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COLÉGIO ESTADUAL WALFREDO SILVEIRA CORRÊA PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012 ARAPONGAS - PARANÁ

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COLÉGIO ESTADUAL

WALFREDO SILVEIRA CORRÊA

PROJETO

POLÍTICO PEDAGÓGICO

2012

ARAPONGAS - PARANÁ

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................1

APRESENTAÇÃO ......................................................................................................2

JUSTIFICATIVA..........................................................................................................5

OBJETIVOS................................................................................................................6

OBJETIVO GERAL..................................................................................................6

OBJETIVOS ESPECÍFICOS....................................................................................6

1. IDENTIFICAÇÃO DO COLÉGIO.............................................................................7

2 HISTÓRICO DO COLÉGIO......................................................................................8

3 OFERTA EDUCACIONAL .......................................................................................9

3.1 NÍVEIS/MODALIDADES DE ENSINO: ..............................................................9

4 ORGANIZAÇÃO ESCOLAR ..................................................................................10

4.1 ORGANIZAÇÃO DOS PERÍODOS/TURMAS/N° DE ALUNOS .......................10

4.2 HORÁRIO DE INÍCIO E TÉRMINO DAS AULAS ............................................10

4.3 RECURSOS HUMANOS .................................................................................10

4.4 RECURSOS MATERIAIS E TECNOLÓGICOS ...............................................13

4.5 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO ...........................................................13

4.5.1 Laboratório De Ciências, Física, Química E Biologia ..........................16

4.5.2 Biblioteca .................................................................................................16

4.5.3 Laboratório de Informática .....................................................................17

4.6 ORGANIZAÇÃO INTERNA..............................................................................17

4.6.1 Secretaria.................................................................................................17

4.6.2 Equipe Pedagógica .................................................................................18

5 REGIME ESCOLAR...............................................................................................21

5.1 DO PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO...........................................................21

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5.2 DO PROCESSO DE RECLASSIFICAÇÃO......................................................22

5.3 DA PROGRESSÃO PARCIAL .........................................................................23

5.4 DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM...........................................................23

5.5 DA RECUPERAÇÃO E APROVEITAMENTO DE ESTUDOS .........................24

6 FORMAS DE GESTÃO..........................................................................................27

6.1 GESTÃO DEMOCRÁTICA ..............................................................................27

6.2 INSTÂNCIAS COLEGIADAS ...........................................................................34

6.2.1 Conselho Escolar ....................................................................................35

6.2.2 APMF – Associação de Pais, Mestres e Funcionários.........................36

6.2.3 Conselho de Classe ................................................................................38

6.2.4 Representante de Turma ........................................................................39

6.2.5 Grêmio Estudantil ...................................................................................41

6.3 Gestão de Recursos Financeiros..............................................................42

6.4 GESTÃO DEMOCRÁTICA: IMPLEMENTAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DE

INFORMAÇÃO E O SUCESSO ESCOLAR...........................................................43

7 MARCO SITUACIONAL ........................................................................................48

7.1 A REALIDADE EDUCACIONAL CONTEMPORÂNEA ....................................48

7.2 ALGUNS PROBLEMAS ENFRENTADOS.......................................................49

7.2.1 Problemas enfrentados pelo Ensino Noturno ......................................51

7.3 PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO DOS DISCENTES..........................................52

7.4 ANÁLISE DAS CONTRADIÇÕES E CONFLITOS DA PRÁTICA DOCENTE..53

8 MARCO FILOSÓFICO CONCEITUAL...................................................................54

8.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................54

8.1.1 Princípios Pedagógicos..........................................................................56

8.1.2 O Ensino Fundamental de Nove Anos ..................................................60

8.2 CONCEPÇÃO DE ELEMENTOS QUE INTERFEREM NA EDUCAÇÃO.........63

8.2.1 Concepção de Mundo .............................................................................63

8.2.2 Concepção de Sociedade.......................................................................64

8.2.3 Concepção de Homem............................................................................65

8.2.4 Concepção de Educação ........................................................................66

8.2.5 Concepção de Cidadania/Ética ..............................................................69

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8.2.6 Concepção de Escola .............................................................................70

8.2.7 Concepção de Alfabetização e Letramento ..........................................72

8.2.8 Concepção de infância ...........................................................................74

8.2.9 Concepção de Adolescência..................................................................79

8.2.10 Concepção de Cultura ..........................................................................83

8.2.11 Concepção de Conhecimento ..............................................................84

8.2.12 Concepção de Ensino e Aprendizagem ..............................................85

8.2.13 Concepção de Avaliação ......................................................................87

8.2.14 Concepção de Currículo .......................................................................89

8.3 PSICOLOGIA HISTÓRICO CULTURAL DE VYGOTSKY E A PEDAGOGIA

HISTÓRICO-CRÍTICA DE SAVIANI SOB O OLHAR DE GASPARIN ...................92

8.3.1 Prática Social Inicial................................................................................94

8.3.2 A problematização do conteúdo ............................................................96

8.3.3 A instrumentalização ..............................................................................96

8.3.4 A catarse ..................................................................................................98

8.3.5 A Prática Social Final..............................................................................99

8.4 O MATERIALISMO HISTÓRICO DIALÉTICO ...............................................100

8.5 O MÉTODO DIALÉTICO ...............................................................................102

8.6 DIDÁTICA PARA A PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA .............................104

8.7 O PROCESSO DE ENSINO NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA 107

9 MARCO OPERACIONAL ....................................................................................110

9.1 IMPLEMENTAÇÃO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS....................................110

9.2 ATIVIDADES COMPLEMENTARES EM CONTRA TURNO .........................112

9.2.1 CELEM (Centro de Línguas Estrangeiras Modernas) ........................112

9.2.2 Basquetebol...........................................................................................113

9.2.3 Sala de Apoio.........................................................................................114

9.3 IMPLEMENTAÇÃO DO CURRÍCULO E CUMPRIMENTO ÀS LEGISLAÇÕES

VIGENTES...........................................................................................................115

9.3.1 Lei Federal n° 11645/08 – Das culturas africanas, afro-brasileiras e

indígenas ........................................................................................................116

9.3.1.1 Equipe Multidisciplinar...................................................................118

9.3.2 Código de Trânsito Brasileiro - Lei nº 9.503 .......................................118

9.3.3 Lei da Educação Ambiental – nº 9.795 ................................................119

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9.3.4 Lei nº 13381 - Obrigatoriedade no Ensino Fundamental e Médio da

Rede Pública Estadual de Ensino, conteúdos da disciplina História do Paraná. ............................................................................................................120

9.2.5 Educação Tributária - Dec. Nº 1143/99 - Programa de Educação Fiscal

.........................................................................................................................120

9.3.6 Educação Musical – Lei nº 11.769........................................................121

9.4 DESAFIOS DA ESCOLA E DE SEUS EDUCADORES.................................123

9.5 INTERVENÇÕES/AÇÕES NECESSÁRIAS NO ENSINO FUNDAMENTAL DE

NOVE ANOS .......................................................................................................127

9.6 FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO.......131

9.7 LINHAS DE AÇÃO.........................................................................................133

9.7.1 No trabalho pedagógico .......................................................................133

9.7.2 Na Gestão Escolar.................................................................................136

10 AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ..................................138

REFERÊNCIAS.......................................................................................................142

ANEXOS .................................................................................................................148

ANEXO 1 -PROPOSTA DE PLANO DE AULA NA PERSPECTIVA HISTÓRICO-

CRÍTICA ..............................................................................................................148

ANEXO 2 – ESQUEMA DE AULA SEGUNDO GASPARIN.................................151

ANEXO 3 – PLANO DE ESTÁGIO PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO ..........152

ANEXO 4 PROGRAMA DE ATIVIDADE COMPLEMENTAR CURRICULAR EM

CONTRATURNO.................................................................................................162

ANEXO 5 QUADRO DE METAS DA GESTÃO ESCOLAR 2012-2014 ...............165

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“O estudo da gramática não faz poetas. O estudo da harmonia não faz compositores. O estudo da psicologia não faz pessoas equilibradas. O estudo das "ciências da educação" não faz educadores. Educadores não podem ser produzidos. Educadores nascem. O que se pode fazer é ajudá-los a nascer. Para isso eu falo e escrevo: para que eles tenham coragem de nascer. Quero educar os educadores. E isso me dá grande prazer porque não existe coisa mais importante que educar. Pela educação o indivíduo se torna mais apto para viver: aprende a pensar e a resolver os problemas práticos da vida. Pela educação ele se torna mais sensível e mais rico interiormente, o que faz dele uma pessoa mais bonita, mais feliz e mais capaz de conviver com os outros. A maioria dos problemas da sociedade se resolveria se os indivíduos tivessem aprendido a pensar. Por não saber pensar tomamos as decisões políticas que não deveríamos tomar”

(Rubem Alves)

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INTRODUÇÃO

No sentido etimológico, o termo projeto vem do latim projectu, que significa

lançar para adiante. Na definição de Alvarez (1998) o projeto representa o laço

centre presente e futuro, sendo ele a marca da passagem do presente para o futuro.

Ao construirmos o projeto político pedagógico de nossa instituição, planejamos o

que temos intenção de fazer e realizar. Lançamo-nos para adiante, com base no que

temos, buscando o possível.

Nas palavras de Gadotti:

“Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função da promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente a determinada ruptura. As promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores”.(2000, p.45)

Nessa perspectiva, o projeto político-pedagógico é construído e vivenciado

em todos os momentos, por todos os envolvidos com o processo educativo da

escola.

Pensar um projeto de educação implica pensar o tipo e qualidade de escola, a

concepção de homem e de sociedade que se pretende construir.

Esse Projeto tem como prioridade a Gestão Democrática efetiva como um

processo contínuo e de conjunto, pois é um trabalho que não é encerrado em si,

mas sempre resgata a discussão sobre a realidade educativa e as atividades mais

relevantes desenvolvidas pelos educadores em seu contexto profissional e, também

o envolvimento nesse processo de toda a comunidade local.

As metas estão focadas no pleno desenvolvimento dos educandos, na

formação continuada de todos os educadores e em um ambiente saudável,

estruturado que dê condições para que todos possam alcançar seus objetivos.

Sabemos que ao valorizar as relações interpessoais e apostando na

capacidade de todos, certamente estaremos nos preparando para uma sociedade

mais justa e solidária, e, são por meio de posicionamentos construtivos, idéias

inovadoras e pensar coletivamente que expomos esta proposta de trabalho.

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APRESENTAÇÃO

A construção da Proposta Pedagógica do Colégio Estadual “Walfredo Silveira

Corrêa” – Ensino Fundamental e Médio, sempre foi um trabalho coletivo da Direção,

Equipe Técnico-Pedagógica, Professores, Pedagogos, Pais, Alunos e Funcionários,

empenhados em colocar suas preciosas contribuições a serviço da democratização

do Ensino.

Para isso, nossa Proposta Educacional tem em vista a qualidade e a

continuidade de formação da cidadania ativa para o desenvolvimento integral, a ser

oferecida a todos os estudantes ao mesmo tempo, respeitando a diversidade étnica,

social e cultural de todos os envolvidos. Essa exigência se concretiza com a

possibilidade de uma prática educativa que está centrada nas necessidades sociais,

políticas, econômicas e culturais garantindo as aprendizagens essenciais para

formação de cidadãos autônomos, críticos e participativos, capazes de atuar com

competência, dignidade e responsabilidade na sociedade em que vivem.

Assim, não apenas a Direção do Colégio ou os Órgãos superiores da

Educação estarão definindo o que é prioritário para a unidade escolar. Todos os

segmentos escolares adquirem papel fundamental no processo de elaboração e

discussão das necessidades da escola.

Procuramos superar grandes obstáculos, apostando em novos processos

educativos, em novas metodologias de ensino e na formação daqueles que são e

serão os educadores das atuais e futuras gerações e, refletindo constantemente

sobre a autonomia, cidadania e participação gerando assim grandes perspectivas

para o futuro.

Alicerçados na Gestão Democrática estamos construindo uma escola cidadã,

conscientes e fortalecidos para enfrentarmos novos desafios contribuindo para a

construção de novas formas de ver, entender, organizar e representar o mundo.

O projeto político-pedagógico, como o próprio nome diz, comporta

basicamente duas dimensões que se integram e se complementam, a pedagógica e

a política, que são indissociáveis. Saupe (1997, p.1), diz que, na dimensão

pedagógica, "reside a possibilidade da efetivação da intencionalidade da instituição,

que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e

criativo." Para essa mesma autora, o projeto pedagógico é também político, por

várias razões: tem uma ação intencional, com sentido explícito e com compromisso

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definido coletivamente; está articulado intimamente ao compromisso sócio-político

com os interesses reais e coletivos da população; possui um compromisso com a

formação do cidadão para um tipo de sociedade.

Alguns trabalhos sobre esse tema (Veiga, 1996; Saupe, 1997), reforçam a

idéia de que toda elaboração, avaliação e acompanhamento de um projeto político-

pedagógico precisa seguir alguns pressupostos básicos, dentre eles, o de ser um

processo coletivo, construído e vivenciado em todos os momentos com a

participação de todas as pessoas envolvidas com o processo educativo da

instituição; precisa ser concebido como uma atividade natural, desejável, necessária,

sistematizada e permanente; não é apenas um processo técnico, mas sim uma

questão política e social; é um processo contínuo de reflexão-ação. Nesse sentido,

após a decisão acerca da necessidade de revisitar e explicitar as concepções de

cunho teórico-filosófico que dão suporte a nossa cotidiana (ou seja, a elaboração de

um marco filosófico-conceitual) o processo de formação de professores passa a ter

como objetivo, num momento específico, essa elaboração.

Cabe colocar aqui que a decisão acerca dos conceitos e valores que

deveriam ser explicitados no documento, foi partilhada por todos os segmentos a

partir do critério de concretização no cotidiano. Em outras palavras, decidir sobre o

que era relevante, passou fundamentalmente pela coerência: só mereceriam

destaque os conceitos e valores que são visíveis nas relações que são

estabelecidas na escola, ou seja, aqueles que efetivamente são vividos e, por isso,

transformam-se em atitudes/posturas.

Buscaremos na implementação deste Projeto Político Pedagógico, conforme

estabelece a Resolução nº 7 de 14 de Dezembro de 2010, do Ministério da

Educação, que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental

de 9 (nove) anos, trabalhar o cuidar e o educar, funções indissociáveis da escola,

que resultem em ações integradas, articuladas pedagogicamente no interior da

escola, e também externamente, com os serviços de apoio aos sistemas

educacionais e com as políticas de outras áreas, para assegurar a aprendizagem, o

bem-estar e o desenvolvimento do aluno deste Estabelecimento de Ensino em todas

as suas dimensões.

Ao realimentarmos esse Projeto Político Pedagógico estamos compartilhando

as responsabilidades, num contexto de flexibilidade de ações

pedagógicas/administrativas buscando assegurar o direito à Educação de qualidade

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para todos, bem como a construção da cidadania, tendo como meta o ideal de uma

crescente igualdade de direitos dos cidadãos baseados na Gestão Democrática,

acolhendo com autonomia e senso de justiça o princípio da identidade pessoal e

coletiva de todos os envolvidos no processo educacional.

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JUSTIFICATIVA

Buscar uma nova organização para a escola constitui uma missão ousada

para os educadores, pais, alunos e funcionários. E, para enfrentarmos com ousadia

essa missão, necessitamos de um referencial que fundamente a construção do

Projeto Político Pedagógico. A questão é, pois, saber qual referencial temos que

recorrer para compreensão da prática pedagógica. Nesse sentido, temos que nos

alicerçar nos pressupostos de uma prática pedagógica que seja crítica, viáveis, que

parta da prática social e esteja compromissada em solucionar os problemas da

educação e do ensino desta escola.

Nesse contexto, este projeto justifica-se pela importância da necessidade de

não somente explicitar concepções pedagógicas a cerca do processo de ensino,

mas também, de firmar um compromisso coletivo de caminhada visando alcançar

objetivos comuns. Não se trata de definição de modelos prontos e acabados, mas de

incentivo a inovações que direcionem sempre para um mesmo ponto: A BUSCA DA

QUALIDADE DO ENSINO QUE ENGLOBE O AMPLO EXERCÍCIO DA CIDADANIA

DE TODOS AQUELES QUE COMPÕEM A COMUNIDADE ESCOLAR.

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OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

O objetivo maior deste projeto é servir de referencial a toda e qualquer

atividade político- pedagógica desenvolvida ou desejada pela instituição, oferecendo

condições para que a comunidade escolar participe da vida Escolar, de maneira

crítica e criativa, intervindo na realidade, buscando a construção e reconstrução de

conhecimentos e assegurando o exercício pleno da cidadania.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Mobilizar a escola, família e comunidade para a realização de uma prática

pedagógica consciente e crítica tendo em vista a formação plena do indivíduo

na sua totalidade, como agente transformador;

Propiciar ao corpo docente momentos de estudo e reflexão, colaborando na

complementação e dinamização de programas de ensino desenvolvidos na

escola, buscando sua própria identidade;

Movimentar e organizar todas as forças e meios disponíveis na luta pelo

Ensino Público de qualidade;

Buscar avanços necessários para que a Escola Pública assuma a

responsabilidade na democratização da sociedade, por meio da melhoria de

qualidade do Ensino Público e da inserção de bons cidadãos que dêem

continuidade à construção de uma sociedade alicerçada na justiça e no amor

ao próximo;

Planejar ações a longo e em curto prazo que sejam assumidas por todos com

responsabilidade e competência.

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1. IDENTIFICAÇÃO DO COLÉGIO

Colégio Estadual “Walfredo Silveira Corrêa” – Ensino Fundamental e Médio

Código: 00163

Endereço: Rua Japim, 483 ; Bairro: Jardim Bandeirantes

CEP: 86.703-090

Fones: (43) 3276-3067 - (43) 3276-7666

Site: www.apswalfredocorrea.seed.pr.gov.br

e-mail: [email protected]

Município: Arapongas - Código: 0150

NRE: Apucarana - Código: 01

Entidade Mantenedora: Governo do Estado do Paraná

Localização do Colégio: Urbana

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2 HISTÓRICO DO COLÉGIO

O primeiro prédio do Colégio Estadual “Walfredo Silveira Corrêa” – Ensino

Fundamental e Médio, foi construído em 1952, como Escola Isolada, prolongamento

do Grupo Escolar “Antonio Racanello Sampaio”, da Vila Araponguinha.

Em 11 de Dezembro de 1970, pelo Decreto nº 21.883, o Colégio foi elevado a

denominação de Grupo Escolar “Walfredo Silveira Corrêa”.

Através do Decreto nº 2.435/76, publicado no Diário Oficial de 29/10/1976, foi

autorizado o seu funcionamento e recebeu a denominação de Escola “Walfredo

Silveira Corrêa” – Ensino de 1º Grau.

No ano de 1985 iniciou-se o ensino de 5ª a 8ª Série, sendo reconhecido o

curso de 1º Grau e também do Estabelecimento, por meio da Resolução nº 4979/87,

do Diário Oficial de 08/01/1988.

O programa de Educação Especial na área de Deficiência Mental foi

implantado pela autorização contida na Resolução nº 699 de 25/02/2987, publicada

no Diário Oficial de nº 2.481 de 11/03/1987.

Com a Resolução nº 3.729/97, Diário Oficial de 21/11/1997 foi reconhecido o

curso de 2º Grau – Educação Geral – Preparação Universal.

A partir de 01/10/1998, pelo Parecer nº 098/98 – NRE, houve alteração na

nomenclatura do Estabelecimento de Ensino conforme Resolução Secretarial nº

3.120/98 – SEED e Deliberação 003/98 – CEE, que passou a denominar-se Colégio

Estadual “Walfredo Silveira Corrêa” – Ensino Fundamental e Médio.

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3 OFERTA EDUCACIONAL

3.1 NÍVEIS/MODALIDADES DE ENSINO:

Educação Básica:

Ensino Fundamental – (6° a 9°ano)

Ensino Médio

Centro de Língua Estrangeira Moderna: CELEM

Disciplina: Língua Inglesa

Programa de Atividades Complementares – Macro Campo: Esporte e

Lazer: Basquetebol

Programa de Atividades Complementares – Macro Campo

Aprofundamento da Aprendizagem: Sala de Apoio para 6º ano e 9º ano -

Disciplinas: Língua Portuguesa e Matemática

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4 ORGANIZAÇÃO ESCOLAR

4.1 ORGANIZAÇÃO DOS PERÍODOS/TURMAS/N° DE ALUNOS

Período Ano N° de turmas N° alunos

Matutino 8º 3 106

9º 3 104

1°EM 3 92

2°EM 2 64

3°EM 1 36

Vespertino 6º 4 127

7º 6 185

8º 2 64

Noturno 1°EM 1 34

2°EM 1 31

3°EM 1 42

Total de alunos atendidos 885

4.2 HORÁRIO DE INÍCIO E TÉRMINO DAS AULAS

Período Matutino 7h30min às 11h55min

Período Vespertino 13h às 17h15min

Período Noturno 19h às 23h10min

4.3 RECURSOS HUMANOS

LISTAGEM DE PROFESSORES – 2012

Nº NOME CARGO/FUNÇÃO 1. Alessandra Carmello

Martelozo Substituição. Arte

2. Ana Paula Machado Geografia 3. Ana Paula Sanches de

Campos Rossetti Matemática

4. Anair Mª Escobozo Leitão História

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5. Anália Sanches Cano Geografia 6. Carla Fany Matsuo Anção Língua Portuguesa 7. Catia Rossana Golon de

Oliveira PDE 100%

Ed. Física

8. Claudia Simone do Prado PDE 25%

Matemática

9. Cláudio da Silva Ribeiro Manhã(Professor Matemática) Tarde Direção Auxiliar..

10. Daniela Torres Zanin Língua Portuguesa 11. Dayenne Christine Ribeiro

de Miranda Substituição.. Língua Portuguesa

12. Deise Cristina Nasser Readaptação.Definitiva Matemática

13. Diego Henrique Alexandrino Ciências / Biologia

14. Dirce Valentina Chirea Geografia/ Ensino.Religioso

15. Douglas Ercolin Tavares Educação Física 16. Edimar Monteiro Costa Ensino Religioso 17. Ednalda Maria Montanha

PDE 100% Língua Portuguesa /Inglês -

18. Elen Cristina Batista dos Santos Biologia

19. Elis Cristina Correr Química 20. Fabio Ribeiro de Freitas Arte 21. Fernando Antonio Santiago História/ Filosofia 22. Flavia Cristina Guimarães Física/ Matemática 23. Franci Elisa Pinzan Ciências 24. Gisleine Adamis do Carmo Ciências 25. Ivani Maria dos Santos Educação Física 26. Janie Geraldini da Cruz Biologia 27. Jeferson José Gevigier Ensino Religioso

28. João Vagner Cavalari Educação Física 29. Joceir José de Oliveira Educação Física 30. Jocelise Martins da Silva Biologia 31. Josianny Humai Maurício de

Freitas Matemática

32. Julie Francisco Rodrigues PDE 25% Língua Portuguesa./Inglês.

33. Julio Belcho de Mello Arte 34. Lídia Kirylko Língua Portuguesa 35. Lisete Von Mühlen Bolzon História 36. Louise Cristine Silva

Gonçalves de Araújo Arte

37. Luciana Aparecida Manoel Borges Biologia

38. Luciana Teresa Quinhone Poli Geografia

39. Luzia Sarzi Geografia 40. Manoel Simões Neto Filosofia 41. Márcia Regina Bieleski Língua Portuguesa 42. Marcos César Beneli Matemática 43. Maria Aparecida Leitão Língua Portuguesa 44. Maria de Lourdes dos Anjos Matemática /Física 45. Marinalva Dias dos Santos Inglês 46. Marlene Nonis Sociologia

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47. Marly Gorzoni Matemática 48. Michele Hirata Arte 49. Milene Pires Rodrigues Língua Portuguesa 50. Neiva Mara Zanin Garcia Inglês 51. Quésia de Castro e Souza Arte 52. Simone Margarete Alves

Mendonça Matemática

53. Susana Maria Merci Filosofia 54. Suzete da Silva Ferreira História 55. Tânia Regina Broeitti

Mendonça Espanhol

56. Tânia Aparecida Gonçalves Substituição. Matemática 57. Vânia Regina Zanetti

Manosso Espanhol

58. Mônica Alves da Silva Substituição..Matemática 59. Gislaine Ferreira Gomes Substituição.. Matemática 60. Sandra Cristina Vogel Substituição. Matemática 61. Raquel Aparecida Carlos Língua Portuguesa 62. Patrícia Batista da Silva Substituição..Geografia 63. Cristiane Regina Antunes Substituição..Geografia 64. Gesiele Aparecida da Silva Substituição..Geografia 65. Ana Paula de Souza Substituição..Ensino. Religioso 66. Claudia Elaine Madrona Atividade Complementar

Basquetebol

LISTAGEM DE FUNCIONÁRIOS – 2012

NOME CARGO/FUNÇÃO 1 Alenice de Lima Pereira

Ribeiro Auxiliar.Administrativo.

2 Claudete Marlene Marchi Di Gennaro

Pedagoga

2 Claudilaine Tomitão Pedagoga 4 Cláudio da Silva Ribeiro Diretor Auxiliar 5 Norma Koglin Vidotto Pedagoga 6 Renata Batista da Silva Agente Educacional. II 7 Rodrigo Lima da Silva Auxiliar. Administrativo. 8 Rosmari de Fátima

Hespanhol Agente Educacional. II

9 Valdecir Alves Diretor 10 Vânia Mariulda Paoli Pedagoga 11 Zenilda Pinetti Marquezoni Secretária 12 Francisco da Silva Agente Educacional. I 13 Helena Kaminski Galuch Agente Educacional c. I 14 Ireneide Aparecida da Silva Agente Educacional. I 15 Lucia Aparecida Decki Agente Educacional I 16 Maria Izabel Oliveira Agente Educacional. I 17 Maria Roseli da Silva da

Fonseca Auxiliar. Serviços.Gerais

18 Neusa Leite da Silva Agente Educacional. I 19 Olímpia Trindade Ferreira Agente Educacional c. I 20 Teresinha Fiel Chaves Agente Educacional. I 21 Sandra Della Rovere

Joaquim Substituição Pedagogo

22 Marta Grizoste de Carvalho Auxiliar Administrativo.

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13

4.4 RECURSOS MATERIAIS E TECNOLÓGICOS

O Colégio hoje dispõe de recursos materiais, tanto pedagógicos como

administrativos satisfatórios. Não faltam materiais pedagógicos à disposição dos

professores e pedagogos. Caso o professor precise de um material do qual a escola

não dispõe, imediatamente o mesmo é providenciado pela direção, sempre com a

preocupação de não deixar faltar materiais para que os professores possam

desenvolver um ótimo trabalho pedagógico. O acervo bibliográfico para professores

e alunos também é satisfatório.

Hoje dispomos de recursos tecnológicos valiosíssimos: a TV Pendrive é um

recurso muito utilizado por nossos professores. Em cada sala dispomos de um

aparelho que tem contribuído em muito para melhorar a qualidade das aulas

ministradas. Também temos à disposição de professores e alunos os computadores

do laboratório de informática e da Sala de Hora Atividade, as impressoras, o data-

show, aparelhos de Dvds e vídeo-cassete, instrumentos laboratoriais usados no

laboratório de Biologia. Na secretaria o número de computadores também é

suficiente para o bom desenvolvimento dos trabalhos administrativos.

4.5 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO

Neste Colégio, as instalações físicas e a organização de espaço estão

compatíveis para atender os alunos, proporcionando um ambiente agradável e

acolhedor propício à aprendizagem. Podemos afirmar que o patrimônio público está

bem conservado.

O espaço disponível às atividades escolares é adequado e ordenado,

permitindo a integração de todos os envolvidos no processo educativo. É composto

por:

• 11 salas de aula;

• 01 sala de apoio à aprendizagem

• 01 laboratório Ciências, Biologia, Física e Química;

• 01 laboratório de informática;

• 01 sala para realização da Hora Atividade;

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• 01 biblioteca;

• 02 banheiros para alunos (masculino com 3 vasos, 5 chuveiros, 3 mictórios –

feminino com 5 vasos e 5 chuveiros)

• 01 sala de direção;

• 02 sala de coordenação pedagógica;

• 01 secretaria;

• 01 sala de professores;

• 02 banheiros para professores (masculino e feminino)

• 01 cozinha;

• 01 sala de arquivo morto;

• 01 depósito de materiais de limpeza ;

• 01 quadra de esportes coberta

• 01 quadra de esportes aberta;

• 01 pátio coberto;

• 01 pátio descoberto

• 01 cantina;

• 01 estacionamento

Contamos com 12 (doze) salas de aulas das quais 1(uma) é utilizada como

laboratório de Ciências, Biologia, Física e Química. Todas as salas estão com a

iluminação e ventilação adequadas para atender bem alunos e professores. Quanto

às carteiras, são em número suficiente. Apenas temos encontrado dificuldades para

manter os “reparos das carteiras”, devido ao custo dos materiais necessários para os

consertos.

Com o aumento da demanda de alunos e o recebimento e instalações das

TVs Pendrives, a Sala de Vídeo foi desativada. Hoje os vídeos são usados nas

próprias salas de aula com os recursos tecnológicos disponíveis e a sala foi

reformulada para atender aos alunos da Sala de Apoio das disciplinas de Língua

Portuguesa e Matemática., possibilitando a professores e alunos desenvolverem um

bom trabalho. A sala está instalada na parte administrativa por falta de sala de aula,

mas no momento é o espaço que temos para o atendimento.

O pátio de recreação atende às necessidades dos alunos; apenas o pátio

coberto é um pouco pequeno, o maior problema está nos dias de chuva onde é difícil

controlar as crianças num espaço tão pequeno.

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A higiene e limpeza são práticas diárias em todo o colégio, proporcionando

um ambiente agradável a todos que aqui trabalham e visitam.

Conheça um pouco mais sobre nossos espaços:

A Biblioteca que atende alunos, professores, funcionários e pessoas da

comunidade para leituras, pesquisas e confecções de trabalhos tem

hoje uma área pequena; dependendo do momento a da atividade que

está sendo realizada, torna-se insuficiente, necessitando de ampliação;

Depósito onde são armazenados os alimentos destinados à merenda

escolar é um ambiente limpo, ventilado e seguro; esse espaço foi

construído na última reforma, ao final de 2009.

A cozinha, também reformada em 2009; é ampla favorecendo a

circulação das merendeiras quanto à preparação da merenda e

também na distribuição da mesma. Os utensílios são suficientes e

adequados no preparo das refeições;

O laboratório de informática é um espaço de pesquisa a atende aos

alunos, professores e comunidade, inserindo-os no universo multimídia

e no mundo globalizado. Contamos com 20 computadores, mas nem

sempre todos estão funcionando. Infelizmente, quando há necessidade

de mão de obra para os reparos técnicos, ficamos à mercê da Equipe

Responsável no NRE que, devido a grande demanda, demora no

atendimento ficando alguns computadores indisponíveis para o uso.

Cantina escolar, gerenciada pela APMF é pequena e necessita de

ampliação de espaço, porém atende razoavelmente alunos e

professores;

Laboratório de Ciências, Física Química e Biologia: possui espaço

adequado para as aulas práticas de tais disciplinas. Durante os dois

últimos anos letivos recebemos novos e diversos materiais,

proporcionando aos professores desenvolverem com os alunos um

ótimo trabalho de experiências e pesquisas;

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4.5.1 Laboratório De Ciências, Física, Química E Biologia

O laboratório está à disposição com o objetivo de assessorar e incentivar

professores de diferentes áreas, facilitando o desenvolvimento e a compreensão dos

conteúdos que estão sendo trabalhados. Através de Projetos Pedagógicos para

aulas práticas os professores enfatizam as pesquisas, análises, observações e

experimentações conduzidas a partir da socialização do saber. Essas aulas são

preparadas de acordo com os conteúdos curriculares e também baseadas nas

necessidades dos próprios alunos buscando significativos que os levem a conhecer

a lógica empregada para chegar a um resultado, promovendo uma aprendizagem

ativa, concreta, consciente e crítica.

Infelizmente não contamos com os serviços de um laboratorista, o que acaba

prejudicando e dificultando o trabalho a ser desenvolvido por professores e alunos

dentro desse espaço.

4.5.2 Biblioteca

A Biblioteca “Cecília Meireles” atende ao corpo docente, discente,

funcionários e comunidade, fornecendo suporte técnico e científico para pesquisa e

extensão.

Horário de Funcionamento : de 2ª(segunda-feira) a 6ª (sexta-feira):

Manhã: 7h30min às 11h30min

Tarde: 13h00min às 17h00min

Noite: 18h00min às 22h00min

A utilização do acervo é para empréstimo dos alunos de 5ª a 8ª séries e/ou 6º

ao 9° ano e Ensino Médio. Os alunos valem-se do empréstimo mediante fichas,

sendo ela pessoal e intransferível, necessária para o empréstimo, devolução e

reserva de todo e qualquer material.

Atualmente contamos com funcionários para atendimento durante os três

turnos de funcionamento do colégio, o que facilita e contribui muito o trabalho dos

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professores, em especial aos de Língua Portuguesa, que trabalham frequentemente

com literaturas do acervo da biblioteca.

4.5.3 Laboratório de Informática

Atualmente o laboratório conta com vinte computadores e uma impressora à

disposição de professores e alunos. Pode ser usado para pesquisa de alunos em

horário contrário ao seu período de aula, com agendamento antecipado; para

pesquisa e elaboração de provas por professores; pesquisa de funcionários; para

uso como recurso didático, ou seja, os professores podem usá-lo como recurso

pedagógico levando seus alunos para o laboratório durante a aula.

Contamos com uma professora readaptada que faz o trabalho como ADM

Local e atende professores e alunos no período da tarde. Infelizmente nos períodos

da manhã e noite não podemos contar com esse valioso serviço de apoio.

Horário de Funcionamento : de 2ª(segunda-feira) a 6ª (sexta-feira):

Manhã: 7h30min às 11h30min

Tarde: 13h00min às 17h00min

Noite: 18h00min às 22h00min

4.6 ORGANIZAÇÃO INTERNA

4.6.1 Secretaria

Serviços prestados: atendimento ao público, expedição, recebimento,

escrituração, registro e arquivamento de documentos do colégio, do aluno, do

professor e dos funcionários, em consonância com as normas estabelecidas no

Regimento Escolar.

Horário de Atendimento: de 2ª(segunda-feira) a 6ª (sexta-feira):

Manhã: 7h30min às 12h00min

Tarde: 13h00min às 17h00min

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Noite: 18h00min às 22h00min

4.6.2 Equipe Pedagógica

O trabalho da Equipe Pedagógica prioriza o acompanhamento e atendimento

a toda comunidade escolar, cujas competências são:

Subsidiar a Direção com critérios para a definição do Calendário Escolar,

Matriz Curricular, organização das classes, distribuição dos alunos, das aulas

e montagem de horário;

Colaborar com o corpo docente na elaboração e realimentação do Currículo

pleno do Estabelecimento em consonância com as Diretrizes Pedagógicas da

Secretaria de Estado da Educação;

Assessorar e avaliar a implementação dos programas de ensino e dos

projetos pedagógicos desenvolvidos no estabelecimento;

Subsidiar a elaboração e organização do Regulamento da Biblioteca Escolar

bem como normas para utilização juntamente com seu responsável;

Orientar o funcionamento da Biblioteca Escolar para garantir o seu espaço

pedagógico;

Acompanhar o processo de ensino, junto aos professores, alunos e pais, no

sentido de analisar os resultados da aprendizagem com o objetivo de:

Conhecer a totalidade do processo pedagógico para orientar e acompanhar o

desempenho docente e discente;

Detectar possíveis inadequações no trabalho pedagógico, discutindo com os

profissionais envolvidos, possíveis soluções e alternativas;

Detectar, junto aos professores, casos de alunos que apresentem problemas

específicos, tomando decisões que proporcionem encaminhamento e/ou

atendimento adequado pela escola, família e outras instituições;

Subsidiar a Direção e o Conselho Escolar com dados e informações relativas

aos serviços de ensino prestados pelo estabelecimento e ao rendimento do

trabalho escolar;

Promover e coordenar reuniões sistemáticas de estudo para o

aperfeiçoamento constante de todo o pessoal envolvido;

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Elaborar, com o corpo docente, os planos de recuperação paralela de estudos

a serem proporcionados aos alunos que obtiverem resultados de

aprendizagem abaixo dos esperados;

Analisar e emitir, juntamente com a Secretaria o Plano Especial de estudos

sobre adaptações e dependências, de acordo com a legislação vigente;

Viabilizar e elaborar junto à Direção a implementação de Projetos a serem

desenvolvidos pelo estabelecimento de ensino e coordená-los;

Coordenar o processo de seleção de livros didáticos, paradidáticos, apostilas,

etc., obedecendo às Diretrizes e os critérios estabelecidos pela SEED;

Instituir uma sistemática permanente de Avaliação do Plano Anual do

Estabelecimento de Ensino, a partir do Rendimento Escolar, do

acompanhamento de egressos, de consultas e levantamentos junto à

comunidade;

Colaborar com a Direção do Colégio nos trabalhos de elaboração e/ou

realimentação do Regimento Escolar, orientando o mesmo conforme o que

prescreve a legislação vigente;

Participar, sempre que convocado, ou por livre iniciativa de cursos,

seminários, reuniões, encontros, grupos de estudos e outros eventos;

Buscar, junto aos setores competentes (NRE e/ou SEED), orientações e

alternativas relativas ao desenvolvimento do seu trabalho;

Exercer as demais atribuições decorrentes do Regimento Escolar e no que

concerne à especificidade de sua função.

Além das competências acima mencionadas, a Equipe de Pedagogos deve

desenvolver outras ações pedagógicas:

Grupos de Trabalho, com reuniões periódicas, encarregados de buscar

soluções para atender problemas de natureza pedagógica, bem como para

trocar experiências entre as áreas;

Reuniões bimestrais, buscando alternativas para os problemas de ordem

social e pedagógica;

Encontros Pedagógicos semestralmente para busca de soluções pedagógicas

bem como avaliação do rendimento curricular e atuação docente;

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Atuação dinâmica e constante da Equipe Pedagógica nos Conselhos de

Classe, tomando conhecimento dos problemas existentes e colocando em

discussão as propostas para melhoria, bem como supervisionando sua

aplicação prática;

Acompanhamento do Sistema de Avaliação para avaliar o desempenho

docente e discente bem como os índices de evasão e repetência;

Assessoria do Pedagogo quanto à apropriação do conhecimento do

educando, verificando a distribuição dos conteúdos na avaliação;

Acompanhamento dos índices de evasão e repetência, pela Equipe

Pedagógica, estando em constante debate com professores e Direção

buscando propostas para a sua diminuição ;

Incentivo constante à integração escola-comunidade, proporcionando

atividades de natureza sócio-cultural, cívica e desportiva;

Coordenação das Diretrizes Pedagógicas emanadas da Secretaria de Estado

da Educação;

Incentivo à realização de Projetos para melhoria da qualidade de ensino;

Assessoria ao professor no processo de seleção de livros didáticos, apostilas,

e demais materiais essenciais para o bom desenvolvimento das aulas;

Recuperação de estudos, reforço em contra-turno e projetos especiais para

alunos com dificuldades e/ou em defasagem;

Práticas inovadoras para estimular avanços;

Divulgação e demonstração de todo material pedagógico disponível no

colégio bem como momentos de troca de experiências entre nossos

professores e também com professores de outros estabelecimentos de

ensino;

Organizar a Formação continuada e capacitação de professores através de:

seminários, fóruns, cursos, palestras, assembléias, grupos de estudos,

reuniões, etc. visando a melhoria da prática pedagógica, do atendimento aos

alunos e à comunidade, bem como nas relações pessoais e afetivas, visando

um ambiente escolar prazeroso.

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5 REGIME ESCOLAR

5.1 DO PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO

A classificação no Ensino Fundamental e Médio é o procedimento que o

estabelecimento de ensino adota, segundo critérios próprios, para posicionar o aluno

na etapa de estudos compatível com a idade, experiências e desenvolvimento

adquiridos por meios formais ou informais, podendo ser realizada:

I. por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou fase

anterior, na própria escola;

II. por transferência, para os alunos procedentes de outras escolas, do país ou do

exterior, considerando a classificação da escola de origem;

III. independentemente da escolarização anterior, mediante avaliação para

posicionar o aluno na série compatível ao seu grau de desenvolvimento e

experiência, adquiridos por meios formais ou informais.

A classificação tem caráter pedagógico centrado na aprendizagem, e exige as

seguintes ações para resguardar os direitos dos alunos, das escolas e dos

profissionais:

I. Organizar comissão formada por docentes, pedagogos e direção da escola para

efetivar o processo;

II. Proceder a avaliação diagnóstica documentada pelo professor ou equipe

pedagógica;

III. Comunicar o aluno e/ou responsável a respeito do processo a ser iniciado, para

obter o respectivo consentimento;

IV. Arquivar Atas, provas, trabalhos ou outros instrumentos utilizados;

V. Registrar os resultados no Histórico Escolar do aluno.

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5.2 DO PROCESSO DE RECLASSIFICAÇÃO

A reclassificação é o processo pelo qual o estabelecimento de ensino avalia o

grau de experiência do aluno matriculado, preferencialmente no início do ano,

levando em conta as normas curriculares gerais, a fim de encaminhá-lo à etapa de

estudos compatível com sua experiência e desenvolvimento, independentemente do

que registre o seu Histórico Escolar.

Cabe aos professores, ao verificarem as possibilidades de avanço na

aprendizagem do aluno, devidamente matriculado e com freqüência na série, dar

conhecimento à equipe pedagógica para que a mesma possa iniciar o processo de

reclassificação.

O aluno, quando maior, ou seus responsáveis, poderão solicitar aceleração

de estudos através do processo de reclassificação, facultando à escola aprová-lo ou

não.

A equipe pedagógica comunicará, com a devida antecedência, ao aluno e/ou

seus responsáveis, os procedimentos próprios do processo a ser iniciado, a fim de

obter o devido consentimento.

A equipe pedagógica do estabelecimento de ensino, assessorada pela equipe

do Núcleo Regional de Educação, instituirá Comissão, conforme orientações

emanadas da Secretaria de Estado da Educação, a fim de discutir as evidências e

documentos que comprovem a necessidade da reclassificação.

Cabe à Comissão elaborar relatório dos assuntos tratados nas reuniões,

anexando os documentos que registrem os procedimentos avaliativos realizados,

para que sejam arquivados na Pasta Individual do aluno.

O aluno reclassificado deve ser acompanhado pela equipe pedagógica,

durante dois anos, quanto aos seus resultados de aprendizagem.Art. 88 O resultado

do processo de reclassificação será registrado em Ata e integrará a Pasta Individual

do aluno.

O resultado final do processo de reclassificação realizado pelo

estabelecimento de ensino será registrado no Relatório Final, a ser encaminhado à

Secretaria de Estado da Educação.

A reclassificação é vedada para a série inferior à anteriormente cursada.

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5.3 DA PROGRESSÃO PARCIAL

O Colégio Estadual Walfredo Silveira Corrêa – Ensino Fundamental e Médio,

não adota o Regime de Progressão Parcial, sendo que os alunos aprovados neste

regime, tanto do Estabelecimento (em anos anteriores) quanto os recebidos em

transferência (em até três disciplinas), serão atendidos na forma de adaptação,

mediante plano especial de estudos.

É vedada a matrícula inicial no Ensino Médio ao aluno com dependência de

disciplina no Ensino Fundamental.

5.4 DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

A avaliação é uma prática pedagógica intrínseca ao processo ensino e

aprendizagem, com a função de diagnosticar o nível de apropriação do

conhecimento pelo aluno.

A avaliação é contínua, cumulativa e processual devendo refletir o

desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no

conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos

qualitativos sobre os quantitativos.

Dar-se-á relevância à atividade crítica, à capacidade de síntese e à

elaboração pessoal, sobre a memorização.

A avaliação é realizada em função dos conteúdos, utilizando métodos e

instrumentos diversificados, coerentes com as concepções e finalidades educativas

expressas no Projeto Político-Pedagógico da escola.

É vedado submeter o aluno a uma única oportunidade e a um único

instrumento de avaliação.

Os instrumentos utilizados pelo professor serão definidos de acordo com os

critérios pré-estabelecidos no Plano de Trabalho Docente, podendo ser, entre

outros:

a) seminários;

b) atividades escritas ( provas, relatórios, dissertações, sínteses);

c) atividades orais (provas, debates, palestras);

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d) pesquisas (de campo, bibliográficas);

e) trabalho em grupo e/ou individual.

Os critérios de avaliação do aproveitamento escolar serão elaborados em

consonância com a organização curricular e descritos no Projeto Político-

Pedagógico.

A avaliação deverá utilizar procedimentos que assegurem o acompanhamento

do pleno desenvolvimento do aluno, evitando-se a comparação dos alunos entre si.

O resultado da avaliação deve proporcionar dados que permitam a reflexão

sobre a ação pedagógica, contribuindo para que a escola possa reorganizar

conteúdos/instrumentos/métodos de ensino.

Na avaliação do aluno devem ser considerados os resultados obtidos durante

todo o período letivo, num processo contínuo, expressando o seu desenvolvimento

escolar, tomado na sua melhor forma.

O Sistema de Avaliação adotado pelo estabelecimento de ensino é bimestral

e será composto pela somatória da nota 5,0 (cinco vírgula zero) referente a

atividades diversificadas especificadas, mais a nota 5,0 (cinco vírgula zero)

proveniente de, no mínimo, uma prova escrita, totalizando nota final de 10,0 (dez

vírgula zero).

A avaliação do Ensino de Educação Física e de Artes, deverá adotar

procedimentos próprios, visando o desenvolvimento formativo e cultural do aluno,

conforme art. 8º da Deliberação nº 07/99 – CEE.

Os resultados das atividades avaliativas serão analisados durante o período

letivo, pelo aluno e pelo professor, observando os avanços e as necessidades

detectadas, para o estabelecimento de novas ações pedagógicas.

5.5 DA RECUPERAÇÃO E APROVEITAMENTO DE ESTUDOS

A recuperação de estudos é direito dos alunos, independentemente do

nível de apropriação dos conhecimentos básicos.

§ 1º - A recuperação de estudos em nosso Estabelecimento, ocorrerá de duas

formas:

a) como retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos

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instrumentos de avaliação;

b) como a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.

A recuperação de estudos dar-se-á de forma permanente e

concomitante ao processo ensino e aprendizagem e será organizada com atividades

significativas, por meio de procedimentos didático-metodológicos diversificados, não

devendo incidir sobre cada instrumento e sim sobre os conteúdos não apropriados.

O peso da recuperação de estudos deverá ser proporcional as avaliações

como um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos

conteúdos.

Os estudos de Recuperação não poderão ser considerados como um adendo

a nota. A avaliação da aprendizagem terá os registros de notas expressos em uma

escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero). Para efeito de cálculo da média anual

será aplicada a seguinte fórmula matemática:

Média Anual = 1ºB + 2ºB + 3ºB + 4ºB

4

Os resultados das avaliações dos alunos serão registrados em documentos

próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e autenticidade de sua vida

escolar.

Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas

durante o bimestre, constituindo-se em mais um componente do aproveitamento

escolar, sendo obrigatória sua anotação no Livro Registro de Classe.

Os resultados bimestrais, anuais e finais serão transcritos pela secretaria nos

documentos escolares e comunicados aos alunos e/ou responsáveis através de

instrumentos próprios.

A revisão dos resultados das avaliações poderá ser requerida no prazo de 72

(setenta e duas) horas, de dias úteis, a partir da comunicação dos mesmos. A

promoção é o resultado da avaliação do aproveitamento escolar do aluno, aliada à

apuração da sua freqüência.

Na promoção ou certificação de conclusão, para os anos finais do Ensino

Fundamental e Ensino Médio, a média final mínima exigida é de 6,0 (seis vírgula

zero), observando a freqüência mínima exigida por lei.

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Os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, que

apresentarem freqüência mínima de 75% do total de horas letivas e média anual

igual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero) em cada disciplina, serão considerados

aprovados ao final do ano letivo.

Os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio serão

considerados retidos ao final do ano letivo quando apresentarem:

I. freqüência inferior a 75% do total de horas letivas, independentemente do

aproveitamento escolar;

II. freqüência superior a 75% do total de horas letivas e média inferior a 6,0 (seis

vírgula zero) em cada disciplina.

Os resultados obtidos pelo aluno no decorrer do ano letivo serão devidamente

inseridos no sistema informatizado, para fins de registro e expedição de

documentação escolar.

A disciplina de Ensino Religioso não se constitui em objeto de retenção do

aluno, não tendo registro de notas na documentação escolar, contudo haverá

registro de freqüência.

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6 FORMAS DE GESTÃO

6.1 GESTÃO DEMOCRÁTICA

A partir da década de 80, a gestão democrática vem se tornando objeto de

discussões, em razão, especialmente, do que determina o inciso IV do art.206 da

Constituição Federal promulgada em dezembro de 1988: “a gestão democrática na

forma de Lei”. Na década de 90, esse princípio foi reforçado com a promulgação da

nova LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9394/96, cujo

artigo 14 contém as seguintes determinações:

Art. 14 – Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do

ensino público na Educação Básica, de acordo com suas peculiaridades e conforme

os seguintes princípios:

I. participação dos profissionais da educação na elaboração do

projeto político-pedagógico da escola;

II. participação das comunidades escolar e local em conselhos

escolares e equivalentes.

Desde então, para se adequar à legislação, as escolas vêm passando por um

processo de redefinição de espaços e de organização interna e externa. Esse

processo tem sido longo, pois as mudanças não ocorrem repentinamente, nem de

maneira tão simples. Exigem tempo, esforço coletivo e predisposição de todos os

envolvidos no processo.

Atualmente, gestão assume um significado que vai além de “ação ou efeito de

gerir; gerência; administração” (Luft, 2000 p.532). De acordo com Cury (apud

Borges, 2007, p.117):

Sendo a transmissão do conhecimento (ação da escola) um serviço público, o princípio associa-se à democracia. [...] lembrando que gestão é um termo latino que vem de gestio, que por sua vez vem de gerere - trazer em si, produzir. Fica claro que gestão não é só o ato de administrar um bem fora de si (alheio), mas é algo que traz em si, porque nele está contido. E o conteúdo deste bem é a própria capacidade de participação,

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sinal maior da democracia. Só que aqui é a gestão de um serviço público, o que (re) duplica o seu caráter público (re / pública).

A pouco tempo,o modelo de gestão escolar se configurava num diretor

autoritário e submisso aos órgãos centrais e seu função se restringia a de

administrador de determinações estabelecidas pelas instâncias superiores.O

processo de autonomia da escola se deu a partir da década de oitenta quando

tomaram posse os primeiros governantes eleitos pelo voto direto.A parti daí a

discursam por uma educação democrática ganhou amplitude e vários movimentos

começaram a incentivar a luta por uma escola participativa, autônoma e de

qualidade.

Atualmente, a participação é o principal meio de assegurar a gestão

democrática da escola,possibilitando o envolvimento de profissionais e usuários no

processo de tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar.Além

disso,proporcionar um melhor conhecimento dos objetivos e metas,da estrutura

organizacional e de sua dinâmica das relações da escola com a comunidade,e

favorece uma aproximação maior entre professores,alunos e pais.

Sabe-se que organizar o trabalho pedagógico em escola pública não é uma

tarefa fácil é algo abrangente, requer uma formação de boa qualidade além de exigir

do gestor um trabalho coletivo que busque incessantemente a autonomia,

liberdade,emancipação e a participação na construção do projeto político-

pedagógico.Numa gestão democrática,o gestor precisará saber como trabalhar os

conflitos e desencontros,deverá ter competência para buscar novas alternativas e

que as mesmas atendas aos interesses da comunidade escolar,deverá compreender

que a qualidade da escola dependerá da participação ativa de todos

membros,respeitando individualidade de cada um e buscando nos conhecimentos

individuais novas fontes de enriquecer o trabalho coletivo.

A educação é o objeto de estudo da escola, ela é um instrumento primordial

que viabiliza a prática da gestão democrática, pois seu papel é dirimir a filosofia,o

pensamento,o comportamento e as relações humanas que os alunos necessitam

para viver numa sociedade,pois dessa forma estarão aptos a construir uma visão

sólida e crítica da realidade educativa,buscando alternativas coletivas para os

problemas no âmbito social e escolar.

A organização do trabalho pedagógico é uma estratégia educacional para

democratizar o processo ensino-aprendizagem, então é de suma relevância para um

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gestor implementar novas formas de administrar em que a comunicação e o diálogo

estejam inseridos na prática pedagógica do docente.Cabe ao gestor assumir a

liderança deste processo com competência técnica e política.

Ao assumir esse papel o gestor deve, necessariamente buscar a articulação

dos diferentes atores em torno de uma educação de qualidade, o que implica uma

liderança democrática, capaz de interagir com todos os segmentos da comunidade

escolar.A liderança do gestor requer uma formação pedagógica crítica e autônoma

dos ideais neoliberais.Nesse sentido,o objetivo é construir uma verdadeira educação

com sensibilidade e também com destrezas para que se possa obter o máximo de

contribuição e participação dos membros da comunidade, afirma Libâneo

(2001,p.102).

De acordo com Armelin (2008):

“o papel do gestor escolar não se resume em cumprir e fazer cumprir as leis e regulamentos ,as decisões, os prazos para desenvolvimento dos trabalhos e transmitir a seus subordinados a estratégia a ser adotada no desenvolvimento desses trabalhos. O gestor deve ser democrático, opinar e propor medidas que visem o aprimoramento dos trabalhos escolares, o sucesso de sua instituição, além de exercer sua liderança administrativa e pedagógica, visando a valorização e desenvolvimento de todos na escola. A liderança é uma habilidade que pode ser desenvolvida e exercida a cada dia.” (pág. 74)

Logo, o gestor escolar deve agir como líder, pensando no progresso de todos

que fazem parte de sua equipe. Um gestor líder é capaz de desenvolver o potencial

de trabalho de toda sua equipe, fazendo com que esta sinta-se capaz de transformar

e realizar com sucesso todos os projetos desenvolvidos pela instituição de ensino,

ou seja, para conduzir a equipe o gestor competente sempre tem um propósito a ser

concretizado e uma estratégia de ação para conquistar seus objetivos. Esse é o

ponto de partida para que as ações da equipe escolar sejam bem sucedidas e,

quando uma das estratégias falha, o gestor educacional incentiva a equipe a

descobrir o que é necessário fazer para dar um passo a diante.

É necessário também, que o gestor escolar deve tenha consciência de que

sua equipe não limita-se a alunos, professores e demais funcionários internos da

instituição, pois, a equipe escolar é composta também pelos pais dos alunos e por

toda a comunidade de forma geral, que deve ser mobilizada para que juntos possam

promover o principal objetivo de toda equipe escolar: a aprendizagem dos alunos.

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Assim, uma escola que viabiliza o sucesso escolar dos alunos, tem nesse

fator sua maior propaganda de marketing, pois justamente por se sentirem

satisfeitos com o sucesso escolar de seus filhos, os pais se empenharão mais em

colaborar com o desenvolvimento das atividades escolares, projetos e até mesmo na

divulgação do nome da instituição de ensino.

É fundamental ao gestor a habilidade em gerenciar conflitos, pois toda

instituição escolar, assim como qualquer outra instituição muitas vezes se depara

com conflitos que podem ocorrer entre os membros da equipe, já que cada ser

humano possui características individuais; conflitos esses que podem ser

ocasionados por fatores externos ou internos ao ambiente de trabalho.

O dia-a-dia do gestor escolar é repleto de desafios que não se resumem

apenas à parte burocrática de instituições educacionais. O gestor se vê diante de

problemáticas sociais que interferem direta e indiretamente no ambiente escolar.

Diante disso ele deve adquirir competências para administrar democraticamente a

escola, buscando a participação de todos os envolvidos para garantir resultados

satisfatórios de educandos e educadores.

Gerir a escola democraticamente, contemplando a participação de todos no

processo educativo, é uma tarefa que requer responsabilidade e habilidades para

interagir com o pensar individual de cada membro da equipe, de modo que as

experiências de cada um dos profissionais envolvidos no processo educativo

contribua para o bem coletivo da comunidade escolar. O Projeto Político Pedagógico

(PPP), identidade da escola; é o que melhor reflete a maneira como o gestor

desenvolve o trabalho e como a equipe se relaciona entre si e com a comunidade.

Sobre a gestão democrática, Gadotti (2002, p.33) afirma:

A gestão democrática deve estar impregnada por uma certa atmosfera que se respira na escola, na circulação das informações, na divisão do trabalho, no estabelecimento do calendário escolar, na distribuição de aulas, no processo de elaboração ou de criação de novos cursos ou de novas disciplinas, na formação de grupos de trabalho, na capacitação de recursos humanos, etc.

Os principais instrumentos para se estabelecer uma gestão democrática são a

comunicação, o diálogo e o comprometimento com o saber. De acordo com Lück

(1991, p.15),

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(...) o entendimento do conceito de gestão já pressupõe, em si, a idéia de participação, isto é, do trabalho associado de pessoas analisando situações, decidindo sobre seu encaminhamento e agir sobre elas em conjunto.

Neste colégio pode-se observar a liderança de um gestor comprometido com

a qualidade da educação e com as transformações sociais e que possibilita o aluno

avançar nos mais variados aspectos:social, político,intelectual e humano.

Organizar o trabalho pedagógico requer enfrentar contradições oriundas das

diversas realidades que se encontram numa escola pública, daí a necessidade da

escola educar para a democracia, e essa tendência pedagógica deverá ser

observada ao longo dessa labuta.

A organização e a gestão do trabalho escolar requerem o constante

aperfeiçoamento profissional-político, científico,pedagógico - de toda a equipe

escolar.Dirigir uma escola implica conhecer bem seu estado real,observar e avaliar

constantemente o desenvolvimento do processo de ensino,analisar com objetividade

os resultados,e fazer compartilhar as experiências docentes bem-sucedidas.

Nessas condições evidencia-se no Colégio Walfredo Silveira Corrêa uma

gestão qualificada que garante a eficiência do ensino. Acreditamos que o trabalho

coletivo torna-se indispensável para desenvolver competências que permitam

realmente aprender com o outro e construir de forma participativa, a cada dia que

passa, uma escola efetivamente democrática.

Acreditamos que a gestão participativa é uma necessidade de qualquer gestor

que pretende priorizar a qualidade do trabalho pedagógico. A escola não avança

sem unidade do grupo,portanto a participação plena promovida pela gestão escolar

pode dar sustentabilidade ao processo educacional fortalecendo o desenvolvimento

de uma consciência social crítica direcionada a formação humana.

Uma gestão de qualidade requer liderança abalizada e dedicação, visando

valores que inspirem a todos a trabalharem em prol de uma escola produtiva.

Pensando assim os responsáveis pela Gestão do colégio procuram criar um

ambiente estimulador para o aprendizado e para a participação de todos no

processo educativo. Para tanto algumas ações são necessárias:

Reuniões com os pais e comunidade; palestras sobre diversos

assuntos para pais, alunos, comunidade como: Estatuto da Criança e

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do Adolescente, Cidadania, Violência, Educação no Trânsito,

Amamentação, Ética e outras, com a participação de voluntários, e

membros de entidades e profissionais de diferentes áreas.

Apresentação dos problemas para a comunidade escolar e busca de

soluções conjuntas.

Horas/atividades organizada de forma a atender as necessidades

pedagógicas do corpo docente e discente, elaborado a partir da opção

do professor, a princípio individualmente mas que este tenha sempre

algum um ou mais professores de outras áreas/disciplinas para

enriquecer o seu trabalho com troca de idéias.

APMF ativa e atuante em todos os momentos; contato direto com

Conselho Escolar, Conselho Tutelar, Patrulha Escolar, CIEE e

entidades que atuam com a escola;

Reuniões pedagógicas, Encontros Pedagógicos, Grupos de Estudos,

passeios, comemorações, momentos de espiritualidade e de dinâmicas

para o corpo docente, discente e comunidade escolar.

Promoções, confraternizações e atividades recreativas envolvendo

APMF,Conselho Escolar, corpo administrativo e docentes e discentes;

Viagens, confraternizações, comemorações, atividades esportiva. entre

as turmas, com alunos, APMF,Conselho Escolar, professores e

funcionários.

Incentivar a participação da comunidade, APMF, Conselho Escolar,

professores, pais, alunos e funcionários em atividades como:

exposição de trabalhos, mostra cultural e de talentos, formatura,

campanhas, atividades extra-classe, excursões e demais promoções.

Algumas ações administrativas sob a responsabilidade do gestor:

Acompanhamento do trabalho executado pela equipe técnico-pedagógica,

administrativa e serviços gerais, obedecendo a Lei vigente, incentivando o

trabalho de todos os setores, mantendo assim o bom funcionamento do

Estabelecimento;

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Manutenção do fluxo de informações dentro do Estabelecimento, entre a

comunidade escolar, órgãos da Administração Estadual de Ensino, entidades

e outros setores;

Responsabilidade pela conservação e manutenção do prédio, para assegurar

o bem estar dos elementos da Comunidade Escolar;

Supervisão e controle da exploração da cantina comercial, respeitando a lei

vigente;

Propostas de inovações à Secretaria de Estado da Educação, após

aprovação do Conselho Escolar no tocante à melhoria desta Gestão;

Aplicação de normas, procedimentos e medidas administrativas baixadas pela

Secretaria de Estado da Educação;

Aplicação dos recursos recebidos (conforme plano), e, elaboração das

respectivas prestações de contas após serem submetidas à apreciação e

aprovação do Conselho Escolar/APMF;

Manutenção de um ambiente harmonioso que transmita o respeito mútuo,

ética e solidariedade entre o corpo docente, discente e funcionários.

Constituição da APMF do Colégio, conforme as normas do Estatuto que rege

a APMF, tendo como componentes elementos da comunidade escolar

inteirado ao Estabelecimento, atuando diretamente com o mesmo;

Elaboração do Plano Anual de Atividades a serem realizadas no decorrer do

ano letivo, juntamente com a APMF. Onde após cada evento, são realizadas

reuniões para avaliação do trabalho executado e análise dos resultados

obtidos, os quais são apresentados à comunidade, através da prestação de

contas, em conformidade com a lei vigente;

Assegurar a APMF/Conselho Escolar o direito à participação ativa, no

funcionamento diário do Colégio, atuando em todas as atividades realizadas;

Auxiliar a APMF em promoções gerais, que tenham como objetivo angariar

fundos para complementar a manutenção do Colégio e/ou promover a ajuda

solidária às famílias de nossa comunidade;

Realização de atividade festivas e esportivas, com a finalidade de integrar o

Colégio com a comunidade e com os diversos segmentos da sociedade.

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6.2 INSTÂNCIAS COLEGIADAS

As instâncias colegiadas são os espaços de representação dos segmentos da

escola: discentes, docentes, pais e comunidade. É pela utilização desses espaços,

fruto da conquista da própria comunidade, que a gestão democrática ganha força e

pode transformar a realidade escolar. Isso depende, como já mencionamos, das

relações que se estabelecem entre os segmentos e a direção da escola.

Segundo Veiga (1998, p.113):

“Podemos considerar que a escola é uma instituição na medida em que a concebemos como a organização das relações sociais entre os indivíduos dos diferentes segmentos, ou então como o conjunto de normas e orientações que regem essa organização. (...) Por isso se torna relevante as discussões sobre a estrutura organizacional da escola, geralmente composta por conselho Escolar e pelos conselhos de Classe que condicionam tanto sua configuração interna, como o estilo de interações que estabelece com a comunidade.”

Outras instâncias de ação colegiada, institucionalizadas ou não, como a

Associação de Pais, Mestres e Funcionários e o Grêmio Estudantil, podem ser

importantes ferramentas para o aprimoramento do processo educativo e para o

exercício da democracia no interior das escolas. Confirmando a importância dos

colegiados para a efetivação do processo democrático.

O fato de a participação nos colegiados apresentar-se como uma nova forma

considerar o coletivo de gestão não significa que o diretor perderá seu caráter de

autoridade responsável pela escola. Por meio dos colegiados, ele poderá contar com

o apoio de outras pessoas envolvidas no processo educacional para conseguir

implementar os projetos de melhoria na escola e no ensino. Dessa forma, mais do

que administrador preocupado em oferecer pessoas competentes para responder às

exigências do mercado de trabalho, ele será um gestor preocupado com a formação

do cidadão consciente, participativo. Deixará de exercer uma ação individual e

passará a considerar o coletivo.

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6.2.1 Conselho Escolar

É um órgão colegiado, representativo da Comunidade Escolar, de natureza

deliberativa, consultiva, avaliativa e fiscalizadora. Ele dá pareceres referentes ao

trabalho de organização e realização do trabalho pedagógico e administrativo da

instituição escolar, em conformidade com as políticas e diretrizes educacionais da

SEED, observando a Constituição, a LDB, o ECA, o Projeto Político-pedagógico e o

Regimento Escola/Colégio , para o cumprimento da função social e específica da

escola.

O Conselho Escolar é a instituição que coordena a gestão escolar,

especialmente no que diz respeito ao estudo, planejamento e acompanhamento das

principais ações no dia-a-dia da escola. É um espaço privilegiado para o exercício

da vivência cidadã e apropriação de diferentes saberes que favorecem a

democracia.

Em face do exposto, constata-se que o Conselho Escolar é o grande aliado

da direção na gestão da escola. No entanto, para que essa parceria realize um

trabalho de acordo com o esperado e satisfaça a comunidade, é preciso que haja

sintonia entre os parceiros e abertura por parte da direção para ouvir e aceitar a voz

do conselho. É fundamental que se estabeleça uma relação de respeito,

cumplicidade nas tomadas de decisão e, principalmente, que todos tenham objetivos

comuns. A participação do conselho deve se dar de forma autônoma, espontânea e

consciente.

Segundo Werle (2003, p.60):

[...] não existe um Conselho no vazio, ele é o que a comunidade escolar estabelecer, construir e operacionalizar. Cada conselho tem a face das relações que nele se estabelecem. Se forem relações de responsabilidade, de respeito, de construção, então, é assim que vão se constituir as funções deliberativas, consultivas e fiscalizadoras.

Para que as decisões do Conselho Escolar não sejam monopolizadas pelo

diretor, seu presidente nato é necessário que haja a conscientização dos segmentos

envolvidos. Isso de certa forma começa a acontecer.

A Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação, por meio da

Coordenação-Geral de Articulação e Fortalecimento Institucional dos Sistemas de

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Ensino, em consonância com o processo de democratização da sociedade, criou,

mediante a Portaria Ministerial n.2.896/04, o Programa Nacional de fortalecimento

dos Conselhos Escolares. Entre seus objetivos, constam: ampliar a participação da

comunidade escolar e local na gestão administrativa, financeira e pedagógica das

escolas públicas; apoiar a implantação e o fortalecimento dos Conselhos; promover,

em parcerias com os sistemas de ensino, a capacitação dos conselheiros escolares;

apoiar os Conselhos Escolares na construção coletiva de um projeto educacional no

âmbito da escola. (BRASIL, 2004)

Neste colégio, o Conselho Escolar sendo um órgão colegiado de suma

importância na Gestão, tendo caráter consultivo, deliberativo e fiscal, participa de

importantes decisões com relação ao dia-a-dia do Estabelecimento de Ensino.

Cada Conselheiro deve assumir sua função ciente de que representa um

segmento (alunos, pais, professores, pedagogos, funcionários e segmentos da

sociedade, além da própria direção) e que devem visar quais as melhores formas de

se oferecer uma gestão democrática, participando do planejamento, execução e

acompanhamento e avaliação, onde a comunidade, aqui representada, opine sobre

como resolver cada questão, de acordo com a lei e o bom senso.

Cabe ao Conselho Escolar visar o interesse dos alunos, da educação,

assegurar o cumprimento da função da Escola. Ele tem papel decisivo na

democratização da educação e da escola. É um importante espaço no processo de

democratização, na medida em que reúne diretor, professores, funcionários,

estudantes, pais e outros representantes da comunidade para discutir, definir e

acompanhar o desenvolvimento do projeto político-pedagógico do nosso colégio.

6.2.2 APMF – Associação de Pais, Mestres e Funcionários

A APMF, pessoa jurídica de direito privado, é um órgão de representação dos

Pais, Mestres e Funcionários do Estabelecimento de Ensino, que não tem caráter

político-partidário, religioso, racial, nem fins lucrativos. Seus dirigentes e

conselheiros não são remunerados, são constituídos por prazo indeterminado e

devem obedecer ao objetivo de promover a integração escola-comunidade.

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Sua regulamentação definitiva e sua estrutura atual foram definidas em 1978

em substituição à antiga Caixa Escolar, criada em 1956, com o intuito de arrecadar

fundos para a assistência escolar.

Atualmente, o espaço de participação da APMF é muito amplo. Além de

“gerenciar” o financeiro da escola, tem como atribuições: acompanhar o

desenvolvimento da Proposta Pedagógica, sugerindo as alterações que julgar

necessárias ao Conselho Escolar; estimular a criação e o desenvolvimento de

atividades para pais, alunos professores, funcionários, assim como para a

comunidade, após análise do Conselho escolar; mobilizar a comunidade escolar, na

comunidade expresse suas expectativas e necessidades.

Os objetivos da APMF na comunidade escolar é:

Discutir, no seu âmbito de ação, sobre ações de acompanhamento ao

educando, de aprimoramento do ensino e integração família - escola -

comunidade, enviando sugestões em consonância com a Proposta

Pedagógica, para apreciação do Conselho Escolar e equipe - pedagógica -

administrativa.

Prestar atendimento aos educandos, professores e funcionários,

assegurando-lhes melhores condições de qualidade de ensino, em

consonância com a Proposta Pedagógica do Estabelecimento de Ensino.

Buscar a integração dos segmentos da sociedade organizada, no contexto

escolar, discutindo a política educacional, visando sempre à realidade da

comunidade.

Proporcionar condições ao educando, para participar de todo o processo

escolar, estimulando sua organização em Grêmio Estudantil com o apoio da

APMF e o Conselho Escolar.

Representar os reais interesses da comunidade escolar, contribuindo dessa

forma, para a melhoria da qualidade de ensino, visando uma escola pública,

gratuita e universal.

Promover o entrosamento entre pais, alunos, professores e funcionários e

toda a comunidade, através de atividades sócio-educativa-cultural-

desportivas, ouvido o Conselho Escolar.

Gerir e administrar os recursos financeiros próprios e os que lhes forem

repassados por meio de convênios, de acordo com as prioridades

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estabelecidas em reunião conjunta com o Conselho Escolar, com registro em

livro ata.

Colaborar com a manutenção e conservação do prédio escolar e suas

instalações, conscientizando sempre a comunidade sobre a importância desta

ação.

A Associação de Pais, Mestre e Funcionários do Colégio Walredo Silveira

Corrêa deve atuar como um “elo” entre o Estabelecimento de Ensino e a

Comunidade Escolar, representado de forma significativa os reais interesses de

cada segmento (pais, professores e funcionários). Deve demonstrar, de forma

transparente, o que se espera da Gestão. Para tanto, cada membro precisa ser

participativo, consciente e engajado em sua função.

Não pode a Associação limitar-se a gerenciar promoções e recursos ou

mesmo gastos e necessidades materiais.

Cabe à APMF acompanhar o desenvolvimento da Proposta Pedagógica,

buscar a integração, visar a realidade da comunidade em que está inserida,

assegurar melhores condições de eficiência escolar e também administrar/gerir

recursos financeiros.

Enquanto Associação, deve comprometer-se com o interesse primordial da

entidade educacional: o aluno e seu aprendizado. Necessita buscar meios para

promover uma educação de qualidade, voltada para a cidadania, para a

profissionalização, para o alcance dos objetivos da instituição em sua função de

educar, de aperfeiçoar e, conseqüentemente, de estimular o educando na busca do

conhecimento, de bons valores e de uma vida produtiva.

6.2.3 Conselho de Classe

O Conselho de Classe é um colegiado de natureza consultiva e deliberativa

em assuntos didático–pedagógicos e seus objetivos são: avaliar a apropriação pelos

alunos dos conteúdos curriculares estabelecidos no Projeto Político Pedagógico da

Escola; refletir sobre a relação professor/aluno e analisar a prática pedagógica,

buscando alternativas que garantam a efetivação do processo ensino aprendizagem.

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Os objetivos do Conselho de Classe, segundo o INEP - Instituto Nacional de

Estudos e Pesquisas Educacionais, são: efetuar uma avaliação contínua do aluno e

da turma em seus aspectos qualitativos e quantitativos, aperfeiçoar o trabalho com o

aluno por meio de subsídios fornecidos pela equipe pedagógica, despertar no

professor a consciência de que é necessário realizar a auto-avaliação contínua de

seu próprio trabalho, com base na qual ele deve replanejar suas atividades e

métodos, criando condições para um aprendizado mais eficiente por parte do aluno.

O Conselho de Classe deve ter condições para fazer uma avaliação do

desempenho de alunos e professores, analisar as práticas pedagógicas e traçar

metas coletivas ou individuais para solucionar ou amenizar problemas decorrentes

do processo ensino-aprendizagem.

O Conselho de Classe do Colégio Walfredo Silveira Corrêa, formado por

professores, equipe pedagógica, direção pedagógica e representante dos alunos,

tem caráter decisivo e está diretamente ligado ao desenvolvimento da aprendizagem

dos alunos. Procuramos trabalhar sempre na tentativa de que, de fato, o Conselho

cumpra sua função: propor mudanças, novas formas de avaliar, contribuir para o

desenvolvimento pessoal e intelectual dos alunos. Estamos procurando fazer com

que o Conselho seja um lugar onde se discuta sobre o aproveitamento das

atividades, onde haja divisão de trabalho, troca de experiências, e tomada de

decisões; onde se concretize a democracia do trabalho coletivo; onde são propostos

e avaliados a prática pedagógica, as inovações, a busca de alternativas, onde é feito

a análise de casos, e tomadas de decisões conjunta sempre objetivando o avanço

da aprendizagem e o desenvolvimento do educando.

6.2.4 Representante de Turma

Aos alunos representantes cabe a organização na sala de aula. Os alunos

são eleitos por seus pares e/ou por professores das turmas. A turma é orientada

para eleger os alunos que melhor representem essa instância e, a partir daí

participam ativamente dos problemas que envolvam a sala de aula, buscando

soluções e reflexões sobre o andamento de sua turma (disciplina, conteúdos,

assiduidade, participação em gincanas e apresentações, etc.). Os alunos

representantes mantém contato direto com o pedagogo e com o professor

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representante de sua turma. Procuram estar atentos às ações do Grêmio Estudantil

e participarem do Conselho de Classe de sua turma representando-a com dignidade

e respeito. Com a intervenção do Pedagogo do colégio os alunos representantes,

sempre que necessário, analisem o andamento das aulas, dos conteúdos, a

metodologia de trabalho dos professores, o desempenho pedagógico e disciplinar da

turma e outros assuntos que sejam de interesse e apropriados no momento da

discussão..

Essa instância é muito importante para o crescimento dos alunos, para o seu

engajamento na busca de soluções aos problemas em destaque, à maior atenção e

responsabilidade aos problemas encontrados em sala de aula.

Segue abaixo algumas qualidades que um representante de turma deve ter:

1. RESPONSABILIDADE - pessoa capaz de cumprir os compromissos, de inspirar

confiança, de levar a sério o que deve fazer, assíduo e pontual, organizado.

2. ESPÍRITO DE INICIATIVA - saber tomar decisão, ser realizador, saber imprimir

dinamismo ao grupo.

3. ESPÍRITO DEMOCRÁTICO - saber acolher; respeitar as idéias dos outros;

estimular as idéias do grupo; sentir-se igual em direitos e deveres.

4. PARTICIPATIVO e envolvido com a escola.

5. DISPONIBILIDADE - ter tempo e disposição para o grupo e para com os

compromissos de um representante.

6. FACILIDADE DE COMUNICAÇÃO E DE RELACIONAMENTO.

7. ESPÍRITO DE EQUIPE.

É importante observar que não há ninguém que possua todas essas

qualidades. O líder não nasce feito. Há sempre muito a aprender, a aperfeiçoar, a

mudar e exercitar para bem desenvolver a representatividade.

O representante de turma é um elo entre a turma e a comunidade escolar. É o

porta-voz da turma, isto é, o elemento que transmite as sugestões, reivindicações e

problemas do grupo. Incentiva a turma a participar de eventos, solenidades, visitas

etc. Além dessas tarefas o representante deve:

1. Incentivar a turma a ser um grupo coeso e unido.

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2. Auxiliar o grupo a determinar seus objetivos e a utilizar os meios adequados para

atingi-los.

3. Ajudar a turma a colaborar com os objetivos básicos e projetos da escola.

4. Comparecer e participar das reuniões e eventos para os quais for convocado.

5. Exercer uma liderança positiva.

6. Solicitar a intervenção da Equipe de Direção da EMC quanto a assuntos

específicos da sua turma.

6.2.5 Grêmio Estudantil

O Grêmio é a organização que representa os interesses dos estudantes na

escola. Ele permite que os alunos discutam, criem e fortaleçam inúmeras

possibilidades de ação tanto no próprio ambiente escolar como na comunidade.

O Grêmio é também um importante espaço de aprendizagem, cidadania,

convivência, responsabilidade e de luta por direitos. É formado apenas por alunos de

forma independente, não tendo caráter político-partidário, religioso, racial nem fins

lucrativos.

É um órgão de apoio à Direção que tem uma gestão colegiada; tem um

estatuto próprio e eleição direta, é a concreta representação dos estudantes e uma

grande contribuição para a formação e democratização de nossos jovens.

Suas ações são voltadas para atividades culturais, desportivas e sociais,

sendo muito importante para o desenvolvimento de muitos jovens que tem como

participação sócio-cultural apenas a escola em que estuda.; também é neste

ambiente “entre jovens” que nascem as principais formas de organização e debates

acerca dos problemas sociais que eles vivenciam e que na grande maioria das

vezes não são discutidos.

Seus objetivos visam representar o corpo discente, defender os interesses

individuais e coletivos dos alunos, incentivar a cultura literária, artística e desportiva

de seus membros e de toda a comunidade escolar, promover a cooperação entre

todos os segmentos da escola, buscar aprimoramento no trabalho escolar, realizar

intercâmbios e colaboração de caráter cultural e educacional com outras instituições.

Enfim, seus objetivos é contribuir para aumentar a participação dos alunos nas

atividades de sua escola, organizando campeonatos, palestras, projetos e

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discussões, fazendo com que eles tenham voz ativa e participem – junto com pais,

funcionários, professores, coordenadores e diretores – da programação e da

construção das regras dentro da escola.

O Grêmio que desejamos para o Colégio Walfredo Silveira Corrêa deve:

Colaborar na construção da comunidade escolar, como elo entre alunos, o

corpo docente e técnico-administrativo; junto com a direção da unidade de

ensino e professores, busque as mudanças necessárias para a educação.

Apresentar propostas e sugestões concretas para minimizar os problemas da

escola e da comunidade na qual esteja inserido.

Desenvolver o espírito de solidariedade e cooperação entre os estudantes e a

escola.

Promover atividades recreativas, culturais, desportivas, literárias e

educacionais, estimulando a união de toda a classe estudantil.

Criar mecanismos que possibilitem incentivar, desenvolver e estimular o

estudante em sua vida educacional, social e profissional. Mas, sobretudo, que

possa unir a classe, tornando-a mais participativa e consciente de seus

direitos e deveres.

Apesar da importância do Grêmio Estudantil, ele ainda não foi constituído no

colégio. Sua implementação está prevista para o ano letivo de 2012.

6.3 Gestão de Recursos Financeiros

O Colégio recebe recursos do Fundo Rotativo e estes são gerenciados pelo

Diretor e supervisionados pelo Conselho Escolar/APMF;

A cantina escolar gera recursos para pequenos reparos do prédio, bem como

atende às necessidades básicas. A prestação de contas é realizada mensalmente.

A APMF organiza no início do ano letivo, um calendário de atividades e

promoções para angariar fundos, com diversas finalidades: assistência aos alunos,

pequenos reparos, compra de material de consumo e permanente;

Os materiais permanentes deste estabelecimento constam no Inventário de

Bens Patrimoniais Móveis relacionados conforme o proprietário (Fundepar, SEED,

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APMF, outros), encaminhado com seus respectivos Termos de Responsabilidade

para o órgão responsável.

6.4 GESTÃO DEMOCRÁTICA: IMPLEMENTAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DE

INFORMAÇÃO E O SUCESSO ESCOLAR

Até bem pouco tempo, o modelo de direção da escola, era o de diretor

submisso aos órgãos centrais, e seu papel se restringia a de guardião e

administrador de determinações estabelecidas pelas instâncias superiores. A

intensificação sobre a autonomia da escola se deu a partir da década de oitenta,

quando tomou posse os primeiros governadores eleitos pelo voto direto. O debate

sobre a autonomia da escola toma corpo e possibilita modificação na terminologia e

avaliação da atuação administrativa, que passa a ser denominada como gestão e,

mais particularmente, gestão democrática. A autonomia da escola não deve ser um

discurso vazio.

O principal objetivo da escola é promover a educação e isso se faz através da

gestão democrática, capaz de viabilizar a aquisição do saber e dessa forma

desenvolver nos alunos aptidões que os possibilitem tornar-se indivíduos críticos,

formadores de opinião e capazes de buscar alternativas para os problemas no

âmbito escolar e social. Piaget afirma em uma de suas célebres frase que não basta

apenas criar homens capazes de repetir o que outras gerações já fizeram. A escola

deve formar cidadãos capazes de criar, criticar, descobrir e investigar com

autonomia.

O que significa então, uma gestão democrática na escola? Primeiramente,

para que a escola represente um espaço democrático de idéias, pensamentos,

conhecimento faz-se necessário existir um respeito à diversidade, as diferenças, as

realidades que estão presentes no campo educacional e que se chocam a todo o

momento, pois cada pessoa que está presente no ambiente escolar tem sua opinião

própria sobre o mundo que o cerca, suas idéias, mitos e crenças, caberão ao gestor

encontrar a melhor maneira de lidar com essa pluralidade de pessoas de maneira

agradável, simpática respeitosa, conjunta a fim de que todos, juntos, promovam a

real função da escola que é ensinar a totalidade de seus alunos, com ensino de

ótima qualidade.

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Gestão democrática é uma nova maneira de administrar a escola, é gerir

coletivamente, por força disso tem como princípios norteadores: participação – é o

principal meio de assegurar a gestão democrática da escola, pois possibilita

envolvimento de profissionais e usuários no processo de tomada de decisões e no

funcionamento da organização escolar democrática; implica não só na participação

na gestão, mas a gestão da participação, em função dos objetivos da escola;

descentralização - processo que visa a importantes mudanças em relação à forma

de gestão, pela distribuição e/ou delegação do poder, relacionados às estruturas,

aos atores e aos processos estratégicos em certas áreas e funções; autonomia –

construção da identidade institucional, constituída pela formação da capacidade da

escola em elaborar o seu projeto educacional e em gerenciar os recursos destinados

ao seu desenvolvimento.

A democratização da gestão da escola implica o aprendizado e a vivência do

exercício de participação e tomadas de decisões. Trata-se de processo a ser

construído coletivamente e considerando a especificidade e possibilidade histórica

de cada escola.

Atualmente o diretor assume uma série de funções, tanto de natureza

administrativa, quanto pedagógica. Do ponto de vista administrativo, compete-lhe: a

organização e articulação de todas as unidades competentes da escola; o controle

dos aspectos materiais e financeiros da escola; a articulação e controle dos recursos

humanos; a articulação escola-comunidade; a articulação da escola com o nível

superior de administração do sistema educacional; a formulação de normas,

regulamentos e adoção de medidas condizentes com os objetivos e princípios

propostos; a supervisão e orientação a todos aqueles a quem são delegadas

responsabilidades.

Do ponto de vista pedagógico, é de sua alçada: a dinamização e assistência

aos membros da escola para que promovam ações condizentes com os objetivos e

princípios educacionais propostos; a liderança e inspiração no sentido de

enriquecimento desses objetivos e princípios; a promoção de um sistema de ação

integrada e cooperativa; a manutenção de um processo de comunicação claro e

aberto entre os membros da escola e entre a escola e a comunidade; a estimulação

à inovação e melhoria do processa educacional.

Na gestão democrática respeita-se as diferenças e a pluralidade de idéias;

admite-se a participação dos membros (docente, discente, funcionários, comunidade

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e pais) nos assuntos, discussões, votações e decisões do ambiente escolar; existe

uma coordenação de esforços individuais e coletivos com o objetivo de si obter um

resultado positivo para o funcionamento da escola e do aprendizado do aluno. A

gestão democrática deixa os membros da escola flexíveis ao diálogo, livres para

opinarem, comprometidos com o espaço educativo, existe uma organização não

hierarquizada e em fim, todos são os protagonistas do ato de gerir.

Um bom gestor deve também estar “antenado” com as novas tecnologias,

pois nos dias atuais, é de extrema importância que todos no ambiente escolar

conheçam e usem os recursos tecnológicos disponíveis na escola, com o intuito de

melhorar a qualidade dos trabalhos desenvolvidos e executados.

A incorporação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) vem se

concretizando com maior freqüência nas situações em que diretores e comunidade

escolar se envolvem nas atividades como sujeitos do trabalho em realização, uma

vez que o sucesso dessa incorporação está diretamente relacionado com a

mobilização de todo o pessoal escolar, cujo apoio e compromisso para com as

mudanças não se limitam ao âmbito estritamente pedagógico da sala de aula, mas

se estendem aos diferentes aspectos envolvidos com a gestão do espaço e do

tempo escolar, com a esfera administrativa e pedagógica. Daí a importância da

formação de todos os profissionais que atuam na escola, fortalecendo o papel da

direção na gestão das TIC e na busca de condições para o seu uso no ensino e

aprendizagem e na gestão escolar (ALMEIDA, 2003, p. 84).

Os cursos de formação, inclusive os ofertados pela SEED, vêm lentamente

incorporando o uso das TIC como recursos para ampliar o acesso à informação e

para favorecer a criação de ambientes de aprendizagem que enfatizem a construção

de conhecimento. A transformação que se busca exige uma nova visão: mais

criativa, menos acomodada, mais participativa, mais ética, mais democrática e

tecnologicamente mais exigente. Requer, portanto, a preparação de profissionais

dinâmicos, professores e administradores escolares capazes de promover e

conduzir as mudanças necessárias. Segundo Scarpa (2009), no mundo de hoje, não

há mais espaço para quem não sabe trabalhar com o computador.

A tecnologia é apontada como um instrumento fundamental para propiciar a

mudança da escola e para auxiliar o gestor na organização do processo

educacional, fazendo ―uma articulação entre o administrativo e o pedagógico,

facilitando o processo de comunicação interna e externa e possibilitando a gestão do

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conhecimento produzido pela escola e/ou adquirido pelos vários meios de

informação disponíveis (ALONSO, 2007, p. 33).

A integração dos aspectos pedagógicos e administrativos apresenta

implicações na melhoria do ensino e da aprendizagem. Porém, a forma como os

gestores encaram essa questão e as ações desenvolvidas no sentido de facilitar ou

dificultar esse processo, podem ou não estimular os professores a adotarem as TIC

na prática docente.

“O fato de utilizar diferentes mídias na prática escolar nem sempre significa integração entre as mídias e a atividade pedagógica. Integrar – no sentido de completar, de tornar inteiro – vai além de acrescentar o uso de uma mídia em uma determinada situação da prática escolar. Para que haja a integração, é necessário conhecer as especificidades dos recursos midiáticos, com vistas a incorporá-los nos objetivos didáticos do professor, de maneira que possa enriquecer com novos significados as situações de aprendizagem vivenciadas pelos alunos” (PRADO, 2005).

Esta mesma idéia pode ser ampliada para a gestão escolar com e para o uso

da tecnologia. Integrar as TIC à gestão significa ir além do seu uso, mas incorporar

suas especificidades e contribuições na própria gestão da escola. A incorporação de

tecnologias nas atividades da escola envolve distintos aspectos da gestão

decorrentes do efeito de gerir, administrar, proteger, manter, colocar em ordem, ou

seja, de tornar utilizáveis os recursos tecnológicos. Isto significa registrar, organizar,

recuperar e atualizar as informações; produzir estratégias de comunicação e

participação; abrigar e administrar as atividades, conteúdos e recursos; gerir

ambientes e processos de avaliação; estabelecer novas relações com a história

consigo mesmo, com o mundo e com o saber.

A incorporação das TIC vem se concretizando com maior freqüência nas

situações em que diretores e comunidade escolar se envolvem nas atividades como

sujeitos do trabalho em realização, uma vez que o sucesso dessa incorporação está

diretamente relacionado com a mobilização de todo o pessoal escolar, cujo apoio e

compromisso para com as mudanças não se limitam ao âmbito estritamente

pedagógico da sala de aula, mas se estendem aos diferentes aspectos envolvidos

com a gestão do espaço e do tempo escolar, com a esfera administrativa e

pedagógica. Daí a importância da formação de todos os profissionais que atuam na

escola, fortalecendo o papel da direção na gestão das TIC e na busca de condições

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para o seu uso no ensino e aprendizagem e na gestão escolar (ALMEIDA, 2003, p

31).

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7 MARCO SITUACIONAL

7.1 A REALIDADE EDUCACIONAL CONTEMPORÂNEA

Um dos desafios encontrados atualmente no setor educacional é a mudança

de ideologia impregnada na sociedade, uma alteração da concepção de ensino e do

papel da escola enquanto instituição social. Busca-se uma escola democrática,

pluralista, que venha valorizar a diversidade frente às problemáticas sociais

perpassadas pelo educador e educando.

Diante dos vários problemas da sociedade contemporânea, como:

desvalorização profissional, desemprego, violência, modificações das relações

familiares, etc., tem-se como papel fundamental da área educacional, o de fornecer

o conhecimento, para que as pessoas possam ter possibilidades e autonomia de

participar efetivamente das políticas, continuando assim, a lutar por igualdade de

direitos. Nesse sentido, a educação, em termos de Brasil, deve ser tratada como

uma política social, que tem como compromisso fundamental à garantia dos direitos

do cidadão, ou, ainda a escola deve assumir um novo papel frente à sociedade, que

é o de propiciar ações para a efetivação dos direitos sociais.

No Brasil, têm-se várias legislações como a Constituição Federal de 1988, a

atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB de 1996 e o Estatuto da Criança

e do Adolescente – ECA de 1990, que garantem o direito à educação a criança e ao

adolescente, direitos estes que precisam ser perseguidos por todos os profissionais

que atuam no contexto escolar.

A escola hoje, mais do que nunca, tem como papel diante da sociedade,

propiciar ações para a efetivação dos direitos sociais. Neste contexto, o setor

educacional tem o papel de possibilitar e de oferecer alternativas para que as

pessoas que estejam excluídas do sistema possam ter oportunidade de se reintegrar

através da participação, bem como da luta pela universalidade de direitos sociais e

do resgate da cidadania.

Um dos maiores desafios apresentados à escola atual é trabalhar com a

reelaboração crítica e reflexiva do educando, a fim de prepará-lo para a luta e o

enfrentamento das desigualdades sociais presentes na sociedade capitalista. Nesta

ótica, a escola deve transcender o sentido de ascensão material, que é dado à

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educação, transformando-a não em só um meio de retorno financeiro, mas também

em um instrumento de crescimento pessoal.

A escola que se deseja, deve estar pautada na lógica de um espaço ideal

para a construção de uma sociedade sadia, uma escola democrática com formação

para a cidadania. Aquela que combata de todas as formas a exclusão social e que

entenda o aluno como ser integral. E que possa, ao mesmo tempo, trabalhar a

relação escola-aluno-família, tendo-se assim a necessidade de incluir a família em

suas ações.

Para isso, devemos romper com as visões tradicionais, funcionalistas ou

sistêmico-mecanicistas da escola, superando a visão desta como um depósito do

saber, buscando assim uma escola includente, libertadora, que valorize a

diversidade e construa a cidadania.

Construir a cidadania, atualmente, é: tornar viável a existência dos homens,

na realidade histórica e social em que estes estejam inseridos; garantir a todos os

indivíduos humanos, sem qualquer discriminação, as condições para o exercício

pleno de todos os aspectos da vida; prover o benefício universal dos produtos do

trabalho humano, dos bens sociais e dos bens culturais de uma sociedade.

Baseando-se nestes conceitos, a construção do Projeto Político-Pedagógico,

de forma coletiva e democrática, deve buscar valorizar todos os atores vinculados à

instituição, para, assim, construir uma educação de caráter transformador, que

compreenda as contradições, limites e também as possibilidades existentes, dentro

de uma prática reflexiva. Esta participação coletiva amplia o debate sobre as

práticas sociais e culturais, desmascarando as diversas formas da manifestação das

relações autoritárias estabelecidas na prática escolar vigente, e amplia a

contribuição coletiva para a construção de novas formas de organização escolar.

7.2 ALGUNS PROBLEMAS ENFRENTADOS

O Estado do Paraná, na atual gestão, busca a melhoria da Educação, o

incentivo dos funcionários das Escolas e o aprimoramento do Corpo Docente.

A Secretaria de Estado da Educação está empenhada, contribuindo para a

melhoria da educação paranaense e para a formação de cidadãos conscientes,

compromissados, competentes e atuantes na sociedade, tendo em vista sua efetiva

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atuação na construção dessa sociedade mais justa e democrática que almejamos

para todos.

A educação ofertada pelas Escolas Estaduais deve contribuir para a

aprendizagem dos alunos e na sua inserção e atuação consciente na sociedade.

Para isso é fundamental resgatar o seu verdadeiro papel.

O Colégio Estadual Walfredo Silveira Corrêa busca ofertar educação de

qualidade através de uma prática pedagógica que supere o Ensino Tradicional,

adotando propostas inovadoras. para uma prática que se pretende transformadora.

No entanto constata-se que há problemas e necessidades que precisam ser

sanadas a curto e médio prazo para melhorar o andamento dos trabalhos neste

Estabelecimento de Ensino. Entre eles, citemos alguns:

Alunos imediatistas e sem perspectivas.

Alunos mal-educados, sem objetivos, desinteressados.

Dificuldade em ministrar as aulas devido ao índice elevado de indisciplina.

Professores desestimulados, cansados e doente.;

Cansaço físico e mental devido à sobrecarga de trabalho.

Desinteresse dos pais.

Violência, drogas e sexualidade precoce.

Alunos sem limites familiares, pais omissos.

Falta de apoio dos pais ou responsáveis.

Falta de valorização dos profissionais da educação pela sociedade.

Falta segurança nas proximidades da escola.

Insegurança dos vários segmentos da escola em relação à violência.

Elevado índice de evasão no ensino noturno.

Expressivo número de alunos aprovados em Conselho de Classe.

Carga horária insuficiente da equipe pedagógica para condução adequada

dos problemas do dia-a-dia com os professores, pais e alunos.

Falta de funcionários.

Inadequação dos conteúdos em relação à carga horária.

Formação Continuada insuficiente.

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7.2.1 Problemas enfrentados pelo Ensino Noturno

Os sistemas educacionais enfrentam uma profunda crise e enfrentam a

emergência de um falso conceito de cidadania, que leva os atores sociais presentes

na escola a encararem a instituição somente pelo que podem extrair dela de

vantagens individuais. Isso tira o foco do real papel da escola, desorienta e

desmotiva os atores, ao mesmo tempo em que cria ansiedades sobre o

cumprimento de seus respectivos papéis. Em nossa instituição, a desigualdade

social brasileira tem seu reflexo. Essa situação faz com que a vivência de problemas

relacionados à permanência dos alunos na escola seja uma constante,

principalmente no período noturno.

Os maiores determinantes dos problemas relativos ao ensino no período

noturno são:

a) Falta de motivação para o estudo, devido ao esgotamento produzido pela jornada

de trabalho;

b) Dificuldades cognitivas para a apreensão dos conteúdos;

c) Calendário letivo até o mês de dezembro, que coincide com o período de vendas

noturnas, compulsório para os alunos comerciários;

d) Obrigatoriedade ou necessidade de cumprimento de horas-extras, com

periodicidade regular ou irregular;

e) Priorização do trabalho para a garantia de subsistência;

f) Falta de uma maior adequação da escola para atender às necessidades do aluno

trabalhador. Causa grande preocupação a evasão escolar;

Os aspectos acima abordados para o ensino fundamental noturno podem ser

aqui aplicados, ao que se acrescentam os seguintes determinantes:

g) Necessidade de ingresso no mercado de trabalho, o que ocorre com alunos

adolescentes de famílias de baixa renda;

h) Ineficiência da sociedade e do setor público de educação em conscientizar o

aluno e a família em relação a importância da educação formal e para a cidadania;

i) Ausência de recursos didáticos e práticas pedagógicas mais estimulantes que

proporcionem um ambiente escolar mais motivador.

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Os dados consolidados relativos ao aproveitamento dos alunos têm

demonstrado que uma parcela significativa dos alunos tem obtido resultados

insuficientes nas avaliações. Esse cenário levanta alguns pontos a serem

repensados, ressaltando que o planejamento de reuniões constantes (pelo menos

bimestrais) é primordial para analisar estas situações e outras, visando a melhoria

contínua da qualidade no ensino.

7.3 PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO DOS DISCENTES

Os alunos são em grande parte proveniente de área urbana, atendendo

principalmente os Jardins: Bandeirantes, Bononi, do Carmo; os Conjuntos

Habitacionais Flamingos I e III, San Rafael, Del Condor, Nossa Senhora das Graças,

Águias; Vilas Araponguinha e Cascata. A maioria dos alunos pertence à faixa etária

entre 10 a 21 anos aproximadamente. No tocante à estrutura familiar, os pais, no

que concerne ao estado civil são casados, separados, viúvos, mães solteiras,

formando famílias com, em média, de 02 a 04 filhos. Todos professam uma religião.

A grande maioria dos pais possui instrução primária e parte dos mesmos

apresenta dificuldades no que se refere ao acompanhamento dos filhos nas

atividades escolares: tarefas, trabalhos e pesquisas.

Quanto à questão habitacional muitos dos pais residem em casas alugadas,

sendo que a principal fonte de renda é o trabalho assalariado, do qual fazem parte

as seguintes profissões: motorista, pedreiro, auxiliar geral, operador de máquinas,

vigia-noturno, marceneiro, estofador, serralheiro, diarista, cabeleireira, costureira e

outras.

No ano de 2011 muitos alunos do Ensino Médio matutino foram transferidos

para o período noturno para poderem auxiliar na renda familiar. Na maioria das

vezes trabalham como office-boy, auxiliar-geral, empacotador, vendedor, doméstica,

babá, auxiliar de mecânico, auxiliar de marceneiro, etc. Eles se locomovem ao

Colégio a pé, de bicicleta ou com transporte escolar. Poucos são os alunos que

chegam ao nível superior, muitos alegam dificuldades financeiras para dar

continuidade aos estudos, ocasionando também a evasão escolar, pois os mesmo

têm que trabalhar e nem sempre o horário de trabalho permite que freqüentem

regularmente a escola.

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7.4 ANÁLISE DAS CONTRADIÇÕES E CONFLITOS DA PRÁTICA DOCENTE

A análise dos problemas encontrados deve estar pautada na cobertura das

seguintes questões:

a) A forma avaliativa está adequada ou está excludente? Ela está sendo avaliada

em termos de sua adequação, visando demonstrar aspectos do processo de ensino-

aprendizado que precisam ser reforçados, nos quais o professor irá nortear seu

trabalho em sala de aula? Ou, simplesmente, tem uma função punitiva e autoritária?

b) Qual a intensidade da rotatividade dos professores no decorrer do ano letivo? A

substituição, muitas vezes lenta, dos vários professores que entraram em licença

(médica ou prêmio), ou que se deslocam para participar de cursos de capacitação

prejudica a temporalidade do processo ensino-aprendizado em nossa escola?

c) Nossa escola está preparada para trabalhar os temas educacionais

contemporâneos?

d) A mudança constante de horário para a adequação de professores substitutos é

prejudicial ao processo ensino-aprendizado?

e) A retirada excessiva dos alunos da sala de aula pelos professores, muitas vezes

por motivos de fácil resolução, é uma prática didático-pedagógica recomendável?

f) As ações para propiciar o processo de inclusão de alunos com necessidades

especiais, em nossa escola, são adequadas em função da demanda?

g) A organização da hora-atividade está sendo viabilizada a contento?

Estes tópicos, entre outros, são o ponto de partida para o reconhecimento da

necessidade de melhorias na educação de forma geral, na qual a prática seja

intencional, fecundada na real construção e formação dos nossos alunos em

cidadãos conscientes e dotados de conhecimentos para as práticas diárias de suas

vidas.

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8 MARCO FILOSÓFICO CONCEITUAL

8.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Levando em conta a realidade brasileira a qual estamos inseridos,

necessitamos urgentemente de uma Proposta Educacional que tenha em vista a

qualidade da formação a ser oferecida a todos os estudantes. O ensino de qualidade

que a sociedade demanda atualmente expressa-se aqui como uma grande

possibilidade de uma prática educativa voltada às necessidades sociais, políticas,

econômicas e culturais da realidade brasileira, que considere os interesses e as

motivações dos alunos e garanta a aprendizagem essencial para a formação de

cidadãos autônomos, críticos e participativos, capazes de atuar com competência,

dignidade e responsabilidade na sociedade bem como seu enriquecimento cultural e

científico.

O exercício da cidadania exige o acesso de todos à totalidade dos recursos

culturais relevantes para a intervenção e a participação responsável na vida social: o

domínio da língua falada e escrita, os princípios da reflexão matemática, as

coordenadas espaciais e temporais que organizam a percepção de mundo, os

princípios da explicação científica, as condições de fruição da arte e das mensagens

estéticas, os domínios de saberes tradicionalmente presentes nas diferentes

concepções do papel da educação no mundo democráticos, até outras tantas

exigências que se impõem no mundo contemporâneo.

Essas exigências apontam a relevância de discussões sobre a dignidade do

ser humano, a igualdade de direitos, a recusa categórica de formas de

discriminação, a importância da solidariedade e do respeito. Cabe ao campo

educacional propiciar aos alunos vivenciar as diferentes formas de inserção sócio-

política e cultural. Apresenta-se para a escola, hoje mais do que nunca, a

necessidade de assumir-se como espaço social de construção dos significados

étnicos necessários e constitutivos de toda e qualquer ação de cidadania.

Para tanto, é necessário que, no processo de ensino aprendizagem, sejam

exploradas: metodologias capazes de priorizar a construção de estratégias de

verificação e comprovação de hipóteses na construção do conhecimento, na

argumentação capaz de controlar os resultados desse processo, no

desenvolvimento do espírito crítico capaz de favorecer a criatividade, a

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compreensão dos limites e alcances lógicos das explicações propostas. Além disso,

é necessário uma dinâmica de ensino que favoreça não só o descobrimento das

potencialidades do trabalho individual, mas também, sobretudo do trabalho coletivo.

Vivemos em uma sociedade injusta, fragmentada, discriminatória, capitalista e

consumista, na qual a má distribuição de renda é aspecto preponderante; onde

ainda há alto índice de desemprego; famílias vivendo com “programas

emergenciais”, desestruturadas, gerando conflitos educacionais que encontramos

nas salas de aula, à qual vão em contra ponto ao processo ensino aprendizagem e o

que é pior, o crescimento do “descompromisso” com a função social dessas famílias.

Essas dramáticas transformações familiares estão ocasionando mudanças

sociais, criando novos contextos para a constituição das identidades pessoais,

fazendo com que, mais do que nunca, toda a Escola tenha que estar preparada e

ligada a estas “modernidades”.

No âmbito escolar temos uma escola que ainda não é emancipadora nem

transformadora, que tem exercido um papel assistencialista em razão das condições

socioeconômicas apresentadas pelos alunos. Percebemos, infelizmente, que o

alunado deste Colégio demonstram-se desinteressado e desmotivado, alheios ao

processo ensino-aprendizagem, não dão importância à escola e aos conhecimentos

a serem adquiridos, reflexo de toda a desestruturação social em que vive.

Professores e funcionários também estão desmotivados diante de tantas

dificuldades enfrentadas no dia-a-dia da escola.

Todos esses problemas têm funcionado como um entrave para que uma parte

considerável da população possa fazer valer os seus direitos e interesses

fundamentais.

Cada segmento Público Educacional tem feito a sua parte, hora coerente,

hora sonhador, mas, cabe à Escola a grande missão de fazer valer, na sua prática

pedagógica o que rege a LDB, principalmente reconhecer as diversas identidades

pessoais, suas peculiaridades básicas e transformá-las em valores aplicáveis na

sociedade em que vivemos.

Analisar as responsabilidades educacionais dos Governos, da sociedade civil

e das famílias pode nos levar à argumentações sociológicas sobre “transformações

sociais”, mas, há que se pensar na natureza dos afetos, sentimentos e capacidades

dos educandos, propiciando-lhes igualdade de oportunidades e dignidade humana.

Esse caminho se faz ao longo de um processo que não nos oferece exemplos

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prontos e fechados para seguir, mas um horizonte social que inclui um conjunto de

princípios que servem de rumo para uma proposta educacional planejada e

construída conjuntamente.

8.1.1 Princípios Pedagógicos

A prática administrativa e pedagógica deste Colégio, as formas de

convivências no ambiente escolar, os mecanismos de formulação e das situações de

aprendizagem e os procedimentos de avaliação, são coerentes com os princípios

inspiradores da Constituição e da LDB; as múltiplas inteligências, as diversidades

sócio-culturais e os valores trabalhados nessa escola tornam a prática pedagógica

qualificada para que o ensino e aprendizagem dos alunos tragam contribuições

positivas na formação do caráter e da personalidade do cidadão do futuro.

Entendemos que a grande missão da Educação é formar indivíduos para a

cidadania, assegurar a transmissão de conhecimentos e de cultura, desenvolver

aptidões pessoais e qualificar jovens para as necessidade econômicas do presente

e do futuro.

Diante dessa missão, nos organizamos em torno dos princípios que

fundamentam a nossa escola que é garantir a gratuidade do Ensino Público com

qualidade, valorizando toda e qualquer experiências e bagagem cultural trazida

pelos alunos; resguardar o direito de igualdade de condições para que as crianças e

jovens ingressem e permaneçam na escola, rejeitando toda e qualquer atitude de

discriminação, preconceitos e rotulação; preparando o ambiente escolar com

responsabilidade e segurança para que este seja propício à pesquisa, ao livre

pensamento, à crítica, à aceitação e respeito às diversidades culturais, à busca de

valores éticos e morais e à liberdade de expressão; valorização de todos os

educadores visível através de uma gestão democrática voltada para a busca de

novas propostas que integrem e preparem a todos para o enfrentamento de novos

desafios.

Procuramos estabelecer aqui princípios que acreditamos, possam subsidiar

toda a prática institucional, seja dentro ou fora da sala de aula. O importante e

fundamental é ter em mente que os princípios que são apresentados neste projeto,

em linhas gerais, expressam o pensamento que deverá prevalecer em todas as

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ações dessa Instituição de Ensino para que sua verdadeira missão se manifeste:

EDUCAR PARA A CIDADANIA.

Cada etapa da educação ou nível de ensino, bem como as diversas

modalidades de ensino, tem sua identidade e especificidade. Porém, quando se fala

em Educação, existem premissas básicas que orientam não só o trabalho docente,

como a postura político-pedagógica da Instituição. Educação, seja ela qual for, é,

antes de tudo, Educação. E nesse contexto podem-se ressaltar alguns dos

princípios e fins da Educação Nacional, dispostos na LDB 9394/96:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a

arte e o saber;

III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;

IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;

V -...

VI -...

VII - valorização do profissional da educação escolar;

VIII -...

IX - garantia do padrão de qualidade;

X - valorização da experiência extracurricular;

XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais;

Todas as atividades oferecidas pelo colégio, relacionadas à Educação Básica,

ensino fundamental ou médio, deverão orientar-se pelos princípios supra-citados,

como também, reger-se pelo respeito aos valores Estéticos, Políticos e Éticos e a

Educação de Valores.

- A estética da sensibilidade tem como objetivo estimular a criatividade, o espírito

inventivo, a curiosidade pelo inusitado, a afetividade, para facilitar a constituição de

identidades capazes de suportar a inquietação, conviver com o incerto, o

imprevisível e o diferente. Procura não limitar o lúdico a espaços e tempos

exclusivos, mas integrar diversão, alegria e senso de humor a dimensões de vida

muitas vezes consideradas afetivamente austeras como a escola, o trabalho, os

deveres, a rotina cotidiana. Busca-se também educar pessoas que saibam

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transformar o uso do tempo livre num exercício produtivo criador, aprendendo a

fazer do prazer, do entretenimento, da sexualidade, um exercício de liberdade

responsável. Finalmente a estética da sensibilidade não exclui outras estéticas,

próprias de outros tempos e lugares. Como forma mais avançada de expressão ela

as sub-assume, explica, entende, crítica, contextualiza porque não convive com a

exclusão, a intolerância e a intransigência.

- A política da igualdade incorpora a igualdade formal. Seu ponto de partida é o

reconhecimento dos direitos humanos e o exercício dos direitos e deveres da

cidadania, como fundamento da preparação do educando para a vida civil. Se

expressa na busca da equidade no acesso à educação, ao emprego, à saúde, ao

meio ambiente saudável, e outros benefícios sociais e no combate a todas as formas

de preconceito e discriminação por motivo de raça, sexo, religião, cultura, condição

econômica, aparência ou condição física. A política da igualdade se traduz pela

compreensão e respeito ao Estado de Direito e a seus princípios constitutivos, nessa

perspectiva a política da igualdade deverá fortalecer uma forma contemporânea de

lidar com o público e o privado. E aqui ela se associa à ética ao valorizar atitudes e

condutas responsáveis. Um dos fundamentos da política da igualdade é a estética

da sensibilidade. É dessa que lança mão quando denuncia os estereótipos que

alimentam as discriminações e quando, reconhecendo a diversidade, afirma que

oportunidades iguais são necessárias, mas não suficientes para oportunizar

tratamento diferenciado visando promover igualdade entre desiguais.

- A ética da identidade, promoverá o humanismo, e o desenvolvimento da

consciência, pois tem como objetivo a qualificação humana. Esse princípio

reconhece que a educação é um processo de construção de identidades. Uma das

formas pelas quais a identidade se constitui é a convivência e, nesta, pela mediação

de todas as linguagens que os seres humanos usam para compartilhar significados.

A ética da identidade se expressa por um permanente reconhecimento da identidade

própria e do outro, torna-se extremamente importante na formação da identidade

das futuras gerações, tendo como fim mais importante: a autonomia ancorada na

ética, para construir identidades mais aptas a incorporar a responsabilidade e a

solidariedade. Nesse sentido a ética da identidade visa formar pessoas solidárias e

responsáveis por serem autônomas.

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- A educação de valores: Embora a educação para a cidadania não se reduza à

educação para os valores, acreditamos ser necessário desempenhar um papel mais

ativo no desenvolvimento de valores como justiça, o respeito pelo outro, a equidade,

o respeito pela verdade, apesar da heterogeneidade dos mesmos na sociedade

contemporânea. E para que os conceitos de justiça, respeito e solidariedade sejam

compreendidos pelos alunos, precisam ser, primeiramente, vivificados no convívio

intraescolar, entre os pares da ação escolar, especialmente, entre professores e

alunos.

Trabalharemos ainda, como estabelece a Resolução nº7, de 14 de Dezembro

de 2010 (Ministério da Educação – Conselho Nacional de Educação – Câmara de

Educação Básica), artigo 6º, como norteadores das políticas educativas e das ações

pedagógicas deste Estabelecimento de Ensino, os seguintes princípios:

I – Éticos: de justiça, solidariedade, liberdade e autonomia; de respeito à

dignidade da pessoa humana e de compromisso com a promoção do bem de todos,

contribuindo para combater e eliminar quaisquer manifestações de preconceito de

origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

II – Políticos: de reconhecimento dos direitos e deveres de cidadania, de

respeito ao bem comum e à preservação do regime democrático e dos recursos

ambientais; da busca da equidade no acesso à educação, à saúde, ao trabalho, aos

bens culturais e outros benefícios; da exigência de diversidade de tratamento para

assegurar a igualdade de direitos entre os alunos que apresentam diferentes

necessidades; da redução da pobreza e das desigualdades sociais e regionais.

III – Estéticos: do cultivo da sensibilidade juntamente com o da racionalidade;

do enriquecimento das formas de expressão e do exercício da criatividade; da

valorização das diferentes manifestações culturais, especialmente a da cultura

brasileira; da construção de identidades plurais e solidárias.

Com a implantação simultânea do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos a

partir do ano letivo de 2012, e de acordo com a Deliberação N.º 03/06,do Conselho

Estadual de Educação, respeitando a divisão que já existe na prática do sistema de

ensino, os anos iniciais serão destinados à alfabetização, ao letramento, ao

desenvolvimento do raciocínio lógico e à compreensão da vida em sociedade, no

espaço e no tempo presentes, enquanto que os anos finais, que atendem os alunos

de onze a catorze anos, sendo a continuidade dessa primeira etapa de

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aprendizagens, devem favorecer as especificidades do desenvolvimento do aluno

em todas as suas potencialidades.

Obedecendo a deliberação citada no parágrafo acima, os princípios

norteadores da organização curricular em 9 (nove) anos, obrigatoriamente, serão: o

enfoque da formação humana em sua inteireza, calcado no princípio da eqüidade,

com a finalidade de democratizar as oportunidades educacionais para o

cumprimento da absoluta prioridade expressa na Constituição Federal e no Estatuto

da Criança e do Adolescente, no respeito e na consideração das condições concreta

de vida e de atividade do ser humano; as experiências escolares e as ofertas de

condições educacionais acompanhadas de processo de avaliação, tomados como

indicadores para interferências pedagógicas, as quais conduzam à qualidade do

ensino e ao desenvolvimento humano pleno; a consolidação no compromisso

compartilhado, na interação de alunos, professores, comunidade, no

redimensionamento do processo ensino/aprendizagem, significando a função social

da escola; a conceituação da instituição escolar como tempo e espaço de

experiências de cultura, de vida .

8.1.2 O Ensino Fundamental de Nove Anos

Com a aprovação da lei 11.274, em fevereiro de 2006, alterou-se a duração

do ensino fundamental de oito para nove anos, transformando o último ano da

educação infantil no primeiro ano do ensino fundamental.

Desse modo, o aluno deve ser matriculado na primeira série (agora chamada

de “primeiro ano”) com seis, e não com 7 anos de idade (como era até 2006). Outra

lei, 11.114, de 2005, que alterava a LDB (Lei nº 9.394, de 96), já aceitava a matrícula

de alunos com seis anos de idade no ensino fundamental.

O importante de se discutir e refletir sobre esse assunto é se, realmente,

essas mudanças estão melhorando o ensino nas escolas e irão preparar melhor o

aluno, ou se essas novas mudanças apenas servirão para se trocar o nome do

último estágio da educação infantil pelo nome de primeira série do ensino

fundamental.

Para as escolas que já ofertavam a educação infantil, foi apenas uma questão

de mudar a nomenclatura. Veja o quadro a seguir:

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9 anos 8 séries

1º ano Pré IV

2º ano 1ª série

3º ano 2ª série

4º ano 3ª série

5º ano 4ª série

6º ano 5ª série

7º ano 6ª série

8º ano 7ª série

9º ano 8ª série

Para os anos finais do Ensino Fundamental, que passam a receber os alunos

provenientes do Ensino de 9 (nove) a partir do ano letivo de 2012, é uma questão de

alterar a nomenclatura. Não haverá alterações significativas, visto que a Proposta

Curricular do Estabelecimento de Ensino, que segue as orientações das Diretrizes

Curriculares Estaduais(SEED), já estavam adaptadas para 5ªsérie/6ºano, e assim

consecutivamente para as séries seguintes.

Com a ampliação do ensino fundamental, com 9 (nove) anos de duração, se

faz prioridade, a efetivação de um Regime de Colaboração que traga como fruto, a

superação da ruptura entre o 1º e o 2º . segmento do Ensino Fundamental,ou seja,

dos anos iniciais e dos anos finais, nas suas diferentes formas de organização das

pessoas, dos saberes, das práticas, dos tempos e dos espaços que necessitam de

articulação e integração, como sugere a SEED, nas Orientações Pedagógicas para

os Anos Iniciais do Ensino Fundamental de Nove Anos. De acordo com esse

documento, mais que uma determinação legal, o Ensino Fundamental de nove anos

configura-se como a efetivação de um direito, especialmente às crianças que não

tiveram acesso anterior às instituições educacionais.

Considerando que o cumprimento da determinação legal, isoladamente, não

garante a aprendizagem das crianças, é fundamental um trabalho de qualidade no

interior da escola, que propicie a aquisição do conhecimento, respeitando a

especificidade da infância nos aspectos físico, psicológico, intelectual, social e

cognitivo.

Na perspectiva de superação do distanciamento, muitas vezes, evidenciado

entre as séries iniciais e finais do Ensino Fundamental, é necessário que se realize

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um trabalho que possibilite complementaridade e continuidade de processos de

aprendizagem, assegurando a característica de aprofundamento da complexidade

dos conhecimentos sistematizados. Isso significa que os conteúdos próprios do

Ensino Fundamental estão articulados aos conteúdos de outros níveis de ensino e

se ampliam gradualmente, conforme as possibilidades de compreensão dos alunos.

As Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental (DCE), estabelece que

em todas as escolas, deverá ser garantida a igualdade de acesso dos alunos a uma

base nacional comum, de maneira a legitimar a unidade e a qualidade da ação

pedagógica na diversidade nacional; a base nacional comum e sua parte

diversificada deverão integrar-se em torno do paradigma curricular, que visa

estabelecer a relação entre a educação fundamental com a vida cidadã,( através da

articulação entre vários dos seus aspectos como: a saúde, a sexualidade; a vida

familiar e social, o meio ambiente, o trabalho; a ciência e a tecnologia; a cultura; as

linguagens); com as áreas de conhecimento de: Língua Portuguesa; Língua Materna

(para populações indígenas e migrantes); Matemática, Ciências, Geografia; Língua

Estrangeira, Educação Artística , Educação Física; Educação Religiosa (na forma do

art. 33 da LDB) (LDB, art. 9º. In: PARECER CEB 04/98, p.7).

De acordo com as Orientações Pedagógicas para os Anos Iniciais do Ensino

Fundamental de Nove Anos (SEED/2010), é fundamental que os professores

tenham clareza acerca da perspectiva teórica adotada e expressa na proposta

pedagógica da escola e ainda sobre como conduzir este processo de trabalho,

conferindo importância a todas as disciplinas escolares. É o professor o sujeito que

possibilita aos estudantes a compreensão de que os conteúdos escolares são

resultados do trabalho humano. Trabalho que pode resultar tanto em produtos

materiais quanto intelectuais. É por meio do trabalho que a humanidade produz,

além de objetos, também valores, hábitos e os conhecimentos das mais diferentes

áreas das ciências, as formas de expressão artística, musical, corporal, afetiva, e

outros.

É a práxis pedagógica (relação dialética entre teoria e ação), como

responsabilidade direta dos professores, que possibilitará aos alunos esta

compreensão, por meio de um trabalho que evidencie desde os anos iniciais a

relação teórico-prática, portanto, intencional e transformadora, como marca da ação

humana. (SEED/2010)

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O professor é diretamente responsável pelo processo pedagógico na sala de

aula, portanto, cabe a esse profissional, num encontro dialógico com outros

profissionais da escola, tais como outros professores, pedagogos e direção, definir,

de maneira organizada e planejada, o processo intencional de ensino. Nesse

sentido, cabe à escola a superação do conhecimento espontâneo, por meio do

acesso e aquisição do conhecimento sistematizado, conferindo um tratamento

articulado a esses conhecimentos, visando uma análise crítica da

realidade.(SEED/2010).

A superação do conhecimento espontâneo não significa desconsiderar ou

minimizar o conhecimento espontâneo, mas utilizar-se de estratégias didáticas,

portanto intencionais, como por exemplo, a contraposição, a comparação e o

confronto entre o conhecimento trazido pelo aluno e o conhecimento sistematizado,

para que este se aproprie do conhecimento nas suas dimensões artístico, filosófico e

científico, direito do aluno e papel da escola. Nesse sentido, é papel do professor o

domínio acerca dos conteúdos a serem ensinados e da metodologia mais adequada

à sua assimilação pelos alunos e, consideramos importante, que o professor tenha o

conhecimento sobre as características de desenvolvimento das crianças e dos

adolescentes, visto que os alunos ingressam nos anos finais do Ensino Fundamental

entre 10 e 11 anos de idade.

8.2 CONCEPÇÃO DE ELEMENTOS QUE INTERFEREM NA EDUCAÇÃO

8.2.1 Concepção de Mundo

Os processos de globalização do mundo econômico e da aculturação,

desencadeados pela sociedade tecnológica em que vivemos, recolocam as

questões da sociabilidade humana em espaços cada vez mais amplos, trazendo as

questões de identidade pessoal e social cada vez mais complexas.

No contexto em que o homem é um ser que interage socialmente no seu

meio, faz-se necessário que ele tenha uma formação básica geral, com

desenvolvimento do pensamento reflexivo, crítico, atuante e com habilidades

múltiplas para poder, com maior facilidade, ter acesso ao mundo do trabalho, mas

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também vincular-se à prática social, na qual o exercício da afetividade, da

sensibilidade e da ética far-se-ão presentes.

Quando a ciência e a tecnologia caminham a passos gigantescos, não é mais

possível conduzir o processo ensino-aprendizagem de forma estanque,

compartimentalizada, especializada, como se cada um, professor e aluno, olhassem

apenas ao redor de seu umbigo e alheio ao que se passa no mundo.

A visão de mundo precisa ser global. A economia e a sociedade necessitam

de homens com formação básica geral, capazes de transformar sua realidade, com

flexibilidade e criatividade, para enfrentar novos padrões de produtividade e

competitividade, empreendedorismo e outros.

8.2.2 Concepção de Sociedade

Hoje temos uma sociedade em que o poder está centrado em uma minoria

oligarca a qual possui todos os privilégios relegando os deveres de trabalhos aos

demais membros de seu entorno, com famílias desestruturadas, má distribuição de

renda; uma sociedade injusta, fragmentada, discriminatória, capitalista e consumista;

onde não são priorizadas as questões sociais como saúde, educação e segurança;

percebemos crescendo um sentimento de descrédito quanto aos nossos

governantes diante de tanta corrupção e abuso político.

Sempre que a sociedade se defronta com mudanças significativas em suas

bases econômicas, sociais e tecnológicas, novas atribuições passam a ser exigidas

da escola, da educação e de sua gestão. Conseqüentemente porém, também sua

função social necessita ser revista, pois a escola e as diversas formas de se fazer

educação estão inseridas nesta “sociedade global”, onde as violentas e profundas

transformações no mundo do trabalho e nas relações sociais vem causando

impactos desestabilizadores a toda a humanidade e conseqüentemente exigindo

novos conteúdos, novas formas de organização e gestão, ressignificando o valor da

teoria e da prática na Educação.

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8.2.3 Concepção de Homem

Partindo do que nos traz Morin (2001: 40) ao se referir sobre à complexidade

do ser humano: " ser, ao mesmo tempo,totalmente biológico e totalmente cultural",

procuramos estruturar a concepção de homem e, em conseqüência desta, a

expectativa em relação ao cidadão que queremos formar. Entendendo o sujeito tanto

físico como social, temos a intenção de desenvolver no aluno a consciência e o

sentimento de pertencer à Terra, de modo que possa compreender a

interdependência entre os fenômenos e seja capaz de interagir de maneira crítica,

criativa e consciente com seu meio natural e social.

Concordando ainda com Morin (2001: 16), alguns desafios são fundamentais

no que se refere à formação do sujeito, desenvolver uma aptidão para contextualizar

e integrar , para situar qualquer informação em seu contexto , para colocar e tratar

os problemas , ou seja, o grande desafio de formar sujeitos que possam enfrentar

realidades cada vez mais complexas (polidisciplinares, transversais,

multidimensionais, transnacionais, globais, planetárias). Assim, acreditamos ser

possível formar um cidadão menos acuado e mais indignado, um cidadão que sabe

mediar conflitos, propondo soluções criativas em favor da solidariedade humana e

do equilíbrio ambiental.

Para tanto esse sujeito necessita visualizar processos, enfim, ter uma visão

sistêmica da realidade. Compartilhamos também com o que nos traz o físico francês

Basarab Nicolescu (in Weill,...), quando nos diz que " o homem aparece como

participante do real, até como instrumento de medida dele. Ele é o elo de unificação

entre o invisível (abstrato) e o visível (órgãos dos sentidos e instrumentalização)" .

Nesse sentido, vislumbramos o homem como um catalizador das transformações,

porém um ser complexo.

A sua formação ou a deformação está intimamente ligada ao meio

sociocultural e à base biológica, suas características tipicamente humanas não estão

presentes desde o seu nascimento, nem são meras pressões do meio externo

(como afirma Vygotsky), elas resultam da interação dialética do homem e seu meio

sociocultural. Ao mesmo tempo em que o ser humano transforma o seu meio para

atender suas necessidades básicas, transforma-se a si próprio.

A base biológica do funcionamento psicológico é o cérebro, visto como um

órgão principal da atividade mental. O cérebro é um sistema aberto, de grande

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plasticidade, que poderá ser moldado, ao longo do processo educativo. O

desenvolvimento da atividade mental se processará por meio da mediação dos

seres humanos entre si e deles com o mundo, com a utilização de instrumentos

técnicos e sistemas de signos, destacando-se entre eles a linguagem; e, é à escola,

como instituição social de educação, que compete propiciar meios para o

desenvolvimento intelectual do homem, na busca de sua autonomia e realização

pessoal em toda a plenitude.

8.2.4 Concepção de Educação

Segundo Meksenas (2002), a educação nasce quando se transmite e se

assegura as outras pessoas o conhecimento de crenças, técnicas e hábitos que um

grupo social já desenvolveu, a partir de suas experiências de sobrevivência. Neste

sentido, pode-se afirmar que o nascimento da educação surge quando o ser humano

sente a necessidade de converter as suas práticas cotidianas ao seu semelhante.

A educação é uma das dimensões essenciais na evolução do ser humano,

pois em cada conquista rumo à civilização, faz-se presente junto a esta, a

necessidade de transmissão aos semelhantes. Assim, pode-se dizer que a

educação nasce como meio de garantir às outras pessoas àquilo que um

determinado grupo aprendeu.

Meksenas (2002), ainda afirma que, em uma visão funcionalista, a educação

nas sociedades tem a tarefa de mostrar que os interesses individuais só se realizam

plenamente através dos interesses sociais. Sendo assim, a educação ao socializar o

indivíduo, mostra a este que sozinho, o ser humano não sobrevive, e que ele só

pode desenvolver as suas potencialidades estando em contato com o meio social,

ou seja, com as outras pessoas.

Com a educação, o homem pode se instrumentalizar culturalmente,

capacitando-se para transformações tanto materiais, quanto espirituais. A educação

é o cerne do desenvolvimento social. Sem ela, até mesmo as sociedades mais

avançadas retornariam ao estado primitivo em pouco tempo. Ela oferece uma base

de conhecimento para todas as pessoas.

A educação reproduz a sociedade, pois a contradição e o conflito não são tão

manifestos na sociedade, porque a reprodução é dominante, observando-se que a

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educação acaba por fazer o que a classe dominante lhes pede. Como a sociedade,

a educação é um campo de luta entre várias tendências e grupos. Ela não pode

fazer sozinha a transformação social, pois ela não se consolida e efetiva-se sem a

participação da própria sociedade (GADOTTI, 1995).

A Educação tem como base duas vertentes, a primeira é a educação de

formação, isto é, o polimento do indivíduo, que inclui valores como respeito,

responsabilidade, honestidade, boas maneiras, bons hábitos, etc. e a outra é a de

conhecimento adquirido ao longo da vida, através de leitura, meios de comunicação,

experiências, curiosidade, ou uma simples conversa com amigos. Ela deve

estimular, promover e trabalhar a todo o momento o exercício da reflexão, da análise

e do pensamento.

Conforme afirma Brandão, a educação ajuda a pensar tipos de homens, mais

do que isso, ela ajuda a criá-los, através de passar uns para os outros o saber que o

constitui e legitima. Produz o conjunto de crenças e idéias, de qualificações e

especialidades que envolvem as trocas de símbolos, bens e poderes que, em

conjunto constroem tipos de sociedades.(pág. 28)

À escola e aos professores cabe a função de mediar os conhecimentos

científicos que adquirimos ao longo de nossa vida por experiências pessoais e ou

acadêmicos transformadas em procedimentos e explicações atrativas e prazerosas.

Considerando que a educação possibilita a compreensão da realidade

histórico-social e explicita o papel do sujeito que a constrói e a transforma , nos

fundamentamos na Pedagogia Progressista , que tem como um dos expoentes

Paulo Freire e, segundo o autor ( 1996, p. 50- 90):

- “Ensinar exige consciência do inacabamento”. O inacabamento do ser

humano, sua inconclusão é o que o faz estar presente na escola, portanto devemos

ter a consciência dessa característica presente no aluno e não ter a pretensão de

que esta venha a se concluir na escola.

- “ Ensinar exige reconhecimento de ser condicionado”. A educação é um

processo permanente e para isso é preciso estarmos sempre a procura de

respostas, adaptando- se às novas mudanças e desafios, sendo sujeitos e

participando da história. Sem ação não é possível viver.

- “Ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando”. Como educador

devo estar constantemente advertido com relação a esse respeito que implica

igualmente que devo ter por mim mesmo.

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- “ Educar exige bom senso” . Ao pensar sobre o dever que tem o professor,

de respeitar a dignidade do educando, sua autonomia, sua identidade em processo,

deve- se pensar também, em como ter uma prática educativa em que esse respeito,

que sabe- se dever ter ao educando, se realize em lugar de ser negado.

- “Educar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos

educadores”. O respeito do professor à pessoa do educando, à sua curiosidade, à

sua timidez, que não deve inibir os alunos e nem agravá-los, exige o cultivo da

humildade e tolerância. Mas além disso o professor deve valorizar- se e engajar- se

na busca de melhores condições de trabalho, para, como o exemplo, educar para a

conquista dos direitos humanos.

− “ Ensinar exige apreensão da realidade”. É preciso conhecer as diferentes

dimensões que caracterizam a essência da prática, o que pode tornar o

desempenho profissional mais seguro. A capacidade de aprender não deve ser vista

apenas para que o indivíduo se adapte a realidade, mas sim que atue nessa

realidade, podendo transformá-la. Teorizar então, passar do senso comum para os

conceitos científicos e a consequente compreensão da realidade.

- “Acreditar exige alegria e esperança”. Professor e aluno podem juntos

aprender, ensinar, produzir e igualmente juntos podem lutar e resistir aos obstáculos

que tendem a impedir que se faça tudo isto com alegria., num movimento constante

de busca, como se buscasse a esperança.

- “Educar exige a convicção de que a mudança é possível”. É importante

pensarmos o saber como possibilidade e não como determinação,não podemos ficar

no discurso acomodado de que não ´há o que fazer, pois é na curiosidade que nos

move, nos inquieta e nos insere na busca do aprender e do ensinar. É natural do ser

humano sempre querer e ser mais.

- “Ensinar exige curiosidade”. O exercício da curiosidade implica na

capacidade crítica da observação, aproximação metódica dos objetos, capacidade

de comparar, perguntar. Professores e alunos devem ser pesquisadores. O estímulo

ao questionamento e à reflexão tornam as aulas sempre desafiadoras, não cansam,

e os alunos permanecem atentos e surpresos com suas dúvidas e incertezas. A

curiosidade aguça a imaginação, as emoções e a investigação. Quanto mais se

pratica essas emoções, mais se aproxima do conhecimento.

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8.2.5 Concepção de Cidadania/Ética

Para nós, cidadania é o conceito que envolve a relação entre direitos e

deveres dos indivíduos, abrangendo também a garantia do exercício dos direitos

sociais e que o indivíduo não seja visto como objeto pelo mercado.

A palavra CIDADANIA é derivada de cidadão, que vem do latim civitas . Na

Roma Antiga, o conjunto de cidadãos que constituíam uma cidade era chamado de

civitate. A cidade era a comunidade organizada politicamente. Era considerado

CIDADÃO aquele que estava integrado na vida política da cidade. Naquela época, e

durante muito tempo, a noção de cidadania esteve ligada á idéia de privilégio, pois,

os direitos de cidadania eram explicitamente restritos e determinadas classes e

grupos. A definição de cidadania foi sofrendo alterações ao longo do tempo, seja

pelas alterações dos modelos econômicos, políticos e sociais ou como conquistas,

resultantes das pressões exercidas pelos excluídos dos direitos e garantias a

poucos preservados. O fato, é que, modernamente, uma vasta quantidade de

direitos já está estabelecida pela legislação, direitos esses que alcançam todos os

indivíduos, sem restrições.

O que ocorre, na verdade, é que, embora garantidos pela Constituição

Federal e pelas leis, o que se verifica, na prática, é uma reiterada e ostensiva

inobservância desses direitos de cidadania contra a maioria da população excluída

dos bens e serviços desfrutados pelas elites. O grande desafio é , portanto, além de

incorporar novos direitos aos já existentes, integrar cada vez um número maior de

indivíduos ao gozo dos direitos reconhecidos. Já, o exercício da cidadania é a forma

de fazer valer os direitos garantidos. Exigir a observância dos direitos e zelar para

que não sejam desrespeitados.

E para que isso efetivamente aconteça, ou seja, que individuo seja consciente

de seus deveres e direitos e ativamente participativo na sociedade, contribuindo

assim para o desenvolvimento do seu país, é que se faz urgente e necessário uma

maior cobrança no que diz respeito aos direitos de todos os brasileiros preservando

o que está na Constituição.

Para os educadores, a garantia de Educação de qualidade para todos é uma

realidade imposta, pois, muitas vezes esta “qualidade” está atrelada aos direitos dos

alunos e professores à saúde, segurança, moradia, lazer... e isso não acontece

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dignamente, ferindo os princípios de Lei e também os de cada “cidadão” (que só se

sente assim no teórico)

Entende-se a ética como elemento estruturador das relações sociais que

incluem o respeito à diversidade cultural, a responsabilidade ecológica, a

capacidade de lidar com desafios e a possibilidade de estabelecer relações

solidárias.

Uma das principais questões que impedem o homem de agir pelos princípios

éticos acima citados é a fragmentação do saber e, conseqüentemente, da realidade.

Ver a realidade de maneira compartimentada leva à intolerância, ao

enfraquecimento do senso de responsabilidade (cada um tende a se responsabilizar

somente pela sua área) e o enfraquecimento da solidariedade. Conforme Weill

(1993: 44) " Diga-se de passagem que o isolamento da inteligência dentro do próprio

homem e a prevalecência do raciocínio lógico-formal na procura do conhecimento

são fatores essenciais da crise contemporânea". Nesse sentido, reiteramos a

necessidade de apostar na compreensão da condição humana em sua totalidade

(cósmica, física, biológica, cultural, cerebral, espiritual,...), investindo no propósito de

favorecer a inteligência geral, a aptidão para problematizar, a realização da ligação

dos conhecimentos.

8.2.6 Concepção de Escola

Entendemos por “Escola”, em seu sentido amplo, como sendo o

estabelecimento público ou privado que ministra sistematicamente o ensino coletivo,

ou seja, local no qual se constitui a aprendizagem, onde há troca de experiências,

vivências e ensinamentos. Se a escola é o local onde se transmite o saber, ela

levanta princípios filosóficos, étnicos e morais que são fundamentais para a

compreensão do papel da escola na sociedade moderna.

Algumas tendências pedagógicas influem na formação do cidadão e que a

nosso ver necessitam constantes reflexões como:

Tendência filosófica: conhecimento e reflexão sobre problemas éticos e

morais.

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Tendência cognitivista: problemas morais a serem discutidos em grupos,

procurando a sua legalidade e alternativas de solução.

Tendência afetivista: técnicas psicológicas para que a comunidade escolar

encontre o equilíbrio pessoal, e que possibilite o crescimento intelectual de

forma harmoniosa.

Tendência moralista: evidencia valores e os impõe. O objetivo desta

tendência é normalizar, ensinar valores e levar à atitudes corretas.

Tendência democrática: democratizar relações entre a comunidade escolar,

elaborar regras, discutir e tomar decisões a respeito de problemas ocorridos

no dia-a-dia, desenvolvendo competências básicas para a vida na sociedade

moderna.

Dessa forma, para que a escola cumpra seu compromisso, ela deve repensar

sua prática pedagógica. Seus profissionais precisam ter o conhecimento das

condições sociais, econômicas, culturais e políticas do aluno de forma a perceber de

um lado como esses aspectos refletem em sua própria atividade pedagógica, de

outro, como agir nesse contexto para exercer influência sobre esses mesmos

aspectos e assim, realmente constituir um instrumento no processo de

transformação.

Ela devem buscar novas estratégias de trabalho, novas formas de ensinar,

novas alternativas pedagógicas partindo sempre do concreto: hábitos da

comunidade, suas experiências de trabalho, o saber que o educando já possui (o

aluno real e não o ideal) tornando-o capaz de ler, escrever, fazer cálculos, fazê-lo

repensar suas ações do dia-a-dia, realizar atividades práticas de pesquisas e

interpretação, criticar e expressar a realidade, aumentando assim suas chances de

luta para alcançar melhores condições de vida.

Ao contrário de uma escola desconectada, isolada da vida, onde são

fabricados saberes para ser reproduzidos por aqueles que ali passam, almejamos

uma escola onde a vida (com toda sua complexidade) se faça presente. Nossa

principal finalidade é possibilitar que o sujeito possa atuar com autonomia, criticidade

e alegria no contexto em que vive, vinculando o saber a uma prática social.

Concordamos com Morin (2001: 11) quando refere-se ao Ensino Educativo

que tem como missão transmitir mais que o mero saber, ou seja, "transmitir uma

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cultura que permita compreender nossa condição e nos ajude a viver, e que

favoreça, ao mesmo tempo, um modo de pensar aberto e livre".

Baseado na Deliberação 03/2006, do Conselho Estadual de Educação que

estabelece o Ensino Fundamental de nove anos no Sistema Estadual de Ensino do

Estado do Paraná, a escola deve ser entendida como o espaço de inserção cultural

e de desenvolvimento humano pleno. Sob um processo constante de reflexão crítica

de seu trabalho pedagógico e de co-responsabilidade coletiva, assumirá como

função precípua a transformação do conhecimento acumulado historicamente em

conteúdos de ensino assimiláveis. Tomará a aquisição do conhecimento como

mediação em toda a atividade de objetivação humana como prioridade. Enfocará os

instrumentos técnicos e os signos construídos historicamente, que fazem a

mediação dos seres humanos entre si e deles com o mundo.

8.2.7 Concepção de Alfabetização e Letramento

De acordo com a SEED (2010) o sistema de escrita e as convenções para

seu uso constituem uma tecnologia inventada e aperfeiçoada pela humanidade ao

longo de milênios: desde os desenhos e símbolos usados inicialmente até a

extraordinária descoberta de que, em vez de desenhar ou simbolizar aquilo de que

se fala, podiam ser representados os sons da fala por sinais gráficos, criando-se

assim o sistema alfabético; desde a escrita em tabletes de barro, em pedra, em

papiro, em pergaminho, até a também extraordinária invenção do papel; desde o uso

de estiletes e pincéis como instrumentos de escrita até a invenção do lápis, da

caneta. E convenções foram sendo criadas: convenções sobre o uso do sistema

alfabético, resultando no sistema ortográfico; a convenção de que as palavras

devem ser separadas, na escrita, por um pequeno espaço em branco; no mundo

ocidental, a convenção de que se escreve de cima para baixo e da esquerda para a

direita.

Assim, um dos passaportes para a entrada no mundo da escrita é a aquisição

de uma tecnologia – a aprendizagem de um processo de representação: codificação

de sons em letras ou grafemas e decodificação de letras ou grafemas em sons; a

aprendizagem do uso adequado de instrumentos e equipamentos: lápis, caneta,

borracha, régua...; a aprendizagem da manipulação de suportes ou espaços de

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escrita: papel sob diferentes formas e tamanhos, caderno, livro, jornal...; a

aprendizagem das convenções para o uso correto do suporte: a direção da escrita

de cima para baixo, da esquerda para a direita.

A essa aprendizagem do sistema alfabético e ortográfico de escrita e das

técnicas para seu uso é que se chama ALFABETIZAÇÃO.

O processo de descoberta do código escrito pela criança letrada é mediado

pelas significações que os diversos tipos de discursos têm para ela, ampliando seu

campo de leitura através da alfabetização. Antigamente, acreditava-se que a criança

era iniciada no mundo da leitura somente ao ser alfabetizada, pensamento este

ultrapassado pela concepção de letramento, que leva em conta toda a experiência

que a criança tem com leitura, antes mesmo de ser capaz de ler os signos escritos.

Atualmente, não se considera mais como alfabetizado quem apenas consegue ler e

escrever seu nome, mas quem sabe escrever um bilhete simples.

De acordo com a SEED (2010)Apenas com a aquisição da tecnologia da

escrita – um dos “passaportes” – não se tem entrada no mundo da escrita, um outro

“passaporte” é necessário: o desenvolvimento de competências para o uso da leitura

e da escrita nas práticas sociais que as envolvem. Ou seja, não basta apropriar-se

da tecnologia – saber ler e escrever apenas como um processo de codificação e

decodificação, como quando dizemos: esta criança já sabe ler, já sabe escrever; é

necessário também saber usar a tecnologia – apropriar-se das habilidades que

possibilitam ler e escrever de forma adequada e eficiente, nas diversas situações em

que precisamos ou queremos ler ou escrever: ler e escrever diferentes gêneros e

tipos de textos, em diferentes suportes, para diferentes objetivos, em interação com

diferentes interlocutores, para diferentes funções: para informar ou informar-se, para

interagir, para imergir no imaginário, no estético, para ampliar conhecimento, para

seduzir ou induzir, para divertir-se, para orientar-se, para apoio à memória, para

catarse.

Processo de aprendizado do uso da tecnologia da língua escrita. Isto é, a

criança pode utilizar recursos da língua escrita em momentos de fala, mesmo antes

de ser alfabetizada. Esse aprendido se dá a partir da convivência dos indivíduos

(crianças/adultos, crianças/crianças), com materiais escritos disponíveis - livros,

revistas, cartazes, rótulos de embalagens, entre outros -, e com as práticas de leitura

e de escrita da sociedade em que se inscrevem. Esse processo acontece pela

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mediação de uma pessoa mais experiente através dos bens materiais e simbólicos

criados em sociedade.

O nível do letramento é determinado pela variedade de gêneros de textos

escritos que a criança ou adulto reconhece. A criança que vive em um ambiente em

que se lêem livros, jornais, revistas, bulas de remédios, enfim, e qualquer outro tipo

de literatura (ou, em que se conversa sobre o que se leu, ou mesmo, em que uns

lêem para os outros em voz alta, lêem para a criança enriquecendo com gestos e

ilustrações), o nível de letramento será superior ao de uma criança cujos pais não

são alfabetizados e não teve o privilégio de conviver com pessoas que pudessem

favorecer este contato com o mundo letrado.

A esse desenvolvimento de competências para o uso da tecnologia da escrita

é que se chama LETRAMENTO.

Portanto, letramento decorre das práticas sociais que leituras e escritas

exigem nos diferentes contextos que envolvem a compreensão e expressão lógica e

verbal. É a função social da escrita. Enquanto que a alfabetização se refere ao

desenvolvimento de habilidades da leitura e escrita.

8.2.8 Concepção de infância

No decorrer do processo histórico, o conceito infância foi considerado de

formas diferenciadas pela humanidade. Elaborar definições e refletir sobre o que se

entende por infância nos dias atuais requer um olhar atento e retrospectivo às

significações sociais atribuídas a tal conceito. Implica também a sensibilidade às

diferentes maneiras de ser criança na sociedade, marcada por distintas classes e

conseqüentes condições políticas, econômicas e culturais – que acabam por

determinar papéis e funções sociais a seus membros constituintes.

Tentativas de conceituação da infância dar-se-iam no sentido de defini-la

como a primeira etapa do desenvolvimento humano; como uma fase de imaginação

e de fantasia; como um estágio de descobertas e conflitos marcado pela formação

da personalidade; como um estado de ser pequenino (a), de ser frágil e alegre;

como uma etapa de construção de valores para toda a vida...Contudo, tais

definições parecem não abranger os diversos sentidos da infância, do ser criança,

do ser pequenino(a) na sociedade.

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Nos tempos atuais, surge uma nova concepção de criança, totalmente

diferente da visão tradicional. Se por séculos a criança era vista como um ser sem

importância, quase invisível, hoje ela é considerada em todas as suas

especificidades, com identidade pessoal e histórica.

Essas mudanças originaram-se de novas exigências sociais e econômicas,

conferindo à criança um papel de investimento futuro, esta passou a ser valorizada,

portanto o seu atendimento teve que acompanhar os rumos da história. Sendo

assim, a Educação Infantil de uma perspectiva assistencialista transforma-se em

uma proposta pedagógica aliada ao cuidar, procurando atender a criança de forma

integral, onde suas especificidades (psicológica, emocional, cognitiva, física, etc.)

devem ser respeitadas.

A concepção de infância dos dias atuais é bem diferente de alguns séculos

atrás. É importante salientar que a visão que se tem da criança é algo

historicamente construído, por isso é que se pôde perceber os grandes contrastes

em relação ao sentimento de infância no decorrer dos tempos. O que hoje pode

parecer uma aberração, como a indiferença destinada à criança pequena, há

séculos atrás era algo absolutamente normal. Por maior estranheza que se cause, a

humanidade nem sempre viu a criança como um ser em particular, e por muito

tempo a tratou como um adulto em miniatura.

De um ser sem importância, quase imperceptível, a criança num processo

secular ocupa um maior destaque na sociedade, e a humanidade lhe lança um novo

olhar. Segundo Áries, “o sentimento de infância não significa o mesmo que afeição

pelas crianças, corresponde à consciência da particularidade infantil, essa

particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto, mesmo jovem”.

(Áries, 1978 : 99).

Nessa perspectiva o sentimento de infância é algo que caracteriza a criança,

a sua essência enquanto ser, o seu modo de agir e pensar, que se diferencia da do

adulto, e, portanto merece um olhar mais específico.

Mas nem sempre foi assim. As mudanças no conceito de infância iniciaram-se

a partir do século XVII.Entre os moralistas e os educadores, formou-se o sentimento

de infância que viria inspirar toda a educação do século XX (Áries, 1978). Daí vem a

explicação dos tipos de atendimento destinados às crianças, de caráter repressor e

compensatório.

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De um lado a criança é vista como um ser inocente que precisa de cuidados,

do outro como um ser fruto do pecado. Segundo Kramer, “nesse momento, o

sentimento de infância corresponde a duas atitudes contraditórias: uma considera a

criança ingênua, inocente e graciosa e é traduzida pela paparicação dos adultos, e a

outra surge simultaneamente à primeira, mas se contrapõe à ela, tornando a criança

um ser imperfeito e incompleto, que necessita da “moralização” e da educação feita

pelo adulto” (Kramer, 2003:18 ).

As grandes transformações sociais ocorridas no século XVII contribuíram

decisivamente para a construção de um sentimento de infância. As mais importantes

foram as reformas religiosas católicas e protestantes, que trouxeram um novo olhar

sobre a criança e sua aprendizagem. Outro aspecto importante é a afetividade, que

ganhou mais importância no seio na família.

Essa afetividade era demonstrada, principalmente, por meio da valorização

que a educação passou a ter. A aprendizagem das crianças, que antes se dava na

convivência das crianças com os adultos em suas tarefas cotidianas, passou a dar-

se na escola. O trabalho com fins educativos foi substituído pela escola, que passou

a ser responsável pelo processo deformação. As crianças foram então separadas

dos adultos e mantidas em escolas até estarem “prontas” para a vida em sociedade.

(Ariès, 1978 ).

Baseado nos estudos realizados por Souza (2009), ainda nos séculos XVII e

XVIII, nomes significativos do pensamento pedagógico, como Comenius (1592-

1670), Rousseau (1712-1778), Pestalozzi (1746-1827) e Froebel (1782-1852)

surgem com uma nova idéia ou "sentimento de infância" que visa auxiliar este grupo

etário a conquistar um lugar enquanto categoria social.

A principal inovação curricular introduzida na educação pré-escolar é o estudo da natureza, ciência considerada particularmente interessante para as crianças, que assume, com o método intuitivo, a posição de conteúdo escolar central pelo fato de possibilitar o conhecimento da forma, da força e do movimento. (VALDEMARIN, 1998, p.71 apud SOUZA, 2004, p.174)

A educação pré-escolar na modernidade tem suas raízes no pensamento

desses estudiosos, porém cabe ressaltar que as instituições pré-escolares são

resultado das mudanças relacionadas a urbanização e a industrialização, visto que a

organização social precisa acompanhar transformação gradual e progressiva.

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As idéias de Comenius, precursor de Rousseau e Froebel, nos remetem a

relação estabelecida entre natureza e a criança a partir de sua obra Didactica

Magna: Esta maneira de instruir e educar a juventude pode comparar-se também ao cultivo dos jardins. Com efeito, as criancinhas de seis anos, bem-exercitadas pelos cuidados dos pais e das amas, parecem semelhante às arvorezinhas que foram plantadas, enraizaram bem e começaram a lançar pequeninos ramos (COMENIUS, 1957, p. 413 apud SOUZA, 2004)

Rousseau (1721-1778) complementa Comenius, pois além do destaque que

ele dá a infância, ele sugere uma educação voltada aos sentidos, a liberdade e a

naturalidade da criança quando em contato com a natureza, além de “exigir que a

educação se orientasse para a criança e não para o conteúdo”. Na seqüência,

observamos Pestalozzi (1746-1827), o qual valoriza a primazia da percepção

sensorial para a busca do conhecimento e a observação como recurso para alcançar

a intuição. (KISHIMOTO, 1988, p. 10)

Tanto para a escola primária, como para a educação infantil, era patente a presença da adoção do método intuitivo, e o programa para a educação infantil voltava-se para “lições de cousas”, “canto”, “recitação”, “desenho”, entre outros conteúdos (...) (SOUZA, 2004, p.171)

Hoje, a criança é vista como um sujeito de direitos, situado historicamente e

que precisa ter as suas necessidades físicas, cognitivas, psicológicas, emocionais e

sociais supridas, caracterizando um atendimento integral e integrado da criança. Ela

deve ter todas as suas dimensões respeitadas. Segundo Zabalza ao citar Fraboni, a

etapa histórica que estamos vivendo, fortemente marcada pela “transformação”

tecnológico-científica e pela mudança ético-social, cumpre todos os requisitos para

tornar efetiva a conquista do salto na educação da criança, legitimando-a finalmente

como figura social, como sujeito de direitos enquanto sujeito social” (1998:68).

Assim, a concepção da criança como um ser particular, com características

bem diferentes das dos adultos, e contemporaneamente como portador de direitos

enquanto cidadão, é que vai gerar as maiores mudanças na Educação Infantil,

tornando o atendimento às crianças de 0 a 5 anos ainda mais específico, exigindo

do educador uma postura consciente de como deve ser realizado o trabalho com as

crianças pequenas, quais as suas necessidades enquanto criança e enquanto

cidadão.

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A educação voltada para criança pequena só ganhou notoriedade quando

esta passou a ser valorizada pela sociedade, se não houvesse uma mudança de

postura em relação à visão que se tinha de criança, a Educação Infantil não teria

mudado a sua forma de conduzir o trabalho docente, e não teria surgido um novo

perfil de educador para essa etapa de ensino. Não seria cobrado dele especificidade

no seu campo de atuação, e a criança permaneceria com um atendimento voltado

apenas para questões físicas, tendo suas outras dimensões, como a cognitiva, a

emocional e a social despercebidas.

Entretanto, de acordo com Corrêa (2006), como definir infância de maneira

unívoca ao se perceber diferentes maneiras de ser criança e de se viver a infância?

De que modo estabelecer um conceito que abarque não só um modo de ser e ver o

universo infantil? E de que forma defini-la como alegre e colorida se muitas crianças

não vivem em um espaço tão alegre e colorido como outras? Com quais estratégias

poder-se-ia conceituar infância sem excluir o grupo de crianças que já trabalha para

ajudar no sustento de suas famílias ou aquelas que não freqüentam o espaço

escolar? E como pensar a infância sem considerar as diferentes e, muitas vezes,

injustas condições de vida em que sobrevivem nossas crianças – em contraposição

a outras que têm oportunidades privilegiadas e diferenciadas destas?

Frente a essas questões, concernentes ao ato de conceituar a infância,

poder-se-ia simplesmente falar da infância como um período de crescimento, de

construção individual e social em que há o reconhecimento do eu como sujeito

dentre as instituições (família, escola, comunidade) a que se pertence; como uma

fase marcada pela conquista de saberes a partir da exploração do meio e das

experiências individuais e em grupo vivenciadas. A infância ainda poderia ser vista

como uma fase singular, fidedigna de cuidados e carinho, como um estágio de

curiosidade, de alegria, de surpresas, de descobrires e de ingenuidade.(Corrêa,

2006)

Faz-se necessário buscarmos possíveis resoluções dos problemas sociais e

educacionais, que a partir de um trabalho conjunto e reflexivo, mobilize professores,

pais, autoridades e, de forma geral, toda a sociedade. No entanto, buscar entender

as significações sobre o que se entende por infância na sociedade não pode ser

tarefa desconexa do olhar atento às condições de escolarização que estão sendo

oferecidas às crianças.

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8.2.9 Concepção de Adolescência

De acordo com ARIES (apud SALLES, 1998), até o Renascimento, a

adolescência não era distinguida como uma etapa do desenvolvimento do ser

humano. Só no século XIX e no início do século XX, com a distinção entre a criança

e o adulto, a adolescência começou a ser percebida como período à parte no

desenvolvimento humano.

SALLES (1998) enfatiza que a adolescência, hoje, tem características

específicas, de acordo com o nível socioeconômico em que o jovem está inserido e

isto acaba determinando formas diferentes de ser adolescente. O contexto social

define o modo de ser adolescente, assim como sua conduta, aspirações e

responsabilidades.

“As pesquisas, teorias e idéias veiculadas pelos meios de comunicação

impõem um estilo de vida, um modo de vestir e calçar que se generaliza por toda a

sociedade e contribui para criar a ótica pela qual a sociedade vê, compreende e se

relaciona com o adolescente,acabando, provavelmente, por influenciar a forma como

é elaborada a representação social da adolescência e do adolescente” (SALLES,

1998, p.43).

Segundo a autora, a primeira idéia que se tem de um adolescente,

geralmente, é associada a pessoas de determinada faixa etária, uniformizadas, no

uso característico de jeans, tênis, walkman e rádios, que adoram aventuras,

namorar, dançar e ouvir música, freqüentadores de Shopping Center e em busca de

independência.

De acordo com CALLIGARIS (2000), a adolescência é uma das formações

culturais mais poderosas de nossa época. Dentre as características que melhor

definem a adolescência, cita as seguintes:

1- Adolescência como moratória (tempo de suspensão entre a chegada à

maturação do seu corpo e a autorização para ser adulto).

2- Adolescência como reação e rebeldia (percepção da contradição entre o

ideal de autonomia e a continuação de sua dependência, imposta pela moratória).

3- Adolescência idealizada (a cultura idealiza a adolescência como se fosse

um tempo feliz e o adolescente se sente na obrigação de sê-lo).

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Há muitas tentativas de se definir adolescência, embora nem todas as

sociedades possuam esse conceito. Cada cultura possui um conceito de

adolescência, baseando-se sempre nas diferentes idades para definir esse período.

No Brasil o Estatuto da Criança e do Adolescente define essa fase como

característica dos 13 aos 18 anos de idade, e segundo a Organização Mundial da

Saúde, a adolescência é um período da vida, que começa aos 10 e vai até os 19

anos, onde acontecem diversas mudanças físicas, psicológicas e comportamentais.

Adolescência, uma etapa maravilhosa da vida, que muitos insistem em chamar de

“aborrescência”.

A adolescência corresponde ao período em que o ser humano sofre

mudanças orgânicas, cognitivas, sociais e afetivas. As mudanças sofridas pelo

adolescente têm consequências ao nível do seu relacionamento interpessoal,

familiar, escolar e social. A concepção de adolescência apresentada por Martins

apud Seligman (2011) diz que “ a adolescência surge como um período de grandes

mudanças físicas que alteram a sua imagem corporal e intelectual começando a

possibilitar a formação do conhecimento de si próprio e a prepará-lo para tomar

decisões. Porém, esse período de desenvolvimento é bastante complexo porque

passa por um confronto de forças interiores e exteriores que afetam o auto

conhecimento, tais como o contexto socioeconômico e cultural e a importância da

família e dos seus pares que influenciam as expectativas dos jovens em relação ao

futuro”.

É, também, durante esse período que o adolescente realiza um percurso,

muitas vezes difícil, em que procura a sua identidade. Durante esse percurso o

jovem encontra-se em busca de uma uniformidade capaz de lhe proporcionar

segurança e autoestima. Razão pela qual a companhia dos pais é, nessa fase,

preterida relativamente à companhia dos amigos assim como é, igualmente, durante

esse período que parece ocorrer a identificação com o espírito de grupo.

Especialmente quando o adolescente busca uma maior autonomia em relação

aos pais na adolescência, os grupos de pares emergem como fontes importantes de

identificação e referência comportamental dos adolescentes. (Maffesoli, 2000).

Segundo Martins (2011), as duas grandes tendências para definir a

adolescência oscilam entre aqueles que defendem que a adolescência é um

processo de natureza individual (baseiam a sua teoria colocando em evidência os

aspectos biológicos e psicológicos) e os que defendem que se trata de um período

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identificado e reconhecido culturalmente (colocam a ênfase nos aspectos

sociológicos, antropológicos e ideológicos). Nunes de Souza (1997) considera que o

período da adolescência se caracteriza por ser um período difícil para os

adolescentes não apenas pelas transformações físicas a que estão sujeitos nesta

fase da vida, como também considera que este período constitui um período de crise

para toda a família. Durante este processo o adolescente sente necessidade de

contestar os valores que lhe foram incutidos pela família numa tentativa de se

afirmar enquanto indivíduo com existência e características próprias. Esta fase

caracteriza-se, igualmente, por o autoritarismo dos pais ter muitas vezes de ser

substituído por uma atitude de negociação com os filhos relativamente às tomadas

de decisão. Quanto maior for o grau de afetividade existente entre a criança e a

figura de autoridade maior será o nível de aceitação das regras impostas, no

entanto, no período da adolescência o jovem tende a rejeitar o que lhe foi

anteriormente incutido. O jovem que teve a oportunidade de ter uma referência de

autoridade positiva na infância tem mais facilidade em integrar-se socialmente, ou

seja, em acatar as regras necessárias para viver em sociedade.

Essa é a concepção de adolescência que corroboramos uma vez que

consideramos ser um processo que extrapola o indivíduo e que envolve a família, a

escola, as instituições e os grupos de pares.

Um outro processo que tende a desenvolver-se na adolescência é o

desenvolvimento moral acompanhado pela aquisição de valores e ideais de justiça,

liberdade ou equidade. Kolhberg apud Martins (2011) diz-nos que o período da

adolescência corresponde a uma etapa de construção de valores sociais e de

manifestações de interesse, por parte do adolescente, por problemas éticos e

ideológicos. O jovem adolescente aspira à existência de um mundo perfeito

relativamente aos valores morais é altruísta, o que não raras vezes origina revoltas

por descobrir que a sociedade não se pauta pelos valores que defende.

De todas as reflexões e estudos sobre infância e adolescência, se alguma

coisa pode ser mais ou menos consensual é que, crescentemente, as crianças estão

mais sozinhas ou mais na convivência com seus pares da rua do que no seio de

suas famílias. O pai, a mãe, ou qualquer outra figura de ligação familiar está se

tornando cada vez mais rara no dia a dia da criança e do adolescente.

Embora dentro de sua casa, mas distante do convívio doméstico e familiar, o

adolescente ou a criança está solitariamente assistindo à tevê, na internet ou está

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fora de casa, em bandos perambulando pelas ruas, nos shoppings, nos lugares de

lazer.

Por outro lado, parece razoável atenuar o peso atribuído à hegemonia da

televisão, tendo em mente a redução das oportunidades de convivência e

brincadeiras ao ar livre. Isso porque os espaços livres das ruas, antes utilizados

pelas crianças e adolescentes para brincadeiras, já não estão mais disponíveis,

estão intensamente habitados por carros, prédios, marginais, ladrões. A rua perdeu

seu lugar de expressão coletiva dos jogos e das brincadeiras.

“A ótica pela qual a sociedade vê, compreende e se relaciona com o adolescente é muitas vezes fruto das idéias disseminadas pelos meios de comunicação, pelas pesquisas e teorias que abordam essa faixa etária. Difundidas socialmente, tais idéias contribuem para criar a forma como é elaborada a representação social da adolescência” (SALLES, 1998, p. 15).

Percebe-se, infelizmente, que os adolescentes estão cada vez mais solitários

e à mercê de seus pares da rua, da escola e do apelo cultural para que se tornem,

rapidamente, adultos esbeltos, ricos, formosos, na moda e plenamente

sexualizados.

De acordo com Sudbrack (2005) as vivências escolares do adolescente são

valiosas no seu processo de socialização e de desenvolvimento. Cabe lembrar que

os professores representam modelos de autoridade alternativos aos da família e o

processo de transformação vivido pelo adolescente na sua relação com as figuras

parentais estará sendo transferido, ou ampliado para suas relações com os

educadores. Estes passam a exercer uma influência muito importante enquanto

modelos alternativos de identificação, permitindo que o jovem reconstrua suas

próprias referências e relações com as figuras de autoridade. Aos educadores cabe,

pois, além das tarefas pedagógicas em si, a função de oferecer a continência de que

o jovem necessita neste seu momento de incertezas, angústias, instabilidade e

necessidade de afirmação. Na medida em que os professores representam um

prolongamento de suas relações com a autoridade, a postura do jovem face aos

mesmos tenderá a ser, igualmente, permeada de conflitos e ambivalências. Se, por

um lado, estão buscando segurança e proteção, precisam também confrontá-los,

questioná-los. Por essa razão, a possibilidade de exercitar sua postura crítica aos

modelos de autoridade e de receber o retorno dos mesmos numa relação sincera e

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de respeito constitui ingrediente fundamental para a formação de uma postura crítica

madura.

A escola precisa oportunizar contextos de expressão para que o jovem possa

elaborar este turbilhão de energia e também de angústias que afloram em seu ser.

Nesse sentido, são fundamentais atividades artísticas e de expressão de todo o

gênero: literárias, cênicas, musicais, esportivas, entre outras. Um recurso precioso,

são oficinas de discussão sobre os temas de interesse da idade através das quais o

jovem possa exercitar a habilidade de expressão verbal de seus sentimentos e de

seus posicionamentos críticos, devendo sempre ser estimulado a construir

propostas, num processo participativo e coletivo de resolução dos problemas ou

situações colocadas. A sala de aula constitui um excelente fórum para exercício de

cidadania no qual as habilidades e valores relativos à vida comunitária podem ser

exercitados (Sudbrack,2005).

Acreditamos que seja importante compartilhar da visão de Prata (2002),

fazendo a transposição para o contexto escolar. O autor nos alerta para o fato de

que a desordem pode produzir novas formas. No caos pode-se produzir ordem, e

desorganização nem sempre é sinônimo de desperdício de energia: a ordem e a

desordem são indissociáveis. Nesse contexto, a grandeza do grau de

desorganização da energia de um sistema nem sempre precisa ser relacionada à

degradação e ao desperdício, pode ser fonte do novo. Há que se manter vivo ao

menos um pouco de otimismo em relação à raça humana.

8.2.10 Concepção de Cultura

Entendemos como conjunto de atividades e modos de agir, costumes e

instruções de um povo. É o meio pelo qual o homem se adapta às condições de

existência transformando a realidade. Cultura é um processos em permanente

evolução, diverso e rico. É o desenvolvimento de um grupo social, uma nação, uma

comunidade; fruto do esforço coletivo pelo aprimoramento de valores espirituais e

materiais; é uma espécie de educação do berço que na esfera social confere brilho à

educação, mantém e completa a instrução escolar. É a cultura que traz à luz os

valores adquiridos com a tradição (aceitação consciente de uma cultura) ou hábito

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(aquisição inconsciente, quase mecânica). Surge-nos como uma herança, um

legado que se frutifica antes de passarmos para nossos filhos e alunos.

Hoje sabemos que a educação que então se dava em casa foi transferida

para a escola e, assim sendo, sem subestimar a responsabilidade prima dos pais na

educação dos filhos, a escola só pode ser o que deveria ser quando as tutelas hoje

disseminadas pelos ministérios da educação, da cultura e do audiovisual

trabalharem sob a mesma missão e objetivos a aprendizagem das crianças e dos

jovens.

A escola dever ser o habitat o mais abrangente possível do que somos (a

cultura) não para educar ou ensinar, mas para aprender e, neste contexto, nenhuma

área cultural deve ser escamoteada, desde a matemática e do português até a

música e ao teatro, à dança ou às artes plásticas.

A escola pode e deve promover práticas pedagógicas que favoreçam a

reflexão e a interação do estudante com as demais atividades humanas de natureza

cultural e artística.

8.2.11 Concepção de Conhecimento

O ser humano possui conhecimento adquirido através do senso comum, ou

seja, o conhecimento real, não científico, que é constituído no cotidiano, de forma

espontânea.

Ao logo do desenvolvimento, aprende-se a abstrair e generalizar

conhecimentos aprendidos espontaneamente, mas é bem mais difícil formalizá-los

ou explicá-los em palavras porque, diferentemente da experiência escolar, não são

conscientes, deliberados ou sistemáticos.

O processo de aquisição do conhecimento é ascendente, isto é, inicia-se de

modo inconsciente e até caótico, de acordo com uma experiência que não é

controlada, e encaminham-se para níveis mais abstratos, formais e conscientes já o

processo de aquisição do conhecimento sistemático escolar tem uma direção oposta

à do conhecimento espontâneo, é descendente, de níveis formais e abstratos para

aplicações particulares.

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Na prática, o conhecimento espontâneo auxilia dando significado ao

conhecimento escolar, o conhecimento escolar por sua vez, reorganiza o

conhecimento espontâneo e estimula o processo de sua abstração.

A contextualização, um dos princípios da organização curricular, facilita a

aplicação da experiência escolar para a compreensão, da experiência pessoal em

níveis mais sistemáticos e abstratos e o aproveitamento da experiência pessoal para

facilitar o processo de concreção dos conhecimentos abstratos que a escola

trabalha. Isto significada que a ponte entre teoria e prática, recomendado pela LDB

deve ser de mão dupla.

Cabe à Escola desenvolver o conhecimento espontâneo, encaminhando-o a

níveis mais abstratos, formais, conscientes e sistematizados, com a utilização das

competências cognitivas básicas: raciocínio abstrato, comparação, capacidade de

compreensão de situações novas que é a base para a solução de problemas,

construir conhecimentos, atitudes e valores que tornem o estudante solidário, crítico,

ético e participativo.

A contextualização é um recurso pedagógico para tornar a construção de

conhecimentos um processo permanente de formação de capacidades intelectuais

superiores. Para isso, é indispensável socializar o saber sistematizado,

historicamente acumulado, como patrimônio universal da humanidade, fazendo com

que esse saber seja criticamente apropriado pelos estudantes, que já trazem

consigo o saber popular, o saber da comunidade em que vivem e atuam. A

interligação e a apropriação desses saberes pelos estudantes e pela comunidade

local representam, certamente, um elemento decisivo para o processo de

democratização da própria sociedade.

8.2.12 Concepção de Ensino e Aprendizagem

O ensino, no mundo contemporâneo, em transformação acelerada imposta

pela nova geografia política do Planeta, globalização econômica e revolução

tecnológica, precisa formar cidadãos competentes e desenvolvidos para a

criatividade, autonomia e capacidade em solucionar problemas, e, como

aprendizagem de caráter geral, a capacidade de aprender é decisiva.

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Conscientes das Leis que direcionam a política educacional Brasileira e da

Proposta Curricular Escolar, é preciso e urgente o planejamento da proposta de

ação juntamente com todos os envolvidos no processo de ensino, para uma atuação

integrada tendo em vista a preparação básica do cidadão para sua prática social.

Para o desenvolvimento dos conteúdos é necessário estabelecer as

atividades, tendo em mente os princípios pedagógicos estruturadores do Currículo

(interdisciplinaridade e contextualização), e os valores éticos, estéticos e políticos

desenvolvidos na prática social e escolar, no dia-a-dia e através dos

relacionamentos.

À escola compete desenvolver os conhecimentos construídos na experiência

pessoal dos educandos, os chamados conceitos cotidianos ou espontâneos, por

meio de um ensino sistemático, elaborado em sala de aula, transformando-o em

conceitos científicos.

É preciso que o meio ambiente seja desafiador, exija e estimule o intelecto da

criança e do adolescente, caso contrário o processo de desenvolvimento poderá

atrasar ou mesmo não se completar impedindo que nossos educandos conquistem,

não apenas pelo seu próprio esforço, mas pela qualidade do ensino, estágios mais

elevados de raciocínio.

Entendemos como Aprendizagem o processo de mudança de comportamento

obtido através de experiências construídas por fatores emocionais, neurológicos,

relacionais e ambientais. Aprender é o resultado da interação entre estruturas

mentais e o meio ambiente. De acordo com a nova ênfase educacional, centrada na

aprendizagem, o professor é co-autor do processo de aprendizagem dos alunos.

Nesse enfoque centrado na aprendizagem, o conhecimento é construído e

reconstruído continuamente.

Quando a educação é construída pelo sujeito da aprendizagem prevalecem a

resignificação dos sujeitos, novas formas de comunicação e a construção de novas

habilidades. Nos bastidores da aprendizagem há um novo ambiente, remodelização

dos papéis dos atores e co-autores do processo, desarticulação de incertezas e

novas formas de interação mediadas pela orientação, condução e facilitação dos

caminhos a seguir.

A Educação como interatividade contempla tempos e espaços novos, diálogo,

problematização e produção própria dos educandos. O professor exerce a sua

habilidade de mediador das construções de aprendizagem. Mediar é intervir para

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promover mudanças. Como mediador, o docente passa a ser comunicador,

colaborador e exerce a criatividade do seu papel de co-autor do processo de

aprender dos alunos.

Na relação desse novo encontro pedagógico, professores e alunos interagem

usando a co-responsabilidade, a confiança, a dialogicidade fazendo a auto-avaliação

de suas funções. Isso é fundamental, pois nesse encontro, professor e alunos vão

construindo novos modos de se praticar a educação, onde os objetivos da

aprendizagem classificados em domínio cognitivo (ligados a conhecimentos,

informações ou capacidades intelectuais), domínio afetivo (relacionados a

sentimentos, emoções, gostos e atitudes), domínio psicomotor (que ressaltam o uso

e a coordenação dos músculos), resgatam a oportunidade do aluno em ser levado

em consideração, em desenvolver o conhecimento como cooperação, criatividade e

criticidade, fomentando assim a liberdade e a coragem para transformar, fazendo

com que nossos jovens sejam protagonistas da sua própria aprendizagem... “Porque

nós estamos na educação formando o sujeito capaz de ter história própria, e não

história copiada, reproduzida, na sombra dos outros, parasitária. Uma história que

permita ao sujeito participar da sociedade”.(Pedro Demo)

8.2.13 Concepção de Avaliação

A avaliação nos é concebida como instrumento de registro diário, voltado

exclusivamente para auxiliar o aluno a aprender, se desenvolver e se avaliar,

fazendo parte integrante das atitudes dentro e fora dos muros escolares.

Não aceitamos mais uma avaliação como mera contagem de acertos e erros

ou como utilização de resultados para classificar e selecionar (rotular) os alunos,

afastando da aprendizagem escolar justamente os que mais precisam dela.

A avaliação é um instrumento de aprendizagem e não de reprovação; a

avaliação serve de parâmetro tanto para observar o desempenho do aluno quanto

para acompanhar o processo pedagógico, onde o resultado obtido deve indicar o

ponto em que o conteúdo deve ser retomado e em que aspecto o processo

pedagógico deve ser reformulado.

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Centrada na formação humana, na mediação do saber historicamente

produzido e na construção da cidadania, propõe-se o desafio de avaliar de forma

crítica e transformadora: processual e evolutiva; formativa e emancipadora.

A escola é responsável pela verificação do rendimento do estudante,

mediante instrumentos previstos no Regimento Escolar e observadas as diretrizes

da Lei. Esse é um dos aspectos que constitui um permanente desafios para nós,

educadores.

De acordo com a legislação vigente, podem ser consideradas a avaliação

contínua e a cumulativa, em que prevalecem os aspectos qualitativos sobre os

quantitativos, bem como os resultados a longo do ano sobre os de provas ou

exames finais, quando adotados.

A avaliação constitui um elemento central na organização da prática

pedagógica, na medida em que favorece o processo de construção do

conhecimento. Por meio dos mecanismos de avaliação pode-se constatar,

compreender e intervir nos processos de construção do conhecimento. Processual,

reflexiva e cumulativa, a avaliação concorre, entre outros aspectos, para a definição

do tempo e das formas de promoção do estudante.

Baseado nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de

9 (nove) anos, a avaliação dos alunos, a ser realizada pelos professores e pela

escola como parte integrante da proposta curricular e da implementação do

currículo, deve ser redimensionadora da ação pedagógica e assumir um caráter

processual, formativo e participativo, ser contínua, cumulativa e diagnóstica, com

vistas a identificar potencialidades e dificuldades de aprendizagem e detectar

problemas de ensino; subsidiar decisões sobre a utilização de estratégias e

abordagens de acordo com as necessidades dos alunos, criar condições de intervir

de modo imediato e a mais longo prazo para sanar dificuldades e redirecionar o

trabalho docente; manter a família informada sobre o desempenho dos alunos;

reconhecer o direito do aluno e da família de discutir os resultados de avaliação,

inclusive em instâncias superiores à escola, revendo procedimentos sempre que as

reivindicações forem procedentes.

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8.2.14 Concepção de Currículo

Já se tem acentuado o quanto o currículo constitui, nos dias de hoje, tema de

importância crucial para professores, gestores, pesquisadores, estudantes, pais e

políticos. Nos sistemas educacionais e nas escolas, inúmeros têm sido os esforços

por elaborar propostas curriculares que venham a favorecer a construção de uma

escola de qualidade no país. Muitos desses esforços têm apresentado resultados

bastante positivos e têm propiciado o sucesso dos alunos em suas trajetórias

escolares, contribuindo para que se consolide a construção de qualidade na

educação básica.

Defendemos uma educação de qualidade que torne o sujeito capaz de se

mover de uma forma restrita de viver seu cotidiano, até uma participação ativa na

transformação de seu ambiente. Esse processo é facilitado por um processo

educativo que propicie ao aluno: um bom desempenho no mundo imediato, a

habilidade de criticar e transcender suas experiências culturais, a capacidade de

auto-reflexão, a compreensão da sociedade em que está inserido (e de seus

problemas), bem como o domínio de processos de aquisição de novos saberes e

conhecimentos.

Relevância, nesse enfoque, corresponde ao potencial que certos saberes e

certos procedimentos apresentam para capacitar as pessoas a reconhecer e a

aceitar seus papéis na mudança de seus ambientes e no crescimento da sociedade

mais ampla. Relevância sugere, então, conteúdos e atividades que contribuam para

formar pessoas autônomas, críticas e criativas, aptas a compreender como as coisas

são, porque são assim e como podem ser modificadas por ações humanas. Em

resumo, uma concepção renovada de qualidade incorpora a crença em uma escola

reformulada e ampliada, assim como em uma ordem social mais justa e menos

excludente (Avalos, 1992).

Na escola, o currículo – espaço em que se concretiza o processo educativo –

pode ser visto como o instrumento central para a promoção da qualidade na

educação. É por meio do currículo que as ações pedagógicas se desdobram nas

escolas e nas salas de aula. É por meio do currículo que se busca alcançar as

metas discutidas e definidas, coletivamente, para o trabalho pedagógico. O currículo

corresponde, então, ao verdadeiro coração da escola. Daí a necessidade de

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permanentes discussões sobre o currículo, que nos permitam avançar na

compreensão do processo curricular e das relações entre o conhecimento escolar, a

sociedade, a cultura, a auto-formação individual e o momento histórico em que

estamos situados.

Consideramos o conhecimento como a matéria-prima do currículo, o que nos

leva a entender o currículo como o conjunto de experiências pedagógicas

organizadas e oferecidas aos alunos pela escola e que, de acordo com a Resolução

nº 7, de 14 de Dezembro de 2010 (Ministério da Educação), se desdobram em torno

do conhecimento, permeadas pelas relações sociais, buscando articular vivências e

saberes dos alunos com os conhecimentos historicamente acumulados e

contribuindo para construir as identidades dos estudantes.

O foco nas experiências escolares significa que as orientações e as propostas

curriculares que provêm das diversas instâncias só terão concretude por meio das

ações educativas que envolvem os alunos. As experiências escolares abrangem

todos os aspectos do ambiente escolar:, aqueles que compõem a parte explícita do

currículo, bem como os que também contribuem, de forma implícita, para a aquisição

de conhecimentos socialmente relevantes. Valores, atitudes, sensibilidade e

orientações de conduta são veiculados não só pelos conhecimentos, mas por meio

de rotinas, rituais, normas de convívio social, festividades, pela distribuição do tempo

e organização do espaço educativo, pelos materiais utilizados na aprendizagem e

pelo recreio, enfim, pelas vivências proporcionadas pela escola.

Os conhecimentos escolares são aqueles que as diferentes instâncias que

produzem orientações sobre o currículo, as escolas e os professores selecionam e

transformam a fim de que possam ser ensinados e aprendidos, ao mesmo tempo em

que servem de elementos para a formação ética, estética e política do aluno.

O currículo do Ensino Fundamental tem uma base nacional comum (deve

abranger, obrigatoriamente, conforme o art. 26 da Lei nº 9.394/96, o estudo da

Língua Portuguesa e da Matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da

realidade social e política, especialmente a do Brasil, bem como o ensino da Arte, a

Educação Física e o Ensino Religioso: de matrícula facultativa ao aluno, é parte

integrante da formação básica do cidadão e constitui componente curricular dos

horários normais de aula, assegurado o respeito à diversidade cultural e religiosa do

Brasil e vedadas quaisquer formas de proselitismo, conforme o art. 33 da Lei nº

9.394/96.), complementada em cada estabelecimento escolar por uma parte

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diversificada. No Colégio Walfredo Silveira Corrêa a opção da parte diversificada

ficou assim estabelecida, após definida a última versão da Matriz Curricular com

implantação simultânea a partir do ano letivo de 2012: nos anos finais do Ensino

Fundamental (6º ao 9º ano) LEM Inglês; no Ensino Médio LEM Espanhol.

A história e as culturas indígena e afro-brasileira, presentes, obrigatoriamente,

nos conteúdos desenvolvidos no âmbito de todo o currículo escolar deste

Estabelecimento de Ensino e, em especial, no ensino de Arte, Literatura e História

do Brasil, assim como a História da África, deverão assegurar o conhecimento e o

reconhecimento desses povos para a constituição da nação (conforme art. 26-A da

Lei nº 9.394/96, alterado pela Lei nº 11.645/2008). Sua inclusão possibilita ampliar o

leque de referências culturais de toda a população escolar e contribui para a

mudança das suas concepções de mundo, transformando os conhecimentos

comuns veiculados pelo currículo e contribuindo para a construção de identidades

mais plurais e solidárias ( Baseado na Resolução nº 7 de 14 de Dezembro de 2010

do Ministério da Educação).

A Resolução nº 7/2010 prevê ainda que os componentes curriculares e as

áreas de conhecimento devem articular em seus conteúdos, a partir das

possibilidades abertas pelos seus referenciais, a abordagem de temas abrangentes

e contemporâneos que afetam a vida humana em escala global, regional e local,

bem como na esfera individual. Temas como saúde, prevenção ao uso indevido de

drogas; sexualidade e gênero, vida familiar e social, assim como os direitos das

crianças e adolescentes, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei

nº 8.069/90), preservação do meio ambiente, nos termos da política nacional de

educação ambiental (Lei nº 9.795/99), educação para o consumo, educação fiscal,

trabalho, ciência e tecnologia, e diversidade cultural devem permear o

desenvolvimento dos conteúdos da base nacional comum e da parte diversificada do

currículo. Outras leis específicas que complementam a Lei nº 9.394/96 determinam

que sejam ainda incluídos temas relativos à condição e aos direitos dos idosos (Lei

nº 10.741/2003) e à educação para o trânsito (Lei nº 9.503/97). A SEED determina

ainda que desenvolvamos trabalhos com: História do Paraná (Lei nº 13381/01);

Educação Tributária (Dec. nº 1143/99); música (Lei nº 11.769/2008); Direito das

Crianças e Adolescente ( Lei Federal nº 11525/07).

Temos que dar atenção especial a partir do ano de 2012 ao currículo do

Ensino Fundamental com 9 (nove) anos de duração, que exige a estruturação de um

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projeto educativo coerente, articulado e integrado, de acordo com os modos de ser e

de se desenvolver das crianças e adolescentes nos diferentes contextos sociais.

8.3 PSICOLOGIA HISTÓRICO CULTURAL DE VYGOTSKY E A PEDAGOGIA

HISTÓRICO-CRÍTICA DE SAVIANI SOB O OLHAR DE GASPARIN

A pedagogia Histórico-Crítica, proposta por Dermeval Saviani e por ele

chamada, inicialmente, de Revolucionária, sugere uma prática pedagógica que parta

da realidade social concreta, ou Prática Social Inicial, e leve os alunos a

compreenderem as diversas dimensões ou relações, que os conteúdos ensinados

têm com suas vidas, objetivando ações na comunidade, reforçando valores e

contribuindo para a cidadania.

“O método de ensino preconizado pela pedagogia histórico-crítica, considerado um meio de apropriação de conhecimento, inspira-se na concepção dialética da ciência e assume a forma de uma trajetória a ser percorrida, um caminho cujos momentos particulares são vistos como passos dinamizadores de um movimento único e orgânico, pois funda-se na realidade e mantém permanentemente o vínculo entre educação e sociedade, realçando a necessidade da educação ter um ponto de partida e um ponto de chegada.” (Wachowicz apud Scalcon, 2002, p.123)

Essa proposta pedagógica baseia-se na teoria dialética do conhecimento, ou

seja, no uso do método dialético prática-teoria-prática, a qual considera que o

conhecimento se origina do mundo material e não das idéias (Idealismo). Portanto,

através da ação humana na natureza, criando as bases materiais para sua

sustentação e desenvolvimento, é que o homem cria os conhecimentos e se

constitui como um ser histórico, transformando-se num ser com as características do

momento específico vivido.

“Sendo assim, o conhecimento se origina na prática social dos homens e nos processos de transformação da natureza por ele forjados (...). Agindo sobre a realidade os homens a modificam, mas numa relação dialética, esta prática produz efeitos sobre os homens, mudando tanto seu pensamento, como sua prática.” (Corazza apud Gasparin, 2005, p.04)

E, nessa incessante interação do homem com o meio e entre os outros

homens de sua convivência, através do trabalho, que este vai refletindo sobre suas

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ações e elaborando novos conhecimentos, que lhe permite novas transformações

sociais.

“Ao construírem um sistema explicativo da história e da sociedade, Marx e Engels elaboraram e estabeleceram os princípios epistemológicos que orientam sua análise. Ainda que de forma implícita seja possível perceber uma proposta para a produção do conhecimento. De acordo com a perspectiva dialética, sujeito e objeto de conhecimento se relacionam de modo recíproco (um depende do outro) e se constituem pelo processo histórico social. Podemos entender então que as idéias são decorrência da interação do homem com a natureza e o conhecimento é determinado pela matéria, pela realidade objetiva. O homem faz parte da natureza e a recria em suas idéias, a partir de sua interação com ela.” (Rego, 1995, p.98)

Para Corazza (Gasparin, 2005), o conhecimento origina-se na experiência, no

empírico, a síncrese; é abstraído, a análise; e finalmente transformado em um novo

conhecimento, a síntese. Dessa forma o conhecimento é assimilado e, portanto,

uma metodologia educacional de aprendizagem que queira ser realmente

transformadora deverá ser aquela que leva em conta estes fatores, como diz Saviani

(1991, p.83):

“(...) o movimento que vai da síncrese (“a visão caótica do todo”) à síntese (“uma rica totalidade de determinações e de relações numerosas”) pela mediação da análise (“as abstrações e determinações mais simples”) constitui uma orientação segura tanto para o processo de descoberta de novos conhecimentos (o método científico) como para o processo de transmissão-assimilação de conhecimentos (o método de ensino).”

Para que os ritmos de aprendizagem dos alunos sejam conhecidos e o

professor sinta-se seguro para dar seqüência à proposta, é fundamental que o

mesmo conheça os fundamentos básicos postos pela “Psicologia Histórico Cultural”

de Vygotsky, que complementa as idéias da “Pedagogia Histórico-Crítica” no que se

refere à aprendizagem.

Para essa psicologia o processo cognitivo do conhecimento também

aconteceria por meio do método dialético, quer seja, a prática-teoria-prática. A ação

do professor teria início a partir daquilo que os alunos conhecem sua experiência

social concreta ou “zona de desenvolvimento imediato”. Através da mediação do

professor e seu planejamento, o método, os alunos chegariam a um conhecimento

mais elaborado ou “zona de desenvolvimento atual”, permitindo-lhes mudar sua

maneira de ver o mundo e interferirem na sua prática social. É urgente colocar em

prática encaminhamentos didático-metodológicos que estejam articulados com as

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camadas populares, as quais continuam sendo excluídas da escola, conforme

comprovam algumas pesquisas.

Tais métodos, segundo Saviani (1991, p.79):

“(...) se situarão para além dos métodos tradicionais e novos, superando por incorporação as contribuições de uns e de outros. Portanto, serão métodos que estimularão a atividade e iniciativa dos alunos sem abrir mão, porém, da iniciativa do professor; favorecerão o diálogo dos alunos entre si e com o professor, mas sem deixar de valorizar o diálogo com a cultura acumulada historicamente; levarão em conta os interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem e os desenvolvimentos psicológicos, mas sem perder de vista a sistematização lógica dos conhecimentos (...)”.

É importante salientar, em relação às palavras de Saviani (1991), que essa

concepção não significa uma somatória de vários métodos, optando por um

ecletismo, visto que nas concepções tradicionais e novas prega-se a autonomia da

educação em relação à sociedade, que neste caso, é tratada como determinada

socialmente. Antes, porém, se trata de uma apropriação do que convém de técnicas

e instrumentos que obtiveram resultado positivo na prática docente, facilitando o

trabalho do professor e dos alunos, tidos aqui como agentes sociais e não em suas

individualidades. Assim entendendo, Saviani (1991) organiza seu método em cinco

passos ou etapas, reescrito por Gasparin (2005), como “uma didática possível para

a Pedagogia Histórico-Crítica”, cujo teor orienta a grande parte dos escritos que

seguem.

Tendo como base o livro de João Luiz Gasparin, será exposto os cinco

passos a se seguir no planejamento docente para se efetivar uma prática docente na

perspectiva histórico-crítica: “'Prática social inicial do conteúdo', 'problematização',

'instrumentalização', 'catarse' e 'Prática social final do conteúdo' – nos quais se

tentou explicitar o novo processo dialético da aprendizagem escolar” (GASPARIN,

2007, p.9). Tais passos serão brevemente explicitados a seguir.

8.3.1 Prática Social Inicial

A abordagem inicial de um assunto é o que se chama de Prática Social Inicial.

Diferente da Pedagogia Tradicional que é a simples apresentação do conteúdo a ser

estudado, nesse momento da aula se questiona o conhecimento prévio dos alunos a

respeito do tema a ser tratado. Dessa forma o conteúdo passa a ter sentido para

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cada um, na medida em que os alunos vão se dando conta dos momentos em que o

tema acontece na rotina do mundo vivido, através do noticiário, ou que faz parte do

cotidiano de cada um, no seu bairro, na sua cidade.

“A Prática Social Inicial é sempre uma contextualização do conteúdo. É um momento de conscientização do que ocorre na sociedade em relação aquele tópico a ser trabalhado, evidenciando que qualquer assunto a ser desenvolvido em sala já está presente na prática social, como parte constitutiva dela.” (Gasparin, 2005, p.24)

Esse conhecimento prévio que o professor passa a ter do que os alunos já

sabem é a “zona de desenvolvimento real” ou atual dos alunos, e evita uma série de

explicações repetitivas sobre determinado ponto do conteúdo já conhecido.

Proporciona ainda a contextualização do assunto e funciona também como um

diagnóstico que indica onde o professor precisa intervir, direcionando a condução do

processo até que surjam respostas para as questões postas inicialmente, pois como

afirma Vygostsky (apud Gasparin, 2005, p.17), “Em essência a escola nunca

começa no vazio. Toda a aprendizagem com que a criança se depara na escola

sempre tem uma pré-história. (...)”:

De acordo com Gasparin, a Prática Social Inicial vem a ser o ponto de partida

de todo o processo pedagógico. Nela, devem ser trazidos para a sala de aula todas

as vivências e experiência que o educando já tem sobre o conteúdo a ser

trabalhado. Isso se faz necessário para que conteúdo a ser trabalhado mostre, de

fato, vinculação com a realidade, sendo assim socialmente necessário. Na visão do

autor: “O primeiro passo do método caracteriza-se por uma preparação, uma

mobilização do aluno para a construção do conhecimento escolar. É uma primeira

leitura da realidade, um contato inicial com o tema a ser estudado.[...] Uma das

formas para motivar os alunos é conhecer sua prática social imediata a respeito do

conteúdo curricular proposto” (2007, p.15)

Cabe ao professor nesse momento, instigar os alunos para que os mesmos

possam “viver” este conteúdo, mostrando-lhes que o mesmo, de uma forma ou de

outra, está presente no seu cotidiano, tirando-lhes da tradicional posição de meros

receptores de um conteúdo já pronto.

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8.3.2 A problematização do conteúdo

Na Problematização, após ter sido feito o levantamento das questões,relativas

à prática social inicial, normalmente, fica evidenciado para os alunos que será

necessário dominar determinados conteúdos em profundidade para encontrar

respostas que solucionem os problemas apresentados. É o momento em que

“(...) começa a análise da prática e da teoria. Inicia-se o desmonte da realidade, mostrando ao aluno que ela é formada por múltiplos aspectos interligados. São evidenciadas também as diversas faces sob as quais pode ser visto o conteúdo, verificando sua pertinência e suas contradições (...)” (Gasparin, 2005, p.36)

Na continuidade, o professor formula novas questões envolvendo outros

aspectos da vida social, econômica, política, cultural, filosófica, histórica, antes não

mencionados na prática social inicial, demonstrando a relação do conteúdo com a

vida de cada um. É o desabrochar de uma consciência crítica, mas significativa, uma

vez que foram os próprios alunos que contribuíram para que fosse possível chegar

até este estágio.

Nesta etapa de problematização, de acordo com Gasparin, ocorre a

discussão de questões inerentes ao conteúdo proposto. É aqui inclusive, que ocorre

o ato de vislumbrar o conteúdo em diferentes dimensões sociais. Um conteúdo

problematizado deverá mostrar-se através de dimensões várias: conceitual,

histórica, social, política, estética, religiosa, etc. Nos termos do autor (2007, p. 35), “o

processo de busca, de investigação para solucionar as questões em estudo, é o

caminho que predispõe o espírito do educando para a aprendizagem significativa”.

Tal procedimento de problematização, faz-se como elo fundamental de

transição entre prática social inicial e teoria. É o momento de ligar aquela vivência do

conteúdo percebida no momento da prática social inicial ao conteúdo em sua teoria,

é quando se aproximam conhecimentos espontâneos dos conhecimentos científicos.

8.3.3 A instrumentalização

A Instrumentalização, segundo Saviani (1991), é a apropriação pelas

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camadas populares dos instrumentos necessários para superarem sua condição de

explorados na sociedade capitalista, quer sejam os conhecimentos culturais

acumulados pela humanidade. “É o caminho através do qual o conteúdo

sistematizado é posto à disposição dos alunos para que o assimilem e o recriem, e

ao incorporá-lo, transformem-no em instrumento de construção pessoal e

profissional.” (Gasparin, 2005, p.53)

Esse momento do método é especialmente importante, porque por meio da

mediação do professor, interferindo na zona de desenvolvimento proximal dos

alunos, auxiliando-os na análise dos conceitos cotidianos em relação aos científicos,

os conteúdos passam a ter significado para eles, motivando-os. É importante para o

êxito da proposta que o professor procure compreender, minimamente, como se dá

a formação cognitiva do conhecimento. Em outras palavras, como as crianças

aprendem, utilizando-se das contribuições da “Psicologia Histórico Cultural”

propostas pelo psicólogo russo Vygotsky e seus seguidores, a base psicológica que

fundamenta a “Pedagogia Histórico-Crítica”.

Instrumentalização não é senão o momento em que o educando vai se

apropriar de instrumentos culturais e científicos necessários para transformar,

melhorar, enfim, modificar aqueles conhecimentos espontâneos mostrados na

prática social inicial e “realiza-se nos atos docentes e discentes necessários para a

construção do conhecimento científico” GASPARIN (2007, p.51) Para isso, o

professor deve se colocar como mediador entre o aluno e o conhecimento científico

que muitas vezes estará nele próprio, professor.

Para explicar melhor esse processo, Gasparin (2007, p,52) faz referência a

Vasconcellos. Nos seus termos, “neste processo, parte-se do conhecimento que se

tem (sincrético) e aos poucos (pela mediação da análise) este conhecimento anterior

vai se ampliando, negando, superando, chegando a um conhecimento mais

complexo e abrangente (sintético = 'concreto')”.

Nessa etapa, o professor deve trabalhar o conteúdo de modo sistematizado,

buscando equacionar, conceitualmente, os problemas levantados na etapa anterior.

Isso só ocorrerá, havendo aprendizagem desses conteúdos pelos educandos. Na

obra de Gasparin (2007, p.80-1), o conceito de Zona de Desenvolvimento proximal é

usado para elucidar como se dá essa aprendizagem: “a zona de desenvolvimento

imediato – nome do segundo nível de desenvolvimento da criança – também se

refere a ações que a criança é capaz de realizar não sozinha, mas com ajuda de

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outra pessoa.[...] Dessa maneira, o nível de desenvolvimento de uma criança resulta

daquilo que ela consegue realizar sozinha e daquilo que ela desempenha com a

ajuda dos outros.”

Somente entendendo em cada um de seus alunos esses níveis, o professor

será capaz de otimizar o seu processo de ensino.

8.3.4 A catarse

Na Catarse os alunos são estimulados a demonstrar, teoricamente, por meio

da avaliação da aprendizagem se conseguiram encontrar algumas respostas para os

problemas sociais levantados pelo grupo. É o momento de uma síntese. Inicialmente

os alunos vêem sua realidade de forma sincrética e dispersa, considerando-a

natural. Espera-se que, após a passagem pelas etapas do processo pedagógico e

ao chegar à catarse, adquiram uma visão histórica desta realidade, construída pelos

homens em determinado tempo e lugar, segundo suas necessidades. Que saibam

generalizar o todo aprendido para poderem atuar nesta tarefa de transformação de

seu meio.

“Na catarse o educando é capaz de se situar e entender as questões sociais postas no início e trabalhadas nas demais fases (...). Percebe, então, que não aprendeu apenas um conteúdo, mas algo que tem significado e utilidade para a sua vida, algo que lhe exige o compromisso de atuar na transformação social.” (Gasparin, 2005, p.130)

A catarse é o momento em que ocorre a síntese mental por parte do

educando dos conteúdos trabalhados. Essa síntese é expressa quando o educando

compreende e disserta sobre aquele conteúdo, mostrando que o mesmo foi

assimilado e auxiliou na transformação de seus conceitos prévios Nas palavras de

Gasparin (2007, p.130), neste momento, o aluno “traduz oralmente ou por escrito a

compreensão que teve de todo o processo de trabalho. Expressa a sua nova

maneira de ver o conteúdo e prática social. É capaz de entendê-los em um novo

patamar, mais elevado, mais consistente e mais bem estruturado. Compreende, da

mesma forma, com mais clareza, tanto a Problematização quanto a

Instrumentalização”.

Ao professor cabe, nesse momento, criar mecanismos avaliativos para

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perceber se, de fato, essa síntese mental ocorreu e como ocorreu, para, com isso,

propiciar a realização do último passo – prática social final.

8.3.5 A Prática Social Final

A Prática Social Final e a prática social inicial são as mesmas, pois partem da

análise de uma mesma realidade. Nessa etapa, se a proposta foi conduzida

adequadamente, estas adquirem novas características, pois os agentes sociais,

professor e alunos, alteraram-se qualitativamente e não vêem esta realidade como a

viam anteriormente.

Como os alunos já atingiram uma visão sintética do todo no momento

catártico, que para Saviani (1991) é o ponto culminante do processo educativo, na

prática social final eles se encontram em condições de análise semelhantes às do

professor.

“Desenvolver ações reais e efetivas não significa somente realizar atividades que envolvam um fazer predominantemente material, como plantar uma árvore, fechar uma torneira, assistir a um filme, etc. Uma ação concreta, a partir do momento em que o educando atingiu o nível do concreto pensado, é também todo o processo mental que possibilita análise e compreensão mais amplas e críticas da realidade, determinando uma nova maneira de pensar, de entender e julgar os fatos, as idéias. É uma nova ação mental.” (Gasparin, 2005, p.144)

Assim descrito, o processo ensino-aprendizagem torna-se significativo para

ambos, na medida em que possibilita ao professor e aos alunos construírem e

reconstruírem os conhecimentos continuamente.

Prática social final é o momento em que o aluno demonstra através de ações

ou intenções que aquele conteúdo vivido, problematizado, teorizado e sintetizado

mentalmente, agora é capaz de transformar a sua existência. Novamente, Gasparin

(2007, p.146) vai explicar que:

“desenvolver ações reais e efetivas não significa somente realizar atividades que envolvam um fazer predominantemente material, como plantar uma árvore, fechar uma torneira, assistir a um filme etc. Uma ação concreta, a partir do momento em que o educando atingiu o nível do concreto pensado, é também todo o processo mental que possibilita análise e compreensão

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mais amplas e críticas da realidade, determinando uma nova maneira de pensar, de entender e julgar os fatos, as idéias. É uma nova ação mental.”

De nada serve portanto, uma proposta Histórico-crítica sem esse momento de

“chegada”, no qual o educando, através de sua transformação individual auxilia na

transformação de sua realidade social.

8.4 O MATERIALISMO HISTÓRICO DIALÉTICO

Para compreender o que é Educação e o contexto atual é necessário buscar

uma visão crítica de todo seu processo histórico. Consideramos ser o materialismo

histórico dialético um dos instrumentos teóricos que pode nos possibilitar essa visão

a partir da análise das interferências do contexto sócio-econômico-político no qual

ela esteve e está inserida, das relações entre a educação e as estruturas sociais,

das exigências colocadas pela sociedade, das finalidades da educação nos

diferentes momentos históricos e, conseqüentemente, o papel e o modelo de

educação que se criou; da posição que ocupou e ocupa nas prioridades

governamentais, dos movimentos e lutas para garantir a democracia e as limitações

enfrentadas. Para tanto, precisa-se necessariamente compreender como seria

leitura da história a educação a partir deste referencias teórico.

Para que possamos fazer uma leitura crítica da história da educação há

necessariamente que resgatar a idéia de Marx (1978), pois, não se pode pensar no

indivíduo e sociedade separadamente das condições materiais em que estas se

apóiam, ou seja, as condições materiais condicionam as demais relações sociais, a

produção é a base, a raiz que condiciona toda a sociedade. Sendo assim só é

possível entender cultura, educação e política à partir do estudo das relações

básicas de produção, ou seja, na produção social da própria vida o homem

estabelece relações determinadas, necessárias e involuntárias, que formam base da

estrutura econômica da sociedade sobre a qual se constrói uma superestrutura

política e jurídica, pois como afirma Saviani (1999, p.98): “Toda prática educativa

contém inevitavelmente uma prática política”. Pode-se dizer que, educar significa

estabelecer uma posição política.

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GADOTTI (1988, p. 74) considerando as idéias de Gramsci conceitua: A

educação é um processo contraditório (unidade e oposição) uma totalidade de ação

e reflexão:eliminado a autoridade caímos no espontaneísmo libertário onde não se

dá educação; eliminado a liberdade, caímos no autoritarismo, onde também há

domesticação ou puro adestramento. O ato educativo realiza-se nessa tensão

dialética entre a liberdade e necessidade.

Entende-se a dialética como uma possibilidade de compreender da realidade,

o que significa pensar a história, como uma construção social, contraditória e em

permanente transformação e conflitos, superando a visão do senso-comum, ou seja,

a compreensão da realidade estática. Saviani (1991), ao apontar a necessidade de o

educador brasileiro passar do senso comum para a consciência filosófica na

compreensão de sua prática educativa, aponta o método materialista histórico

dialético como instrumento desta prática e explica, para isto, a superação da etapa

de senso comum educacional (conhecimento da realidade empírica da educação),

por meio da reflexão teórica (movimento do pensamento, abstrações), para a etapa

da consciência filosófica (realidade concreta da educação, concreta pensada,

realidade educacional plenamente compreendida).

Considerando que a história da humanidade se constitui através do trabalho,

e que este se centra nas relações sociais de produção material da realidade,

entende-se como afirma Saviani, (1991, p.24) que a educação ou: “o trabalho

educativo é o ato de produzir,em cada indivíduo singular, a humanidade que é

produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens”.

Levando em conta as idéias de Gramsci, pode-se dizer que a dialética é uma

oposição ao formal, à lógica formal clássica: a realidade não é formal, linear, é

contraditória. O modo de pensar dialético não permite uma visão fechada, unilateral.

Esta permite uma visão da totalidade, do conjunto. Não se pode analisar um

problema isolado, individual; tem que se estabelecer uma relação, observando as

causas e as conseqüências. A dialética não está separada dos problemas históricos

e econômicos; economia, política, história formam um conjunto complexo que

precisa ser compreendido à luz da dialética, esta é um modo de pensar diferente,

uma crítica ao formal. Na perspectiva dialética, a história é entendida como um

movimento dinâmico da ação do homem em sua realidade, envolvidos pelas

mudanças de estrutura política (transformadas ou superadas) segundo sua tomada

de consciência como sujeito no contexto social, ou seja, a história é um caminho

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tecido a muitas mãos, revela contradições, mediações, interferências e recorrências

críticas do homem primando pela transformação de seu espaço, de sua realidade,

de seu mundo. Ou seja, o homem é um ser ativo na história, portanto sua

conscientização política e crítica são fundamentais para superar, transformar a

realidade.

O Homem é o elemento que movimenta a história e movimenta-se com a

História, portanto história é uma construção social, construída coletivamente. A

concepção de educação dialética é uma prática de liberdade onde o indivíduo

aprende a reorganizar o seu espaço social e a superar sua visão ingênua de mundo,

levando-o a refletir e interagir com a realidade, mudar sua mentalidade, sua postura

diante dos fatos, tornar-se sujeito da sua própria história. (LIMA, 2001)

8.5 O MÉTODO DIALÉTICO

Os elementos do esquema básico do método dialético são a tese, a antítese e

a síntese.

A tese é uma afirmação ou situação inicialmente dada. A antítese é uma

oposição à tese. Do conflito entre tese e antítese surge a síntese, que é uma

situação nova que carrega dentro de si elementos resultantes desse embate. A

síntese, então, torna-se uma nova tese, que contrasta com uma nova antítese

gerando uma nova síntese, em um processo em cadeia infinito.

A filosofia descreve a realidade e a reflete, portanto a dialética busca, não

interpretar, mas refletir acerca da realidade. Por isso, seus três momentos (tese,

antítese e síntese) não são um método, mas derivam da dialética mesma, da

natureza das coisas.

A dialética é a história do espírito, das contradições do pensamento que ela

repassa ao ir da afirmação à negação. Em alemão aufheben significa supressão e

ao mesmo tempo manutenção da coisa suprimida. O reprimido ou negado

permanece dentro da totalidade.

Essa contradição não é apenas do pensamento, mas da realidade, já que ser

e pensamento são idênticos. Essa é a proposição da dialética como método a partir

de Hegel Tudo se desenvolve pela oposição dos contrários: filosofia, arte, ciência e

religião são vivos devido a dialética. Então, tudo está em processo de constante

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devir. A visão total é necessária para enxergar, e encaminhar uma solução a um

problema. Hegel dizia que a verdade é o todo. Que se não enxergamos o todo,

podemos atribuir valores exagerados a verdades limitadas, prejudicando a

compreensão de uma verdade geral. Essa visão é sempre provisória, nunca alcança

uma etapa definitiva e acabada, caso contrário a dialética estaria negando a si

própria.

Logo é fundamental enxergar o todo. Mas nunca temos certeza que estamos

trabalhando com a totalidade correta. Porém a teoria fornece indicações: a teoria

dialética alerta nossa atenção para as sínteses, identificando as contradições

concretas e as mediações específicas que constituem o “tecido” de cada totalidade.

Sendo que a contradição é reconhecida pela dialética como princípio básico do

movimento pelo qual os seres existem.

Segundo Politizer (In:Lakatos e Marconi, 1985), a dialética é a "grande idéia

fundamental segundo a qual o mundo não deve ser considerado como um complexo

de coisas acabadas, mas como um complexo de processos em que as coisas, na

aparência estáveis, do mesmo modo que os seus reflexos intelectuais no nosso

cérebro, as idéias, passam por uma mudança ininterrupta de devir e decadência, em

que finalmente, apesar de todos os insucessos aparentes e retrocessos

momentâneos, um desenvolvimento progressivo acaba por se fazer hoje".

Isso significa que para a dialética, as coisas não são analisadas na qualidade

de objetos fixos, mas em movimento: nenhuma coisa está "acabada", encontrando-

se sempre em vias de se transformar, desenvolver; o fim de um processo é sempre

o começo de outro.

Porém as coisas não existem isoladas, destacadas uma das outras e

independentes, mas como um todo unido, coerente. Stalin, pelo método de

interdependência e ação recíproca, afirma "que o método dialético considera que

nenhum fenômeno da natureza pode ser compreendido, quando encarado

isoladamente, fora dos fenômenos cincundantes; porque, qualquer fenômeno, não

importa em que domínio da natureza, pode ser convertido num contra-senso quando

considerado fora das condições que o cercam, quando destacado destas condições;

ao contrário, qualquer fenômeno pode ser compreendido e explicado, quando

considerado do ponto de vista de sua ligação indissolúvel com os fenômenos que o

rodeiam, quando considerado tal como ele é, condicionado pelos fenômenos que o

circundam".

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Segundo Politizer (In: Lakatos e Marconi, 1985), "para a dialética não há nada

de definitivo, de absoluto, de sagrado; apresenta a caducidade de todas as coisas e

em todas as coisas e, para ela, nada existe além do processo ininterrupto do devir e

do transitório".

8.6 DIDÁTICA PARA A PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA

“Aprender criticamente o conhecimento científico”: meta real ou utópica?

Almejando subsidiar esta construção, João Luiz Gasparin questiona a instrução

pedagógica que vem norteando a prática educacional brasileira. O autor lança uma

proposta de trabalho inovadora ao educador, subsidiando-o didaticamente com um

“novo jeito de ensinar”. É um estudo de fôlego que busca interligar a prática social

do aluno com a teoria no intuito de melhorar a qualidade da formação do educando.

Na sua obra, o autor define as questões que encaminharam a construção do

trabalho: qual a finalidade social dos conteúdos escolares? A escola tem

acompanhado as transformações promovidas pela sociedade? Ela responde às

necessidades sociais da atualidade? O que hoje a escola faz e para quê?

A nova metodologia de ensino-aprendizagem, norteada pela pedagogia

histórico-crítica, procede da teoria dialética do conhecimento. Sua construção dá-se

no movimento dinâmico entre o conhecimento empírico (visão caótica do todo) e o

conhecimento científico (proporcionado pelo ambiente escolar). Este fazer

pedagógico não envolve apenas a esfera escolar. Sua intencionalidade ultrapassa

eminentemente a técnica, abrangendo um cunho sociopolítico revolucionário para

toda a sociedade.

O autor define essa teoria dialética do conhecimento em três palavras chaves:

prática – teoria – prática, ou seja, a partir da prática social, questionar e analisar a

ação cotidiana, buscando conhecimento teórico do que aconteceu, o que tornar-se-á

um guia para a nova ação/transformação.

A grosso modo, o autor propõe uma ruptura da memorização que vem

norteando a esfera escolar oficial desde sua institucionalização no Brasil. A Teoria

Histórico-Crítica traduz a práxis dialética proposta pelo materialismo histórico:

desenvolvimento da idéia pela sucessão de momentos de afirmação (tese), de

negação (antítese) e de negação da negação (síntese).

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Transferindo este segmento para a prática didática, Gasparin propõe cinco

passos para o trabalho em sala de aula:Prática Social Inicial (o que os alunos e os

professores já sabem); Problematização (reflexão dos principais problemas da

prática social); Instrumentalização (ações didático-pedagógicas); Catarse (nova

forma de entender a prática social) e por fim, a Prática Social Final (nova proposta

de ação a partir do novo conteúdo sistematizado).

Gasparin fundamenta sua proposta na teoria Histórico-Cultural de Vigotski.

ressalta a importância de contextualizar primeiramente os saberes do educando,

pois sua aprendizagem inicia-se bem antes do contato escolar. O objetivo é

despertar a consciência crítica do aluno sobre o que ocorre ao seu redor.

Este momento de conscientização é mediado pelo professor que, “a partir da

explicitação da Prática Social Inicial, toma conhecimento do ponto de onde deve

iniciar sua ação” (p.20). A partir da leitura do cotidiano, tomada como um objeto de

estudo, é o momento de problematizar o que os alunos vivenciam.

O objetivo deste procedimento é despertar a consciência crítica do educando

sobre o “seu” contexto social, instigando-o a questionar a realidade ao qual se

insere. Assim, transformada em uma proposta didática, a problematização servirá

como conteúdo a ser analisado e estudado.

Entretanto, nem todos os problemas da prática social podem ser analisados

em cada área do conhecimento. Por isso, a problematização deve detectar quais

questões precisam ser trabalhadas e que são essenciais à prática social.

Teoricamente, esta “seleção” de conteúdo corresponde ao currículo escolar.

Gasparin destaca que “de acordo com essa proposta teórico-metodológica, as

grandes questões sociais precedem a seleção de conteúdos escolares” (p.37). O

desastroso é que as escolas, acabam trabalhando apenas com conteúdos pré-

estabelecidos pelo currículo oficial, sistematizados ideologicamente por um corpo

docente superior, Conselhos Nacionais ou Estatuais de Educação. Frente a isso,

questiona-se: “na prática da escola, o que vem primeiro, o conteúdo, ou as grandes

questões sociais?”(p.38).

Infelizmente, a grande maioria dos docentes limita seu ano letivo orientados

pelas ementas das disciplinas pré-determinadas pela autoridade superior

independentemente do conjunto social. Para piorar, ainda enfatizam que o conteúdo

comunicado ao educando é científico e que, portanto, deve ser aprendido como tal.

Esquecem que essa ‘ciência’ é fruto do conhecimento historicamente acumulado,

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nascido das necessidades sociais, econômicas, políticas e culturais. A limitação

conceitual-científica do conteúdo apenas distancia o aluno da percepção da

dimensão social que o conteúdo incorpora. Dessa forma, enquanto resultado da

ruptura prática-teoria-prática, o conhecimento assimilado não reflete as

necessidades sociais práticas do grupo humano.

Essa nova diretriz pedagógica, que prioriza a conexão prática + conteúdo,

“não consiste mais apenas em estudar para reproduzir algo, mas sim em

encaminhar soluções […] para os desafios que são colocados pela realidade”,

cumprindo o fim proposto: apropriação do conhecimento. A problematização é a fase

preparatória do processo. Neste nível, as indagações levantadas exercem apenas a

função de instigar o aprendiz. Cabe a instrumentalização respondê-las. É o início do

terceiro passo na construção do

conhecimento científico. Segundo Gasparin, “a aprendizagem somente é

significativa a partir do momento em que os educandos […] apropriam-se do objeto

do conhecimento em suas múltiplas determinações” (p.52). Essa construção se dá

numa relação triádica, ocorrida entre alunos, professores e conteúdo.

Sua ação conjunta proporciona um momento de ruptura entre o conhecimento

cotidiano e o científico. Esse confronto é apresentado pelo professor, que define

características intrínsecas de cada conteúdo, não perceptíveis aparentemente para

o educando. Essa tarefa é desenvolvida por meio da Instrumentalização, momento

que consiste na solução das questões emergidas na fase da Problematização.

A Instrumentalização é a fase de estruturação do conhecimento

científico.“Uma vez incorporado os conteúdos […], chega o momento em que o

aluno é solicitado a mostrar o quanto se aproximou da solução dos problemas

anteriormente levantados sobre o tema em questão” (p.127). É o momento de o

educando sistematizar o que assimilou, mostrando que atingiu um nível intelectual

mais elevado de compreensão. Essa elaboração, transmitida oralmente ou por

escrito, é definida como Catarse.

Esse é o momento em que o educando consegue visualizar a totalidade

integradora daquilo que antes lhe era compartimentado. Nessa fase percebe que a

realidade, vista “como ‘natural’, não é exatamente desta forma, mas é “histórica”

porque produzida pelos homens em determinado tempo e lugar, com intenções

políticas explícitas ou implícitas, atendendo a necessidades socioeconômicas

desses homens” (p. 129). Isso não significa que a aprendizagem ocorra somente

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durante a Catarse. “Ela se dá no processo inteiro, nos

cinco passos, mas a Catarse é a expressão mais evidente de que o aluno se

modifica intelectualmente” (p.134).

Mediante a nova posição do aluno com relação ao conteúdo, inicia-se o

momento de transpor o estudo incorporado da teoria para a prática. O processo de

compreensão agora requer uma aplicação. Uma forma de evidenciar o que o aluno

realmente incorporou, agora explicitado em atos. A nova forma de pensar a

realidade constitui a Prática Social Final. De passo em passo, foi-se construindo a

autonomia do ser, que ao superar os desafios, ocupa-se de um novo nível de

desenvolvimento: o de uso social dos conteúdos científicos aprendidos na escola.

A manifestação da prática social sempre estará submetida ao

aperfeiçoamento intelectual de seus agentes construtores, que de forma contínua se

desafiam dialeticamente a transformar a contradição existente entre o velho (Prática

Social Inicial) e o novo (Prática Social Final).

Essa fase é o ponto de chegada do processo pedagógico. Contudo,

infelizmente, o indivíduo tornou-se meramente cidadão do mundo e a escola ainda

não superou a fragmentação organizacional e continua a repassar, alienadamente, o

conhecimento fragmentado. É por isso que a socialização e a produção de novos

conhecimentos ainda são utópicas, mas Gasparin mostra que são viáveis.

Como nós, educadores, não vivemos sem utopia, esse Projeto Político

Pedagógico baseia-se na Teoria Histórico-Crítica dos Conteúdos e no método

dialético e, é nessa tendência que vamos procurar, na medida do possível, basear o

trabalho dos nossos professores em sala de aula. Para tanto é preciso mais estudos

sobre tal teoria, pois sabemos que muitos de nossos professores ainda têm

dificuldades para planejar suas aulas baseando-se no método dialético. Acreditamos

que essa dificuldade poderá ser superada através de capacitação oferecida aos

professores (responsabilidade não só do colégio, mas também da SEED), através

de estudos individuais e da prática da utilização do método dialético em sala de aula.

8.7 O PROCESSO DE ENSINO NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA

Para trabalharmos com segurança dentro das salas de aula, precisamos ter

claro e entender o processo de ensino numa perspectiva histórico-crítica da

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educação. Expõem-se para isso, os postulados de João Luiz Gasparin, que

evidencia cinco etapas para o trabalho docente nessa perspectiva: Pŕatica social

inicial, problematização, instrumentalização, catarse e prática social final. Evidencia-

se, com auxílio deste e de outros autores, também que o processo de ensino nessa

perspectiva baseia-se, fundamentalmente na dialética (prática – teoria – prática).

No quadro de tendências pedagógicas progressistas, a Pedagogia Histórico-

crítica norteia o Projeto Político Pedagógico das escolas Estaduais do estado do

Paraná. Tal tendência é nascida no momento da redemocratização brasileira e tem,

como seu “fundador” Dermeval Saviani que escreveu o livro homônimo a essa

tendência. Em linhas gerais a Pedagogia Histórico-crítica, buscava-se colocar-se

como uma tendência que revisitasse o papel da escola, de modo a transformá-la

numa escola contextualizada com a realidade local, atingindo assim as camadas

populares.

Nas palavras de Saviani (2008, p. 31),

“[...] trata-se de retomar vigorosamente a luta contra a seletividade, a discriminação e o rebaixamento do ensino das camadas populares. Lutar contra a marginalidade por meio da escola significa engajar-se no esforço para garantir aos trabalhadores um ensino de melhor qualidade possível nas condições históricas atuais.”

Já a sua “popularização” como prática pedagógica, se deu fundamentalmente

após a publicação do livro “Uma didática para a pedagogia histórico-crítica” de João

Luiz Gasparin (2007). Na referida obra, Gasparin (2007, p.5) mostra que “é possível

delinear também uma concepção metodológica dialética do processo educativo.

Para isso, tenta elencar cinco “passos” pedagógicos necessários para uma prática

docente e discente a partir de uma perspectiva histórico-crítica de educação –

Prática Social Inicial, Problematização, Instrumentalização, Catarse e Prática Social

Final. Essa seqüência de “passos” tem muitas vezes sido entendida como regra

geral a se seguir (sublinhe-se: de modo, muitas vezes, equivocado), para se efetivar

um trabalho pedagógico histórico-crítico.

Temos a intenção, através deste Projeto Político Pedagógico, de tentar

limpar” um pouco essa cristalização do processo pedagógico na perspectiva

histórico-crítica, buscando evidenciar o que, de fato, lhe é peculiar e substancial – a

dialética prática – teoria – prática. Para isso, primeiramente, explana-se sobre a

proposta de trabalho pedagógico contida no livro de Gasparin, mostrando, inclusive,

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a sua total pertinência com a Pedagogia Histórico-crítica, para, depois, mostrar que

outras práticas pedagógicas – além dessa seqüência de passos – são possíveis,

sem, por isso, estar ferindo essa tendência.

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9 MARCO OPERACIONAL

9.1 IMPLEMENTAÇÃO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

Para que se efetive o processo de ensino e aprendizagem a prática docente

deverá sempre ser composta de métodos e as técnicas variadas, de acordo com os

objetivos propostos. É fundamental que o professor tenha flexibilidade na escolha de

procedimentos de ensino mais adequados ao momento, privilegiando, sempre que

possível, àqueles mais criativos, que traduzam o respeito pelas diferenças e que

incentivem o desenvolvimento da autonomia dos alunos, a habilidade da

convivência, a coragem para o exercício da incerteza, o espírito crítico, entre outros.

Nesse sentido podem ser citadas algumas práticas pedagógicas serem

desenvolvidas pelos professores:

Trabalhar regularmente com situações problemas(problematização).

Uso da TV Paulo Freire.

Uso dos recursos da TV Pendrive.

Organização de seminários e pesquisas.

Aulas práticas no laboratório de Física, Química e Biologia.

Aulas ministradas no laboratório de informática com o uso dos

computadores.

Buscar a prática de uma avaliação formativa.

Criar novas formas de avaliar.

No processo ensino e aprendizagem, indissociáveis, temos que ter claro que

tipo de cidadão queremos formar.

Nesta instituição de ensino pretendemos formar cidadãos capazes de agir

com autonomia, aprofundar conhecimentos através da pesquisa, organizar tanto sua

vida pessoal quanto escolar, torna-los agentes participativos e modificadores da

realidade e que estão inseridos, tomando a consciência de que a integração social é

feita por meio de um ambiente acolhedor, respeitando-se as diferenças.

Pretendemos oferecer uma educação, onde o processo ensino-aprendizagem

deverá, através dos conteúdos ministrados, da relação professor-aluno, das

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vivências, da pesquisa, das estratégias cotidianas, levaram á reflexão de que o

conhecimento adquirido é um instrumento de intervenção social, portanto é nossa

prioridade oferecer uma educação centrada na interatividade, na

interdisciplinaridade e na co-autoria do conhecimento.

Um bom trabalho pedagógico deve partir de um planejamento reflexivo, que

acompanhará o educador no seu cotidiano, suas principais metas deverão ser:

1º- Buscar entender o desenvolvimento do educando em suas características

sociais afetivas, cognitivas e biológicas dentro da série em que ministrar suas aulas.

2º- Preocupar-se em conhecer o educando, selecionando os temas,

conteúdos e conceitos a serem apresentados buscando sempre aproximar os

mesmos da realidade em que os alunos estão inseridos, no intuito de conferir maior

significado ao processo de aprendizagem.

3º- Com os conteúdos já selecionados, o professor irá definir os objetivos que

nortearão esses temas e conceitos, não se esquecendo de que os objetivos tenham

três propósitos principais: conceituais/factuais (o que o educando deverá saber para

poder organizar a realidade em que está inserido), procedimentais (como os

conteúdos apresentados levarão o aluno ao saber fazer, desenvolvendo

efetivamente suas habilidades e competências) e atitudinais (como os conteúdos

trabalhados poderão transformar as atitudes e os valores dos educandos).

4º Dando prosseguimento, o professor deverá pesquisar, evidenciar e

considerar o conhecimento prévio do educando, utilizando-o como suporte

necessário á aprendizagem pertinente a série

5º- Dentro das estratégias desenvolvidas diariamente, deve-se dar atenção ao

ambiente de aprendizagem (sala de aula), possibilitado o movimento adequado a

cada proposta, utilizar recursos, espaços e instrumentos que dêem suporte á ação

pedagógica, bem como orientar o educando em sua organização de estudos.

O processo de avaliação deve possibilitar ao educador à verificação de sua

prática e o alcance dos objetivos estabelecidos no planejamento da ação

pedagógica, permitindo, dessa forma replanejar as estratégias necessárias para

assegurar a oportunidade de aprendizagem significativa para todos os alunos que

atende.

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É papel dos professores levar o aluno a aprender para conhecer, o que pode

ser traduzido por aprender a aprender, em que o aluno é capaz de exercitar a

atenção, a memória e o pensamento autônomo.As maiores dificuldades dos

docentes residem nas deficiências próprias do processo de formação acadêmica.

Nas universidades brasileiras, os cursos de formação de professores (as chamadas

licenciaturas) se concentram muito nos conteúdos que vêm de ciências duras, mas

se descuidam das competências e habilidades que deve ter o futuro professor, em

particular, o domínio de estratégias que permitam se comportar docentes eficientes,

autônomos e estratégicos.

9.2 ATIVIDADES COMPLEMENTARES EM CONTRA TURNO

9.2.1 CELEM (Centro de Línguas Estrangeiras Modernas)

A partir do ano letivo de 2011, o Colégio Walfredo Silveira Corrêa passou a

ofertar o CELEM (entro de Línguas Estrangeiras Modernas), como um ensino

extracurricular, plurilinguista e gratuito para alunos da Rede Estadual Básica,

matriculados no Ensino Fundamental (anos finais), no Ensino Médio, Educação

Profissional e Educação de Jovens e Adultos, sendo também extensivo à

comunidade, professores e agentes educacionais.

De acordo com reunião realizada com o Conselho Escolar, será ofertado o

Curso Básico de Língua Inglesa.

O CELEM é regulamentado pela Resolução nº 3904/2008 e pela Instrução

Normativa nº 019/2008, além de ser subordinado às determinações do Projeto

Político Pedagógico e do Regimento Escolar. Segue, ao final deste documento a

Proposta Curricular do CELEM.

Para dinamizar a oferta de CELEM e a participação mais intensa dos alunos,

todo final de ano letivo, no período de matrículas para o Ensino Regular, será

realizada a divulgação do CELEM para toda a comunidade escolar.

Esse ensino justifica-se pela necessidade de oportunizar aos alunos o acesso

aos diferentes discursos que circulam globalmente, com os quais eles

provavelmente não teriam contato em outro ambiente, pois a escola é, muitas vezes,

a principal fonte de conhecimento. Dessa forma, esta oferta representa o

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comprometimento deste estabelecimento de ensino em promover um trabalho

inclusivo.

As turmas do CELEM, bem como os professores deverão participar de todas

as atividades realizadas pela escola, de modo que haja uma integração entre essas

turmas e as turmas do ensino regular.

Com a oferta a partir do ano de 2011 do CELEM de Língua Inglesa

esperamos estar contribuindo para o aperfeiçoamento cultural e profissional dos

alunos, com vistas a um ensino que oportunize o conhecimento de uma outra língua.

A Língua Inglesa foi escolhida por ser uma língua usada em grande parte do

mundo, permitindo ao educando conhecer outra cultura e estar se preparando

melhor para ingressar no Ensino Superior e para o mundo do trabalho.

A avaliação e a recuperação de estudos do CELEM seguirá os mesmos

moldes e critérios da avaliação do Ensino Regular constantes no Regimento Escolar.

Deverá ser uma prática pedagógica intrínseca ao processo ensino e aprendizagem,

com a função de diagnosticar o nível de apropriação do conhecimento pelo aluno.

Será contínua, cumulativa e processual devendo refletir o desenvolvimento global do

aluno; aspectos qualitativos deverão ter preponderância sobre os aspectos

quantitativos.

Os resultados das atividades avaliativas serão analisados durante o período

letivo, pelo aluno e pelo professor, observando os avanços e as necessidades

detectadas, para o estabelecimento de novas ações pedagógicas.

9.2.2 Basquetebol

Com a necessidade de se ampliar tempos, espaços e oportunidades

educativas para os alunos da rede estadual de ensino, a Secretaria de Estado da

Educação instituiu o Programa de Atividade Complementar Curricular em Contra

turno. O objetivo é o empoderamento educacional dos sujeitos envolvidos através do

contato com os conhecimentos e os equipamentos sociais e culturais existentes na

escola ou no território em que ela está situada.

Esse programa constitui-se de atividades integradas ao Currículo Escolar, que

oportunizam a aprendizagem e visam ampliar a formação do aluno. O atendimento

do programa é para alunos que se encontram em situação de vulnerabilidade social,

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bem como para as necessidades socioeducacionais, considerando o contexto social

descrito no Projeto Político-Pedagógico da Escola.

A oferta das Atividades Complementares Curriculares em Contra turno foi

regulamentada na Resolução n. 1.690/2011 e na Instrução n. 004/2011, e deve estar

contemplada nos projetos político-pedagógicos, garantindo desta forma a

continuidade das atividades. Para tanto, é necessário que a escola estabeleça

critérios de avaliação das atividades complementares ofertadas, observando os

benefícios para a comunidade escolar.

As Atividades Complementares Curriculares em Contra turno do colégio estão

organizadas nas áreas do conhecimento, articuladas aos componentes curriculares,

nos seguintes Macrocampos: Aprofundamento da Aprendizagem e Esporte e Lazer.

O objetivo do programa é promover a melhoria da qualidade do ensino por

meio da ampliação de tempos, espaços e oportunidades educativas em contra-turno,

na escola ou no território em que ela está situada, a fim de atender às necessidades

socioeducacionais dos alunos; ofertar atividades complementares ao currículo

escolar vinculadas ao Projeto Político-Pedagógico da Escola, respondendo às

demandas educacionais e aos anseios da comunidade; possibilitar maior integração

entre alunos, escola e comunidade, democratizando o acesso ao conhecimento e

aos bens culturais.

9.2.3 Sala de Apoio

Entendemos que o espaço escolar é voltado ao trabalho para o êxito, o

sucesso e o crescimento de educando. Sendo assim, quando não atingido o êxito, é

o momento de a escola abrir novas oportunidades para o alcance dos objetivos.

Cabe à escola organizar o trabalho pedagógico de forma que a recuperação seja

paralela e diária; ou seja, é a oportunidade de o educador observar no dia-a-dia a

assimilação dos conhecimentos trabalhados pelo grupo. Após trabalhar determinado

conteúdo, avalia-se qualitativamente, através de uma nova estratégia, se os

objetivos propostos foram alcançados ou não, possibilitando-se a revisão do mesmo.

O Programa Salas de Apoio à Aprendizagem tem o objetivo de atender às

dificuldades de aprendizagem de crianças que frequentam as séries finais do Ensino

Fundamental.

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Esses alunos participam de aulas de Língua Portuguesa e Matemática no

contra-turno, participando de atividades que visam à superação das dificuldades

referentes aos conteúdos dessas disciplinas.

A freqüência na Sala de Apoio das disciplinas de Língua Portuguesa e

Matemática para alunos matriculados no 6° ano do Ensino Fundamental e, a partir

do segundo semestre do ano de 2011, estendendo o atendimento aos alunos do

9ºano, de acordo com instruções da SEED, é mais um recurso de que o colégio

dispõe na recuperação de alunos com dificuldades ou déficit de aprendizagem. Os

alunos do 6º ano são atendidos no período matutino e os alunos do 9º ano no

período vespertino.

Os resultados obtidos por nossos alunos são informados aos seus

responsáveis através de comunicação constante com as famílias, assinatura de

boletins e reuniões com pais. Quando o aluno demonstra algum problema durante o

processo de aprendizagem a pedagoga, através de orientações ao alunos e seus

pais ou responsáveis, faz as intervenções necessárias (inclusive, junto aos

professores) e passa a acompanhar mais atentamente o desenvolvimento

pedagógico do discente..

9.3 IMPLEMENTAÇÃO DO CURRÍCULO E CUMPRIMENTO ÀS LEGISLAÇÕES

VIGENTES

A Resolução nº 7/2010 prevê ainda que os componentes curriculares e as

áreas de conhecimento devem articular em seus conteúdos, a abordagem de temas

abrangentes e contemporâneos que afetam a vida humana em sociedade. Partindo

dessa perspectiva de Educação, faz-se necessário a implementação na prática

pedagógica de professores e alunos temas importantes e que devem contribuir para

a formação integral dos alunos.

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9.3.1 Lei Federal n° 11645/08 – Das culturas africanas, afro-brasileiras e

indígenas

Historicamente falando, a escola tem dificuldades para lidar com a

diversidade. As diferenças representam problemas ao invés de oportunidades para

produzir saberes em diferentes níveis de aprendizagens. A escola deveria ser o

lugar em que todos os alunos tivessem as mesmas oportunidades, mas com

estratégias de aprendizagens diferentes. Para garantir a apropriação de

conhecimentos científicos, atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos à

pluralidade etnicossocial para garantir o respeito aos direitos legais, à valorização da

identidade e das raízes africanas e indígenas da nação brasileira bem como o

reconhecimento da sua história e cultura, o Governo Federal aprovou a Lei

10639/2003, de obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-brasileira e

Africana na Educação Básica, complementada pela Lei 11645/2008, incluindo a

obrigatoriedade do ensino da História e cultura dos povos indígenas. As referidas

leis reafirmam uma posição de combate ao racismo e à discriminação, consoante a

Constituição Brasileira.

A educação é uma oportunidade dos sujeitos aprenderem sobre o valor da

cultura e manterem contatos com as diferentes práticas culturais. A escola é um dos

espaços privilegiados neste processo. Nas discussões sobre currículo, têm lugar os

debates sobre os conhecimentos escolares, os procedimentos pedagógicos, as

relações sociais, os valores e as identidades dos alunos. Assim partimos da

premissa de que o docente é um mediador do processo ensino-aprendizagem que

valoriza a experiência dos educandos e suas contribuições, sem perder de vista que

o conhecimento consiste num processo de construção em que estão presentes

influências da sociedade, da história e da cultura. Portanto, as Leis 10 639/2003 e 11

645/2008 representam mais do que o resgate da cultura afro-brasileira e indígena,

contemplam a possibilidade de se abordar o preconceito na escola num sentido que

ultrapassa o pertencimento etnicorracial.

Ao manifestarem a preocupação com esse tema no cotidiano escolar, sua

atenção se volta para o desenvolvimento de uma cultura dos direitos humanos como

um eixo fundamental para a construção democrática de que, no momento, os afro-

descendentes e os indígenas se encontram excluídos. Diante da diversidade de

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culturas dentro de diversas culturas, é de competência do professor organizar

adequadamente o ensino de forma a atender a todos os alunos

A inclusão e a diversidade cultural estão contempladas no Art. 210 da

Constituição Federal. Estão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental,

de maneira a assegurar a formação básica comum e respeito aos valores culturais e

artísticos, nacionais e regionais, Lei 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da

Educação –LDB.

A Lei Federal n° 11645/08 determina que os currículos escolares valorizem a

história e cultura africanas, afro-brasileiras e indígenas, e destaquem a importância

da participação de negros e negras e dos povos indígenas na formação da

sociedade brasileira. A idéia não é criar uma disciplina específica para tratar dessas

temáticas, nem muito menos direcionar tais estudos exclusivamente para a matéria

História. Na verdade, o objetivo é que questões étnico-raciais diversas façam parte

do currículo de todas as disciplinas.

É evidenciada hoje nas Escolas Públicas Estaduais a necessidade de

implementação da Lei 11.645/08, que torna obrigatória a abordagem escolar das

histórias e das culturas negras e indígenas. Ressaltar tais culturas e histórias não

implica vê-las fechadas em si mesmas; não é necessário estabelecer oposição

frontal entre brancos, negros e índios; importa evidenciar o silenciado, os

mecanismos de dominação e de exploração entre os grupos humanos e dissolver

nossas certezas para que, ao descobrirmos outros significados, desconstruamos

nossas percepções e categorizações, tornando-nos mais capazes de abordar tais

histórias e culturas.

Portanto, essa unidade escolar incluirá como conteúdo programático, em

atendimento à Lei 11.645/08, os diversos aspectos da história e da cultura que

caracterizam a formação da população brasileira, tais como o estudo da história da

África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura

negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional,

resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes

à história do Brasil.

Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos

indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em

especial nas áreas de educação artística e de literatura e histórias brasileiras.

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9.3.1.1 Equipe Multidisciplinar

A partir do ano 2010, o Colégio organizou uma Equipe Multidisciplinar, que é

uma instância de organização do trabalho escolar e instituídas pela Instrução da

SUED/SEED, de acordo com o disposto no art. 8º da Deliberação nº 04/06 –

CEE/PR, com a finalidade de orientar e auxiliar o desenvolvimento das ações

relativas à Educação das Relações Étnico-Raciais e ao Ensino de História e Cultura

Afro-Brasileira, Africana e Indígena, ao longo do período letivo. Esta foi composta,

conforme orientação nº 002/2010 – DEDI/SEED, em decorrência da publicação da

Resolução n° 3399/2010 e da Instrução nº 010/2010.

A Equipe Multidisciplinar se constitui por meio da articulação das disciplinas

da Base Nacional Comum, em consonância com as Diretrizes Curriculares Estaduais

da Educação Básica e Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das

Relações Etnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e

Africana, com a finalidade de a tratar da História e Cultura da África, dos Africanos,

Afrodescendentes e Indígenas no Brasil, na perspectiva de contribuir para

valorização da história do povo, da cultura, da contribuição para o país e a

humanidade, do aluno negro e indígena.

9.3.2 Código de Trânsito Brasileiro - Lei nº 9.503

Em seu Capítulo VI – Da Educação para o Trânsito, em seu Artigo 76

estabelece que a educação para o trânsito será promovida na pré-escola e nas

escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio de planejamento e ações coordenadas entre

os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de Educação, da União,

dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas respectivas áreas de

atuação.

O objetivo é promover a adoção, em todos os níveis de ensino, de um

currículo interdisciplinar com conteúdo programático sobre segurança de trânsito.

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9.3.3 Lei da Educação Ambiental – nº 9.795

De acordo com a Lei, entendem-se por educação ambiental os processos por

meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,

conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação

do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida

e sua sustentabilidade. A educação ambiental é um componente essencial e

permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em

todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-

formal.

A sociedade deve manter atenção permanente à formação de valores,

atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a

prevenção, a identificação e a solução de problemas ambientais. Portanto, como

parte integrante e extremamente importante na sociedade, a escola deve promover

a educação ambiental de maneira integrada aos programas educacionais que

desenvolve, como parte do seu processo educativo.

Os princípios básicos da Educação Ambiental que devem ser trabalhados no

ambiente escolar são: o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo; a

concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência

entre o meio natural, o sócio-econômico e o cultural, sob o enfoque da

sustentabilidade; o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva

da inter, multi e transdisciplinaridade; a vinculação entre a ética, a educação, o

trabalho e as práticas sociais; a abordagem articulada das questões ambientais

locais, regionais, nacionais e globais; o reconhecimento e o respeito à pluralidade e

à diversidade individual e cultural.

São objetivos fundamentais da educação ambiental: o desenvolvimento de

uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas

relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais,

econômicos, científicos, culturais e éticos; a garantia de democratização das

informações ambientais; o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica

sobre a problemática ambiental e social; o incentivo à participação individual e

coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente,

entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do

exercício da cidadania; a construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada,

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fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça

social, responsabilidade e sustentabilidade; o fomento e o fortalecimento da

integração com a ciência e a tecnologia; o fortalecimento da cidadania,

autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da

humanidade.

9.3.4 Lei nº 13381 - Obrigatoriedade no Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública Estadual de Ensino, conteúdos da disciplina História do Paraná.

Em seu Art. 1º.a Lei torna obrigatório um novo tratamento, na Rede Pública

Estadual de Ensino, dos conteúdos da disciplina História do Paraná, no Ensino

Fundamental e Médio, objetivando a formação de cidadãos conscientes da

identidade, potencial e valorização do nosso Estado.

A disciplina História do Paraná deverá permanecer, como parte diversificada,

no currículo, em mais de uma série ou distribuídos os seus conteúdos em outras

matérias, baseada em bibliografia especializada. Os professores são orientados a

trabalhar este conteúdo de forma interdisciplinar.

A aprendizagem dos conteúdos curriculares deverão oferecer abordagens e

atividades, promovendo a incorporação dos elementos formadores da cidadania

paranaense, partindo do estudo das comunidades, municípios e microrregiões do

Estado. A Bandeira, o Escudo e o Hino do Paraná deverão ser incluídos nos

conteúdos da disciplina História do Paraná.

A Lei ainda estabelece que o hasteamento da Bandeira do Estado e o canto

do Hino do Paraná se constituirão atividades semanais regulares e, também, nas

comemorações festivas nos estabelecimentos da Rede Pública Estadual.

9.2.5 Educação Tributária - Dec. Nº 1143/99 - Programa de Educação Fiscal

Esse programa tem como objetivo promover e institucionalizar a Educação

Fiscal para o pleno exercício da cidadania. A proposta da Educação Fiscal busca:

sensibilizar o cidadão para refletir sobre a função socioeconômica do tributo;

possibilitar aos cidadãos conhecimentos sobre administração pública; incentivar o

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acompanhamento, pela sociedade, da aplicação dos recursos públicos; criar

condições para uma relação harmoniosa entre o Estado e o cidadão.

Todas as atividades desenvolvidas pelos professores e alunos devem ser

realizadas com base na concepção de educação da SEED, preconizada nas

Diretrizes Curriculares para a Educação Básica.

9.3.6 Educação Musical – Lei nº 11.769

A Lei nº 11.769 – Altera a Lei no 9.394 , de 20 de dezembro de 1996, Lei de

Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da

música na Educação Básica.

A partir de 2011 torna-se obrigatória a implantação da disciplina de Música na

Educação Básica (Artigo 26; § 6º). Alguns especialistas afirmam que é possível

vislumbrar um movimento em direção a abertura e a um reavivamento do tempo

escolar para a música com a atual legislação.

A educação musical deve contribuir para a função social da escola de ensino

básico que é oferecer acesso aos conceitos científicos fundamentais para o

desenvolvimento do sujeito visando a sua formação integral e o pleno exercício da

cidadania.

De acordo com a Lei Federal nº 11.769/08, os alunos da educação básica das

escolas públicas terão mais conteúdo, já que, além de noções básicas de música e

de cantos cívicos, serão estimulados a conhecer ritmos, danças e sons de

instrumentos regionais e folclóricos. A intenção é ampliar as possibilidades de

desenvolvimento das crianças através da música. O objetivo da música na Escola é

dar acesso a todas as crianças ao conhecimento

A grande preocupação em relação à lei da música nas Escolas é a não

exigência de que o professor seja formado em Música. Cabe à SEED proporcionar e

investir na Formação e Capacitação de seus profissionais, para que a música acabe

não se configurando apenas como uma distração, um passatempo, não Educação

Musical.

A música na Escola deve ser ensinada numa perspectiva multicultural. O

aluno deve trazer a música com a qual tem contato em casa e ela não pode ser

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excluída. Não se propõe aula de música para formar artistas. O ensino da

musicalização visa sensibilizar para a linguagem artística.

Para que o ensino da música siga um critério lógico e crescente, a rede

estadual do Paraná criou tabelas com conteúdos divididos por séries e em qualquer

uma delas, a música pode ser trabalhada.

Considerar ou não a educação musical como uma disciplina importante para a

formação de um indivíduo pleno, garante ou não sua permanência na grade de

disciplinas da escola brasileira. Segundo Fonterrada (2005):

“O fato de a música ter ou não seu valor reconhecido coloca-a dentro ou fora do currículo escolar, dependendo de quanto é ou não considerada pelo grupo social. Se, em determinada cultura, a música for uma das grandes disciplinas do saber humano, o valor da educação musical também será alto, em pé de igualdade com o de outros campos do conhecimento. Se, porém, seu valor não for reconhecido, sua posição em relação às demais áreas será, também, marginal. Esta é a questão crucial com que se depara hoje o Brasil: o resgate do valor da música perante a sociedade, é o único modo de recoloca-la no processo educacional”.(Fonterrada, 2005).

A lei nº 5692 de 1971 retirou a disciplina educação musical que fazia parte

dos currículos da escola publica brasileira desde 17 de Fevereiro de 1854. Após um

período de quase trinta anos de ausência dos currículos da escola pública, a música

recebeu novamente o status de disciplina com a LDBN nº 9394/96 e recentemente a

lei 11769/08 a torna, por mais uma vez, obrigatória em todas as escolas brasileiras

de ensino básico. Porém, esse grande período de ausência obriga-nos a repensar

como implantar novamente seu ensino e sua prática levando em consideração que a

música não faz mais parte da escola, perdeu-se a tradição. Apesar de entendermos

como um avanço esse retorno da educação musical, os educadores terão muito o

que lutar para que aconteça de forma efetiva e proporcione uma educação musical

transformadora. A nova concepção de educação musical, desvinculada do

aprendizado de um instrumento, acredita e defende que todos podem e devem ter

acesso à linguagem musical, e que o domínio dessa linguagem é parte fundamental

para a formação de um cidadão pleno.

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9.4 DESAFIOS DA ESCOLA E DE SEUS EDUCADORES

Analisando os problemas existentes no mundo moderno, nos deparamos com

extremos como a riqueza e a pobreza, a fome, a falta de moradia, de trabalho, muita

violência e corrupção, e, sabemos que todas as ações do ser humano refletem em

situações que podem ser negativas em uma sociedade.

No âmbito escolar o que mais encontramos é a desestruturação familiar, a

falta de valores morais e espirituais bem como a falta de limites; a crise

política/econômica e as diferenças sociais têm um grande impacto na vida de

nossos jovens, causando falta de perspectivas para o futuro, gerando um

descontentamento que eles mesmos não conseguem definir e compreender.

Hoje em dia, um dos maiores desafios da Escola é buscar soluções

adequadas para todos estes problemas sociais e a ela pertinentes, não soluções

temporárias e/ou imediatas, que é o que muitas vezes fazemos, mas sim, uma

reflexão clara e objetiva sobre o papel da Escola na vida de cada ser humano e

sobre a importância de nossas ações para a construção de uma sociedade mais

humana, mais justa, mais criativa, pois é esta a nosso ver, a finalidade da Educação

Escolar = formar um novo cidadão capaz de uma inserção social crítica e

transformadora no meio em que vive.

Sabemos que o que buscamos/idealizamos não é simples de ser conseguido

e, é a contribuição de todos, pois é dentro e fora de uma sala de aula que se

constrói uma sociedade. É com esta visão que direcionamos nossos trabalhos:

planejando ambientes e condições que possibilitem aos alunos ampliarem seus

conhecimentos científicos e tecnológicos, participação dos alunos em atividades e

projetos que os estimulem a se engajarem cada vez mais em atitudes sociais de

cooperação; envolvimento da comunidade escolar em ações educacionais e na

promoção de valores éticos e politicamente corretos.

Sendo este homem em formação um ser complexo, é preciso atentar para a

sua formação integral, proporcionando meios para o desenvolvimento intelectual de

cada ser humano, na busca de sua autonomia e realização pessoal.

A educação escolar objetiva o exercício pleno da cidadania, sua formação

ética, sua autonomia intelectual, e sua inserção no mercado de trabalho e na prática

social; cabe, portanto, à Escola desenvolver a capacidade de compreensão de

situações novas que são a base para a solução de problemas, tornando a

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construção de conhecimentos uma atitude espontânea, tranqüila, encaminhando-a a

níveis mais abstratos, formais, conscientes e sistematizados.

Todo o desenvolvimento do ser humano depende do aprendizado que ele

realiza em sua vida, seja no âmbito pessoal ou social. Esta aprendizagem se

processa informalmente fora da escola mas, é na Escola que são introduzidos novos

elementos para a formação do ser humano. Para isto é preciso que haja desafios e

estímulos a fim de que os conhecimentos construídos a partir das experiências

pessoais dos educandos possam ser por eles sistematizadas e elaboradas em sala

de aula transformado-as em verdadeiras aprendizagens. Cabe a nós educadores,

envolvidos diretamente neste processo propiciar e garantir o acesso e permanência

de todos os jovens e crianças na Escola e priorizar a conquista de resultados

positivos que com certeza nos levará a um concreto processo de formação e

construção da cidadania.

A qualidade do ensino não se efetiva apenas pelo que rege nossa Lei da

Educação, LDB 9394/96, sobre nossos deveres de ofertar, atender e garantir uma

Educação de qualidade para todos; é preciso gestores compromissados com a

qualidade do ensino para que estas leis sejam cumpridas. Faz-se necessário

envolver toda a comunidade em prol de resultados positivos que caracterizem uma

boa administração, engajada primeiramente em uma política educacional

democrática, ética e que valorize o desenvolvimento integral de toda a comunidade

escolar.

Temos consciência que tudo isto só será possível se houver muito diálogo,

reflexão e redirecionamento do olhar para identificar como estamos caminhando...

para saber o que precisamos mudar... a fim de alcançarmos os objetivos.

A participação de toda a comunidade escolar (professores, pais, alunos,

funcionários, diretores, etc.) é o maior desafio, e terá maior empenho, pois

acreditamos ser este o caminho para a melhoria do ensino; também reconhecemos

a necessidade de assumir compromissos com a Educação em prol de uma

sociedade mais justa através do aprimoramento da qualidade educacional.

Percebemos durante nossa trajetória na Educação que somente obteremos

sucesso se todo o trabalho estiver voltado para uma gestão

democrática/participativa, onde a redistribuição das responsabilidades, a busca pela

solução de problemas, as tomadas de decisão e estabelecimentos de objetivos,

terão efetivamente resultados positivos se forem tomadas e decisões em conjunto,

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pelo trabalho associado, mediante reciprocidade e responsabilidade de “todos”

sempre orientados por uma vontade/desejo coletivo.

Sabemos que somos responsáveis diretos pela promoção, criação e

sustentação de um ambiente propício à participação plena de toda a comunidade

escolar; temos uma visão de conjunto associada a uma ação de cooperativismo,

clima de confiança, valorização das capacidades e aptidões de cada um.

Trabalharemos arduamente para romper com ações individualistas e divisórias,

integrando e associando esforços no sentido de desenvolver a prática de se

trabalhar em conjunto.

A Educação é a esperança de muitos jovens desempregados, marginalizados;

é a única e verdadeira chance de inclusão social. Precisamos e devemos estar

acompanhando de perto todo o tipo de mudança, seja tecnológica ou social, e

estarmos preparados para ensinar a pensar, a aprender fazendo, a pesquisar, a

arriscar, a empreender.

Acreditamos em uma Educação capaz de formar cidadãos produtivos e

conscientes de sua liberdade e responsabilidade, de levar as pessoas a refletirem

sobre o sentido das coisas, de entender nosso passado e sermos capazes de

construir nosso futuro; e, para isto estamos dispostos e conscientes de que a busca

de soluções que viabilizem uma escola para todos dever passar por alternativas

audaciosas, que revolucionem a compreensão do papel da Educação e que busque

novas formas de pensar, fazendo parcerias que tornem esta escola uma

organização social, gerenciadora de suas próprias atividades e que o nosso projeto

educativo esteja centrado na construção de valores culturais, éticos, morais e sociais

de tal forma que possamos ter a certeza de que estamos educando uma geração de

cidadãos corretos e dignos.

A escola está assumindo tarefas antes exclusivas da família. E agora, cabe à

escola não só a transmissão de informação, ou a formação do homem cordial,

cidadão, mas inclusive cuidar da saúde física e mental de seus alunos. Nos últimos

anos têm surgido síndromes e transtornos psíquicos do mais alto grau de desajuste,

fazendo com que os profissionais da educação ampliem sua atuação e passem a

ocupar funções de neurologistas, psicólogos, fonoaudiólogos, mentores espirituais, e

todas as funções que permeiam a formação física e psíquica do aluno. Nessa

multiplicidade de competências, o professor deve estar preparado para lidar com

essa realidade, abandonar, algumas vezes, o seu papel de detentor de um

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conhecimento empírico para resgatar o seu aluno que espera, ardentemente, uma

palavra, uma frase, algum sinal de afeto. Sem ser radical, já sendo, o professor deve

dar aos pais a segurança de ter seu filho amparado e a escola, por sua vez, busca

preparar e confiar estas tarefas aos seus profissionais.

O desafio maior da educação, hoje, não é formar o cidadão do futuro, mas

resgatar o cidadão do presente. Somente um professor comprometido com sua

profissão é capaz desse resgate e não há outra maneira senão a observação afetiva

do jovem em seus movimentos, suas atitudes que denunciem necessidades e

desabrochem talentos. O papel maior do profissional da educação, seja ele

professor ou não, é devolver ao aluno a potência natural de todo ser humano, a

capacidade de transformar sua realidade, de criar caminhos e de realizar-se dentro

de sua tipologia de inteligência, pois todos somos seres inteligentes em áreas

diversas.

O comprometimento, entretanto, não está somente no lado cognitivo do

processo de aprendizagem, mas também no compromisso com a sua atuação direta

em sala de aula, nas avaliações realmente medidoras de conteúdos, na busca de

motivação que envolva o ir e vir dos conceitos ora de forma criativa e lúdica, ora

tradicional e comportamental, na verificação do grau de aprendizagem e formulação

de ações concretas para suprirem defasagens nos pré-requisitos, na pontualidade e

respeito à estrutura da instituição que acolhe o profissional e, por isso, pode e deve

avaliá-lo.

Não é tarefa fácil ser professor, não é fácil cumprir todas essas funções em

poucas horas de contato com seres tão diferentes e, muitas vezes, inadequados

àquilo que queremos para nossos filhos ou ao que fomos quando estudantes. Mas

se essas responsabilidades confiadas pelos pais cabem à escola, então não há o

que pensar. A escola do futuro fará a diferença quando perceber que o cidadão do

futuro deve ser visto como um ser do presente em toda a sua complexidade

existencial.

Não dá para planejar uma aula sem se por nos dois lugares: o do professor e

o do aluno. No mínimo se faz necessário que o professor se preocupe com o ponto

de vista do aluno, com o seu conhecimento prévio e reconheça as suas limitações.

Não se pode planejar uma aula de uma hora sem que se deixe espaço para as

interações, para a exposição dos pontos de vista dos alunos, ainda que para muitos

o exposto não faça sentido, deve-se ouvir e compreender que, se para o professor

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não faz sentido, talvez para esse aluno falte apenas um detalhe: a correção ou

orientação do professor. Além disso, professor tem que ser psicoterapeuta. Deve

saber cuidar do lado emocional do aluno, com sensibilidade, carinho e paciência.

Faz-se necessário que ele tenha o mínimo de conhecimento psicológico para

enfrentar seu ofício em sala de aula. Um dia um aluno lhe vem com um problema

pessoal, outro com um problema de saúde, de relacionamento, financeiro (...) e o

professor precisa estar preparado para enfrentar esses problemas. Ele é, muitas das

vezes, a única pessoa que o aluno tem para se abrir, com quem imagina contar e

esse professor não pode decepcioná-lo. Aconselhável é, nesses momentos, o uso

da PEDAGOGIA DO AMOR, pois só a demonstração de afeto, carinho e respeito do

professor, pode fazer o aluno sentir-se importante e capaz de transpor essas

barreiras.

O verdadeiro professor é aquele que ajuda ao aluno a encontrar as respostas

sem em nenhum momento mostrar onde essa resposta está. Deve ser criativo e

capaz de ver no limão azedo a possibilidade de fazer uma limonada.

9.5 INTERVENÇÕES/AÇÕES NECESSÁRIAS NO ENSINO FUNDAMENTAL DE

NOVE ANOS

A intervenção pedagógica nos 6ºanos do Ensino Fundamental é urgente e

necessária, prioritariamente nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. O

que temos percebido e nos preocupado, é o grande número de alunos que estamos

recebendo no 6ºano “semianalfabetos”. A defasagem nos conteúdos básicos de

português e matemática demonstram-se graves: um percentual altíssimo de alunos

estão sendo aprovados para o 6ºano sem o domínio mínimo do processo para se

efetuar divisão, multiplicação, subtração e até adição; com deficiências graves na

ortografia, pontuação, segmentação de palavras, na produção de pequenos textos

ou mesmo de frases.

Temos claro, diante da situação acima citada que o processo de alfabetização

das escolas municipais de Arapongas pode estar deixando falhas graves. Diante de

tais constatações, os professores de Língua Portuguesa e Matemática que

receberão e trabalharão com esses alunos, precisam ter claro a necessidade de

retomar conteúdos básicos dos anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano),

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complementando o processo de alfabetização de um número significativo de alunos.

No entanto é sabido que os alunos estarão deixando de aprender conteúdos

selecionados para o 6ºano das disciplinas de Português e Matemática (previstos e

elencados nas DCE), pois os professores devem se empenhar, nos primeiros meses

de aula, em retomar os conteúdos básicos, sem os quais não há como dar

continuidade ao trabalho pedagógico.

A preocupação com a qualidade do ensino é compartilhada por todas as

áreas do conhecimento, visto que o prejuízo para os alunos se estende para as

demais disciplinas dos anos finais do Ensino Fundamental. Devido a extrema

dificuldade de ler e interpretar, os educando tem dificuldades em acompanhar e

entender os conteúdos dos livros didáticos.

Na tentativa de amenizar o problema sugerimos aos professores do Colégio

Walfredo alguns encaminhamentos e/ou intervenções que poderão auxiliar o melhor

rendimento em sala de aula:

O trabalho mais intensivo na oralidade.

Todos os professores, não importa a disciplina, deve auxiliar os alunos

na escrita, intervir durante a execução e correção das atividades

propostas.

O trabalho conjunto dos professores de todas as disciplinas durante o

período de planejamento do início do ano. A proposta é que, na

medida do possível, eles trabalhem, ao mesmo tempo, conteúdos

afins, na tentativa dos alunos perceberem esta interdisciplinaridade e

dar mais significado ao conteúdo que está aprendendo. Já tivemos

experiências que comprovaram que esta interdisciplinaridade

apresenta resultados positivos no trabalho pedagógico.

Rever continuamente o planejamento: ajuda os professores a

observarem o que está dando certo e quais as estratégias que estão

ou não funcionando. O planejamento não pode ser esquecido na

gaveta. Avaliá-lo e/ou realimentá-lo deve ser uma prática constante.

Repensar a recuperação de estudos em todas as séries: é uma ação

que se faz necessária. O que percebemos é que apenas

oportunizamos aos alunos que façam outra avaliação (substitutiva). O

formato real da recuperação é bem diferente do formato ideal (teoria X

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prática). A retomada de conteúdos tem que se dar de forma efetiva e

significante a fim de atingir os objetivos a que se propõe, ou seja, que

o maior percentual possível de alunos compreendam de forma

significativa os conteúdos trabalhados.

Conhecer melhor o aluno: aproximar-se mais da sua realidade,

“perder” (ou ganhar?) tempo escutando o que nossos alunos tem a

dizer pode ser outra estratégia de sucesso dentro de sala de aula. O

interessar-se pela vida, pelos problemas que os alunos enfrentam,

enfim, esse relacionamento interpessoal pode trazer bons frutos no

resultado do trabalho pedagógico, pois o aluno sente que ele não é só

mais um número na lista de chamada, mas que ele é importante para

os professores .Com o estreitamento dos laços afetivos acreditamos

que o aluno pode sentir uma maior confiança nos docentes e melhorar

significativamente, tanto no aspecto disciplinar quanto no rendimento

escolar.

Vemos aí a importância enquanto educadores, em exercitarmos mais a

abertura para o aluno expressar-se, prestar mais atenção nas expectativas de vida

que eles têm, oportunizar momentos de diálogo entre discentes e docentes,

conhecer um pouco mais sobre a rotina diária da vida que eles levam, valorizar o

relacionamento com os alunos. Muitas vezes uma única frase dita pelo professor

pode mudar o curso da vida inteira de seu aluno.

Outro fator que temos percebido é que, os alunos que chegam ao 6ºano

encontram um ambiente educacional muito diferente daquele que conheciam. Eles

estavam acostumados com o uso de muito lúdico, brincadeiras, algumas disciplinas,

porém ministradas por no máximo 2 professores. De repente sua rotina muda

bruscamente. A estrutura das aulas é totalmente diferente: a cada 50 minutos entra

um professor diferente, ela nem consegue relacionar o professor à disciplina

ministrada, o tempo de recreio parece mais curto, a escola parece bem maior, os

professores já não os paparicam mais, ora são mais considerados crianças, ora são

chamados de adolescentes. É adaptação muito grande pra um ser tão pequeno;

afinal eles ainda têm em média 10 anos de idade ao iniciar o ano letivo.

Como proposta de ação para amenizar tanto desconforto e insegurança no

ingresso ao 6ºano, é o esforço conjunto de todos os professores, pedagogos e

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também da direção em trabalhar as rotinas diárias dessa nova etapa na vida escolar

desses alunos, orientando-os constantemente durante o 1º semestre : horários das

aulas, rotina na troca de professores, rotinas durante o intervalo do recreio,

organização de trabalhos dentro e fora de sala de aula, avaliações, aulas vagas,

indisciplina, direito e deveres a cumprir. Enfim, a organização de todo o trabalho

pedagógico que lhe será cobrado e a organização da escola como um todo.

Consideramos importante que ainda no 5ºano a escola municipal trabalhe ao

final do ano letivo, rotinas semelhantes à que eles enfrentarão no ano seguinte para

que os alunos não sintam tanto o impacto da mudança.

Outra ação que poderá dar resultados positivos é uma reunião com os pais

desses alunos em fase de adaptação. É de extrema importância que os pais

conheçam a rotina e a organização de todo o trabalho pedagógico do

estabelecimento de ensino, para que possam auxiliar e acompanhar a vida escolar

de seus filhos e ajudá-los durante essa fase de adaptação.

Percebendo a importância de ações a serem desenvolvidas pelo coletivo

escolar, tendo em vista a especificidade dos alunos do Ensino Fundamental, com

vistas a promover uma maior integração entre os anos iniciais e finais dessa etapa

da Educação Básica, preservando a continuidade do processo de ensino e

aprendizagem, outra proposta que buscaremos efetivar, é buscar junto aos

coordenadores e direção das escolas municipais das quais recebemos a grande

maioria do nosso alunado, encaminhamentos conjuntos com o propósito de

repensar, refletir e analisar as formas/metodologias pedagógicas no intuito de

melhorar o ensino e a aprendizagem dos alunos.

Acreditamos que toda ação deve ser permeada através do diálogo entre as

redes de ensino, visando a troca de informações que direcionem o trabalho dos

professores, bem como a promoção de discussões sobre os problemas enfrentados

pelos professores do Ensino Fundamental, a fim de minimizarmos o déficit

educacional que hoje vivenciamos. Essa comunicação entre as redes de ensino

Municipal e Estadual se faz necessária para que uma conheça a realidade da outra

e, a partir das informações coletadas, possamos construir juntos uma educação

básica integrada.

A tentativa de um trabalho conjunto tem o objetivo de uma unicidade entre as

escolas (estadual e a municipal), pensando sempre no sucesso dos alunos, como

sugere a Instrução nº 008/2011 – SUED/SEED e o caderno da SEED: Orientações

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Pedagógicas para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental de Nove Anos (2010).

Acreditamos que quando o aluno tem uma boa base, um bom domínio dos

conteúdos básicos do 1º ao 5ºano, principalmente nas disciplinas de Português e

Matemática, as chances dele ter sucesso na aprendizagem do 6ºano em diante é

significativamente maior, reduzindo assim o índice de reprovação nos anos

seguintes. Por isso, a tentativa de buscarmos soluções conjuntas para os alunos que

hoje são da esfera municipal e amanhã serão da esfera estadual, não estejam

fadados ao fracasso e sim, tenham sucesso em sua vida escolar.

Apesar da ação ( na tentativa de unicidade) que o colégio Walfredo propõe, o

Estado(SEED) precisa, com urgência, articular mecanismos juntamente às

Secretarias Municipais de Educação, na busca de diminuir a distância entre o ensino

dos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental. Podemos dizer que atualmente

não existe nenhuma ponte para fazer essa unicidade (tão veementemente proposta

pela SEED) entre Estado e Município. Faz-se necessário uma política pública de

Governo para fazer tal articulação, que com toda certeza, só beneficiará a qualidade

do ensino e aprendizagem oferecido aos alunos.

9.6 FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº.

9.394/96 a formação e qualificação dos profissionais da Educação são fundamentais

para o aperfeiçoamento da sua prática. Torna-se importante as reflexões e debates

sobre a formação e qualificação dos educadores que estão envolvidos com a

educação, pois estes, constituem um componente imprescindível do sistema

educacional.

Diante dos desafios enfrentados no âmbito escolar há a necessidade da

ressignificação na formação do educador, para a preparação do enfrentamento de

novos desafios e possibilidades, que possam reputar a intencionalidade da ação

educativa..Uma tentativa de superar o caráter fragmentado das práticas educativas,

gera esperanças e exercício do trabalho coletivo, visando racionalizar esforços e

recursos, para que sejam atingidos os fins do processo educacional.

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É nesse complexo e num processo coletivo que é possível a troca de

experiências e a partir delas, construir o conhecimento, transformando sua práxis

sob a real necessidade do contexto em que está inserida.

O momento de capacitação deve levar o educador, a refletir sobre a produção

do conhecimento, na formação e qualificação do seu trabalho, tais como:

Propiciar condições para que os educadores reflitam sobre sua prática

através de palestras e ou/ grupos de estudo, que se realiza no decorrer do

ano;

Motivar a formação continuada, visando à produção do conhecimento e uma

melhor qualificação do professor;

Estimular a troca de experiências, tendo em vista o trabalho interdisciplinar.

O que se pretende neste Projeto Pedagógico, é desenvolver um trabalho

integrado entre direção, equipe pedagógica, corpo docente e funcionários, visando à

qualificação e formação dos envolvidos no processo Ensino-Aprendizagem.

Através da Formação Continuada,possibilitamos aos participantes um

momento de reflexão da prática pedagógica, com debates e procedimentos, no

intuito de traçar alternativas de mudanças e uma ressignificação da prática

pedagógica.

A formação continuada para professores da escola acompanha as atividades

oferecidas pela SEED/NRE. Fazem parte da formação continuada dos professores:

Semanas pedagógicas – acontecem em fevereiro e julho de cada ano letivo.

DEB/Itinerante – acontece uma vez ao ano.

Grupos de estudos a partir de temáticas e áreas de atuação dos professores

–acontecem aos sábados durante o ano letivo.

PDE para os professores que estão no último nível de elevação da carreira –

desenvolvido durante 1 ou 2 anos.

GTR (Grupo de Trabalho em Rede) desenvolvido pelos professores PDE.

A partir dos encontros de capacitação, previstos em calendário escolar,

procura-se realizar :

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Levantamento de questões que possam ser alvos de questionamentos sobre

o cotidiano escolar, trazendo desta forma, subsídios para sustentáculo do

referencial teórico do projeto.

Discussões e reflexões sobre a prática pedagógica através de leitura de

textos previamente selecionados e/ou sugeridos pelos participantes.

Palestras de profissionais da área educacional.

Dinâmicas com temas que levem à reflexão da prática dos educadores.

Sistematização dos questionamentos e debates sobre a problemática da

prática em sala de aula.

9.7 LINHAS DE AÇÃO

O Colégio Walfredo Silveira Corrêa prima pela gestão democrática . Assim

sendo exige-se que as ações, decisões e encaminhamentos a serem adotados

partam de decisões tomadas em conjunto pensando sempre na melhoria da

qualidade de ensino e na da aprendizagem dos alunos.

Envolvidos constantemente numa prática pedagógica consciente e

responsável, visando sempre uma educação de qualidade, os Profissionais da

Educação do Colégio buscam a melhoria do trabalho desenvolvido, seja este

administrativo ou pedagógico.

Cada segmento da escola deve procurar cumprir o seu papel e realizar com

eficiência o seu trabalho, buscando sempre uma convivência harmônica e o bom

relacionamento entre todos, tendo sempre como foco principal o sucesso dos alunos

e de cada profissional da educação. A organização e a disciplina são indispensáveis

para que a escola seja uma instituição séria e de boa qualidade.

9.7.1 No trabalho pedagógico

Considerando a realidade da escola e as concepções que deverão respaldar o

trabalho pedagógico com a finalidade de melhorar a qualidade do ensino

aprendizagem, o coletivo da escola propõe algumas linhas de ação:

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Adotar e aperfeiçoar práticas coletivas de gestão democrática para o bom

desenvolvimento do trabalho pedagógico.

Buscar maior sintonia entre os educadores, funcionários e direção do Colégio

e Comunidade a fim de beneficiar o desenvolvimento de um trabalho de

qualidade.

Envolver a comunidade escolar em estudos, debates, leituras e discussões

sobre problemas e desafios a serem vencidos.

Aumentar e dinamizar os encontros com pais e responsáveis pelos alunos

para incentivar e conscientizar sobre a função deles em relação aos filhos.

Realizar reuniões bimestrais com pais ou responsáveis pelos alunos para

acompanhamento do processo de ensino e de aprendizagem.

Criar condições para a participação de toda a comunidade escolar e assim

promover a real efetivação do processo de gestão democrática, priorizando o

desenvolvimento de valores éticos essenciais para o bom relacionamento na

escola e no contexto social mais amplo. Dentre estes valores destacamos:

solidariedade, respeito à pessoa humana, responsabilidade e compromisso.

Promover palestras para todos os segmentos da comunidade escolar

voltadas à formação humana e ética com objetivo de instituir uma

convivência pacífica na escola e na sociedade.

Empenho da Equipe Pedagógica e Direção na realização de trabalhos

específicos, buscando a formação e/ou desenvolvimento de valores

pessoais, envolvendo professores, alunos, pais e comunidade.

Realizar comemorações cívicas, artísticas e esportivas, buscando a

formação unilateral do indivíduo, a integração entre professores, alunos, pais

e comunidade.

Adquirir recursos de ensino necessários ao bom desempenho das atividades

docentes e discentes solicitados pelos professores e aprovados pelos

pedagogos.

Atender alunos com necessidades especiais (quando houver), com apoio e

assessoria pedagógica do Núcleo Regional de Educação, bem como

contando com o suporte técnico e o fornecimento de recursos de ensino

necessários e demais materiais de estudo que possam auxiliar o docente e a

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equipe pedagógica a superar os desafios encontrados no dia-a-dia e a

alcançar o sucesso escolar do aluno incluso.

Desenvolver Atividades Curriculares contemplando a diversidade em

atendimento à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº9394/96

que estabelece a obrigatoriedade do Ensino de História e Cultura Afro-

Brasileira na Educação Básica e a Inclusão Social de alunos com

necessidades educacionais especiais

Desenvolver trabalhos da Cultura Afro-Brasileira e Africana (através de

apresentações teatrais ,dança e palestras) incluindo a história e luta dos

negros no Brasil ,as características da cultura negra brasileira e a influência

do negro na formação da sociedade nacional e o resgate da sua contribuição

nas áreas social,econômica e política.

Proporcionar momentos de discussão do tema Inclusão Educacional e Social

na Escola para toda a comunidade escolar, seguindo as orientações

repassadas pela SEED propondo leitura de textos e discussões sobre

inclusão, com a finalidade de desenvolver um trabalho visando minimizar as

diferenças e evitar o bullyng dentro do colégio.

Organizar, quando possível, a hora atividade de modo que professores da

mesma disciplina possam estar juntos para trocar idéias e sugestões, a fim

de que os conteúdos e projetos caminhem em uma mesma linha de

pensamento.

Apoiar e articular a formação continuada dos profissionais da escola uma vez

que a instituição está comprometida com a qualidade do ensino e o

desenvolvimento total do aluno, realizada através de simpósio e cursos

oferecidos pela SEED e também por reuniões pedagógicas;

Incentivar os educadores ao aperfeiçoamento constante, utilizando os

recursos presenciais e interativos existentes (Profuncionário, PDE,

Plataforma Freire, Escola de Governo, Ambiente Moodle);

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9.7.2 Na Gestão Escolar

Apresenta-se a seguir algumas ações na gestão escolar com a finalidade de

alcançar a meta de dinamizar a prática pedagógica, a melhoria do rendimento

escolar, do atendimento administrativo, da gestão de recursos humanos e

financeiros:

Oferecer condições para o desenvolvimento das capacidades dos alunos,

proporcionando aprendizagem significativa e exercício da cidadania.

Respeitar o educando em todos os aspectos, físico, social e econômico, sem

qualquer espécie de discriminação.

Realizar ações voltadas para a recuperação, defasagem de conteúdos e

distorção idade-série, utilizando adequadamente as horas atividade e

conselhos de classe.

Compreender a avaliação como processo permanente de aprendizagem,

dinâmico e transformador do contexto social, político, econômico e cultural na

construção da educação.

Proporcionar meios para estimular a retomada dos estudos de alunos

egressos.

Criar estratégias para melhoria do desempenho e participação dos

estudantes na Prova Brasil, Exame Nacional do Ensino Médio- ENEM,

concurso vestibular, continuidade dos estudos e inserção no mercado de

trabalho.

Promover atividades de complementação curricular em contra-turno com

vistas ao pleno desenvolvimento dos alunos.

Disponibilizar espaços adequados para pesquisa e produção do

conhecimento (biblioteca, laboratório de informática, laboratório de ciências)

com estratégias de aprendizado.

Motivar a participação democrática das Instâncias Colegiadas (Conselho

Escolar, APMF e Grêmio Estudantil) efetivando a representatividade de toda

comunidade, através de seus segmentos, no planejamento e tomada de

decisões do âmbito escolar para aprimoramento pedagógico.

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Instituir o Grêmio Estudantil, incentivando e possibilitando a participação

efetiva dos alunos.

Buscar a integração da escola com a família através de atividades culturais e

esportivas, incluindo reflexões e debates, implementando parcerias.

Estabelecer metas, através da construção coletiva, para realização das

tarefas com base em melhor atender a clientela.

Mobilizar os segmentos na construção e realimentação do Projeto Político

Pedagógico, Proposta Pedagógica Curricular e Regimento Escolar, com

acompanhamento constante.

Resguardar os direitos de docentes e discentes através dos registros e

documentação escolar.

Incentivar os educadores ao aperfeiçoamento constante, utilizando os

recursos presenciais e interativos existentes (Profuncionário, PDE,

Plataforma Freire, Escola de Governo, Ambiente Moodle).

Verificar as reais necessidades de bens e serviços para aplicação de

recursos, efetuando solicitações de reparos e melhorias, prestando contas

com transparência.

Repassar as informações pertinentes a cada grupo, em tempo hábil, inclusive

através de ambiente virtual, site da escola, orientando o uso das tecnologias

disponíveis na internet e Portal da Educação.

Organizar o serviço de atendimento ao público de forma ágil e eficiente,

utilizando adequadamente as ferramentas disponíveis.

Recorrer aos órgãos e serviços de apoio educacionais (Patrulha Escolar,

Conselho Tutelar, Rede de Apoio à Criança e ao Adolescente) no diagnóstico

e tomada de decisões quanto à evasão, situações de risco ou violência.

Conscientizar os usuários sobre o zelo e conservação do prédio, bens e

equipamentos existentes na escola, com vistas ao desenvolvimento da

cidadania.

Viabilizar alimentação saudável e reeducação alimentar através da merenda

e cantina escolar .

Fortalecer a prática de relações interpessoais e ambiente harmonioso, com

atendimento e direcionamento ético-profissional a alunos, educadores, pais e

comunidade.

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10 AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Um projeto pedagógico, segundo Veiga (2000, p.11), deve ser exeqüível e

prever condições necessárias ao desenvolvimento e a avaliação. O Projeto político-

pedagógico deverá ser avaliado considerando a definição dos objetivos e do perfil do

aluno concluinte. Essa avaliação se constituirá num instrumento de aferição do que

foi estabelecido e para o planejamento de atividades a serem desenvolvidas.

A avaliação do projeto deverá ser:

- Diagnóstica

- Crítica

- Dinâmica

- Coletiva e participativa

- De inclusão e não de exclusão

A avaliação do Projeto Político-Pedagógico deverá partir da necessidade de

se conhecer a realidade escolar, buscando explicar e compreender criticamente as

causas da existência de problemas, bem como suas relações, suas mudanças e se

esforçar para propor ações alternativas. Deve ser contínua e possibilitar os ajustes

das ações propostas pela comunidade escolar e sua adequação aos dispositivos

legais.

Numa gestão democrática e participativa todos se tornam construtores e

avaliadores do projeto. Portanto toda a comunidade deverá acompanhar o

desenvolvimento das atividades previstas e também sugerir modificações,

alterações, redirecionando o trabalho. É importante e oportuno ressaltar a

necessidade de participação da representatividade da comunidade: Grêmio

estudantil, Pais de alunos, Conselho Escolar e APMF.

O Projeto deve ser visto pelos avaliadores não como algo estanque, e sim,

dinâmico e passível de reformulações constantes. Há, portanto, que se considerar

os objetivos traçados, observando a natureza da atividade.

Testar a eficiência e eficácia das ações é importante, porém a avaliação do

projeto político-pedagógico tem um compromisso mais amplo. ACOMPANHAR E

AVALIAR O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO É AVALIAR OS RESULTADOS

DA PRÓPRIA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO. O importante é que

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o objetivo macro de toda e qualquer avaliação seja sempre conhecer a realidade e

propor alternativas de solução.

A avaliação deve estar centrada no conhecimento das necessidades que

nossa comunidade escolar tem e da nossa realidade, buscando a princípio

compreender esta realidade e propor ações coletivas e alternativas na busca de

soluções para o que há de vir.

Todos os nossos ideais correspondem a ações democráticas que visam

favorecer o desenvolvimento de toda a comunidade, a fim de gerar melhores formas

de organização do trabalho e avançar de maneira positiva rumo aos objetivos.

Para tanto, a nosso ver, a melhor forma de avaliação é a reflexão constante e

a tomada de um posicionamento politicamente correto diante das ações em

andamento e redirecionamento das metas objetivando momentos produtivos de

construção da democracia e da cidadania, do espírito cooperativo e principalmente

do compromisso e engajamento de todos.

A previsão para a Avaliação Institucional, para realimentação do Projeto

Político Pedagógico, será anualmente, em momento específico com a participação

de todos os segmentos (quando possível) para discutir e analisar nossa prática

diária. Acreditamos que tudo o que é realizado em conjunto, pode ser concretizado;

e, olhando para nossa trajetória profissional temos convicção de que faremos o

possível para que a escola seja um lugar aprazível de iguais condições de

aprendizagens, de fortalecimento social, de busca de parcerias e melhorias para o

pleno desenvolvimento da cidadania.

Queremos que o papel da escola seja realmente o de Educar e isto

conseguiremos avaliar durante toda a nossa gestão que aqui se apresenta aberta ao

diálogo e prestando “contas” de tudo o que for executado, errando e acertando, mas

acima de tudo ousando e acreditando que podemos fazer a diferença.

A construção e execução do projeto político-pedagógico e do plano da escola

precisam ser sustentadas por um acompanhamento contínuo e sistemático da

equipe gestora. É importante que haja responsáveis pela mobilização da escola,

para que a comunidade como um todo possa estar periodicamente discutindo os

rumos que o projeto político-pedagógico e o plano da escola vão tomando. Como

partes desse processo de acompanhamento, são sugeridas algumas ações:

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Análise dos planos de trabalho dos professores, para verificar sua relação

com os objetivos, com os conteúdos curriculares e com as opções

metodológicas da proposta pedagógica.

Construção, juntamente com os professores, de um instrumento de

acompanhamento das aulas, a partir de parâmetros previamente discutidos,

de forma que eles possam participar da avaliação da sua própria prática de

trabalho.

Observação da sala de aula, a partir de um instrumento de acompanhamento,

para estabelecer relações entre a dinâmica da aula e os objetivos e

conteúdos curriculares da proposta pedagógica e identificar aspectos que

precisam ser mais bem trabalhados com os professores.

Acompanhamento do desempenho dos alunos, identificando pontos nesse

desempenho que precisam ser melhorados e que precisam ser discutidos

com os professores.

Acompanhamento do desenvolvimento de projetos propostos por professores

e por alunos.

Supervisão da qualidade dos recursos didáticos disponíveis, observando sua

variedade, sua adequação ao número de alunos e aos objetivos e conteúdos

curriculares da proposta pedagógica.

Reunião que faça parte da programação normal da escola, com os

professores, para estudo teórico e discussão de questões práticas.

É importante considerar permanentemente, com a comunidade escolar, se o

projeto político-pedagógico, que é o plano global da instituição, está efetivamente

sendo cumprido e quais as reformulações que precisam ser feitas para que o seu

cumprimento represente, de fato, a construção de uma escola de qualidade

acadêmica e social.

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Para refletir “...para construir um processo participativo com distribuição do poder, não é suficiente pedir sugestões e aproveitar aquelas que pareçam mais simpáticas ou que coincidam com pensamentos ou expectativas dos que coordenam: é necessário que o plano se construa com o saber, com o querer e com o fazer de todos”. (Danilo Gandim)

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Resolução nº 07/2010 do Ministério da Educação, Conselho Nacional de Educação e Câmara de Educação Básica, que fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. REDIN, Euclides. Nova Fisionomia da Escola Necessária. São Leopoldo, RS:Unisinos (mimeo.p 07),1999. SACRISTÁN, J. Gimeno, GÓMEZ, A.I.Pérez. Compreender e transformar o Ensino. Porto Alegre, Artmed, 1998. SALLES, L. M. F. Adolescência, escola e cotidiano: contradições entre o genérico e o particular. Piracicaba: Editora UNIMEP, 1998. SALVADOR, César Coll. Aprendizagem escolar e construção do conhecimento. Porto Alegre, Artmed, 1994 SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. 32. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 1999. SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: Primeiras aproximações. 2.ed. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 1991. SAVIANI, Dermeval. “Escola e Democracia”. Mercado de Letras. 20ª ed.1994. SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo, Cortez, 1996. Simpósio Internacional do Adolescente May. 2005. Artigo: Escola como contexto de proteção: refletindo sobre o papel do educador na prevenção do uso indevido de drogas. Maria Fátima Olivier Sudbrack; Carla Dalbosco (Instituto de Psicologia / PRODEQUI-Programa de Estudos e Atenção às Dependências Químicas - Universidade de Brasília - UnB - Brasília - Distrito Federal) UNI revista - Vol. 1, n° 2: (abril 2006) Artigo: A infância, suas significações históricas e a escola brasileira. Mariana Luzia Corrêa (Acadêmica do Curso de Pedagogia) Universidade Federal de Santa Maria, RS. VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação, Concepção Dialética-Libertadora do Processo de Avaliação Escolar. São Paulo, Libertad, 1994. VEIGA, Ilma Passos Alencastro et al. Projeto Político-Pedagógico da Escola: Uma Construção Possível. Campinas, Papirus, 1995. VEIGA, Zilah de Passos Alencastro. As instâncias colegiadas da escola. In: VEIGA, Ilma P. e RESENDE, Lúcia M.G. de (orgs). Escola: Espaço do projeto político – pedagógico. Campinas: Papirus, 1998. VEIGA, Ilma P.A. (org) “Projeto Pedagógico da Escola: uma construção possível”. 11ª ed. Campinas, Papirus, 2000.

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ANEXOS

ANEXO 1 -PROPOSTA DE PLANO DE AULA NA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA

PROPOSTA DE PLANO DE AULA NA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA

UNIDADE: EDUCAÇÃO AMBIENTAL - OBJETIVOS: O quê? Conteúdos (conceituais, procedimentais, atitudinais), habilidades e competências. Para quê? Finalidade social do aprendido – prática social. Geral:

Específicos: 1 PRÁTICA SOCIAL INICIAL DO CONTEÚDO: Listagem do conteúdo: (listar unidade e tópicos) Vivência cotidiano dos alunos: O que o aluno e o professor já sabem sobre o tema e relação com sua vida. O que os alunos gostariam de saber a mais? 2. PROBLEMATIZAÇÃO: Segundo Gasparin a problematização é um desafio, ou seja, é a criação de uma necessidade para que o educando, através de sua ação, busque o conhecimento. Discussão sobre os principais problemas postos pela prática social e pelo conteúdo. Os principais problemas são as questões fundamentais que foram apreendidas pelo professor e pelos alunos e que precisam

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ser resolvidas, não pela escola, ou na escola, mas no âmbito da sociedade como um todo. Pode ser em forma de perguntas. Dimensão científica: Dimensão social: Dimensão histórica: Outras dimensões Outras dimensões:

3 INSTRUMENTALIZAÇÃO: Descrever o passo a passo da aula em si, ou seja, como fará a ligação da prática social inicial com o tema selecionado na problematização para iniciar a aula, introduzindo o novo assunto e desenvolvendo o conteúdo, as atividades, fechamento ou síntese integradora, onde o aprendiz poderá expressar a sua catarse (durante as atividades ou no final). A metodologia da aula deverá prever a dialética: aula expositiva dialogada, leitura de mundo, leitura orientada de textos selecionados, trabalhos em grupo, pesquisa sobre o tema, seminário, entrevistas com pessoas-fontes, palestras, análises de vídeos ou filmes, entre outros. Prever como vai trabalhar cada uma das dimensões propostas e interdisciplinarmente.

Ações docentes (Professor) Ações discentes (Aprendizes)

Recursos pedagógicos necessários para a aula: (colocar em anexo os textos e atividades, jogos, imagens, etc.)

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4 CATARSE: Momento em que o aluno se aproxima da solução do problema. É quando o conteúdo empírico se torna científico. Elaboração teórica da síntese, da nova postura mental. Totalidade concreta 4.1 Síntese: (Texto que expressa a síntese da aula, o que o aluno deverá se apropriar ao final das atividades) 4.2 Avaliação: Expressão da síntese: avaliação, atendendo às dimensões trabalhadas 5 PRÁTICA SOCIAL FINAL DO CONTEÚDO: Nova postura prática ante a realidade: Intenções / predisposições / prática / novo conhecimento. 5.1 Intenções do aluno: nova postura prática, nova atitude sobre o conteúdo 5.2 Ações do aluno: nova prática social do conteúdo - transformação social REFERÊNCIAS DE TODOS OS RECURSOS UTILIZADOS:

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ANEXO 2 – ESQUEMA DE AULA SEGUNDO GASPARIN

ESQUEMA DA AULA PRÁTICA NÍVEL DE

DESENVOLVIMENTO ATUAL

TEORIA ZONA DE DESENVOLVIMENTO IMEDIATO

PRÁTICA NOVO NÍVEL DE

DESENVOLVIMENTO ATUAL

Prática inicial do conteúdo Problematização Instrumentalização Catarse Prática final do

conteúdo

Listagem do conteúdo Vivência cotidiana do conteúdo: - O que o aluno já

sabe: visão da totalidade empírica. Mobilização

- Desafio: o que o gostaria de saber a mais?

Identificação da e discussão sobre os principais problemas postos pela prática social e pelo conteúdo. Dimensões do conteúdo a serem trabalhadas.

Ações docentes e discentes para construção do conhecimento. Relação aluno x objeto do conhecimento através da mediação docente.

Recursos humanos e materiais.

Elaboração teórica da síntese, da nova postura mental. Construção da nova totalidade concreta.

Expressão da síntese. Avaliação: deve atender às dimensões e aos objetivos.

Intenções do aluno. Manifestação da nova postura prática, da nova atitude sobre o conteúdo e da nova forma de agir.

Ações do aluno. Nova prática social do conteúdo ou das habilidades e competências.

GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. Campinas: Cortez, 2003.

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ANEXO 3 – PLANO DE ESTÁGIO PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

PLANO DE ESTÁGIO

IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO

ESTABELECIMENTO: Colégio Estadual Walfredo Silveira Corrêa – Ens Fund e

Médio

ENDEREÇO: Rua Japin, 483

ENTIDADE MANTENEDORA: SEED – Governo do Estado do Paraná

MUNICÍPIO: Arapongas - Paraná

NRE: Apucarana

IDENTIFICAÇÃO DO CURSO

Habilitação: ENSINO MÉDIO

Nome do Professor Orientador: _______________________

Ano Letivo: _________

JUSTIFICATIVA

O Estágio Profissional não obrigatório é uma atividade curricular, um ato

educativo assumido intencionalmente pela instituição de ensino que propicia a

integração dos estudantes com a realidade do mundo do trabalho. Sendo um

recurso pedagógico que permite ao aluno o confronto entre os desafios profissionais

e a formação teórico-prática adquiridas nos estabelecimentos de ensino,

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oportunizando a formação de profissionais com percepção crítica da realidade e

capacidade de análise das relações técnicas do trabalho.

O Estágio é desenvolvido no ambiente de trabalho, cujas atividades a serem

executadas devem estar devidamente adequadas às exigências pedagógicas

relativas ao desenvolvimento pessoal, profissional e social do educando,

prevalecendo sobre o aspecto produtivo.

O Estágio se distingue das demais disciplinas em que a aula prática está

presente por ser o momento de inserção do aluno na realidade, para o entendimento

do mundo do trabalho, com o objetivo de prepará-lo para a vida profissional,

conhecer formas de gestão e organização, bem como articular conteúdo e método

de modo que propicie um desenvolvimento ominilateral. Sendo também, uma

importante estratégia para que o aluno trabalhador tenha acesso às conquistas

científicas e tecnológicas da sociedade.

O Estágio Profissional, de caráter não obrigatório, atende as necessidades da

escola conforme previsto na legislação vigente:

• Lei nº 9.394/1996, que trata das Diretrizes e Bases da Educação Nacional;

• Lei N° 11.788/2008, que dispõe sobre o estágio de estudantes;

• Lei Nº 8.069/1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, em

especial os artigos, 63, 67 e 69 entre outros, que estabelece os princípios de

proteção ao educando;

•o Art. 405 do Decreto Lei que aprova a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT,

que estabelece que as partes envolvida devem tomar os cuidados necessários para

a promoção da saúde e prevenção de doenças e acidentes, considerando

principalmente, os riscos decorrentes de fatos relacionados aos ambientes,

condições e formas de organização do trabalho;

•Deliberação N° 02/2009 – do Conselho Estadual de Educação.

•Instrução Nº 006/2009 – SUED/SEED.

O Plano de Estágio é o instrumento que norteia e normatiza os Estágios dos

Alunos do Ensino Médio.

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OBJETIVO GERAL DO ESTÁGIO

Conhecer formas de gestão e organização na realidade do mundo do

trabalho, propiciando o desenvolvimento pessoal, profissional, a partir da prática

social, contemplando as diversas áreas que contribuem para a formação integral do

aluno, bem como reconhecer as dimensões pedagógicas que se desenvolvem em

todos os aspectos da vida social e produtiva.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO ESTÁGIO

Proporcionar ao aluno o contato com as atividades relacionadas ao currículo

do Ensino Médio;

Oportunizar experiência profissional diversificada de acordo com proposta

Curricular;

Relacionar teoria e prática profissional a partir das experiências realizadas no

campo de estágio;

Possibilitar a inserção do educando no mundo do trabalho.

LOCAIS DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO

O estágio poderá ser realizado em instituições públicas ou privadas desde

que esteja relacionado com o Projeto Político Pedagógico e com a Proposta

Curricular do curso.

ATIVIDADES DO ESTÁGIO

O Estágio Supervisionado, como ato educativo, representa o momento de

inserção do aluno na realidade do mundo do trabalho, permitindo que coloque os

conhecimentos construídos ao longo das séries em reflexão e compreenda as

relações existentes entre a teoria e a prática.

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Por ser uma experiência pré-mundo do trabalho, servirá como instante de

seleção, organização e integração dos conhecimentos construídos, porque

possibilita ao estudante contextualizar o saber, não apenas como educando, mas

como cidadão crítico e ético, dentro de uma organização concreta do mundo

trabalho, no qual tem um papel a desempenhar.

ATRIBUIÇÕES DA MANTENEDORA/ESTABELECIMENTO DE ENSINO

O Estágio Profissional não obrigatório, concebido como procedimento

didático-pedagógico e como ato educativo intencional é atividade pedagógica de

competência da instituição de ensino, sendo planejado e avaliado em conformidade

com os objetivos propostos para a formação profissional dos estudantes, previsto no

Projeto Político-Pedagógico e no Plano de Estágio. A instituição de ensino é

responsável pelo desenvolvimento do estágio nas condições estabelecidas no Plano

de Estágio, observado:

Elaborar Termo de Compromisso para ser firmado com o educando ou com

seu representante ou assistente legal e com a parte concedente, indicando

as condições adequadas do estágio à proposta pedagógica do curso;

Etapa e modalidade da formação escolar do estudante e ao horário e

calendário escolar;

Respeitar legislação vigente para estágio não obrigatório;

Celebrar Termo de Compromisso com o educando, se for ele maior de 18

anos; com seu assistente legal, se idade superior a 16 e inferior a 18 (idade

contada na data de assinatura do Termo) ou com seu representante legal, se

idade inferior a 16 anos e com o ente concedente, seja ele privado ou

público;

Celebrar Termo de Cooperação Técnica para estágio com o ente público ou

privado concedente do estágio;

Contar com o professor orientador de estágio, o qual será responsável pelo

acompanhamento e avaliação das atividades;

Exigir do aluno o planejamento/plano e o relatório de seu estágio;

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Realizar avaliações que certifiquem as condições para a realização do

estágio previstas no Plano de Estágio e firmadas no Termo de Cooperação

Técnica e Convênios que deverão ser aferidas mediante relatório elaborado

pelo professor orientador de estágio;

O desenvolvimento do estágio deverá obedecer aos princípios de proteção ao

estudante, vedadas atividades:

a) incompatíveis com o desenvolvimento do adolescente;

b) noturnas, compreendidas as realizadas no período entre vinte e duas horas

de um dia às cinco horas do outro dia;

c) realizadas em locais que atentem contra sua formação física, psíquica e

moral;

d) perigosas, insalubres ou penosas.

PROFESSOR ORIENTADOR DE ESTÁGIO

O estágio deverá ser desenvolvido com a mediação do professor orientador

de estágio, especificamente designado para essa função, o qual será responsável

pelo acompanhamento e avaliação das atividades.

COMPETE AO PROFESSOR ORIENTADOR

Solicitar juntamente da parte concedente relatório, que integrará o Termo de

Compromisso, sobre a avaliação dos riscos, levando em conta: local de

estágio; agentes físicos, biológicos e químicos; o equipamento de trabalho e

sua utilização; os processos de trabalho; as operações e a organização do

trabalho; a formação e a instrução para o desenvolvimento das atividades de

estágio;

Exigir do estudante a apresentação periódica, de relatório das atividades, em

prazo não superior a 6 (seis) meses;

Esclarecer juntamente com a parte concedente do estágio, o Plano de

Estágio e o Calendário Escolar;

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Planejar com a parte concedente os instrumentos de avaliação e o

cronograma de atividades a serem realizadas pelo estagiário;

Proceder as avaliações que indiquem se as condições para a realização do

estágio estão de acordo com as firmadas no Plano de Estágio e no Termo de

Compromisso, mediante relatório;

Zelar pelo cumprimento do Termo de Compromisso;

Conhecer o campo de atuação do estágio;

Esclarecer aos estagiários as determinações do Termo de Compromisso;

Orientar os estagiários quanto à importância de articulação dos conteúdos

aprendidos à prática pedagógica;

Orientar os estagiários quanto às condições de realização do estágio, ao

local, procedimentos, ética, responsabilidades, comprometimento, dentre

outros;

Atuar como um elemento facilitador da integração das atividades previstas no

estágio;

Promover encontros periódicos para a avaliação e controle das atividades

dos estagiários;

Manter o registro de classe com freqüência e avaliações em dia.

ATRIBUIÇÕES DO ÓRGÃO/INSTITUIÇÃO QUE CONCEDE O ESTÁGIO

A instituição de ensino e a parte concedente de estágio poderão contar com

serviços auxiliares de agentes de integração, públicos ou privados, mediante

condições acordadas em instrumento jurídico apropriado.

Considerar-se-ão parte concedente de estágio, os dotados de personalidade

jurídica pública ou privada e profissionais liberais, desde que estejam devidamente

registrados em seus respectivos conselhos de fiscalização profissional.

Uma vez formalizado o Termo de Compromisso de Estágio, cumpridos os

requisitos citados anteriormente, e estará criada a condição legal e necessária para

a realização do estágio supervisionado na organização concedente de estágio.

A organização escolhida como concedente do estágio deverá possuir

condições mínimas de estrutura, que permitam ao aluno observar, ser assistido e

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participar das atividades, durante a execução do estágio supervisionado. Ofertando

instalações que tenham condições de proporcionar ao aluno, atividades de

aprendizagem social, profissional e cultural.

O desenvolvimento do estágio deverá obedecer aos princípios de proteção ao

estagiário contidos no Estatuto da Criança e do Adolescente, sendo vedadas

algumas atividades, (ver Arts. 63, 67 e 69, entre outras do ECA e também 405 e 406

da CLT).

Fica a critério da instituição concedente a concessão de benefícios

relacionados a transporte, alimentação e saúde entre outros, por si só, não

caracterizando vínculo empregatício.

A empresa concedente ou Instituição de ensino deverão viabilizar

acompanhamento de profissionais especializados aos estagiários com necessidades

educativas especiais.

A documentação referente ao estágio, deverá ser mantida a disposição para

eventual fiscalização. A oferta de estágio pela parte concedente será efetivada

mediante:

Celebração do Termo de Compromisso com a instituição de ensino e o

estudante;

A oferta de instalações que tenham condições de proporcionar ao estudante

atividades de aprendizagem social, profissional e cultural;

Indicação de funcionário do seu quadro de pessoal, com formação ou

experiência profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do

estagiário, para orientar e supervisionar o desenvolvimento das atividades de

estágio;

Entrega do termo de realização do estágio à instituição de ensino por ocasião

do desligamento do estagiário, com indicação resumida das atividades

desenvolvidas, dos períodos e da avaliação de desempenho;

Relatório de atividades, enviado à instituição de ensino, elaborado pelo

funcionário responsável pela orientação e supervisão de estágio;

Zelar pelo cumprimento do Termo de compromisso.

Conhecer o plano de atividades do estágio proposto pelo estabelecimento de

ensino;

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Orientar as atividades do estagiário em consonância com o plano de estágio;

Orientar e acompanhar a execução das atividades do estagiário na empresa;

Manter contatos com o Orientador de estágio da escola;

Oportunizar ao estagiário vivenciar outras situações de aprendizagem que

permitam uma visão real da profissão;

Indicar um responsável para supervisionar para acompanhar as atividades de

estágio.

ATRIBUIÇÕES DO ESTAGIÁRIO

A jornada de estágio deve ser compatível com as atividades escolares e

constar no Termo de Compromisso, considerando:

A anuência do estagiário, se maior, ou concordância do representante ou

assistente legal, se menor;

A concordância da instituição de ensino;

A concordância da parte concedente;

O estágio não pode comprometer a freqüência às aulas e o cumprimento dos

demais compromissos escolares;

A eventual concessão de benefícios relacionados ao auxílio-transporte,

alimentação e saúde, entre outros, não caracteriza vínculo empregatício;

Fica assegurado ao estagiário que recebe bolsa ou outra forma de

contraprestação, sempre que o estágio tenha duração igual ou superior a 1

(um) ano, um período de recesso de 30 (trinta) dias, a ser gozado

preferencialmente durante suas férias escolares.

Ao estagiário aplica-se a legislação relacionada à saúde e segurança no

trabalho, sendo sua implementação de responsabilidade da parte concedente

do estágio.

ANTES DA REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO, O ESTAGIÁRIO DEVE:

•Estabelecer contatos com Unidades Concedentes para fins de estágios;

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•Participar de atividades de orientação sobre o estágio;

•Observar sempre o regulamento de Estágios da Escola;

•Zelar pela documentação do estágio entregue pelo Professor Orientador de

Estágio.

DURANTE A REALIZAÇÃO:

Conhecer a organização da Unidade Concedente;

Respeitar o Cronograma de Estágio para garantir o cumprimento da carga

horária no período estabelecido pelo o professor orientador de Estágio;

Acatar as normas estabelecidas pela Unidade Concedente;

Zelar pelo nome da Instituição e da Escola;

Manter um clima harmonioso com a equipe de trabalho;

Cumprir o Termo de Compromisso firmado com a Instituição de Ensino e a

Unidade Concedente.

Manter contatos periódicos com o Professor Orientador de Estágio para

discussão do andamento do estágio;

Zelar pelos equipamentos, aparelhos e bens em geral da Empresa e

responder pelos danos pessoais e materiais causados;

DEPOIS DA REALIZAÇÃO:

Elaborar o relatório final de atividades, de acordo com as normas exigidas;

Apresentar sugestões que contribuam para o aprimoramento do Estágio não

obrigatório.

FORMA DE ACOMPANHAMENTO DO ESTÁGIO

O aluno deverá ser acompanhado durante seu Estágio em Instituições

Públicas e/ou Privadas, por um responsável que deverá ter conhecimento na área.

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Três profissionais da área estarão envolvidos no processo de encaminhamento:

2 - Professor Orientador de Estágio, que dará o direcionamento durante a realização

do Estágio;

2 - Supervisor da empresa será responsável pela condução e concretização do

Estágio na Instituição ou propriedade concedente, procurando seguir o plano

estabelecido pelo Aluno e pelo Professor Orientador.

As formas de acompanhamento serão de acordo com a realidade da situação

do estágio. Podendo ser através de visitas, relatórios, contatos telefônicos,

documentação de estágio exigida pela escola, de maneira a propiciar formas de

integração e parceria entre as partes envolvidas. Oportunizando o aperfeiçoamento

das relações técnicas-educativas a serem aplicadas no âmbito do trabalho e no

desenvolvimento sustentável.

AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO:

A avaliação do Estágio Profissional não obrigatório é concebida como um

processo contínuo e como parte integrante do trabalho, devendo, portanto, estar

presente em todas as fases do planejamento e da construção do currículo, como

elemento essencial para análise do desempenho do aluno e da escola em relação à

proposta.

a) Avaliação do Supervisor do Estágio da Unidade Concedente;

b) Relatório apresentando pelo educando.

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ANEXO 4 PROGRAMA DE ATIVIDADE COMPLEMENTAR CURRICULAR EM

CONTRATURNO

CONTEÚDO:

Conteúdo Estruturante - Esporte - Básico - Coletivo - Conteúdo Específico:

Basquetebol.

Fundamentos (arremessos, condução de bola, passes, dribles, fintas, etc.)

Treinamento técnico tático

Histórico do esporte, origem e desenvolvimento

O jogo como instrumento de convivência social.

OBJETIVOS:

Promover a melhoria da qualidade do ensino por meio da ampliação de

tempos, espaços e oportunidades educativas em contraturno, na escola, a

fim de atender as necessidades socioeducacionais dos alunos;

Ofertar atividades complementares ao currículo escolar vinculadas ao Projeto

Político-Pedagógico da Escola, respondendo às demandas educacionais e

aos anseios da comunidade;

Possibilitar maior integração entre alunos, escola e comunidade,

democratizando o acesso ao conhecimento e aos bens culturais.

Dar continuidade a socialização da disciplina Educação Física, interando o

aluno na troca de experiência pela prática do jogo proporcionando ao

educando compreender a relação existente entre o basquetebol e sua vida

em sociedade.

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ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS:

A proposta contará com planejamento técnico utilizando metodologia específica

de trabalho para a modalidade de basquetebol. As atividades serão realizadas em

horário de contraturno escolar, tendo como metodologia o desenvolvimento de

atividades físicas independentemente do enfoque competitivo. As atividades físicas

concorrerão para o desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo e sócio-cultural e

afetividade, com apoio e integração familiar. As aulas começarão com aquecimentos

e alongamentos, explicação das atividades do dia e execução dos exercícios

proporcionando aos alunos o conhecimento dos sistemas táticos e posicionamento

em quadra e a função de cada jogador.

LOCAL DE REALIZAÇÃO:

No próprio Colégio, na Quadra Esportiva.

RESULTADOS ESPERADOS

Para o aluno:

Maior comprometimento e envolvimento na entrega das atividades propostas

pelo professor;

Melhor assimilação dos conteúdos propostos, por meio da recriação de jogos

e regras;

Conseguir resolver, de maneira criativa, situações problemas sem

desconsiderar a opinião do outro, respeitando o posicionamento do grupo e

propondo soluções para as divergências;

Conhecimento da modalidade, oportunizando participação em vários níveis

de jogos oficiais.

Para a escola:

Promover a melhoria da qualidade do ensino por meio da ampliação de

tempos, espaços e oportunidades educativas em contraturno

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Possibilitar maior integração entre alunos, escola e comunidade,

democratizando o acesso ao conhecimento e aos bens culturais.

Para a comunidade:

Oportunizar um local para prática esportiva, orientada por professor

qualificado. Que este Programa atenda alunos da Comunidade, buscando

sua autonomia e a inserção no meio em que vive, tornando-os cidadãos

responsáveis e conscientes de seus direitos e deveres.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRACHT, Valter, A constituição das teorias pedagógicas de Educação Física. Cadernos CEDES, v. 19, nº 48. Campinas, 1999.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Educação Física. Curitiba, 2008.

Regras da FIBA; Basquete Aprendendo a Jogar; Basquetebol na Escola: Iniciação ao Treinamento .

AVALIAÇÃO:

A avaliação será feita no cotidiano, tendo como aperfeiçoamento os diferentes

estágios de treinamento, observados, de modo especial durante a participação em

jogos.

Esta se dará num processo contínuo,permanente e cumulativo, onde o

professor organizará o seu trabalho, sustentado nas diversas práticas, dentro da

modalidade de Basquetebol, onde verificará se o aluno conquistou os objetivos

propostos pelas atividades desenvolvidas durante as aulas.

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ANEXO 5 QUADRO DE METAS DA GESTÃO ESCOLAR 2012-2014

A ESCOLA QUE TEMOS A ESCOLA QUE PRETENDEMOS

AÇÕES

INDICADORES POTENCIALIDADES DIFICULDADES

1. Gestão de resultados

educacionais

- IDEB de 4,5.. -Aproveitamento escolar médio de 80%; Reprovação média de 20%. Evasão significativa nos 1º ano Ensino Médio.

- Melhorar bienalmente o índice do IDEB. - Baixar o índice de reprovação para média de 10%. -Diminuir o índice de evasão escolar no Ensino Médio Noturno. - Oferecer condições para o desenvolvimento das capacidades dos alunos, proporcionando aprendizagem significativa e exercício da cidadania.

- Realizar ações voltadas para a recuperação, defasagem de conteúdos e distorção idade-série, utilizando adequadamente as horas atividade e conselhos de classe. - Proporcionar meios para estimular a retomada dos estudos de alunos egressos. - Criar estratégias para melhoria do desempenho e participação dos estudantes na Prova Brasil, Exame Nacional do Ensino Médio- ENEM, concurso vestibular, continuidade dos estudos e inserção no mundo de trabalho. - Melhorar a qualidade do ensino, motivando e efetivando a permanência do aluno na Escola, evitando a evasão. - Promover atividades de complementação curricular em contra turno com vistas ao pleno desenvolvimento dos alunos. Incentivar os educadores ao aperfeiçoamento constante, utilizando os recursos presenciais e interativos existentes (Profuncionário, PDE, Plataforma Freire, Escola de Governo, Ambiente Moodle)

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2. Gestão participativa/democrática

- Reuniões c/ APMF e Conselho Escolar. - Prestação de contas freqüentes. - Participação parcial dos pais. - Acesso de toda a comunidade ao regimento Escolar e PPP (Projeto Político Pedagógico) no site. -

- Maior participação da comunidade escolar. - Integração mais efetiva da escola-comunidade. - Maior participação dos pais na construção do PPP. - Assegurar a APMF/Conselho Escolar o direito à participação ativa, no funcionamento diário do Colégio, atuando em todas as atividades realizadas. -

- Motivar a participação democrática das Instâncias Colegiadas (Conselho Escolar, APMF e Grêmio Estudantil) efetivando a representatividade de toda comunidade, através de seus segmentos, no planejamento e tomada de decisões do âmbito escolar para aprimoramento pedagógico. - Buscar a integração da escola com a família através de atividades culturais e esportivas, incluindo reflexões e debates, implementando parcerias. - Mobilizar a comunidade na realimentação do PPP através de reuniões regulares. - Auxiliar a APMF em promoções gerais, que tenham como objetivo angariar fundos para complementar a manutenção do Colégio e/ou promover a ajuda solidária às famílias de nossa comunidade. - Reuniões com os pais e comunidade; palestras sobre diversos assuntos para pais, alunos, comunidade como: Estatuto da Criança e do Adolescente, Cidadania, Violência, Educação no Trânsito, Amamentação, Ética e outras, com a participação de voluntários, e membros de entidades e profissionais de diferentes áreas. - Apresentação dos problemas para a comunidade escolar e busca de soluções conjuntas. - Promoções, confraternizações e atividades recreativas envolvendo APMF,Conselho Escolar, corpo

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administrativo e docentes e discentes.

3. Gestão Pedagógica

- Busca-se soluções para a melhora da educação como um todo, e do ensino e aprendizagem. - Horas atividades nem sempre bem aproveitadas. - Preocupa-se em conhecer o educando e a realidade em que vivem. - Procura-se dar suporte pedagógico necessário e possível aos professores e alunos.

- Estimular novas estratégias de compreensão da realidade. - Criar mecanismos de participação que traduzam o compromisso de todos na melhoria da qualidade de ensino e com o aprimoramento do processo pedagógico. - Criar condições para que todos os alunos desenvolvam suas capacidades e aprendam os conteúdos necessários para a vida em sociedade. - Mobilizar os segmentos na construção e realimentação do Projeto Político Pedagógico, Proposta Pedagógica Curricular e Regimento Escolar, com acompanhamento constante.

- Buscar entender o desenvolvimento do educando em suas características sociais afetivas, cognitivas e biológicas dentro da série em que ministrar suas aulas. - Oferecer uma educação centrada na interatividade, na interdisciplinaridade e na co-autoria do conhecimento. - Reuniões pedagógicas, Encontros Pedagógicos, Grupos de Estudos, passeios, comemorações, momentos de espiritualidade e de dinâmicas para o corpo docente, discente e comunidade escolar. - Horas/atividades organizada de forma a atender as necessidades pedagógicas do corpo docente e discente, elaborado a partir da opção do professor, a princípio individualmente mas que este tenha sempre algum um ou mais professores de outras áreas/disciplinas para enriquecer o seu trabalho com troca de idéias. - Incentivar os professores à pesquisa. - Dentro das estratégias desenvolvidas diariamente, deve-se dar atenção ao ambiente de aprendizagem (sala de aula), possibilitado o movimento adequado a cada proposta, utilizar recursos, espaços e instrumentos que dêem suporte á ação pedagógica, bem como orientar o educando em sua

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organização de estudos. - Articular a formação continuada dos profissionais da educação como forma de melhoria da prática e finalidade educacional - Disponibilizar espaços adequados para pesquisa e produção do conhecimento (biblioteca, laboratório de informática, laboratório de ciências) com estratégias de aprendizado. - Recorrer aos órgãos e serviços de apoio educacionais (Patrulha Escolar, Conselho Tutelar, Rede de Apoio à Criança e ao Adolescente) no diagnóstico e tomada de decisões quanto à evasão, situações de risco ou violência.

4. Gestão de

Inclusão/Socioeducação

- Busca-se formar cidadãos capazes de agir com autonomia, aprofundar conhecimentos através da pesquisa, organizar tanto sua vida pessoal quanto escolar, torna-los agentes participativos e modificadores da realidade e que estão inseridos, tomando a consciência de que a integração social é feita por meio de um ambiente acolhedor, respeitando-se as diferenças. - Procura-se acolher a todos indiscriminadamente.

- Pretende-se a transformação dos sistemas educacionais a partir do pressuposto das mudanças estruturais na educação para a efetivação dos princípios da educação inclusiva no âmbito escolar. - Redefinir conceitos, atitudes e práticas são abordadas na ótica da gestão democrática, constituindo uma rede de relações de promoção da participação, construção coletiva da identidade escolar e valorização da diversidade no contexto educacional. - Enfocar a inclusão como movimento de transformação, trazendo a gestão educacional como elemento dinâmico e impulsionador da inclusão e no

- Incentivo à formação de professores, promoção da acessibilidade, participação da comunidade e ampliação da identificação e da oferta do atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, construindo um repensar da gestão para a inclusão. - Proporcionar a presença do aluno na escola enquanto sujeito de direito, estar na escola, junto aos demais colegas da sua faixa etária e na sua comunidade., estar na escola, participando, aprendendo e se desenvolvendo. -Zelar pelo relacionamento livre de preconceito e discriminação, em ambiente acessível para que realmente todos participem das

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desenvolvimento do programa Educação lnclusiva: direito à diversidade do Ministério da Educação, com o objetivo de disseminação das políticas públicas de educação inclusiva com vistas a expandir nacionalmente as idéias de participação e valorização da diversidade, a luz do paradigma da inclusão.

atividades escolares, com um currículo aberto e flexível.

5. Gestão de Pessoas

- Procura-se manter um bom relacionamento entre todos os segmentos do colégio e comunidade escolar. - Busca-se, na medida do possível e dentro das Legislações vigentes, atender às solicitações dos professores e funcionários.

- APM ativa e atuante em todos os momentos; contato direto com Conselho Escolar, Conselho Tutelar, Patrulha Escolar, CIEE e entidades que atuam com a escola. - Estabelecer metas, através da construção coletiva, para realização das tarefas com base em melhor atender a clientela. - Fortalecer a prática de relações interpessoais e ambiente harmonioso, com atendimento e direcionamento ético-profissional a alunos, educadores, pais e comunidade. -

- Promoções, confraternizações e atividades recreativas envolvendo APMF,Conselho Escolar, corpo administrativo e docentes e discentes. - Viagens, confraternizações, comemorações, atividades esportivas entre as turmas, com alunos, APMF,Conselho Escolar, professores e funcionários. - Incentivar a participação da comunidade, APMF, Conselho Escolar, professores, pais, alunos e funcionários em atividades como: exposição de trabalhos, mostra cultural e de talentos, formatura, campanhas, atividades extra-classe, excursões e demais promoções. - Manutenção de um ambiente harmonioso que transmita o respeito mútuo, ética e solidariedade entre o corpo docente, discente e funcionários.

6. Gestão de serviços de apoio - Prima-se pela manutenção do fluxo de informações dentro do

- Propostas de inovações à Secretaria de Estado da Educação,

- Elaboração do Plano Anual de Atividades a serem realizadas no

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(recursos físicos e financeiros) Estabelecimento, entre a comunidade escolar, órgãos da Administração Estadual de Ensino, entidades e outros setores . - Observa-se responsabilidade pela conservação e manutenção do prédio, para assegurar o bem estar dos elementos da Comunidade Escolar. - Aplica-se as normas, procedimentos e medidas administrativas baixadas pela Secretaria de Estado da Educação. - Observa-se transparência na aplicação dos recursos recebidos (conforme plano), e, elaboração das respectivas prestações de contas após serem submetidas à apreciação e aprovação do Conselho Escolar/APMF.

após aprovação do Conselho Escolar no tocante à melhoria desta Gestão. - Verificar as reais necessidades de bens e serviços para aplicação de recursos, efetuando solicitações de reparos e melhorias, prestando contas com transparência

decorrer do ano letivo, juntamente com a APMF. Onde após cada evento, são realizadas reuniões para avaliação do trabalho executado e análise dos resultados obtidos, os quais são apresentados à comunidade, através da prestação de contas, em conformidade com a lei vigente. -Repassar as informações pertinentes a cada grupo, em tempo hábil, inclusive através de ambiente virtual, site da escola, orientando o uso das tecnologias disponíveis na internet e Portal da Educação. - Organizar o serviço de atendimento ao público de forma ágil e eficiente, utilizando adequadamente as ferramentas disponíveis. - Conscientizar os usuários sobre o zelo e conservação do prédio, bens e equipamentos existentes na escola, com vistas ao desenvolvimento da cidadania. - Viabilizar alimentação saudável e reeducação alimentar através da merenda e cantina escolar .

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METAS E MELHORIAS NO PROCESSO EDUCATIVO

PRIORIDADES OBJETIVOS AÇÕES PERÍODO PUBLICO RECURSOS RESPON-

SÁVEIS RESULTADOS ESPE-RADOS

Envolvimento efetivo da comunidade escolar.

Envolver a comunidade escolar.

Reuniões; Assembléias Oficinas, agenda.

Durante todo o mandato.

Pais ou responsáveis professores., e toda comunidade escolar.

Humanos Materiais Físicos Financeiros

Direção, Equipe.Pe-dagógica, Conselho Escolar e APMF

Envolvimento efetivo da comunidade escolar nos âmbitos administrativo e pedagógico.

IDEB Alcançar o IDEB projetado.

PTD(Plano de Trabalho Docente) comprometido com o currículo escolar. Envolvimento dos alunos no processo de avaliação Aplicação de diferentes metodologias Suporte pedagógico (sala de apoio....) às dificuldades dos alunos

Durante toda a gestão

Equipe Pedagógica. Professores, alunos, pais

Humanos Materiais Físicos Financeiros

Direção, Equipe Pedag. Profs. e alunos

Alcançar a projeção do IDEB com qualidade no ensino e aprendizagem.

Integração entre Equipe pedagógica, professores e funcionários.

Integrar equipe pedagógica , prof. e funcionários

Reuniões Pedagógicas; Aproveitamento na hora atividade; Confraternização; Grupo de estudos; Formação Continuada(fev/julh)

Durante toda a gestão

Direção, Equipe Pedagógica, profs. e funcionários

Humanos Materiais Físicos Financeiros

Direção, Equipe Pedagógi-ca Prof. e funcion.

Integração efetiva entre equipe pedagógica, professores e funcionários.

Acessibilidade Tornar o espaço escolar acessível a todos.

Solicitar ao mantenedor o levantamento para acessibilidade Adequar os espaços escolares para acessibilidade: rampa, banheiro, corrimão, carteiras, recursos multimídia, dentre outros.

Durante o 1º semestre de 2012.

Comunidade escolar.

Humanos Materiais Físicos Financeiros

SEED, NRE e direção.

Tornar o espaço escolar acessível a todos.

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Instâncias colegiadas

Integrar as instâncias colegiadas

Promover reuniões entre as instâncias colegiadas; Palestras motivacionais; Realização de Mini-cursos com o jurídico/ouvidoria do NRE

Durante o toda a gestão

Membros das instâncias colegiadas

Humanos Materiais Físicos Financeiros

Direção, NRE

Integração efetiva entre as instâncias colegiadas e maior participação das mesmas durante a gestão.

Transparência na gestão

Tornar conhecidos os atos da gestão.

Discutir com as instâncias colegiadas as ações da gestão para tomada de decisões. Divulgar as prestações de contas de todos os atos que envolvem os recursos financeiros

Durante toda a Gestão

Toda a comunidade escolar

Humanos Materiais Físicos Financeiros

Diretor APMF Conselho Escolar

Transparência dos atos da gestão