revista atos

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2015 | Atos [1

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Publicação desenvolvida pelos formandos de Comunicação Social - Hab. em Jornalismo (2015.1) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Antonio Carlos, Gleydice Belchior, Júlio César e Morgana Soares durante o Estágio Supervisionado.

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Editora: Gleydice Belchior Diagramação: Antonio Carlos

Capa: Thiago LimeiraFoto de Capa: Assessoria Ação Educar

Fotos: Arquivo pessoal dos entrevistadosReportagens: Antonio Carlos,Gleydice Belchior, Júlio Cesar e

Morgana SoaresColaboração: Arão de Azevedo e

John Medcraft

Impressão: EDUEPBTiragem: 1.000 Exemplares

Campina Grande - PB, Janeiro de 2015

CARTA AO LEITOR

“Não amemos de palavra, mas por obra e em verdade”

Universidade Estadual da ParaíbaCentro de Ciências Sociais Aplicadas

Departamento de Comunicação SocialRua das Baraúnas, 351

Bairro Universitário Campina Grande - PB

CEP: 58700-010Fone/fax (83) 3315-3300

www.uepb.edu.br

ReitorAntonio Guedes Rangel Junior

Chefe do DepartamentoProfª Maria do Socorro T. P. Santos

OrientadoresProf. Ms. Arão de Azevedo SouzaProf. Ms. Orlando Angelo da Silva

EXPEDIENTE

A vida é feita de atos. De toda a criação apenas a humanidade foi contemplada com a competência de agir conscientemente. Os seres humanos observam, refletem, têm ideias, planejam e executam de forma esplêndida, para o bem ou para o mal.

A Revista Atos surge na proposta de gerar esperança, entusiasmar, incentivar, conduzir para iniciativas de ges-tos do bem. Afinal, as mudanças para melhor são resulta-dos de atitudes benéficas!

A lente da revista foca em Atos promovidos pela bondade humana que reflete a imagem e semelhança de Deus, o Criador. Ela ampliará pequenos feitos que faz grande diferença para muitos, que no olhar geral podem não ser considerados, mas no olhar de pessoas com voca-ção específica não passam despercebidos.

Folheie cada página com gentileza e sensibilidade de alguém que espera e luta por um mundo melhor!

Gleydice BelchiorEditora

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4] Atos | 2016

A ONG ACEV Social contribue como facilitadora para o desenvolvimento humano integral e sócio-ambiental do Nordeste Brasileiro, estimulando a participação comunitária e a promoção de lideranças regionais,

através de 4 programas, diversos projetos e ações. Dentre eles, perfuração de poços, agricultura familiar, criação de caprinos e ovinos e educação para o povo sertanejo.

Visite-nos: Av. Conselheiro Joseph Noujaim Habib Mouacad, 537 Catolé, Campina Grande - PBContribua! Banco Bradesco / Ag: 0493-6 / CC: 113.798-0CNPJ: 08.402.894/0001-58Acesse: acevbrasil.org.br

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Índice

Um cuidado bompra cachorro

Fomos criadospara as boas obras

Além doque se vê

Quando estive enfermo, fostes me visitar, 7

Meu púlpito é a universidade, 12

Muay thay muda a rotina de crianças, 18

22 28

O desafio diário de restaurar vidas, 14

19

Um admiravel povo novo10

VEJA MAIS

Uma boa ação, 30

Partitura viva de Cristo, 26

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2016 | Atos [7

Por Gleydice Belchior

Há resquícios nos registros da Enciclopédia Britânica de que sacerdotes aconselha-

vam em Capelas, tendas montadas fora das igrejas para acompanha-mento dos militares em tempos de guerra desde o século XIII. A atividade foi abolida e restaurada em meados do século XVIII, onde o conselheiro passou a ser chamado de capelão. Apesar de antiga, a Ca-pelania não é tão conhecida até que se precise dela.

Um pano de fundo histórico nos é concedido pela UNICAP (União de Capelães e Pastores Interdenomina-cionais). Aqui, partimos do movi-

mento moderno e mais definido de capelania, com tendências à institu-cionalização da atividade.

Começou a surgir no final do sé-culo 19, com uma acirrada discus-são sobre psicologia pastoral, nos Estados Unidos e na Inglaterra. O principal protagonista da ideia foi um pastor congregacional de Co-lumbus, no Estado de Ohio, Estados Unidos, Washington Gladden, que insistia na necessidade de coopera-ção entre o clero (líderes religiosos) e a classe médica (A Árvore da Cura, p. 246). Gladden, em seu livro The Christian Pastor (O Pastor Cristão), evidenciou os vínculos entre a saúde mental e a saúde física.

Na virada do século 19 para o sé-

culo 20, eclodiu uma forte discussão sobre experiência religiosa. Nesta discussão juntavam-se psicólogos, teólogos, clérigos, médicos e psico-terapeutas. O tema principal era: “cura para todos”, e o objetivo maior era buscar saúde para “o homem in-teiro”.

Logo surgiu outro luminar do movimento, que era Anton Boi-sen (1876-1966). Dedicou-se com muito sucesso à teologia pasto-ral. Formado pela Universidade de Harvard, e depois de muitas lutas e discussões, assumiu uma capelania no Hospital Estadual de Worcester, para doentes mentais. Boisen foi o primeiro a introduzir estudantes de teologia num hospital psiquiátrico

“Quando estive enfermo fostes me visitar”

ServiçoO Coral de Capelões é com-posto por membros de várias denominações evangélicas

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para treinamento pastoral clíni-co, o que fazia parte dos trabalhos normais do hospital. Este trabalho cresceu e se estabeleceu durante dez anos. Boisen é considerado pela lite-ratura moderna um dos fundadores do treinamento pastoral clínico.

Enquanto Boisen atuava nos Estados Unidos, surgia outro gran-de protagonista do movimento, no Reino Unido, Leslie Weatherhead. Leslie era pastor Metodista, e em 1916 foi para a Índia como mis-sionário. Durante esse trabalho na Mesopotâmia, conheceu um médico que atuava como psicoterapeuta, e esse médico tinha a forte convicção de que eram os capelães religiosos que deveriam ajudar as pessoas en-fermas a se recuperarem.

De volta à Inglaterra alguns anos depois, Leslie criou seminários de debates envolvendo psicologia, me-dicina e psicanálise. Todo o trabalho de Leslie, que foi muito intenso, con-tribuiu para firmar as atividades de capelania hospitalar daquele tempo.

CAPELANIA NO BRASIL

No Brasil, o ofício de capelania começou também na área militar, em 1858, com o nome de Repar-tição Eclesiástica, evidentemente só com a Igreja Católica. O serviço foi abolido em 1899. Durante a Se-gunda Grande Guerra Mundial, em 1944, o serviço foi restabelecido com o nome de Assistência Religio-sa das Forças Armadas. Na mesma época foi criada também a Cape-lania Evangélica para assegurar a presença de Capelães Evangélicos na Grande Enciclopédia Larrousse.

O grande Capelão Evangélico que marcou época durante a Se-gunda Guerra Mundial, foi o Pastor João Filsen Soren, que era pastor da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro, e depois que voltou, são e salvo, ainda permaneceu no pasto-rado daquela igreja por mais de 50 anos. Faleceu em 2002, sem deixar registros escritos de seu ministério.

CAPELANIA EM CAMPINA GRANDE

Em 07 de abril de 2004 nasce a Capelania Evangélica Hospitalar de Campina Grande. No entanto, 13 anos antes, Zaida sofrera uma enfer-midade que a levou para o Hospital das Clínicas em São Paulo, onde pas-sou 60 dias. Ali, ela conheceu a Ca-pelania Evangélica, e desde então so-nhava em instalar a iniciativa em sua cidade. Encontrando um tempo que consideraram ideal Zaida e seu Es-poso Antonio Carlos, resolveram vi-sitar a Capelania de João Pessoa, fo-ram treinados, tentaram implantar no hospital do câncer sem sucesso. Mas, uma amiga apresentou o hos-pital da Clipsi, onde apresentaram o projeto e tiveram liberdade para seguir em frente. Também recebe-ram a visita de Eleny Vassão, que tem grande experiência e destaque em Capelania no Brasil. Eleny trouxe material de treinamento e apoiou o trabalho na cidade. Três anos depois

Serviço Um visitador faz atendimen-tos diários leito a leito para adultos e crianças, levando

evangelização, consolo espiri-tual e aconselhamento

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de estabelecida a iniciativa em Cam-pina, Zaida e Antônio Carlos foram a um evento de capelania do Hospi-tal das Clínicas e receberam elogios com o crescimento e boa atuação do trabalho no estado.

Hoje, contam com uma equipe de 74 voluntários, e atendem na Clipsi, Santa Clara, Antônio Targino e HU (Hospital Universitário). Eles têm acompanhamento de uma psicóloga que auxilia, e dá curso para os visita-dores de como abordar os pacientes. “Nós evangélicos às vezes pecamos em algumas coisas. Às vezes quere-mos fazer a obra ou a parte da obra que não é nossa. Queremos conven-cer e converter as pessoas. Não vi na bíblia nenhuma ordenação pra que eu fosse converter, mas apenas pre-gar o evangelho”, ressaltou Antônio. Os voluntários preparados assistem não apenas os enfermos internos nos hospitais, mas também os seus familiares, os funcionários e o corpo técnico, durante seis dias por sema-na.

A Capelania Evangélica Hospita-lar tem CNPJ próprio, é uma insti-tuição jurídica sem fins lucrativos, com estatutos e regulamentos, e tem parceria com a SBB (Sociedade

Bíblica do Brasil), que doa materiais de literatura. A sustentabilidade da instituição depende de doações e parcerias. A CAEH trabalha com di-ferentes secretarias que consolidam suas atividades, pode-se atuar como intercessor, na área administrativa, na divulgação, em visitas domicilia-res, trabalhos manuais e visitas nos hospitais. As atividades da CAEH se evidenciam em distribuição gratui-ta de kit’s de higiene, enxovais in-fantil, fraudas descartáveis, essa é a Ação Social. Trabalha com um pro-jeto de terapia Ocupacional direcio-nado as mães que estão com filhos internados na UTI neonatal. Cursos de Crochê, Ponto Cruz, Fuxico e ati-vidades de terapia são ministradas gratuitamente. Promove para seus voluntários e familiares convívios, reciclagens, confraternização e trei-namento.

Um diferencial da capelania em Campina Grande é a existência de um coral, formado pelos próprios capelães, que atua em datas espe-ciais, com músicas bem seleciona-das e bem executadas, o coral canta pelos corredores dos hospitais le-vando paz, alegria e saúde aos ou-vintes da unidade de saúde.

Existe também a CAEH com es-pecialidade para classe infantil. Os capelães se fantasiam de diversos personagens e visitam as crianças esbanjando alegria e momentos di-vertidos. Nem sempre o capelão é recebido pelo paciente, nesse caso, cabe ao profissional respeitar o de-sejo do enfermo.

Para participar da Capelania Evangélica, é necessário ter mais de 18 anos, ter assiduidade (ser membro) em uma igreja genuina-mente evangélica por no mínimo um ano, ter carta de recomendação do seu pastor, participar do curso de treinamento, tem que ler o livro “No leito da enfermidade” da Eleny Vassão. Depois terá 50 horas de prática, 25 horas observando e 25 horas sendo observado, conhecer os Estatutos e regulamento interno da CAEH. Então recebe o certifica-do e o crachá de visitador. Alguns dos voluntários são motivados a participar da instituição por terem experimentado o benefício da cape-lania, tal qual Zaida, querem levar a outros, o que receberam. Muitos outros são estimulados através das visitas de mobilização que a própria CAEH faz em várias igrejas.

Serviço

Nas datas comemorativas, há festa (1) e programação específica (2)para crianças articipantes do Programa de Humanização Hospitalar

1 2

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Por Antonio Carlos e Júlio César

“A maioria dos jovens do mundo quer ser diferen-te. Os nossos só querem

ser iguais”. A frase, lema da AACD (Associação de Apoio à Criança Defi-ciente) ilustra a realidade de grande parte das 45,6 milhões de pessoas com algum tipo de limitação física ou mental no Brasil. Segundo dados do IBGE de 2010, dos cerca de 190 milhões de brasileiros, aqueles com pelo menos uma deficiência, seja visual, auditiva, motora ou mental, somam 23,9% da população.

Em um mundo cada vez mais corrido, os deficientes que se pro-põe a sair de casa e tentar uma rotina normal e independente, es-barram na falta de vontade do po-der público e da iniciativa privada. São calçadas irregulares, ausência de rampas, transporte coletivo sem acessibilidade, funcionários sem preparação adequada, entre outras situações..

De acordo com o deficiente Francisco Alexandre quando não falta estrutura, os funcionários não a sabem utilizar ou fazem com má vontade: “Quando o motorista do ônibus não passa direto pelo ponto em que está o cadeirante, ele para com muita má vontade e diz que o elevador está quebrado. Outro dia eu disse para um motorista ‘meu amigo, você sabe que esse elevador está funcionando direito, desça um pouquinho e venha me ajudar que eu lhe mostro como usá-lo’. Ele des-ceu e o elevador realmente estava funcionando,” contou Francisco.

Por essas e outras situações, surgi-ram ao longo dos últimos anos diver-sas entidades filantrópicas e grupos de pessoas com deficiência que se destinam a reunir-se para partilhar experiências e discutir o que pode ser feito para alterar este cenário.

É o caso do “Grupo Preferen-ciais”. São 50 pessoas com defi-ciência física que se conheceram

pelo aplicativo WhatsApp e pas-saram a promover diversas ações para a notorização da causa, além de dar apoio aos deficientes, como nos conta Charlles Juliann, um dos criadores do grupo. “Nós fazemos encontros para praticar atividade física e visitamos pessoas que sofre-ram acidentes graves no Hospital de Trauma de Campina Grande”, decla-

Um admirável povo novo

Preparativos da largada do I Ral Bike em Campina GrandeInclusão

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2016 | Atos [11

rou Charlles, membro da igreja Ação Evangélica.

Charlles também contou à nos-sa reportagem sobre a importância de apoio emocional aos novos defi-cientes. “Quando eu sofri o acidente e tive que amputar a minha perna, eu gostaria de ter antes conversado um pouco com um amputado para saber como é ser amputado”; e com-

plementa: “Nós conseguimos auto-rização para que as pessoas que tem pernas amputadas em nosso grupo, entrem de bermuda no Hospital do Trauma, justamente para aquela pessoa que acabou de perder uma perna ou um braço de imediato já perceba que existem outras pessoas iguais a ele e que é possível levar a vida sem aquele membro”.

O próximo objetivo do grupo é formar um time profissional de basquete sob cadeira de rodas. “Nós queremos formar um time de bas-quete para formar um campeonato oficial aqui na Paraíba e quem sabe até disputar a Liga Nacional, para ganharmos mais visibilidade”, pla-neja Lindemberg Pereira. Alguém duvida que eles vão conseguir?

Um admirável povo novo

Inclusão

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12] Atos | 2016

Por Antonio Carlos e Júlio César

Quinto filho de uma família com nove irmãos, o professor de história da Universidade

Federal de Campina Grande, Iranil-son Buriti de Oliveira, (idade), se descreve como "um historiador cris-tão". Protestante vinculado à Igreja Nacional, abdicou de ministrar algu-mas disciplinas do curso de história por não concordar com as teorias e/ou linhas de pensamento tradicio-nais. Em junho de 2015, Buriti lan-çou seu mais novo livro José Lins do Rego em Quadrinhos que segundo o autor é uma "literatura limpa", livre de influências não edificantes.

Revista Atos: Como é para um consagrado professor de história ser cristão no ambiente acadêmi-co?

Iranilson Buriti: Eu acho que o grande desafio, meu e de outros pro-fessores de história, é justamente desenvolver o conteúdo de História, pois existem muitos confrontos. Eu também sou professor de Teoria da História, tendo que trabalhar com conceitos e operacionalização da própria história, que vão contra a fé. E para você passar isso para um alu-no de graduação que chega na uni-versidade com 17 anos, na maioria das vezes oriundos de famílias desa-justadas e você trabalhar o conceito histórico com eles, se o professor não tiver muito equilíbrio, ele pode contribuir para o desequilíbrio emo-cional daquele aluno. Ministrar au-las é um grande desafio, porque são pouquíssimos historiadores cristãos e pouquíssimos alunos de história que querem ser cristãos.

Revista Atos: Existem alguns conteúdos acadêmicos que são contra os princípios cristãos. Como você enfrenta essa situa-ção?

Iranilson Buriti: Eu não posso dei-xar de ministrar o conteúdo, mas ge-ralmente no final da aula eu falo que não concordo com aquele posiciona-mento do autor e todos eles (alunos) sabem que eu sou cristão, mesmo porque eu dou aula a partir do sexto período então quando os alunos che-gam no 6º período, todos já sabem que eu sou cristão e que eu sou evan-gélico. Eu tenho um grupo de pes-quisa que funciona às sextas feiras, a cada 15 dias à tarde. Os alunos já me procuram sabendo que eu sou cristão, então não é uma surpresa para eles por isso que eles sabem que uma boa parte dos conteúdos que eu ministro, muitas vezes eu não concordo com aquele conteúdo, mas eu também não posso prejudicar os alunos por que dois ou três semestres na frente, eles irão fazer seleção de mestrado. Se não ministrar aquele conteúdo eles podem ser fragilizados nesta seleção por mi-nha causa.

Revista Atos: Já deixou de le-cionar algum conteudo, por conta de sua postura religiosa?

Iranilson Buriti: Hoje depois que eu já tenho 16 anos de universida-de, eu já seleciono as disciplinas que eu quero ministrar. Estou fugindo daquelas disciplinas de confronto. Já tenho digamos um certo "no hall" acadêmico pra dizer, por exemplo, que eu não vou trabalhar com pré histó-ria, pois se tem que trabalhar com a "teoria do evolucionismo", trabalhar com a "teoria das bactérias" e outras teorias que já não me iludem mais.

Eu ministro apenas metodologia da História e História do Brasil, pois eu não preciso mais entrar em confronto com esses conteúdos, que são muito exatos.

Revista Atos: Há espaço para projetos cristãos no ambiente acadêmico?

Iranilson Buriti: Não existem projetos para evangelização. Porém, a universidade disponibiliza espa-ços para o ecumenismo, mas após as pregações, é preciso dar oportu-nidade para que as pessoas contes-tem o que foi dito e expressem suas opiniões. Existem também diversos trabalhos monográficos e disserta-ções de mestrado que tratam das temáticas evangélicas. Sendo assim, ao mesmo tempo em que o cur-so se mostra fechado para a evan-gelização, existem possibilidades de discuti-la. Desta forma, o meu púlpito tornou-se a universidade.

Revista Atos: Quais são as perspectivas de futuro em rela-ção à religião no âmbito acadê-mico?

Iranilson Buriti: Acredito que a tendência é se distanciar cada vez mais. É muito confusa a relação da universidade com as religiões. Se for umbanda ou candomblé, é cul-tura. Se for católico ou protestante, é religião, e consequentemente não será permitido. Seus autores são estereotipados dentro da academia. Me recordo que há pouco tempo, um padre celebrou uma missa na UEPB, e os próprios professores do depar-tamento que a organizou, ficaram criticando, dizendo que se fosse na UFCG aquilo não seria permitido. Eu estudei na UFRN, e lá existe uma

“O meu púlpito é a universidade”Entrevista

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capela, em que as pessoas podem re-zar ou se manifestar de acordo com a sua crença, mas em relação a isso a UFCG é muito fechada.

Revista Atos: O senhor lan-çou o livro José Lins do Rego em Quadrinhos. Qual é o diferencial desta publicação?

Iranilson Buriti: O livro conta a história do escritor paraibano José Lins do Rêgo a partir de história em quadrinhos. O diferencial, é que a maioria dos historiadores se preocu-pa em escrever para o público do en-sino superior. O livro foi escrito de forma que qualquer criança é capaz de entender. O livro é se caracteriza como "literatura limpa", de modo que não existe nenhum tipo de in-fluência religiosa. Qualquer pessoa que ler não perceberá conflitos entre o escrito e sua crença religiosa.

Revista Atos: O que o senhor diria aos cristãos da atualidade?

Iranilson Buriti: Gostaria de lan-çar um desafio à comunidade cristã em geral. Os cristãos precisam es-crever mais livros, seja didático ou paradidático, para conquistar e ca-tivar o grande público com textos de qualidade e edificantes. Eu me lembro que no terceiro ano, havia em meu livro da escola um capítu-lo inteiro falando sobre bruxaria, ensinando mesmo como fazer. Eu fiquei revoltado com aquilo, fiz um levantamento das famílias cristãs com filhos na escola e conseguimos fazer com que o capítulo não fosse estudado em sala de aula. Como já era o quarto bimestre, não foi pos-sível substituí-lo, afinal todos já o haviam comprado, mas pelo menos esse assunto que não pertence a vida dos cristãos não foi estudado.

“O meu púlpito é a universidade”

O autor ainda tem duas obras prontas para ser

lançada futuramente

Entrevista

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14] Atos | 2016

Por Antonio Carlos

Um projeto simples, denomina-do Desafio Jovem (Teen Chal-lenge), nascido nos Estados

Unidos em 1958, chegou a Santa Cruz do Capibaribe, agreste de Pernambu-co, com a finalidade de recuperar pes-soas viciadas em tóxicos, psicotrópi-cos e alcoolismo. Ao longo desses dez anos de implantação do projeto, cerca de 80% dos usuários que ingressaram no projeto, saíram completamente re-abilitadas ao convívio social sem o uso de medicamentos.

A entidade filantrópica está pre-sente em mais de 87 nações e foi cria-da pelo Pr. David Wilkerson, autor do Best-Seller “A Cruz e o Punhal”. Esta-belecida no Brasil e mantida através de recursos provenientes de doações e atividades de convênios. O espaço disponibiliza aos internos oficinas de artesanato, costura e serigrafia, além de aulas de ensino básico e Jiu-jitsu na própria sede do Desafio Jovem Mudança de Vida no bairro Oscazão, as margens da Rodovia PE 160, altura do quilometro 7,5.

O missionário responsável pela casa de recuperação Desafio Jovem, Benildo Alexandre, 49 anos, que tam-bém era dependente químico, coorde-na o programa terapêutico dividido em quatro fases ao longo dos nove meses de duração. “Além do acom-panhamento de profissionais capaci-tados, a fé em Deus tem sido o pilar fundamental durante o tratamento” explicou Benildo. O trabalho consiste na desintoxicação e numa profunda restauração de comportamentos e va-lores morais e cristãos. Há casos tam-bém em que o Desafio Jovem oferece auxilio - nos mais diversos segmentos - as famílias dos dependentes quími-cos.

A comunidade evangélica segue o modelo psicossocial, no qual os servi-

O desafio diário de restaurar vidasAção

ços de atenção a população com trans-tornos decorrentes de uso ou abuso de substancias psicoativas, também conhecidas como Comunidades Tera-pêuticas (CT), têm por função forne-cer suporte e tratamento aos usuários abusivos de substancias psicoativas, em ambiente protegido, técnico e in-serido no âmbito da ética profissional. “A convivência entre os pares é o prin-cipal instrumento terapêutico que tem por finalidade resgatar a cidada-nia desses usuários, por meio da rea-bilitação física e psicológica e da rein-serção social,” destacou a assistente social do projeto e esposa de Benildo, Lucineide Lima.

Os profissionais na área de, psi-cologia, psiquiatria, educação e as-sistência social que acompanham o tratamento dos internos recebem apenas uma ajuda de custo. Pois, nem sempre as doações conseguem quitar todas as despesas da casa, estipulada em R$ 26 mil mensal. O trabalho de Benildo tem despertado o interesse de outros jovens e familiares de de-pendentes que veem o Desafio como a última oportunidade de terem suas vidas restauradas. “Temos uma fila de espera de pessoas querendo ingressar no Desafio. Além das solicitações que nos é feita por órgãos e entidades pú-blicas de outros municípios. Mas infe-

Três vezes por diaos internos se reunem para meditar na Palavra

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2016 | Atos [15

O desafio diário de restaurar vidas Ação

lizmente não dispomos de condição necessária para atender mais pessoas” lamenta Benildo. Atualmente, a uni-dade conta com 20 reeducandos, en-tre 14 e 18 anos.

Em cada face dos internos pode-mos constatar a alegria por estarem avançando nos estágios do trata-mento. A mudança de vida proposta pela entidade sem fins lucrativos tem atraído jovens de todos os recantos de Pernambuco, como Rafael Barbosa. Natural de Pesqueira, chegou a casa de recuperação em 2009 por intermédio de seus familiares. “No início do trata-mento passei por momentos difíceis, como a abstinência das substancias e

o desejo de retornar para aquela vida desumana. Mas, graças a Deus, dia após dia, fui me adaptando a rotina da casa e progredindo nas fases do tra-tamento,” declarou o ex-dependente químico, Rafael.

Após a conclusão do tratamento o jovem optou por permanecer na casa de recuperação. “Sou muito grato ao pastor Benildo e a missionária Neide por tudo que fizeram e estão fazendo por mim. Hoje, a forma que encontrei de retribuir a chance que eles me ofe-receram e ajudando eles voluntaria-mente nos trabalhos da Casa,” disse Carlos, que se tornou um obreiro do Desafio (que pode ser acessada pelo

blog chasah.blogspot.com). Durante o processo de reabilitação, Rafael con-clui os seus estudos e participou de cursos profissionalizantes promovi-dos pela casa de recuperação em par-ceria com outras instituições.

Além da unidade instalada na Terra das Confecções, o casal de mis-sionários com mais de 20 anos de experiência, abriu uma nova casa de recuperação em Caruaru, a 137 Km da capital pernambucana, Recife. O espa-ço doado dispõe de mais 400 m² e está operando em fase inicial com 30 usu-ários adultos. As duas unidades traba-lham para que mais pessoas tenham uma nova oportunidade de vida.

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16] Atos | 2016

Durante as aulas de Muay Thai, as crian-ças aprendem princi-pios e valores cristãos

Capa

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2016 | Atos [17

Por Gleydice Belchior e Morgana Soares

Fábio José Silva Ribeiro tem sete anos, faz o segundo ano do ensino fundamental na escola municipal Augusto dos Anjos, e diz

que quando crescer quer ser policial para prote-ger as pessoas.

Ele está cada vez mais estimulado por atin-gir seu alvo desde que começou a participar do Projeto Ação Educar. De terça a sexta-feira faz questão de levantar cedo para ir para “igreji-nha” como costuma chamar o Ação Educar. A escola de reforço escolar funciona na igreja Ação Evangélica, bem próximo da sua casa na invasão da linha do trem no bairro Tambor de Campina Grande.

Cerca de 40 crianças recebem desenvolvi-mento integral no Projeto que atua naquela região há 12 anos. A sustentabilidade da ini-ciativa é garantida por sistema de apadriamen-to, parcerias e trabalhos voluntários. Além das aulas de reforço com professoras devidamente capacitadas, as crianças recebem aulas de meio ambiente na horta escolar, refeição reforçada, comemoração em datas festivas, presentes em ocasiões especiais, fardamento, palestras de saúde preventiva, e agora a grande novidade, aulas de Muay Thai.

A palavra MUAY THAI significa Arte livre. A modalidade também é conhecida como Thai Boxing em alguns países como Estados Unidos e Inglaterra. No Brasil, o esporte é conhecido

como Boxe Tailandês por ser uma Arte Marcial Tailandêsa com mais de 2.000 anos de idade.

O esporte ganha espaço em academias, em estabelecimentos privados como condomínios residenciais e através de personal trainers. Em Campina Grande, atua de forma inédita contri-buindo para saúde das crianças do Ação Educar.

Professores da academia Nova Geração do Bairro Liberdade, são voluntários no Projeto e todos os sábados pela manhã reúnem meninos e meninas para aulas do esporte. Com o inte-resse em participar do momento, os pequenos lutadores melhoraram seu comportamento em casa e nas escolas, e seus familiares torcem pelo bom desenvolvimento da nova parceria, já que estão satisfeitos com os resultados. “Depois que Fabinho está no projeto ele está mais calmo, não bate mais nos irmãos e me obedece mais”, diz a mãe do aluno, Flávia Silva.

Envolvidos e entusiasmados com o incenti-vo ao desenvolvimento sócio educativo da mo-dalidade oferecida as crianças, os professores de Muay Thai se mobilizaram e criaram uma campanha com o fim de obter estrutura ideal para suas aulas. Elaboraram uma camiseta que em sua estampa mostra a união de brasileiros e americanos que sonham com a transformação das crianças dessa comunidade. Com as entra-das, já foi providenciado um tatame, mas eles planejam construir um espaço com todos os re-cursos necessários. Os entusiastas nos Estados Unidos doaram o fardamento e as luvas.

Muay Thai muda a rotina de crianças carentes

Capa

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18] Atos | 2016

As aulas Muay Thai através do projeto Ação Edu-car da igreja Ação Evangélica, tem demonstrado não apenas á comunidade da Estação Velha – Campina Grande, mas à sociedade em geral, que ao longo de 2 anos a vida de crianças que vivem em situações vul-neráveis, vem mudando para melhor com o passar do tempo.

O professor voluntário Luciano Peres, em entre-vista relata que os objetivos de trabalhar a coorde-nação motora, a disciplina e a sociabilização dessas crianças, tem sido alcançados, mediante seus ensina-mentos, que além de estimular a prática esportiva, procura levar a ética cidadã e a ética cristã para o vi-ver de cada uma delas.

Assim, não apenas as crianças são beneficia-das com tais atitudes, mas seus familiares também passam a ser contagiados com tal mudança de vida. “Hoje elas se comportam mais, interagem melhor, entre elas, e a maior mensagem que nós queremos trazer pra elas é que quem luta, não briga. Elas trei-nam, elas praticam artes marciais aqui conosco, para que elas não tenham que brigar na escola, pra que elas não tenham que brigar no meio da rua”, afirmou Luciano, membro da igreja Ação Evangélica.

O exemplo de vida do professor Luciano Peres é uma ponte para a realização desta iniciativa que vem mudando a rotina de crianças carentes. Foi através da coragem em mudar seus hábitos de vida que Lu-ciano deixou o peso da balança de 130kg para viver uma vida saudável, e que através da prática do Muay Thai conseguiu perder 35kg. A partir daí ele viu que podia mudar a realidade crianças através do esporte e garantir-lhes um ensinamento á obediência e a uma vida saudável pelo resto de suas vidas.

De acordo com a coordenadora Sara Peres, crian-ças que antes viviam pedindo esmolas nos sinais de trânsito de Campina Grande, hoje não praticam mais esta rotina, porque estão inseridas nos proje-tos sociais do Ação Educar e a partir daí ganharam transformações significativas em suas vidas. “Essas crianças acreditam que praticando esporte, elas po-dem ter um futuro diferente e mudar a realidade na qual estão inseridas”, relatou.

Para sua sustentabilidade, o projeto conta o apoio de empresas parceiras. Para formalizar algum tipo de ajuda bastar acessar o site acevbrasil.org.br ou man-ter contato pelos telefones: (83) 3337 2214 ou (83) 3423 2336.

Capa

Para muitas crianças do Bambor, o Muay Thai representa o caminho oposto a

realidade que estão inseridas

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2016 | Atos [19

Por Gleydice Belchior

A tese favorecida numa dissertação acadê-mica do linguista Fabiano Santos Saito, da Universidade Federal de Juiz de Fora

(MG), explica a expressões "bom pra cachorro" e “bom pra burro” com o sentido de “em grande quantidade”. Que brotou na cultura rural brasilei-ra da ideia de uma grande quantidade de comida, um excesso, uma sobra da qual até os animais da casa se beneficiavam. Em suas palavras, “comida pra cachorro” e “comida pra burro” poderiam ser desdobradas como “comida que sobrou para ca-

chorro comer” e “comida que sobrou para burro comer”. Partindo dessa explicação, a matéria em questão propõe o entendimento de que o amor dado por nossa "protagonista" dá que sobra.

Mas do que uma onda, a iniciativa de muitos para o cuidado com animais parece ser uma ten-dência. Não contando com o instinto comercial elevado no tratamento para animais domésticos, mas apenas com o afetivo, é fato que tem gente que investe sua vida para salvar vidas de animais.

Os maus tratos a animais são infração e crime, que está previsto na lei nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998. Esses continuam, mas, tal qual a cruel-

Um cuidado bom pra cachorro

Todas as quartas-feiras e sába-dos, Genilva disponibiliza tem-po para acompanhar os 80 cães abrigados na A4.

Iniciativa

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Ela conhece cada um pelo nome, e olha deta-lhadamente seus aspec-tos e comportamentos a fim de diagnosticar se estão todos bem

Iniciativa

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dade e violência contra humanos, crescem as ações de maldade para com animais. São inú-meros os vídeos e imagens publicadas em re-des sociais de pessoas que deliberadamente maltratam violentamente cães, gatos, animais de pequeno e grande porte. A ONG Adota Campina, especializada na defesa de animais, recebeu este ano uma média de oito denúncias diárias de crimes contra animais. A maior par-te envolvendo cães, gatos e equinos utilizados para puxar carroças.

Campina Grande, no entanto, ainda não possui delegacia especializada nos crimes e in-frações contra o meio ambiente, já que a cidade possui um pelotão da PM com atuação e uma promotoria especializada na área. As denún-cias podem ser feitas através do número 190, que aciona antes do Pelotão Ambiental a CIOP (Centro Integrado de Operações Policiais). Se-gundo o tenente Rodrigo Rodrigues, o coman-dante do Pelotão Ambiental, o setor não possui dados de denúncias de maus tratos contra ani-mais, que devem ser intermediadas pelo CIOP.

Para Genilva Rocha Gusmão, contadora, casada e mãe de dois filhos, essa situação não pode continuar. “No que depender dela, o má-ximo de animais abandonados, maltratados e moribundos que aparecer em seu caminho, te-rão cuidado certo,” declarou Genilva.

Ela sempre gostou de animais, mas há dez anos tornou-se protetora de cães (popular-mente, cachorreira). Uma pessoa que cuida de cães de rua, dando água, ração e cuidados bá-sicos. Às vezes esterilizando, medicando após encaminhamento veterinário, acompanhando o cuidado de vigias ou vizinhos que tenham contato com o cão de rua.

Há cinco anos a protetora trabalha como voluntária na A4, Associação de amigos de ani-mais Abandonados em Campina Grande-PB, que tem como missão, resgatar animais mal tratados, cuidar e intermediar adoção. Não tem como objetivo hospedar esses animais sem perspectiva de saída, porém é inevitável. Quando não adotados, não são expulsos de volta para as ruas. Para evitar mais abandonos e descasos à sua porta, a associação mantém sigilo quanto ao seu endereço. Ainda assim, quando descoberta, jogam os animais por cima do muro da associação, deixam dentro de cai-

xas em frente ao portão e de alguma forma, aproveitam a ocasião para lavar as mãos.

Normalmente a caminho de seu escritó-rio ou de alguma visita a clientes, bem arru-mada e de salto, Genilva encontra cães do-entes, atropelados, surrados, abandonados. Sem pensar duas vezes, para seu carro, já equipado com ração, panos e primeiros so-corros, coloca o animal no banco de trás, e parte para o veterinário. Depois de consul-tado o cão ou cadela é levado para A4 e fica sob observação e cuidados de uma equipe composta por sete pessoas voluntárias, que trabalham de forma direta na ONG. Então, se torna mais um na fila de espera por ado-ção. “Muitos me criticam, dizendo por que não ajudo crianças abandonadas, ou pessoas idosas. Não divulgo, mas também contribuo para o bem dessas pessoas. Mas não deixo de cuidar dos animais! Eles são criados por Deus, e sei que agrado a Ele quando faço o que faço. Eu oro para que Deus me ajude a cuidar deles, para que ele me direcione para algum lugar onde posso achar um que pre-cise de mim. Oro para que a saúde deles se restabeleça. Alguns praticamente mortos, eu cuidei pessoalmente dia e noite, e hoje estão plenamente sãos,” disse Genilva, que com sua fé evangélica se sente respaldada pelos valores bíblicos. Em sua casa, a chamada “ca-chorreira” tem seis cães sob seus cuidados.

Quando encontra algum com suspeita de doença, logo avisa a equipe dos cuidados que esse necessita. Alguns, já se sabe, jamais serão adotados, pois são velhos demais, como Apolo, o primeiro cão recebido na A4; ou especiais, ce-gos, amputados por motivo de acidentes, defi-cientes físicos de nascença ou por maus tratos, paralíticos, que sofrem convulsão diariamente e por isso tomam remédios controlados, que são caros etc. Mas, eles estão lá, recebendo cui-dado como os outros até que morram de velhi-ce e não por serem condenados ao sacrifício.

Segundo Genilva o seu desejo é continuar conciliando suas tarefas com esse trabalho, e viver o fim de seus dias sua maior paixão: Cuidar dos cachorros. Seu grande prazer é dar carinho, banho, comida, atenção para os cães e cadelas, que perto dela, parecem nunca ter sofrido um dia.

Iniciativa

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Voluntariado

Por Antonio Carlos

Ser bem sucedido profissional-mente é o desejo de todas as pessoas que se dedicam a anos

de estudos. Quando alcançam o re-conhecimento profissional, a estabi-lidade financeira e um padrão de vida elevado, sentem-se completamente realizados. Mas felizmente foi o que não aconteceu com o casal de mis-sionários Ronaldo Henzel e Joana D’arc. Donos de uma distribuidora de material publicitário e um Institu-to de Beleza na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, o casal sentiu no coração o desejo se desfazer de seus empreendimentos e adotar um esti-lo de vida mais simples e dedicado a causa social. Neste momento nascia, ainda que de forma tímida, a ONG Pão é Vida.

O despertar aconteceu primeiro com Joana, ao retornar de uma via-gem pelas praias de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba, a in-tegrante da Igreja Batista em Santa

Cruz do Capibaribe, percebeu que precisava fazer alguma coisa pelo seus conterrâneos nordestinos. “. “Nasci no Rio Grande do Norte e por 30 anos esperei que o estado fizesse mais por aqueles que estavam além do perímetro urbano. Mas, infeliz-mente as estatísticas mostram que muito ou quase nada tem sido feito. Então, me senti convocada a deixar a minha vida de conforto, após uma infância de privações, para realizar de forma simples e voluntária as boas obras”, declarou Joana. Segundo Du-ane Elgin, autor do livro Simplicida-de Voluntária, a pobreza é involuntá-ria e debilitante, já a simplicidade é voluntária e mobilizadora.

Mas para ingressar nessa vida de serviço em favor dos menos favore-cidos, Joana teve que enfrentar por mais quatro anos a resistência de seu esposo Ronaldo Henzel. “Eu ajudava ao pastor local, era fiel nas minhas atribuições cristãs e não pretendia viver unicamente da obra”, contou o gaúcho Ronaldo. Durante esses anos,

Joana se manteve em orações e con-victa de que no tempo certo, o Senhor iria mudar os planos de seu marido. “Certo momento, meu marido, dis-se que não estava no mundo só pra negociar com material publicitário e fazer viagens. Então eu percebi que o tempo de Deus estava se cumprindo. Foi quando surgiu a oportunidade de adquirirmos um ônibus casa [motor home],” contou Joana.

Em 2004, após vender as empre-sas, o casal legalizou a ONG Pão é Vida em São Paulo e partiram para viver a maior aventura de suas vidas. “Deixar a segurança dos negócios para obedecer ao chamado ministe-rial foi como sair do barco e andar so-bre as águas, como fez Pedro. Quan-do deixamos o Rio Grande do Sul para desenvolver projetos votados para inclusão social e plantação de igrejas em áreas carentes do Nordes-te, tudo era incerto. Não tínhamos ninguém comprometidos com nosso sustento, muito menos com a visão de ação social” descreveu Ronaldo.

Fomos criados para as BOAS OBRASO sexto poço perfurado e instalado pela ONG foi destinado aos moradores do Sítio Kizanga, no Sertão do Moxotó, em novembro de 2015

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Por três anos, os missionários moraram dentro do motor home e atuaram em seis estados brasileiros. Entre as atividades itinerantes pro-postas pela recém criada entidade sem fins lucrativo estavam a exibi-ção de filmes, oficinas de leitura, mutirões para obtenção de docu-mentos e palestras gratuitas. Ao lon-go de uma década de voluntariado e serviço, Ronaldo descreve um pouco do seu aprendizado e experiência com Deus. “Aprendi que o deserto é escola de Deus, fiz do deserto meu lar. Aprendi ali que Deus é meu pro-vedor. Não tenho que saber quem Deus vai usar para trazer provisões, Deus é o provedor. Aprendi que não preciso ter os meios para realizar a obra, pois quando um projeto vem de Deus e está em harmonia com seu plano, Deus mesmo provê o necessá-rio. Portanto á Ele seja toda glória!”, compartilhou o missionário.

Hoje, a ONG com sede na capital de São Paulo e núcleos operacionais em Santa Cruz do Capibaribe e Ina-

Voluntariado

Fomos criados para as BOAS OBRAS

As ações da ONG, acontecem simul-

taneamente na zona rural (1 e 2) e

urbana (3)

O sexto poço perfurado e instalado pela ONG foi destinado aos moradores do Sítio Kizanga, no Sertão do Moxotó, em novembro de 2015

População ca-rente de Mana-

ri participara do 5° Natal com

mesa farta

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Voluntariado

já, ambas em Pernambuco, promove cursos profissionalizantes semes-trais de costura industrial, informá-tica básica, artesanato em tecido e cabeleireiro para dezenas de pessoas, na Casa Pastoral da Igreja Batista. “Sempre sonhei em seguir na profis-são de cabelereira. Hoje o curso está sendo proveitoso por vários fatores. Primeiro porque amo mexer em ca-belo, segundo porque possibilitou a geração de renda na minha casa,” contou Fabiana Ferreira. Opinião semelhante da moradora da cidade de Vertentes (PE) e aluna do curso, Maria Luiza. “Foi uma oportunidade de aprender uma profissão, aumen-tando assim a minha renda familiar e melhorando a minha qualidade vida”, ressaltou.

Ao termino dos cursos, os inte-grantes sentem-se motivados a bus-car novas oportunidades de trabalho. “No curso de informática aprendi a fazer cartões de visitas, banners vir-tuais, entre outras atividades. Um aprendizado que me possibilitará in-gressar no mercado de trabalho com mais habilidades. Agradeço primei-ro a Deus e a ONG Pão é Vida pelo aprendizado pela oportunidade, con-tou Ailton da Silva.

Em parceria com empresas do se-tor privado, a Pão é Vida desenvolve outros projetos, como, “Vencendo no jogo da vida”, onde são ensina-das técnicas de futebol e princípios cristãos para mais de 40 crianças e adolescentes da zona urbana e rural de Santa Cruz do Capibaribe; o “Cal-ce esta ideia”, através da iniciativa da empresa Rota do Mar e ONG’s, a Pão é Vida distribuiu aproximada-mente 3.200 pares de sandálias em diversas comunidades e no sertão de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte; o “Nova vida & visão” pro-

porciona consultas oftalmológicas, armação e lentes grátis anualmente para 15 crianças e adolescentes com problemas visuais; e o “Natal com Mesa Farta”, que neste ano chega a sua quinta edição, levando cestas de alimentos e brinquedos para famí-lias carentes do sertão, entre outras iniciativas que podem ser acessadas pelo blog da ONG (ongpaoevida.blo-gspot.com.br).

Paralela a estas ações o casal se dedica ainda ao trabalho de anga-riar doações e firmar parcerias para os projetos de perfuração de poços e a irrigação de sítios, como recen-temente foi realizado em caráter ex-

perimental nos sítios Baixa Grande e Baixa II, em Ingá, no sertão de Per-nambuco. “Agora nossos animais de carga irão descansar e tomar um fo-lego, após anos e anos de caminhada em busca de água. Muito obrigado a todos vocês que fizeram a água che-gar a até nós”, agradeceu o primeiro agricultor beneficiado com a irri-gação, Sebastião Silva. Ao logo uma década, projetos chegaram por 70 comunidades carentes, nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e São Paulo. Mas do que do-ações financeiras, a ONG Pão é Vida precisa de braços dispostos a lutar por essa causa. Quem se habilita?

Casados desde fevereiro de 1998, o casal define-se nas redes sociais como: ‘duas vidas, uma missão no coração’

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PRESERVAR TAMBÉM É UM ATO DE AMOR

ASA BRANCA PICA-PAU DA CAATINGA GAVIÃO CABOCLO

Fotos: Pr. John Medcraft Igreja Ação Evangélica

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Por Morgana Soares

Desde a era neolítica, na pré--história, já existia a prática de cantos e danças em gru-

po. O coro/coral caracteriza-se por um grupo de pessoas/cantores sub-divididos em quatro vozes (naipes) denominadas como: Baixos, Teno-res, Sopranos e Contraltos. No sécu-lo I, o Cristianismo (Roma) define-o como Chorus, na qual é um conjun-to de pessoas de forma isolada dos outros fiéis, que exerce o canto co-ral. Atualmente, este gênero musi-cal faz parte não apenas de igrejas, mas de universidades, escolas, ins-tituições e comunidades autônomas em geral que se dedicam à prática do canto coral.

Ulisses Azevedo é o único Minis-tro de Música na cidade de Campina

Grande – PB, contratado e remune-rado por uma igreja para cuidar de todo o seu programa musical. O pri-meiro regente formado pelo Estado iniciou seus estudos em música sa-cra no Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil (STBNB), na ci-dade de Recife - PE. Já em Campina Grande, deu continuidade aos seus estudos, abandonando o curso su-perior em Desenho Industrial já no sexto período do mesmo, para se dedicar a sua formação em Bacharel em Música com habilitação em Re-gência pela Universidade Federal de Campina Grande, no ano de 2014. Paralelo ao curso superior, ainda estudou canto lírico com os profes-sores Vladimir Silva e Malú Mes-trinho. Atualmente está cursando o Mestrado em Música na Univer-sidade Federal do Rio Grande do

Partitura VIVA deCRISTO

Norte – UFRN, como aluno especial e continua estudando canto lírico. Natural de imperatriz – MA, o mais velho dos quatro filhos do Pr. Fran-cisco das Chagas Matos de Sousa e da Missionária Irene Azevedo Sou-sa, é casado com Anne Caroline (for-mada em Educação Religiosa pelo Seminário de Educação Religiosa – SEC, em Recife - PE), e pai de Lucas e Talita. É membro da igreja Batista de Campina Grande – PB, na qual foi contratado como Ministro de Músi-ca para cuidar de todo o programa musical da mesma (trabalha a dez anos neste ministério). É professor de técnica vocal no projeto IDE Pro-jetos Sociais, é professor de técnica vocal, regência e teoria musical e regente do Coral Canto da Gente na FURNE.

Além de todas essas ocupações e

Música Recentemente, Ulisses foi aprovado no concurso pú-

blico da cidade de Baraúna – PB, para atuar como regente

da Filarmônica

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2016 | Atos [27

responsabilidades na carreira musi-cal, Ulisses ainda reserva um dia da semana para se dedicar ao ensino voluntário. Todas as segundas – fei-ras ele não mede esforços e se des-loca de Campina Grande – PB para a cidade de Baraúna – PB (cerca de 110 km de distância) para ensinar alunos do Projeto Canto Coral ONG Nova Baraúna, que funciona na Câ-mara Municipal da cidade, desde 2012. Atualmente são beneficiados cerca de 16 alunos (em sua maioria adultos), porém, esse número de pessoas varia, devido a rotatividade dos mais jovens.

Ulisses, afirma que nesse pro-jeto “o maior desafio é despertar os jovens para uma atividade que os tirem da rotina da cidade, pos-sibilitando o desejo de crescimen-to pessoal e motivar os adultos e trabalhar sua autoestima. Mas os resultados são jovens mais interes-sados em buscar algo melhor para o seu futuro, ficando longe de drogas e prostituição e também posso ob-servar que os adultos contribuem influenciando os mais novos com seu exemplo de trabalho e supe-

ração, vendo sua participação nas aulas de canto mesmo enfrentando problemas de saúde, financeiros ou com idade avançada”, ressaltou.

Ao longo do tempo Ulisses reve-la que muitas foram as transforma-ções vistas na vida dos participantes deste projeto, dentre elas as princi-pais foram a timidez e a depressão. Lenira Azevedo, 54 anos, é uma das participantes do Projeto Canto Coral ONG Nova Baraúna. “O coral é muito importante, porque foi no coral, com a ajuda do professor Ulis-ses que eu estou me recuperando do mal do século, que é a depressão, me sinto alegre cantando. Me sinto muita grata pela ajuda!”, afirmou.

Emerson Edjales, 19 anos, tam-bém diz que “o coral tem grande importância para mim pois foi lá que desenvolvi o canto com ajuda brilhante de meu professor Ulis-ses. Aprendi que qualquer pessoa que tenha o desejo pode cantar, nem que seja um pouco. Noto que desde a minha primeira aula, até os dias de hoje tenho avançado bas-tante, isto graças ao coral. Cantar para mim é muito mais que emitir

sons, é tocar a alma e emocionar. Através da música a gente pode trazer alegria para quem estava triste, e não existe nada melhor do que estar se apresentando e poder ver a admiração das pessoas em nos ouvir”, considerou.

Diante de testemunhos que re-tratam o verdadeiro sentido e ob-jetivo do projeto na vida dos mora-dores da cidade, Ulisses permanece convicto de que deve continuar nes-te chamado, pois ele ensina e tam-bém cresce e aprende. “Jesus Cristo é nosso maior exemplo. Ele nos en-sinou que devemos amar ao nosso próximo como a nós mesmos. Para mim a música não é um fim, ela é um meio. Meio pelo qual, podemos testemunhar do amor incondicional de Deus, tocando vidas, conhecendo as necessidades e contribuindo para que essas pessoas possam entender do amor de Deus”, testifica Ulisses. E com a certeza de que Deus o co-locou nesta cidade para proclamar as boas novas, e ser a Carta Viva de Cristo, Ulisses Azevedo prossegue nesta responsabilidade que tem transformado vidas.

O Canto Coral ONG Nova Baraúna é composto por pessoas da zona Rural e Urbana,

com faixa etária entre 17 e 60 anos

Música

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Por Morgana Soares

Desde os tempos mais antigos, as civiliza-ções já praticavam a arte circense. No Bra-sil a história circense começou a se desdo-

brar em meados do século XIX com a chegada de famílias e companhias oriundas da Europa, que demonstravam aos brasileiros, formas múltiplas de interpretações teatrais com foco em ações de interesse mútuo. Atualmente as expressões da arte circense moderna vêm com aspectos tradi-cionais e também com linguagens artísticas que envolvem a dança e o teatro.

Com trajes desproporcionais, coloridos e com muita ingenuidade o palhaço é um dos persona-gens principais da arte circense e que há muito tempo tem levado alegria que contagia as pesso-as. Na difícil tarefa de despertar alegria em rostos de pessoas que ultimamente vivem em um mun-do conturbado, a missão deste personagem não cessa. E através desse personagem muitas vidas tem sido alcançadas pelo evangelho de salvação e mudança de vida. É isso mesmo que você leu: pelo evangelho de salvação!

O público alvo das interpretações de um palha-ço vão desde a criança até o idoso, e está abrangên-cia de pessoas inclui a oportunidade desses atores circenses levarem a palavra de Cristo que um dia fez a diferença na vida dos mesmos, e ninguém melhor do que eles para testificarem essas boas novas de salvação.

Erickson Ignácio Canuto Pereira, artista cir-cense pela Cia. de teatro Jeová Nissi de São Paulo, ator pesquisador com oficinas e cursos pelo SESC Cultura Campina Grande-PB, e diretor da Cia. de Artes A diferença tem sido um representante das artes circenses que tem anunciado o evangelho de Cristo por onde passa, e que é mais conhecido como o Palhaço Sony.

Erickson é de família cristã, e é membro da igreja Batista de Campina Grande. Dedica-se in-teiramente a arte ministerial evangelismo através da palhaçaria, e afirma que é um prazer preencher as pessoas com o evangelho de Cristo, através do seu ato artístico. E que apesar de algumas críticas, mantêm seu olhar fixo no alvo que é Cristo, e obe-dece ao ide do Mestre Jesus de anunciar o evange-lho a toda criatura.

Além do que se vê

1 2Arte

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Com uma vida dedicada á missão da arte minis-terial, Erickson tem testemunhos vivos de almas que se renderam a Jesus através de seu trabalho, e diz que “todos os meus liderados e também palhaços, são resultados de evangelismo e discipulado com a fomentação artística do circo”, relatou. Seu trabalho traz resultados pois o mesmo afirma que o palhaço representa as interpretações da palavra a luz da Bí-blia para o seu público e o agir é do Espírito Santo, sendo este o principal condutor de convencer o cora-ção humano a Deus.

Frente a um mundo amargurado, cheio de pe-cados, e tenebroso o palhaço Sony relata que não desiste de sua missão aqui na terra de pronunciar a palavra de Deus em semáforos, em festivais pelo Brasil e nas igrejas, pois o único motivo que o leva a este contínuo caminho é “Cristo, é ele com sua cruz que redime pecado e transforma um cara amargurado em um cara alegre. A arte é só uma ferramenta que comunica. O Cristo da cruz é quem restaura tudo. O nariz de palhaço só me faz olhar pra cruz chorando e voltar rindo. Porque sei que o meu Senhor morreu, mas ressuscitou e hoje podemos ter vida de alegria e porque não como palhaço? Digo a todos que quando chegar no céu

quero contar piadas com Jesus e escutar também”, destacou. Assim, os atores circenses cristãos se-guem neste trabalho, buscando vidas para povoar o céu e fazendo com que as trevas retrocedam.

Ao utilizar o personagem Sony para alegrar e contagiar seus espectadores, Erickson introduz em suas encenações, a propagação de um evange-lho que mudou a sua vida e que pode mudar a de muitos outros, como nos afirma Thayná Tavares, 23, que contemplou a forma diferencial como o evangelho é pregado por ele: “Sua maior força em evangelizar é vivenciar o que Deus fez e faz em sua vida. Ele brinca e encanta, com a arte ele deixa as outras pessoas se contagiarem com Deus. Utiliza risos e cenas dramáticas para retratar a vida de Cristo. Sem palavras clichês passa a mensagem da cruz, e para cada tipo de público mostra que Cristo é vida! É diferente do que as pessoas estão acostu-madas, muita gente não imagina que no final das suas apresentações toda honra e glória é dada a quem lhe deu a arte de servir, Jesus Cristo,” fri-sou Thayná. Com este ressalvo, os atores circenses cristãos seguem neste trabalho, buscando vidas para povoar o céu e fazendo com que as trevas re-trocedam.

Seja nas ruas (1) ou em ambientes menores (2), requer sempre uma boa caracterização

(3) e mágicas (4) que despertem o público para o conhecimento da Palavra

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Opinião

Uma boa ação

ARÃO DE AZEVÊDOProfessor do Departamento

de Comunicação da UEPB

A pergunta é simples. Alguns responderão de imediato. Outros, não. Precisarão fazer uma retros-pectiva desde a hora em que acor-daram até agora:

- Você já fez uma boa ação hoje?Para nós, humanos, racionais,

nada mais natural do que ajudar ao próximo. Desde atos simples como dar preferencia a um pedestre na faixa, ou dedicar horas, dias ou até semanas do seu tempo a fazer ações sociais em comunidades carentes; participar de projetos sociais; ir a hospitais ler a palavra do Senhor aos enfermos; visitar abrigos de idosos; adotar uma criança; um animal abandonado. Fazer quais-quer destas ações sem esperar, por isso, algo em troca.

Hoje, comemoramos o Dia In-ternacional da Boa Ação, amanhã, depois e depois, também...

Todos os dias somos capazes de nos tornamos mais humanos, me-lhores. Mais solidários. No entan-to, o que temos feito para isso? O que você tem feito? Independente da resposta, há sempre a hora do (re)começo. De arregaçar as man-gas e partir para uma nova fase da sua vida.

Mesmo que você não tenha fei-to uma boa ação hoje, não pense que você se tornou uma pessoa me-nor, menos humana. Com certeza alguém fez uma boa ação para você, seu filho, filha, sua esposa, um pa-rente seu.

Parafraseando José Datrino, mais conhecido como o profeta Gen-tileza, ao dizer que gentileza, gera gentileza, digo: uma boa ação nos leva a outra boa ação. É preciso nos fortalecermos com os bons exem-plos, com os bons atos e, a partir daí, nos juntarmos a um exercito de pessoas que praticam boas ações to-dos os dias em todos os lugares do mundo.

Um exemplo deste exército está em suas mãos agora. Quantos exem-plos bons nós temos aqui, nesta re-vista? Em qual destes poderemos nos alistar e dar nossa contribuição? Não precisa responder agora. O im-portante é começar, não importa o momento, mas a ação.

Mesmo que você não tenha feito uma

boa ação hoje, não pense que você se

tornou uma pessoa menor, menos hu-

mana. Com certeza alguém fez uma boa

ação para você...

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