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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE ODONTOLOGIA
FATORES INDIVIDUAIS E CONTEXTUAIS ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA
RELACIONADA À SAÚDE BUCAL DE CRIANÇAS BRASILEIRAS.
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Renan Vaz Machry
Santa Maria, RS, Brasil.
2015
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FATORES INDIVIDUAIS E CONTEXTUAIS ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA
RELACIONADA À SAÚDE BUCAL DE CRIANÇAS BRASILEIRAS.
por
Renan Vaz Machry
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Odontologia da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para
obtenção do grau de
Cirurgião-Dentista
Orientador: Prof. Dr. Fabrício Batistin Zanatta
Santa Maria, RS, Brasil
2015
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Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências da Saúde
Curso de Odontologia
A Comissão Examinadora, abaixo assinada,
aprova o Trabalho de Conclusão de Curso
FATORES INDIVIDUAIS E CONTEXTUAIS ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA
RELACIONADA À SAÚDE BUCAL DE CRIANÇAS BRASILEIRAS.
elaborado por
Renan Vaz Machry
como requisito parcial para obtenção do grau de
Cirurgião-Dentista
COMISSÃO EXAMINADORA:
_________________________________________
Fabrício Batistin Zanatta, Dr. (UFSM)
(Presidente/Orientador)
________________________________________
Thiago Machado Ardenghi, Dr. (UFSM)
(Avaliador)
__________________________________________ Marta Dutra Machado de Oliveira, Dr. (UFSM)
(Avaliadora)
Santa Maria, 02 de Dezembro de 2015.
4
“Os que se encantam com a prática sem a ciência são como os timoneiros que entram
no navio sem timão nem bússola, nunca tendo certeza do seu destino.”
(Leonardo da Vinci)
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que me possibilitaram realizar esse trabalho e que estiveram comigo
durante toda minha formação. Toda família que vibra com mais esta etapa e meus amigos que
compartilham momentos e experiências.
Ao meu pai, maior exemplo de homem que tenho na vida, por acreditar no meu sonho e
apoiar na decisão sobre qual caminho decidi trilhar. Que me conforta na insegurança sempre com
seu abraço acolhedor e seu olhar que inspira força, confiança e determinação para seguir em
frente.
À minha mãe, incansável e inabalável, que entre lágrimas de saudade e sorriso de paixão
me permitiram seguir enxergando a vida com o olhar de uma criança que vibra com cada passo e
compartilha cada vitória pelo prazer de ver o orgulho estampado no rosto de quem lhe fez viver.
Aos meus irmãos, passos que sigo, que me enchem de satisfação e me inspiram a ser cada
vez melhor. Retratos do que quero ser amanhã e reflexos do carinho e união que nutrimos durante
mais de duas décadas junto a nossos pais.
À Jessica, minha companheira, que traz alegria pro meu viver e divide comigo felicidades
e conquistas. Nas derrotas me ajuda a levantar mantendo foco e perseverança de onde queremos e
vamos chegar.
Ao Professor Thiago Ardenghi pela confiança e expectativa que depositou em mim, os
ensinamentos que pra sempre serão levados na minha vida profissional e pessoal e o exemplo da
dedicação àqueles que dependem tanto de nós.
À Fernanda Tomazoni pela paciência, empenho acima do normal, a relação de amizade e
confiança construída, o incentivo pela busca da perfeição e as horas de descanso perdidas na
realização desse nosso trabalho.
Ao Professor Fabrício Zanatta, por acreditar e aceitar participar desse projeto sem pensar
duas vezes e por inspirar a mim e tantos outros alunos que acompanham sua satisfação em
transmitir conhecimento sem qualquer vaidade.
Às professoras Marta e Rachel, pela contribuição no meu desenvolvimento e por dedicar
suas vivências para abrilhantar esse trabalho.
Enfim, à Universidade Federal de Santa Maria, todos os funcionários e professores do
curso de Odontologia pelos cincos anos de construção, aos colegas de turma pelos laços criados e
os momentos compartilhados e as pessoas que confiaram sua saúde aos meus cuidados.
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RESUMO
Trabalho de Conclusão de Curso
Curso de Odontologia
Centro de Ciências da Saúde
Universidade Federal de Santa Maria
FATORES INDIVIDUAIS E CONTEXTUAIS ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA
RELACIONADA À SAÚDE BUCAL DE CRIANÇAS BRASILEIRAS.
AUTOR: RENAN VAZ MACHRY
ORIENTADOR: FABRÍCIO BATISTIN ZANATTA
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 02 de dezembro de 2015.
Introdução: A avaliação dos fatores associados à qualidade de vida relacionada à saúde bucal
(OHRQoL) tem se tornado cada vez mais frequente em virtude de sua importância para auxiliar
nas tomadas de decisões em Odontologia. Ainda assim, poucos autores abordaram informações
do contexto em que as crianças estão inseridas.
Objetivo: Avaliar a associação entre fatores individuais e contextuais na OHRQoL de crianças
de 12 anos de Santa Maria-RS.
Métodos: A cidade de Santa Maria, localizada na região sul do Brasil, serviu como sede para este
estudo transversal com escolares de 12 anos de idade, no ano de 2012. As variáveis clínicas (cárie
não tratada, má oclusão e sangramento gengival) foram obtidas através de exames clínicos, em
ambiente com luz natural, por examinadores calibrados. As condições socioeconômicas foram
extraídas de um questionário estruturado incluindo informações relacionadas ao sexo e a raça da
criança, nível de educação dos pais, renda familiar, religiosidade e consultas ao dentista.
Informações de publicações oficiais do município de Santa Maria foram utilizadas, sendo elas a
renda média do bairro onde as escolas avaliadas estavam inseridas e o Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) da escola. A Qualidade de Vida relacionada à
Saúde Bucal foi avaliada através do CPQ11-14. Os dados foram analisados utilizando o programa
STATA 12.0 (Stata Corporation, College Station, TX, USA). Modelos multiníveis de Regressão
do Poisson foram utilizados para avaliar as associações entre o escore médio do CPQ11-14 com
os fatores individuais e contextuais.
Resultados: Crianças com cavidade de cárie, maloclusão ou sangramento gengival apresentaram
maiores médias no CPQ11-14. Além disso, aquelas inseridas em famílias com pior renda, de cor
da pele não branca, do sexo feminino, sem crença em alguma religião, que não visitaram o
dentista nos últimos 6 meses ou filhas de mães sem educação básica completa também tiveram
piores impactos na OHRQoL. Em relação aos fatores contextuais pode-se perceber que
indivíduos que estudavam em instituições melhor classificadas no IDEB apresentaram escore
médio menor no CPQ11-14 (RR 0,80: IC95% 0,74-0,88), ou seja, relataram menor impacto
OHRQoL.
Conclusão: Fatores clínicos, socioeconômicos, as interações sociais e o ambiente escolar se
mostraram associados à OHRQoL de crianças.
Palavras-chave: OHRQoL, crianças, epidemiologia, análise multinível
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................................ 8
MATERIAIS E
MÉTODOS.......................................................................................................................
10
RESULTADOS................................................................................................................. 14
DISCUSSÃO..................................................................................................................... 16
REFERENCIAS............................................................................................................... 20
Tabela 1 - Frequência, escore médio do total e dos domínios do CPQ11-14 de acordo com as
características individuais e contextuais da amostra. Santa Maria, Brasil.
26
Tabela 2 - Distribuição descritiva dos escores totais e por domínios do CPQ11–14. 27
Tabela 3 - Variáveis individuais e contextuais associadas com as médias do CPQ11-14 –
Análise Multinível não-ajustada de Regressão de Poisson. Santa Maria, Brasil.
28
Tabela 4 - Variáveis individuais e contextuais associadas com os escores médios do CPQ11-14
– Análise Multinível Ajustada de Regressão de Poisson. Santa Maria, Brasil.
29
ANEXOS...........................................................................................................................
APÊNDICES.....................................................................................................................
30
36
8
INTRODUÇÃO
A avaliação da saúde bucal apenas do ponto de vista de presença ou ausência de
patologias e alterações bucais tem deixado de ser a única referência para a tomada de decisões em
odontologia. Isso se deve ao fato de que o conceito de saúde passou a ser muito mais amplo e se
refere um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de
afecções e enfermidades (1). Uma vez que as desordens físicas implicam em prejuízos no bem-
estar das pessoas, esses efeitos também tem sido considerados em estudos sobre saúde geral (2-4)
e sobre saúde bucal (5-9). Dessa forma, avaliar o os determinantes e o impacto das condições de
saúde bucal na qualidade de vida e nas atividades diárias dos indivíduos acaba tendo uma
importância primordial para o planejamento de abordagens clínicas e de políticas públicas que
visem melhorar a saúde das populações.
Diversos questionários têm sido desenvolvidos e testados para mensurar a qualidade de
vida relacionada à saúde bucal (OHRQoL) em diferentes populações e faixas etárias. Esses
questionários, também denominados indicadores sócio-dentários ou sócio-odontológicos,
tornaram-se instrumentos epidemiológicos importantes e sua aplicação tem gerado resultados
consideráveis ao longo dos últimos anos. Além disso, a interpretação desses achados tem se
demonstrado eficaz quando relacionados a fatores clínicos, psicossociais e socioeconômicos das
populações avaliadas (10-13)
Estudos recentes que avaliaram a OHRQoL em populações infantis têm demonstrado uma
influência negativa de condições clínicas como presença de cárie dental, má oclusão e gengivite
no bem-estar durante a infância e a adolescência (12, 13, 15-18). Além disso, fatores
socioeconômicos e psicossociais têm se apresentado tão ou mais influentes na OHRQoL, onde,
indivíduos expostos à características consideradas desfavoráveis como baixa renda familiar, baixa
escolaridade dos responsáveis e problemas na estrutura familiar demonstraram maior impacto na
qualidade de vida relacionada à saúde bucal (12, 13, 19-22).
Além da influência de fatores relacionados ao indivíduo, a literatura tem demonstrado que
o contexto e os fatores ambientais aos quais esses indivíduos estão expostos podem exercer uma
influência na percepção de saúde e no impacto que isso gera na vida das pessoas (23). Isso ocorre
porque os indivíduos estão organizados em grupos populacionais e tendem a apresentar
comportamentos de risco semelhantes (24, 25). Dessa forma, ao se avaliar a relação entre
9
diferentes desfechos em saúde e determinantes individuais, é importante considerar a fonte de
variabilidade dos diferentes níveis hierárquicos (26, 27). Uma abordagem estatística que integra
características individuais e variáveis geográficas em um único modelo explicativo é a análise
multinível (24, 28-30). Ainda são escassos os estudos que lancem mão da análise multinível para
avaliar fatores associados à OHRQoL. Guedes et al., utilizando essa abordagem estatística para
analisar dados de crianças pré-escolares, observaram que variáveis contextuais como o capital
social tiveram um impacto na percepção de saúde e qualidade de vida relatada pelos responsáveis
(23). No que se refere a populações de crianças e adolescentes na fase escolar, tem sido apontado
que aspectos como o ambiente familiar influenciam na consciência e auto relato de qualidade na
saúde bucal (31). Tão importante quanto a estrutura familiar, o ambiente escolar onde essas
crianças têm suas experiências de convívio em grupo, formação do seu aprendizado e capacidade
intelectual merece atenção para que possamos compreender as influências na saúde bucal e no
auto relato de qualidade de vida.
De acordo com o nosso conhecimento, não há na literatura estudos que avaliem a
influência de determinantes individuais e determinantes relacionados ao contexto escolar na
OHRQoL de crianças, utilizando a análise multinível. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi
avaliar a associação entre fatores individuais e contextuais na OHRQoL de crianças de 12 anos de
Santa Maria-RS.
10
MATERIAIS E MÉTODOS
Amostra
A cidade de Santa Maria, localizada na região sul do Brasil, serviu como sede para este
levantamento epidemiológico com escolares de 12 anos de idade, no ano de 2012. Nesse ano, o
munícipio tinha 261.031 habitantes, sendo 3.817 deles crianças de 12 anos de idade e 85% destas
crianças matriculadas em escolas públicas.
O cálculo amostral foi realizado para avaliar os fatores associados com qualidade de vida
relacionada à saúde bucal. Para isso, foram considerados os seguintes parâmetros: erro padrão de
5%, poder estatístico de 80%, Odds Ratio de 2,2 no grupo exposto (mais de 4 dentes cariados)
(32), intervalo de confiança de 95% e razão de expostos para não expostos de 1:1. Um valor de
30% foi adicionado para compensar possíveis perdas ou recusas, resultando em um mínimo de
1082 crianças.
Para a realização deste estudo transversal, os indivíduos foram selecionados através de um
processo de amostragem por conglomerado em duplo estágio. Em um primeiro momento foram
selecionadas as unidades amostrais primárias: 20 das 39 escolas públicas da cidade foram
aleatoriamente eleitas levando em consideração os seus diferentes tamanhos. Posteriormente, as
crianças matriculadas nessas escolas, que possuíam a idade referida e que se encaixavam nos
critérios de inclusão (estar intelectualmente e fisicamente capazes de responder ao questionário
utilizado), foram convidadas a participar do estudo.
Coleta de Dados
Os dados foram coletados através de exames clínicos e questionários. Quatro
examinadores previamente treinados e calibrados realizaram os exames em um ambiente
iluminado com luz natural, utilizando sondas periodontais (CPI) e espelhos planos, seguindo as
normas para pesquisas em saúde bucal padronizada pela Organização Mundial de Saúde (33). A
equipe ainda contou com três anotadores/entrevistadores.
Durante o período de treinamento de 36 horas, um examinador padrão (Dr. Marcos Britto
Correa, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil) norteou a
estandardização das informações a serem coletadas nos exames clínicos. O processo foi dividido
em etapas, onde a primeira teve duração de 8 horas com o intuito apresentar e discutir os critérios
11
diagnósticos adotados. Em um segundo momento, também com a duração de 8 horas, 10 crianças
foram avaliadas clinicamente e os resultados de seus exames foram discutidos. Na última etapa,
foi feita a calibração propriamente dita, onde 20 crianças foram avaliadas duas vezes por todos os
examinadores, com o intervalo de uma semana entre os exames (estas crianças não foram
incluídas na amostra final). Em cada semana foram feitas 10 horas de atividades.
O registro das variáveis clínicas consideradas nesse estudo foi feito utilizando métodos de
avaliação já estabelecidos na literatura. Para avaliar cárie dentária, foi utilizado o índice CPO-S
(Superfícies cariadas, perdidas e obturadas) (34), e depois os indivíduos foram categorizados em
quem apresentava cavidade de cárie (C>0) e quem não apresentava essa condição (C=0).
Maloclusão foi avaliada através dos critérios do Dental Aesthetic Index (DAI) (35), e depois as
crianças foram classificadas em quem apresentava algum tipo de maloclusão (moderada, severa
ou incapacitante) e quem apresentava oclusão normal. A presença de sangramento gengival foi
avaliada de acordo com os critérios do Índice Periodontal Comunitário (CPI - 0 = saudável e 1 =
com sangramento), e a variável foi dicotomizada em níveis extensos de sangramento gengival
(≥15% dos sítios) e níveis baixos ou ausência de sangramento gengival (<15% dos sítios).
Os dados socioeconômicos e demográficos foram obtidos através de um questionário
estruturado que foi enviado aos pais das crianças. Esse questionário incluiu informações
relacionadas ao sexo e a raça da criança, nível de educação dos pais, renda familiar, religiosidade
e consultas ao dentista.
Para avaliar a raça das crianças, foram adotados os critérios do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (branco, preto, mulato ou outro) e, posteriormente, agrupou-se em
"branco" ou "não branco" (36). A escolaridade maternal foi categorizada entre os que haviam
completado o ensino fundamental (≥ 8 anos) e os com menos de 8 anos de educação (< 8 anos).
Da mesma forma, a variável “renda familiar” foi categorizada em tercis de renda: Mais ricos (30
tercil), Intermediário (2o tercil) e Mais pobres (1
o tercil). Com relação a religiosidade, os pais
respondiam se identificavam-se com a frase “Eu me esforço muito para viver a minha religião em
todos os aspectos da vida”. Eles foram categorizados em quem relatava que a afirmação era
totalmente verdade ou em geral era verdade para eles e quem relatava que não sabia ou que não
era verdade. Os indivíduos também foram classificados em quem havia e quem não havia
procurado o dentista nos últimos 6 meses. A viabilidade do questionário socioeconômico foi
12
previamente avaliada em uma amostra de 20 pais, durante o processo de calibração, não incluídos
na amostra final.
Para avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde bucal foi utilizado a versão brasileira
simplificada do Child Perceptions Questionnaire (CPQ11-14) (6, 7). O questionário foi aplicado
por entrevistadores, antes dos exames clínicos para não influenciar nas respostas.
O CPQ11-14 compreende 16 questões classificadas em quatro domínios: 1) Sintomas
orais (quatro questões); 2) Limitação funcional (quatro questões); 3) Bem-estar emocional
(quatro questões); e 4) Bem-estar social (quatro questões). As respostas para cada uma das
perguntas recebem pontuações entre 0 e 4 que, quando somadas, resultam em um número final
que pode variar de 0 a 64. Pontuações mais elevadas indicam piores níveis de qualidade de vida
relacionada à saúde bucal.
Variáveis contextuais foram obtidas através de publicações oficiais do município de Santa
Maria (36, 37). Dados a respeito da renda média do bairro em que a escola estava inserida e da
classificação da escola no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) foram
coletados. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) é um instrumento capaz de
reunir informações quanto ao fluxo escolar e a média do desempenho de cada aluno nas
avaliações. Passou a ser aplicado em 2007, por iniciativa do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), agregando ao enfoque pedagógico das avaliações
em larga escala a possibilidade de resultados sintéticos que permitem traçar metas de qualidade
educacional. Para isso, são calculadas médias a partir dos dados sobre a aprovação escolar
obtidos no Censo Escolar e de desempenho nas avaliações do Inep (Saep para unidades da
federação e para o país, e Prova Brasil para os municípios) (37).
Análise de Dados
Os dados foram analisado utilizando o programa STATA 12.0 (Stata Corporation, College
Station, TX, USA). Inicialmente foi feita uma análise descritiva para verificar as características
da amostra, bem como as médias dos escores totais e por domínios do CPQ11-14.
Modelos multiníveis de Regressão do Poisson foram utilizados para avaliar as associações
entre o escore médio do CPQ11-14 com os fatores individuais e contextuais. A análise multinível
considerou efeitos fixos/intercepto randômico, o que permite demonstrar os efeitos fixos das
estimativas de associação entre o desfecho e o primeiro e segundo nível considerando o ajuste
13
pela variação no intercepto dos diferentes contextos. O primeiro modelo (“modelo vazio”)
avaliou a proporção de variância de cada nível antes da entrada das variáveis individuais e
contextuais. O segundo modelo (“Modelo Individual”) incluiu apenas variáveis de primeiro nível.
No último modelo (“Modelo Completo”), as estimativas de associação foram ajustadas por
características de nível individual e contextual. Em todos os modelos, a Deviance (-
2loglikelihood) foi utilizada para avaliar a qualidade do ajuste; a significância estatística das
mudanças na qualidade do ajuste dos modelos foram analisadas utilizando o likelihood ratio test
(likelihoodratio).
Ética
O protocolo do estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Federal de Santa Maria. Todas as crianças incluídas concordaram em participar, e seus pais ou
responsáveis assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido antes da coleta de dados.
14
RESULTADOS
Ao final da coleta de dados,1134 crianças foram avaliadas. A Tabela 1 mostra a
frequência das características individuais e contextuais da amostra. Observou-se que 54,12% dos
indivíduos eram meninas e que a maioria dos pais declararam que seus filhos eram brancos,
correspondendo a 77,93%. Além disso, 34,45% das mães não tinha completado a educação básica
e 85,61% dos responsáveis relataram praticar atividades religiosas. Através dos exames clínicos,
foram obtidos dados sobre a presença de cavidade de cárie, maloclusão e sangramento gengival,
onde, respectivamente, 480 (42,28%), 478 (42,36%) e 298 (26,24%) indivíduos apresentaram
essas condições. Com relação à variáveis contextuais, 52,97% das crianças eram de escolas
localizados em bairros com renda ≤ R$ 1151,00 e 67,6% delas estavam matriculadas em escolas
com a nota ≥ 5,5 no IDEB.
Ainda na Tabela 1, os escores médios do total e dos domínios do CPQ11-14 são
apresentados de acordo com cada variável considerada. Como podemos ver na tabela, ao
considerarmos o gênero, por exemplo, o escore médio do CPQ foi 9,39 (erro padrão: 0,4) entre os
meninos e 10,94 (erro padrão: 0,39) entre as meninas. Assim segue para cada uma das variáveis e
também para os domínios.
A distribuição descritiva dos escores totais e por domínios do CPQ11–14 em toda a
amostra são apresentados Tabela 2. Cada domínio possui quatro itens somando o total de 16. O
escore médio do CPQ11-14 foi de 10,23 com erro padrão de 0,32. A variação observada foi de 0
a 43 dentro da possibilidade de 0 a 64, ou seja, nenhum dos adolescentes da amostra teve valor
máximo no escore total.
A análise não ajustada apresenta a associação entre as variáveis individuais e contextuais
e as médias do CPQ11-14 (Tabela 3). Todos os valores foram estatisticamente significantes,
exceto quando consideramos as variáveis “visitou o dentista nos últimos seis meses” (RR 0,98 –
95% CI: 0,94 – 1,02) e “renda média” do bairro onde a escola está inserida (RR 0,94 – 95% CI:
0,83 – 1,07).
A Tabela 4 mostra o modelo multinível ajustado, com as associações entre variáveis
individuais e contextuais e os escores médios do CPQ11-14. Três modelos são apresentados: No
primeiro (modelo vazio), nenhuma variável é incluída. No modelo individual (modelo 2) foram
incluídas variáveis dos indivíduos, as quais apresentaram associações estatisticamente
15
significantes. É possível observar que os preditores gênero masculino, renda familiar alta e ter
visitado o dentista nos últimos seis meses apresentaram valores de proteção, ou seja, meninos,
indivíduos inseridos em famílias de maior poder aquisitivo e os que visitaram um profissional da
odontologia nos 6 meses anteriores à coleta de dados apresentaram menores médias no CPQ11-
14 quando comparados aos seus pares. As demais variáveis individuais, incluindo presença de
cavidade de cárie, maloclusão e sangramento gengival, demonstram associadas com o desfecho.
No modelo completo (modelo 3) são incluídas as variáveis do segundo nível (variáveis
contextuais). As variáveis individuais mantiveram os mesmos padrões do modelo 2 quanto ao
risco ou proteção ao desfecho, porém com valores distintos. Apenas a variável cor da pele não
manteve a sua significância estatística. Meninos apresentaram uma média no CPQ-11-14 16%
(RR 0,84: IC95% 0,81-0.88) menor do que a das meninas. Com relação à renda familiar, é
possível observar um gradiente na diminuição das médias do questionário a medida que as
categorias de renda aumentam. Por exemplo, crianças pertencentes a famílias com maior poder
aquisitivo (3o tercil) e as com poder aquisitivo intermediário (2
o tercil) apresentaram,
respectivamente, uma média 16% (RR 0,84: IC95% 0,79-0,89) e 7% (RR 0,93: IC95% 0,88-0,97)
menor nos escores do questionário quanto comparadas àquelas de famílias com menor poder
aquisitivo (1o tercil). Além disso, crianças cuja mãe não havia completado a educação básica e as
que os responsáveis relatavam não praticar atividades religiosas apresentaram, respectivamente,
uma média 15% (RR 1,15: IC95% 1,10-1,20) e 14% (RR 1,14: IC95% 1,07-1,21) maior no
questionário do que as outras. Crianças que haviam visitado o dentista nos 6 meses antes da
coleta de dados apresentaram uma média 5% (RR 0,95: IC95% 0,91-0,99) menor do que as que
não haviam visitado nesse período.
As crianças com cavidade de cárie, maloclusão e sangramento gengival apresentaram
médias 11% (RR 1,11: IC95% 1,06-1,15), 12% (RR 1,12: IC95% 1,07-1,17) e 15% (RR 1,15:
IC95% 1,10-1,20) maiores do que as que não apresentavam essas condições. Avaliando as
variáveis contextuais, é possível notar que a renda média do bairro onde a escola está inserida não
se mostrou associada com a qualidade de vida relacionada à saúde bucal. Por outro lado, a
classificação da instituição no IDEB teve uma influência no desfecho considerado, onde crianças
matriculadas em escolas com nota ≥ 5,5 no IDEB tem uma média 20% (RR 0,80: IC95% 0,74-
0,88) menor no CPQ11-14 do que seus pares.
16
DISCUSSÃO
Esse estudo teve como objetivo avaliar a associação entre diferentes fatores individuais e
contextuais na OHRQoL de crianças de 12 anos. A partir de uma amostra de 1134 crianças
matriculadas em escolas públicas da cidade de Santa Maria, obtivemos resultados consideráveis
ao verificarmos a associação de fatores clínicos, socioeconômicos, interações sociais e do
contexto escolar com os escores do CPQ11-14. Ainda que estudos anteriores tenham considerado
o efeito multinível para avaliar esses fatores (23), este é o primeiro a avaliar uma população de
escolares de 12 anos de idade e considerar a escola onde eles estudam para ajustar os padrões de
associações.
O principal achado desse estudo foi que a escola onde as crianças estão matriculadas tem
influência sobre a OHRQoL. Pode-se perceber que indivíduos que estudavam em instituições
com classificação inferior no IDEB apresentaram escores médios mais altos no CPQ11-14. Assim
sendo, a escola assume um papel importante no desenvolvimento intelectual e pessoal do
indivíduo. A baixa OHRQoL pode não estar necessariamente ligada somente à necessidade
clínica das crianças, mas também com o local onde vivem, com as relações interpessoais e os
fatores contextuais que influenciam em sua vida e levam ao decréscimo psicossocial afetando sua
auto percepção e autoimagem. Assim como a família, a escola é formadora de seres humanos, e
deste modo, a melhoria nessa instituição gera benefícios em todos os âmbitos da vida de seus
alunos e criam melhores perspectivas de futuro (38).
Os fatores clínicos avaliados neste estudo vêm sendo descritos como preditores para
OHRQoL. Alguns autores descrevem que alterações dentárias e bucais são fatores que
comprometem as atividades funcionais como mastigação, geram impacto social e emocional
negativo para indivíduos que se privam de sorrir e interagir por conta de anomalias bucais (39,
40).
Indo ao encontro dos nossos achados, estudos encontraram evidências do impacto
negativo da má oclusão na OHRQoL quando relacionada sobretudo à dimensão emocional e
social devido a condição estética desfavorável principalmente em região anterior (41-43). A
insatisfação com a própria imagem afeta a autoconfiança e pode estar relacionada a problemas
sociais em um ambiente escolar, em que o jovem está sujeito a apelidos depreciativos e
17
brincadeiras mal intencionadas. Assim, a satisfação estética assume papel essencial nas interações
sociais e no bem estar psicológico (44).
Os resultados do presente estudo também demonstraram concordância ao que a literatura
apresenta em relação à influência negativa da presença de cárie não tratada nos escores dos
questionários que avaliam OHRQoL (40, 45). No Brasil, 51% das crianças de 12 anos de idade
possuem lesões de cárie com necessidade de tratamento (24) e estes indivíduos estão sob o risco
maior de serem submetidos à experiência de dor e dificuldade de mastigação bem como relatar
preocupação com a saúde bucal (5).
Embora a maior parte dos estudos que relacionaram OHRQoL com fatores periodontais
tenham dado ênfase à perda de inserção clínica e profundidade de sondagem [46-48], sabe-se que
a gengivite é a patologia mais comum em cavidade bucal para crianças de 12 anos. 79,3% de
indivíduos Tailandeses nesta faixa etária apresentaram sinais da doença no estudo de Krispadong
et al. e demonstraram uma associação com aspectos psicossociais, como impacto sobre o sorriso
e o contato social entre os jovens avaliados (49). A percepção da presença de sangue após
atividades rotineiras como a escovação pode afetar o relato e a auto avaliação de saúde bucal,
além de gerar preocupação e desconforto emocional que afetam a qualidade de vida (5).
A associação encontrada entre sexo e os escores do CPQ11-14 demonstra que as meninas
tem uma pior percepção de saúde bucal. Esta atribuição pode ser explicada pela maior
preocupação de indivíduos do sexo feminino com a estética e problemas de saúde, como também
foi observado em outros estudos (5, 8, 9). O fato clínico de que os primeiros molares permanentes
erupcionam cronologicamente antes em indivíduos do sexo feminino deve ser considerado e pode
estar relacionado à maior prevalência de cárie em meninas comparada ao sexo masculino (50).
Com relação à renda familiar e a escolaridade materna, é importante destacar que
desvantagens socioeconômicas podem limitar as oportunidades de escolha e tomada de decisão.
Neste ponto, as limitações financeiras acabam tendo impacto negativo na qualidade de vida como
um todo (51). Do ponto de vista da saúde bucal, dificuldades socioeconômicas estão associadas a
menor procura de serviços em pré-escolares, o que também se explica quando a necessidade de
gasto com tratamentos odontológicos é considerada um problema familiar para pais e
responsáveis, principalmente em famílias de baixa renda (52, 53). Estes aspectos estão
relacionados também para crianças de 12 anos, uma vez que seguem dependentes, ao menos
financeiramente. A combinação de percepção da necessidade de tratamento e ausência de
18
recursos para busca de profissionais de saúde podem gerar descontentamento e desconforto.
Estudos anteriores demonstram que a baixa renda e escolaridade materna resultam em nível mais
pobre de saúde bucal (54, 55). A avaliação contextual da família demonstra que o ambiente em
que a criança se desenvolve dentro de casa está diretamente relacionada à OHRQoL (31).
Outro fato a ser considerado é que as crenças religiosas podem ser importantes devido ao
convívio social, atribuído à rotina dentro de um grupo de pessoas que pode influenciar a vida dos
envolvidos (56). Isso pode ser explicado pelo capital social que envolve elementos como a
interação entre indivíduos (rede social), coesão social e suporte social (57). A criança, inserida
em uma família com costumes e rotina da prática religiosa, tende a participar de eventos em
comunidade e estar constantemente em contato com outras vivências. A partir da observação dos
outros elementos do grupo, busca cuidados com sua saúde inspirado em experiências e incentivos
das pessoas com quem interage e pelo apelo psicológico de apresentar-se bem ou de acordo com
os demais. O resultado disso é evidenciado pelos estudos que comprovam maior procura por
atendimento odontológico e melhores hábitos de saúde bucal em jovens de famílias que declaram
atividade religiosa rotineira (58, 59).
Uma possível limitação do estudo está relacionada ao seu delineamento transversal, que
impede o estabelecimento de causalidade entre os preditores e o resultado. Ainda assim, esse tipo
de estudo é uma ferramenta importante para identificação de indicadores de risco, que podem ser
incluídos em futuros estudos longitudinais e podem nortear medidas públicas para sanar as
carências apontadas.
Não foi possível incluir no estudo instituições privadas. No entanto, como apenas 15%
das crianças estão matriculados em escolas particulares, e mesmo em ambiente público foi
possível abordar todas as classes sociais. Acreditamos que a falta de dados de escolas privadas
não afetou a validade dos nossos resultados, pois testes qui-quadrado foram realizados para
comparar a distribuição das variáveis incluídas nesse estudo com a população do município, e foi
possível observar que não houve diferença nessa faixa etária no que se refere a gênero, raça e
renda familiar (dados fornecidos pelo Conselho Demográfico da Cidade). Assim, consideramos
cautelosamente a generalização para todos os escolares de 12 anos vivendo na cidade.
Em conclusão, fatores clínicos, socioeconômicos, as interações sociais e o ambiente
escolar se mostraram associados à OHRQoL de crianças. Esses dados são importantes porque
19
podem servir como base para o planejamento de políticas públicas visando melhorar a saúde e o
bem-estar de populações infantis.
20
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26
Tabela 1 – Frequência, escore médio do total e dos domínios do CPQ11-14 de acordo com as
características individuais e contextuais da amostra. Santa Maria, Brasil.
Variáveis N (%)*
Escore
Total CPQ
Média (EP)*
Escore
Sintomas CPQ
Média (EP)*
Escore
Função CPQ
Média (EP)*
Escore
Emoção CPQ
Média (EP)*
Escore
Social CPQ
Média (EP)*
Criança (1o nível)
Gênero
Masculino 523 (45,88) 9,39 (0,40) 3,38 (0,11) 2,15 (0,110) 2,39 (0,16) 1,45 (0,117)
Feminino 611 (54,12)
10,94 (0,39) 3,55 (0,12) 2,70 (0,111) 2,91 (0,18) 1,76 (0,113)
Cor da pele
Branca 851 (77,93) 9,92 (0,34) 3,47 (0,09) 2,40 (0,07) 2,51 (0,17) 1,53 (0,09)
Não branca 245 (22,07)
11,46 (0,49) 3,53 (0,18) 2,66 (0,14) 3,31 (0,19) 1,94 (0,16)
Renda Familiar
Mais ricos (3o tercil) 288 (28,43) 11,64 (0,55) 3,58 (0,18) 2,69 (0,18) 3,38 (0,18) 1,98 (0,15)
Intermediário (20 tercil) 402 (38,63) 10,21 (0,42) 3,58 (0,16) 2,45 (0,12) 2,64 (0,17) 1,52 (0,08)
Mais pobres (1o tercil) 346 (32,94) 8,86 (0,46) 3,24 (0,16) 2,18 (0,11) 2,04 (0,19) 1,38 (0,14)
Escolaridade Materna
Com educação básica 702 (65,55) 9,34 (0,32) 3,36 (0,09) 2,24 (0,10) 2,29 (0,16) 1,43 (0,08)
Sem educação básica 382 (34,45) 11,92 (0,63) 3,71 (0,19) 2,90 (0,13) 3,35 (0,22) 1,93 (0,16)
Pratica de Atividades Religiosas
Sim 902 (85,61) 10,14 (0,28) 3,46 (0,09) 2,42 (0,06) 2,65 (0,15) 1,59 (0,07)
Não 158 (14,39) 11,15 (0,86) 3,77 (0,24) 2,69 (0,19) 2,84 (0,28) 1,83 (0,28)
Visita ao dentista nos últimos 6 meses
Sim 514 (47,43) 10,14 (0,38) 3,55 (0,13) 2,51 (0,09) 2,46 (0,18) 1,62 (0,13)
Não 574 (52,57) 10,21 (0,30) 3,41 (0,11) 2,37 (0,08) 2,84 (0,14) 1,59 (0,07)
Cavidade de cárie
Sem 654 (57,72) 9,62 (0,32) 3,38 (0,09) 2,29 (0,08) 2,39 (0,16) 1,55 (0,10)
Com 480 (42,28) 11,05 (0,39) 3,61 (0,15) 2,66 (0,11) 3,06 (0,15) 1,72 (0,10)
Maloclusão
Sem 656 (57,64) 9,57 (0,27) 3,41 (0,09) 2,35 (0,092) 2,41 (0,14) 1,38 (0,07)
Com 478 (42,36) 11,12 (0,49) 3,56 (0,14) 2,58 (0,097) 3,03 (0,23) 1,94 (0,14)
Sangramento gengival
Sem 836 (73,76) 9,83 (0,31) 3,36 (0,08) 2,39 (0,06) 2,52 (0,16) 1,55 (0,08)
Com 298 (26,24) 11,35 (0,62) 3,8 (0,19) 2,62 (0,20) 3,1 (0,19) 1,81 (0,17)
Escola (20 nível)
Renda média†
> R$ 1151,00 575 (47,03) 10,66 (0,408) 3,49 (0,13) 2,54 (0,08) 2,86 (0,15) 1,76 (0,09)
≤ R$ 1151,00 559 (52,97) 9,84 (0,404) 3,46 (0,12) 2,37 (0,11) 2,5 (0,21) 1,5 (0,11)
Classificação IDEB
Nota < 5,5 327 (32,40) 10,93 (0,58) 3,80 (0,17) 2,65 (0,10) 2,80 (0,29) 1,68 (0,19)
Nota ≥ 5,5 777 (67,60) 9,82 (0,39) 3,32 (0,11) 2,,34 (0,08) 2,59 (0,19) 1,56 (0,09)
* Prevalência, média e erro padrão (EP) foram calculados levando em consideração o peso amostral;
† Renda média: representa a renda média do bairro da escola.
27
Tabela 2 - Distribuição descritiva dos escores totais e por domínios do CPQ11–14.
CPQ11–14 Child Perception Questionnaire
*Considerando o peso amostral.
Número de itens Escores Médios do
CPQ11–14 (EP)*
Variação
Possível
Variação
Observada
CPQ (escala total) 16 10,23 (0,32) 0 – 64 0 – 43
Domínios
Sintomas Orais 4 3,48 (0,09) 0 – 16 0 – 16
Limitação Funcional 4 2,45 (0,07) 0 – 16 0 – 14
Bem-estar Emocional 4 2,68 (0,15) 0 – 16 0 – 16
Bem-estar Social 4 1,62 (0,08) 0 – 16 0 – 15
28
Tabela 3 - Variáveis individuais e contextuais associadas com as médias do CPQ11-14 – Análise
Multinível não-ajustada de Regressão de Poisson. Santa Maria, Brasil.
Variáveis Escore Total CPQ
Média (EP)*
RR (95%IC)
Criança (1o nível)
Gênero
Masculino 9,39 (0,40) 0,84 (0,81 – 0,87)
Feminino 10,94 (0,39) 1
Cor da pele
Branca 9,92 (0,34) 1
Não branca 11,46 (0,49) 1,15 (1,10 – 1,20)
Renda Familiar
Mais ricos (3o tercil) 8,86 (0,46) 0,78 (0,74 – 0,83)
Intermediário (20 tercil) 9,39 (0,35) 0,90 (0,86 – 0,94)
Mais pobres (1o tercil) 11,14 (0,33) 1
Escolaridade Materna
Com educação básica 9,34 (0,32) 1
Sem educação básica 11,92 (0,63) 1,25 (1,20 – 1,30)
Pratica de Atividades Religiosas Sim 10,14 (0,28) 1 Não 11,15 (0,86) 1,08 (1,03 – 1,14)
Visita ao dentista nos últimos 6 meses Sim 10,21 (0,30) 0,98 (0,94 – 1,02) Não 10,14 (0,38) 1
Cavidade de cárie Sem 9,62 (0,32) 1 Com 11,05 (0,39) 1,10 (1,06 – 1,14)
Maloclusão Sem 9,57 (0,27) 1 Com 11,12 (0,49) 1,15 (1,11 – 1,19)
Sangramento gengival Sem 9,83 (0,31) 1 Com 11,35 (0,62) 1,17 (1,12 – 1,22)
Escola (20 nível)
Renda média†
> R$ 1151,00 10,66 (0,408) 1 ≤ R$ 1151,00 9,84 (0,404) 0,94 (0,83 – 1,07)
Classificação IDEB Nota < 5,5 10,93 (0,58) 1 Nota ≥ 5,5 9,82 (0,39) 0,85 (0,76 – 0,95)
* Prevalência, média e erro padrão (EP) foram calculados levando em consideração o peso amostral;
† Renda média: representa a renda média do bairro da escola.
29
Tabela 4 - Variáveis individuais e contextuais associadas com os escores médios do CPQ11-14 – Análise
Multinível Ajustada de Regressão de Poisson. Santa Maria, Brasil.
Modelo 1 („nulo‟) representa o modelo incondicional; Modelo 2 representa variáveis individuais; Modelo 3 („completo‟) representa
variáveis de nível individual e contextual.
*Significante com P<0.00; **Significante com P<0.05; † Renda média: representa a renda média do bairro da escola.
Modelo 1
(“vazio”)
Modelo 2
(“individual”)
Modelo 3
(“completo”)
Componente Fixo RR (IC95%) RR (IC95%) RR (IC95%)
Intercepto
Criança (1o nível)
Gênero
Masculino 0,82 (0,79 – 0,86)* 0,84 (0,81 – 0,88)*
Feminino 1 1
Cor da Pele
Branco 1 1
Negro 1,05 (1,00 – 1,10)** 1,05 (0,99 – 1,10)**
Renda Familiar
Mais ricos (3o tercil) 0,84 (0,79 – 0,89)* 0,84 (0,79 – 0,89)*
Intermediário (2o tercil) 0,92 (0,87 – 0,96)* 0,93 (0,88 – 0,97)*
Mais pobres (1o tercil) 1 1
Escolaridade Materna
Com educação primária 1 1
Sem educação primária 1,16 (1,10 – 1,21)* 1,15 (1,10 – 1,20)*
Pratica de Atividades Religiosas
Sim 1 1
Não 1,09 (1,03 – 1,15)* 1,14 (1,07 – 1,21)*
Visita ao dentista nos últimos 6 meses Sim 0,95 (0,91 – 0,99)** 0,95 (0,91 – 0,99)** Não 1 1
Cavidade de cárie Sem 1 1 Com 1,09 (1,04 – 1,14)* 1,11 (1,06 – 1,15)*
Maloclusão Sem 1 1 Com 1,13 (1,09 – 1,18)* 1,12 (1,07 – 1,17)*
Sangramento gengival Sem 1 1 Com 1,16 (1,11 – 1,21)* 1,15 (1,10 – 1,20)*
Escola (2o nível)
Renda Média†
> R$ 1151,00 1
≤ R$ 1151,00 0,99 (0,91 – 1,07)
Classificação IDEB
Nota < 5,5 1
Nota ≥ 5,5 0,80 (0,74 – 0,88)*
Componente Randômico
Deviance (-2loglikelihood) 10361.45 8037.3124 7782.501
30
ANEXOS
31
Anexo A – Carta de Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UFSM
32
Anexo B – Extensão do Cronograma do Projeto de Pesquisa aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisa da UFSM
33
34
Anexo C – Questionário de Qualidade de Vida: Child Perceptions Questionnaire (CPQ11-14)
Julgamento global de saúde
1. Você diria que a saúde de seus dentes, lábios, maxilares e boca é:
( ) Excelente ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim ( ) Péssima
2. Até que ponto a condição dos seus dentes, lábios, maxilares e boca afetam sua vida em geral?
( ) De jeito nenhum ( ) Um pouco ( ) Moderadamente ( ) Bastante ( ) Muitíssimo
PERGUNTAS SOBRE PROBLEMAS BUCAIS
Nos últimos 3 meses, com que frequência você teve?
nunca
1 o
u 2
vez
es
algum
as v
ezes
freq
uen
tem
ente
todos
os
dia
s ou
quas
e to
do
s
1. Dor nos seus dentes, lábios, maxilares ou boca?
2. Feridas na boca?
3. Mau hálito?
4. Restos de alimentos presos dentro ou entre os
seus dentes?
Isso aconteceu por causa de seus dentes, lábios, maxilares e boca?Nos últimos 3 meses, com
que frequência você:
nunca
1 o
u 2
vez
es
alg
um
as v
ezes
freq
uen
tem
ente
todos
os
dia
s ou
quas
e to
dos
5. Demorou mais que os outros para terminar sua
refeição?
Nos últimos 3 meses, por causa dos seus dentes, lábios, boca e maxilares com que frequência
você teve?
nunca
1 o
u 2
vez
es
algum
as v
ezes
freq
uen
tem
ente
todos
os
dia
s ou
quas
e to
dos
35
6. Dificuldade para morder ou mastigar alimentos
como maçãs, espiga de milho ou carne?
7. Dificuldades para dizer algumas palavras?
8. Dificuldades para beber ou comer alimentos
quentes ou frios?
PERGUNTAS SOBRE SENTIMENTOS E/OU SENSAÇÕES
Você já experimentou esse sentimento por causa de seus dentes, lábios, maxilares ou
boca?Se você se sentiu desta maneira por outro motivo, responda “nunca”.
nunca
1 o
u 2
vez
es
algum
as v
ezes
freq
uen
tem
ente
todos
os
dia
s ou
quas
e to
dos
9. Ficou irritado (a) ou frustrado (a)?
10. Ficou tímido (a), constrangido (a) ou com
vergonha?
11. Ficou chateado?
12. Ficou preocupado com o que as outras pessoas
pensam sobre seus dentes, lábios,
boca ou maxilares?
PERGUNTAS SOBRE SUAS ATIVIDADES EM SEU TEMPO LIVRE E NA
COMPANHIA DE OUTRAS PESSOAS
Você já teve estas experiências por causa dos seus dentes, lábios, maxilares ou boca? Se for
por outro motivo, responda “nunca”. Nos últimos 3 meses, com que frequência você:
nunca
1 o
u 2
vez
es
algum
as v
ezes
freq
uen
tem
ente
todos
os
dia
s ou
quas
e to
dos
13. Evitou sorrir ou dar risadas quando está com
outras crianças?
14. Discutiu com outras crianças ou pessoas de sua
família?
15. Outras crianças lhe aborreceram ou lhe
chamaram por apelidos?
16. Outras crianças fizeram perguntas sobre seus
dentes, lábios, maxilares e boca?
36
APÊNDICES
37
Apêndice A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Este termo tem como objetivo informar, esclarecer e pedir a sua autorização para
a participação de seu/sua filho(a) na pesquisa intitulada “IMPACTO DAS CONDIÇÕES
DE SAÚDE BUCAL NA QUALIDADE DE VIDA DE ESCOLARES DE 12 ANOS” a ser
desenvolvida pelos Cirurgiões-dentistas Fernanda Tomazoni, Guilherme Nascimento da
Rosa, Joana Del Fabro e Simone Tuchtenhagen e pelo professor Dr. Thiago Machado
Ardenghi. Esta pesquisa tem como objetivo avaliar o impacto de condições de saúde
bucal e fatores socioeconômicos na qualidade de vida escolares de 12 anos.
A pesquisa será desenvolvida na própria escola do seu filho, durante um
intervalo de aula. Um mestrando do programa de pós-graduação do curso de
odontologia da Universidade Federal De Santa Maria irá realizar um exame na boca de
seu/sua filho(a), para verificar as condições de saúde bucal dele(a). Após o exame,
seu(sua) filho(a) também responderá a uma entrevista realizada pelos alunos onde
ele(a) irá responder como é sua mastigação, fala, alimentação, sua satisfação com o
sorriso, entre outros.
Além disso, em anexo, está sendo enviado um questionário para que o senhor(a)
responda, com perguntas sobre suas condições socioeconômicas, características da
moradia, renda familiar e hábitos de higiene e comunidade onde o adolescente vive.
O adolescente ou o Sr./Sra. não receberão nenhum benefício direto com a
pesquisa. Entretanto, indiretamente, a sua participação contribuirá para melhor
entendimento científico a respeito do tema pesquisado.
Como esta pesquisa se trata apenas de um exame odontológico, não existe
nenhum risco previsto pela participação de seu/sua filho(a), entretanto, ele(a) poderá
ficar cansado(a) ao responder o questionário e durante os exames clínicos. Como
benefício, o Sr.(Sra.) será informado e orientado a procurar assistência odontológica
caso seja observado algum problema durante o exame do(a) seu/sua filho(a). Cabe
repetir que o(a) Sr.(Sra.) será orientado a procurar um atendimento, não sendo de
38
responsabilidade desta pesquisa dar garantia de que este atendimento seja realizado
caso seja encontrado algum problema no seu filho. Não haverá qualquer custo para
fazer parte deste estudo. O adolescente ou o Sr./Sra. não receberão qualquer
remuneração por essa participação.
Todos os dados de identificação de seu/sua filho (a) serão mantidos em sigilo. O
seu/sua filho (a) poderá se recusar participar da pesquisa a qualquer momento sem que
haja qualquer problema. Para esclarecer qualquer dúvida, o (a) senhor (a) poderá falar
com o pesquisador pelo telefone escrito no final deste documento.
Eu, _______________________________, acredito ter sido suficientemente
informado a respeito das informações que li ou que foram lidas para mim. Ficaram
claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem
realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de
esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que minha participação é isenta de
despesas. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu
consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou
prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido, ou no meu
atendimento neste serviço.
Eu, _________________________________, RG____________________,
declaro que fui devidamente esclarecido (a), e estou de acordo com os termos acima
expostos, autorizando a participação de meu/minha filho (a) _____________________
______________________ nesta pesquisa.
Santa Maria, RS, ____ de _______________ de 201__.
___________________________ _____________________________
Assinatura do responsável Assentimento do adolescente
____________________________
Pesquisador
39
Qualquer esclarecimento entre em contato com:
Comitê de Ética em Pesquisa da UFSM:
Comitê de Ética em Pesquisa - UFSM - Av. Roraima, 1000 – Prédio da Reitoria -
7º andar - Campus Universitário. 97105-900 – Santa Maria – RS. Tel: 0xx553220-9362
e-mail: [email protected]
Prof. Thiago Machado Ardenghi (pesquisador responsável)
Rua Cel. Niederauer, 917, ap.: 208, Santa Maria/RS
Fone: 55-9998-9694
e-mail: [email protected] Clínica de Odontopediatria UFSM Fone: 32209266 (falar com Fernanda, Gulherme, Joana ou Simone)
40
Apêndice B - Questionário Socioeconômico
Muito obrigado por participar desta pesquisa! Estas perguntas são muito importantes para melhor conhecer a saúde de seu filho. Por favor, tente responder todas as perguntas! Qualquer dúvida, entre em contato conosco pelos telefones: Fernanda – 99915409 (vivo); Guilherme- 99351484(vivo); Joana – 91048282(claro); Simone(oi). 1) Nome do adolescente: ______________________________________ 2) Telefone:____________ 3) Sexo: F ( ) M ( )
4) Você considera seu filho da raça:
( ) branca ( ) negra ( ) mulato ( )outro (oriental, índio)
5) No mês passado, quanto receberam em Reais, juntas, todas as pessoas que
moram nesta casa (salário, bolsa família, pensão, aposentadoria e outros
rendimentos)?_______________
7) Quantos cômodos tem a casa? _________
8) Quantas pessoas, incluindo o Sr(a), moram na casa?________
9) A mãe estudou até: ( )não estudou; ( )1º grau incompleto; ( )1º grau completo;
( )2º grau incompleto; ( )2º grau completo; ( )3º grau incompleto; ( )3º grau completo
10) O pai estudou até: ( )não estudou; ( )1º grau incompleto; ( )1º grau completo;
( )2º grau incompleto; ( )2º grau completo; ( )3º grau incompleto; ( )3º grau completo
11) Seu filho procurou dentista nos últimos 6 meses? S ( ) N ( )
12) Quando foi a última visita ao dentista?:( ) até 3 meses ( ) 3 a 6 meses
( ) 6 meses a 1 ano ( ) mais que 1 ano;
13) Motivo da última consulta:
( ) dor de dente;
( ) dor na boca
( ) batidas e quedas
( ) exame e rotina
( ) outros:_______________________
14) Tipo de serviço que você levou seu filho na última consulta:
41
( )dentista particular
( ) dentista público (posto de saúde, faculdade, escola)
15. Você diria que a saúde dos dentes, lábios, maxilares e boca do seu filho é: ( ) Excelente ( ) Muito boa ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim Perguntas sobre espiritualidade
1. Com que frequência você vai a uma igreja, templo ou outro encontro religioso. a. Mais do que uma vez por semana b. Uma vez por semana c. Duas ou três vezes por mês d. Algumas vezes por ano e. Uma vez por ano ou menos f. Nunca
2. Com que frequência você dedica o seu tempo a atividades religiosas individuais, como preces, rezas, meditações, leitura da bíblia ou de outros textos religiosos.
a. Mais do que uma vez ao dia b. Diariamente c. Duas ou mais vezes por semana d. Uma vez por semana e. Poucas vezes por mês f. Raramente ou nunca
A seção seguinte contém frases a respeito de crenças ou experiências religiosas. Por favor, anote o quanto cada frase se aplica a você
3. Em minha vida, eu sinto a presença de Deus (ou do Espírito Santo) a. Totalmente verdade para mim b. Em geral é verdade c. Não estou certo d. Em geral não é verdade e. Não é verdade
4. As minhas crenças religiosas estão realmente por trás de toda a minha maneira de viver.
a. Totalmente verdade para mim b. Em geral é verdade c. Não estou certo d. Em geral não é verdade e. Não é verdade
5. Eu me esforço muito para viver a minha religião em todos os aspectos da vida a. Totalmente verdade para mim b. Em geral é verdade c. Não estou certo d. Em geral não é verdade e. Não é verdadade
42
Apêndice C – Ficha Clínica
43