1

Projeto Curitiba 2030- Uma cidade inovadora

Bruna de Medeiros Nunes (1) Carina Soares (2) Lauren Bogo (3)

(1) Acadêmica do curso de Arquitetura e Urbanismo e Bolsista do Núcleo de Pesquisa em Edificações Sustentáveis - NEPES, IMED, Brasil.E-mail: bruh_medeiros12@hotmail.com

(2) Acadêmica do curso de Arquitetura e Urbanismo – IMED, Brasil. E-mail: ca.soares1@hotmail.com

(3) Acadêmica do curso de Arquitetura e Urbanismo - IMED,Brasil. E-mail: laurenbogo@hotmail.com

Resumo: O projeto Curitiba 2030, primeiro do programa “Cidades Inovadoras”, tem como finalidade

indicar um caminho para posicionar Curitiba, em uma perspectiva de 20 anos, no patamar das

principais cidades inovadoras do mundo. Este estudo tem potencial para influenciar o planejamento da

cidade e a criação de um espaço urbano que aproxime, detenha e desenvolva pessoas, empresas e

investimentos focados na inovação e sirva de modelo para outras cidades. A essência desse programa

são as pessoas. A diferença entre “cidade” e “cidade inovadora” está na população que habita e

constrói esses lugares. Quanto a visão do futuro de Curitiba, no meio de transporte e mobilidade é torná-

la referência em políticas públicas, que permitam alcançar os parâmetros máximos de sustentabilidade

em toda área metropolitana, com integração e estruturação das cidades próximas, e criar um modelo de

cidade inovadora e sustentável com meios de transporte público de qualidade, seguros e modernos. O

projeto Curitiba 2030 segue esta tendência inovadora, sendo a primeira cidade contemplada com o

projeto uma vez que, conforme estatísticas, a maioria da população estará inserida no meio urbano. Este

estudo é uma revisão bibliográfica.

Palavras-chave: Curitiba; Cidade inovadora; transporte e mobilidade.

Abstract: The project Curitiba 2030 first program " Innovative Cities " aims to provide a path to position

Curitiba , in a perspective of 20 years , at the level of the main innovative cities in the world . This study

has the potential to influence city planning and the creation of an urban space that approximates, owns

and develops people, companies and investments focused on innovation and serve as a model for other

cities . The essence of this program is people. The difference between "city " and " innovative city " is the

population that inhabits and constructs these places . As the vision of the future of Curitiba, means of

transport and mobility is to make it a benchmark in public policy , to achieve the maximum parameters of

sustainability throughout the metropolitan area , with integration and structuring of nearby cities , and

create a model city innovative and sustainable public transport quality , safe and modern . The project

Curitiba 2030 follows this trend innovative, being the first city awarded the project because, as statistics,

the majority of the population will be placed in the urban environment. This study is a literature review.

Keywords: Curitiba; City innovative, transport and mobility.

1. INTRODUÇÃO

O desenvolvimento futuro de uma cidade está estritamente relacionado a capacidade de planejar e definir estratégias de crescimento de acordo com suas particularidades, seus propósitos e sua capacidade de crescimento, pois cada cidade tem sua individualidade em virtude de sua história, aptidão de seus gestores, e particularmente, do modo de vida de seus cidadãos. Assim, para a cidade ter um desenvolvimento sustentável e crescer de forma harmônica há de se ter um empenho de todos.

2

2. OBJETIVO

O objetivo é criar uma cidade mais sustentável até 2030 segue esta tendência inovadora, sendo a primeira cidade contemplada com o projeto uma vez que, conforme estatísticas, a maioria da população estará inserida no meio urbano.

3. MODELO DE CIDADE

A ideia de cidade inovadora tem como objetivo o habitat de pessoas inovadoras com finalidade de fazerem a diferença, que buscam condições de desenvolverem seus projetos, seus negócios, uma cidade que possibilite empreendedores, empreendimentos e investimentos sustentáveis e inovadores. São nesses locais que as pessoas encontram potencial para viver e desenvolver seus projetos e negócios. Segundo Souza e Skrobot (2010) O conceito de “cidade inovadora”, desenvolvido e adotado para a condução desse programa, está fundamentalmente centrado nas pessoas. A essência das cidades são as pessoas. A diferença entre uma “cidade” e uma “cidade inovadora” está nas pessoas que habitam e constroem esses ambientes.

3.1. Um pouco de Curitiba até o ano de 2010

No começo Curitiba levava o nome de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, e surgiu como um pequeno povoado do século. Em 1721 foi denominada cidade e recebeu o nome que leva hoje “Curitiba” e em 1853 se tornou a capital do Paraná. Imigrantes vindos de vários países foram os primeiros habitantes da cidade fizeram da capital um lugar privilegiado em termos de diversidade cultural. Em 1973 foi criado o projeto da Cidade Industrial de Curitiba (CIC), distante 10 km do centro da cidade, oferecendo apoio a empresas que ali se instalassem, e hoje a CIC concentra o maior número de empresas de base tecnológica, originando 107 mil empregos diretos e indiretos. Nas últimas décadas pode se registrar grandes transformações econômicas e urbanísticas na cidade, levando-a a um crescimento significativo, chegando em 2010 com uma população estimada de 1.851.215 habitantes (IBGE, 2009), ocupando a sétima posição no ranking das cidades mais populosas do Brasil. Curitiba possui um parque industrial, e o quinto maior PIB municipal do País. É considerada uma das 5 melhores cidades para se investir na América Latina. Curitiba também é uma das cidades com maior influencia global e é considerada pela Revista Forbes a 3º cidade mais esperta do mundo por ser ecologicamente sustentável, ter qualidade de vida e possuir uma boa infraestrutura urbana (Figura 1).

Figura 1: Vista Aérea Centro Histórico de Curitiba. Fonte: Centro histórico-Bairro São Francisco 2013.

3

3.2. Do Plano Diretor

Como demais temas, o plano de mobilidade e transporte de Curitiba foi submetido a um plano específico após análise que identificou a situação do Município, e integrado ao Plano Diretor depois de aprovado pelo setor competente, que em seu artigo 3º, §2º determina: "sem prejuízo à autonomia municipal, o Plano Diretor de Curitiba deverá ser compatível" com o "plano de mobilidade e de transporte urbano integrado", bem como no Art. 6º, "que trata de forma geral da política de desenvolvimento urbano da Cidade de Curitiba, trazendo como objetivos: a "universalização da mobilidade e acessibilidade" e a "prioridade ao transporte coletivo público na mobilidade urbana". No Plano Diretor, está inserido uma seção com o título “Dos eixos de estruturação do transporte coletivo” que em seu Art. 14. dispõem: para atender a demanda da mobilidade da população, integrada ao uso do solo e sistema de circulação urbana, ao sistema de transporte coletivo da Cidade apresenta uma macro hierarquia com os seguintes eixos de estruturação: I - eixos estruturais - principais corredores de transporte coletivo urbano, com pistas exclusivas para o sistema de transporte; II - eixo metropolitano - corredor de transporte coletivo de caráter urbano e de integração metropolitana; III - eixos de ligação - eixos de transporte coletivo que interligam os eixos estruturais; IV - eixos tronco integrados - principais eixos de transporte coletivo de integração urbana e metropolitana; V - eixos interbairros - eixos de transporte coletivo, circulares ou pendulares, que integram diversos bairros ao eixo estrutural. Por fim, na Seção II, Dos sistemas viários, de circulação e trânsito, delibera, entre outras diretrizes particulares da política municipal dos sistemas viário, de circulação e trânsito, em seu Art. 17., "melhorar a qualidade do tráfego e da mobilidade, com ênfase na engenharia, educação, operação, fiscalização e policiamento" e "planejar e operar a rede viária municipal, priorizando o transporte público de passageiros, em consonância com o Plano Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte Integrado".

3.3. Curitiba 2030

O projeto tem como finalidade posicionar a capital, dentro de 20 anos, como umas das principais cidades inovadoras do mundo com potencial para atrair e desenvolver pessoas, empresas e investimentos focalizados na inovação e ser modelo para outras cidades do Estado.

Com o crescimento da população urbana, as cidades terão de se adaptar à novas soluções de infraestrutura urbana, redes de água e esgoto, residência, áreas verde, entre outras questões que cercam uma cidade.

Souza e Skrobot (2010) disse: A diferença entre “cidade” e “cidade inovadora” está na população que habita e constrói esses lugares.

As cidades são o espaço que proporciona o desenvolvimento da humanidade e da economia. Do ponto de vista das pessoas a cidade pode ser um agregado de circulo social que divide o mesmo espaço físico e do ponto de vista econômico a cidade é um nó de uma rede global que une negócios, ideias, estratégias e serviços. Reunindo todas as redes formam um único espaço em uma rede de colaboração global.

Desta forma, este novo conceito de cidade deixará em segundo plano a ideia de região e estado desenvolvendo a competitividade da cidade e seus habitantes criando um motor que impulsionará o desenvolvimento da cidade inovadora elevando a cidade pra um "plano superior de importância" porém apresenta grandes desafios citados por Souza e Skrobot (2010):

• Desenvolvimento sustentável e crescimento econômico a partir de expectativas globais e locais; • Gestão do meio ambiente em toda sua amplitude; • Gestão da água como recurso escasso em escala global;

4

• Consumo energético e preços da energia; • Moradia digna; • Conectividade; • Mobilidade: transporte público eficaz; • A marca da cidade (city branding); • Necessidade de diálogo e maior transparência entre os cidadãos e seus governantes; • Segurança; • Eficiência e efetividade dos serviços públicos por meio da descentralização, privatização e

externalização, e-gov eficaz e foco no cidadão."

3.4. Mobilidade e transporte público

Uma das grandes inovações da cidade, motivo de prestígio internacional, é o seu sistema de transporte público, composta pela Rede Integrada de Transporte (RIT), que é formada por linhas estruturantes e linhas complementares urbanas, conectadas por plataformas específicas, situadas nas estações e terminais. O centro, hoje em dia é mais voltado ao pedestre, agradável para passeio, seguro e com acessibilidade.

Curitiba é referência em transporte e mobilidade. A cidade conta com um aeroporto moderno e com capacidade de absorver o luxo que a crescente atividade econômica demanda. Além disso, ferrovias de última tecnologia ligam a cidade com São Paulo e outras capitais. Possui um sistema de transporte intermodal rápido e eficaz, onde um moderno modelo de BRT, em constante evolução e interligado a linhas do metrô, é o seu protagonista principal, o que tem contribuído para que cada vez menos sejam utilizados veículos privados para a locomoção na cidade. Com a grande ampliação das ciclovias, a população aderiu à bicicleta como opção de transporte, redesenhando o perfil da cidade.

Adicionalmente, podemos citar: de acordo com Souza e Scrobot (2010), Curitiba foi mais uma vez pioneira em matéria de mobilidade urbana, ao implantar o sistema de “carsharing” a base de pequenos carros alimentados por energias alternativas para circular pelo centro da cidade.

No que diz respeito ao fortalecimento da gestão metropolitana será necessário articular uma série de medidas para a administração do transporte na Região Metropolitana. Será feita a implantação de um único modelo de sistema de público, um Plano Diretor adequado. Nesse plano deverão estar contidas todas as atuações necessárias. De acordo com Souza e Scrobot (2010), as diretrizes do Plano Metropolitano orientarão a implantação do Sistema Integrado de Transporte e Mobilidade da RMC. A cidade do futuro é aquela que evita, na medida do possível, deslocamentos dos cidadãos de uma parte a outra da cidade em busca de trabalho, serviços e produtos em geral que poderiam estar nas proximidades de suas moradias. Para essa descentralização será necessário realizar estudos de identificação das potencialidades e necessidades de cada município, evitando assim, deslocamentos desnecessários ao centro de Curitiba. Na figura 2 e 3 podemos ver o sistema de transporte público de Curitiba e sua rede de plataformas inseridas numa espécie de via central que corta toda a cidade.

5

Figura 2- Transporte público de Curitiba. Fonte: Diário de Pernambuco (2013).

Figura 3- Transporte público de Curitiba. Fonte: Diário de Pernambuco (2013).

Com uma frota de 1.035.819 veículos, em 20078, estima- se que Curitiba tenha alcançado uma taxa de motorização de 553 automóveis para cada 1.000 habitantes que hoje é considerada a maior do Brasil. Essa motorização da população e a opção pelo transporte privado têm gerado congestionamentos até recentemente inexistentes na cidade. Como opção ao transporte convencional, a cidade conta uma rede de ciclovias de 159 km, basicamente interligando os parques e as faixas para caminhadas nas ruas circunvizinhas (Figuras 4 e 5).

6

Figura 4- A rede de ciclovias corta Curitiba de eixo a eixo.

Fonte: Diário de Pernambuco (2013).

Figura 5- Projeto Curitiba 2030 propõem mais de 300 km de ciclovia e cor destacada nos cruzamentos. Fonte: Diário de Pernambuco (2013).

Na garantia de mobilidade e priorização do transporte público multimodal por meio de opções de transporte que forneçam segurança, fluidez, conforto, qualidade e maior praticidade, Curitiba mantém o espírito inovador. De acordo com Souza e Scrobot, a capacidade da frota de ônibus convencionais e do sistema BRT (Bus Rapid Transport) será ampliada e integrada à futura linha de metrô norte-sul. Será necessário instalar novas faixas exclusivas para o transporte público, bem como readequar o terminal rodoviário municipal para a integração urbana, metropolitana e interestadual. O espaço urbano de Curitiba será remodelado, reduzindo as áreas para estacionamento no centro da cidade, redirecionando-as para junto dos terminais de transporte urbano. Deverão, ainda, ser implantados bicicletários em diversos locais da cidade, fazendo com que o veículo particular seja a última opção de deslocamento. Também a inclusão do Projeto Diretor Cicloviário, que contemplará a viabilidade como uma forma de mobilidade saudável para as pessoas.

7

Para melhoramento a implantação de semáforos para comunicação veículo-infraestrutura e veículo-motorista. O objetivo é aumentar a velocidade média em 40%e a redução de 20% do número de passageiros por m2 no sistema de transporte coletivo.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos concluir que hoje, e em 2030, Curitiba usufrui da cultura ambiental de seus cidadãos, de seu paisagismo urbano e de sua atividade econômica comprometida com a sustentabilidade e consciência socioambiental. Desta forma, no futuro, dentro de 20 anos, Curitiba terá um ensino formador de pessoas autônomas, adaptáveis a mudanças, de pensamentos sustentáveis e conscientes de suas atitudes. Essa é a ideia do projeto que vai colocar Curitiba a frente de qualquer cidade, pois terá qualidade de vida, será mais desenvolvida e sustentável

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SOUZA, Marília; SKROBOT, C.,Fabiana Cristina; Cidades Inovadoras Curitiba 2030. Todos pelo bem estar. SENAI 2010 - Departamento Regional do Paraná. Disponível em: <http://www.fiepr.org.br/observatorios/uploadAddress/Curitiba%202030_FINAL[18028].pdf. Acesso em: 19 Set. 2013.

PEDROZO, N., Alexandre; BORGES, M., Luís; GUSSO, Ramon. Plano Diretor de Curitiba/PR – Estudo de Caso. Rede de avaliação e capacitação para a implementação dos planos diretores participativos. Disponível em: <http://web.observatoriodasmetropoles.net/planosdiretores/produtos/pr/PR_Estudo_de_Caso_PDP_Curitiba_ago_2009.pdf>. Acesso em: 25 Set. 2013. STICA, Jonny. Ippuc anuncia 300 kms de ciclovias durante evento Mobilidade Curitiba. Disponível em: < http://www.stica.com.br/praticidade/jonny/?p=1865>. Acesso em: 10 out. 2013.