

de maturação.” (António Brito Avô)

Através deste trabalho posso concluir que para a realização de um

projecto é necessário, em primeiro lugar, estudar o ambiente educativo,

para que desta forma possamos conhecer as características das crianças de

modo a elaborar uma intervenção pedagógica que vá de encontro às

necessidades das mesmas.

Após o estudo do ambiente educativo, da equipa pedagógica e do grupo,

comecei a esboçar o Projecto “A Arte na Creche”.

O meu projecto pedagógico pressupõe uma visão da criança como um ser

competente e capaz, como investigador nato, motivado pela pesquisa e para

a resolução de problemas.

Com este projecto demonstro a importância que a arte têm para as

crianças, uma vez que é através desta que as mesmas se desenvolvem de

uma forma saudável e harmoniosa.

Acho que este projecto foi bastante proveitoso, interessante e muito

enriquecedor para a minha prática pedagógica.

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8) BIBLIOGRAFIA

→ Decobert, S.; Sacco, F. (2000). O desenho no trabalho psicanalítico com

a criança. Lisboa: Climepsi Editores

→ Ferraz, Maria Heloísa C.T. Cortez; Fusari, Maria F. de Rezende (1999).

Metodologia do Ensino de Arte. São Paulo: Cortez

→ Ferraz, Maria Heloísa C.T. Cortez; Fusari, Maria F. de Rezende (2001).

Arte na Educação Escolar. São Paulo: Cortez

→ Formosinho, Júlia O. (1998). Modelos Curriculares para a Educação de

Infância. Porto: Porto Editora

→ Gesell, A. (1998). A criança dos 0 aos 5 anos. Lisboa: Publicações Dom

Quixote

→ Gonçalves, E. (1991). A arte descobre a criança. Amadora: Raiz Editora

→ Henriques, A. Christófides (1996). Aspectos da teoria piagetiana e

pedagogia, Lisboa: Instituto Piaget

→ Kattz, L. e outros (1998). Qualidade e Projecto na Educação Pré-Escolar.

Lisboa: Ministério da Educação

→ Limonad, Max (1998). Arte-educação. São Paulo: Conflitos/Acertos

→ Lowenfeld, Viktor (1997). A Criança e Sua Arte. São Paulo: Mestre Jou

→ Post, Jacalyn; Hohmann, Mary (2000). Educação de Bebés em Infantários

– Cuidados e Primeiras Aprendizagens. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian

→ Read, H. (s.d.). A educação pela arte. Lisboa: Edições 70

→ Rodrigues, D. (2002). A infância da arte, a arte da infância. Lisboa:

Edições Asa

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→ Silva, I et al. (1997). Orientações Curriculares para a Educação Pré-

escolar, Lisboa: Ministério da Educação

→ Sprinthall, Norman A.; Sprinthall, Richard (1993). Psicologia Educacional.

Lisboa: Mcgraw Hill

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9) PLANO ANUAL DE ATIVIDADES

Ano Letivo 2013/2014

Meses Temáticas Festividades

Setembro -Reorganização das salas

-Adaptação das crianças

-Apresentação do projecto ás famílias

-Trabalhos alusivos à estação do

Outono

-As Cores

21-Dia internacional da Paz

23-Outono

Outubro -Instrumentos musicais

-Animais

-Alimentos

-Trabalhos alusivos ao dia das bruxas

1-Dia mundial da música

4-Dia mundial do animal

16-Dia mundial da alimentação

31-Dia das bruxas

Novembro - (terminar trabalhos anteriores)

-Trabalhos alusivos ao S. Martinho

-Frutos da época

- Os 5 sentidos

11-São Martinho

Dezembro -Trabalhos alusivos ao Inverno

-Trabalhos alusivos ao Natal

21-Inverno

25-Natal

Janeiro -Coroas

-Corpo humano

-Vestuário

1-Ano Novo

6-Dia de Reis

Fevereiro -Trabalhos alusivos ao dia dos

namorados

-Transportes

14-Dia dos namorados

Março -Trabalhos alusivos ao Carnaval

- Prendas/convívio

- Trabalho alusivo à estação da

Primavera

4-Carnaval

8-Dia da mulher

19-Dia do Pai

21-Primavera

Abril - Números

-Trabalho alusivo à Páscoa

- Actividade sobre “O livro”

20-Páscoa

23-Dia mundial do livro

Maio -Prendas/convívio

-Trabalho alusivo à família

4-Dia da Mãe

15-Dia da família

Junho -Prendas/convívio

-Trabalho alusivo à estação do Verão

1-Dia da criança

21-Verão

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Julho -Praia

-Prendas/convívio

26-Dia dos avós

Agosto -Actividades ao ar livre Fim do ano lectivo

Nota: De acordo com as necessidades das crianças e com o bom

funcionamento da sala, este plano anual de actividades poderá vir a sofrer

alterações durante o ano lectivo.