psicologia e morte
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Ana Patrícia Vargas BorgesPsicóloga
Mestre em Psicologia – UFBa.
Psicologia e morte
O leito de morte de Filipe de Commines (detalhe). Manuscrito francês do século XVI
Até o séc. XIX, a morte era algo público. O moribundo pressentia a sua morte, ou alguém o
advertia. O enfermo presidia sua morte: despedia-se, confessava-se, comungava,
distribuía os bens, perdoava e era perdoado.
“Ciência y Caridad”, de Pablo Picasso (1897)
Até o século XVIII, a morte representava para a Medicina o fim da doença assim como o fim da vida.
Após o século XIX, a relação entre morte, vida e doença passou a ser pensada cientificamente, e a morte se
tornou um instrumento para o médico aprender sobre a vida e as causas das doenças e mortes.
Uma Família de Camponeses, de Louis la Main (1600-1610)
A partir do século XVII, o homem deixou de exercer sozinho a soberania de sua própria vida e, consequentemente, da sua própria morte, passando a dividi-la com a família.
Somente nos anos 1960 os pesquisadores em ciências sociais atentaram para mudanças significativas nas práticas e representações relativas à morte e ao morrer.
Nos anos 1970 a pergunta era POR QUE O SILÊNCIO A RESPEITO
DA MORTE??
Exclusão da morte e de quem está morrendo: aspectos fundamentais da Modernidade
(MENEZES 2004 apud FARAJ et al., 2013)
Não falar sobre a morte ou sobre o processo de morrer das pessoas próximas pode interferir no luto.
Produção científica na área da Psicologia referente à temática da morte 2000-2012
Ensino e morte
Instituições de
saúde e morte
Família e morte
Concepções sobre a morte
Profissionais de
saúde e morte
Pulsão de morte.
Negação
Temor
COMPREENSÃO DA MORTE
Estresse
Evitação
IDADE ADULTA
(HOHENDORFF; MELO, 2009)
Família e morte
• A morte de alguém do sistema familiar acarreta mudanças de papéis e das relações familiares, movimentando geracionalmente o sistema, lembrando da própria morte
(HOHENDORFF; MELO, 2009).
• O foco do trabalho do psicólogo é o processo do luto, o acompanhamento psicológico à família e ao paciente terminal
(FARAJ et al., 2013).
• No hospital, o psicólogo pode auxiliar a família na despedida, o que pode auxiliar a elaboração do luto, por possibilitar mudanças e resgates das relações familiares,
• Isto também ajuda o próprio sujeito doente e a equipe de saúde
(FARAJ et al., 2013).
Ensino e morte
Contribuições de Elizabeth KÜBLER-ROSS: Negação, raiva, barganha, depressão e aceitação.
A temática da morte ainda
carece de estudos.
Kovács (2005) defende que a temática da educação para a morte abranja tanto para os profissionais de saúdequanto os leigos, por meio de discussão nas escolas, hospitais, grupos multidisciplinares, etc., a fim de minimizar o medo que assola as pessoas quando da iminência da morte.
Profissionais de saúde e morte
“O sofrimento só é intolerável quando ninguém cuida”. C. Saunders
“Para cuidar da “pessoa inteira” é preciso estar presente como uma “pessoa inteira”; do contrário, a capacidade para compreender, responder e se relacionar torna-se
limitada.” Rachel Naomi Remen
Instituições de saúde e morte
• Cuidados paliativos
• Humanização
“...Porque tudo que é vivo, morre...”
Ariano Suassuna,Auto da Compadecida
O significado da morte para adultos
• A morte pode não ser um problema em si, mas o morrer traz implícito sofrimento, junto com sentimentos de isolamento, desamparo e desesperança
• Morte física, mas também simbólica (perda de emprego, separações ) é cotidiano na vida dos adultos – imprevisível, incontrolável e inevitavelmente...
• Enfrentá-la e compreendê-la pode nos ajudar a aprender e lidar melhor com cada mudança da vida (KÜBLER-ROSS, 1996).
• As perdas (não somente a morte) na idade adulta podem levar à transformação, ao crescimento, à maturidade na plena acepção destas palavras
OBRIGADA!