resumo segunda prova (2)

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4º TEXTO: KEOHANE, ROBERT O. THE DEMAND FOR INTERNATIONAL REGIMES (1983). INTRODUÇÃO Estudamos regimes internacionais para entender a ordem na política internacional. O artigo tem objetivo de melhorar nossos entendimento sobre ordem e cooperação internacional através de uma interpretação da formação de regimes que se baseia na teoria da escolha racional. Será estudado porque atores auto-interessados na política mundial deveriam estabelecer regimes através de acordos mútuos e como podemos estimar variações no numero, extensão e força dos regimes internacionais. A teoria da Escolha Racional (Teoria da Estabilidade Hegemônica) o Enfatiza que: Concentração de poder em um Estado dominante facilita o desenvolvimento de regimes fortes. A fragmentação do poder é associado com o colapso de regimes o Falhas Não consegue explicar defasagens nas mudanças na estrutura de poder e mudanças nos regimes internacionais Diferencial durabilidade de diferentes instituições numa determinada área - problema Evita abordar a questão do porque regimes internacionais parecem mais extensos agora na política mundial do que durante os períodos anteriores (como o final do século 19) de suposta liderança hegemônica. Não leva em consideração variações na demanda por regimes internacionais O artigo foca em porque deveríamos querer os regimes internacionais. Argumentos do artigo 1) Discussão das virtudes e limitações da Teoria das Restrições

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4 TEXTO: KEOHANE, ROBERT O. THE DEMAND FOR INTERNATIONAL REGIMES (1983).

INTRODUO Estudamos regimes internacionais para entender a ordem na poltica internacional. O artigo tem objetivo de melhorar nossos entendimento sobre ordem e cooperao internacional atravs de uma interpretao da formao de regimes que se baseia na teoria da escolha racional. Ser estudado porque atores auto-interessados na poltica mundial deveriam estabelecer regimes atravs de acordos mtuos e como podemos estimar variaes no numero, extenso e fora dos regimes internacionais. A teoria da Escolha Racional (Teoria da Estabilidade Hegemnica) Enfatiza que: Concentrao de poder em um Estado dominante facilita o desenvolvimento de regimes fortes. A fragmentao do poder associado com o colapso de regimes Falhas No consegue explicar defasagens nas mudanas na estrutura de poder e mudanas nos regimes internacionais Diferencial durabilidade de diferentes instituies numa determinada rea - problema Evita abordar a questo do porque regimes internacionais parecem mais extensos agora na poltica mundial do que durante os perodos anteriores (como o final do sculo 19) de suposta liderana hegemnica. No leva em considerao variaes na demanda por regimes internacionais O artigo foca em porque deveramos querer os regimes internacionais.Argumentos do artigo1) Discusso das virtudes e limitaes da Teoria das Restries2) Estabelece a base para o desenvolvimento de uma teoria de restrio de escolha dos regimes internacionais, especificando o contexto em que os regimes internacionais operaram, e as funes que desempenham.3) Apresentao dos elementos de uma teoria de demanda de regimes internacionais apresentada, enfatizando o papel dos regimes em reduzir custos e lidar com incertezas.4) Discute questes relacionadas ao encerramento e comunicao.5) Troca dos regimes orientados pelo controle por regimes de seguros em razo do declnio econmico dos pases industriais avanados do mundo.

1. ANLISE SISTMICA E A ESCOLHA RACIONAL. Anlise sistmica: caracterstica dos atores como algo dado e no varivel. Atores tendem a responder racionalmente a coaes e incentivos. Alteraes no sistema alteram tambm os custos de cada ao, levando os atores a mudarem seu comportamento diante disso. A deciso de criar ou participar de Regimes Internacionais afetada da mesma forma. A demanda por regimes varia de acordo com mudanas no Sistema. Escolha racional -> escolha da coao. Introduz a relevncia da escolha racional, mas no assume que ela conduz regimes por um estado de natureza sozinha. A escolha racional usada para explicar tendncias de comportamento que convergem na criao de regimes. Ajuda a entender tendncias de formao, crescimento, declnio e dissoluo de regimes. Decises envolvendo Regimes Internacionais so voluntrias, de certa forma. Imposio de constrangimentos: regimes acordados sob constrangimentos exercidos pelos atores com mais poder de coao. As escolhas dos atores constrangida de modo a favorecer as preferncias de quem tem mais poder. A escolha racional como voluntria no significa igualdade de escolha e nem benefcios para todos. Regimes so como contratos, e no tentativas de governo. Assim, as regras dos regimes so frequentemente alteradas ou quebradas a fim de satisfazer as necessidades do momento. A formao de um regime se d aps a anlise do custo-benefcio e do preo a se pagar. Grande questo: por que atores em desvantagem se juntam a regimes mesmo recebendo menos benefcios que os demais?

2. THE CONTEXT AND FUNCTION OF INTERNATIONAL REGIMES Sobre regimes internacionais, exemplificados pela teoria da estabilidade hegemnica, essa percepo a base do argumento principal do lado da oferta. Em que os sistemas internacionais hegemnicas devem ser caracterizados por nveis de produo de bens pblico maior do que nos sistemas fragmentados; e, se os regimes internacionais fornecer bens pblicos, caracteriza um regime internacional mais forte e mais extensor. Duas caractersticas do contexto internacional so particularmente importantes: a poltica mundial carece de instituies governamentais oficiais, e caracterizada pela incerteza. Dentro deste cenrio, umas das principais funes dos regimes internacionais e o de facilitar a realizao de acordos mutuamente benficos entre os governos. Os fatores em nosso modelo operam dentro do que Waltz chamou de um sistema de auto-ajuda (realismo) em que eles no podem chamar a autoridade superior para resolver as dificuldades de fornecer proteo. Estes conflitos de interesse produzem incerteza e risco. O contexto o da poltica mundial: a sua competitividade e incerteza no s estabelecem limites sobre a oferta de regimes internacionais, mas fornecem tambm uma base para entender por que eles so exigidos. Um grande nmero de acordos especficos feitos pelos regimes inclui manter suas taxas de cambio dentro de certos limites, a abster se de discriminao comercial, para reduzir a sua organizao. Regimes so muito mais importantes no fornecimento de quadros de negociao estabelecidos (reduzindo os custos de transao) e ajudando a coordenar as expectativas do ator ( melhoria da qualidade e quantidade de informao disponvel para os estados). A definio de regimes internacionais especifica que os regimes devem incorporar princpios e normas, bem como as regras e procedimentos de tomada de deciso. Caso contrario, os regimes internacionais seriam difceis de distinguir de quaisquer padres regulares de ao na poltica mundial. Quando os governos desejam instituir regimes internacionais, em primeiro lugar, expressa o quanto eles estaro dispostos a contribuir para mant-los. Regimes so desenvolvidos, em parte, porque os atores na poltica mundial acreditam que com esses acordos eles sero capazes de fazer acordos mutuamente benefcio, que seriam difceis ou impossveis de alcanar. Em outras palavras, os regimes so valiosos para os governos que, na sua ausncia, certos acordos mutuamente benficos seriam impossvel consumar.

3- ELEMENTS OF A THEORY OF THE DEMEND FOR INTERNATIONAL REGIMES. Por que h demanda por regimes internacionais? O Teorema de Coase da falha de mercado

a)The Demand for Agrments and the Demand for Regimes. Regimes facilitam acordos; O que uma teoria de regimes deve explicar; A demanda por acordos; Algumas circunstncias onde no h necessidade de acordos; Condies para Solues timas de Pareto (de acordo com Coase): Quadro legal que estabelece responsabilidade pelas aes Informao Perfeita Custo de Transaes Zero Funes de um Regime:

b) International Regimes And Transactions Costs Os acordos internacionais e os regimes internacionais no so criados espontaneamente. Potencial lucrativo na colaborao de uma organizao empresrios. Regimes internacionais costumam favorecer os pagamentos laterais entre os atores dentro das reas problemas. Os regimes podem fazer ser mais difcil de vincular questes que so agrupadas separadamente. Os governos tendem a organizar-se de forma consistente com a forma como as questes so tratadas a nvel internacional, bem como vice-versa; questes consideradas por diferentes regimes so muitas vezes tratadas por diferentes burocracias em casa. Vnculos e pagamentos laterais tornam-se difceis nestas condies, uma vez que sempre envolvem perdas e ganhos.

c) The Demand For Principles Identificar regimes internacionais a partir da existncia de normas e princpios que compe a maior parte ou toda a estrutura do regime. Young (abordagem sociolgica): funo dos regimes facilitar mutuamente acordos internacionais. Reciprocation (Generalized Commitment): Crena de que comportamentos internacionais geram respostas recprocas. No apresenta necessariamente clculos de interesse prprio.

d) The Demand For Specific Information Os problema dos custos de organizao surgem mesmo onde os atores tm interesses inteiramente consistentes. Problemas graves de informao no so incorporados na estrutura de relaes, uma vez que os agentes tm incentivos para revelar suas informao e as suas preferncias. A norma de compromisso generalizada pode ser visto como um dispositivo para lidar com as implicaes conflituosas de incerteza.A norma de compromisso generalizada requer que os atores ajam como se um vai beneficiar o comportamento de outros no futuro(regime de apoio) Alm disso, nem todas as situaes so de soma zero, j que eles possuem interesse em um acordo. A colaborao requer um grau de formalidade, j que os Atores exigem garantias de que o outro tambm no vo trapacear. Os fatores de poder so importantes, eles so relevantes para o fornecimento de regimes internacional, j que necessrio que nesse sentido, haja uma autoridade possuidora de meios coercitivos. No entanto, mesmo em condies de interao estratgica e equilbrios instveis, regimes podem ser de valor para os agentes, fornecendo informaes, j que a informao de alta qualidade reduz a incerteza, podemos esperar que haver uma demanda por regimes internacionais que fornecem essas informaes. 3 problemas tambm so graves para os governos na Poltica Mundial e do origem a pedidos de regimes internacionais para melhor-los. Informao Assimtrica: Alguns atores podem ter mais informaes sobre a situao do que outros; Risco moral: Acordos podem alterar incentivos de tal forma a incentivar comportamentos menos cooperativos. Decepo e Irresponsabilidade: Alguns atores podem ser desonestos, e entrar em acordos que no tm inteno de cumprir. Ou ento, irresponsveis e assumir compromissos que no conseguem assumir.

4. INFORMATION, OPENNESS, AND COMMUNICATION IN INTERNATIONAL REGIMES

As instituies e procedimentos desenvolvidos junto aos regimes internacionais tem a funo de reduzir incertezas e riscos vinculando questes e aumentando a quantidade e a qualidade de informaes disponveis para os atores. Outros meios de reduzir os problemas de incerteza aumentar a quantidade e qualidade de comunicao, diminuindo os problemas de informaes que geram risco e incerteza. A comunicao de um grupo facilita o alcance de metas compartilhadas. Os governos que almejam a cooperao internacional devem conhecer bem seus parceiros, necessrio saber no s informaes sobre os recursos dos outros governos e suas posies em negociaes formais, como tambm suas estimativas, intenes, a intensidade de suas preferncias e sua disposio para acordos at mesmo em futuras circunstncias adversas. Governos mais fechados, que protegem a autonomia dos seus processos de deciso da intromisso de outros, tero mais dificuldade de participar de regimes internacionais do que os governos mais abertos e aparentemente desorganizados, pois sero visualizados com mais ceticismo por parceiros potenciais. A medida que uma questo se destaca no mbito domstico de um governo, outros governos no regime internacional premeditaro problemas de racionalidade limitada e atribuindo maiores riscos cooperao. A cooperao internacional pode ento diminuir muito alm das reais intenes ou objetivos dos decisores polticos envolvidos. Uma importante concluso: poltica internacional coordenadora e o desenvolvimento dos regimes no dependem meramente de interesses e poder, ou das habilidades negociadoras dos diplomatas, mas tambm de expectativas e informaes as quais, em parte, so funes da estrutura poltica do governo e sua abertura para com outro. (KEOHANE, 1982, p. 347). Relaes intergovernamentais que so caracterizadas por comunicaes correntes entre os oficiais competentes, autorizados ou no, so inerentemente mais condutoras para troca de informao do que as relaes burocrticas tradicionais, que possuem a comunicao controlada pelo mundo externo. O foco em informao e riscos pode ajudar a entender a performance dos regimes internacionais ao longo do tempo, e tambm as fontes de demandas para cada regime. Referncia teoria de concorrncia monopolstica de Williamson. Suposies: assim como a cooperao funo de informaes e performances passadas, os nveis de informao tambm so funo da cooperao. Alm disso, as performances sero afetadas pelas condies do ambiente. Neste modelo, os oligoplios apresentam substancial inrcia. As suposies de Williamson sobre as relaes entre comunicao, cooperao ou adeso e performance tem considervel validade para regimes internacionais da mesma forma que tm para os cartis do mercado de concorrncia monopoltica (oligoplios). Elas mostram estruturas substancialmente inertes.

5. COPING WITH UNCERTAINTIES: INSURANCE REGIMES

Regimes internacionais dificilmente dispe de riscos ou incertezas A participao em esquemas de cooperao internacional implica em riscos par o Estado cooperar. Se o Estado refere a sua economia e outros no, ele pode executar um dficit em conta corrente maior do que o desejado; indstrias que competem com as importaes podem se tornar menos competitivas sem remunerao. As empresas podem perder mercados, comparar os riscos que eles correm de falta de regulamentao de determinadas reas temticas com os riscos de entrar em tais regimes. Regimes internacionais so projetados para minimizar os efeitos sobre os estados individuais de incerteza decorrentes de mudanas rpidas e muitas vezes imprevisveis na poltica mundial. Sendo assim h a criao de um outro tipo de incerteza sobre se outros governos vo manter seus compromissos. Dependncia de um regime internacional pode expor um a riscos, assim como a dependncia de um determinado estado pode. Os governos sempre precisam comparar os riscos que correm por estar fora de um regime com os riscos que correm por estar dentro de um. Se o preo de alcanar a estabilidade de curto prazo atravs da construo de um regime est aumentando sua dependncia sobre as futuras decises dos outros, que o preo pode ser muito alto. A questo de lidar com os riscos tambm sugere a possibilidade de diferentes tipos de regimes internacionais. A maioria dos regimes internacionais so orientadas para o controle, atravs de um conjunto de arranjos mais ou menos institucionalizados. Regimes orientados para o controle normalmente procuram assegurar dois tipos de regularidade, interna e ambiental. Regularidade interna refere-se a padres ordenados de comportamento entre os membros do regime. Bretton Woods: regimes monetrios internacionais e regime de comrcio GATT tm-se centrado, em obrigaes dos membros, assumindo que os membros devem se comportar de acordo com as regras, os sistemas monetrios e de comrcio internacional.

CONCLUSO O trabalho pode ser sintetizado em 6 tpicos:1- Regimes internacionais podem ser interpretados, em partes, como dispositivos para facilitar a produo de tratados substanciais no mundo poltico, particularmente entre estados;2- Problemas de bens pblicos afetam o abastecimento dos regimes internacionais, como a teoria da estabilidade hegemnica sugere;3- Duas grandes hipteses de pesquisa so sugeridas pela analise do lado da demanda deste artigo: O aumento da densidade vai levar ao aumento da demanda por regimes internacionais; A demanda por regimes internacionais ser em parte por funo da eficcia dos prprios regimes no desenvolvimento de normas generalizadas e no fornecimento de informao de alta qualidade para os formuladores de polticas;

4- A anlise auxilia a interpretar certos fenmenos intrigantes, j que a abordagem de restrio de escolha permite ver como exigncias para tal comportamento seriam geradas;5- A luz da analise, varias afirmaes de teorias estruturais parecem problemticas;A distino entre regimes internacionais orientados para controle convencional por um lado, e os regimes de seguro por outro, pode ajudar a compreender as adaptaes emergentes dos pases avanados a uma situao global em que sua capacidade de controle sobre os eventos muito menor do que foi durante o ps- guerra

5 TEXTO: ARCHIEVING COOPERATION UNDER ANARCHY: STRATEGIES AND INSTITUTIONS KEOHANE/ AXELROD (1985)

Observaoe sobre a cooperao: diferente de harmonia; Cooperao = interesses conflitantes + complementares (para haver cooperao, deve existir: um conflito anterior, porem penas o conflito no leva a cooperao. Tambm deve haver a presena de interesses complementares); Os atores ajustam seu comportamento tendo em vista o possvel comportamento do outro. Leva em conta a teoria da escolha racional; necessrio imaginar o que o outro poder fazer e como o outro imagina que irei agir; No necessariamente boa em termos morais; Esta aumentando no cenrio internacional; Pode acontecer mesmo em meio a anarquia internacional; mais fcil em algumas reas, na segurana e difcil, pois normalmente os jogos possuem uma nica partida. Na economia mais fcil, pois existem vrias partidas.

Fatores que afetam a cooperao:1- Mutualidade de interesses: quanto mais interesses complementares , mais fcil a cooperao entre os atores;2- Sombra do futuro: quanto maior a sombra do futuro, maior as Chances de cooperao entre os atores;3- Numero de jogadores: quanto maior o numero de jogadores menores so as chances de cooperao. (aumenta o numero de informaes para o custo-benefcio) quanto maior o numero de jogadores maiores so as chances de cooperao (punio sistmica).

Teoria da escolha racional teoria dos jogos; Jogos: Dilema do prisioneiro; Caa ao alce;Jogo do galinha. O numero de jogadores interfere na matiz de resultado do jogo; Neo-realismo: expectativa est nos jogos de uma nica rodada.

Papel das instituies na cooperao: Alteram as estruturas de sries - abordagem de varias negociaes ao mesmo tempo para que haja maior facilidade de cooperao; Aumentam a sombra do futuro, portanto facilitam a cooperao; Institucionalismo auxilia a cooperao quebram os jogos em partes menores (assuntos so resolvidos caso a caso); Negociao parte a parte sem vinculao de um resultado ao outro.

Jogos de mltiplos nveis1- Issue-linkage: ligao entre assuntos diferentes. Uma ligao entre assuntos dificulta a negociao;2- RI e poltica domstica: neo-liberais a poltica domestica influencia na poltica internacional;3- Compatibilidade entre jogos: jogos mais compatveis tem mais chance de cooperao.

Concluses: Recompensar cooperao e punir traidores; Monitorar e identificar traidores; Focar recompensas e punies; Ligar assuntos de forma produtiva.

6 TEXTO: KRASNER, STEPHEN D. STRUCTURAL CAUSES AND REGIME CONSEQUENCES: REGIMES AS INTERVENING VARIABLESTEXTO TRADUZIDO (tem o texto na pasta)RESUMOOs regimes internacionais so definidos como princpios, normas, regras e procedimentos de tomada de decises ao redor dos quais as expectativas dos atores convergem em uma dada rea-tema. Como ponto de partida, os regimes so conceituados como variveis intervenientes, estando entre fatores causais bsicos e os resultados e comportamentos relacionados. H trs vises a respeito da importncia dos regimes: as orientaes estruturais convencionais desvalorizam os regimes como sendo, na melhor das hipteses, ineficazes; as orientaes grocianas vem os regimes como componentes ntimos do sistema internacional; as perspectivas estruturalistas modificadas vem os regimes como significativos somente em certas condies restritas. Para os argumentos grociano e estruturalista modificado - que concordam com a viso de que os regimes podem influenciar resultados e comportamentos - , o desenvolvimento de regimes visto como uma funo de cinco variveis causais bsicas: auto-interesse egosta; poder poltico; normas e princpios difusos; usos e costumes; conhecimento.

I INTRODUO- Os regimes internacionais so definidos como princpios, normas, regras e procedimentos decisrios de determinada rea das relaes internacionais em torno dos quais convergem as expectativas dos atores. Os regimes tm sido conceituados como variveis intervenientes entre os fatores causais bsicos, de um lado, e resultados e comportamentos, de outro.- So apresentadas trs abordagens para a questo do significado dos regimes: a de Oran Young (1982), Donald Puchala e Raymond Hopkins (1982) e Susan Strange (1982). - Os dois primeiros veem os regimes como uma caracterstica disseminada por todo o sistema internacional. Ou seja, nenhum padro de comportamento pode sustentar-se por qualquer perodo de tempo sem gerar um regime compatvel. Ao contrrio de Susan Strange, que argumenta que regime um conceito enganoso que obscurece as relaes bsicas entre economia e poder, e que representa, provavelmente, a posio mais tradicional da maioria dos pensadores das relaes internacionais. - Os regimes internacionais podem ter um impacto significativo mesmo em um mundo anrquico.

II DEFININDO REGIMES E MUDANAS DE REGIMES- De acordo com Krasner, os regimes podem ser definidos como princpios, normas e regras implcitos ou explcitos e procedimentos de tomada de decises de determinada rea das relaes internacionais em torno dos quais convergem as expectativas dos atores.- Os princpios so crenas em fatos, causas e questes morais. As normas so padres de comportamento definidos em termos de direitos e obrigaes. As regras so prescries ou proscries especificas para a ao. Os procedimentos para tomada de decises so prticas predominantes para fazer e executar a deciso coletiva.- Outros autores do duas prprias definies de regimes, como Keohane e Nye (1977), Haas (1980) e Bull (1977). - O propsito dos regimes facilitar os acordos. Keohane acredita que a distino analtica precisa ser realizada entre regimes e acordos que so arranjos ad hoc de curta durao. Jervis esclarece que o regime no pode ser considerando apenas como normas que iro facilitar a cooperao, mas sim como uma cooperao que ir alm das necessidades do prprio egosta de curto prazo. De acordo do Waltz, as aes dos Estados so dirigidas por presses sistmicas para estabelecer o equilbrio.- O comportamento que baseado pelo regime no pode ser realizado apenas em clculos de interesse de curto prazo, pois os interesses mudam, dessa maneira devemos incorporar um sentido de obrigao geral. Quando os Estados esto dispostos a serem recprocos, eles abrem mo dos interesses de curto prazo, para que os outros Estados faam o mesmo. Os comportamentos e normas iro distinguir as aes estatais que so governadas por regimes de atividades convencionais, seguida pela avaliao de interesses.- A distino fundamental deve ser feita atravs de princpios e normas, que iro fornecer as caractersticas bsicas definidoras do regime. Em uma tomada de deciso pode haver vrias regras e procedimentos, sendo essas, mudanas internas aos regimes, mas para isso os princpios e normas no podem ser alterados. - Quando ocorre o abandono das normas e princpios gera uma mudana para criao de um novo regime ou o desaparecimento dos regimes de algumas reas das Relaes Internacionais. Ruggie nos mostra a distino do embedded liberalism acerca das diferenas de normas e dos princpios, tal que o liberalismo incrustado prescreve aes para o Estado conter algumas mudanas domsticas, econmicas e sociais, que so feitas atravs dos mercados. O liberalismo ortodoxo e o incrustado iro definir os regimes que existem diferentes entre eles mesmos. - Os argumentos fundamentais polticos esto ligados a normas e princpios, e no s regras e procedimentos. - Os representantes dos estados do terceiro mundo, argumentam que as normas da ordem econmica internacional deveriam ser baseadas na redistribuio e equidade, visando a mudana das regras como mudanas do regime. Podemos dizer que existe uma diferena entre perceber tais mudanas nas regras como indicao de mudanas dentro de um regime, e perceber essas mudanas como uma indicao de mudana entre os regimes. - O tratamento especial um sinal de que o regime liberal enfraqueceu, mesmo que este no tenha sido substitudo por outro regime. As mudanas que ocorrem no interior de um regime esto ligadas a alteraes de regras e procedimentos de tomada de decises, mas no esto entrelaadas a normas e princpios. As mudanas de regimes envolvem alteraes de normas e princpios, tal que o enfraquecimento de um regime envolve uma incoerncia nos componentes do regime, ou inconsistncia entre o regime o comportamento correspondente aos membros.

III OS REGIMES TM IMPORTNCIA?- Os regimes poderiam ser concebidos como variveis intervenientes localizadas entre variveis causais bsicas e resultados e comportamentos. Como mostra o esquema feito pelo autor:Esquema Causal Bsico dos Regimes

- Levando em conta o esquema acima, a segunda flecha causal significa que os regimes, de fato, importam. Porm, no h um consenso em relao a isso e trs vises diferentes podem ser distinguidas: estrutural convencional; estrutural modificada e grociana.

Viso Estrutural Convencional:- Representada por Susan Strange.- Para a autora, o conceito de regimes pernicioso porque ofusca e obscurece as relaes entre poder e interesse de acordo com Strange, estas so as causas fundamentais do comportamento dos Estados no SI.- Ento, os regimes se que existem tm pequeno ou nenhum impacto; so meros epifenmenos. Regimes na Viso de Susan Strange

BASIC CAUSAL VARIABLES RELATED BEHAVIOR AND OUTCOMES

- A partir do esquema acima, possvel observar que h uma conexo direta entre mudanas em fatores causais bsicos de qualquer natureza e mudanas em comportamentos e resultados. Dessa forma, Susan Strange considera que os regimes so completamente excludos ou seu impacto nos resultados e nos comportamentos trivial.- A anlise de Strange relaciona-se com as orientaes que estudam fenmenos sociais. Tais anlises conceituam um mundo de atores auto interessados em que agem em um sistema definido por seus prprios interesses, poder ou interaes (ex: mercado).- Contribuies dos estudos de Waltz para exemplificar a metfora do mercado.- Os Estados do SI so funcionalmente similares e interagem em um ambiente anrquico; eles agem de acordo com seu prprio interesse.- Waltz e regimes: para o autor, os regimes podem estar pequenos passos afastados da capacidade de poder subjacentes que os sustentam.

Viso Estrutural Modificada:- Contribuies de Keohane e Stein.- Ambos partem da viso estrutural convencional Estados soberanos buscando maximizar seus interesses e poderes.- De acordo com Keohane, os regimes surgem de acordos voluntrios entre atores juridicamente iguais.- Em um mundo de Estados soberanos, a funo bsica dos regimes coordenar o comportamento dos Estados no sentido de alcanar os resultados desejados em reas particulares de interesse.- Impacto dos regimes de acordo com os autores: quando resultados...- Os regimes no podem ser relevantes em situaes de soma zero nas quais os estados agem para maximizar as diferenas entre a sua utilidade e as utilidades dos demais Estados.- Portanto, esta segunda abordagem v os regimes emergindo e tendo um impacto significativo, mas somente sob condies restritas.Regimes para a Viso Estruturalista Modificada

- Em grande parte das situaes existe uma ligao direta entre as variveis causais bsicas e o comportamento e resultados (caminho a). Em certas circunstncias no puramente conflituosas, em que a tomada de deciso individual leva a resultados sub-timos, os regimes podem ser importantes (caminho b).

Viso Grociana- Abordada nos artigos de Donald Puchala e Raymond Hopkins que vem os regimes como fenmenos disseminados em todos os sistemas polticos.- Os autores argumentam que o conceito de regime vai muito alm da perspectiva realista; esta, por sua vez, muito limitada para explicar tal complexidade.- Essa abordagem considera o mercado como um regime, diferente da viso estrutural modificada. Para os tericos grocianos, um mercado no pode ser mantido somente por clculos auto interessados, ele precisa, de acordo com Ruggie, estar conectado com um ambiente social mais amplo que garanta condies necessrias para seu funcionamento.

Regimes para Orientao Grociana

- Os padres de comportamento que refletem conjecturas de interesse tendem a levar criao de regimes internacionais, e os regimes tendem a acentuar estes comportamentos.- Os adeptos da perspectiva grociana aceitam os regimes como fenmeno disseminado e significativo do SI.QUADRO RESUMO:VISESIMPORTNCIA DOS REGIMES

ESTRUTURAL CONVENCIONALNo levam os regimes a srio: se as variveis causais mudam, os regimes tambm mudam. Eles no tm impacto independente ou autnomo sobre o comportamento

ESTRUTURAL MODIFICADO

Veem os regimes como importantes somente quando uma tomada independente de deciso leva a um resultado indesejado

GROCIANAAceita os regimes como uma parte fundamental de toda interao humana padronizada, incluindo os comportamentos no SI.

IV EXPLICAES PARA O DESENVOLVIMENTO DE REGIMES.IV.1 Auto interesse egosta- O ator egosta preocupa-se com o comportamento de outros apenas quando o comportamento dos demais afeta sua prpria utilidade. - O ator que busca o puro poder est interessado em maximizar a diferena entre as suas capacidades de poder e as de seus oponentes. - Keohane defende a ideia de que regimes podem produzir acordos facilmente se criarem estruturas que estabeleam responsabilidades legais, se melhorarem a quantidade e qualidade de informaes disponveis para os atores, ou se reduzirem outros custos de transao, tais como o custo de organizaes ou custo de fazer compensaes paralelas. - Os custos de formao de um regime sero menores quando houver um alto nvel de comunicao formal e tambm informal entre os Estados, uma condio mais provvel de ser encontrada em sistemas polticos abertos que operam sob condio de independncia complexa.- Young (1982) argumenta trs caminhos para a formao de regimes: espontneo, onde regimes emergem de expectativas convergentes entre variadas aes individuais; o negociado, regimes so formados por acordos explcitos; e o imposto, onde regimes so inicialmente impostos sobre os atores por foras externas. A forma espontnea e negociada defendida como base em clculos egostas. IV.2 Poder poltico- uma varivel importante para explicar os regimes. - Uma viso cosmopolita ocidental defende a tese de que o poder utilizado para assegurar resultados timos para o sistema no geral. Ele usado para promover maximizao conjunta de ganhos, poder a servio do bem comum. - Outra ideia seria particularista relacionada a objetivos especficos, o poder usado para fortalecimento de valores dos atores especficos do sistema, seria o poder a servio de interesses prprios.- No quesito poder para o bem comum usada ideia de Adam Smith, a mo invisvel do Estado moldando a forma de governo gerando defesa, manuteno da ordem e um nvel mnimo de bem estar social. O Estado importante para estabelecer direitos de propriedade e cumprimento de contratos. Ele tem objetivo de promover interesses gerais da sociedade.- J no quesito de poder a servio de interesses particulares, defende a ideia de que os ganhos so fixos e que a escolha da estratgia pelo ator determinada de maneira autnoma e somente visando os ganhos em si. O poder pode ser usado para alterar ganhos e influenciar estratgias do ator. Atores poderosos so capazes de alterar ganhos no sentido de afrontar outros atores ou influenciar estratgias que eles escolhem, os atores mais fracos ficam em desvantagem, tem suas escolhas mais limitadas. IV. 3 Normas e princpios- Normas e princpios como caractersticas definidoras de regimes (tratamento endgeno).- Normas e princpios que influenciam regimes, mas no diretamente relacionados a rea, podem explicar a criao, a persistncia e dissipao destes regimes. Ex: surgimento do capitalismo por Weber.- Superestrutura: princpios e normas gerais que condicionam princpios e normas em uma rea temtica. Ex: no sculo XIX, o equilbrio de poder (norma disseminada) influenciou o regime colonial (rea temtica especifica). - Regimes na rea de segurana so assegurados pela crena em um compartilhamento de valores pelas grandes potncias.- O conjunto de valores liberais difusos no mundo capitalista influenciou o regime econmico ps Segunda Guerra. Bretton Woods (que definiu regras, relacionadas a taxa cambial por exemplo, e instituies, como o Banco Internacional para a Reconstruo e Desenvolvimento, para regular a poltica econmica) foi responsvel por internacionalizar esses valores.- Existiria ento uma hierarquia entre regimes: normas e princpios disseminados influenciam subestruturas.- Nas RI: soberania o principio disseminado de maior importncia, influenciando o comportamento dos atores. A Antrtica, a Nambia e a Cisjordnia, so excees. Nestes existem regimes vulnerveis ou uma total ausncia de regimes. A soberania, se alterada, modificaria qualquer outro regime.IV. 4 Usos e costumes- Usos so padres de comportamento relacionados pratica efetiva.- Costumes so relacionados praticas existentes h longo tempo.- A padronizao desses comportamentos gera expectativas compartilhadas. Acabam por ganhar legitimidade. Ex: Direito Comercial ocidental, que se baseou em prticas iniciadas em arranjos privados.- Essas prticas so reforadas pelo crescimento dos regimes. O que antes era uma questo de auto-interesse passa a ser reforado pelo compartilhamento das normas geradas por usos e costumes.- Um padro de comportamento imposto via coero econmica pode ser visto como legitimo por aqueles a que foi imposto. estabelecido pela prtica e acaba por se difundir como princpios e normas.IV. 5 Conhecimento- O conhecimento colocado como uma varivel interveniente para o desenvolvimento dos regimes, sendo definido por Ernst Haas como juno de informao tcnica e terica para determinada questo que se resulta em um consenso til para servir como parmetro em polticas pblicas e seus objetivos. Para Haas, o conhecimento serve como base para a cooperao atravs do esclarecimento das interconexes complexas que no eram desvendadas, podendo atravessar as barreiras ideolgicas e as abordagens "mecnicas" e "orgnicas".- Para isto, porm, necessrio que o conhecimento seja amplamente aceito pelos atores do sistema. Um exemplo desta questo so as regras sobre a sade, que anteriormente eram baseadas em questes polticas, e hoje toma como parmetro o conhecimento cientfico, a partir das inmeras descobertas e difundidas ao longo do tempo. Caso isto fosse compartilhado por poucos pases, a influncia do conhecimento descoberto seria mais restrito.- Cabe-se distinguir as mudanas proporcionadas pelo conhecimento em "mudana evolucionria", a qual se verifica mudanas em regras e procedimentos, e "mudana revolucionria", onde existe a variao de poder. As mudanas do sistema de taxa de cmbios um exemplo disto: os entendimentos entre os pases das experincias passadas levaram a tomarem decises a partir delas, possibilitando o desenvolvimento deste regime internacional, alm dos interesses e poder poltico dos envolvidos.

V CONCLUSO- O texto analisa duas vises distintas sobre questes relacionadas aos regimes e as Relaes Internacionais: por um lado, o impacto dos regimes sobre os comportamentos dos atores e seus possveis ganhos, e por outro, as variveis causais (interesse, poder, normas difundidas, costumes e conhecimento) bsicas e sua ligao com os regimes. - Apesar da orientao realista estrutural, centrada nos Estados, sua influncia moderada, como a adoo dos regimes internacionais para a explicao de certas tomadas de decises.- E este fato que diverge este argumento com os demais argumentos realistas convencionais. - Apesar do uso semelhante dos pressupostos analticos e restries paramtricas, o uso dos regimes como varivel interveniente se encaixa sem divergncias tericas nas estruturas tericas realistas, analisando os interesses e o poder do Estado como varivel causal bsico. - Outra abordagem estruturalista analisa os regimes como variveis autnomos que influenciam no s nos comportamentos, mas tambm na variveis causais bsicas que criaram, o que ser visto posteriormente.