relatÓrio de estÁgio curricular obrigatÓrio · nos períodos em que a obra saubern mÉdica ficou...

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1 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA CIVIL – CAMPUS CAMPO MOURÃO ENGENHARIA CIVIL ALINE MARQUES LEUTNER RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO Relatório de Estágio Curricular Obrigatório apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil, pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Campo Mourão. Orientadora: Profa. Dra. Maria Cristina Rodrigues Halmeman. Autorizo o encaminhamento para avaliação, Assinatura do prof. Orientador CAMPO MOURÃO 2013

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA CIVIL – CAMPUS CAMPO MOURÃO

ENGENHARIA CIVIL

ALINE MARQUES LEUTNER

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO

Relatório de Estágio Curricular Obrigatório apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil, pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Campo Mourão. Orientadora: Profa. Dra. Maria Cristina Rodrigues Halmeman.

Autorizo o encaminhamento para avaliação,

Assinatura do prof. Orientador

CAMPO MOURÃO

2013

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RESUMO

Este trabalho relata o desenvolvimento do estágio realizado principalmente em execução de obra na cidade de Campo Mourão – PR. O acompanhamento da construção e ampliação de uma sede para indústria. Também foi realizado no presente estágio os serviços de orçamentos e acompanhamento de residência em fase de acabamento. Os conhecimentos adquiridos serviram como aprendizado para vida profissional e próximas obras a serem executadas.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 4 1.1 DESCRIÇÃO DA UCE (UNIDADE CONCEDENTE DE ESTÁGIO) .................. 4 1.2 OBJETIVOS DO ESTÁGIO E RESUMO DAS ATIVIDADES............................ 4 2 DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO ................................................................. 6 2.1 OBRA SAUBERN MÉDICA.............................................................................. 6 2.2.1 2.1.1 Instalações de funcionários ................................................................... 6 2.2.2 2.1.2 Execução obra ...................................................................................... 7 2.2.3 2.1.3 Materiais ............................................................................................... 11 2.2.4 2.1.4 Questões ambientais ............................................................................ 12 2.1.5 Considerações ............................................................................................... 12 2.2 OUTROS SERVIÇOS ...................................................................................... 12 2.2.1 Orçamento ..................................................................................................... 12 2.2.2 Obra residencial ............................................................................................ 12 2.3 PRINCIPAIS PROBLEMAS ENCONTRADOS ................................................. 14 2.4 RELAÇÃO DO ESTÁGIO COM AS DISCIPLINAS DO CURSO ....................... 15 3 CONCLUSÕES ................................................................................................... 16 3.1 APRENDIZADO PRÁTICO .............................................................................. 16 3.2 RELACIONAMENTO PROFISSIONAL ............................................................ 16 3.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 16

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1 INTRODUÇÃO

O estágio foi realizado no canteiro de obras para sede da indústria da

SAUBERN MÉDICA – VIVAX INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS,

sendo o projeto de reforma de estrutura industrial existente, com ampliação de área

construída, com adaptação para sede administrativa e produtiva, localizada na Rua

São José, lote: chácara 134-A (subdivisão chácara 134).

Nos períodos em que a obra SAUBERN MÉDICA ficou paralisada foi

realizado orçamento para obras da COAMO, as quais seriam de refeitório, vestiário,

salão de festa, reforma de sanitário e construção de suporte agrícola para empresa.

E também houve acompanhamento de obra residencial em fase de acabamento.

1.1 DESCRIÇÃO DA UCE (UNIDADE CONCEDENTE DE ESTÁGIO)

O estágio foi realizado na Construtora Malavazi Ltda. com sede situada na

rua Santa Catarina, número 1456 cep 87303-210 no município de Campo Mourão -

PR.

A empresa é de porte pequeno e trabalha apenas na execução de obras,

contendo apenas dois engenheiros, três funcionários no administrativo e os

colaboradores das obras.

1.2 OBJETIVOS DO ESTÁGIO E RESUMO DAS ATIVIDADES

O principal objetivo do estágio era adquirir experiência profissional em

execução de obras, desenvolvendo os conhecimentos teóricos e aplicando na

prática, aprendendo assim a solucionar eventuais problemas. As atividades

realizadas foram:

• Acompanhamento diário da obra e realização de diário de obra;

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• Cotação de empresas de segurança, para colocar vigia noturno e em finais de

semana;

• Controle de estoque e pessoal, realizando pedidos de materiais e controlando

o recebimento das ferragens vindas do almoxarifado.

Nos períodos em que a obra onde eram realizadas as atividades ficou

paralisada foram realizados orçamentos para obras da COAMO e acompanhamento

de obra residencial em fase de acabamento.

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2 DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO

2.1 OBRA SAUBERN MÉDICA

Obra de ampliação da construção existente, aproveitando apenas parte da

infraestrutura, sendo está antiga e com algumas danificações, sendo construção da

área administrativa, produtiva da indústria e área de lazer.

A Construtora Malavazi Ltda. ficou responsável apenas pela parte de

execução da obra, sendo o projeto arquitetônico do arquiteto João Paulo da Rosa, e

projeto estrutural pelo engenheiro civil Douglas Fukunaga Surco.

Primeiramente foi realizada a construção das instalações de funcionários e a

parte do barracão, detalhada na sequência.

2.1.1 Instalações de funcionários

Pela obra estar localizada nas proximidades do loteamento Cidade Alta, em

fase de construção, não havia água potável encanada nem instalação elétrica. Para

utilização de equipamentos elétricos, era utilizado um motor a gasolina. A água

destinada ao consumo dos funcionários era armazenada em galões, sendo que

muitas vezes acabava e demorava para ser reposta. A água para utilização na obra

era bombeada do rio próximo para um tanque.

A construção das instalações provisórias para utilização dos funcionários

estava desconforme a NR 18 no que diz respeito às instalações sanitárias, pois não

apresentavam piso impermeável, lavável e com acabamento antiderrapante, não

havia ventilação adequada e sem instalações elétricas, não apresentava vestiário e

o local para refeições não havia paredes para isolamento durante as refeições,

apresentava parte de piso de concreto, não sendo em sua totalidade e não tinha

depósito para detritos. A cozinha era ao lado do refeitório, sendo o fogão do tipo a

lenha, sem pia e sem equipamento de refrigeração, mostrado na fotografia 1.

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Fotografia 1 - Instalações para funcionários

Fonte: Autoria própria

2.1.2 Execução obra

Primeiro foi realizado a demolição da construção antiga que não seria

reaproveitada e limpeza do terreno com utilização de retroescavadeiras, como visto

na fotografia 2. O entulho gerado era depositado em caçambas, sendo a destinação

de responsabilidade da empresa a qual as caçambas foram solicitadas.

Na parte superior, podendo ser vista na fotografia 3, será reaproveitado parte

da estrutura existente. Nota-se que tal construção apresenta os elementos

estruturais antigos e bastante danificados.

Fotografia 2 - Limpeza do terreno Fonte: Autoria própria

Fotografia 3 - Terreno limpo e parte antiga a

ser reaproveitada Fonte: Autoria própria

Para o procedimento de locação de obra havia apenas dois funcionários no

local, o mestre de obras e um auxiliar de pedreiro, sendo que a estagiaria

acompanhou o procedimento e ajudou a conferir o esquadro da obra.

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Fotografia 4 - Mestre de obra tirando o prumo

Fonte: Autoria própria

Para realização da perfuração das estacas foi contratado um caminhão

perfuratriz, conforme fotografia 5. No procedimento de escavação das estacas para

os blocos dos pilares pré-moldados foi observado presença de água quando

escavadas há quatro metros, isso pode ter ocorrido devido ao encontrado do lençol

freático ou a alta umidade do solo, podendo ter influencia a proximidade do Rio 119,

localizado há 30 metros da obra.

Fotografia 5 - Perfuração das estacas

Fonte: Autoria própria

Fotografia 6 - Duas estacas por bloco

Fonte: Autoria própria

Após escavação manual para os blocos e posicionamento das armaduras, foi

realizada a concretagem das estacas, sendo o concreto solicitado a empresa

Concresuper de 15 MPa.

Para a estaca atingir a altura do fundo do bloco, deveria ter sido concretada a

uma altura a cima do bloco e depois quebrado a parte de concreto excedente, porém

as estacas foram concretadas a uma altura abaixo do fundo do bloco, para

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preenchimento foi confeccionada uma caixaria quadrada e utilizado concreto feito na

obra, sem controle de qualidade, observado na fotografia 7.

Fotografia 7- Armações para blocos pré-moldados

Fonte: Autoria própria

O fundo do bloco foi completado com brita e posicionamento as armaduras,

logo após concretado o fundo do bloco. O concreto foi feito na obra, sem betoneira e

utilizando a água do rio 119. Após posicionamento das forma no interior dos blocos,

onde seria encaixado o pilar pré-moldado, foi concretado os blocos com concreto

usinado.

Vários blocos não apresentavam cobrimento necessário, podendo ser

visualizado na figura 8. Após a concretagem, figura 9, não é possível visualizar o

cobrimento incorreto.

Fotografia 8 - Fundo do bloco concretado

Fonte: Autoria própria

Fotografia 9 - Bloco concretado

Fonte: Autoria própria

Os pilares pré-moldados foram posicionados através de guincho e a base

junto ao bloco concretado. As escorias só foram retiradas após cura do concreto,

sendo nas figuras 10 e 11 sem escoras.

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Fotografia 10 – Pilares pré-moldados

Fonte: Autoria própria

Perfuração do restante das estacas e concretagem, ficando apenas nove sem

perfurar, pois três estavam sobre um bloco de concreto da construção antiga, quatro

da parte muito próximas ao barranco impossibilitando a perfuração e duas estavam

sobre pilar da construção antiga, esperando serem destruídos.

Somente as vigas baldrames entre os pilares pré-moldados e as vigas de suporte

para a mão francesa foram concretadas, devido à urgência do muro de arrimo.

Após limpar as vigas baldrame, foram impermeabilizadas por pintura com

neutrol, mostradas na figura 12.

A alvenaria foi construída até altura da primeira viga cinta, deixando intervalo

para os pilares, conforme figura 13. Há espera da continuidade do processo devia ao

fato das ferragens para os pilares, mão francesa e viga cinta não ter chegado à obra

e o pedido das formas estar atrasado.

Fotografia 11 – Primeiras fiadas de tijolo

Fonte: Autoria própria

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2.1.3 Materiais

Os materiais em saco (cimento e cal) estavam estocados de forma correta,

em ambiente coberto, protegido de intemperes e não estavam em contato com o

solo, mostrado na fotografia 12. Os materiais como areia, brita, tijolo e madeiras

encontravam-se armazenados de forma incorreta, em ambiente aberto, sem

proteção aos intemperes e em contato com o solo, conforme fotografia 13.

Fotografia 12 - Estoque sacos de cimento

Fonte: Autoria própria

Fotografia 13 - Armazenagem de areia, brita

e tijolo Fonte: Autoria própria

As armaduras das estacas e blocos eram confeccionadas no almoxarifado da

empresa e armazenadas na obra de forma incorreta, ao ar livre e em contato com o

solo, conforme fotografia 14.

O tijolo recebido na obra não era de boa qualidade, pois apresentava

variações de coloração, não tinha todas as arestas uniformes e boa quantidade

estava quebrada. As quebradas podem ser devido ao descarregamento inadequado,

porém não se pode afirmar, pois foi realizada dia 10 de outubro feriado na cidade de

Campo Mourão, logo somente o vigia se encontrava na obra. Na fotografia 15 é

possível visualizar as afirmações citadas acima.

Fotografia 14 - Armações para blocos pré-moldados

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Fotografia 15 - Pilha de tijolo

Fonte: Autoria própria

2.1.4 Questões ambientais

Pela obra estar localizada muito próxima do Rio 119, alguns cuidados era

levado em consideração. A lateral mais próxima do rio era mantida limpa e sem

entulhos, observado na fotografia 16.

A parte do fundo encontrava-se parada devido à discordância nas medidas na

distância do rio, notada na figura 17. O engenheiro responsável afirmava que estava

tudo certo e documentado e poderia continuar o andamento da obra, o arquiteto e os

responsáveis do IBAMA cogitavam estar errada.

Fotografia 16 - Limpeza da lateral da obra

Fonte: Autoria própria

Fotografia 17- Fundo da obra paralisado

Fonte: Autoria própria

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2.1.5 Considerações

No período de 19 de junho a 28 de junho a obra ficou paralisada devido à

chuva, retornando dia 1 de julho. Devido a intensidade da chuva, a terra o barranco

desmoronou e teve que se retirada com retroescavadeira.

No período de 22 de julho a 16 de agosto a obra retorno a ficar paralisada, só

que devido aos sócios que estavam esperando o financiamento.

2.2 OUTROS SERVIÇOS

2.2.1 Orçamento

No período que a obra SAUBERN MÉDICA foi paralisada, devido a chuva ou

a espera do financiamento dos sócios, foi realizado orçamento para obras da

COAMO, sendo estas localizadas em diferentes cidades próximas de Campo

Mourão.

As obras consistiam em alojamentos, refeitórios e área de lazer, em outras

cidades apenas estruturas para suportes agrícolas e em uma cidade residência.

Era realizado o levantamento de aço, concreto, formas, alvenaria, reboco,

acabamento de piso parede.

2.2.2 Obra residencial

No período que a obra Saubern Médica ficou paralisada, devido à espera do

financiamento dos sócios, foi acompanhado obras residenciais em fase de

acabamento, colocação de revestimento cerâmico e pintura, conforme figuras 20 e

21, sendo feita a mediação da área de pintura para pagamento do pintor.

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Fotografia 18 - Colocação de revestimento

cerâmico. Fonte: Autoria própria

Fotografia 19 – Pintura Fonte: Autoria própria

2.3 PRINCIPAIS PROBLEMAS ENCONTRADOS

As várias paralizações da obra tornaram-se um fator desmotivante, pois

nesses períodos não havia muito serviço que poderia ser realizado por estagiário de

engenharia civil, apenas acompanhamento de obra pequena em fase de

acabamento e orçamentos.

Houve grande dificuldade no início do estágio em execução de obra devido à

leitura de projetos e a falta de conhecimento prático, que foram sanadas com auxílio

do mestre de obras, o qual tinha grande experiência e era muito prestativo a ensinar.

O sistema administrativo da construtora é antigo, baseia-se apenas nas

ordens e conhecimento prático do engenheiro mais experiente, logo o contato com o

engenheiro era muito pouco. Devido a andamento de diferentes obras, sendo muitas

fora do município de Campo Mourão, era difícil o engenheiro aparecer na obra,

sendo que para encontrá-lo era necessário ir à sede da construtora, sendo que não

necessariamente ele se encontraria lá. O segundo engenheiro trabalhava mais com

a parte burocrática e menos com execução, não sendo muito proveitoso para a

estagiária.

O acesso até a obra era difícil, principalmente em período de chuva e quando

a ponte sobre Rio 119 na Rua São José ficou interditada para construção da nova

ponte.

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2.4 RELAÇÃO DO ESTÁGIO COM AS DISCIPLINAS DO CURSO

• Materiais de construção civil A: estocagem de material, análise de qualidade

de material cerâmico;

• Tecnologia da construção civil 1: locação e gabarito de obra;

• Concreto armado 1: leitura de projetos (detalhamento de vigas);

• Concreto armado 2: leitura de projetos (detalhamento de pilares);

• Fundamentos de engenharia de segurança no trabalho: presença e ausência

em conformidades com as normas regulamentadoras;

• Gestão ambiental: destinação dos resíduos gerados na construção e distância

mínima regulamentada pelos órgãos responsáveis;

• Estrutura de fundações: leitura de projeto de estaca e blocos;

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3 CONCLUSÕES

3.1 APRENDIZADO PRÁTICO

Embora tenha havido várias dificuldades no estágio, foi possível ter uma

melhor visão de um canteiro de obras, suas dificuldades, aprimorando o

conhecimento teórico. O grande contato com os trabalhadores, principalmente com o

mestre de obras, propiciou melhoras no relacionamento profissional, troca de

vivencias, experiência para tomar decisões, dificuldades que tais empregados

encontram no seu dia-a-dia. E ainda, adquiriu-se conhecimento prático em

estruturas de fundação, ficando mais claro sua utilização e execução.

3.2 RELACIONAMENTO PROFISSIONAL

Embora o contato com o engenheiro foi pequeno e não muito produtivo, o

estágio foi de grande enriquecimento em contato com trabalhadores, mestre de

obra, armadores, donos e responsáveis de empresas terceirizadas, tal como como a

concreteira. Também, se aprimorou o relacionamento com proprietários de obras,

pois era serviço do estágio passar informações do andamento das obras para eles.

3.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio proporcionou a estagiaria aprimoramento dos conhecimentos

teóricos e uma ampla visão de um canteiro de obra. A experiência adquirida será útil

para a vida profissional, principalmente no começo de carreira.